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JESUS A ÁGUA DA VIDA


INTRODUÇÃO:

      Queridos irmãos e irmãs...

      Hoje é o 3º Domingo da Quaresma, e como tenho afirmado no decorrer deste
período litúrgico, este é um tempo oportuno para revermos nossos conceitos e
preconceitos.

       A Palavra de Deus é poderosa e pode nos ajudar nessa revisão. Portanto
gostaria de convidá-los a abrirem seus corações e mentes diante desta Santa e
Poderosa Palavra.

      O Lecionário Comum nos propôs a leitura dos seguintes textos:

                   Antigo Testamento: Ex 17,1-7;
                   Novo Testamento: Rm 5,1-8;
                   Evangelho: Jo 4,5-42;
                   Salmo 95.

     Ao analisarmos estes textos, verificamos que eles apresentam uma mesma
mensagem.

        Todos eles afirmam que Deus está sempre presente ao longo da caminhada
de Seu povo e sempre oferece a possibilidade de realização plena e verdadeira
felicidade.

       Na leitura do Antigo Testamento (Ex 17,1-7 – que foi o texto que preguei hoje
pela manhã – e intitulei o sermão: Mesmo no deserto Deus não nos abandona), o
escritor nos mostra como Deus acompanhou o Seu povo pelo deserto do Sinai e
como, nos momentos mais difíceis de crises, respondeu às suas necessidades mais
básicas. Na hora da sede, Deus lhes deu a água.

        Na leitura do Novo Testamento (Rm 5,1-8), o que aprendemos é que Deus
acompanha o seu Povo em todos os momentos da história; e, apesar do pecado e
da infidelidade, Ele insiste em oferecer gratuitamente a salvação.

     A leitura do Evangelho é a de Jo 4,5-42, que é o texto que gostaria de
compartilhar com vocês nesta noite.

      Portanto, abramos nossas Bíblias em: Jo 4,5-42.

      Quero convidá-los a acompanhar a leitura dramatizada do texto sagrado.
TEXTO: Jo 4,5-42

           5 Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das
           terras que Jacó dera a seu filho José.
           6 Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus
           junto à fonte, por volta da hora sexta.
           7 Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-
           me de beber.
           8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.
           9 Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes
           de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se
           dão com os samaritanos)?
           10 Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que
           te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
           11 Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é
           fundo; onde, pois, tens a água viva?
           12 És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o
           poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu
           gado?
           13 Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede;
           14 aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
           sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar
           para a vida eterna.
           15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não
           mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la.
           16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá;
           17 ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe
           Jesus: Bem disseste, não tenho marido;
           18 porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu
           marido; isto disseste com verdade.
           19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que tu és profeta.
           20 Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em
           Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
           21 Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando
           nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
           22   Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que
           conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
           23 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
           adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai
           procura para seus adoradores.
           24 Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em
           espírito e em verdade.
           25 Respondeu a mulher: Eu sei que há de vir o Messias, chamado
           Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
           26 Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
27 Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que
estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que
perguntas? Ou: Por que falas com ela?
28 Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles
homens:
29 Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho
feito. Será este, porventura, o Cristo?!
30 Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele.
31 Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam, dizendo: Mestre, come!
32 Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não
conheceis.
33 Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura,
alguém trazido o que comer?
34 Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade
daquele que me enviou e realizar a sua obra.
35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém,
vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a
ceifa.
36 O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto
para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o
ceifeiro.
37 Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o
ceifeiro.
38 Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam,
e vós entrastes no seu trabalho.
39 Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do
testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho
feito.
40 Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que
permanecesse com eles; e ficou ali dois dias.
41 Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra,
42 e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós
cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é
verdadeiramente o Salvador do mundo.


                                 Narrador: Rev. Paulo Dias Nogueira
                                Jesus: Pedro Luís Franco de Moraes
                     Mulher Samaritana: Sônia Carmela Falci Dechen
                             Discípulos: Rafael J. Franco de Moraes
                         Samaritanos: Nicéia Nicolina Ramos Souza
CONTEXTO


      Vamos entender um pouquinho o contexto.

      O texto que fizemos a leitura transporta-nos para junto de um poço, na cidade
samaritana de Sicar.

      A Samaria era a região central da Palestina – uma região habitada por um
povo de sangue misturado (judeus e pagãos) de uma religião sincretista.

