3. ÍNDICE>
>
4 - - - - - - - - - - - - - - NOSSA PEGADA
7 - - - - - - - - - - - - - - ECO AJUDA
11 - - - - - - - - - - - - - - MOLDA
14 - - - - - - - - - - - - - - TRAMPO
18 - - - - - - - - - - - - - - NO RITMO
20 - - - - - - - - - - - - - - RAPIDINHAS
22 - - - - - - - - - - - - - - VÁ PASSEAR
24 - - - - - - - - - - - - - - NO MOMENTO
Onde é que tá
Apoio
Agradecimentos
Agradecemos as ONG’s Comunidade Cidadã e Cidade Escola Apren-
diz, ao CENPEC e ao Itaú Social. A Sorveteria Oprê, pelo espaço cedido
para o lançamento da primeira edição da revista. Agradecemos, tam-
bém, pela orientação, revisão e paciência da Lorena Moreira, e o apoio
da Vânia Correia. E ao colaborador, de última hora, Daniel Pig Man-
tovani. A toda equipe da Zong, que se manteve responsável e envolvido
durante todo o processo de produção da revista. E a todos aqueles
que nos ajudaram de alguma forma, que torceram e estiveram conosco,
muito obrigada.
Revista ZONG!
Juventude em movimento!
4. Quando um pequeno gesto
Projeto Anchieta prova que nada é impossível, e que não
devemos ficar parados só esperando que o mundo se torne
melhor
Podemos sonhar, acreditar e
concretizar nossos sonhos.
Mesmo que no começo sejam
pequenos gestos, no futuro
eles podem se tornar grandes
realizações. O Grupo Itápolis
– Projeto Anchieta é um exem-
plo disso.
NOSSAPEGADA>
>
Texto Natália Nascimento
Fotografia Natália Nascimento
Com um espaço de 220 mil
metros quadrados preserva-
dos e recuperados da Mata
Atlântica, o projeto tem como
objetivo reintegrar socialmente
seus usuários, proporcionando
uma nova perspectiva de vida
a crianças, jovens e familiares
que se encontram em situação
de risco.
Trabalhando suas aptidões, os
freqüentadores do projeto de-
senvolvem capacidades para
realizar seus desejos.
Este ano a instituição comple-
tou 14 anos de existência, e
já beneficiou cerca de 8.000
pessoas. Ao longo dos anos,
atendeu diretamente 800 crian-
ças, adolescentes e jovens no
bairro Jardim Belcito, distrito do
Grajaú, atingindo indiretamente
7.200 pessoas, incluindo famili-
4
5. o torna-se uma grande ação
ares e a comunidade local.
Leda Maria da Silva, uma das
fundadoras do projeto, se sen-
te realizada, “É uma felicidade
imensa”, comemora.
Hoje em dia, dentro do espaço
Anchieta, acontecem inúmeros
projetos, entre eles o Programa
Jovens Urbanos, que atende 60
jovens de 16 a 21 anos.
O objetivo do PJU é ampliar
o repertório sócio-cultural de
jovens moradores de regiões
metropolitanas, promovendo
atividades tecnológicas com
assessores, intervenções, ativi-
dades culturais, entre outras.
Este é um belo gesto, pois
seus fundadores abraçaram
essa idéia e, com muita garra,
lutaram para chegar ao que é
hoje um imenso projeto.
5
6. Dentro do espaço Anchieta acontecem inúmeros
projetos, conheça alguns deles
Projeto de Preparação para
o Trabalho desenvolve a pro-
fissão de marceneiro, atende 50
adolescentes de 13 a 17 anos.
É conveniado com a Secretaria
Especial para Participação e
Parceria (SEPP) e Fundo Mu-
nicipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente (FUMCAD).
Projeto Guri e Arquimedes
tem parceria com a Secretaria
Estadual da Cultura. Atende
jovens de 15 a 18 anos, que
aprendem a tocar instrumentos
musicais.
