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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

                ROMOLO MEGDA




O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO:
TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA
                  NAS REDES SOCIAIS




                   SÃO PAULO
                      2012
ROMOLO MEGDA




O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO:
TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA
                 NAS REDES SOCIAIS.




                     Produto pedagógico apresentado ao curso de
                     especialização da Teoria e Prática da Educação de
                     Nível Superior da Escola Superior de Propaganda e
                     Marketing, como requisito para a obtenção do título
                     de Especialista, sob a orientação do Prof. Ms. Wilson
                     Roberto Bekesas.




                    SÃO PAULO
                       2012
ROMOLO MEGDA




 O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO:
 TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA
                  NAS REDES SOCIAIS.




                                      _____________________________________
                                                Professor Orientador


                                      _____________________________________
                                               Professor Qualificador




Aprovado em ___ / ___ / ____.




                                   SÃO PAULO
                                      2012
Dedico este trabalho à minha esposa, Fabiana. Além
de me dar dois filhos lindos (Pedro e João), me deu
todo o incentivo, espaço e força necessários para a
realização deste trabalho.
RESUMO



              Este trabalho consiste na apresentação de um produto pedagógico e as implicações
que ele representa na criação de um novo espaço para a disseminação de conteúdos acadêmicos –
TypeZine, o ensino de tipografia através das redes sociais. Esta experiência tem como objetivo
discutir o conceito de Aprendizagem Aberta Colaborativa na web 2.0 com foco em Recursos
Educacionais Abertos (REA) e experimentar a utilização das redes sociais já existentes para o uso
pedagógico. Através de dados levantados com ferramentas da própria internet foi possível
mensurar a eficácia de algumas estratégias e propor novos espaços que complementem a sala de
aula e os ambientes digitais de aprendizagem (e-learning) associados ao conceito de Educação a
Distância (EAD). Não se busca, aqui, a validação ou não desta plataforma como ferramenta
pedagógica, mas sim, uma aferição de alcance da proposta através da plataforma de
aprendizagem aberta, colaborativa e digital com posterior análise dos dados.



Palavras-chave: Redes Sociais, Produto Pedagógico, Recursos Educacionais Abertos (REA)
LISTA DE FIGURAS


FIGURA 1 – BRASIL: SÉTIMO COLOCADO NO ACESSO À INTERNET ...................... 11

FIGURA 2 – BRASIL: O QUINTO PAÍS QUE FICA MAIS TEMPO NA INTERNET .... 12

FIGURA 3 – O AUMENTO DO ACESSO ÀS REDES SOCIAIS NO MUNDO ................... 13

FIGURA 4 – TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE WEB 1.0 E WEB 2.0 .............................. 14

FIGURA 5 – PARTICULARIDADES DO BRASIL NA INTERNET ..................................... 15

FIGURA 6 – O RÁPIDO CRESCIMENTO DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL .............. 16

FIGURA 7 – QUEM MAIS GASTA TEMPO NAS REDES SOCIAIS NO BRASIL........... 17

FIGURA 8 – GRÁFICO DA PERFORMANCE DO FACEBOOK NO BRASIL .................. 18

FIGURA 9 – BRASIL: LÍDER NO ACESSO A BLOGS ............................................................. 18

FIGURA 10 – LOGOMARCA ........................................................................................................... 20

FIGURA 11 – DADOS INTERNOS DO FACEBOOK E NIELSEN ......................................... 25

FIGURA 12 – DADOS SOBRE O FACEBOOK TYPEZINE. ..................................................... 30

FIGURA 13 –PÁGINA INICIAL DO FACEBOOK TYPEZINE. .............................................. 32

FIGURA 14 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TYPEZINE. ........................ 33

FIGURA 15 – ESTATÍSTICAS DO TYPEZINE NO FACEBOOK ........................................... 34

FIGURA 16 – DADOS DEMOGRÁFICOS DO TYPEZINE NO FACEBOOK...................... 35

FIGURA 17 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TYPEZINE. ........................ 36

FIGURA 18 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 37

FIGURA 19 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 37
FIGURA 20 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 38

FIGURA 21 – PÁGINA DO TYPEZINE NO TWITTER ............................................................ 38

FIGURA 22 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO TWITTER ...................... 39

FIGURA 23 – ESTATÍSTICAS DO TYPEZINE NO TWITTER ............................................... 40

FIGURA 24 – PÁGINA DO TYPEZINE NO TUMBLR ............................................................... 41

FIGURA 25 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO TUMBLR ....................... 42

FIGURA 26 – PAGINA INICIAL DO TYPEZINE NO PINTEREST....................................... 42

FIGURA 27 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO PINTEREST ................ 43

FIGURA 28 – PAGINA INICIAL DO TYPEZINE NO INSTAGRAM ..................................... 44

FIGURA 29 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO INSTAGRAM ............... 45
SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 9

2. CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................... 11

3. O PRODUTO PEDAGÓGICO – TypeZine ........................................................................... 19

4. INFORMAÇÕES SOBRE AS REDES SOCIAIS ONDE O TypeZine ESTÁ PRESENTE
E SUAS JUSTIFICATIVAS ....................................................................................................... 24

    4.1. FACEBOOK ....................................................................................................................................24

    4.2. TWITTER ........................................................................................................................................25

    4.3. TUMBLR .........................................................................................................................................26

    4.4. PINTEREST ....................................................................................................................................27

    4.5. INSTAGRAM ...................................................................................................................................28

5. TypeZine. ESTUDO DE CASO E RESULTADOS ............................................................... 29

CONCLUSÃO.............................................................................................................................. 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 48
1. INTRODUÇÃO



              Em Outubro de 2004 pela primeira vez foi usado o termo web 2.0 pela O’Reilly
Media e pela MediaLive International, popularizando-se rapidamente a partir de então. Mais do
que falar de recursos tecnológicos, o termo foi cunhado para designar uma segunda geração de
comunidades e serviços, tendo como conceito a “Web como plataforma”, envolvendo wikis, redes
sociais e tecnologia da informação. O termo, portanto, não se refere à atualização nas
especificações técnicas da web, mas a uma mudança de comportamento dos usuários na rede.

              Segundo Tim O’Reilly, fundador da O’Reilly Media e inventor do termo, a Web 2.0:

                            [...] é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das
                            regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais
                            importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se
                            tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a
                            inteligência coletiva1. (O’REILLY RADAR, 2006, tradução nossa)
              Passamos da web 1.0 para a web 2.0 e isso transformou a maneira como nos
relacionamos e modificou o nosso papel de consumidores de informação, nos possibilitando atuar
efetivamente como agentes transformadores de conteúdos em contraposição a uma postura
passiva, vivenciada na fase anterior do desenvolvimento do ambiente digital.

              Como destaca O’Reilly (2007), a grande marca da web 2.0 é ter se tornado uma
plataforma participativa diferente da web anterior, a web 1.0, que era utilizada como uma
interface de navegação simplesmente. Redes de usuários, sejam acadêmicas ou informais, agora
podem criar as suas próprias comunidades divididas por assuntos, trocar informações em
conjunto e dividirem conteúdos seguindo princípios de “acesso aberto” (Willinsky, 2006),
criando assim novas oportunidades para o processo de aprendizagem.

              Outro conceito importante no desenvolvimento deste trabalho é o de “Recursos
Educacionais Abertos” (REA) que trata de uma plataforma aberta de ensino e aprendizagem.
Recursos Educacionais Abertos, REA ou OER (Open Educational Resources) são recursos


1
 Texto original: Web 2.0 is the business revolution in the computer industry caused by the move to the internet as
platform, and an attempt to understand the rules for success on that new platform. Chief among those rules is this:
Build applications that harness network effects to get better the more people use them. (This is what I’ve elsewhere
called “harnessing collective intelligence”). Disponível em <http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact-
definition-tryi.html> Acessado em 01 de ago. de 2012.
                                                                                                                       9
voltados para o ensino, aprendizagem e pesquisa, oferecidos de forma livre, aberta e gratuita para
toda comunidade. Abrange qualquer material educativo que seja oferecido livremente e com
licenças para intervenções, remixagens e redistribuição.

             Segundo a Fundação William e Flora Hewlett;

                           REA são recursos para o ensino, a aprendizagem e a pesquisa que residem no
                           domínio público ou foram publicados sob uma licença de propriedade intelectual
                           que permite seu livre uso e remixagem por outros. Os REA incluem cursos
                           completos, conteúdo para cursos, módulos, livros, vídeos, testes, softwares e
                           qualquer outras ferramentas, materiais ou técnicas usadas que suportem e
                           permitam o acesso ao conhecimento. (HEWLETT, 2012, tradução nossa).
             O conceito de REA surgiu para diferenciar a produção de conteúdo com objetivos
educacionais e, desta forma, se diferenciar do termo “conteúdo aberto” que é usado para se referir
a todos os tipos de materiais (músicas, vídeo, som e texto) que estão disponíveis para uso no
ambiente digital, com licença para utilização, adaptação e compartilhamento. A professora da
Universidade de Harvard, Carolina Rossini, em entrevista disse que: “para ser considerado um
Recurso Educacional Aberto é preciso ter três elementos livres e abertos: o conteúdo, a
plataforma e a licença”. Ou seja, além do conteúdo ser passível de intervenção e remixagem por
parte do estudante ou de outros professores, é necessário que a plataforma digital que o suporta
seja democrática e aberta de maneira que todos tenham acesso. E a licença do conteúdo precisa
ser aberta, o que implica em um outro conceito, o de “Creative Commons2” (cc) o que significa
que qualquer produção sob licença de uso (cc) na web pode ser abertamente reutilizada
gratuitamente desde que os usuários citem os autores.




2
  Creative Commons é uma organização não governamental sem fins lucrativos localizada em São Francisco,
Califórnia, nos Estados Unidos, voltada a expandir a quantidade de obras criativas disponíveis, através de suas
licenças que permitem a cópia e compartilhamento com menos restrições que o tradicional todos direitos reservados.
Para esse fim, a organização criou diversas licenças, conhecidas como licenças Creative Commons. A organização
foi fundada em 2001 por Larry Lessig, Hal Abelson, e Eric Eldred com apoio do Centro de Domínio Público. Site
oficial <http://creativecommons.org.br/>. O primeiro conjunto de licenças copyright foi lançado em dezembro de
2002. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons> Acessado em 31 de jul. 2012.

                                                                                                                10
2. CONTEXTUALIZAÇÃO



                O Brasil é um dos países líderes em acesso à internet de um modo geral é um dos
países onde a população gasta mais tempo nas redes sociais. É também líder em acessos a blogs,
ou seja, conteúdos abertos e colaborativos característicos da web 2.0. Segundo dados do mais
recente estudo da comScore3, o Brasil tem a sétima maior audiência no ambiente digital,
atingindo a marca de 46 milhões de pessoas acima de 15 anos que tem acesso à internet,
conforme consta no gráfico apresentando na Figura 1, sendo que, juntamente com a Rússia, foi o
país que mais cresceu em audiência no ambiente digital dentro deste bloco.



         FIGURA 1 – BRASIL: SÉTIMO COLOCADO NO ACESSO À INTERNET




                                        Fonte: comScore Media Metrix




3
 comScore: empresa multinacional líder em estudos do ambiente digital, cobrindo mais de 170 países ao redor do
mundo. Fonte: <http://www.comscore.com/> Acessado em 01 de jul. de 2012.
                                                                                                           11
Segundo o mesmo estudo, o Brasil é o 5º maior país quando se mede o
engajamento, ou seja, o tempo médio gasto na internet, com 26.7 horas/mensais, conforme figura
abaixo.

   FIGURA 2 – BRASIL: O QUINTO PAÍS QUE FICA MAIS TEMPO NA INTERNET




                                    Fonte: comScore Media Metrix

               Se o país ainda apresenta um desafio enorme em questões de infraestrutura para
ampliar a acessibilidade ao ambiente digital, está claro, por outro lado, que o Brasil é um dos
países que mais rápido vem crescendo neste mercado e que apresenta um dos maiores potenciais
para se consolidar com uma das lideranças globais no acesso e uso da internet. Há um aumento
significativo do acesso das populações à internet no mundo inteiro, mas nota-se um aumento
espantoso no acesso e uso das redes sociais (web 2.0). E isso é ainda mais significativo no Brasil.
De acordo com a Figura 3, no mundo, desde 2007 até começo de 2012, o aumento do acesso à
internet foi de 88%, enquanto que no mesmo período o crescimento dos acessos às redes sociais
atingiu a marca de 174%.



                                                                                                12
FIGURA 3 – O AUMENTO DO ACESSO ÀS REDES SOCIAIS NO MUNDO




                                   Fonte: comScore Media Metrix

              Isto mostra claramente a consolidação de um novo modelo comunicacional na
internet, passando da web 1.0 para o conceito coletivo, colaborativo, construindo espaços abertos
onde há pontes de mão-dupla no processo de troca de conteúdos e informações, características da
web 2.0. Neste novo cenário os usuários são “convidados” a participar, a trazer a sua visão de
mundo e a fazer a sua colaboração a partir de espaços livres onde podem construir conteúdos
participativos em detrimento à postura adotada na web 1.0, onde eram apenas leitores passivos
que navegavam pelas páginas.

              A professora Alexandra Okada, da The Open University de Londres, construiu
uma tabela (Figura 4) onde aponta as diferenças entre web 1.0 e web 2.0 a partir dos conceitos
estabelecidos por Tim O’Reilly (2007).




                                                                                               13
FIGURA 4 – TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE WEB 1.0 E WEB 2.0




                                  Fonte: E-book: BARROS, D.M.V

              As redes sociais, uma manifestação típica deste novo movimento dos usuários da
web 2.0, estão redefinindo a maneira como nos comunicamos e trocamos conteúdos e
informações, tanto no mundo virtual como real.

              Voltando às estatísticas de acesso e uso da rede, no caso do Brasil, quando
aprofundamos a análise do comportamento do usuário na internet, notamos que estamos acima da
média mundial em alguns quesitos. Temos um comportamento particular na rede, sendo que isso
se reflete na maneira como compartilhamos conteúdos através do ambiente digital. Várias vezes o
Brasil assumiu o primeiro ligar nos trend topics mundiais (assunto mais comentado na rede
microblog Twitter). Estamos acima da média quando se trata de usar sites de buscas, também
usamos mais a ferramenta de e-mail do que o restante do planeta e temos números bem mais
expressivos no que se refere a acesso a blogs e trocadores de mensagens instantâneas, vide Figura
5. No caso de uso de redes sociais estamos um pouco abaixo da média mundial, mas temos pouco
a crescer, já que beiramos os 100% dos usuários da internet.




                                                                                              14
FIGURA 5 – PARTICULARIDADES DO BRASIL NA INTERNET




                                      Fonte: comScore Media Metrix

              Apesar de, no Brasil, ainda termos mais audiência nos sites do que nas redes
sociais (web 1.0 versus web 2.0), todas as curvas mostram uma tendência para que essa situação
se inverta em breve, principalmente quando se leva em consideração o engajamento da audiência,
ou seja, o tempo gasto nas páginas.




