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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE São elementos mórficos que se apõem ao radical para
DISCIPLICA: INGLÊS assinalar flexões gramaticais. As desinências podem ser:
PROFESSORA: RENATA DEMORI
EMORI
A) DESINÊNCIAIS NOMINAIS: indicam gênero e o
MORFOLOGIA número dos nomes.
B) DESINÊNCIAS VERBAIS: indicam , nos verbos, o
Morfema tempo e o modo (desinências número – pessoais).
VOGAL TEMÁTICA
Tipos de Morfemas É o elemento que, acrescido ao radical, forma o tema de
nomes e verbos.
− Livres Nos verbos distinguem-se três vogais temáticas:
se
A – que caracteriza os verbos da 1ª conjunção.
E – que caracteriza os verbos da 2ª conjunção.
− Presos I – que caracteriza os verbos da 1ª conjunção.
TEMA
− Lexicais É o radical acrescido de uma vogal (chamada de vogal
temática).
Nos verbos o tema se obtém destacando
destacando-se o R do
infinitivo.
− Gramaticais
VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO
São fonemas que, em certas palavras derivadas ou
Obs.: * Alomorfia compostas, se inserem entre os elementos mórficos, em
geral por motivos de eufonia, isto é, para facilitar a
Chapeu – Chapelaria pronuncia de tais palavras.
Água – Aquoso
Cabelo - Capilar PALAVRAS PRIMITIVAS E DERIVADAS
• Palavras primitivas são as que não derivam de
* Morfema Zero outras, dentro da língua portuguesa.
• Palavras derivadas são as que provêm de outras.
PALAVRAS SIMPLES E COMPOSTAS
• Palavras simples são as que têm um só radical.
Estrutura das palavras • Palavras compostas são as que apresentam, mais
− Radical de um radical.
− Desinências: Nominal
Verbais Formação de palavras
• Derivação: - sufixação
− Afixos: Prefixos - prefixação
Sufixos - derivação parassintética
- derivação regressiva
− Vogal Temática Obs.: Derivação imprópria
− Vogais e Consoantes de Ligação • Composição: - justaposição
- aglutinação
Obs.: Palavras Primitivas, Derivadas, Simples e
Compostas. • Redução / Regressiva
Cognatos • Hibridismos
• Onomatopéias
RADICAL
1 – DERIVAÇÃO : A derivação consiste em formar uma
É o elemento mórfico que funciona como base do palavra nova (derivada), a partir de uma outra já existente
significado, sendo elemento comum a palavras de uma (primitiva).
mesma família.
POR SUFIXAÇÃO – acrescentando
acrescentando-se um sufixo ao
DESINÊNCIA radical.
POR PREFIXAÇÃO – antepondo
antepondo-se um prefixo ao radical.
Português 1
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Polissêmicos
PARASSINTÉTICA – quando há ao mesmo tempo o
acréscimo de prefixo e sufixo a um radical. Os vocábulos
parassintético são quase verbos e têm como base um
substantivo e um adjetivo.
Parônimos
POR DERIVAÇÃO REGRESSIVA – substituindosubstituindo-se a
terminação de um verbo pelas desinências – a; - o, ou – e .
POR DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA – a palavra nova
(derivadas) não sofre mudanças de forma já que de sua Conotação X Denotação
composição não fazem parte afixos. Ela é obtida pela
alteração gramatical da palavra primitiva.
2 – COMPOSIÇÃO: Pelo processo de composição
associam-se duas ou mais palavras ou dois ou mais
se SINTAXE
radicais para formar uma nova palavra.
Frase X Oração X Período
a) Justaposição: quando na junção dos radicais não
há alteração fonética.
b) Aglutinação: quando na junção dos radicais há Frase: É toda unidade lingüística (com ou sem verbo) por
alteração fonética. meio da qual o falante transmite suas idéias.
3 – REDUÇÃO : Algumas palavras apresentam, ao lado Oração: É a frase ou parte de frase constituída em torno
de sua forma, uma forma reduzida. de um verbo (ou locução verbal).
4 – HIBRIDISMO: São palavras em cuja formação entram Período: É a frase constituída por oração, ou orações.
elementos de línguas diferentes. Pode ser simples (uma só oração) ou composto (mais de
uma oração).
5 – ONOMATOPEIAS: Numerosas pala palavras devem sua
origem a uma tendência constante da fala humana para Leia este trecho de entrevista de um psiquiatra, a respeito
imitar as vozes e os ruídos da natureza. Semelhantes do relacionamento homem-mulher em 12/4/2000:
mulher
vocábulos, chamados onomatopéias, reproduzem
aproximadamente os sons e as vozes dos seres. Veja — A separação assusta os homens?
Cuschnir — Sim. Separação e desemprego, nesta ordem,
Classe de palavras: são os grandes cataclismos na vida de um homem. O
- Substantivos desemprego significa que ele fracassou no papel de
- Artigos provedor. De forma similar, a separação é entendida como
- Adjetivos a incapacidade de manter uma família.
- Numerais
- Pronomes (pessoais, tratamento, possessivos, Observe, no texto, que uma frase pode apresentar
apresentar-se:
demonstrativos, relativos, indefinidos, -sem verbo Ex:
interrogativos) - com apenas um verbo Ex:
- Verbo - com mais de um verbo Ex;
- Advérbio
- Preposição “A separação assusta os homens? “
- Conjunção É frase porque transmite uma idéia.
- Interjeição É oração porque apresenta verbo.
Homônimos: Homófonos / Homógrafos / Perfeitos “Sim”
É frase porque transmite uma idéia – afirmação em relação
- Homófonos à pergunta, MAS não é oração porque não apresenta
verbo.
O período simples é constituído por uma única oração. Ex:
- Homógrafos Separação e desemprego, nessa ordem, são os dois
cataclismos na vida de um homem.
O período composto é constituído por mais de uma oração.
Ex: O desemprego significa / que ele fracassou no papel
de provedor...
- Homônimos Perfeitos De forma similar, a separação é entendida como a
incapacidade / de manter uma família.
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SUJEITO * Observação importante: existem advérbios que exercem
claramente a função sintática de sujeito, a qual é própria
Elemento da oração a respeito do qual damos alguma de substantivos.
informação. Seu núcleo (palavra mais importante) pode ser - Amanhã é feriado nacional. (O dia de amanhã...)