ANOTA AÍ
Endereço: Rua Alziro Pinheiro Magalhães, 580
Jardim Belcito- Grajaú
Telefone: (11) 5931-7556/ 5931-7790/ 5931-5988
Email: www.projetoanchieta.org.br
Horário de atendimento: De segunda a sexta das
07h30 às 18h00
Grupo Faca é um projeto cul-
tural que tem como parceria a
Secretaria da Cultura e desen-
volve diversas atividades cul-
turais e esportivas. O espaço
para suas apresentações é ce-
dido pelo Anchieta.
Projeto Ação Família atende
1.200 famílias no território do
Grajaú, desenvolvendo inser-
ção social e geração de renda.
Atualmente está no estágio de
mobilização para a produção
em oficinas de costura e na per-
macultura, com possibilidades
futuras de se formar cooperati-
vas com os usuários.
6
7. “Terra, planeta água”
Todo ser vivo precisa de água. Mas nossa fonte de vida
está ameaçada e precisa de cuidado.
“Água me lembra vida. Aliás,
a essência da vida!” responde
Márcia dos Santos, 17, estu-
dante do curso Técnico de Meio
Ambiente da Etec Guaracy Sil-
veira, quando questionada so-
bre o que vem a sua mente ao
escutar a palavra água.
E você, o que pensa quando
falamos de água?
Talvez você se retenha a sim-
ples informação sobre a neces-
sidade do uso consciente, que
a maioria das pessoas conhece,
mas que na prática pouquíssi-
mos fazem. E, muito provavel-
mente, você não vai relacionar
o tema água às represas Guara-
piranga e Billings, que são muito
importantes para nossa cidade
e estão tão próximas de nossas
residências.
ECOAJUDA>
>
Texto Lucimar Araújo
Ilustração Rodrigo Kenan
7
8. Criadas pela empresa Cia. Light
(atual Eletropaulo), essas repre-
sas tinham, a princípio, a fun-
ção única de fornecimento de
energia elétrica. Com o cresci-
mento da cidade, começaram
a ser usadas também para o
abastecimento de água de toda
a cidade de São Paulo.
Estas represas, que tiveram im-
portante papel no desenvolvi-
mento de nossa região, hoje
são os únicos mananciais usa-
dos para o abastecimento de
água da metrópole paulistana.
Mas ambas vêm sofrendo com
o crescimento de habitações ir-
regulares em seus arredores,
o que traz consigo graves
problemas, tais como o derra-
mamento de esgoto doméstico
não tratado e o acúmulo de
lixo jogado em suas margens e
águas.
Além disso, tem a poluição
causada por esgotos industriais
e metais pesados, o que com-
promete a qualidade e, con-
seqüentemente, o uso dessas
represas. O problema não é
tão atual, há décadas ele ficou
evidente com o aparecimento
de algas, provocado pelo lixo
orgânico que foi e continua a
ser jogado em ambas.
Os rios Tietê e Pinheiros, tam-
bém próximos a nossa região,
são exemplos de mananciais
que tiveram seu uso compro-
metido pela poluição.
O fato é que, atualmente, são
gastas quantidades imensas
de dinheiro em processos que
buscam deixar as águas des-
sas represas próprias para o
consumo humano, além de ou-
tros tantos valores gastos para
a importação de água de reser-
vas, como as da região da Can-
tareira, para suprir a demanda
da cidade.
Algumas pessoas usam água
como se ela fosse algo infinito,
o que não é verdade. Água não
é renovável, é um recurso finito
que, se usado de forma incons-
ciente, vai acabar.
8
9. Economizar Economizar
Cada um com sua parte!
Falta informação, vontade,
união e tantos outros pré-
requisitos para alcançarmos
objetivos relativamente sim-
ples, como cuidar do que é
seu, meu e de todos nós. A
preservação dos recursos
naturais é responsabilidade
de todos os cidadãos, em-
presas privadas e do poder
público.
O Grajaú, por exemplo, é
uma região com grande den-
sidade populacional, chega
a ter mais habitantes que
muitas cidades brasileiras,
cerca de 500 mil pessoas.