                                                                                            15
FIGURA 6 – O RÁPIDO CRESCIMENTO DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL




                                   Fonte: comScore Media Metrix

              Um outro dado relevante para este trabalho é qual o perfil dos heavy-users
(usuários mais assíduos e que gastam mais tempo) das redes sociais. Ainda segundo o mesmo
estudo da comScore, os internautas que gastam mais tempo nas redes sociais são os que estão na
faixa etária entre 15-24 anos conforme é possível notar na Figura abaixo.




                                                                                            16
FIGURA 7 – QUEM MAIS GASTA TEMPO NAS REDES SOCIAIS NO BRASIL




                                  Fonte: comScore Media Metrix

              Este público, conforme mostra o gráfico, gasta em média, 8,5 horas mensais em
redes sociais (dados de dezembro de 2011), bem acima dos outros públicos e da média dos
usuários em geral. Para terminar o estudo dos dados disponíveis sobre a web colaborativa no
Brasil (e no mundo), vamos olhar a performance de dois tipos específicos de redes sociais, o
Facebook e os blogs. Em ambos os casos, o Brasil tem uma performance destacada, sendo que
somos os líderes mundiais em acesso a blogs, e o país onde o Facebook mais cresce, sendo que já
é a maior rede social do país, tendo ultrapassado o Orkut em dezembro de 2011 (Figura 8). No
caso dos acessos a blogs, o Brasil é o líder mundial atingindo 96% dos internautas, sendo que
teve um crescimento no ano de 2011 de 44% em relação ao ano anterior (Figura 9).




                                                                                             17
FIGURA 8 – GRÁFICO DA PERFORMANCE DO FACEBOOK NO BRASIL




                  Fonte: comScore Media Metrix

      FIGURA 9 – BRASIL: LÍDER NO ACESSO A BLOGS




                  Fonte: comScore Media Metrix
                                                          18
A partir da análise destes dados, nota-se que o comportamento do usuário na web
hoje é bem diferente daquele apresentado na web 1.0, inclusive, e sobretudo, no Brasil. Existe
espaço para que cada usuário seja um disseminador de conteúdo e um curador de informações
que são coletadas, remixadas e redistribuídas com um olhar particular. Cada individuo é um
veículo de comunicação em potencial na web 2.0. A informação não é mais exclusividade dos
grandes portais e boa parte dos conteúdos são frutos das iniciativas individuais e coletivas da
grande massa de anônimos.

                George Gilder (1990, p. 28 ), afirma que: “a informática da comunicação tem um
sentido libertador para o indivíduo, vivemos uma nova era, em que não haverá mais lugar para a
tirania da comunicação de cima para baixo, uma época, menos padronizada e mais
democrática”.



3. O PRODUTO PEDAGÓGICO – TYPEZINE



                O estudo da comScore traz algumas reflexões e conclusões a respeito deste cenário
presente no Brasil. Uma delas é que o Brasil é um dos líderes mundiais incontestes na audiência
online, tanto em número absoluto de acessos, quanto no crescimento percentual. Outra
característica do internauta brasileiro é o alto engajamento na web, (tempo gasto nas páginas),
sendo que boa parte deste tempo é gasta fazendo uso das redes sociais para se comunicar e
compartilhar conteúdos e arquivos (vídeos, músicas, imagens, etc.). Entretanto, a evolução e o
avanço da web 1.0 para web 2.0 - O’Reilly (2007) -, não garantem que temos avançado
igualmente nas práticas de Ensino à Distância (EAD).

                Muitas das interfaces da web 2.0 são subutilizadas porque em muitos casos os
referenciais adotados tem como base a concepção da web 1.0. Ou seja, muitas vezes, nas práticas
educacionais que se utilizam de recursos digitais, temos apenas interfaces de acesso e navegação
restritas ao uso e consumo de conteúdos pedagógicos de uma forma unidirecional, passiva.
Transportar os conteúdos para uma plataforma digital por si só não traz um novo conceito de
aprendizagem. É preciso mais, é preciso criar estratégias de aproximação e engajamento dos
estudantes usando todos os recursos disponíveis na web 2.0.

                                                                                               19
Esta nova plataforma surge para romper o velho paradigma de “transmissão” e
“passividade”, pois é caracterizada por tecnologias com interfaces abertas para colaboração, co-
construção, co-parceria, e conhecimento coletivo. Paulo Freire (1996, p. 47) diz que: “Saber que
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção
ou a sua construção”. Este pensamento, que não está ligado diretamente a EAD serve
perfeitamente para nos lembrar que, no ambiente digital, o estudante também não é mero
repositório de conteúdo. O importante é criar estratégias para fazer melhor uso desta ferramenta
poderosa e que tem o jovem estudante universitário seu consumidor por excelência. MORAN
(2003) questiona: “Como combinar, integrar, gerenciar a interação presencial e a virtual? Como
"dar aula" quando os alunos estão distantes geograficamente e podem estar conectados
virtualmente?”

                É desta premissa – utilizar de ferramentas disponíveis na web 2.0, através de
espaços colaborativos e abertos para ampliar as possibilidades de aprendizagem – que surgiu a
ideia presente neste trabalho, a criação de um espaço para o ensino da tipografia 4 nas redes
sociais, denominado TypeZine.

                                   FIGURA 10 – LOGOMARCA




                                          Fonte: o próprio autor




4
  A tipografia vem do grego typos — "forma" — e graphein — "escrita". É a arte e o processo de criação na
composição de um texto, física ou digitalmente.
                                                                                                       20
TypeZine tem como objetivo criar espaços para difundir, debater e ensinar
tipografia de uma forma aberta, livre, colaborativa, dialógica, dentro das redes sociais já
existentes.

               Lembrando das características das redes socais, que, como define Raquel Recuero
(2009, p. 82), “A cooperação, a competição e o conflito não são, necessariamente, processos
distintos e não relacionados. São, sim, fenômenos naturais emergentes das redes sociais.” A
intenção, portanto, não é repetir a experiência educacional vivenciada dentro da sala de aula nas
redes sociais; é, por outro lado, levar conteúdo pedagógico para estes espaços respeitando-se as
características inerentes das redes sociais, assumindo, inclusive, suas qualidades e defeitos.

               Partindo da minha experiência como professor de Criação e Direção de Arte,
desde 2002 na Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, em São Paulo, sempre ouvi
dos alunos o pedido para que fosse ampliado o espaço para o ensino de Tipografia, especialmente
para as turmas da Optativa de Criação. O problema é que o espaço previsto no calendário
acadêmico e o currículo das disciplinas, não permitiam que houvesse um aprofundamento do
tema. A grade do curso ainda não contempla uma disciplina de “Tipografia” mesmo para os
alunos que optaram por Criação. E este é um dos temas mais pedidos pelos alunos a cada ano.

               O insight para a criação do TypeZine partiu na própria instituição, onde notei, ao
chegar na sala de aula, que os alunos, conectados, faziam uso das redes sociais, especialmente do
Facebook enquanto aguardavam o começo da aula. Este espaço – redes sociais –, como nos
mostraram os dados que vimos anteriormente, é onde os jovens entre 15 e 24 anos passam mais
tempo na internet. Os alunos da disciplina “Criação em Propaganda I – Ênfase em Direção de
Arte”, ministrada por mim, estão no centro deste universo demográfico, pois tem, em geral, entre
18 e 22 anos. Compartilhar, comentar, criar, remixar e distribuir conteúdos é algo que faz parte
do dia a dia destes jovens universitários, que não distinguem mais o mundo “virtual” do “real”.
Estar nas redes sociais é o mesmo que estar no mundo para a maior parte deles. A intenção, ao
criarmos o TypeZine, foi justamente ir de encontro ao jovem no ambiente em que ele já está, e
não criar um espaço novo. Meio também é mensagem, e ao nos aproximarmos do seu universo,
buscamos levar o assunto da forma mais amigável possível. Phillipe Perrenoud (2000) destaca
que:


                                                                                                 21
Organizar e dirigir situações de aprendizagem é manter um espaço justo para tais
                              procedimentos. É, sobretudo, despender energia e tempo e dispor das
                              competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de
                              situações de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas encaram situações
                              amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação, as quais requerem um
                              método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas.
                              (PERRENOUD, 2000, p. 25-26)

                    O que buscamos com o TypeZine foi isso: um espaço novo, uma nova situação de
aprendizagem,          “disfarçada”      de    entretenimento,       misturada      a   outros     conteúdos      não-
pedagógicos. Por isso, inclusive, a escolha do nome. TypeZine usa uma característica comum a
algumas redes sociais, a mistura de duas palavras com conceitos distintos e complementares. No
caso Type (Tipo), e Zine, de Fanzine5. Ou seja, TypeZine é como se fosse uma revista amadora,
feita por e para estudantes, só que neste caso não é impressa e nem distribuída nos corredores da
escola, é digital e distribuída nas redes sociais.

                    TypeZine está presente em cinco redes sociais diferentes – Facebook, Twitter,
Tumblr, Pinterest e Instagram. Cada um deles conta com uma característica particular que nos
interessava e tem uma serventia diferente para o projeto e para a disseminação dos conteúdos
sobre tipografia. MORAN (2003) diz que:

                              Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações
                              estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula
                              multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria
                              (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação online (pessoas
                              conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Os cursos são muito
                              empacotados, seguem fórmulas semelhantes, dão ênfase excessiva ao conteúdo e
                              pouca à aprendizagem em pequenos grupos, à pesquisa significativa, à produção
                              de conhecimento adaptado à realidade de cada aluno e grupo. (MORAN, 2003)
                    TypeZine não deixa de ser uma experiência de Educação à Distância (EAD) e de
aprendizagem por meios eletrônicos (e-learning), só que neste caso, usa de uma plataforma
aberta – as redes sociais – e que não foi criada para este fim. O que se buscou foi uma nova
plataforma para aplicar EAD, uma plataforma aberta e colaborativa, com múltiplas possibilidades
de interação, remixagem e edição de conteúdos.

                    Ao implementar o TypeZine, a proposta não era de colocar “aula” nas redes
sociais, mas sim, complementar o conteúdo do curso, levando informações relevantes sobre
tipografia para o ambiente dos alunos. É, portanto, um produto pedagógico que visa debater,
5
    Fanzine já é uma mistura de duas palavras em inglês: Fan, ou seja, fã e Magazine, Revista – definição do autor.
                                                                                                                      22
estimular e fomentar o interesse sobre o assunto Tipografia nas redes sociais, colocando-o em
uma linguagem mais próxima da realidade dos estudantes.

                   A definição de TypeZine nas redes é:

                            TypeZine. Uma Fanzine de Tipografia. Nasceu de uma necessidade. Mas
                            também de uma paixão. Posts anárquicos sobre tipografia. Referências, dicas,
                            vídeos, textos, links, o que pintar. Pequenos conteúdos espalhados pela rede.
                            Para estudantes. Para estudiosos. TypeZine. A tipografia ao alcance de todos.
                            (TypeZine, 2012)
                   Ao colocar os conteúdos em plataformas abertas e colaborativas, TypeZine faz
parte, também, de uma experiência de Recursos Educacionais Abertos (REA), já que não há
qualquer restrição sobre os direitos autorais.

                   Algumas instituições educacionais ao redor do mundo já possuem projetos
relacionados a Recursos Educacionais Abertos, sejam eles na forma de projetos de EAD ou na
forma de plataformas colaborativas de aprendizagem. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts
- MIT foi uma das instituições pioneiras no conceito de conteúdo aberto e oferece o acesso on-
line a diversos cursos e conteúdos de forma livre e aberta para os alunos da instituição,
pesquisadores e demais interessados espalhados pelo planeta. Outras universidades ao redor
mundo também contam com projetos na mesma direção, como a conceituada Universidade de
Harvard e a Universidade Aberta do Reino Unido - The Open University que existe apenas no
ambiente virtual.

                   Notamos, porém, que nenhuma destas instituições faz uso das redes sociais para
gerar e difundir conteúdos acadêmicos. As três universidades tem páginas no Facebook6, mas em
todos os casos o espaço é usado apenas para falar da instituição, dos cursos disponíveis, de
algumas curiosidades relacionadas a eventos ocorridos nos campus e mesmo sobre notícias do
mundo em geral. No caso das universidades brasileiras mais renomadas, como USP e Unicamp,
por exemplo, nem contam com páginas oficiais no Facebook.




6
    Universidade de Harvard - https://www.facebook.com/Harvard
    Instituto de Tecnologia de Massachusetts - https://www.facebook.com/MITnews
    Universidade Aberta do Reino Unido - https://www.facebook.com/theopenuniversity
                                                                                                      23
4. INFORMAÇÕES SOBRE AS REDES SOCIAIS ONDE O TYPEZINE ESTÁ
PRESENTE E SUAS JUSTIFICATIVAS



4.1. FACEBOOK - Site oficial: www.Facebook.com

               De acordo com dados de 2011 do estudo da comScore , o Facebook é a maior rede
social do mundo com mais de 800 milhões de usuários. É também a maior rede social do Brasil,
com mais de 36 milhões de usuários, ultrapassando o Orkut, que está em franco declínio, tanto
em número de usuários quanto no tempo gasto na rede. Analisando a Figura 11 podemos notar
alguns dados interessantes sobre o Facebook no Brasil: mais de 50% dos usuários retorna
diariamente ao site; o maior público está na faixa etária entre 18 e 24 anos (33%) e a distribuição
por sexo é de 54% mulheres e 46% homens. O número médio de amigos de cada usuário
cadastrado é de 206 pessoas e o tempo médio gasto nas páginas do Facebook por mês é de
06:57h.

               O Facebook se caracteriza por ter a plataforma mais amigável e fácil de usar entre
todas as redes sociais. Permite o compartilhamento de vídeos, textos, links de internet, fotos etc.
Tem espaços para comentários em cima das atualizações. Um conteúdo colocado no Facebook
pode ser “curtido” pelos amigos ou fãs, pode receber comentários e pode ser compartilhado para
outras pessoas (amigos dos amigos) gerando um efeito viral e potencializando a audiência. As
possibilidades são quase infinitas. Além dos computadores, funciona também nos tablets e em
smartphones. Tem a possibilidade de criar páginas de empresas, de grupos de interesses
específicos e de instituições de ensino, entre outros. Neste caso a página conta com “fãs” e não
com “amigos”. Desta forma para acompanhar a atualização das páginas é preciso que as pessoas
“curtam” a instituição, grupo de afinidade ou empresa em questão.



JUSTIFICATIVA

               O Facebook foi escolhido porque hoje é de longe o site (rede social) com a maior
audiência entre os jovens que compõem o nosso público-alvo do produto pedagógico. Por sua
interface amigável e múltiplas ferramentas, serviu também como uma espécie de “central de


                                                                                                24
informações (hub), de onde todo o conteúdo era originado. Foi o pilar central na estrutura de
distribuição de conteúdos gerados pelo TypeZine.