.
um substantivo, pronome ou palavra substantivada. - Aqui já é Vitória (Este lugar...)
ste
- Hoje é dia de festa. (O dia de hoje...)
.
* O verbo concorda com o sujeito!!!! - Agora já é noite avançada. (Esta hora...)
.
Tipos de sujeito: Predicado
Objetos
- Simples Predicativo do Sujeito e do Objeto
- Composto Complemento Nominal
- Oculto, elíptico ou desinencial
- Indeterminado Tipos de Predicado
- Inexistente ou oração sem sujeito
-1. Verbal: Tem como núcleo um verbo que pode ser
qualquer um, menos o de ligação.
> Sujeito Simples : Aquele que possui apenas um núcleo.
Ex.: "Livros ganham as prateleiras dos supermercados (
supermercados." Por que mataram aquele menino? (VTD)
Época, 24.05.99, p.124)
núcleo: livros Ela sorriu calmamente (VI)
> Sujeito Composto; Aquele que possui mais de um Não me deram outra chance (VTDI)
núcleo.
Ex.: Jogadores e torcedores reclamaram da arbitragem
arbitragem. Você precisa de mais estudo. (VTI)
núcleos: jogadores, torcedores
O silêncio acarreta o desprezo (VTD)
> Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: Aquele que não
vem expresso na oração, mas pode ser facilmente
, Ela nem suspeitou de que eu tramara tudo. (VTI)
identificado pela desinência do verbo.
Ex.: "Aonde vou, o que quero da vida?" ( Estado de Minas,
?" -2. Nominal: Tem como núcleo o predicativo, que é ligado
02.07.00, p.21) ao sujeito por meio de verbo de ligação.
Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identificado
nas duas orações: eu. Suas mãos estão frias.
> Sujeito indeterminado: Aquele que não se quer ou não
e Você parece agitado hoje.
se pode identificar.
Ex.: Vive-se melhor em uma cidade pequena.
se - 3. Verbo-Nominal: Tem dois núcleos (um verbo que não
Absolveram o réu. seja de ligação e um predicativo do objeto).
* O sujeito pode ser indeterminado em duas situações: Aquelas pessoas dançavam felizes no salão.
- verbo na terceira pessoa do plural sem sujeito expresso:
Telefonaram por engano para minha casa. . Ninguém me considerou culpado. (*)
- verbo (exceto VTD) na terceira pessoa do singular
acompanhado do pronome SE (índice de indeterminação (*) Predicativo do objeto é uma característica que se atribui
do sujeito): Acredita-se na existência de políticos honestos
se ao complemento do verbo, e não ao sujeito.
Cuidado: Telefonaram para minha casa os meus amigos. Complemento Nominal
> Sujeito inexistente ou oração sem sujeito: A informação Ela tinha aversão a baratas
contida no predicado não se refere a sujeito algum.
Eu moro perto de sua casa.
Ocorre oração sem sujeito quando temos um verbo
impessoal.O verbo é impessoal quando: Não seja contrário a mim.
Indica fenômenos da natureza (chover, nevar, amanhecer, OBS1: OBJETO INDIRETO X COMPLEMENTO
etc.). Ex.: Anoiteceu muito cedo. Choveu muito no Rio de NOMINAL
Janeiro este mês. O homem necessitava de água X O homem tinha
Fazer, ser, estar indicarem tempo cronológico Ex.: Faz
cronológico. necessidade de água
meses que ele não aparece. Já é uma hora da tarde. Está
quente em São Paulo. OBS2: OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO
Haver tiver sentido de existir. Ex.: Havia mulhere na sala.
mulheres
* Verbos impessoais sempre no singular.
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Período Composto
B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração
O Período Composto se caracteriza por possuir mais de principal.
uma oração em sua composição. (sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva
Sendo Assim: direta.
- Eu irei à praia. (Período Simples) Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da
(Período Composto) oração principal.
(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima objetiva indireta.
corresponde a uma oração. Isso implica que o primeiro
exemplo é um período simples, pois tem apenas uma Ex. Lembro-me de que tu me amavas.
me
oração, o outro exemplo é período composto, pois tem
mais de uma oração. D) Completiva Nominal: funciona como complemento
nominal de um termo da oração principal.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração
sujeito)
as orações de um período composto: uma relação de subordinada substantiva completiva nominal.
coordenação ou uma
relação de subordinação. Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.
1) Período composto por coordenação: quando as E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal;
orações não mantêm relação sintática entre si, ou seja, em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem
quando o período é formado por orações sintaticamente após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.
independentes entre si. oração principal + : + oração subordinada substantiva
apositiva.
Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei
, encontrei.
Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a
2) Período composto por subordinação: quando uma felicidade.
oração, chamada subordinada, mantém relação sintática
com outra, chamada principal. F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do
verbo de ligação da oração principal.
a
Ex. Sabemos que eles estudam muito (oração que
muito. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva
funciona como objeto direto) predicativa.
Período Composto por Subordinação Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas
posses.
A uma oração principal podem relacionar-se
relacionar
sintaticamente três tipos de orações subordinadas: Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas
substantivas, adjetivas e adverbiais. por outras palavras:
Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)
I. Orações Subordinadas Substantivas: Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)
São seis as orações subordinadas substantivas, que são Perguntou-se quando ele chegaria.
se
iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, Não sei onde coloquei minha carteira.
se)
Período Composto por Coordenação
A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.
:
Existem três estruturas de oração principal qque se usam Duas orações são coordenadas quando estão juntas em
com subordinada substantiva subjetiva: um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de
verbo de ligação + predicativo + oração subordinada informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
substantiva subjetiva. ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Ex. É necessário que façamos nossos deveres. - Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
verbo unipessoal + oração subordinada substantiva (Período Composto)
subjetiva. Podemos dizer:
Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os
ado
mais comuns são convir, constar, parecer, importar, 1. Estou comprando um protetor solar.
interessar, suceder, acontecer. 2. Irei à praia.
Ex. Convém que façamos nossos deveres. Separando as duas, vemos que elas são independentes.
verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva
subjetiva. É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período
Composto por Coordenação.
Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.
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Quanto à classificação das orações coordenadas, temos • Há casos, porém, em que a concordância foge a regra
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenada
Coordenadas geral. São oscasos especiais
especiais.
Sindéticas.
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL
1. Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas 1. Bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Como
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. advérbio de intensidade (= muito) é invariável: Eles
falam (muito) bastante
bastante.