Não é só esse número que
torna essa região tão gran-
diosa, a quantidade de pro-
blemas ambientais também
é gigantesca e, muitas ve-
zes, eles são causados por
nós mesmos.
Poluir, usar, usar e usar sem
pensar nas conseqüências
futuras é quase como uma
“doença contagiosa”. Alguns de
nós nos contagiamos ainda na
infância. Vendo tantas pessoas
degradando o meio ambiente,
acabamos adquirindo a “doen-
ça” e agindo igual. Mas isso é
algo reversível, e o remédio é a
vontade de fazer a diferença.
Precisamos reconhecer que er-
ramos muito e por muito tempo,
mas não precisamos conti-
nuar a errar. Cuidar de nossos
mananciais não é simples, mas
também não é impossível, des-
de que cada um faça sua parte.
Precisamos jogar o lixo nas li-
xeiras, economizar água, levar
informação e agir de forma con-
sciente para, quem sabe um
dia, não sermos nós, jovens,
somente a causa, mas também
a conseqüência de um mundo
melhor.
9
10. • Acabar com os vazamentos em casa
• Diminuir o tempo no banho: passar o sabonete,
xampu e condicionador com o chuveiro desligado
• Fechar a torneira ao escovar os dentes, lavar a
louça, fazer a barba...
• Usar a vassoura e não a mangueira para limpar o
quintal ou a calçada
• Juntar todas as roupas sujas, lavar 1 vez por
semana e, com a água que sobra, lavar o carro, a
garagem, o quintal, a varanda...
• Economizar papel, use os dois lados da folha e
imprima só quando for necessário
• Economizar energia elétrica
• Reciclar o óleo de cozinha. Um litro de óleo pode
poluir até 1 milhão de litros de água
DICAS RÁPIDAS PARA
ECONOMIZAR ÁGUA
Você pode nem imaginar, mas sabe o detergente
que usamos para lavar louças, ou o xampu que
deixa nosso cabelo limpo, cheiroso e macio? Pois
bem, eis aí dois grandes vilões das águas. Apesar
de serem considerados “biodegradáveis”,ambos
são extremamente poluentes.
O que podemos e devemos fazer é abrir mão da
espuma: use pouco e só quando for realmente pre-
ciso.
Lavar o cabelo todos os dias pode prejudicar os fios
e a raiz, além de poluir a água e fazer “estrago” na
economia da família.
No caso do detergente, procure substituí-lo pelo
sabão em pó.
POLUINDO, MESMO SEM
SABER...
BIODEGRADÁVEL É O MATE-
RIAL QUE SE DECOMPÕE NA
NATUREZA
PARA ENTENDER
10
11. Em muitos casos, ao ouvirem a
palavra brechó as pessoas fa-
zem uma associação com algo
antigo e fora de moda, onde
só são vendidas coisas velhas
e de pouca qualidade. Alguns
acreditam que os artigos à ven-
da em brechós são verdadeiros
restos daquilo que não se quer
mais usar, ou até mesmo que
as roupas são de defuntos. Mas
estes são alguns dos inúmeros
boatos e mitos que pretende-
mos mudar.
Acreditem, as roupas de bre-
chós podem, sim, ser um meio
de criar uma moda alternativa,
o que também pode se tornar
um estilo. Lá não encontramos
apenas roupas e outros objetos
velhos e usados, embora exis-
tam muitos brechós que são
qualificados assim.
Brechó: uma nova alternativa
para construir sua moda
Muitas vezes rotulado de forma negativa, o brechó pode
te impressionar com a quantidade de apetrechos e a boa
qualidade.
Texto Vanessa Pedon e Camila Rocha
Ilustração Rodrigo Kenan
MOLDA>
>
11
12. Existem milhares de brechós em São
Paulo, dos mais “ralés” aos mais chiques,
e é possível encontrar uma grande diver-
sidade de produtos como peças antigas,
clássicas, novas, coloridas, com estam-
pas de todos os tipos, tecidos diferentes,
modelitos nacionais e importados. Mui-
tas vezes as pessoas compram roupas e
usam apenas uma vez, ou nem chegam a
usar.Assim, estes artigos usados ou semi-
novos são trocados, vendidos ou consig-
nados para um determinado brechó, que
vende por um preço mais em conta.
