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 Enquadramento da ação na estrutura da obra; 
 Organização do capítulo: principais sequências da ação; 
 Caracterização das personagens intervenientes; 
 Evolução da intriga principal; 
 Relação do título e subtítulo da obra; 
 Explicação das características estilísticas.
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo I 
 Apresentação do Ramalhete, em 1875, Afonso da Maia e o seu neto, Carlos da Maia, mudam-se 
para residir na mesma; 
 Apresentação da família Maia (nessa apresentação destaca-se a caracterização física e psicológica 
de Afonso da Maia); 
 Ocorre o exilio de Afonso por ter ideias liberais; 
 Afonso da Maia era casado com Maria Eduarda Runa, que era uma mulher conservadora e com 
ideias opostas a Afonso; 
 Desse casamento nasce Pedro da Maia, a sua educação era um modelo educacional imposto pela 
sua mãe, Maria Runa, e contraria aos valores de Afonso da Maia; 
 Maria Runa morre, Pedro chora muito a morte da mãe, e entrega-se a uma vida dissoluta; 
 Pedro da Maia contra a vontade do seu pai, casa-se com Maria Monforte, a negreira, como a 
chamavam, era uma mulher muito elegante e bela, com toilettes muito deslumbrantes.
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo II 
 Pedro e Maria Monforte partem para Itália, onde tencionam passar o inverno “numa felicidade de 
novela” ; 
 Maria Monforte fica farta de estar em Roma, e suspira por Paris e deseja “gozarem ali um lindo 
Inverno de amor”; 
 Maria Monforte engravida e regressam a Lisboa; 
 Antes de regressar, Pedro da Maia, escreve uma carta ao pai, informando-o da sua chegada e 
dando-lhe a notícia de que iria ter um neto, tendo como objetivo que o seu pai muda-se de ideias 
em relação a Maria Monforte o que não virá acontecer; 
 Pedro e Maria, chegam a Lisboa, Pedro dirige-se a Benfica, onde pensava que Afonso estava, mas 
Afonso para não se encontrar com Pedro e Maria, partiu para a Quinta de Santa Olávia; 
 Nasce a filha de Pedro e Maria, Pedro não informa o seu pai do nascimento da menina, pois 
continuava magoado com ele; 
 Pedro e Maria fixam-se em Arroios, onde ambos se entregam a uma vida social muito intensa, 
provendo festas atras de festas, as quais segundo Alencar, que se torna íntimo da casa, ”tinha um 
saborzinho de orgia distinguée com os poemas de Bryan”;
Enquadramento da ação na estrutura da 
Cont. II capítulo: 
obra 
 Nasce Carlos Eduardo da Maia, filho de Maria Monforte e Pedro, nova tentativa de reconcilio com 
Afonso da Maia; 
 Tancredo, o napolitano, começa a frequentar os serões na casa de Arroios; 
 Pedro, numa caçada, fere Tancredo, levando-o para sua casa de Arroios, para recuperar os seus 
ferimentos; 
 Maria Monforte foge com Tancredo, levando consigo a sua filha e deixando o seu filho, Carlos 
Eduardo, com Pedro; 
 Pedro vai a Benfica, a casa do seu pai levando o seu filho; 
 Depois de por o pai ocorrente do que se sucedeu e reconhecendo o seu erro por não lhe ter dado 
ouvidos, Pedro suicida-se; 
 Afonso parte para a quinta de Santa Olávia, levando consigo o seu neto e os seus criados.
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo III 
 Vilaça, procurador dos Maias, uns anos mais tarde, nas vésperas de Páscoa vai a quinta de Santa 
Olávia; 
 Caracterização de Carlos, enquanto era criança; 
 Mr. Brawn é perceptor de Carlos da Maia, que é educado segundo o modo inglês; 
 O abade Custódio, os criados e os frequentadores da quinta de Santa Olávia criticam o tipo de 
educação dado a Carlos; 
 Eusebiozinho recebe uma educação tipicamente à portuguesa, contrariamente a Carlos; 
 Vilaça, através de Alencar, traz notícias sobre Maria Monforte; 
 Apresentação da história de Maria Monforte, que acaba agora por ser Madame L´Estoarde; 
 Afonso da Maia tenta localizar Maria Monforte e a sua net 
 Afonso da Maia confirma ao neto de que seu pai num momento de loucura se suicida; 
 O primo de Afonso da Maia, André Noronha, envia-lhe notícias de Maria Monforte, agora da 
Alemanha; 
 Vilaça morre, de apoplexia, e deixa ao filho, Manuel Vilaça, a procuraria de casa dos Maias; 
 Carlos entra na faculdade de medicina em Coimbrã.