2. Coordenadas Sindéticas • Como adjetivo concorda com o substantivo:
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, - Você ainda verá bastantes > novidades.
mas que são ligadas através de uma conjunção Macete: Para fazermos à diferenciação basta
coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de substituirmos [bastante] por [muito];
oração uma classificação: se muito variar bastante também ira variar, em
qualquer circunstância: Você
As orações coordenadas sindéticas são classificadas em conheceu muitas pessoas (muitas = bastantes). / Elas
cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas são muitosimpáticas (muito = bastante).
e explicativas. 2. Meio (= um pouco, um tanto) é advérbio
Vejamos exemplos de cada uma delas: e invariável:
- A porta estava meio (um tanto) aberta.
2.1 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: e, nem, não • Significando metade, concordará com o nome a que
,
só… mas também, não só… como, assim… como. se refere:
- Não só cantei como também dancei. - Tomou meia > garrafa de cerveja.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. 3. Anexo, Incluso e Junto são palavras adjetivas e, como
- Comprei o protetor solar e fui à praia. tais, concordam com o nome a que se referem:
oncordam
- Remeto-lhe anexa, inclusa > uma fotocópia do
2.2 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas mas,
rações Adversativas: recibo.
contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, - Remeto-lhe anexos, inclusos juntos > os convites.
inclusos,
assim, senão. - Remeto-lhe anexas, inclusas juntas > as faturas.
inclusas,
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. • Anexo precedido da preposição [em] fica invariável:
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos - Em anexo, seguem as faturas
faturas.
dançando. • Junto (= juntamente, em companhia) é advérbio e
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à invariável:
praia. - Junto (juntamente), envio
envio-lhe duas faturas.
• Junto à / junto de / junto com (= perto de) são
2.3 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas ou…
Alternativas: invariáveis:
ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja. - As certidões seguem junto com / dos /
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. aos documentos.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras 4. É Bom / É Necessário / É Proibido / É Permitido -
diferentes. Estas expressões só concordam com o substantivo se
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
r vierem se este vier precedido de um artigo ou palavra
semelhante; caso contrário, a expressão fica invariável
invariável:
2.4 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: logo, - Água mineral é bom para a saúde.
portanto, por fim, por conseguinte, conseqüentemente. - A água mineral é boa para a saúde
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar. - Virtude é necessário. / A virtude é necessária.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar. - Sua demissão não foi boa para o governo.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. - Bebida alcoólica é proibido. / A bebida alcoólica
é proibida
2.5 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: isto é,
ou seja, a saber, na verdade, pois.
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. Regência Verbal
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
do
- Não fui à praia pois queria descansar durante o Domingo. É a relação entre o verbo (termo regente) e o seu
complemento (termo regido), orientada pela transitividade
Regência Nominal dos verbos, que podem se apresentar diretos ou indiretos,
ou seja, exigindo um complemento na forma de objeto
O adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral e direto ou indireto.
pronome) concordam em gênero e número com o Lembrando que o OBJETO DIRETO é o complemento do
substantivo a que se refere. verbo que não possui preposição e que também pode ser
i
Ex: representado pelos pronomes oblíquos "o", "a", "os", "as".
- Revistas novas. (Feminino - Feminino, Plural - Plural). Já o OBJETO INDIRETO vem acrescido de preposição e
igualmente pode ser representado pelos pronomes "lhe",
- Aqueles / dois / meninos / estudiosos / leram / os / livros
livros. "lhes". Cuidado, porém, com alguns verbos, como "assisti
"assistir"
Pronome numeral substantivo Adjetivo e "aspirar", que não admitem o emprego desses
verbo art. substantivo pronomes.
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Os pronomes "me", "te", "se", "nos" e "vos" podem,
entretanto, funcionar como objetos diretos ou indiretos. b) no sentido de estimar, ter afeto: usa
usa-se com a
ATENÇÃO: Muitas vezes alguns verbos podem apresentar preposição a.
diferentes regências sem que seus se sentidos sejam Ex.: Quero muito aos meus amigos.
os
alterados ou, ao contrário, acarretando diferentes 6 - Proceder
significados e acepções. a) no sentido de ter fundamento: usa
usa-se sem preposição.
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e Ex.: Suas queixas não procedem
procedem.
não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte. b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a
se,
2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição de.
preposição em. Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de
Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa respeito ao próximo.
Catarina.
3- Namorar – não se usa com preposição. c) no sentido de dar início, executar: usa
usa-se a preposição
Ex.: Joana namora Antônio. a.
4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a. Ex.: Os detetives procederam a uma investigação
Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O criteriosa.
aluno desobedeceu ao professor. 7 - Pagar/ perdoar
5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com. a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não
Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu exigem preposição. Ex.: Ela pagou a conta do
professor de História. restaurante.
6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo
que um usa-se sem preposição e o outro com a preposiç
se preposição b) se tem por complemento palavra que denote pessoa:
a. são regidos pela preposição a. Ex.: Perdoou a todos,
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica. 8 - Informar
Verbos que apresentam mais de uma regência a) no sentido de comunicar, avi
avisar, dar informação: admite
1 - Aspirar duas construções:
a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem
se 1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido
preposição. Ex.:Aspirou o ar puro da manhã. pelas preposições de ou sobre). Ex.: Informou todos do
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição ocorrido.
a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava
aspirava. 2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e
2 - Assistir direto de coisa. Ex.: Informou a todos o ocorrido.
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa
usa- 9 - Implicar
se sem preposição. a) no sentido de causar, acarretar: usa
usa-se sem preposição.
Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos. Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa usa-se com dois
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. complementos, um direto e um indireto com a prepo preposição
Ex.: Não assistimos ao show. em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
) c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.
Ex.: Assiste ao homem tal direito. Ex.: Implica com ela todo o tempo.
10- Custar
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela
preposição em. preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o problema.
o
Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
3 - Esquecer/lembrar b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa
usa-se
a- Quando não forem pronominais: são usados sem sem preposição. Ex.: O carro custou-me todas as
preposição. economias.
Ex.: Esqueci o nome dela.
b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa
usa-se sem
de. preposição.
Ex.: Lembrei-me do nome de todos. Ex.: Imóveis custam caro.
4 - Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.:
se
Disparou o tirovisando o alvo.
b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
se
Ex.: Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela
preposição a.