Um exemplo de que as roupas vendidas
em brechó não estão fora de moda são
as estampas de listras e bolinhas e as
calças com cintura alta, que voltaram a
ser destaques nesses tempos. Isto levou
muitas pessoas aos brechós, pois além
de encontrarem aquilo que desejam, pa-
gam um preço menor que os das lojas de
grifes.
O que você realmente encontra em bre-
chós são peças diferentes e exclusivas,
pois não há padronização e estoque dos
itens à venda. Não é como ir ao shopping,
entrar em uma loja e ver uma seção só
daquela peça específica, com diversos
tamanhos e em muita quantidade.
Alguns brechós também vendem roupas
especialmente para peças teatrais, com
modelos e acessórios alternativos e de
diferentes culturas.
O que você encontra...
12
13. - Se você quiser diversificar seu
estilo ou está à procura de algo
que ainda não achou, vá a um
brechó. Mas atenção: é impor-
tante saber compor as peças
depois!
- Escolha bem o brechó que
você irá. Não é qualquer ga-
ragem que se diz um brechó
que terá as melhores peças e
os melhores preços que você
procura. Talvez esse seja o mo-
tivo das pessoas acharem que
o brechó seja algo velho e sem
qualidade.
- Você pode comprar em bre-
chós pela internet também,
através de sites como o www.
trecoseobjetos.com.br, que ofe-
rece objetos em geral. Que tal
presentear alguém ou até mes-
mo decorar sua própria casa?
Outro site interessante é o www.
brecholavoutanovo.blogspot.
com, brechó virtual que ofe-
rece uma grande quantidade
de roupas. Aqui você pode es-
colher e compor seu próprio es-
tilo.
“Busque, conheça, experi-
mente e construa a sua própria
moda.”
Dicas
13
14. Juventude brasileira está
cada vez mais endividada
Jovens com dívidas de ‘gente grande’: esse quadro
se repete freqüentemente no Brasil.
Mariana Ferreira, 19, não
conseguia resistir às tenta-
ções das vitrines no shop-
ping. Uma roupa aqui, um
presentinho ali, ia com-
prando no cartão de crédi-
to, e só quando a fatura
chegava é que se dava
conta de que havia gasto
demais. Resultado: perdeu
o controle das suas finan-
ças e, apesar da pouca
idade, já tem o nome no
Cadastro de Proteção ao
Crédito (SPC), “foi virando
uma bola de neve, muitos
juros, não tinha mais como
pagar”, conta. Foi assim
que Mariana entrou para
as estatísticas de jovens
endividados no Brasil.
Texto Vânia Correia
Fotografia Vanessa Pedon
TRAMPO>
>
14
15. A facilidade de acesso ao
crédito rápido, a sedução
das propagandas, aliadas
ao impulso e a falta de con-
trole financeiro, compõem
um perigoso cenário para
os jovens. Muitos se vêem
em apuros na hora de
pagar as contas. Segundo
a Associação Comercial de
São Paulo um terço dos jo-
vens com até 30 anos tem
o nome no Serviço de Pro-
teção ao Crédito (SPC).
Gastar mais do que recebe
é uma prática constante en-
tre os adultos e vem sendo
incorporada pelos mais jo-
vens também. As inúmeras
opções de crédito ofereci-
das pelos bancos incenti-
vam os jovens a tornarem
mais comum o hábito de
comprar primeiro e pagar
depois. Dados da Associa-
ção Comercial de São Pau-
lo mostram que 20% dos
cartões de crédito do Brasil
estão nas mãos de jovens
de 18 a 29 anos.
O consumo impulsivo é a
principal razão para o endi-
vidamento dos mais jovens.