      Na época do Novo Testamento, havia uma grande animosidade entre
samaritanos e judeus.

      Vamos entender um pouquinho esta questão.

      Gostaria de fazer alguns apontamentos históricos.

      A divisão entre Judeus e Samaritanos começou quando, em 721 a.C., a
Samaria foi tomada pelos assírios e foi deportada cerca de 4% da população
samaritana.

      Mudaram-se então para a Samaria, colonos assírios que se misturaram com a
população do local.

      Na ótica dos judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a
paganizar-se. O texto bíblico de 2 Re 17,29, retrata bem esta questão.

      A relação entre as duas comunidades ficou ainda mais comprometida,
quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos
para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.) e denunciaram os
casamentos mistos.

      Com isso os judeus tiveram que enfrentar a oposição dos samaritanos na
reconstrução da cidade (Ne 3,33-4,17).

      No ano 333 a.C., uma outra questão vem a acirrar ainda mais essa
separação: os samaritanos construíram um Templo no monte Garizim; no entanto,
esse Templo foi destruído em 128 a.C. por João Hircano.

      As provocações não ficaram por aí, por volta do ano 6 d.C., houve um fato
que apimentou ainda mais essa relação: os samaritanos profanaram o Templo de
Jerusalém durante a festa da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios.

       Os judeus desprezavam os samaritanos por considera-los impuros, ou seja,
eles não eram uma raça puro de judeus, mas sim uma raça misturada com pagãos.

       Por outro lado, os samaritanos respondiam com um desprezo semelhante.

       O cenário do texto que fizemos a leitura, é o do “poço de Jacó”. Poço que
situado num vale entre os montes Ebal e Garizim (o local onde os samaritanos
haviam erigido um templo – lembram-se?).
Trata-se de um poço estreito, aberto numa rocha calcária, e que tinha a de
uns 30 metros.

      Segundo a tradição, esse poço foi aberto pelo patriarca Jacó.

       Os dados arqueológicos revelam que esse poço (poço de Jacó) serviu os
samaritanos entre os anos 1000 a.C. e 500 d.C. (Ainda hoje se possa extrair dele
água).

      Como afirmei no sermão do domingo passado, quando estudamos o texto da
“Transfiguração de Jesus”, o objetivo do evangelista Mateus não era o de apresentar
um relato jornalístico daquele fato, mas sim de produzir um material didático, para
ensinar a respeito de Jesus.

      Ao estudarmos o Evangelho de João, vemos que o objetivo do autor, é o
mesmo que o de Mateus. Ele objetiva produzir um material catequético. Ou seja, um
material a ser usado no discipulado dos seguidores de Cristo.

      Com esse objetivo de ensinar os cristãos, João vai apresentar Jesus como o
Messias, Filho de Deus, enviado pelo Pai para criar um Novo Homem.

       O nosso texto, faz parte de um texto maior, conhecido como “Livro dos
Sinais”. Trata-se de um bloco de textos que vai do capítulo 4,1 ao 11,56.

      Nele João recorrer a alguns sinais para apresentar o o poder criador do
Messias – Jesus de Nazaré.

       Faz uso da água (cf. Jo 4,1-5,47), do pão (cf. Jo 6,1-7,53), da luz (cf. Jo 8,12-
9,41), do pastor (cf. Jo 10,1-42) e da vida (cf. Jo 11,1-56).

      É um conjunto de ensinamentos sobre o poder criador do Messias.

       O nosso texto é, exatamente, o primeiro ensinamento do “Livro dos Sinais”:
através do “sinal” da água, João vai descrever a ação criadora e vivificadora de
Jesus.


MENSAGEM

      Vejamos o texto e a sua mensagem:

      No centro da cena, está o “poço de Jacó”.

      À sua volta, Jesus e a mulher samaritana.

       A mulher (aqui apresentada sem nome próprio) representa a Samaria, que
procurava desesperadamente a água que é capaz de matar a sua sede de vida
plena.

      Jesus vai ao encontro da “mulher”, ou seja, do povo samaritano.

      O “poço” a tradição religiosa dos samaritanos. Era nesse “poço” que eles
procuravam a água da vida.
Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca pela plenitude de
vida.