Ex.: Viso a uma situação melhor.
5 - Querer
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição.
se
Ex.: Quero viajar hoje.
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PROVAS DE VESTIBULARES Questão 32
Observado o valor semântico da palavra “força” no 4o
UERJ 2000 parágrafo, é correto afirmar que ela tem o mesmo sentido
que:
Texto I (A) vigor
(...) publicou-se há dias o recenseamento do
se (B) motivo
Império, do qual se colige que 70% da nossa população (C) robustez
não sabem ler. (D) obrigação
Gosto dos algarismos, porque não são de meias
medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu Questão 33
nome, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, A conseqüência de o povo não saber ler, segundo o Texto
não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras I, está corretamente expressa em:
fizeram-se para frases; o algarismo não tem frases, nem
se (A) jazer em profunda ignorância, por votar do mesmo
retórica. modo que respira ou como vai à festa da Penha
Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, (B) ignorar o Sr. Meireles Queles, por fazer parte dos 30%
querendo falar do nosso país, dirá: de residentes no país que jazem em profunda ignorância
tes
– Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de
uição (C) desconhecer a Constituição e as leis do país, por
um povo o seu destino, força é que este povo caminhe serem coisas absolutamente ilegíveis e estimuladoras de
para o futuro com as bandeiras do progresso desfraldadas. uma revolução
A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras (D) não poder exercer conscientemente a cidadania, por
são a representação nacional. A opinião pública deste país desconhecer as propostas dos can candidatos a cargos
é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e
gistrado eletivos e a própria Constituição
das coisas. Peço à nação que decida entre mim e o Sr.
Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o Questão 34
direito a todos superior a todos os direitos. Observe a concordância verbal nos trechos abaixo:
A isto responderá o algarismo com a maior 70% da nossa população não sabem ler (linhas 1 e 2)
simplicidade: 9% não lêem letra de mão (linha 16)
– A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram
residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não (linha 18)
lêem letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. os 30% nos ouvem (linha 28)
Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber Sobre o assunto, assim se expressa Evanildo Bechara:
o que ele vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se “Nas linguagens modernas em que entram expressões
realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos numéricas de porcentagem, a tendência é fazer
votam do mesmo modo que respiram: sem saber porque concordar o verbo com o termo preposicionado que
nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, – por especifica a referência numérica.”
divertimento. A Constituição é para eles uma coisa (BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio
inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma de Janeiro: Lucerna, 1999.)
revolução ou um golpe de Estado. Considerando essa lição gramatical, pode
pode-se concluir que
Replico eu: também estaria adequada a seguinte construção:
– Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições... (A) 70% da nossa população não sabe ler
– As instituições existem, mas por e para 30% dos (B) 9% não lê letra de mão
cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se (C) 70% dos cidadãos vota do mesmo modo que respira
deve dizer: “consultar a nação, representantes da nação,
o, (D) os 30% nos ouve
os poderes da nação”; mas – “consultar os 30%,
representantes dos 30%, poderes dos 30%”. A opinião Questão 35
pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos “As letras fizeram- se para frases” (linha 5) A única
30%. Um deputado que disser na Câmara: “Sr. Presidente, alternativa em que a palavra “se” tem o mesmo valor
falo deste modo porque os 30% nos ouvem...” dirá uma
ue morfossintático que no trecho acima é:
coisa extremamente sensata. (A) “Seja como for, sempre se morre, muitas vezes um
E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se minuto depois de dizer: Vou ali e volto já.” (Millôr
ele falar desse modo, porque nós não temos base segura Fernandes)
para os nossos discursos, e ele tem o recenseamento. (B) “Enquanto houver escrita e memória as coisas que se
(ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. foram voltarão sempre.” (Affonso Romano de Sant’anna)
III, 1969.) (C) “Certamente os leitores conhecem o texto da
Constituição Federal em que se permite a livre
Questão 31 manifestação do pensamento pela imprensa.” (Graça
A apresentação do “Sr. Algarismo” como personagem Aranha)
enfatiza a: (D) “Uma das pragas nas relações humanas é a cobrança
(A) auto-suficiência opinativa do eu-lírico que todos se sentem no direito de fazer sobre aqueles que
(B) justeza da representação política no Brasil preferem pensar com a própria cabeça.” (Carlos Heitor
(C) comprovação numérica de suas afirmativas Cony)
(D) inexistência de raciocínios contrários ao do narrador
D)
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Questão 36 Observe a charge abaixo: Questão 37
O texto de Oswald de Andrade critica a estética naturalista
porque:
(A) as pessoas que desejassem sair nas procissões
poderiam fazer poesia e ingressar nas escolas de Belas
Belas-
Artes
(B) os novos meios técnicos tornaram acessível a todos a
possibilidade de representação da realidade
(C) o fenômeno de democratização estética acarretou
o
prerrogativas como a da misteriosa genialidade de olho
virado
(D) as meninas de todos os lares tiveram acesso às idéias
naturalistas de representação da realidade e viraram
escritoras
Questão 38
“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já
ma
havia o poeta parnasiano.” (linha 9)
Comparando o texto de Machado de Assis com a charge
Nesse trecho a opção pelo emprego do travessão evita a
de Henfil, verificamos que ambos têm em comum uma
utilização explícita de um conectivo entre as duas orações.
denúncia do analfabetismo no Brasil. Ao tematizar o
Mantidos o sentido original e a coerência textual, o autor
analfabetismo, o Texto I e a charge ref referem-se,
poderia ter optado pelo uso da seguinte conjunção:
respectivamente, aos seguintes elementos:
(A) pois
(A) sistema eleitoral do Império – desejo de acesso à
(B) quando
leitura
(C) entretanto
(B) análise apurada da Constituição – leitura simplificada
(D) se bem que
dos avisos
(C) descrença absoluta nas estatísticas – exaltação da
Questão 39
palavra escrita
O modo de produção textual dos parnasianos, citado no
(D) justificativa da soberania nacional – composição de
Manifesto da Poesia Pau Pau-Brasil, está explicitado no
tipos nordestinos
seguinte fragmento de outro autor:
(A) Sim: letra e nuvem
TEXTO II
lutam com os sonhos
MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL
Pela posse do poema.
(fragmento)
(B) Quero que a estrofe cristalina,
Lançado por Oswald de Andrade, no Correio da Manhã Manhã,
Dobrada ao jeito
em 18 de março de 1924.