               FIGURA 11 – DADOS INTERNOS DO FACEBOOK E NIELSEN




                    Fonte: Dados Internos do Facebook (2011) e dados da Nielsen BR (2011)




4.2. TWITTER - Site oficial: www.twitter.com

                É a segunda maior rede social do mundo, perdendo apenas para o Facebook. Tem
mais de 500 milhões de usuários no mundo7, sendo que no Brasil conta com 12,5 milhões de
pessoas cadastradas. Os dados demográficos sobre o usuário brasileiro mais completos
encontrados são de abril de 2009 em uma pesquisa feita pela agência de publicidade Bullet com
3.268 brasileiros por meio da própria rede de microblog. Portanto, é possível que haja uma

7
 Fonte: The 2012 Font Channel Survey. Disponível em
<http://resources.exacttarget.com/rs/exacttarget/images/SFF14_The2012ChannelPreferenceSurvey_WEB.pdf)>
Acessado em 31 de jul. de 2012.
                                                                                                         25
diferença para os dias de hoje. Mesmo assim, vale o registro do perfil dos usuários brasileiros. O
Twitter é formado em sua maioria por homens (61%) sendo que 65,1% têm entre 21 e 30 anos. A
maioria esmagadora está no estado de S. Paulo (46%) e tem ensino superior (37,6%)8.

                 É uma rede de microblogs, ou seja, conta com um espaço com conteúdo limitado a
140 caracteres. Permite que os usuários leiam atualizações pessoais dos outros usuários e enviem
mensagens privadas. Diferente do Facebook, no Twitter o usuário tem seguidores e não amigos.
Devido à limitação da quantidade de caracteres, tem um perfil de mensagens curtas e
instantâneas. Hoje é mais usado por empresas como uma espécie de SAC Online e por
celebridades. É uma poderosa ferramenta de informação e atualização instantânea.



JUSTIFICATIVA

                 O Twitter foi escolhido pela rapidez com que leva a informação aos usuários e
pelo grande alcance em audiência. Pelas limitações da plataforma, serviu mais como um suporte
para as outras redes sociais, redirecionando o usuário sobretudo para o Facebook.



4.3. TUMBLR - Site oficial: http://www.tumblr.com

                 É a rede social de mais rápido crescimento no Brasil. Só no ano passado cresceu
500% em número de acessos no país, representando o segundo maior mercado mundial para a
rede. E é aqui no Brasil onde os usuários gastam mais tempo – 32 minutos por visita contra uma
média mundial de 23 minutos9. No mundo conta com mais de 33 milhões de páginas diferentes
(Tumblrs) sendo que a maior parte dos usuários se encontra na faixa entre 18 e 34 anos (36%)10.

                 É uma espécie de blog, mas com algumas características comuns ao Twitter e ao
Facebook. Enquanto em um blog comum (blogspot ou wordpress, por exemplo, que são dois dos


8
 Fonte: Twitter no Brasil. Conhecendo um pouco dos @’s brasileiros. Agência Bullet. Abril 2009. Disponível em
<http://www.slideshare.net/bullet_promo/twitter-no-brasil-1453989)> Acessado em 31 de jul. de 2012.
9
  Fonte: Dados do Tumblr no Brasil. Disponível em <http://equipebrasil.tumblr.com/post/24739483987/olha-so-o-
infografico-que-nossa-equipe-montou> Acessado em 31 de jul. de 2012.
10
  Fonte: Tumblr Numbers: The Rapid Rise of Social Blogging. Disponível em
<http://mashable.com/2011/11/14/tumblr-infographic/> Acessado em 01 de ago. de 2012.
                                                                                                                26
mais usados na rede) você tem de ir até a página original para ler o conteúdo ou ver a imagem, no
Tumblr, uma ferramenta que permite curtir qualquer página, inverte esta lógica. Desta forma, ao
entrar na página inicial do seu blog, o usuário recebe diretamente na sua página todas as
informações de todos os blogs que foram “curtidos”. Dá ainda para salvar as publicações que
você mais gostou (stuff that I like), separar e pesquisar por tipo de conteúdo. Só como exemplo,
ao procurar as palavras mais populares no Tumblr (tags), aparecem várias categorias – e
Typography está entre as mais populares. Permite que se coloquem links de outros sites, vídeos e
fotos, e permite textos sem limites de caracteres. É predominantemente visual, pois geralmente os
usuários optam por imagens e textos curtos, mas, como dito antes, permite textos longos, se for
necessário.



JUSTIFICATIVA

                O Tumblr foi escolhido por ser uma das redes sociais que mais crescem entre os
jovens, principalmente entre os jovens urbanos e “antenados”. Algumas ferramentas são muito
interessantes para o compartilhamento de conteúdos específicos, como o sistema de busca através
do símbolo # e alimentação de conteúdos de diferentes páginas na sua própria página.



4.4. PINTEREST - Site oficial: http://pinterest.com/

                Uma das mais novas redes sociais. Foi lançada em março de 2010 e já é a 5ª maior
rede social do planeta com mais de 17 milhões de contas registradas11. Não há dados precisos
sobre a participação do Pinterest no Brasil, mas alguns artigos existentes na web dão conta que
no final de 2011 e começo de 2012 houve um forte crescimento nos acessos da rede social no
país. Nos EUA, principal país da rede, conta com um público majoritariamente feminino, sendo
que dados do começo de 2012 apontam que 83% dos usuários são deste sexo.

                O nome Pinterest é a junção de duas palavras Pin – de “Pinboard” – e Rest – de
“Interest”. É, portanto, um “quadro de interesses”. É uma rede social puramente imagética. Nela,


11
  Fonte: The 2012 Channel Preference Survey. Disponível em
<http://resources.exacttarget.com/rs/exacttarget/images/SFF14_The2012ChannelPreferenceSurvey_WEB.pdf>
Acessado em 03 de ago. de 2012.
                                                                                                        27
o usuário ao navegar por qualquer página da web pode marcar uma imagem ou um vídeo e
colocar dentro de um espaço determinado criado pelo próprio usuário. Ou seja, é possível agrupar
todo o conteúdo dentro de assuntos específicos como, por exemplo, Design, Tipografia,
Fotografia, Moda, Decoração, etc. É um espaço de curadoria de imagem que fica aberto a todos
os usuários da rede.

                 Desta forma, não só o usuário, mas todas as pessoas que forem “seguidoras” da
página podem ver, curtir e replicar o conteúdo na sua própria página. A diferença essencial do
Pinterest para as outras redes sociais é que o Pinterest forma um mosaico só com imagens e
vídeos, não havendo espaço para textos.



JUSTIFICATIVA

                 O Pinterest foi escolhido por ser uma rede social puramente imagética e de
curadoria de conteúdos. Apesar de ainda ter baixa penetração no público-alvo do trabalho, tem
essa característica marcante e favorável a disseminação de conteúdos tipográficos.



4.5. INSTAGRAM - Site oficial: http://www.instagram.com

                 Lançado em outubro de 2010 o Instagram já conta com 15 milhões de usuários no
mundo12. Não há dados disponíveis confiáveis sobre sua performance no Brasil. O Instagram,
assim como o Pinterest, tem o nome a partir de uma junção de duas palavras: Instant (Instante) e
Photogram (Fotograma). É uma rede social, mas é também um aplicativo, só disponível para
celulares. Começou apenas para usuários do iPhone da Apple (sistema iOS) e agora também tem
uma versão para smartphones que tenham o sistema operacional Android, do Google. Trata-se de
uma rede de compartilhamento de fotos onde você pode colocar diversos filtros que lembram os
efeitos das antigas câmeras Kodak. Ao compartilhar suas fotos, seus “amigos” podem curtir e
deixar comentários. É um aplicativo multiplataforma, ou seja, ao colocar uma foto no Instagram
você tem também a opção de compartilhar a mesma imagem em outras redes sociais, como o
Twitter e o Facebook, por exemplo.

12
  Fonte: The Realtime Report. Disponível em <http://therealtimereport.com/2012/01/27/social-networking-stats-
tumblr-reaches-15-billion-monthly-pageviews-rltm-scoreboard/> Acessado em 25 de jun. de 2012.
                                                                                                                28
Uma curiosidade sobre o Instagram é que um dos inventores é um brasileiro, Mike
Krieger, e recentemente a empresa foi adquirida pelo Facebook por US$1 bilhão13, sendo que
conta com uma estrutura modesta, tendo apenas 10 funcionários.

                    O Instagram conta com ferramentas úteis no trabalho de curadoria de conteúdo,
pois tem um sistema de busca por assunto através do símbolo # (jogo da velha, ou hashtag). Ao
colocar o símbolo # na frente de alguma palavra, esta, automaticamente, passa a fazer parte de
um banco de dados de imagens que tenham sido marcadas com a mesma palavra. Exemplo:
#typography é um termo que até o momento de realização deste trabalho contava com mais de
130.000 imagens, dados de Julho de 2012. Ou seja, além de um ótimo espaço para divulgar
determinadas imagens também é um excelente espaço para pesquisa visual e curadoria de
conteúdo.



JUSTIFICATIVA

                    O Instagram foi escolhido porque permite pesquisa rápida sobre conteúdo e,
principalmente, porque possibilita o compartilhamento de um conteúdo diferente das demais
redes. O que se buscou através do Instagram foi mostrar imagens tipográficas das cidades,
sobretudo São Paulo. Vale ressaltar que todas as redes sociais foram escolhidas pela relevância
junto aos estudantes da ESPM e por características inerentes às ferramentas (possibilidade de
interação, alternativas no compartilhamento dos conteúdos, plataforma amigável e de
conhecimento prévio dos estudantes, recursos gráficos e etc).



5. TYPEZINE. ESTUDO DE CASO E RESULTADOS



                    Por estar no ambiente das redes sociais, a intenção foi usar as características da
própria rede na geração dos conteúdos. Buscou-se, desta maneira, abordar o tema Tipografia da
forma mais aberta, ampla e solta possível, utilizando todos os recursos disponíveis na web 2.0 –
textos, vídeos, imagens, links, etc. RECUERO (2009, p. 89) diz que: “Redes sociais, portanto,


13
     Fonte: Wikipedia. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Instagram> Acessado em 01 de ago. de 2012.
                                                                                                                29
precisam ter capacidade de adaptação, pois tem um equilíbrio dinâmico, constantemente
redirecionado entre caos e ordem.” Como já foi dito, TypeZine foi ao ar em 5 diferentes redes
sociais – Facebook, Twitter, Tumblr, Pinterest e Instagram.

              O nosso estudo compreende o período entre dia 01 de maio de 2012 e 31 de julho
de 2012 (Figura 12). Os alunos do 5º semestre, que cursavam optativa de Criação na matéria
“Criação de Prop. I - Ênfase em Direção de Arte” são o objeto primeiro do estudo. Em segundo
lugar os ex-alunos deste mesmo curso (serão considerados ex-alunos aqueles que já cursaram a
matéria Criação de Prop. I - Ênfase em Direção de Arte, independentemente de já terem se
formado ou não, isso não é relevante para esta pesquisa especificamente). E por fim, iremos olhar
o alcance e dispersão das informações, tendo em vista que trabalhamos em ambientes abertos da
web e não um espaço fechado de uma ferramenta disponível em intranet, como o BlackBoard, por
exemplo.

                  FIGURA 12 – DADOS SOBRE O FACEBOOK TypeZine.




                                       Fonte: o próprio autor

              Para manter o espírito livre da web 2.0 e por se tratar de uma experiência inédita
no formato da aula, os alunos não foram “obrigados” a acessar nenhuma das páginas do
TypeZine, ou seja, não valia nota, sequer tinha um conteúdo para prova ou algo do gênero. Os
alunos apenas foram “convidados” a acessar a acompanhar as páginas do TypeZine.

              O convite foi enviado por e-mail via plataforma BlackBoard, publicação em
minha página pessoal do Facebook e anúncios feitos em sala de aula.

                                                                                              30
DIZERES DO CONVITE


Desculpem o post longo. Não é muito minha praia. Mas neste caso, se faz
necessário.
Estou fazendo uma Pós em educação na ESPM.
E resolvi pegar a obrigação de fazer um trabalho de conclusão e transformar
numa oportunidade para fazer algo que eu sempre quis.
Abrir um espaço para falar sobre Tipografia. Um, não, vários.
Daí nasceu a ideia do projeto Typezine.
Uma fanzine de Tipografia.
Uma fanzine que não vai circular nas salas do CA, mas nas redes sociais.
Assim como qualquer fanzine, é feita de forma amadora, mas com olhar de
profissional.
Não pretendo tentar esgotar o assunto (que é inesgotável) nem assumir algum
lugar de autoridade sobre o tema.
Quero apenas compartilhar ideias, conceitos, experiências e referências que eu
venho acumulando ao longo destes 20 anos como profissional das artes gráficas.
Posts anárquicos sobre tipografia.
Referências, dicas, vídeos, textos, links, o que pintar.
Pequenos conteúdos espalhados pela rede.
Para estudantes e para estudiosos.
TypeZine é a tipografia ao alcance de todos.
Por enquanto, aqui no Facebook, twitter e tumblr.
http://typezine.tumblr.com/ https://twitter.com/
Daqui a pouco, no Instagram e no Pinterest.
Se curte o tema e curtiu a ideia, curta a página (e siga no twitter e visite o
tumblr).
E muito obrigado por ler o post até o final. Ele nada mais é do que um anúncio
AllType. ;-)”




                                                                           31
FIGURA 13 – PÁGINA INICIAL DO FACEBOOK TypeZine.




                             Fonte: https://www.Facebook.com/Typezine

              A página atingiu um total de 158 pessoas que “curtiram”, ou seja, 158 pessoas que
recebem em suas páginas do Facebook as atualizações do TypeZine. Destas, 33 são alunos (de um
universo total de 57 alunos matriculados na matéria, ou seja, 57,89% dos alunos) e 52 ex-alunos
da matéria (dois professores da ESPM também se tornaram “fãs” da página). A página teve,
portanto, 73 pessoas de “fora” do universo acadêmico que passaram a acompanhar os conteúdos
do TypeZine no Facebook, sendo que são a maioria do público.




                                                                                             32
FIGURA 14 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TypeZine.




                                       Fonte: o próprio autor

              O Facebook, como se imaginava, se mostrou a rede social com a maior
penetração, tanto entre os estudantes, como entre os internautas em geral. Por ter a maior
audiência da internet entre 18 e 24 anos e por oferecer o maior número de ferramentas para
compartilhamento de conteúdos, o Facebook acabou se tornando o centro das ações do TypeZine
enquanto as outras redes sociais “orbitaram” em volta. Outra vantagem do Facebook são as suas
ferramentas próprias de mensuração de alcance, viralização, “page-views”, etc.