        Onde encontrar essa vida? Na Lei? Nas tradições? Nos outros deuses?

      A Mulher Samaritana (representando aqui a Samaria), dá conta da finitude
dessa oferta de vida.

      A água do poço de Jacó, pode até matar a sede, mas por um período curto de
tempo.

     É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele se senta “junto do poço”, como
quem pretende ocupar o seu lugar.

      Ele propõe à mulher/Samaria uma “água viva”, que matará definitivamente a
sua sede de vida eterna (vers. 10-14).

      Jesus se apresenta como o “novo poço”, onde todos os que têm sede de vida
plena poderão dessedentar-se.

        Qual é então, a água que Jesus tem para oferecer?

        É a “água do Espírito” que, no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus.

      Lembrem-se da conversa de Jesus com Nicodemos. Jesus lhe disse: “quem
não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” – Jo 3,5.

      No nosso texto, quando Jesus se apresenta como a “água viva” que matará a
sede do homem, João tem o cuidado de explicar que ele se referia ao Espírito, que
iam receber aqueles que acreditassem nele (cf. Jo 7,37-39).

       Esse Espírito, uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova-
o e torna-o capaz de amar Deus e os outros.

        Como é então, que a mulher/Samaria responde ao dom de Jesus?

       Inicialmente, ela fica confusa. Parece disposta a remediar a situação, mas
ainda não sabe bem como: essa vida plena que Jesus está lhe oferecendo significa
que a Samaria deve abandonar a sua religiosidade própria e assumir a proposta de
Jesus.

      No entanto, Jesus nega que se trate de escolher entre o caminho dos judeus
e o caminho dos samaritanos. Não é no Templo de pedra de Jerusalém ou no
Templo de pedra do monte Garizim que Deus está.

       O que se trata é de acolher a mensagem do próprio Jesus. É de aderir a Ele e
aceitar a sua proposta de vida.

       É dessa forma – e somente dessa forma – que desaparecerá a barreira de
inimizade que separa os judeus e os samaritanos.

      A única coisa que passa a contar é a nova vida em Cristo Jesus que encherá
o coração de todos, e ensinará o amor a Deus e ao próximo – sem distinção de raça
ou de perspectiva religiosa – uma família de irmãos.
A mulher/Samaria responde à proposta de Jesus abandonando o cântaro
(agora inútil), e correndo a anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus
lhe fez.

      Uma outra questão que vemos nesse texto, é a apresentação do entusiasmo
de todos aqueles que tomam conhecimento da proposta de Jesus e o aceitam como
o Messias.

     O nosso texto define, portanto, a missão de Jesus: Ele veio comunicar ao
homem o Espírito que dá vida. A vida eterna e abundante.


APLICAÇÃO PASTORAL



      Vejamos algumas lições que podemos aprender através desse trecho da
Palavra de Deus:

      A modernidade criou em nós grandes expectativas.

      Disse que tinha a resposta para todas as nossas procuras e que podia
responder a todas as nossas necessidades.

     Garantiu que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa vida vivida sem
dependência de Deus.

       Disse que a vida plena estava nos avanços da ciência e da tecnologia, que
iriam tornar a nossa existência mais cômoda, eliminar a doença e protelar a morte.

       Afirmou que a vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social,
no êxito profissional, nos aplausos das multidões, nos “cinco minutos” de fama (Big
Brother que o diga).

      No entanto, todas essas conquistas não conseguem matar a nossa sede.

       Como nos afirmou Agostinho, em uma de suas orações: “Tu nos criastes para
Ti, e nossa alma não encontra Paz enquanto não descansar em Ti”.

     A afirmação essencial do nosso texto é que só Jesus Cristo oferece a água
que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem.

      Um outro ponto que gostaria de destacar é para o “cântaro” abandonado pela
mulher samaritana. Depois de se encontrar com Jesus, ela não precisava mais dos
amuletos da antiga religiosidade.

       Jesus nos basta, não precisamos buscar satisfação em nenhuma outra forma
de religiosidade. Ele é suficientemente poderoso para nos dessedentar da sede
existencial.