Do ourives, saia da oficina
Houve um fenômeno de democratização estética
Sem um defeito.
nas cinco partes sábias do mundo. InstituíraInstituíra-se o
(C) É mineral o papel
naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã
onde escrever
mesmo não prestava. A interpretação do dicionário oral
o verso; o verso
das Escolas de Belas-Artes queria dizer reproduzir
Artes
que é possível não fazer.
igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todo os
todos
(D) A graça nobre e grave do qquarteto
lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E
Recebe a original intolerância,
com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e
Toda a sutil, secreta extravagância
da misteriosa genialidade de olho virado – o artista
Que transborda terceto por terceto
fotógrafo.
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de
Questão 40
folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas.
Duas características da poesia modernista que aparecem
Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E
sugeridas no último parágrafo do Manifesto da Poesia Pau
Pau-
a ironia eslava compôs para a Playela. Stravinski.
Brasil são:
A estatuária andou atrás. As procissões saíram
(A) incorporação da temática cotidiana – enfoque no
poração
novinhas das fábricas.
presente
Só não se inventou uma máquina de fazer versos
(B) valorização dos encontros familiares – enaltecimento
– já havia o poeta parnasiano.
da natureza
(...)
(C) aproveitamento do elemento musical – retrato de cenas
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro
puro.
familiares
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são
(D) citação jornalística da realidade – reprodução do
volumes sob a luz.
noticiário histórico
A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar
Brasil
domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida
Questão 41
das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para
as,
Quanto ao processo de formação, a palavra “estatuária”
flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o
(linha 8) é classificada do mesmo modo que:
presente.
(apud TELES, Gilberto M. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro.
(A) algarismo (Texto I)
Petrópolis: Vozes, 1977.) (B) desconhecida (Texto I)
Português 8
9. Pré-Universit
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(C) pirogravura (Texto II) Questão 43
(D) domingueira (Texto II) Nas orações do poema de Cassiano Ricardo, observa
observa-se o
uso de:
Questão 42 (A) linguagem culta
“A opinião pública é uma metáfora sem base.” (B) discurso indireto livre
“A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira,”
Brasil (C) pontuação inadequada
Compare os trechos acima com as duas frases iniciais do (D) inversão entre os termos
cartaz:
Questão 44
A repetição da palavra “homem” na segunda estrofe
exemplifica a seguinte característica:
(A) variação semântica
(B) vício de linguagem
(C) reiteração expressiva
(D) onomatopéia modernista
Questão 45
O eu-lírico no texto de Cassiano Ricardo expressa uma
lírico
definição sobre a elaboração da poesia. Ess definição é
Essa
semelhante ao conteúdo do seguinte fragmento:
(A) “Como varia o vento – o céu – o dia, / Como estrelas e
nuvens e mulheres, / Pela regra geral de todos seres, /
A estrutura sintática das quatro frases está explicada de Minha lira também seus tons varia, / e sem fazer esforço
forma adequada na seguinte alternativa: ou maravilha.” (Álvares de Azevedo)
(A) As quatro frases apresentam núcleos predicativos de (B) “O artista intelectual sabe que o trabalho é a fonte da
mesma classe gramatical. criação e que a uma maior quantidade de trabalho
(B) As frases do cartaz têm estrutura predicativa diferente corresponderá uma maior densidade de riquezas.” (João
das outras, pelo uso de linguagem figurada. Cabral de Melo Neto)
(C) A única frase cujo predicativo está representado sob a (C) “[Minhas poesias] não têm unidade de pensamento
forma de oração é a que contém a expressão “é que são
orma entre si, porque foram compostas em épocas diversas –
i,
elas”. debaixo de céu diverso – e sob a influência de impressões
(D) Os termos “uma metáfora sem base”, “uma sala de momentâneas.” (Gonçalves Dias)
jantar domingueira” e “simples” desempenham a mesma (D) “Um dia (...) tive saudades da casa paterna e chorei.
função predicativa. As lágrimas correram e fiz os primeiros versos da minha
vida, que intitulei – Às Ave-Maria: – a saudade havia sido a
Maria:
TEXTO III minha primeira musa.” (Casimiro de Abreu)
UERJ 2005
Texto I
GAVETA DOS GUARDADOS
A memória é a gaveta dos guardados. Nós somos
o que somos, não o que virtualmente seríamos capazes de
ser.
Minha bagagem são os meus sonhos. Fui o poeta
das ruas, das vielas silenciosas do Rio, antes que se
tornasse uma cidade assolada pela violência. Sempre fui
ligado à terra, ao meu pátio.
No Rio Grande do Sul estou no colo da mãe. Creio
que minha fase atual, neste momento, em 1993, reflete a
eterna solidão do homem.
A obra só se completa e vive quando expressa.
Nos meus quadros, o ontem se faz presente no agora.
Lanço-me na pintura e na vida por inteiro, como um
me
mergulhador na água. A arte é também história. E
expressa a nossa humanidade. A arte é intemporal,
essa
embora guarde a fisionomia de cada época. Conheci em
Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não freqüentava
museus para não perder a personalidade, esquecendo que
(RICARDO, Cassiano. Jeremias Sem-Chorar. Rio de Janeiro: Jo
Chorar. José
só se perde o que se tem.
Olympio, 1964.)
(...)
Português 9
10. Pré-Universit
Universitário Popular da UFF
A memória é a gaveta dos guardados, repito para Na velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do
se
sublinhar. O clima dos meus quadros vem da solidão da espírito.
campanha, do campo, onde fui guri e adolescente. Na As duas idéias presentes nesse fragmento estabelecem
velhice perde-se a nitidez da visão e se aguça a do
se relação semântica de:
espírito. (A) alternância
A memória pertence ao passado. É um registro. (B) implicação
Sempre que a evocamos, se faz presente, mas permanece
re (C) explicação
intocável, como um sonho. A percepção do real tem a (D)oposição
concreteza, a realidade física, tangível. Mas como os
instantes se sucedem feito os tique-taques do relógio, eles
taques Questão 04
vão se transformando em passado, em memó memória, e isso é Escrever pode ser, ou é, a necessidade de tocar a
tão inaferrável* como um instante nos confins realidade que é a única segurança de nosso estar no
do tempo. mundo – o existir. É difícil, se não impossível, precisar
Escrever pode ser, ou é, a necessidade de tocar a quando as coisas começam de dentro de nós.
realidade que é a única segurança de nosso estar no Esse parágrafo relaciona-se com o parágrafo anterior, pela
se
mundo – o existir. É difícil, se não impossível, precisar associação de:
quando as coisas começam dentro de nós.
entro (A) registro e dor
(...) (B) texto e verdade
A vida dói... Para mim o tempo de fazer perguntas (C) escrita e passado
passou. Penso numa grande tela que se abre, que se me (D)literatura e solidão
oferece intocada, virgem. A matéria também sonha.