Para o especialista em fi-
nanças, Gustavo Cerbasi,
trata-se de uma questão de
conscientização. “Um jovem
só entra no vermelho se
quiser, uma vez que pode
fazer escolhas sobre um or-
çamento que é só seu”, diz.
15
contas
no vermelho
16. Planejar é o caminho
Para o especialista Gustavo
Cerbasi o segredo é planejar,
“colocar tudo na ponta do lápis
ao menos uma vez por mês e
pensar dez vezes antes de par-
celar qualquer compra – afinal,
é aí que começa o problema”.
Comprar tudo a vista, é uma
saída. Isso evita a tentação do
crédito, e o jovem só gasta o di-
nheiro que, realmente, tiver no
bolso.
A juventude é público alvo de
grande parte das propagandas.
Ela é bombardeada, diaria-
mente, com informações, divul-
gação de novos produtos, ape-
los de padrões de beleza, de
consumo, de diversão. É difícil
manter o equilíbrio das contas,
quando o dinheiro que se tem é
menor do que o que se deseja
comprar. Normalmente, vence
o impulso, e o jovem compra
sem pensar que no final do mês
a conta chega para pagar
A jovem Gabriela Alves, 19,
sabe bem o que é isso. É esta-
giária de um escritório de con-
tabilidade, ganha pouco mais
que um salário mínimo, e vive
com as contas no limite. “Gos-
taria de me controlar melhor,
mas é difícil, vejo uma coisa le-
gal e não resisto, depois é um
sufoco pra pagar.”, declara.
16
17. Mas essas dicas não servem
somente para os jovens. Os
adultos também costumam
exagerar nas compras. Gastar
bem e com consciência é uma
lição que também se aprende
em casa. Gustavo Cerbasi cha-
ma a atenção para a importân-
cia da família na construção
de uma consciência financeira
para os jovens. Na verdade,
todo o mau exemplo costuma
vir dos pais, que também não
sabem lidar com o dinheiro”.
Para ele, quando os pais forem
um bom modelo a “cultura de
equilíbrio financeiro será pas-
sada de geração em geração
naturalmente”.
17
18. Olha a 3° Milênio aí, gente
Escola de Samba do Grajaú vem batalhando pelo
reconhecimento e disseminação da cultura do
carnaval na região
Nesta segunda edição, a seção No
Ritmo tem a honra de apresentar
a escola de samba Estrela do 3°
Milênio.
Sediada no Parque América, distrito
do Grajaú, a escola de samba com-
pletou 10 anos de existência e já vem
desfilando há seis. A escola adotou
esse nome pelo fato de ter sido fun-
dada próximo à virada do 3° milênio,
Texto Natália Nascimento
Fotografia Natália Nascimento
NORITMO>
>
18
19. e por se considerar uma
nova estrela que brilha em
uma luta diária.
A Estrela do 3º Milênio vem
trilhando uma verdadeira
história de sucesso. Um
exemplo disso é o reconhe-
cimento que vem, mereci-
damente, recebendo nos
últimos tempos. No próximo
ano, a escola irá desfilar no
Sambódromo do Anhembi
no primeiro grupo das es-
colas da União das Esco-
las de Samba Paulistana
(UESP), concorrendo a uma
vaga no grupo de acesso
com o enredo “1,2,3 Abra-
cadabra, além da mágica”.
O principal objetivo da es-
cola é transmitir à comu-
nidade do Grajaú e a todos
que prestigiam esta festa, a
mensagem de que carnaval
não é orgia, mas pura cul-
tura. É o que afirma a dire-
tora social, Mirian Moura.
Além disso, a Estrela do 3°
Milênio traz também uma al-
ternativa de lazer, permitin-
do que a comunidade curta
um carnaval de qualidade
em seu próprio bairro.
A participação dos morado-
res é fundamental e ainda
um desafio para a escola. “A
escola não depende dos di-
retores ou da bateria, e sim
da comunidade, de cada
um que mora aqui. Mas tem
sido difícil, porque as pes-
soas não aparecem, pelo
fato de não ter essa cultura
de carnaval na Zona Sul”,
diz a madrinha de bateria
Alessandra Vânia Barros.