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo IV 
 Carlos habita uma casa em Celas, enquanto estuda em Coimbrã; 
 Início da relação da amizade entre Carlos e João da Ega, que tirava o curso de direito; 
 Vida boémia de Carlos em Coimbrã, onde mantém sucessivamente relações com a mulher de um 
empregado do governo civil (a Hermengarda) e com a espanhola Encarnación; 
 Festa de formatura de Carlos, em Celas; 
 Carlos parte para uma longa viajem pela Europa, durante um ano. A sua vida sentimental contínua 
inconstante; 
 Carlos chega a lisboa, no Outono de 1875, instalando- se com o seu avô Afonso, no Ramalhete; 
 Carlos tem o projeto de montar um consultório luxuoso e um laboratório ultramoderno. Esses 
grandiosos projetos revelam-se, contudo, pouco funcionais; 
 Ega visita Carlos anunciando-lhe a publicação do seu livro “Memórias de um átomo”, tanto Ega 
como Carlos mostram-se dandistas e diletantistas;
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo V 
 Serões no Ramalhete: Afonso e os seus amigos (Vilaça, Cruges, marquês Silveirinha,…) jogam 
whist e bilhar; 
 Carlos recebe os seus primeiros doentes; 
 Carlos desinteressa-se do seu laboratório; 
 Ega começa a “relacionar-se” com Raquel Cohen mulher de Jacob Cohen; 
 Ega lê entusiasticamente a Carlos um episódio das “Memórias de um átomo”; 
 Ega propõem a Carlos ser apresentado aos Gouvarinho, que desejam conhece-lo principalmente a 
condessa; 
 Carlos conhece os Gouvarinho numa soirée em S.Carlos.
Enquadramento da ação na estrutura da 
obra 
Capítulo VI 
 Carlos visita a Vila Balzac, a casa onde Ega se instala para se encontrar com Raquel Cohen; 
 Carlos não fica entusiasmado com a condensa de Gouvarinho; 
 Através de Ega, Carlos conhece Craft, que tinha uma rica casa nos Olivais e um sublime 
bricabraque; 
 Ega, para homenagear Cohen, dá um jantar no Hotel Central; 
 Carlos ao dirigir-se para o Hotel Central, vê uma senhora muito elegante, Maria Eduarda (sua 
irmã), primeira visão dos Castro Gomes, família que Dâmaso Salcede já conhecia de Paris e que 
tinha acabado de chegar a Lisboa; 
 Primeira referencia a Guimarães, tio de Dâmaso; 
 Alencar defendia o romantismo e Ega o Naturalismo, havendo uma discussão entre os dois; 
 No jantar, discute-se criticamente, para além da literatura, a politica, as finanças e a arte; 
 No seu quarto, Carlos evoca a história dos seus ais que lhe tinha sido contada por Ega e confirmada 
pelo avô; 
 Carlos “num meio adormecido” visualiza a deslumbrante mulher que vira no Hotel Central.
 A ação é iniciada no Ramalhete, onde Afonso e Craft jogavam xadrez, depois de almoçarem; 
 Craft torna-se íntimo do Ramalhete, tal como Dâmaso Salcede; 
 Dâmaso quer a todo o custo ser amigo de Carlos, e começa a imita-lo “como uma minuciosidade 
inquieta” ; 
 Ega pede dinheiro a Carlos para pagar divida que tinha com Eusebiozinho, “ascorosa lombriga e 
imunda osga”, 
 Ega fala com Carlos sobre a condensa de Gouvarinho e da paixão que ela sente por ele; 
 Baile de mascarás em casa dos Cohen no aniversário de Raquel Cohen; 
 Carlos vira, no Aterro quando passeava com Steinbroken, a mulher que viu no Hotel Central; 
 A condensa de Gouvarinho vai ter com Carlos ao seu consultório com o pretexto de que o seu filho 
Charlie está doente, mas o que a leva lá é o seu interesse por Carlos; 
 Dâmaso desaparece do convívio do Ramalhete para acompanhar os Castro Gomes a Sinta; 
 Taveira diz a Carlos para onde tinha ido Dâmaso e com quem tinha ido; 
 Carlos convida Cruges (o maestro) que o acompanha-se a Sintra, com a intenção de encontrar a 
mulher que viu no Aterro e anteriormente no Hotel Central
 Carlos da Maia – viajado, culto, requintado, de bom gosto, inteligente, 
preguiçoso, “mole” e sente gosto pela esgrima . Ao contrário de seu pai, ele 
era apaixonado pela ciência e pelas mulheres, e sem dúvida, exercia a sua 
profissão por gosto e não por obrigação. 