              Usamos uma ferramenta chamada “SproutSocial” para aferir o alcance do
TypeZine no Facebook e levantar dados demográficos genéricos a respeito dos usuários que
acessaram a página, conforme a Figura 15, juntamente com ferramentas disponíveis no próprio
Facebook. Tanto no SproutSocial quanto no Facebook, pudemos analisar em profundidade dados
demográficos e interatividade com os conteúdos do TypeZine. Apesar da página contar com
“apenas” 158 “fãs”, o número de pessoas que tomou contato com os conteúdos do TypeZine
atingiu a marca de 15.063 pessoas. Destes, a maioria é formada por mulheres (54%) e o público
majoritário se encontra na faixa entre 18 e 24 anos (48,4%, ou seja, 7.300 pessoas de um total de
15.063).




                                                                                              33
FIGURA 15 – ESTATÍSTICAS DO TypeZine NO FACEBOOK




                                       Fonte: SproutSocial

              Outro número relevante no estudo do caso é o de impressões por página (page
impressions), que atingiu a marca de 43.917 (Figura 15). “Impressões por página” significa, em
um site convencional, o total de cliques que dentro do site (1 visita + 1 clique em determinado
conteúdo + 1 clique em um link interno = 3 impressões). No Facebook, “impressões por página”
é o número de vezes que qualquer usuário (fã ou não) entrou em contato com o conteúdo da

                                                                                            34
página, seja acessando diretamente o conteúdo disponibilizado no mural, vendo alguma
publicação compartilhada ou recebendo notificação de que alguém comentou algo na página. O
número de “impressões por página”, portanto, mede a interação de todas as pessoas com todos os
conteúdos, seja de forma direta ou indireta. Esses dados coletados através do SproutSocial
mostram números abrangentes, genéricos. Através das ferramentas do Facebook, podemos
analisar dados demográficos que referem especificamente aos “fãs” da página.

         FIGURA 16 – DADOS DEMOGRÁFICOS DO TypeZine NO FACEBOOK




                                Fonte: http://Facebook.com/typezine

               Das pessoas que “curtiram” a página, a grande maioria (56,9%) está entre 18 e 24
anos e é constituída por homens (65,8%), conforme é possível notar na Figura 16. Um dado
curioso e que chamou a atenção foi o alcance e a dispersão da página, que atingiu pessoas de
nove países diferentes.

               Vamos analisar alguns dados que mostram o potencial da plataforma como um
ambiente favorável ao diálogo “professor-aluno”, trazendo a possibilidade de remixagem, re-uso,
re-distribuição de conteúdos e, portanto, co-aprendizagem (colearn), características comuns nos
esforços de “Recursos Educacionais Abertos” (REA) presentes na web 2.0.
                                                                                             35
Durante o período (01 de maio a 31 de julho de 2012), foram publicados 50
conteúdos diferentes no mural do TypeZine no Facebook, o que dá quase uma publicação a cada
dois dias (≈ 1,8). Deste total, quarenta e duas publicações foram feitas pelo professor, enquanto
oito foram compartilhadas no mural do TypeZine por outras pessoas, voluntariamente. Destes oito
compartilhamentos, seis foram feitos pelos estudantes da matéria, conforme figura abaixo.

           FIGURA 17 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TypeZine.




                                             Fonte: o próprio autor

                 Estratégias diferentes foram usadas para levar os conteúdos para os estudantes:
publicações somente com texto, publicações com fotos, com vídeos e com links de outros sites
foram feitas no mural do TypeZine. Todos recursos disponíveis nas redes sociais e característicos
da web 2.0. Seguindo aferição de resultado através de ferramentas disponibilizadas pelo próprio
Facebook, podemos afirmar que as publicações que tinham só imagens ou as que tinham imagens
e textos foram as que obtiveram melhor performance.

                 Há três métricas diferentes para se analisar o resultado dos conteúdos
disponibilizados no mural do Facebook: “Alcance”14, “Usuários Envolvidos”15 e “Falando Sobre
isso”16. O Facebook disponibiliza ainda dados sobre “Viralização”, mas esses dados não tem
relevância para o nosso estudo.


14
   “Alcance”, no Facebook, mede o número de pessoas únicas que viram sua publicação.
15
  “Usuários Envolvidos” trata da quantidade de pessoas que clicaram em determinada publicação.
16
   “Falando sobre isso” mede a quantidade de pessoas que “curtiu”, comentou ou compartilhou sua publicação.

                                                                                                              36
A publicação que obteve o maior alcance atingiu 378 pessoas e a segunda
colocada atingiu 338 pessoas. A primeira era uma publicação que utilizava de texto e imagem e a
segunda era puramente imagética (Figura 18). Já no quesito “Usuários Envolvidos” tivemos duas
publicações empatadas em primeiro lugar, com 61 pessoas cada. Ambas foram publicações
utilizavam exclusivamente de imagens (Figura 19). Em “Falando Sobre Isso”, a primeira
publicação teve 26 pessoas que “curtiram”, comentaram ou compartilharam o conteúdo; e a
segunda colocada contou com 15 pessoas que fizeram a mesma coisa. A primeira era composta
apenas por imagem e a segunda continha um texto (longo) e uma imagem (Figura 20). Vale
reafirmar que “Falando sobre isso” mostra dados que representam maior interação com o
conteúdo.

                            FIGURA 18 –FACEBOOK TypeZine




                                   Fonte: facebook.com/typezine

                            FIGURA 19 –FACEBOOK TypeZine




                                   Fonte: facebook.com/typezine
                                                                                             37
FIGURA 20 –FACEBOOK TypeZine




                                   Fonte: facebook.com/typezine

              O Facebook, como já dissemos, foi a rede social que apresentou os números mais
relevantes no nosso trabalho, tanto em engajamento, quanto em número de pessoas atingidas, seja
do público primário (alunos matriculados na disciplina Criação de Prop. I da ESPM), do público
secundário (ex-alunos da mesma matéria) ou o público em geral, ou seja, pessoas de fora do
círculo acadêmico da ESPM.

              Vamos aos resultados do TypeZine nas outras redes sociais.

                   FIGURA 21 – PÁGINA DO TypeZine NO TWITTER




                                    Fonte: twitter.com/typezine



                                                                                             38
O desempenho do Twitter foi bem diferente do Facebook. O número de
“seguidores” da página atingiu a marca de apenas 11 pessoas nestes três meses. Entretanto, a
dispersão foi bem menor: destes, 08 são alunos da disciplina mencionada anteriormente (Figura
21). O TypeZine no Twitter não teve nenhum ex-aluno entre seus seguidores. Foram publicados
21 conteúdos (tweets) neste período, o que dá uma média de um a cada 4,2 dias. Apesar da baixa
dispersão (72,7% dos seguidores do TypeZine no Twitter são alunos matriculados na aula Criação
de Prop. I), a interatividade foi muito pequena. Apenas duas mensagens foram direcionadas ao
TypeZine, uma de um ex-aluno e outra de uma pessoa de “fora” do nosso foco da pesquisa. Sobre
os dados demográficos, 100% dos seguidores tem entre 18 e 20 anos e a predominância também é
masculina (55%) (Figura 22).

              Por uma particularidade do Twitter, que permite textos e links com no máximo
140 caracteres, os conteúdos do TypeZine neste espaço foram também mais limitados, muitas
vezes, inclusive, eram redirecionamentos para as outras redes sociais onde o TypeZine está
presente, sobretudo o Facebook.



         FIGURA 22 – COMPILAÇÃO DOS DADOS do TypeZine NO TWITTER




                                   Fonte: twitter.com/typezine




                                                                                            39
FIGURA 23 – ESTATÍSTICAS DO TypeZine NO TWITTER




                                       Fonte: SproutSocial

              O Twitter, desta forma, não se mostrou uma plataforma com grande penetração
junto ao público, e com possibilidades de estratégias tão variadas quanto o Facebook. Teve um
desempenho aquém do que se esperava, sendo que atingiu um número baixo de pessoas e com
baixa interatividade. Como não temos acesso a números referentes a quantidade de pessoas que
foram impactadas por cada publicação, em tese, todas as 11, também fica difícil mensurar e
eficácia deste canal de comunicação. O que dá para afirmar é que o engajamento foi baixo, já que
não tivemos nenhuma mensagem ou conteúdo compartilhado por alunos e também nenhum
“retweet” (republicação) dos conteúdos publicados na página. Desta forma, o conteúdo ficou
restrito aos seguidores da página, pois não foi compartilhado por nenhum seguidor para seus
seguidores.




                                                                                              40
FIGURA 24 – PÁGINA DO TypeZine NO TUMBLR




                               Fonte: http://www.typezine.tumblr.com/

              O Tumblr teve um bom desempenho, porém não atingiu o nosso público primário,
que são os alunos matriculados na disciplina. Apenas um aluno deste público se tornou
“seguidor” da página. E somente dois ex-alunos também acompanharam as publicações do
TypeZine no Tumblr (Fig. 25). Sendo assim, nos parece que este canal não proporcionou massa
crítica suficiente para fazermos uma análise mais aprofundada sobre os resultados junto aos
nossos públicos primário e secundário. Soma-se a isso o fato de ainda não termos ferramentas
específicas para a mensuração dos dados do Tumblr. Só dá para analisar a partir do conteúdo
gerado na página, contando manualmente os dados de interação – “likes” e “reblogs”–, sem
nenhum acesso a outros números, como viralização, total de pessoas atingidas e dados
demográficos, por exemplo.

              Entretanto, vale registrar que foram feitos 36 publicações neste período (uma a
cada 2,5 dias) e que várias delas foram “curtidas” e muitas outras também tiveram seus conteúdos
“re-publicados” em outros blogs (reblogs). Se analisarmos toda a base de pessoas que
acompanharam TypeZine no Tumblr, percebemos que os conteúdos que tiveram mais interação
“likes” e “reblogs” foram os conteúdos puramente imagéticos, apesar de a plataforma conter
múltiplas ferramentas e possibilidades, assim como o Facebook.
                                                                                              41
FIGURA 25 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO TUMBLR




                                   Fonte: typezine.tumblr.com

              A rede social Tumblr se mostrou mais útil ao professor do que aos alunos, pois o
sistema de marcação das publicações por palavras-chave (tags) é uma eficiente ferramenta na
busca de conteúdos específicos. Desta forma, ao publicar um conteúdo e colocar uma palavra-
chave como Typography ou Tipografia, por exemplo, este conteúdo vai parar no repositório onde
todos os conteúdos que contenham a mesma palavra-chave se encontram. O Tumblr, portanto, é
um excelente espaço para curadoria de conteúdo, o que ajuda muito o exercício e a atualização
docente.

              FIGURA 26 – PAGINA INICIAL DO TypeZine NO PINTEREST




                                  Fonte: pinterest.com/typezine/
                                                                                            42
O Pinterest, como já foi dito anteriormente, é uma rede social puramente
imagética. Não existe espaço para textos. É uma espécie de “fichário” digital onde é possível
marcar qualquer tipo de imagem (vídeo ou foto) em qualquer página da internet. Para isso basta
instalar no navegador uma ferramenta (“Pin”) para fazer essas marcações. E é possível criar
espaços específicos (“Board”) para guardar esses conteúdos. No nosso caso, foram criados 4
espaços diferentes: Advertising, Design, Fashion e Typography.

                    No período foram publicadas 23 imagens (uma a cada 3,9 dias) dentro dos 4
espaços diferentes, sendo que a maior parte era em Typography (20), atingindo um total de 1.256
pessoas quando considerados seguidores dos seguidores17. Para se chegar a esse número, são
levadas em conta as imagens que foram “curtidas” (likes) e as que foram re-marcadas (“repins”).
No total de 23 imagens, tivemos 14 “repins” e 11 “likes”.

                    Novamente, este foi um canal com baixíssima adesão por parte dos alunos.
Somente um aluno matriculado no curso de Criação de Prop. I e um ex-aluno da matéria se
tornaram “seguidores” desta página no período (Figura 27).

            FIGURA 27 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO PINTEREST




                                            Fonte: pinterest.com/typezine




17
     Fonte: http://pinterest.com/typezine
                                                                                             43
FIGURA 28 – PAGINA INICIAL DO TypeZine NO INSTAGRAM




                                    Fonte: Instagram: @typezine

               O Instagram é uma rede social diferente das demais. É uma rede social de fotos só
para celulares. Até bem pouco tempo atrás só funcionava em celulares que tivessem o sistema
iOS da Apple (iPhone) e recentemente começou a funcionar também em celulares que tenham o
sistema Android, do Google.

               Assim como é uma rede social diferente, aqui a ideia de uso e compartilhamento
de conteúdos também foi diferente. Buscamos trazer imagens das cidades que contenham alguma
relevância tipográfica. Um olhar mais atento às manifestações tipográficas espalhadas pelas
cidades e o simples compartilhamento através da rede social. A intenção é abrir os horizontes
para a discussão sobre o assunto.




                                                                                              44
FIGURA 29 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO INSTAGRAM




                                       Fonte: o próprio autor

               Foram publicadas 46 fotos neste período (uma média de uma foto a quase dois
dias, 1,96 para ser exato) e a imagem que atingiu o maior número de pessoas que “curtiram” foi a
que teve 19 “likes”. Tivemos um número baixo de adesões de alunos e um pouco maior de ex-
alunos, mas, ainda assim, um número baixo comparado ao total. Curiosamente, por ser uma rede
social que usa como plataforma smartphones, foi o espaço onde o TypeZine teve mais seguidores
de outros países (49 pessoas).

               Em termos de disseminação de conteúdo, o Instagram teve muito mais o papel de
um complemento, uma curiosidade, quase um hobby, do que necessariamente um espaço propício
para o uso pedagógico.




                                                                                              45
CONCLUSÃO

              As redes sociais são um fato na vida do estudante universitário de hoje e não
podem ser simplesmente ignoradas pelos docentes. Elas são fruto da web 2.0 e se apresentam
como um espaço colaborativo e democrático, com intensa troca de conteúdos e remixagem dos
mesmos. Essas características fazem das redes sociais espaços com potencial para a
implementação de estratégias educacionais diferenciadas.

                       “Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir
                       situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e
                       complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores. Essa
                       linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas ótimas, inclusive e
                       principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo lições. As situações
                       assim concebidas distânciam-se dos exercícios clássicos, que apenas exigem a
                       operacionalização de um procedimento conhecido.” (PERRENOUD, 2000,
                       p.85)

              Buscar “situações didáticas ótimas”, como define Perrenoud (2000), é parte da
atribuição docente. E cogitar o uso das redes sociais é algo que pode (e deve) ser considerado
nessa busca. O ambiente digital, a web 2.0, as redes sociais, os Recursos Educacionais Abertos
(REA) não são conceitos ou fundamentos distantes, externos à sala de aula. São possibilidades
reais de um mundo presente, virtual na plataforma, mas real na vida cotidiana contemporânea,
onde todos estão conectados, “disponíveis”, mesmo quando não presentes fisicamente. Como
afirma Paulo Freire (1996, p. 50): “Como professor crítico, sou um “aventureiro” responsável,
predisposto à mudança, à aceitação do diferente. Nada do que experimentei em minha atividade
docente deve necessariamente repetir-se.”