       Uma outra lição é que a mulher samaritana, depois de encontrar o “salvador
do mundo” que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a
gozar a sua descoberta; mas partiu para a cidade, a pregar aos outros a verdade
que tinha encontrado.
ILUSTRAÇÃO


        Gostaria de encerrar o sermão dessa noite, contando uma
ilustração:

      Era uma vez um guerreiro, muito famoso por sua invencibilidade
na guerra.

       Era um homem extremamente cruel e, por isso, temido por
todos. Quando ele se aproximava de uma aldeia, os moradores saiam
correndo para as montanhas, onde se escondiam do malvado
guerreiro. Ele subjugou muitas aldeias.

       Certo dia, alguém viu ele se aproximar com seu exército de uma
pequena aldeia, onde viviam alguns agricultores e entre eles um
velhinho, muito sábio.

      Quando o pessoal escutou a terrível notícia da aproximação do
guerreiro, tratou de juntar o que podia e fugir rapidamente para as
montanhas.

      Só o velhinho ficou para trás. Ele já não conseguia fugir.

     O guerreiro entrou na aldeia e foi cruel, incendiando as casas e
matando os animais que estavam soltos pelas ruas.

      Até que chegou na casa do velhinho. O velhinho, quando o viu
se assustou.

      Sem piedade o guerreiro disse ao velhinho que seus dias
haviam chegado ao fim. Mas, que lhe concederia um último pedido,
antes de passá-lo pelo fio de sua espada.

       O velhinho pensou um pouco e pediu que o guerreiro fosse com
ele até o bosque e ali lhe cortasse um galho de uma árvore.

      O guerreiro achou aquilo uma besteira. Pensou: "Esse velho
deve estar gagá. Que último desejo mais bobo."

      Mas, se esse era o último desejo do velhinho, ele iria atender.

       E lá foi o guerreiro até o bosque e com um golpe de sua espada,
cortou um galho de uma árvore.

      " Muito bem" disse o velhinho. -"O senhor cortou o galho da
árvore. Agora, por favor, coloque esse galho na árvore outra vez."

      O guerreiro deu uma grande gargalhada, dizendo que esse
velho deve estar louco, pois todo mundo sabe que isso já não é mais
possível, colocar o galho cortado na árvore outra vez".
O velhinho então lhe respondeu:

                  - "Louco é você que pensa que tem poder só porque destrói as
            coisas e mata as pessoas que encontra pela frente.

                   Quem só sabe destruir e matar, esse não tem poder. Poder tem
            quem sabe juntar o que se espalhou, unir o que foi separado, e fazer
            reviver o que está morto. Esse sim tem o verdadeiro poder".



      Com esta breve história gostaria de dizer que somente Jesus tem o
verdadeiro poder. Ele sim pode restaurar a vida do homem, e lha dessedentar a sua
sede.

      Que possamos dizer como o salmista: “Como suspira a Corsa pelas correntes
das águas, por Ti ó Deus suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo”.

                                                      Rev. Paulo Dias Nogueira
                                               Catedral Metodista de Piracicaba
                                                 Culto Vespertino – 27/02//2005