 Afonso da Maia – nobre, rico, preconceituoso, austero, simpático, afável, 
caridoso e culto. 
 Craft – baixo, loiro, de pele rosada e fresca, aparência fria, musculatura de 
atleta, vestido de fraque, educação britânica, modo calmo e plácido, 
excêntrico, viajado e rico. Eça identifica nesta personagem o “homem 
ideal”.
 Ega – amigo de Carlos, estudante de Direito, original, ateu, demagogo, 
audaz, revolucionário, boémio, satânico, rebelde e sentimental. 
 Conde de Steinbroken – vestido de modo britânico, “olhar azul claro e 
frio”, “cabelos loiros de espiga”. Diplomata fino, grande entusiasta de 
Inglaterra, acrítico. 
 Condessa de Gouvarinho – trinta e três anos, “cabelos cor de brasa”, “pele 
de cetim”, “pé fino e comprido”, requintada, burguesa adultera e frustrada.
 Jacob Cohen – baixo, apurado, de olhos bonitos, mão com diamante, irónico, 
irresponsável e Director do Banco Nacional. 
 Raquel Cohen – trinta anos, muito alta, pálida, de saúde frágil, ar lânguido, 
luneta de ouro presa por um fio de ouro, culta. Era considerada uma das 
primeiras da elite portuguesa. 
 Conde de Gouvarinho – alto, de luneta de ouro, bigode encerado, pêra curta, 
“um caloteiro”, maçador, forreta, aborrecido, grosseiro, provinciano, voz 
lenta, sem cultura histórica, deputado pertencente ao Centro Progressista.
 Dâmaso - rapaz baixote, gordo, bochechudo, cabelo frisado, ar provinciano, 
vestido de modo ridículo, exibicionista e vaidoso. 
 Castro Gomes – cavaleiro, extremamente racional. 
 Duque de Nolfolk
 Cruges – grenha crespa, olhinhos piscos, nariz espetado, melancólico, tímido, 
reservado. 
 Reverendo Bonifácio – “enorme e fofo”. 
 Euzebiozinho – “cabelo chato”, “amarelado, despenteado, carregado de luto”, 
“lunetas pretas”, viúvo, fúnebre, forreta.
Evolução da intriga Principal 
Pág.150 e 151 (Encontro no aterro) 
Do fim do aterro aproximava-se, caminhando depressa, uma senhora-que ele reconheceu logo, por 
esse andar que lhe parecia de uma deusa pisando a terra, pela cadelinha cor de prata que lhe 
trotava junto às saias, e por aquele corpo maravilhoso onde vibrava, sob linhas ricas de mármore 
antigo, uma graça quente, ondeante e nervosa. Vinha toda vestida de escuro, numa toilette quente 
de serge muito simples que era como o complemento natural da sua pessoa, colando-se bem sobre 
ela, dando-lhe, na sua correção, um ar casto e forte; trazia na mão um guarda-sol inglês, apertado 
e fino como uma cana; e toda ela, adiantando-se assim no luminoso da tarde, tinha, naquele cais 
triste de cidade antiquada, um destaque estrangeiro, como o requinte claro de civilizações 
superiores. Nenhum véu, nessa tarde, lhe assombreava o rosto. Mas Carlos não pôde detalhar-lhe 
as feições; apenas de entre o esplendor ebúrneo da carnação, sentiu o negro profundo de dois 
olhos que se fixaram nos seus.(…) 
Sim, era bem uma deusa. Sob o chapéu, numa forma de trança enrolada, aparecia o tom do seu 
cabelo castanho, quase louro à luz; a cadelinha trotava ao lado, com as orelhas direitas. 
Pág.150 e 151 
Carlos encontra Maria Eduarda no aterro. Reconhece-a pela cadelinha cor de prata, pelo seu andar 
de deusa, pelo seu corpo maravilhoso. 
Neste encontro há troca de olhar entre ambos.
Pág.151 e 152 
No dia seguinte Carlos volta a ver Maria mas desta vez ela passeava com o seu marido. 
Neste encontro Carlos não achou Maria to bela como no dia anterior. 
Maria Eduarda voltou a trocar olhares com Carlos dando ainda umas palavras baixo. 
Pág.152 
Ao outro dia, voltou mais cedo; e, apenas dera alguns passos entre as árvores, viu-a logo. Mas 
não vinha só; ao seu lado o marido, esticado, apurado numa jaqueta de casimira quase branca, 
com uma ferradura de diamante no cetim negro da gravata, fumava, indolente e lânguido, e trazia 
a cadelinha debaixo do braço. Ao passar, deu um olhar surpreendido a Carlos-como descobrindo 
enfim entre os bárbaros um ser de linha civilizada, e disse-lhe algumas palavras baixo, a ela. 