Procuro a alma das coisas. Nos meus quadros o ontem se
faz presente no agora. A criação é um desdobramento
iação OLHOS DE RESSACA
contínuo, em uníssono com a vida. O autoauto-retrato do pintor
é pergunta que ele faz a si mesmo, e a resposta também é Enfim, chegou a hora da encomendação e da
interrogação. A verdade da obra de arte é a expressão que partida. Sancha quis despedir
despedir-se do marido, e o desespero
ela nos transmite. Nada mais do que isso! daquele lance consternou a todos. Muitos homens
choravam também, as mulheres todas. Só Capitu,
* Pode ser entendido como “inalcançável”.
endido amparando a viúva, parecia vencer vencer-se a si mesma.
FOLHA DE SÃO PAULO, 09/05/1998 Consolava a outra, queria arrancá
arrancá-la dali. A confusão era
(CAMARGO, Iberê. In: NESTROVSKI, Arthur (Org.). Fig
Figuras do Brasil: 80
geral. No meiodela, Capitu olhou alguns instantes para o
a,
autores em 80 anos de Folha. São Paulo: Publifolha, 2001.)
cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não
Questão 01 admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas.
A memória é a gaveta dos guardados As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela;
A frase acima expressa a importância das experiências
essa Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente
as
individuais na criação artística. que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e
A passagem do texto em que mais facilmente se percebe o quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também.
la;
vínculo entre memória e obra de arte é: Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o
(A) “A obra só se completa e vive quando expressa.” defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras
(B) “Nos meus quadros, o ontem se faz presente no desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora,
agora.” como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
(C) “Lanço-me na pintura e na vida por inteiro,”
me (ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo 123. São Paulo: Martin
Claret, 2004.)
(D)“A percepção do real tem a concreteza, a realidade
física,”
Questão 05
Questão 02 O personagem-narrador do romance Dom Casmurro
narrador
Conheci em Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não encontra-se, no capítulo transcrito, angustiado p
se, pela dúvida:
freqüentava museus para não perder a o possível adultério de sua esposa, Capitu, com seu
personalidade, esquecendo que só se perde o que se tem. melhor amigo, cujo velório ora se narra. O título “Olhos de
No quarto parágrafo, o fragmento acima constitui uma Ressaca” pode ser justificado pela seguinte passagem:
estratégia utilizada pelo autor para desconstruir um (A) “Capitu olhou alguns instantes para o cadáver”
determinado ponto de vista contrário ao seu. Essa (B) “olhando a furto para a gente que estava na sala.”
estratégia e a justificativa para seu uso estão definidas na
stificativa (C) “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá
levá-la;”
seguinte alternativa: (D)“como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
(A) exemplo – demonstração irônica do vínculo entre arte e “
história Questão 06
(B) paralelismo – destaque retórico da experiência No texto, a descrição dos fatos não é objetiva, pois temos
individual e coletiva acesso aos traços e às ações dos demais personagens
(C) reiteração – valorização excessiva do elo ent cultura
entre apenas por meio do olhar comprometido do personagem
personagem-
e humanidade narrador.
(D)comparação – fundamentação lógica da relação entre o A alternativa que indica uma estratégia utilizada pelo
artista e sua criação personagem-narrador para expressar um ponto de vista
narrador
individual dos fatos e a passagem que a exemplifica é:
Questão 03 (A) enumeração de ações – “Consolava a outra, queria
ções
arrancá-la dali.”
Português 10
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(B) seleção de adjetivos e advérbios – “tão fixa, tão (D)baixa freqüência de verbos, exprimindo a inércia do eu
apaixonadamente fixa,” lírico
(C) narração em 1ª pessoa – “As minhas cessaram logo.”
(D)imprecisão cronológica – “Momento houve em que os Questão 10
olhos de Capitu fitaram o defunto,” Engenho de febre
Sono e lembrança
Questão 07 Que arma
(...) não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e E desarma minha morte
caladas. Em armadura de treva.
As minhas cessaram logo. A ausência de pontuação nessa última estrofe do poema
Nessa passagem, encontra-se um recurso de coesão
se pode nos levar a diferentes leituras do texto. A única
textual em que o termo sublinhado é retomado por meio de interpretação incoerente desse trecho é apresentada em:
elipse. Esse mesmo recurso é empregado em: (A) Engenho de febre e de sono, e lembrança que arma e
(A) “quis despedir-se do marido, e o desespero daquele
se desarma minha morte em armadura de treva.
lance consternou a todos.” (B) Engenho de febre, de sono e de lembrança, a qual
re,
(B) “Muitos homens choravam também, as mulheres arma e desarma minha morte em armadura de treva.
todas.” (C) Engenho de febre, de sono e de lembrança, o qual
(C) “Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá
levá-la;” arma e desarma minha morte em armadura de treva.
(D)“quais os da viúva, sem o pranto nem pa
palavras desta,” (D)Engenho de febre, engenho que é sono e lembrança, e
que arma e desarma minha morte em armadura de treva.
rma
Com base no texto abaixo, responda às questões de
números 08 a 10. Com base no texto abaixo, responda às questões de
números 11 a 13.
O CORPO
Acrobata enredado PALAVRAS ALADAS
Em clausura de pele
Sem nenhuma ruptura Silêncio era a coisa de que aquele rei mais
Para onde me leva gostava. E de que, a cada dia, mais parecia gostar.
Sua estrutura? Qualquer ruído, dizia, era faca em sseus ouvidos. Por isso,
muito jovem ainda, mandou construir altíssimos muros ao
Doce máquina redor do castelo. E logo, não satisfeito, ordenou que por
Com engrenagem de músculos cima dos muros, e por cima das torres, por cima dos
Suspiro e rangido telhados e dos jardins, passasse imensa redoma de vidro.
O espaço devora (...)