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  • 1. JESUS A ÁGUA DA VIDA INTRODUÇÃO: Queridos irmãos e irmãs... Hoje é o 3º Domingo da Quaresma, e como tenho afirmado no decorrer deste período litúrgico, este é um tempo oportuno para revermos nossos conceitos e preconceitos. A Palavra de Deus é poderosa e pode nos ajudar nessa revisão. Portanto gostaria de convidá-los a abrirem seus corações e mentes diante desta Santa e Poderosa Palavra. O Lecionário Comum nos propôs a leitura dos seguintes textos: Antigo Testamento: Ex 17,1-7; Novo Testamento: Rm 5,1-8; Evangelho: Jo 4,5-42; Salmo 95. Ao analisarmos estes textos, verificamos que eles apresentam uma mesma mensagem. Todos eles afirmam que Deus está sempre presente ao longo da caminhada de Seu povo e sempre oferece a possibilidade de realização plena e verdadeira felicidade. Na leitura do Antigo Testamento (Ex 17,1-7 – que foi o texto que preguei hoje pela manhã – e intitulei o sermão: Mesmo no deserto Deus não nos abandona), o escritor nos mostra como Deus acompanhou o Seu povo pelo deserto do Sinai e como, nos momentos mais difíceis de crises, respondeu às suas necessidades mais básicas. Na hora da sede, Deus lhes deu a água. Na leitura do Novo Testamento (Rm 5,1-8), o que aprendemos é que Deus acompanha o seu Povo em todos os momentos da história; e, apesar do pecado e da infidelidade, Ele insiste em oferecer gratuitamente a salvação. A leitura do Evangelho é a de Jo 4,5-42, que é o texto que gostaria de compartilhar com vocês nesta noite. Portanto, abramos nossas Bíblias em: Jo 4,5-42. Quero convidá-los a acompanhar a leitura dramatizada do texto sagrado.
  • 2. TEXTO: Jo 4,5-42 5 Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José. 6 Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta. 7 Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá- me de beber. 8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. 9 Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)? 10 Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11 Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12 És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? 13 Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; 14 aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. 15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la. 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá; 17 ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; 18 porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade. 19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que tu és profeta. 20 Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. 24 Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. 25 Respondeu a mulher: Eu sei que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. 26 Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
  • 3. 27 Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela? 28 Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29 Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! 30 Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele. 31 Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam, dizendo: Mestre, come! 32 Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. 33 Diziam, então, os discípulos uns aos outros: Ter-lhe-ia, porventura, alguém trazido o que comer? 34 Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. 35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. 36 O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro. 37 Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro. 38 Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39 Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito. 40 Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias. 41 Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra, 42 e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo. Narrador: Rev. Paulo Dias Nogueira Jesus: Pedro Luís Franco de Moraes Mulher Samaritana: Sônia Carmela Falci Dechen Discípulos: Rafael J. Franco de Moraes Samaritanos: Nicéia Nicolina Ramos Souza
  • 4. CONTEXTO Vamos entender um pouquinho o contexto. O texto que fizemos a leitura transporta-nos para junto de um poço, na cidade samaritana de Sicar. A Samaria era a região central da Palestina – uma região habitada por um povo de sangue misturado (judeus e pagãos) de uma religião sincretista. Na época do Novo Testamento, havia uma grande animosidade entre samaritanos e judeus. Vamos entender um pouquinho esta questão. Gostaria de fazer alguns apontamentos históricos. A divisão entre Judeus e Samaritanos começou quando, em 721 a.C., a Samaria foi tomada pelos assírios e foi deportada cerca de 4% da população samaritana. Mudaram-se então para a Samaria, colonos assírios que se misturaram com a população do local. Na ótica dos judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se. O texto bíblico de 2 Re 17,29, retrata bem esta questão. A relação entre as duas