Pág.152 
Carlos voltou ao aterro nos três dias seguintes na esperança de ver Maria, mas esta não apareceu. 
Após estes dias Carlos começou a arranjar se mais na esperança de voltar a ver Maria Eduarda. 
Pág.160 
Taveira disse a Carlos que tinha visto Maria a ir para Sintra. 
Desta forma Carlos convida Cruges a acompanhá-lo a Sintra, no intuito de ver a senhora que encontrara 
no Aterro. 
Evolução da intriga Principal
Relação do Título e Subtítulo da obra 
 O titulo “ Os maias” dirige-se á historia da família Maia contada através de várias 
gerações . o subtítulo “ episódios da vida romântica “ indica uma segunda intenção, 
descrever certo estilo de vida através de episódios. Apesar de tudo admite duas 
hipóteses, que tais episódios pertencem á historia dos maias ou que decorram numa 
sociedade onde a família maia se insere.
Explicação das características 
estilísticas 
 O adjetivo e o adverbio: 
• De modo a tornar a sua escrita mais expressiva, Eça apoia-se nos adjetivos e advérbios de modo 
que transmitem ao leitor uma sensação de visualização. O adjetivo é usado com uma sabedoria e 
criatividade que faz dele a categoria gramatical por excelência na obra queirosiana. Assim, 
consegue demonstrar a sua visão crítica sobre a sociedade do século XIX de uma forma subtil mas 
que terá um grande ênfase, fazendo com que a sua sátira nos pareça objetiva. 
• Dupla e tripla adjetivação: “(…) cheia, ativa …” 
• Adjetivos com função sátira e caricatural: “ Dâmaso era interminável, torrencial, inundante, a falar 
das suas conquistas “ 
• O diminutivo - Eça emprega o diminutivo para sugerir: 
• carinho ou ternura –"Está-se fazendo tarde, Carlinhos". 
• ironia e depreciação –"Eusebiozinho", "as perninhas flácidas".
Explicação das características 
estilísticas 
 Os Verbos 
• Tal como acontece com o uso dos adjetivos e dos advérbios, também os verbos são utilizados com 
um carácter impressionista por parte do autor. Do mesmo modo, suscitam a imaginação do leitor. 
Para escapar à monotonia imposta pelo uso de verbos semelhantes, Eça optou por substituir os 
verbos comuns por outros menos vulgares, mas que expressam mais amplamente a ação 
descritiva pretendida pelo autor. 
• Os verbos declarativos (disse, afirmou, observou, explicou, respondeu, prosseguiu, …) são comuns 
para introduzir falas de personagens e por isso tornam o discurso monótono, pelo que, o escritor 
opta por suprimi-los. Assim, a não utilização deste tipo de verbos, confere ao texto uma quebra na 
monotonia e dá-lhe ritmo e vivacidade. 
• É usual o uso do pretérito imperfeito em obras realistas, pois este tempo torna as ações presentes 
as ações realizadas no passado. Quando é utilizado o pretérito perfeito é narrada uma ação 
passada que está concluída e encerrada no passado. No uso do imperfeito, pela transposição dos 
eventos narrados até ao tempo presente, faz com que o leitor testemunhe o acontecimento 
narrado.
Explicação das características 
 A Frase e a Linguagem 
estilísticas 
Uma das preocupações de Eça foi evitar as frases demasiado expositivas, fastidiosas e pouco 
esclarecedoras dos românticos. Para tal, faz uso da ordem direta da frase, para que a realidade 
possa ser apresentada sem alterações, e empregou frases curtas para que os factos e as emoções 
apresentadas fossem transmitidos objetivamente. 
• A pontuação, na prosa queirosiana, não pretende servir a lógica gramatical. Eça põe a pontuação 
ao serviço do ritmo da frase para, por exemplo, marcar pausas respiratórias, para revelar 
hesitações ou destacar elevações de vozes. 
• a hipálage – figura de estilo que consiste em atribuir uma qualidade de um nome a outro que lhe 
está relacionado, revelando assim a impressão do escritor face ao que descreve. 
• a sinestesia – figura de estilo relacionada com o apelo aos sentidos que nos transporta para um 
conjunto de sensações por nos descrever determinado ambiente (cenário envolvente) com 
realismo, tornando-nos de certa forma testemunhas desse cenário.
Explicação das características 
estilísticas 
• a adjetivação – uso de adjetivos, muitas vezes utilizada a dupla e tripla adjetivação. 
• a ironia – recurso estilístico que, por expressar o contrário da realidade, serve para satirizar e expor 
contrastes e paradoxos. 