Vale lembrar que a con-
fecção de todo material
necessário para o desfile,
como as fantasias e os car-
ros alegóricos, é feita vo-
luntariamente pelos com-
ponentes da escola, e todo
material, muitas vezes é
reciclado. Os demais custos
Carnaval não é feito so-
mente na avenida, ex-
iste todo um trabalho que
começa logo quando a
festa anterior termina.
Porém, é um festejo bo-
nito e histórico, que nunca
deve acabar, porque é a
expressão de nossa cul-
tura popular brasileira.
19
20. Quem nunca se deparou
com um pop-up anuncian-
do sites pornôs ou fotos
que instigassem nossa
imaginação ao navegar
na internet, ou até mesmo
ligou a TV e deu de cara
com uma cena de sexo?
É, galera! O sexo está
cada vez mais presente
nas mídias eletrônicas,
seja na TV ou na internet
é quase impossível não se
deparar com o assunto,
que acaba dividindo as
opiniões e os espectado-
res.
Se por um lado somos
quase que bombardea-
dos com cenas, fotos e
textos sensuais ou por-
nográficos, por outro lado
podemos encontrar muita
informação relevante so-
bre o tema nos meios de
comunicação.
A presença constante
desse assunto na mí-
dia é um bom sinal, pois
demonstra que nossa
sociedade já quebrou al-
guns tabus e enterrou a
repressão com que este
tópico era abordado anti-
gamente. E a mudança de
comportamento em rela-
ção ao sexo não para por
aí: atualmente algumas
pessoas utilizam a inter-
net como uma forma de
exercitar sua sexualidade,
encontrando na rede uma
maneira de se relacionar
com as pessoas e buscar
prazer individual.
Sexo em toda parte
O sexo é um assunto abordado em todo tipo de mídia,
das mais diversas maneiras. Mas será que isso pode in-
fluenciar comportamentos?
Texto Ingrid Elisa e Jeldean Alves
Ilustração Rodrigo Kenan
RAPIDINHAS>
>
20
21. Há quem diga que as cenas
“picantes” na TV influenciam
o comportamento sexual
das pessoas, com padrões
e mitos de certo ou errado,
e que na internet as pes-
soas têm mais privacidade e
podem ser o que quiserem,
liberando suas fantasias.
Mas até que ponto pode ser
saudável essa relação mais
“íntima” com as mídias? O
sexo na TV pode influenciar
nossas escolhas?
A mídia tem uma respon-
sabilidade ética com aquilo
que veicula, e não pode
ignorar a sua participação
na formação de opiniões
e comportamentos soci-
ais. Atrelar o que ela exibe
unicamente aos pontos da
audiência é desrespeitar
seus telespectadores. Mas
não é a única responsável
pela forma desvirtuada que
a sexualidade vem sendo
abordada. È importante
abrir espaços de diálogo e
reflexão com os pais, pro-
fessores, colegas, profis-
sionais de saúde, etc. para
que possamos encarar o
assunto com mais naturali-
dade e acessar informações
suficientes para desfrutar do
sexo com consciência.
“Pode sim, pois houve uma ba-
nalização do sexo na TV e na
internet”. V.C., 17 anos
“Nunca entrei em sites por-
nográficos, acho melhor fazer
ao vivo. Na TV existe muito exa-
gero. Este exagero pode trazer
uma rotina não muito saudável”
N. P., 17 anos
Poucos sites e programas
de TV têm uma abordagem
educativa do assunto, e a
banalização do sexo pode
ser bastante prejudicial
para crianças e adolescen-
tes quando faltarem outras
referências.
Mas ainda falta bom senso.
Em busca de audiência, mui-
tas vezes o sexo é retratado
de forma vulgar, e faltam cri-
térios para sua difusão.
