O documento resume um mapeamento participativo de riscos ambientais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Anhumas em Campinas, SP. O mapeamento identificou principais riscos como poluição atmosférica, resíduos sólidos, solo, vulnerabilidade social, vegetação/animais e água. O processo envolveu reuniões públicas para discutir e mapear os riscos percebidos pela comunidade local.
Mapeamento participativo de riscos ambientais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Anhumas, Campinas/SP.
1. Mapeamento participativo de riscos ambientais na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Anhumas Campinas, SP Ricardo de Sampaio Dagnino Mestrando em Geografia, [email_address] Grupo de Discussão Geografia e Ecologia: alternativas ambientais Campinas/SP 30 de Setembro 2006 Salvador Carpi Junior Prof. do PPG/Geografia [email_address]
2. Localização da área mapeada A Bacia do Ribeirão das Anhumas drena as águas que escoam desde os morros da área central e dos bairros de classe alta de Campinas já começando a feder lá nas ‘valetas’ das avenidas Orosimbo Maia e Princesa d'Oeste. Está sistemicamente incluída na grande Bacia do Rio Piracicaba através de seu afluente, o Rio Atibaia - cada vez mais poluído por receber as águas do Anhumas.
3. Definição de Riscos Ambientais e “Reciclagem Metodológica” Na etapa de preparação e durante a reunião de mapeamento as sugestões e opiniões dos participantes quanto à definição de riscos e quanto ao tipo ou natureza desses são entendidas como etapa importante do método. A forma como é definido o risco e igualmente a maneira como ele será representado deverá ser a mais aberta possível para que todos possam ter suas noções contempladas na definição final de cada risco.
4. Preparação e Convocação das Reuniões Públicas de Mapeamento é feito contato com convidados e participantes (associações de bairros, lideranças comunitárias, profissionais e habitantes na área) escolha das estratégias de divulgação (cartazes e folders) e elaboração das bases cartográficas e impressão.
5. Etapas da Reunião de Mapeamento: Alfabetização geográfica/cartográfica: é fomentada a capacidade de leitura e abstração dos fatos geográficos presentes no mapa base; familiarização dos participantes com o ambiente no qual estão inseridos. É pedido que desenhem alguns pontos de referência e áreas mais conhecidas com o intuito de contribuir neste processo de alfabetização. Mapeamento de riscos propriamente dito : valoriza experiências vivenciadas, percepção ambiental, memória coletiva. Cada tipo de risco (solo, ar, resíduos,...) é associado à um ícone com uma cor própria, com canetas hidrocor os participantes vão pintando o mapa base. O resultado será tanto mais positivo quanto o mapa estiver mais colorido.
6. Reunião de Apresentação de resultados Após a reunião de mapeamento participativo a equipe se reúne e inicia o processo de digitalização e tabulação dos resultados. Apresentação pública dos dados, preferencialmente, no mesmo local da reunião de mapeamento. Nesta etapa poderão ser convocados gestores públicos relacionados à área de estudo ou aos assuntos tratados.
7. Mapa Base: Arruamento, rede viária, hidrografia, limite da bacia
14. Principais Riscos Identificados Ar e poluição atmosférica (21 ocorrências) riscos de abrangência regional como emanações de poluentes da Rhodia/Pólo Petroquímico/REPLAN, Betel e Ashland/Ceralit/Adere Resíduos Sólidos (29 ocorrências) depósitos de lixo, entulhos, sucatas; Efluentes químicos de indústrias; Agrotóxicos e suinocultura; Unicamp Solo, Agricultura e Mineração (21 ocorrências) extração de areia e argila; utilização de agrotóxicos; problemas com fossas sépticas
15. Vulnerabilidade Social (33 ocorrências) sub-habitação, aglomerações; segurança do trabalhador e saúde ocupacional; sistema viário, acidentes e atropelamentos Vegetação e Animais (27 ocorrências) animais e saúde pública (mosquitos, carrapatos, morcegos, cães, cavalos...); Intervenções em APP’s, desmatamento Água (39 ocorrências) açude da Unicamp (Parque Ecológico); Anhumas; lançamento de esgotos; fossas sépticas