• a aliteração – figura de estilo que utiliza a repetição de sons para exprimir sensações ou sons da 
realidade envolvente. 
• neologismo 
• estrangeirismos - Eça recorre, muitas vezes, a anglicismos, isto é, vocábulos de origem inglesa, e a 
galicismos, ou seja, vocábulos de origem francesa. 
• A riqueza da prosa queirosiana reside também na criação de novas palavras, como 
• "gouvarinhar", "cervejando", "escaveirada", entre outras.

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"Os Maias" capítulo VII

  • 1.
  • 2.  Enquadramento da ação na estrutura da obra;  Organização do capítulo: principais sequências da ação;  Caracterização das personagens intervenientes;  Evolução da intriga principal;  Relação do título e subtítulo da obra;  Explicação das características estilísticas.
  • 3. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo I  Apresentação do Ramalhete, em 1875, Afonso da Maia e o seu neto, Carlos da Maia, mudam-se para residir na mesma;  Apresentação da família Maia (nessa apresentação destaca-se a caracterização física e psicológica de Afonso da Maia);  Ocorre o exilio de Afonso por ter ideias liberais;  Afonso da Maia era casado com Maria Eduarda Runa, que era uma mulher conservadora e com ideias opostas a Afonso;  Desse casamento nasce Pedro da Maia, a sua educação era um modelo educacional imposto pela sua mãe, Maria Runa, e contraria aos valores de Afonso da Maia;  Maria Runa morre, Pedro chora muito a morte da mãe, e entrega-se a uma vida dissoluta;  Pedro da Maia contra a vontade do seu pai, casa-se com Maria Monforte, a negreira, como a chamavam, era uma mulher muito elegante e bela, com toilettes muito deslumbrantes.
  • 4. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo II  Pedro e Maria Monforte partem para Itália, onde tencionam passar o inverno “numa felicidade de novela” ;  Maria Monforte fica farta de estar em Roma, e suspira por Paris e deseja “gozarem ali um lindo Inverno de amor”;  Maria Monforte engravida e regressam a Lisboa;  Antes de regressar, Pedro da Maia, escreve uma carta ao pai, informando-o da sua chegada e dando-lhe a notícia de que iria ter um neto, tendo como objetivo que o seu pai muda-se de ideias em relação a Maria Monforte o que não virá acontecer;  Pedro e Maria, chegam a Lisboa, Pedro dirige-se a Benfica, onde pensava que Afonso estava, mas Afonso para não se encontrar com Pedro e Maria, partiu para a Quinta de Santa Olávia;  Nasce a filha de Pedro e Maria, Pedro não informa o seu pai do nascimento da menina, pois continuava magoado com ele;  Pedro e Maria fixam-se em Arroios, onde ambos se entregam a uma vida social muito intensa, provendo festas atras de festas, as quais segundo Alencar, que se torna íntimo da casa, ”tinha um saborzinho de orgia distinguée com os poemas de Bryan”;
  • 5. Enquadramento da ação na estrutura da Cont. II capítulo: obra  Nasce Carlos Eduardo da Maia, filho de Maria Monforte e Pedro, nova tentativa de reconcilio com Afonso da Maia;  Tancredo, o napolitano, começa a frequentar os serões na casa de Arroios;  Pedro, numa caçada, fere Tancredo, levando-o para sua casa de Arroios, para recuperar os seus ferimentos;  Maria Monforte foge com Tancredo, levando consigo a sua filha e deixando o seu filho, Carlos Eduardo, com Pedro;  Pedro vai a Benfica, a casa do seu pai levando o seu filho;  Depois de por o pai ocorrente do que se sucedeu e reconhecendo o seu erro por não lhe ter dado ouvidos, Pedro suicida-se;  Afonso parte para a quinta de Santa Olávia, levando consigo o seu neto e os seus criados.
  • 6. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo III  Vilaça, procurador dos Maias, uns anos mais tarde, nas vésperas de Páscoa vai a quinta de Santa Olávia;  Caracterização de Carlos, enquanto era criança;  Mr. Brawn é perceptor de Carlos da Maia, que é educado segundo o modo inglês;  O abade Custódio, os criados e os frequentadores da quinta de Santa Olávia criticam o tipo de educação dado a Carlos;  Eusebiozinho recebe uma educação tipicamente à portuguesa, contrariamente a Carlos;  Vilaça, através de Alencar, traz notícias sobre Maria Monforte;  Apresentação da história de Maria Monforte, que acaba agora por ser Madame L´Estoarde;  Afonso da Maia tenta localizar Maria Monforte e a sua net  Afonso da Maia confirma ao neto de que seu pai num momento de loucura se suicida;  O primo de Afonso da Maia, André Noronha, envia-lhe notícias de Maria Monforte, agora da Alemanha;  Vilaça morre, de apoplexia, e deixa ao filho, Manuel Vilaça, a procuraria de casa dos Maias;  Carlos entra na faculdade de medicina em Coimbrã.