              Os resultados da experiência de ensino de Tipografia nas redes sociais através do
TypeZine mostrou que, se por um lado, há uma grande dispersão e uma grande dificuldade em
estabelecer padrões formais de aprendizagem, por outro, apresenta múltiplas possibilidades de
aproximação de conteúdos pedagógicos dentro dos espaços digitais já frequentados pelos jovens.
O comportamento dos usuários da web 2.0, e em particular, o comportamento do internauta
brasileiro, abre as portas para se pensar em novas estratégias de disseminação de conteúdo
pedagógico. Experiências de REA (Recursos Educacionais Abertos) já mostram esse caminho, e
as Redes Sociais, amplificam as possibilidades e ferramentas para aplicar este conceito. O que a
                                                                                                   46
experiência do TypeZine nos mostrou é que uma linguagem próxima, dentro de um ambiente que
já lhes é familiar, instiga o comportamento colaborativo, de mão dupla, de co-aprendizagem
(colearn) tanto entre os alunos quanto entre os professores. Entender a natureza das redes sociais
e respeitar suas características traz uma possibilidade de diálogo difícil de ser reproduzida em
sala de aula.

                A vontade e a curiosidade em explorar um novo território para dialogar com os
estudantes, por si só, já mostra uma disposição em ensinar, mas também em aprender em um
novo espaço, sendo que o professor abre, desta forma, um novo canal de troca mútua de
experiências. No ambiente digital, sobretudo na web 2.0 e nas redes sociais, um aluno que é
tímido em sala de aula, por exemplo, tem a possibilidade de se expressar, de compartilhar ideias,
saberes e conteúdos que não seriam possíveis no espaço formal de aprendizagem. E o professor,
com isso, mostra-se curioso e disposto a co-habitar um espaço que não necessariamente lhe é
confortável. Com isso, se estabelece um novo paradigma na relação professor-aluno, onde a
abertura de um novo espaço dialógico colabora para “situações didáticas ótimas” e assim,
contribui na memorização e no processo de aprendizagem de novos conteúdos.

                Para terminar, mais uma citação do Paulo Freire (1996) acerca da curiosidade do
professor. Ele afirmava que:

                        Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me
                        inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer a minha
                        curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a que
                        corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade. Com a
                        curiosidade domesticada posso alcançar a memorização deste ou daquele objeto,
                        mas não o aprendizado real ou o conhecimento cabal do objeto. (FREIRE,
                        2009, p. 85).




                                                                                                  47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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GILDER, George. A Vida após a televisão: tudo sobre os últimos progressos em torno da
televisão interativa. Trad. Ivo Korytowski. R. Janeiro: Ediouro, 1990.
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O´REILLY, Tim. What is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the NextGeneration
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PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar / Ten new skills to teach. Porto
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SITES CONSULTADOS
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http://equipebrasil.tumblr.com
http://mashable.com/2011/11/14/tumblr-infographic/)
http://resources.exacttarget.com/
http://www.harvard.edu/
http://www.open.ac.uk/
http://web.mit.edu/
http://tudosobremarketingdigital.wordpress.com
http://www.slideshare.net/bullet_promo/twitter-no-brasil-1453989.
http://resources.exacttarget.com/
http://wikipedia.org/


                                                                                          48

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TypeZine: aprendizagem de tipografia nas redes sociais