Seu movimento Mas se os sons não podiam entrar, verdade é que
(Braços e pernas também não podiam sair. Qualquer palavra dita, qualquer
sem explosão) espirro, soluço, canto, ficava vagando prisioneiro do
castelo, sem que lhe fossem de valia fresta de janela ou
Engenho de febre porta esquecida aberta. Pois se ainda era po
possível escapar
Sono e lembrança às paredes, nada os libertava da redoma.
Que arma Aos poucos, tempo passando sem que ninguém
E desarma minha morte lhe ouvisse os passos, palavras foram se acumulando
Em armadura de treva. pelos cantos, frases serpentearam na superfície dos
ARMANDO FREITAS FILHO móveis, interjeições salpicaram as tapeçarias, um mi miado
http://geocities.yahoo.com.br/jerusalem_13/armandofreitasfilho.html
de gato arranhou os corredores.
E tudo teria continuado assim, se um dia, no exato
Questão 08 momento em que sua majestade recebia um embaixador
No poema, o eu lírico desenvolve, empregando diferentes estrangeiro, não atravessasse a sala do trono uma frase
imagens, a idéia de corpo como clausura. Isso não ocorre desgarrada. Frase de cozinheiro que, sobrepondo
sobrepondo-se aos
no seguinte verso: elogios reais, mandou o embaixador depenar, bem
s
(A) “Acrobata enredado” (v. 1) depressa, uma galinha.
(B) “Sem nenhuma ruptura” (v. 3) Mais do que os ouvidos, a frase feriu o orgulho do
(C) “Com engrenagem de músculos” (v. 7) rei. Furioso, deu ordens para que todos os sons usados
(D)“Em armadura de treva.” (v. 17) fossem recolhidos, e para sempre trancados no mais
profundo calabouço.
Questão 09 Durante dias os cortesãos empenharam
empenharam-se
A concisão é uma das características que mais se naquele novo esporte que os levava a sacudir cortinas e a
destacam na estrutura do poema. rastejar sob os móveis. A audição certeira abatia
Essa concisão pode ser atribuída a: exclamações em pleno vôo, algemava rimas, desentocava
(A) clara ausência de conectivos, explorando a sonoridade cochichos. Uma condessa encheu um cesto com um cento
do poema de acentos. Um marquês de monóculo fez montinhos de
m
(B) pouco uso de metáforas, enfatizando a fragmentação monossílabos. E houve até quem garantisse ter apanhado
dos versos entre os dedos o delicado não de uma donzela. Enfim,
(C) abrupta mudança de versos, reforçando a lógica das divertiram-se tanto, tão entusiasmados ficaram com a
se
idéias
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tarefa, que acabaram por instituir a Temporada Anual de uma dessas marcas e o tipo de relação estabelecida por
Caça à Palavra. ela é:
De temporada em temporada, esvaziavaesvaziava-se o (A) “Silêncio era a coisa de que aquele rei mais gostava. E
castelo de seus sons, enchia-se o calabouço de
se de que, a cada dia, mais parecia gostar.” – comprovação
conversas. A tal ponto que o momento chegou em que ali (B) “Mas se os sons não podiam entrar, verdade é que
não cabia mais sequer o quase silêncio de uma vírgula. E também não podiam sair.” – correção
o Mordomo Real viu-se obrigado a transferir secretamente
ferir (C) “Aos poucos, tempo passando sem que ninguém lhe
parte dos sons para aposentos esquecidos do primeiro ouvisse os passos, palavras foram se acumulando pelos
andar. cantos,” – temporalidade
Foi portanto por acaso que o rei passou frente a (D)“Foi portanto por acaso que o rei passou frente a um
um desses cômodos. E passando ouviu um murmúrio, desses cômodos.” – conclusão
rasgo de conversa. Pronto a reclamar, já a mão pousava
na maçaneta, quando o calor daquela voz o reteve. E Com base na propaganda abaixo, responda às questões
inclinado à fechadura para melhor ouvir, o rei colheu as de números 14 e 15.
lavas, palavras, com que um jovem, de joelhos talvez,
derramava sua paixão aos pés da amada.
A lembrança daquelas palavras pareceu voltar ao
rei de muito longe, atravessando o tempo, ardendo
sando
novamente no peito. E em cada uma ele reconheceu com
surpresa sua própria voz, sua jovem paixão. Era sua
aquela conversa de amor há tantos anos trancada. Fio da
longa meada do passado, vinha agora envolvê
envolvê-lo, religá-lo
a si mesmo, exigindo sair de calabouços. (...)
igindo
– Que se derrube a redoma! – lançou então o rei
com todo o poder de seus pulmões. – Que se abatam os
muros!
E desta vez vai o grito por entre o estilhaçar, (INFANTE, Ulisses. Curso de gramát
gramática: aplicada aos textos. São Paulo:
subindo, planando, pássaro-grito que no azul se afasta,
grito Scipione, 2001.)
trazendo atrás de si em revoada frases, cantigas,
epístolas, ditados, sonetos, epopéias, discursos e recados, Questão 14
e ao longe – maritacas – um bando de risadas. Sons que O anúncio, concebido para uma campanha contra drogas,
no espaço se espalham levando ao mundo a vida do utiliza pouco a linguagem verbal.
castelo, e que, aos poucos, em liberdade se vão. Entretanto, o elemento verbal utilizado nesse anúncio
ganha força pela seguinte razão:
(COLASANTI, Marina. Doze reis e a moça no labirinto do vento. São
COLASANTI, (A) explora o campo sonoro da língua, desvinculando a
ampo
Paulo:
Global, 1999.)