  • 7. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo IV  Carlos habita uma casa em Celas, enquanto estuda em Coimbrã;  Início da relação da amizade entre Carlos e João da Ega, que tirava o curso de direito;  Vida boémia de Carlos em Coimbrã, onde mantém sucessivamente relações com a mulher de um empregado do governo civil (a Hermengarda) e com a espanhola Encarnación;  Festa de formatura de Carlos, em Celas;  Carlos parte para uma longa viajem pela Europa, durante um ano. A sua vida sentimental contínua inconstante;  Carlos chega a lisboa, no Outono de 1875, instalando- se com o seu avô Afonso, no Ramalhete;  Carlos tem o projeto de montar um consultório luxuoso e um laboratório ultramoderno. Esses grandiosos projetos revelam-se, contudo, pouco funcionais;  Ega visita Carlos anunciando-lhe a publicação do seu livro “Memórias de um átomo”, tanto Ega como Carlos mostram-se dandistas e diletantistas;
  • 8. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo V  Serões no Ramalhete: Afonso e os seus amigos (Vilaça, Cruges, marquês Silveirinha,…) jogam whist e bilhar;  Carlos recebe os seus primeiros doentes;  Carlos desinteressa-se do seu laboratório;  Ega começa a “relacionar-se” com Raquel Cohen mulher de Jacob Cohen;  Ega lê entusiasticamente a Carlos um episódio das “Memórias de um átomo”;  Ega propõem a Carlos ser apresentado aos Gouvarinho, que desejam conhece-lo principalmente a condessa;  Carlos conhece os Gouvarinho numa soirée em S.Carlos.
  • 9. Enquadramento da ação na estrutura da obra Capítulo VI  Carlos visita a Vila Balzac, a casa onde Ega se instala para se encontrar com Raquel Cohen;  Carlos não fica entusiasmado com a condensa de Gouvarinho;  Através de Ega, Carlos conhece Craft, que tinha uma rica casa nos Olivais e um sublime bricabraque;  Ega, para homenagear Cohen, dá um jantar no Hotel Central;  Carlos ao dirigir-se para o Hotel Central, vê uma senhora muito elegante, Maria Eduarda (sua irmã), primeira visão dos Castro Gomes, família que Dâmaso Salcede já conhecia de Paris e que tinha acabado de chegar a Lisboa;  Primeira referencia a Guimarães, tio de Dâmaso;  Alencar defendia o romantismo e Ega o Naturalismo, havendo uma discussão entre os dois;  No jantar, discute-se criticamente, para além da literatura, a politica, as finanças e a arte;  No seu quarto, Carlos evoca a história dos seus ais que lhe tinha sido contada por Ega e confirmada pelo avô;  Carlos “num meio adormecido” visualiza a deslumbrante mulher que vira no Hotel Central.
  • 10.  A ação é iniciada no Ramalhete, onde Afonso e Craft jogavam xadrez, depois de almoçarem;  Craft torna-se íntimo do Ramalhete, tal como Dâmaso Salcede;  Dâmaso quer a todo o custo ser amigo de Carlos, e começa a imita-lo “como uma minuciosidade inquieta” ;  Ega pede dinheiro a Carlos para pagar divida que tinha com Eusebiozinho, “ascorosa lombriga e imunda osga”,  Ega fala com Carlos sobre a condensa de Gouvarinho e da paixão que ela sente por ele;  Baile de mascarás em casa dos Cohen no aniversário de Raquel Cohen;  Carlos vira, no Aterro quando passeava com Steinbroken, a mulher que viu no Hotel Central;  A condensa de Gouvarinho vai ter com Carlos ao seu consultório com o pretexto de que o seu filho Charlie está doente, mas o que a leva lá é o seu interesse por Carlos;  Dâmaso desaparece do convívio do Ramalhete para acompanhar os Castro Gomes a Sinta;  Taveira diz a Carlos para onde tinha ido Dâmaso e com quem tinha ido;  Carlos convida Cruges (o maestro) que o acompanha-se a Sintra, com a intenção de encontrar a mulher que viu no Aterro e anteriormente no Hotel Central
  • 11.  Carlos da Maia – viajado, culto, requintado, de bom gosto, inteligente, preguiçoso, “mole” e sente gosto pela esgrima . Ao contrário de seu pai, ele era apaixonado pela ciência e pelas mulheres, e sem dúvida, exercia a sua profissão por gosto e não por obrigação.  Afonso da Maia – nobre, rico, preconceituoso, austero, simpático, afável, caridoso e culto.  Craft – baixo, loiro, de pele rosada e fresca, aparência fria, musculatura de atleta, vestido de fraque, educação britânica, modo calmo e plácido, excêntrico, viajado e rico. Eça identifica nesta personagem o “homem ideal”.