comunidades ficou ainda mais comprometida, quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.) e denunciaram os casamentos mistos. Com isso os judeus tiveram que enfrentar a oposição dos samaritanos na reconstrução da cidade (Ne 3,33-4,17). No ano 333 a.C., uma outra questão vem a acirrar ainda mais essa separação: os samaritanos construíram um Templo no monte Garizim; no entanto, esse Templo foi destruído em 128 a.C. por João Hircano. As provocações não ficaram por aí, por volta do ano 6 d.C., houve um fato que apimentou ainda mais essa relação: os samaritanos profanaram o Templo de Jerusalém durante a festa da Páscoa, espalhando ossos humanos nos átrios. Os judeus desprezavam os samaritanos por considera-los impuros, ou seja, eles não eram uma raça puro de judeus, mas sim uma raça misturada com pagãos. Por outro lado, os samaritanos respondiam com um desprezo semelhante. O cenário do texto que fizemos a leitura, é o do “poço de Jacó”. Poço que situado num vale entre os montes Ebal e Garizim (o local onde os samaritanos haviam erigido um templo – lembram-se?).
  • 5. Trata-se de um poço estreito, aberto numa rocha calcária, e que tinha a de uns 30 metros. Segundo a tradição, esse poço foi aberto pelo patriarca Jacó. Os dados arqueológicos revelam que esse poço (poço de Jacó) serviu os samaritanos entre os anos 1000 a.C. e 500 d.C. (Ainda hoje se possa extrair dele água). Como afirmei no sermão do domingo passado, quando estudamos o texto da “Transfiguração de Jesus”, o objetivo do evangelista Mateus não era o de apresentar um relato jornalístico daquele fato, mas sim de produzir um material didático, para ensinar a respeito de Jesus. Ao estudarmos o Evangelho de João, vemos que o objetivo do autor, é o mesmo que o de Mateus. Ele objetiva produzir um material catequético. Ou seja, um material a ser usado no discipulado dos seguidores de Cristo. Com esse objetivo de ensinar os cristãos, João vai apresentar Jesus como o Messias, Filho de Deus, enviado pelo Pai para criar um Novo Homem. O nosso texto, faz parte de um texto maior, conhecido como “Livro dos Sinais”. Trata-se de um bloco de textos que vai do capítulo 4,1 ao 11,56. Nele João recorrer a alguns sinais para apresentar o o poder criador do Messias – Jesus de Nazaré. Faz uso da água (cf. Jo 4,1-5,47), do pão (cf. Jo 6,1-7,53), da luz (cf. Jo 8,12- 9,41), do pastor (cf. Jo 10,1-42) e da vida (cf. Jo 11,1-56). É um conjunto de ensinamentos sobre o poder criador do Messias. O nosso texto é, exatamente, o primeiro ensinamento do “Livro dos Sinais”: através do “sinal” da água, João vai descrever a ação criadora e vivificadora de Jesus. MENSAGEM Vejamos o texto e a sua mensagem: No centro da cena, está o “poço de Jacó”. À sua volta, Jesus e a mulher samaritana. A mulher (aqui apresentada sem nome próprio) representa a Samaria, que procurava desesperadamente a água que é capaz de matar a sua sede de vida plena. Jesus vai ao encontro da “mulher”, ou seja, do povo samaritano. O “poço” a tradição religiosa dos samaritanos. Era nesse “poço” que eles procuravam a água da vida.
  • 6. Estamos, pois, diante de um quadro que representa a busca pela plenitude de vida. Onde encontrar essa vida? Na Lei? Nas tradições? Nos outros deuses? A Mulher Samaritana (representando aqui a Samaria), dá conta da finitude dessa oferta de vida. A água do poço de Jacó, pode até matar a sede, mas por um período curto de tempo. É aqui que entra a novidade de Jesus. Ele se senta “junto do poço”, como quem pretende ocupar o seu lugar. Ele propõe à mulher/Samaria uma “água viva”, que matará definitivamente a sua sede de vida eterna (vers. 10-14). Jesus se apresenta como o “novo poço”, onde todos os que têm sede de vida plena poderão dessedentar-se. Qual é então, a água que Jesus tem para oferecer? É a “água do Espírito” que, no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus. Lembrem-se da conversa de Jesus com Nicodemos. Jesus lhe disse: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” – Jo 3,5. No nosso texto, quando Jesus se apresenta como a “água viva” que matará a sede do homem, João tem o cuidado de explicar que ele se referia ao Espírito, que iam receber aqueles que acreditassem nele (cf. Jo 7,37-39). Esse Espírito, uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova- o e torna-o capaz de amar Deus e os outros. Como é então, que a mulher/Samaria responde ao dom de Jesus? Inicialmente, ela fica confusa. Parece disposta a remediar a situação, mas ainda não sabe bem como: essa vida plena que Jesus está lhe oferecendo significa que a Samaria deve abandonar a sua religiosidade própria e assumir a proposta de Jesus. No entanto, Jesus nega que se trate de escolher entre o caminho dos judeus e o caminho dos samaritanos. Não é no Templo de pedra de Jerusalém ou no Templo de pedra do monte Garizim que Deus está. O que se trata é de acolher a mensagem do próprio Jesus. É de aderir a Ele e aceitar a sua proposta de vida. É dessa forma – e somente dessa forma – que desaparecerá a barreira de inimizade que separa os judeus e os samaritanos. A única coisa que passa a contar é a nova vida em Cristo Jesus que encherá o coração de todos, e ensinará o amor a Deus e ao próximo – sem distinção de raça ou de perspectiva religiosa – uma família de irmãos.