imagem do som
(B) é ambivalente, evocando a designação de uma droga e
Questão 11 as conseqüências de seu uso
O título do texto – “Palavras Aladas” – relaciona
relaciona-se com a (C) constitui um neologismo, levando ao estranhamento do
idéia de: receptor e à aversão às drogas
(A) liberdade de expressão (D)apresenta clareza, evidencia
evidenciando as marcas do
(B) efemeridade do poder desolamento e da solidão no rosto da pessoa retratada
(C) fragilidade dos sentidos
(D)fragmentação da linguagem Questão 15
O emprego de ponto ao final da palavra crack, no anúncio,
Questão 12 é um recurso utilizado para mostrar que:
A exploração da linguagem simbólica é uma das (A) a legenda constitui enunciado completo, expressando
características dos contos de fadas. idéia de princípio, meio e fim
,
O uso dessa linguagem está presente na seguinte (B) a mensagem tem caráter moralizante, ressaltando o
passagem: potencial destrutivo das drogas
(A) “mandou construir altíssimos muros ao redor do (C) a construção fere a norma padrão da língua,
castelo.” enfatizando o impacto da mensagem
(B) “Mas se os sons não podiam entrar, verdade é que (D)a palavra adquire valor onomatopéico, reproduzindo o
também não podiam sair.” som da fratura presente na imagem
ente
(C) “Furioso, deu ordens para que todos os sons usados
fossem recolhidos,”
(D)“E em cada uma ele reconheceu com surpresa sua UERJ 2006
própria voz,” Tema : Autoridade e Poder
Questão 13 O LÌDER
Para manter a progressão, o texto apresenta uma série de
marcas lingüísticas que estabelecem, por meio de O sono do líder é agitado. A mulher sacode até
sacode-o
encadeamentos sucessivos, diferentes tipos de relações acordá-lo do pesadelo. Estremunhado, ele se levanta,
lo
entre suas partes. A alternativa que apresenta sublinhada bebe um gole de água. Diante do espelho refaz uma
expressão de homem de meia
meia-idade, alisa os cabelos das
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têmporas, volta a se deitar. Adormece e a agitação
recomeça. “Não, não!” debate-se ele com a garganta seca.
se Questão 3
O líder se assusta enquanto dorme. O povo O texto clariceano nos conta uma história de caráter
ameaça o líder? Não, pois se líder é aquele que guia o universal. Uma das estratégias para alcançar esse efeito
povo exatamente porque aderiu ao povo. O povo ameaça
o. de universalidade está relacionada com a seguinte
o líder? Não, pois se o povo escolheu o líder. O povo característica do texto:
ameaça o líder? Não, pois o líder cuida do povo. O povo (A) ausência de foco narrativo
a
ameaça o líder? Sim, o povo ameaça o líder do povo. O (B) exploração das seqüências descritivas
líder revolve-se na cama. De noite ele tem medo. Mas o
se (C) indeterminação do contexto espacial
pesadelo é um pesadelo sem história. De noite, de olhos
elo (D) especificação das circunstâncias temporais
fechados, vê caras quietas, uma cara atrás da outra. E
nenhuma expressão nas caras. É só este o pesadelo, Questão 4
apenas isso. Mas cada noite, mal adormece, mais caras É uma sucessão de caras iguais como na repetição
quietas vão se reunindo às outras, como na fotografia de monótona de um rosto só. Nas caras não há senão a
uma multidão em silêncio. Por quem é este silêncio? Pelo
a inexpressão. (l. 22 - 24) Embora não marcada
líder. É uma sucessão de caras iguais como na repetição lingüisticamente, há uma relação semântica clara entre os
monótona de um rosto só. Nas caras não há senão a dois períodos apontados acima. Essa relação pode ser
inexpressão. A inexpressão ampliada como em fotografia explicitada pelo emprego do conectivo indicado em:
ampliada. Um painel e cada vez com maior número de (A) mas
caras iguais. É só isso. Mas o líder se cobre de suor diante (B) quando
da visão inócua de milhares de olhos vazios que não (C) embora
pestanejam. Durante o dia o discurso do líder é cada vez (D) porque
mais longo, ele adia cada vez mais o instante da chave de
ouro. Ultimamente ataca, denuncia, denuncia, denuncia, Questão 5
esbraveja e quando, em apoteose, termina, vai para o “Sonhou que era um líder de pessoas vivas.” Em relação
banheiro, fecha a porta e, uma vez sozinho, encosta
encosta-se à ao sentimento do líder, a interpretação que melhor se
porta fechada, enxuga a testa molhada com o lenço. Mas aplica ao fragmento apresentado é:
tem sido inútil. De noite é sempre maior o número (A) temia o fim de sua autoridade
silencioso. Cada noite as caras aproximam
encioso. aproximam-se um pouco (B) planejava a divisão de seu poder
mais. Cada noite ainda um pouco mais. Até que ele já lhes (C) adiava a cobrança de seus deveres
sente o calor do hálito. As caras inexpressivas respiram – (D) desejava a morte de seus liderados
o líder acorda num grito. Tenta explicar à mulher: sonhei
que... sonhei que... Mas não tem o que contar. Sonhou que
em Balada do Rei das Sereias
era um líder de pessoas vivas.
(LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992.)
. O rei atirou
Seu anel ao mar
Questão 1 E disse às sereias:
Esse texto de Clarice Lispector nos leva à reflexão sobre a – Ide-o lá buscar,
responsabilidade e a tensão inerentes ao papel do líder. Que se o não trouxerdes,
Tal reflexão é desencadeada pela inquietação e pelo medo Virareis espuma
do personagem principal. Das ondas do mar!
O desconhecimento das origens desses sentimentos que
afligem o líder evidencia-se na seguinte passagem:
se Foram as sereias,
(A) “Não, pois se o povo escolheu o líder.” Não tardou, voltaram
(B) “Mas o pesadelo é um pesadelo sem história.” Com o perdido anel.
(C) “Durante o dia o discurso do líder é cada vez mais Maldito o capricho
longo,” De rei tão cruel!
(D) “Até que ele já lhes sente o calor do hálito.”
O rei atirou
Questão 2 Grãos de arroz ao mar
No segundo parágrafo do texto, há uma pergunta que se E disse às sereias:
repete – O povo ameaça o líder? – Ide-os lá buscar,
Essa pergunta é respondida por uma série de negativas, Que se os não trouxerdes,
que culminam, contudo, em uma resposta afirmativa, no Virareis espuma
início do terceiro parágrafo – Sim, o povo ameaça o líder Das ondas do mar!
do povo. (l. 14) Todavia, esse jogo entre opostos não
constitui contradição. A justificativa que valida e
essa Foram as sereias
estrutura de argumentação está descrita em: Não tardou, voltaram,
(A) as negativas são falsas, porque se baseiam em fatos Não faltava um grão.
irrelevantes Maldito o capricho
(B) a afirmativa é inverossímil, porque se reforça por uma Do mau coração!
repetição
(C) as negativas são possíveis, pois se vinculam a O rei atirou
condições Sua filha ao mar
(D) a afirmativa é falaciosa, pois se estrutura em ironia
rmativa E disse às sereias:
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