  • 12.  Ega – amigo de Carlos, estudante de Direito, original, ateu, demagogo, audaz, revolucionário, boémio, satânico, rebelde e sentimental.  Conde de Steinbroken – vestido de modo britânico, “olhar azul claro e frio”, “cabelos loiros de espiga”. Diplomata fino, grande entusiasta de Inglaterra, acrítico.  Condessa de Gouvarinho – trinta e três anos, “cabelos cor de brasa”, “pele de cetim”, “pé fino e comprido”, requintada, burguesa adultera e frustrada.
  • 13.  Jacob Cohen – baixo, apurado, de olhos bonitos, mão com diamante, irónico, irresponsável e Director do Banco Nacional.  Raquel Cohen – trinta anos, muito alta, pálida, de saúde frágil, ar lânguido, luneta de ouro presa por um fio de ouro, culta. Era considerada uma das primeiras da elite portuguesa.  Conde de Gouvarinho – alto, de luneta de ouro, bigode encerado, pêra curta, “um caloteiro”, maçador, forreta, aborrecido, grosseiro, provinciano, voz lenta, sem cultura histórica, deputado pertencente ao Centro Progressista.
  • 14.  Dâmaso - rapaz baixote, gordo, bochechudo, cabelo frisado, ar provinciano, vestido de modo ridículo, exibicionista e vaidoso.  Castro Gomes – cavaleiro, extremamente racional.  Duque de Nolfolk
  • 15.  Cruges – grenha crespa, olhinhos piscos, nariz espetado, melancólico, tímido, reservado.  Reverendo Bonifácio – “enorme e fofo”.  Euzebiozinho – “cabelo chato”, “amarelado, despenteado, carregado de luto”, “lunetas pretas”, viúvo, fúnebre, forreta.
  • 16. Evolução da intriga Principal Pág.150 e 151 (Encontro no aterro) Do fim do aterro aproximava-se, caminhando depressa, uma senhora-que ele reconheceu logo, por esse andar que lhe parecia de uma deusa pisando a terra, pela cadelinha cor de prata que lhe trotava junto às saias, e por aquele corpo maravilhoso onde vibrava, sob linhas ricas de mármore antigo, uma graça quente, ondeante e nervosa. Vinha toda vestida de escuro, numa toilette quente de serge muito simples que era como o complemento natural da sua pessoa, colando-se bem sobre ela, dando-lhe, na sua correção, um ar casto e forte; trazia na mão um guarda-sol inglês, apertado e fino como uma cana; e toda ela, adiantando-se assim no luminoso da tarde, tinha, naquele cais triste de cidade antiquada, um destaque estrangeiro, como o requinte claro de civilizações superiores. Nenhum véu, nessa tarde, lhe assombreava o rosto. Mas Carlos não pôde detalhar-lhe as feições; apenas de entre o esplendor ebúrneo da carnação, sentiu o negro profundo de dois olhos que se fixaram nos seus.(…) Sim, era bem uma deusa. Sob o chapéu, numa forma de trança enrolada, aparecia o tom do seu cabelo castanho, quase louro à luz; a cadelinha trotava ao lado, com as orelhas direitas. Pág.150 e 151 Carlos encontra Maria Eduarda no aterro. Reconhece-a pela cadelinha cor de prata, pelo seu andar de deusa, pelo seu corpo maravilhoso. Neste encontro há troca de olhar entre ambos.
  • 17. Pág.151 e 152 No dia seguinte Carlos volta a ver Maria mas desta vez ela passeava com o seu marido. Neste encontro Carlos não achou Maria to bela como no dia anterior. Maria Eduarda voltou a trocar olhares com Carlos dando ainda umas palavras baixo. Pág.152 Ao outro dia, voltou mais cedo; e, apenas dera alguns passos entre as árvores, viu-a logo. Mas não vinha só; ao seu lado o marido, esticado, apurado numa jaqueta de casimira quase branca, com uma ferradura de diamante no cetim negro da gravata, fumava, indolente e lânguido, e trazia a cadelinha debaixo do braço. Ao passar, deu um olhar surpreendido a Carlos-como descobrindo enfim entre os bárbaros um ser de linha civilizada, e disse-lhe algumas palavras baixo, a ela. Pág.152 Carlos voltou ao aterro nos três dias seguintes na esperança de ver Maria, mas esta não apareceu. Após estes dias Carlos começou a arranjar se mais na esperança de voltar a ver Maria Eduarda. Pág.160 Taveira disse a Carlos que tinha visto Maria a ir para Sintra. Desta forma Carlos convida Cruges a acompanhá-lo a Sintra, no intuito de ver a senhora que encontrara no Aterro. Evolução da intriga Principal
  • 18. Relação do Título e Subtítulo da obra  O titulo “ Os maias” dirige-se á historia da família Maia contada através de várias gerações . o subtítulo “ episódios da vida romântica “ indica uma segunda intenção, descrever certo estilo de vida através de episódios. Apesar de tudo admite duas hipóteses, que tais episódios pertencem á historia dos maias ou que decorram numa sociedade onde a família maia se insere.