  • 7. A mulher/Samaria responde à proposta de Jesus abandonando o cântaro (agora inútil), e correndo a anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus lhe fez. Uma outra questão que vemos nesse texto, é a apresentação do entusiasmo de todos aqueles que tomam conhecimento da proposta de Jesus e o aceitam como o Messias. O nosso texto define, portanto, a missão de Jesus: Ele veio comunicar ao homem o Espírito que dá vida. A vida eterna e abundante. APLICAÇÃO PASTORAL Vejamos algumas lições que podemos aprender através desse trecho da Palavra de Deus: A modernidade criou em nós grandes expectativas. Disse que tinha a resposta para todas as nossas procuras e que podia responder a todas as nossas necessidades. Garantiu que a vida plena estava na liberdade absoluta, numa vida vivida sem dependência de Deus. Disse que a vida plena estava nos avanços da ciência e da tecnologia, que iriam tornar a nossa existência mais cômoda, eliminar a doença e protelar a morte. Afirmou que a vida plena estava na conta bancária, no reconhecimento social, no êxito profissional, nos aplausos das multidões, nos “cinco minutos” de fama (Big Brother que o diga). No entanto, todas essas conquistas não conseguem matar a nossa sede. Como nos afirmou Agostinho, em uma de suas orações: “Tu nos criastes para Ti, e nossa alma não encontra Paz enquanto não descansar em Ti”. A afirmação essencial do nosso texto é que só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem. Um outro ponto que gostaria de destacar é para o “cântaro” abandonado pela mulher samaritana. Depois de se encontrar com Jesus, ela não precisava mais dos amuletos da antiga religiosidade. Jesus nos basta, não precisamos buscar satisfação em nenhuma outra forma de religiosidade. Ele é suficientemente poderoso para nos dessedentar da sede existencial. Uma outra lição é que a mulher samaritana, depois de encontrar o “salvador do mundo” que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a sua descoberta; mas partiu para a cidade, a pregar aos outros a verdade que tinha encontrado.
  • 8. ILUSTRAÇÃO Gostaria de encerrar o sermão dessa noite, contando uma ilustração: Era uma vez um guerreiro, muito famoso por sua invencibilidade na guerra. Era um homem extremamente cruel e, por isso, temido por todos. Quando ele se aproximava de uma aldeia, os moradores saiam correndo para as montanhas, onde se escondiam do malvado guerreiro. Ele subjugou muitas aldeias. Certo dia, alguém viu ele se aproximar com seu exército de uma pequena aldeia, onde viviam alguns agricultores e entre eles um velhinho, muito sábio. Quando o pessoal escutou a terrível notícia da aproximação do guerreiro, tratou de juntar o que podia e fugir rapidamente para as montanhas. Só o velhinho ficou para trás. Ele já não conseguia fugir. O guerreiro entrou na aldeia e foi cruel, incendiando as casas e matando os animais que estavam soltos pelas ruas. Até que chegou na casa do velhinho. O velhinho, quando o viu se assustou. Sem piedade o guerreiro disse ao velhinho que seus dias haviam chegado ao fim. Mas, que lhe concederia um último pedido, antes de passá-lo pelo fio de sua espada. O velhinho pensou um pouco e pediu que o guerreiro fosse com ele até o bosque e ali lhe cortasse um galho de uma árvore. O guerreiro achou aquilo uma besteira. Pensou: "Esse velho deve estar gagá. Que último desejo mais bobo." Mas, se esse era o último desejo do velhinho, ele iria atender. E lá foi o guerreiro até o bosque e com um golpe de sua espada, cortou um galho de uma árvore. " Muito bem" disse o velhinho. -"O senhor cortou o galho da árvore. Agora, por favor, coloque esse galho na árvore outra vez." O guerreiro deu uma grande gargalhada, dizendo que esse velho deve estar louco, pois todo mundo sabe que isso já não é mais possível, colocar o galho cortado na árvore outra vez".
  • 9. O velhinho então lhe respondeu: - "Louco é você que pensa que tem poder só porque destrói as coisas e mata as pessoas que encontra pela frente. Quem só sabe destruir e matar, esse não tem poder. Poder tem quem sabe juntar o que se espalhou, unir o que foi separado, e fazer reviver o que está morto. Esse sim tem o verdadeiro poder". Com esta breve história gostaria de dizer que somente Jesus tem o verdadeiro poder. Ele sim pode restaurar a vida do homem, e lha dessedentar a sua sede. Que possamos dizer como o salmista: “Como suspira a Corsa pelas correntes das águas, por Ti ó Deus suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”. Rev. Paulo Dias Nogueira Catedral Metodista de Piracicaba Culto Vespertino – 27/02//2005