  • 1. ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING ROMOLO MEGDA O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA NAS REDES SOCIAIS SÃO PAULO 2012
  • 2. ROMOLO MEGDA O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA NAS REDES SOCIAIS. Produto pedagógico apresentado ao curso de especialização da Teoria e Prática da Educação de Nível Superior da Escola Superior de Propaganda e Marketing, como requisito para a obtenção do título de Especialista, sob a orientação do Prof. Ms. Wilson Roberto Bekesas. SÃO PAULO 2012
  • 3. ROMOLO MEGDA O USO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: TypeZine, O ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE TIPOGRAFIA NAS REDES SOCIAIS. _____________________________________ Professor Orientador _____________________________________ Professor Qualificador Aprovado em ___ / ___ / ____. SÃO PAULO 2012
  • 4. Dedico este trabalho à minha esposa, Fabiana. Além de me dar dois filhos lindos (Pedro e João), me deu todo o incentivo, espaço e força necessários para a realização deste trabalho.
  • 5. RESUMO Este trabalho consiste na apresentação de um produto pedagógico e as implicações que ele representa na criação de um novo espaço para a disseminação de conteúdos acadêmicos – TypeZine, o ensino de tipografia através das redes sociais. Esta experiência tem como objetivo discutir o conceito de Aprendizagem Aberta Colaborativa na web 2.0 com foco em Recursos Educacionais Abertos (REA) e experimentar a utilização das redes sociais já existentes para o uso pedagógico. Através de dados levantados com ferramentas da própria internet foi possível mensurar a eficácia de algumas estratégias e propor novos espaços que complementem a sala de aula e os ambientes digitais de aprendizagem (e-learning) associados ao conceito de Educação a Distância (EAD). Não se busca, aqui, a validação ou não desta plataforma como ferramenta pedagógica, mas sim, uma aferição de alcance da proposta através da plataforma de aprendizagem aberta, colaborativa e digital com posterior análise dos dados. Palavras-chave: Redes Sociais, Produto Pedagógico, Recursos Educacionais Abertos (REA)
  • 6. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – BRASIL: SÉTIMO COLOCADO NO ACESSO À INTERNET ...................... 11 FIGURA 2 – BRASIL: O QUINTO PAÍS QUE FICA MAIS TEMPO NA INTERNET .... 12 FIGURA 3 – O AUMENTO DO ACESSO ÀS REDES SOCIAIS NO MUNDO ................... 13 FIGURA 4 – TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE WEB 1.0 E WEB 2.0 .............................. 14 FIGURA 5 – PARTICULARIDADES DO BRASIL NA INTERNET ..................................... 15 FIGURA 6 – O RÁPIDO CRESCIMENTO DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL .............. 16 FIGURA 7 – QUEM MAIS GASTA TEMPO NAS REDES SOCIAIS NO BRASIL........... 17 FIGURA 8 – GRÁFICO DA PERFORMANCE DO FACEBOOK NO BRASIL .................. 18 FIGURA 9 – BRASIL: LÍDER NO ACESSO A BLOGS ............................................................. 18 FIGURA 10 – LOGOMARCA ........................................................................................................... 20 FIGURA 11 – DADOS INTERNOS DO FACEBOOK E NIELSEN ......................................... 25 FIGURA 12 – DADOS SOBRE O FACEBOOK TYPEZINE. ..................................................... 30 FIGURA 13 –PÁGINA INICIAL DO FACEBOOK TYPEZINE. .............................................. 32 FIGURA 14 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TYPEZINE. ........................ 33 FIGURA 15 – ESTATÍSTICAS DO TYPEZINE NO FACEBOOK ........................................... 34 FIGURA 16 – DADOS DEMOGRÁFICOS DO TYPEZINE NO FACEBOOK...................... 35 FIGURA 17 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TYPEZINE. ........................ 36 FIGURA 18 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 37 FIGURA 19 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 37
  • 7. FIGURA 20 –FACEBOOK TYPEZINE ............................................................................................ 38 FIGURA 21 – PÁGINA DO TYPEZINE NO TWITTER ............................................................ 38 FIGURA 22 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO TWITTER ...................... 39 FIGURA 23 – ESTATÍSTICAS DO TYPEZINE NO TWITTER ............................................... 40 FIGURA 24 – PÁGINA DO TYPEZINE NO TUMBLR ............................................................... 41 FIGURA 25 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO TUMBLR ....................... 42 FIGURA 26 – PAGINA INICIAL DO TYPEZINE NO PINTEREST....................................... 42 FIGURA 27 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO PINTEREST ................ 43 FIGURA 28 – PAGINA INICIAL DO TYPEZINE NO INSTAGRAM ..................................... 44 FIGURA 29 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TYPEZINE NO INSTAGRAM ............... 45
  • 8. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 9 2. CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................... 11 3. O PRODUTO PEDAGÓGICO – TypeZine ........................................................................... 19 4. INFORMAÇÕES SOBRE AS REDES SOCIAIS ONDE O TypeZine ESTÁ PRESENTE E SUAS JUSTIFICATIVAS ....................................................................................................... 24 4.1. FACEBOOK ....................................................................................................................................24 4.2. TWITTER ........................................................................................................................................25 4.3. TUMBLR .........................................................................................................................................26 4.4. PINTEREST ....................................................................................................................................27 4.5. INSTAGRAM ...................................................................................................................................28 5. TypeZine. ESTUDO DE CASO E RESULTADOS ............................................................... 29 CONCLUSÃO.............................................................................................................................. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 48
  • 9. 1. INTRODUÇÃO Em Outubro de 2004 pela primeira vez foi usado o termo web 2.0 pela O’Reilly Media e pela MediaLive International, popularizando-se rapidamente a partir de então. Mais do que falar de recursos tecnológicos, o termo foi cunhado para designar uma segunda geração de comunidades e serviços, tendo como conceito a “Web como plataforma”, envolvendo wikis, redes sociais e tecnologia da informação. O termo, portanto, não se refere à atualização nas especificações técnicas da web, mas a uma mudança de comportamento dos usuários na rede. Segundo Tim O’Reilly, fundador da O’Reilly Media e inventor do termo, a Web 2.0: [...] é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva1. (O’REILLY RADAR, 2006, tradução nossa) Passamos da web 1.0 para a web 2.0 e isso transformou a maneira como nos relacionamos e modificou o nosso papel de consumidores de informação, nos possibilitando atuar efetivamente como agentes transformadores de conteúdos em contraposição a uma postura passiva, vivenciada na fase anterior do desenvolvimento do ambiente digital. Como destaca O’Reilly (2007), a grande marca da web 2.0 é ter se tornado uma plataforma participativa diferente da web anterior, a web 1.0, que era utilizada como uma interface de navegação simplesmente. Redes de usuários, sejam acadêmicas ou informais, agora podem criar as suas próprias comunidades divididas por assuntos, trocar informações em conjunto e dividirem conteúdos seguindo princípios de “acesso aberto” (Willinsky, 2006), criando assim novas oportunidades para o processo de aprendizagem. Outro conceito importante no desenvolvimento deste trabalho é o de “Recursos Educacionais Abertos” (REA) que trata de uma plataforma aberta de ensino e aprendizagem. Recursos Educacionais Abertos, REA ou OER (Open Educational Resources) são recursos 1 Texto original: Web 2.0 is the business revolution in the computer industry caused by the move to the internet as platform, and an attempt to understand the rules for success on that new platform. Chief among those rules is this: Build applications that harness network effects to get better the more people use them. (This is what I’ve elsewhere called “harnessing collective intelligence”). Disponível em <http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact- definition-tryi.html> Acessado em 01 de ago. de 2012. 9
  • 10. voltados para o ensino, aprendizagem e pesquisa, oferecidos de forma livre, aberta e gratuita para toda comunidade. Abrange qualquer material educativo que seja oferecido livremente e com licenças para intervenções, remixagens e redistribuição. Segundo a Fundação William e Flora Hewlett; REA são recursos para o ensino, a aprendizagem e a pesquisa que residem no domínio público ou foram publicados sob uma licença de propriedade intelectual que permite seu livre uso e remixagem por outros. Os REA incluem cursos completos, conteúdo para cursos, módulos, livros, vídeos, testes, softwares e qualquer outras ferramentas, materiais ou técnicas usadas que suportem e permitam o acesso ao conhecimento. (HEWLETT, 2012, tradução nossa). O conceito de REA surgiu para diferenciar a produção de conteúdo com objetivos educacionais e, desta forma, se diferenciar do termo “conteúdo aberto” que é usado para se referir a todos os tipos de materiais (músicas, vídeo, som e texto) que estão disponíveis para uso no ambiente digital, com licença para utilização, adaptação e compartilhamento. A professora da Universidade de Harvard, Carolina Rossini, em entrevista disse que: “para ser considerado um Recurso Educacional Aberto é preciso ter três elementos livres e abertos: o conteúdo, a plataforma e a licença”. Ou seja, além do conteúdo ser passível de intervenção e remixagem por parte do estudante ou de outros professores, é necessário que a plataforma digital que o suporta seja democrática e aberta de maneira que todos tenham acesso. E a licença do conteúdo precisa ser aberta, o que implica em um outro conceito, o de “Creative Commons2” (cc) o que significa que qualquer produção sob licença de uso (cc) na web pode ser abertamente reutilizada gratuitamente desde que os usuários citem os autores. 2 Creative Commons é uma organização não governamental sem fins lucrativos localizada em São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, voltada a expandir a quantidade de obras criativas disponíveis, através de suas licenças que permitem a cópia e compartilhamento com menos restrições que o tradicional todos direitos reservados. Para esse fim, a organização criou diversas licenças, conhecidas como licenças Creative Commons. A organização foi fundada em 2001 por Larry Lessig, Hal Abelson, e Eric Eldred com apoio do Centro de Domínio Público. Site oficial <http://creativecommons.org.br/>. O primeiro conjunto de licenças copyright foi lançado em dezembro de 2002. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons> Acessado em 31 de jul. 2012. 10
  • 11. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO O Brasil é um dos países líderes em acesso à internet de um modo geral é um dos países onde a população gasta mais tempo nas redes sociais. É também líder em acessos a blogs, ou seja, conteúdos abertos e colaborativos característicos da web 2.0. Segundo dados do mais recente estudo da comScore3, o Brasil tem a sétima maior audiência no ambiente digital, atingindo a marca de 46 milhões de pessoas acima de 15 anos que tem acesso à internet, conforme consta no gráfico apresentando na Figura 1, sendo que, juntamente com a Rússia, foi o país que mais cresceu em audiência no ambiente digital dentro deste bloco. FIGURA 1 – BRASIL: SÉTIMO COLOCADO NO ACESSO À INTERNET Fonte: comScore Media Metrix 3 comScore: empresa multinacional líder em estudos do ambiente digital, cobrindo mais de 170 países ao redor do mundo. Fonte: <http://www.comscore.com/> Acessado em 01 de jul. de 2012. 11
  • 12. Segundo o mesmo estudo, o Brasil é o 5º maior país quando se mede o engajamento, ou seja, o tempo médio gasto na internet, com 26.7 horas/mensais, conforme figura abaixo. FIGURA 2 – BRASIL: O QUINTO PAÍS QUE FICA MAIS TEMPO NA INTERNET Fonte: comScore Media Metrix Se o país ainda apresenta um desafio enorme em questões de infraestrutura para ampliar a acessibilidade ao ambiente digital, está claro, por outro lado, que o Brasil é um dos países que mais rápido vem crescendo neste mercado e que apresenta um dos maiores potenciais para se consolidar com uma das lideranças globais no acesso e uso da internet. Há um aumento significativo do acesso das populações à internet no mundo inteiro, mas nota-se um aumento espantoso no acesso e uso das redes sociais (web 2.0). E isso é ainda mais significativo no Brasil. De acordo com a Figura 3, no mundo, desde 2007 até começo de 2012, o aumento do acesso à internet foi de 88%, enquanto que no mesmo período o crescimento dos acessos às redes sociais atingiu a marca de 174%. 12
  • 13. FIGURA 3 – O AUMENTO DO ACESSO ÀS REDES SOCIAIS NO MUNDO Fonte: comScore Media Metrix Isto mostra claramente a consolidação de um novo modelo comunicacional na internet, passando da web 1.0 para o conceito coletivo, colaborativo, construindo espaços abertos onde há pontes de mão-dupla no processo de troca de conteúdos e informações, características da web 2.0. Neste novo cenário os usuários são “convidados” a participar, a trazer a sua visão de mundo e a fazer a sua colaboração a partir de espaços livres onde podem construir conteúdos participativos em detrimento à postura adotada na web 1.0, onde eram apenas leitores passivos que navegavam pelas páginas. A professora Alexandra Okada, da The Open University de Londres, construiu uma tabela (Figura 4) onde aponta as diferenças entre web 1.0 e web 2.0 a partir dos conceitos estabelecidos por Tim O’Reilly (2007). 13
  • 14. FIGURA 4 – TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE WEB 1.0 E WEB 2.0 Fonte: E-book: BARROS, D.M.V As redes sociais, uma manifestação típica deste novo movimento dos usuários da web 2.0, estão redefinindo a maneira como nos comunicamos e trocamos conteúdos e informações, tanto no mundo virtual como real. Voltando às estatísticas de acesso e uso da rede, no caso do Brasil, quando aprofundamos a análise do comportamento do usuário na internet, notamos que estamos acima da média mundial em alguns quesitos. Temos um comportamento particular na rede, sendo que isso se reflete na maneira como compartilhamos conteúdos através do ambiente digital. Várias vezes o Brasil assumiu o primeiro ligar nos trend topics mundiais (assunto mais comentado na rede microblog Twitter). Estamos acima da média quando se trata de usar sites de buscas, também usamos mais a ferramenta de e-mail do que o restante do planeta e temos números bem mais expressivos no que se refere a acesso a blogs e trocadores de mensagens instantâneas, vide Figura 5. No caso de uso de redes sociais estamos um pouco abaixo da média mundial, mas temos pouco a crescer, já que beiramos os 100% dos usuários da internet. 14
  • 15. FIGURA 5 – PARTICULARIDADES DO BRASIL NA INTERNET Fonte: comScore Media Metrix Apesar de, no Brasil, ainda termos mais audiência nos sites do que nas redes sociais (web 1.0 versus web 2.0), todas as curvas mostram uma tendência para que essa situação se inverta em breve, principalmente quando se leva em consideração o engajamento da audiência, ou seja, o tempo gasto nas páginas. 15
  • 16. FIGURA 6 – O RÁPIDO CRESCIMENTO DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL Fonte: comScore Media Metrix Um outro dado relevante para este trabalho é qual o perfil dos heavy-users (usuários mais assíduos e que gastam mais tempo) das redes sociais. Ainda segundo o mesmo estudo da comScore, os internautas que gastam mais tempo nas redes sociais são os que estão na faixa etária entre 15-24 anos conforme é possível notar na Figura abaixo. 16
  • 17. FIGURA 7 – QUEM MAIS GASTA TEMPO NAS REDES SOCIAIS NO BRASIL Fonte: comScore Media Metrix Este público, conforme mostra o gráfico, gasta em média, 8,5 horas mensais em redes sociais (dados de dezembro de 2011), bem acima dos outros públicos e da média dos usuários em geral. Para terminar o estudo dos dados disponíveis sobre a web colaborativa no Brasil (e no mundo), vamos olhar a performance de dois tipos específicos de redes sociais, o Facebook e os blogs. Em ambos os casos, o Brasil tem uma performance destacada, sendo que somos os líderes mundiais em acesso a blogs, e o país onde o Facebook mais cresce, sendo que já é a maior rede social do país, tendo ultrapassado o Orkut em dezembro de 2011 (Figura 8). No caso dos acessos a blogs, o Brasil é o líder mundial atingindo 96% dos internautas, sendo que teve um crescimento no ano de 2011 de 44% em relação ao ano anterior (Figura 9). 17
  • 18. FIGURA 8 – GRÁFICO DA PERFORMANCE DO FACEBOOK NO BRASIL Fonte: comScore Media Metrix FIGURA 9 – BRASIL: LÍDER NO ACESSO A BLOGS Fonte: comScore Media Metrix 18
  • 19. A partir da análise destes dados, nota-se que o comportamento do usuário na web hoje é bem diferente daquele apresentado na web 1.0, inclusive, e sobretudo, no Brasil. Existe espaço para que cada usuário seja um disseminador de conteúdo e um curador de informações que são coletadas, remixadas e redistribuídas com um olhar particular. Cada individuo é um veículo de comunicação em potencial na web 2.0. A informação não é mais exclusividade dos grandes portais e boa parte dos conteúdos são frutos das iniciativas individuais e coletivas da grande massa de anônimos. George Gilder (1990, p. 28 ), afirma que: “a informática da comunicação tem um sentido libertador para o indivíduo, vivemos uma nova era, em que não haverá mais lugar para a tirania da comunicação de cima para baixo, uma época, menos padronizada e mais democrática”. 3. O PRODUTO PEDAGÓGICO – TYPEZINE O estudo da comScore traz algumas reflexões e conclusões a respeito deste cenário presente no Brasil. Uma delas é que o Brasil é um dos líderes mundiais incontestes na audiência online, tanto em número absoluto de acessos, quanto no crescimento percentual. Outra característica do internauta brasileiro é o alto engajamento na web, (tempo gasto nas páginas), sendo que boa parte deste tempo é gasta fazendo uso das redes sociais para se comunicar e compartilhar conteúdos e arquivos (vídeos, músicas, imagens, etc.). Entretanto, a evolução e o avanço da web 1.0 para web 2.0 - O’Reilly (2007) -, não garantem que temos avançado igualmente nas práticas de Ensino à Distância (EAD). Muitas das interfaces da web 2.0 são subutilizadas porque em muitos casos os referenciais adotados tem como base a concepção da web 1.0. Ou seja, muitas vezes, nas práticas educacionais que se utilizam de recursos digitais, temos apenas interfaces de acesso e navegação restritas ao uso e consumo de conteúdos pedagógicos de uma forma unidirecional, passiva. Transportar os conteúdos para uma plataforma digital por si só não traz um novo conceito de aprendizagem. É preciso mais, é preciso criar estratégias de aproximação e engajamento dos estudantes usando todos os recursos disponíveis na web 2.0. 19