  • 19. Explicação das características estilísticas  O adjetivo e o adverbio: • De modo a tornar a sua escrita mais expressiva, Eça apoia-se nos adjetivos e advérbios de modo que transmitem ao leitor uma sensação de visualização. O adjetivo é usado com uma sabedoria e criatividade que faz dele a categoria gramatical por excelência na obra queirosiana. Assim, consegue demonstrar a sua visão crítica sobre a sociedade do século XIX de uma forma subtil mas que terá um grande ênfase, fazendo com que a sua sátira nos pareça objetiva. • Dupla e tripla adjetivação: “(…) cheia, ativa …” • Adjetivos com função sátira e caricatural: “ Dâmaso era interminável, torrencial, inundante, a falar das suas conquistas “ • O diminutivo - Eça emprega o diminutivo para sugerir: • carinho ou ternura –"Está-se fazendo tarde, Carlinhos". • ironia e depreciação –"Eusebiozinho", "as perninhas flácidas".
  • 20. Explicação das características estilísticas  Os Verbos • Tal como acontece com o uso dos adjetivos e dos advérbios, também os verbos são utilizados com um carácter impressionista por parte do autor. Do mesmo modo, suscitam a imaginação do leitor. Para escapar à monotonia imposta pelo uso de verbos semelhantes, Eça optou por substituir os verbos comuns por outros menos vulgares, mas que expressam mais amplamente a ação descritiva pretendida pelo autor. • Os verbos declarativos (disse, afirmou, observou, explicou, respondeu, prosseguiu, …) são comuns para introduzir falas de personagens e por isso tornam o discurso monótono, pelo que, o escritor opta por suprimi-los. Assim, a não utilização deste tipo de verbos, confere ao texto uma quebra na monotonia e dá-lhe ritmo e vivacidade. • É usual o uso do pretérito imperfeito em obras realistas, pois este tempo torna as ações presentes as ações realizadas no passado. Quando é utilizado o pretérito perfeito é narrada uma ação passada que está concluída e encerrada no passado. No uso do imperfeito, pela transposição dos eventos narrados até ao tempo presente, faz com que o leitor testemunhe o acontecimento narrado.
  • 21. Explicação das características  A Frase e a Linguagem estilísticas Uma das preocupações de Eça foi evitar as frases demasiado expositivas, fastidiosas e pouco esclarecedoras dos românticos. Para tal, faz uso da ordem direta da frase, para que a realidade possa ser apresentada sem alterações, e empregou frases curtas para que os factos e as emoções apresentadas fossem transmitidos objetivamente. • A pontuação, na prosa queirosiana, não pretende servir a lógica gramatical. Eça põe a pontuação ao serviço do ritmo da frase para, por exemplo, marcar pausas respiratórias, para revelar hesitações ou destacar elevações de vozes. • a hipálage – figura de estilo que consiste em atribuir uma qualidade de um nome a outro que lhe está relacionado, revelando assim a impressão do escritor face ao que descreve. • a sinestesia – figura de estilo relacionada com o apelo aos sentidos que nos transporta para um conjunto de sensações por nos descrever determinado ambiente (cenário envolvente) com realismo, tornando-nos de certa forma testemunhas desse cenário.
  • 22. Explicação das características estilísticas • a adjetivação – uso de adjetivos, muitas vezes utilizada a dupla e tripla adjetivação. • a ironia – recurso estilístico que, por expressar o contrário da realidade, serve para satirizar e expor contrastes e paradoxos. • a aliteração – figura de estilo que utiliza a repetição de sons para exprimir sensações ou sons da realidade envolvente. • neologismo • estrangeirismos - Eça recorre, muitas vezes, a anglicismos, isto é, vocábulos de origem inglesa, e a galicismos, ou seja, vocábulos de origem francesa. • A riqueza da prosa queirosiana reside também na criação de novas palavras, como • "gouvarinhar", "cervejando", "escaveirada", entre outras.