“As pessoas ligam a TV e aces-
sam os sites pornográficos
porque querem, ninguém é obri-
gado a ver se não quiser. Eu
particularmente adoro, posso
realizar minhas fantasias e ver
o que eu quiser”. W.J. 22 anos
21
22. Um novo espaço bem perto de você
Pólo Cultural do Grajaú: equipamentos culturais integrados
compõem novo espaço de cultura
Texto Ingrid Elisa e Rodrigo Kenan
Fotografia Vânia Correia
VÁPASSEAR>
>
Os moradores do Gra-
jaú, que reclamavam da
falta de opção de lazer e
cultura no bairro, podem
agora se divertir bem
pertinho de casa. Está
sendo construído o Pólo
Cultural Grajaú, projeto
que integra diversos eq-
uipamentos públicos de
cultura estabelecidos
na região. Por conta da
grandiosidade das obras,
o Pólo Cultural do Grajaú
já está sendo chamado
de “Calçadão Cultural”
pela população, já que
todos esses centros es-
tão sendo interligados
por um calçadão com
mais de 3.000 m².
Para quem ainda não
sabe o espaço onde se
localizava o Sacolão da Pre-
feitura passou por uma revital-
ização, e agora é o Cineclube.
Está também nesse espaço a
Casa de Cultura Palhaço Care-
quinha.
Integrando-se ao Pólo Cultural
está o clube Tancredo Neves,
que terá recursos para mel-
horias; o Gigantinho, que foi
reformado recentemente e o
novo clube da Comunidade do
Parque América, que já está
em obras. Além disso, tem as
praças Valdemar Fracetto, re-
centemente revitalizada e a pra-
ça do Pq. América. Farão parte
do projeto também o Centro de
Cidadania das Mulheres, e uma
biblioteca temática voltada para
o conhecimento das artes.
22
23. ANOTA AÍ
Endereço: Oscar Barreto Filho
S/N
Telefone: 5972-1511/5924-9135
Previsão de entrega: O site da
prefeitura informa que todas
as obras devem ser entregues
ainda este ano.
Muitas pessoas estão empol-
gadas com a idéia de ter mais
uma opção de lazer. “Acho
muito legal ter tudo isso perto
de casa. Poder me divertir sem
gastar dinheiro de condução”,
comemora a jovem Fernanda
Silva, 20.
O importante agora é que as
pessoas se apropriem desse
espaço, proponham atividades
e participem.
23
24. Rua 25 DE MARÇO
Movimento, barulho, variedade de lojas e produtos, bons
preços e muitas pessoas. Tudo isso você encontra na rua 25
de Março, sucesso no Brasil inteiro
Texto Jessica Hernandez e Vanessa Pedon
Fotografia Vanessa Pedon
NOMOMENTO>
>
A “25”, como é popularmente
chamada, é muito freqüentada
por paulistanos e visitantes
de todo o Brasil, atraídos pela
imensa variedade de produtos
com preços acessíveis, já que
pode-se encontrar quase tudo
por lá. De brinquedos, roupas e
decoração aos objetos mais in-
usitados, há sempre algo novo
para chamar a atenção dos
consumidores
.
Há, em média, três mil esta-
belecimentos na região. São
trezentas lojas de rua e outras
duas mil e setecentas distribuí-
das nos diversos edifícios, gale-
rias e ruas próximas. Isso sem
contar as inúmeras barracas e
instalações improvisadas pelos
camelôs e vendedores ambu-
lantes.
Aequipe da Revista Zong foi até
a rua 25 de Março para saber
quais os motivos que levam ver-
dadeiras multidões para lá. “Na
25 de Março há gente do Brasil
e do mundo inteiro”, afirma o
ambulante Armando Costa, 31,
conhecido como “Dinho”, que
trabalha na área desde 1989.
O preço baixo e a diversidade
de opções parecem ser fatos
determinantes na escolha pela
rua 25. “Venho a 25 porque
aqui é mais em conta, bem
mais barato do que nas lojas.