  • 20. Esta nova plataforma surge para romper o velho paradigma de “transmissão” e “passividade”, pois é caracterizada por tecnologias com interfaces abertas para colaboração, co- construção, co-parceria, e conhecimento coletivo. Paulo Freire (1996, p. 47) diz que: “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Este pensamento, que não está ligado diretamente a EAD serve perfeitamente para nos lembrar que, no ambiente digital, o estudante também não é mero repositório de conteúdo. O importante é criar estratégias para fazer melhor uso desta ferramenta poderosa e que tem o jovem estudante universitário seu consumidor por excelência. MORAN (2003) questiona: “Como combinar, integrar, gerenciar a interação presencial e a virtual? Como "dar aula" quando os alunos estão distantes geograficamente e podem estar conectados virtualmente?” É desta premissa – utilizar de ferramentas disponíveis na web 2.0, através de espaços colaborativos e abertos para ampliar as possibilidades de aprendizagem – que surgiu a ideia presente neste trabalho, a criação de um espaço para o ensino da tipografia 4 nas redes sociais, denominado TypeZine. FIGURA 10 – LOGOMARCA Fonte: o próprio autor 4 A tipografia vem do grego typos — "forma" — e graphein — "escrita". É a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente. 20
  • 21. TypeZine tem como objetivo criar espaços para difundir, debater e ensinar tipografia de uma forma aberta, livre, colaborativa, dialógica, dentro das redes sociais já existentes. Lembrando das características das redes socais, que, como define Raquel Recuero (2009, p. 82), “A cooperação, a competição e o conflito não são, necessariamente, processos distintos e não relacionados. São, sim, fenômenos naturais emergentes das redes sociais.” A intenção, portanto, não é repetir a experiência educacional vivenciada dentro da sala de aula nas redes sociais; é, por outro lado, levar conteúdo pedagógico para estes espaços respeitando-se as características inerentes das redes sociais, assumindo, inclusive, suas qualidades e defeitos. Partindo da minha experiência como professor de Criação e Direção de Arte, desde 2002 na Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, em São Paulo, sempre ouvi dos alunos o pedido para que fosse ampliado o espaço para o ensino de Tipografia, especialmente para as turmas da Optativa de Criação. O problema é que o espaço previsto no calendário acadêmico e o currículo das disciplinas, não permitiam que houvesse um aprofundamento do tema. A grade do curso ainda não contempla uma disciplina de “Tipografia” mesmo para os alunos que optaram por Criação. E este é um dos temas mais pedidos pelos alunos a cada ano. O insight para a criação do TypeZine partiu na própria instituição, onde notei, ao chegar na sala de aula, que os alunos, conectados, faziam uso das redes sociais, especialmente do Facebook enquanto aguardavam o começo da aula. Este espaço – redes sociais –, como nos mostraram os dados que vimos anteriormente, é onde os jovens entre 15 e 24 anos passam mais tempo na internet. Os alunos da disciplina “Criação em Propaganda I – Ênfase em Direção de Arte”, ministrada por mim, estão no centro deste universo demográfico, pois tem, em geral, entre 18 e 22 anos. Compartilhar, comentar, criar, remixar e distribuir conteúdos é algo que faz parte do dia a dia destes jovens universitários, que não distinguem mais o mundo “virtual” do “real”. Estar nas redes sociais é o mesmo que estar no mundo para a maior parte deles. A intenção, ao criarmos o TypeZine, foi justamente ir de encontro ao jovem no ambiente em que ele já está, e não criar um espaço novo. Meio também é mensagem, e ao nos aproximarmos do seu universo, buscamos levar o assunto da forma mais amigável possível. Phillipe Perrenoud (2000) destaca que: 21
  • 22. Organizar e dirigir situações de aprendizagem é manter um espaço justo para tais procedimentos. É, sobretudo, despender energia e tempo e dispor das competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de situações de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas encaram situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação, as quais requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas. (PERRENOUD, 2000, p. 25-26) O que buscamos com o TypeZine foi isso: um espaço novo, uma nova situação de aprendizagem, “disfarçada” de entretenimento, misturada a outros conteúdos não- pedagógicos. Por isso, inclusive, a escolha do nome. TypeZine usa uma característica comum a algumas redes sociais, a mistura de duas palavras com conceitos distintos e complementares. No caso Type (Tipo), e Zine, de Fanzine5. Ou seja, TypeZine é como se fosse uma revista amadora, feita por e para estudantes, só que neste caso não é impressa e nem distribuída nos corredores da escola, é digital e distribuída nas redes sociais. TypeZine está presente em cinco redes sociais diferentes – Facebook, Twitter, Tumblr, Pinterest e Instagram. Cada um deles conta com uma característica particular que nos interessava e tem uma serventia diferente para o projeto e para a disseminação dos conteúdos sobre tipografia. MORAN (2003) diz que: Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão se limitando a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação online (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Os cursos são muito empacotados, seguem fórmulas semelhantes, dão ênfase excessiva ao conteúdo e pouca à aprendizagem em pequenos grupos, à pesquisa significativa, à produção de conhecimento adaptado à realidade de cada aluno e grupo. (MORAN, 2003) TypeZine não deixa de ser uma experiência de Educação à Distância (EAD) e de aprendizagem por meios eletrônicos (e-learning), só que neste caso, usa de uma plataforma aberta – as redes sociais – e que não foi criada para este fim. O que se buscou foi uma nova plataforma para aplicar EAD, uma plataforma aberta e colaborativa, com múltiplas possibilidades de interação, remixagem e edição de conteúdos. Ao implementar o TypeZine, a proposta não era de colocar “aula” nas redes sociais, mas sim, complementar o conteúdo do curso, levando informações relevantes sobre tipografia para o ambiente dos alunos. É, portanto, um produto pedagógico que visa debater, 5 Fanzine já é uma mistura de duas palavras em inglês: Fan, ou seja, fã e Magazine, Revista – definição do autor. 22
  • 23. estimular e fomentar o interesse sobre o assunto Tipografia nas redes sociais, colocando-o em uma linguagem mais próxima da realidade dos estudantes. A definição de TypeZine nas redes é: TypeZine. Uma Fanzine de Tipografia. Nasceu de uma necessidade. Mas também de uma paixão. Posts anárquicos sobre tipografia. Referências, dicas, vídeos, textos, links, o que pintar. Pequenos conteúdos espalhados pela rede. Para estudantes. Para estudiosos. TypeZine. A tipografia ao alcance de todos. (TypeZine, 2012) Ao colocar os conteúdos em plataformas abertas e colaborativas, TypeZine faz parte, também, de uma experiência de Recursos Educacionais Abertos (REA), já que não há qualquer restrição sobre os direitos autorais. Algumas instituições educacionais ao redor do mundo já possuem projetos relacionados a Recursos Educacionais Abertos, sejam eles na forma de projetos de EAD ou na forma de plataformas colaborativas de aprendizagem. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT foi uma das instituições pioneiras no conceito de conteúdo aberto e oferece o acesso on- line a diversos cursos e conteúdos de forma livre e aberta para os alunos da instituição, pesquisadores e demais interessados espalhados pelo planeta. Outras universidades ao redor mundo também contam com projetos na mesma direção, como a conceituada Universidade de Harvard e a Universidade Aberta do Reino Unido - The Open University que existe apenas no ambiente virtual. Notamos, porém, que nenhuma destas instituições faz uso das redes sociais para gerar e difundir conteúdos acadêmicos. As três universidades tem páginas no Facebook6, mas em todos os casos o espaço é usado apenas para falar da instituição, dos cursos disponíveis, de algumas curiosidades relacionadas a eventos ocorridos nos campus e mesmo sobre notícias do mundo em geral. No caso das universidades brasileiras mais renomadas, como USP e Unicamp, por exemplo, nem contam com páginas oficiais no Facebook. 6 Universidade de Harvard - https://www.facebook.com/Harvard Instituto de Tecnologia de Massachusetts - https://www.facebook.com/MITnews Universidade Aberta do Reino Unido - https://www.facebook.com/theopenuniversity 23
  • 24. 4. INFORMAÇÕES SOBRE AS REDES SOCIAIS ONDE O TYPEZINE ESTÁ PRESENTE E SUAS JUSTIFICATIVAS 4.1. FACEBOOK - Site oficial: www.Facebook.com De acordo com dados de 2011 do estudo da comScore , o Facebook é a maior rede social do mundo com mais de 800 milhões de usuários. É também a maior rede social do Brasil, com mais de 36 milhões de usuários, ultrapassando o Orkut, que está em franco declínio, tanto em número de usuários quanto no tempo gasto na rede. Analisando a Figura 11 podemos notar alguns dados interessantes sobre o Facebook no Brasil: mais de 50% dos usuários retorna diariamente ao site; o maior público está na faixa etária entre 18 e 24 anos (33%) e a distribuição por sexo é de 54% mulheres e 46% homens. O número médio de amigos de cada usuário cadastrado é de 206 pessoas e o tempo médio gasto nas páginas do Facebook por mês é de 06:57h. O Facebook se caracteriza por ter a plataforma mais amigável e fácil de usar entre todas as redes sociais. Permite o compartilhamento de vídeos, textos, links de internet, fotos etc. Tem espaços para comentários em cima das atualizações. Um conteúdo colocado no Facebook pode ser “curtido” pelos amigos ou fãs, pode receber comentários e pode ser compartilhado para outras pessoas (amigos dos amigos) gerando um efeito viral e potencializando a audiência. As possibilidades são quase infinitas. Além dos computadores, funciona também nos tablets e em smartphones. Tem a possibilidade de criar páginas de empresas, de grupos de interesses específicos e de instituições de ensino, entre outros. Neste caso a página conta com “fãs” e não com “amigos”. Desta forma para acompanhar a atualização das páginas é preciso que as pessoas “curtam” a instituição, grupo de afinidade ou empresa em questão. JUSTIFICATIVA O Facebook foi escolhido porque hoje é de longe o site (rede social) com a maior audiência entre os jovens que compõem o nosso público-alvo do produto pedagógico. Por sua interface amigável e múltiplas ferramentas, serviu também como uma espécie de “central de 24
  • 25. informações (hub), de onde todo o conteúdo era originado. Foi o pilar central na estrutura de distribuição de conteúdos gerados pelo TypeZine. FIGURA 11 – DADOS INTERNOS DO FACEBOOK E NIELSEN Fonte: Dados Internos do Facebook (2011) e dados da Nielsen BR (2011) 4.2. TWITTER - Site oficial: www.twitter.com É a segunda maior rede social do mundo, perdendo apenas para o Facebook. Tem mais de 500 milhões de usuários no mundo7, sendo que no Brasil conta com 12,5 milhões de pessoas cadastradas. Os dados demográficos sobre o usuário brasileiro mais completos encontrados são de abril de 2009 em uma pesquisa feita pela agência de publicidade Bullet com 3.268 brasileiros por meio da própria rede de microblog. Portanto, é possível que haja uma 7 Fonte: The 2012 Font Channel Survey. Disponível em <http://resources.exacttarget.com/rs/exacttarget/images/SFF14_The2012ChannelPreferenceSurvey_WEB.pdf)> Acessado em 31 de jul. de 2012. 25
  • 26. diferença para os dias de hoje. Mesmo assim, vale o registro do perfil dos usuários brasileiros. O Twitter é formado em sua maioria por homens (61%) sendo que 65,1% têm entre 21 e 30 anos. A maioria esmagadora está no estado de S. Paulo (46%) e tem ensino superior (37,6%)8. É uma rede de microblogs, ou seja, conta com um espaço com conteúdo limitado a 140 caracteres. Permite que os usuários leiam atualizações pessoais dos outros usuários e enviem mensagens privadas. Diferente do Facebook, no Twitter o usuário tem seguidores e não amigos. Devido à limitação da quantidade de caracteres, tem um perfil de mensagens curtas e instantâneas. Hoje é mais usado por empresas como uma espécie de SAC Online e por celebridades. É uma poderosa ferramenta de informação e atualização instantânea. JUSTIFICATIVA O Twitter foi escolhido pela rapidez com que leva a informação aos usuários e pelo grande alcance em audiência. Pelas limitações da plataforma, serviu mais como um suporte para as outras redes sociais, redirecionando o usuário sobretudo para o Facebook. 4.3. TUMBLR - Site oficial: http://www.tumblr.com É a rede social de mais rápido crescimento no Brasil. Só no ano passado cresceu 500% em número de acessos no país, representando o segundo maior mercado mundial para a rede. E é aqui no Brasil onde os usuários gastam mais tempo – 32 minutos por visita contra uma média mundial de 23 minutos9. No mundo conta com mais de 33 milhões de páginas diferentes (Tumblrs) sendo que a maior parte dos usuários se encontra na faixa entre 18 e 34 anos (36%)10. É uma espécie de blog, mas com algumas características comuns ao Twitter e ao Facebook. Enquanto em um blog comum (blogspot ou wordpress, por exemplo, que são dois dos 8 Fonte: Twitter no Brasil. Conhecendo um pouco dos @’s brasileiros. Agência Bullet. Abril 2009. Disponível em <http://www.slideshare.net/bullet_promo/twitter-no-brasil-1453989)> Acessado em 31 de jul. de 2012. 9 Fonte: Dados do Tumblr no Brasil. Disponível em <http://equipebrasil.tumblr.com/post/24739483987/olha-so-o- infografico-que-nossa-equipe-montou> Acessado em 31 de jul. de 2012. 10 Fonte: Tumblr Numbers: The Rapid Rise of Social Blogging. Disponível em <http://mashable.com/2011/11/14/tumblr-infographic/> Acessado em 01 de ago. de 2012. 26
  • 27. mais usados na rede) você tem de ir até a página original para ler o conteúdo ou ver a imagem, no Tumblr, uma ferramenta que permite curtir qualquer página, inverte esta lógica. Desta forma, ao entrar na página inicial do seu blog, o usuário recebe diretamente na sua página todas as informações de todos os blogs que foram “curtidos”. Dá ainda para salvar as publicações que você mais gostou (stuff that I like), separar e pesquisar por tipo de conteúdo. Só como exemplo, ao procurar as palavras mais populares no Tumblr (tags), aparecem várias categorias – e Typography está entre as mais populares. Permite que se coloquem links de outros sites, vídeos e fotos, e permite textos sem limites de caracteres. É predominantemente visual, pois geralmente os usuários optam por imagens e textos curtos, mas, como dito antes, permite textos longos, se for necessário. JUSTIFICATIVA O Tumblr foi escolhido por ser uma das redes sociais que mais crescem entre os jovens, principalmente entre os jovens urbanos e “antenados”. Algumas ferramentas são muito interessantes para o compartilhamento de conteúdos específicos, como o sistema de busca através do símbolo # e alimentação de conteúdos de diferentes páginas na sua própria página. 4.4. PINTEREST - Site oficial: http://pinterest.com/ Uma das mais novas redes sociais. Foi lançada em março de 2010 e já é a 5ª maior rede social do planeta com mais de 17 milhões de contas registradas11. Não há dados precisos sobre a participação do Pinterest no Brasil, mas alguns artigos existentes na web dão conta que no final de 2011 e começo de 2012 houve um forte crescimento nos acessos da rede social no país. Nos EUA, principal país da rede, conta com um público majoritariamente feminino, sendo que dados do começo de 2012 apontam que 83% dos usuários são deste sexo. O nome Pinterest é a junção de duas palavras Pin – de “Pinboard” – e Rest – de “Interest”. É, portanto, um “quadro de interesses”. É uma rede social puramente imagética. Nela, 11 Fonte: The 2012 Channel Preference Survey. Disponível em <http://resources.exacttarget.com/rs/exacttarget/images/SFF14_The2012ChannelPreferenceSurvey_WEB.pdf> Acessado em 03 de ago. de 2012. 27
  • 28. o usuário ao navegar por qualquer página da web pode marcar uma imagem ou um vídeo e colocar dentro de um espaço determinado criado pelo próprio usuário. Ou seja, é possível agrupar todo o conteúdo dentro de assuntos específicos como, por exemplo, Design, Tipografia, Fotografia, Moda, Decoração, etc. É um espaço de curadoria de imagem que fica aberto a todos os usuários da rede. Desta forma, não só o usuário, mas todas as pessoas que forem “seguidoras” da página podem ver, curtir e replicar o conteúdo na sua própria página. A diferença essencial do Pinterest para as outras redes sociais é que o Pinterest forma um mosaico só com imagens e vídeos, não havendo espaço para textos. JUSTIFICATIVA O Pinterest foi escolhido por ser uma rede social puramente imagética e de curadoria de conteúdos. Apesar de ainda ter baixa penetração no público-alvo do trabalho, tem essa característica marcante e favorável a disseminação de conteúdos tipográficos. 4.5. INSTAGRAM - Site oficial: http://www.instagram.com Lançado em outubro de 2010 o Instagram já conta com 15 milhões de usuários no mundo12. Não há dados disponíveis confiáveis sobre sua performance no Brasil. O Instagram, assim como o Pinterest, tem o nome a partir de uma junção de duas palavras: Instant (Instante) e Photogram (Fotograma). É uma rede social, mas é também um aplicativo, só disponível para celulares. Começou apenas para usuários do iPhone da Apple (sistema iOS) e agora também tem uma versão para smartphones que tenham o sistema operacional Android, do Google. Trata-se de uma rede de compartilhamento de fotos onde você pode colocar diversos filtros que lembram os efeitos das antigas câmeras Kodak. Ao compartilhar suas fotos, seus “amigos” podem curtir e deixar comentários. É um aplicativo multiplataforma, ou seja, ao colocar uma foto no Instagram você tem também a opção de compartilhar a mesma imagem em outras redes sociais, como o Twitter e o Facebook, por exemplo. 12 Fonte: The Realtime Report. Disponível em <http://therealtimereport.com/2012/01/27/social-networking-stats- tumblr-reaches-15-billion-monthly-pageviews-rltm-scoreboard/> Acessado em 25 de jun. de 2012. 28