Além do mais, há variedade de
produtos!” afirma Zilda Ferreira,
45 anos. A jovem Patrícia San-
tos, 17, confessa: “No shopping
25 encontro fantasias, ursinhos
de pelúcia, brinquedos, faço a
festa”.
24
25. Segundo o ambulante “Di-
nho”, o “rapa” é a Guarda
Civil Metropolitana (GCM),
responsável pelo serviço
de fiscalização ao comér-
cio irregular na região cen-
tral da cidade. “Vejo o rapa
chegando e já sei que tenho
que sair correndo, senão
perco minha mercadoria
e não posso recuperá-la
novamente. O rapa toma
tudo”, relata o ambulante.
Mas Dinho não desiste, “o
que o Diabo toma, Deus dá
em dobro”, acredita.
Célia Maria Cruz, 56, é for-
mada em auxiliar de enfer-
magem, mas trabalha como
vendedora ambulante há
cinco anos. Passou por di-
versos pontos da cidade e
hoje trabalha na rua 25 de
Março. “A gente não está
aqui porque quer, estamos
porque é preciso” afirma
Célia, e complementa: “mui-
ta gente quer se regularizar,
mas não consegue por cau-
sa da prefeitura”. Mas nem
todos pensam assim.Alguns
trabalhadores ambulantes
estão lá por opção: “Eu pre-
firo vender nas ruas porque
posso vender a mercadoria
por um preço mais baixo”,
afirma o ambulante Silvio de
Oliveira, 27. “Se eu partisse
para o Shopping, por exem-
plo, teria que ter nota fiscal,
aí já não compensaria”, con-
clui.
O que é o “Rapa”?
A única coisa que não se encontra na 25 de Março é a tranqüi-
lidade. A equipe de reportagem notou o receio dos vendedores
ambulantes ao serem entrevistados. Eles afirmaram que, através
da mídia, podem ser “marcados pelo rapa” e, como conseqüência,
suas vendas são prejudicadas.
25
26. Um clima tenso e muitas
polêmicas rondam a 25 de
Março que, freqüentemente,
virapalcodeconfrontoemani-
festações. De um lado estão
os camelôs e ambulantes,
que afirmam sofrer agressões
e roubos por parte dos guar-
das da GCM. “O problema é
quando o rapa nos agride”,
conta o ambulante “Dinho”.
Do outro está a Guarda Civil
Metropolitana que tem a fun-
ção coibir o comércio irregu-
lar e o contrabando. “O nosso
dever é evitar confusões.
A 25 de Março é uma boa pe-
dida para quem deseja fazer
compras. Seus preços aces-
síveis e variedade de produ-
tos agradam qualquer um.
Mas é preciso sempre estar
de olho. Como é uma rua ex-
tremamente movimentada, é
necessário ficar atento, prin-
cipalmente à correria provo-
cada quando passa o “rapa”.
Se você ainda não foi a este
ponto tão conhecido da ci-
dade de São Paulo, não per-
ca tempo. Faça suas compras
de Natal na rua 25 de Março,
pois se você souber comprar
e pechinchar, com certeza
sairá no lucro.
O “rapa” apreende as merca-
dorias ilegais, e nós somente
os apoiamos, pois os ambu-
lantes não pagam impostos”,
diz um soldado da polícia mi-
litar que não quis ser identifi-
cado. E acrescenta: “Aguarda
civil não é violenta. Pedimos
para os ambulantes saírem,
mas se eles não saem, aí tem
que ser a força. Este é o meu
trabalho, funciona assim, a
pedido do cliente”, ironiza.
Mas, porém, contudo, to-
davia, entretanto, no en-
tanto...
pessoas passem pela rua 25
de Março à procura de pre-
sentes e artigos de decora-
ção com preços mais aces-
síveis. “Os compradores
pechincham, mas nunca saí
no prejuízo. Deus é maior”
afirma Dinho, já acostumado
com a rua movimentada e
muito barulhenta, principal-
mente em épocas festivas.
26
Apesar de todas essas
questões estima-se que,
neste Natal, mais de 800 mil