  • 29. Uma curiosidade sobre o Instagram é que um dos inventores é um brasileiro, Mike Krieger, e recentemente a empresa foi adquirida pelo Facebook por US$1 bilhão13, sendo que conta com uma estrutura modesta, tendo apenas 10 funcionários. O Instagram conta com ferramentas úteis no trabalho de curadoria de conteúdo, pois tem um sistema de busca por assunto através do símbolo # (jogo da velha, ou hashtag). Ao colocar o símbolo # na frente de alguma palavra, esta, automaticamente, passa a fazer parte de um banco de dados de imagens que tenham sido marcadas com a mesma palavra. Exemplo: #typography é um termo que até o momento de realização deste trabalho contava com mais de 130.000 imagens, dados de Julho de 2012. Ou seja, além de um ótimo espaço para divulgar determinadas imagens também é um excelente espaço para pesquisa visual e curadoria de conteúdo. JUSTIFICATIVA O Instagram foi escolhido porque permite pesquisa rápida sobre conteúdo e, principalmente, porque possibilita o compartilhamento de um conteúdo diferente das demais redes. O que se buscou através do Instagram foi mostrar imagens tipográficas das cidades, sobretudo São Paulo. Vale ressaltar que todas as redes sociais foram escolhidas pela relevância junto aos estudantes da ESPM e por características inerentes às ferramentas (possibilidade de interação, alternativas no compartilhamento dos conteúdos, plataforma amigável e de conhecimento prévio dos estudantes, recursos gráficos e etc). 5. TYPEZINE. ESTUDO DE CASO E RESULTADOS Por estar no ambiente das redes sociais, a intenção foi usar as características da própria rede na geração dos conteúdos. Buscou-se, desta maneira, abordar o tema Tipografia da forma mais aberta, ampla e solta possível, utilizando todos os recursos disponíveis na web 2.0 – textos, vídeos, imagens, links, etc. RECUERO (2009, p. 89) diz que: “Redes sociais, portanto, 13 Fonte: Wikipedia. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Instagram> Acessado em 01 de ago. de 2012. 29
  • 30. precisam ter capacidade de adaptação, pois tem um equilíbrio dinâmico, constantemente redirecionado entre caos e ordem.” Como já foi dito, TypeZine foi ao ar em 5 diferentes redes sociais – Facebook, Twitter, Tumblr, Pinterest e Instagram. O nosso estudo compreende o período entre dia 01 de maio de 2012 e 31 de julho de 2012 (Figura 12). Os alunos do 5º semestre, que cursavam optativa de Criação na matéria “Criação de Prop. I - Ênfase em Direção de Arte” são o objeto primeiro do estudo. Em segundo lugar os ex-alunos deste mesmo curso (serão considerados ex-alunos aqueles que já cursaram a matéria Criação de Prop. I - Ênfase em Direção de Arte, independentemente de já terem se formado ou não, isso não é relevante para esta pesquisa especificamente). E por fim, iremos olhar o alcance e dispersão das informações, tendo em vista que trabalhamos em ambientes abertos da web e não um espaço fechado de uma ferramenta disponível em intranet, como o BlackBoard, por exemplo. FIGURA 12 – DADOS SOBRE O FACEBOOK TypeZine. Fonte: o próprio autor Para manter o espírito livre da web 2.0 e por se tratar de uma experiência inédita no formato da aula, os alunos não foram “obrigados” a acessar nenhuma das páginas do TypeZine, ou seja, não valia nota, sequer tinha um conteúdo para prova ou algo do gênero. Os alunos apenas foram “convidados” a acessar a acompanhar as páginas do TypeZine. O convite foi enviado por e-mail via plataforma BlackBoard, publicação em minha página pessoal do Facebook e anúncios feitos em sala de aula. 30
  • 31. DIZERES DO CONVITE Desculpem o post longo. Não é muito minha praia. Mas neste caso, se faz necessário. Estou fazendo uma Pós em educação na ESPM. E resolvi pegar a obrigação de fazer um trabalho de conclusão e transformar numa oportunidade para fazer algo que eu sempre quis. Abrir um espaço para falar sobre Tipografia. Um, não, vários. Daí nasceu a ideia do projeto Typezine. Uma fanzine de Tipografia. Uma fanzine que não vai circular nas salas do CA, mas nas redes sociais. Assim como qualquer fanzine, é feita de forma amadora, mas com olhar de profissional. Não pretendo tentar esgotar o assunto (que é inesgotável) nem assumir algum lugar de autoridade sobre o tema. Quero apenas compartilhar ideias, conceitos, experiências e referências que eu venho acumulando ao longo destes 20 anos como profissional das artes gráficas. Posts anárquicos sobre tipografia. Referências, dicas, vídeos, textos, links, o que pintar. Pequenos conteúdos espalhados pela rede. Para estudantes e para estudiosos. TypeZine é a tipografia ao alcance de todos. Por enquanto, aqui no Facebook, twitter e tumblr. http://typezine.tumblr.com/ https://twitter.com/ Daqui a pouco, no Instagram e no Pinterest. Se curte o tema e curtiu a ideia, curta a página (e siga no twitter e visite o tumblr). E muito obrigado por ler o post até o final. Ele nada mais é do que um anúncio AllType. ;-)” 31
  • 32. FIGURA 13 – PÁGINA INICIAL DO FACEBOOK TypeZine. Fonte: https://www.Facebook.com/Typezine A página atingiu um total de 158 pessoas que “curtiram”, ou seja, 158 pessoas que recebem em suas páginas do Facebook as atualizações do TypeZine. Destas, 33 são alunos (de um universo total de 57 alunos matriculados na matéria, ou seja, 57,89% dos alunos) e 52 ex-alunos da matéria (dois professores da ESPM também se tornaram “fãs” da página). A página teve, portanto, 73 pessoas de “fora” do universo acadêmico que passaram a acompanhar os conteúdos do TypeZine no Facebook, sendo que são a maioria do público. 32
  • 33. FIGURA 14 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TypeZine. Fonte: o próprio autor O Facebook, como se imaginava, se mostrou a rede social com a maior penetração, tanto entre os estudantes, como entre os internautas em geral. Por ter a maior audiência da internet entre 18 e 24 anos e por oferecer o maior número de ferramentas para compartilhamento de conteúdos, o Facebook acabou se tornando o centro das ações do TypeZine enquanto as outras redes sociais “orbitaram” em volta. Outra vantagem do Facebook são as suas ferramentas próprias de mensuração de alcance, viralização, “page-views”, etc. Usamos uma ferramenta chamada “SproutSocial” para aferir o alcance do TypeZine no Facebook e levantar dados demográficos genéricos a respeito dos usuários que acessaram a página, conforme a Figura 15, juntamente com ferramentas disponíveis no próprio Facebook. Tanto no SproutSocial quanto no Facebook, pudemos analisar em profundidade dados demográficos e interatividade com os conteúdos do TypeZine. Apesar da página contar com “apenas” 158 “fãs”, o número de pessoas que tomou contato com os conteúdos do TypeZine atingiu a marca de 15.063 pessoas. Destes, a maioria é formada por mulheres (54%) e o público majoritário se encontra na faixa entre 18 e 24 anos (48,4%, ou seja, 7.300 pessoas de um total de 15.063). 33
  • 34. FIGURA 15 – ESTATÍSTICAS DO TypeZine NO FACEBOOK Fonte: SproutSocial Outro número relevante no estudo do caso é o de impressões por página (page impressions), que atingiu a marca de 43.917 (Figura 15). “Impressões por página” significa, em um site convencional, o total de cliques que dentro do site (1 visita + 1 clique em determinado conteúdo + 1 clique em um link interno = 3 impressões). No Facebook, “impressões por página” é o número de vezes que qualquer usuário (fã ou não) entrou em contato com o conteúdo da 34
  • 35. página, seja acessando diretamente o conteúdo disponibilizado no mural, vendo alguma publicação compartilhada ou recebendo notificação de que alguém comentou algo na página. O número de “impressões por página”, portanto, mede a interação de todas as pessoas com todos os conteúdos, seja de forma direta ou indireta. Esses dados coletados através do SproutSocial mostram números abrangentes, genéricos. Através das ferramentas do Facebook, podemos analisar dados demográficos que referem especificamente aos “fãs” da página. FIGURA 16 – DADOS DEMOGRÁFICOS DO TypeZine NO FACEBOOK Fonte: http://Facebook.com/typezine Das pessoas que “curtiram” a página, a grande maioria (56,9%) está entre 18 e 24 anos e é constituída por homens (65,8%), conforme é possível notar na Figura 16. Um dado curioso e que chamou a atenção foi o alcance e a dispersão da página, que atingiu pessoas de nove países diferentes. Vamos analisar alguns dados que mostram o potencial da plataforma como um ambiente favorável ao diálogo “professor-aluno”, trazendo a possibilidade de remixagem, re-uso, re-distribuição de conteúdos e, portanto, co-aprendizagem (colearn), características comuns nos esforços de “Recursos Educacionais Abertos” (REA) presentes na web 2.0. 35
  • 36. Durante o período (01 de maio a 31 de julho de 2012), foram publicados 50 conteúdos diferentes no mural do TypeZine no Facebook, o que dá quase uma publicação a cada dois dias (≈ 1,8). Deste total, quarenta e duas publicações foram feitas pelo professor, enquanto oito foram compartilhadas no mural do TypeZine por outras pessoas, voluntariamente. Destes oito compartilhamentos, seis foram feitos pelos estudantes da matéria, conforme figura abaixo. FIGURA 17 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO FACEBOOK TypeZine. Fonte: o próprio autor Estratégias diferentes foram usadas para levar os conteúdos para os estudantes: publicações somente com texto, publicações com fotos, com vídeos e com links de outros sites foram feitas no mural do TypeZine. Todos recursos disponíveis nas redes sociais e característicos da web 2.0. Seguindo aferição de resultado através de ferramentas disponibilizadas pelo próprio Facebook, podemos afirmar que as publicações que tinham só imagens ou as que tinham imagens e textos foram as que obtiveram melhor performance. Há três métricas diferentes para se analisar o resultado dos conteúdos disponibilizados no mural do Facebook: “Alcance”14, “Usuários Envolvidos”15 e “Falando Sobre isso”16. O Facebook disponibiliza ainda dados sobre “Viralização”, mas esses dados não tem relevância para o nosso estudo. 14 “Alcance”, no Facebook, mede o número de pessoas únicas que viram sua publicação. 15 “Usuários Envolvidos” trata da quantidade de pessoas que clicaram em determinada publicação. 16 “Falando sobre isso” mede a quantidade de pessoas que “curtiu”, comentou ou compartilhou sua publicação. 36
  • 37. A publicação que obteve o maior alcance atingiu 378 pessoas e a segunda colocada atingiu 338 pessoas. A primeira era uma publicação que utilizava de texto e imagem e a segunda era puramente imagética (Figura 18). Já no quesito “Usuários Envolvidos” tivemos duas publicações empatadas em primeiro lugar, com 61 pessoas cada. Ambas foram publicações utilizavam exclusivamente de imagens (Figura 19). Em “Falando Sobre Isso”, a primeira publicação teve 26 pessoas que “curtiram”, comentaram ou compartilharam o conteúdo; e a segunda colocada contou com 15 pessoas que fizeram a mesma coisa. A primeira era composta apenas por imagem e a segunda continha um texto (longo) e uma imagem (Figura 20). Vale reafirmar que “Falando sobre isso” mostra dados que representam maior interação com o conteúdo. FIGURA 18 –FACEBOOK TypeZine Fonte: facebook.com/typezine FIGURA 19 –FACEBOOK TypeZine Fonte: facebook.com/typezine 37
  • 38. FIGURA 20 –FACEBOOK TypeZine Fonte: facebook.com/typezine O Facebook, como já dissemos, foi a rede social que apresentou os números mais relevantes no nosso trabalho, tanto em engajamento, quanto em número de pessoas atingidas, seja do público primário (alunos matriculados na disciplina Criação de Prop. I da ESPM), do público secundário (ex-alunos da mesma matéria) ou o público em geral, ou seja, pessoas de fora do círculo acadêmico da ESPM. Vamos aos resultados do TypeZine nas outras redes sociais. FIGURA 21 – PÁGINA DO TypeZine NO TWITTER Fonte: twitter.com/typezine 38
  • 39. O desempenho do Twitter foi bem diferente do Facebook. O número de “seguidores” da página atingiu a marca de apenas 11 pessoas nestes três meses. Entretanto, a dispersão foi bem menor: destes, 08 são alunos da disciplina mencionada anteriormente (Figura 21). O TypeZine no Twitter não teve nenhum ex-aluno entre seus seguidores. Foram publicados 21 conteúdos (tweets) neste período, o que dá uma média de um a cada 4,2 dias. Apesar da baixa dispersão (72,7% dos seguidores do TypeZine no Twitter são alunos matriculados na aula Criação de Prop. I), a interatividade foi muito pequena. Apenas duas mensagens foram direcionadas ao TypeZine, uma de um ex-aluno e outra de uma pessoa de “fora” do nosso foco da pesquisa. Sobre os dados demográficos, 100% dos seguidores tem entre 18 e 20 anos e a predominância também é masculina (55%) (Figura 22). Por uma particularidade do Twitter, que permite textos e links com no máximo 140 caracteres, os conteúdos do TypeZine neste espaço foram também mais limitados, muitas vezes, inclusive, eram redirecionamentos para as outras redes sociais onde o TypeZine está presente, sobretudo o Facebook. FIGURA 22 – COMPILAÇÃO DOS DADOS do TypeZine NO TWITTER Fonte: twitter.com/typezine 39
  • 40. FIGURA 23 – ESTATÍSTICAS DO TypeZine NO TWITTER Fonte: SproutSocial O Twitter, desta forma, não se mostrou uma plataforma com grande penetração junto ao público, e com possibilidades de estratégias tão variadas quanto o Facebook. Teve um desempenho aquém do que se esperava, sendo que atingiu um número baixo de pessoas e com baixa interatividade. Como não temos acesso a números referentes a quantidade de pessoas que foram impactadas por cada publicação, em tese, todas as 11, também fica difícil mensurar e eficácia deste canal de comunicação. O que dá para afirmar é que o engajamento foi baixo, já que não tivemos nenhuma mensagem ou conteúdo compartilhado por alunos e também nenhum “retweet” (republicação) dos conteúdos publicados na página. Desta forma, o conteúdo ficou restrito aos seguidores da página, pois não foi compartilhado por nenhum seguidor para seus seguidores. 40
  • 41. FIGURA 24 – PÁGINA DO TypeZine NO TUMBLR Fonte: http://www.typezine.tumblr.com/ O Tumblr teve um bom desempenho, porém não atingiu o nosso público primário, que são os alunos matriculados na disciplina. Apenas um aluno deste público se tornou “seguidor” da página. E somente dois ex-alunos também acompanharam as publicações do TypeZine no Tumblr (Fig. 25). Sendo assim, nos parece que este canal não proporcionou massa crítica suficiente para fazermos uma análise mais aprofundada sobre os resultados junto aos nossos públicos primário e secundário. Soma-se a isso o fato de ainda não termos ferramentas específicas para a mensuração dos dados do Tumblr. Só dá para analisar a partir do conteúdo gerado na página, contando manualmente os dados de interação – “likes” e “reblogs”–, sem nenhum acesso a outros números, como viralização, total de pessoas atingidas e dados demográficos, por exemplo. Entretanto, vale registrar que foram feitos 36 publicações neste período (uma a cada 2,5 dias) e que várias delas foram “curtidas” e muitas outras também tiveram seus conteúdos “re-publicados” em outros blogs (reblogs). Se analisarmos toda a base de pessoas que acompanharam TypeZine no Tumblr, percebemos que os conteúdos que tiveram mais interação “likes” e “reblogs” foram os conteúdos puramente imagéticos, apesar de a plataforma conter múltiplas ferramentas e possibilidades, assim como o Facebook. 41
  • 42. FIGURA 25 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO TUMBLR Fonte: typezine.tumblr.com A rede social Tumblr se mostrou mais útil ao professor do que aos alunos, pois o sistema de marcação das publicações por palavras-chave (tags) é uma eficiente ferramenta na busca de conteúdos específicos. Desta forma, ao publicar um conteúdo e colocar uma palavra- chave como Typography ou Tipografia, por exemplo, este conteúdo vai parar no repositório onde todos os conteúdos que contenham a mesma palavra-chave se encontram. O Tumblr, portanto, é um excelente espaço para curadoria de conteúdo, o que ajuda muito o exercício e a atualização docente. FIGURA 26 – PAGINA INICIAL DO TypeZine NO PINTEREST Fonte: pinterest.com/typezine/ 42
  • 43. O Pinterest, como já foi dito anteriormente, é uma rede social puramente imagética. Não existe espaço para textos. É uma espécie de “fichário” digital onde é possível marcar qualquer tipo de imagem (vídeo ou foto) em qualquer página da internet. Para isso basta instalar no navegador uma ferramenta (“Pin”) para fazer essas marcações. E é possível criar espaços específicos (“Board”) para guardar esses conteúdos. No nosso caso, foram criados 4 espaços diferentes: Advertising, Design, Fashion e Typography. No período foram publicadas 23 imagens (uma a cada 3,9 dias) dentro dos 4 espaços diferentes, sendo que a maior parte era em Typography (20), atingindo um total de 1.256 pessoas quando considerados seguidores dos seguidores17. Para se chegar a esse número, são levadas em conta as imagens que foram “curtidas” (likes) e as que foram re-marcadas (“repins”). No total de 23 imagens, tivemos 14 “repins” e 11 “likes”. Novamente, este foi um canal com baixíssima adesão por parte dos alunos. Somente um aluno matriculado no curso de Criação de Prop. I e um ex-aluno da matéria se tornaram “seguidores” desta página no período (Figura 27). FIGURA 27 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO PINTEREST Fonte: pinterest.com/typezine 17 Fonte: http://pinterest.com/typezine 43
  • 44. FIGURA 28 – PAGINA INICIAL DO TypeZine NO INSTAGRAM Fonte: Instagram: @typezine O Instagram é uma rede social diferente das demais. É uma rede social de fotos só para celulares. Até bem pouco tempo atrás só funcionava em celulares que tivessem o sistema iOS da Apple (iPhone) e recentemente começou a funcionar também em celulares que tenham o sistema Android, do Google. Assim como é uma rede social diferente, aqui a ideia de uso e compartilhamento de conteúdos também foi diferente. Buscamos trazer imagens das cidades que contenham alguma relevância tipográfica. Um olhar mais atento às manifestações tipográficas espalhadas pelas cidades e o simples compartilhamento através da rede social. A intenção é abrir os horizontes para a discussão sobre o assunto. 44
  • 45. FIGURA 29 – COMPILAÇÃO DOS DADOS DO TypeZine NO INSTAGRAM Fonte: o próprio autor Foram publicadas 46 fotos neste período (uma média de uma foto a quase dois dias, 1,96 para ser exato) e a imagem que atingiu o maior número de pessoas que “curtiram” foi a que teve 19 “likes”. Tivemos um número baixo de adesões de alunos e um pouco maior de ex- alunos, mas, ainda assim, um número baixo comparado ao total. Curiosamente, por ser uma rede social que usa como plataforma smartphones, foi o espaço onde o TypeZine teve mais seguidores de outros países (49 pessoas). Em termos de disseminação de conteúdo, o Instagram teve muito mais o papel de um complemento, uma curiosidade, quase um hobby, do que necessariamente um espaço propício para o uso pedagógico. 45
  • 46. CONCLUSÃO As redes sociais são um fato na vida do estudante universitário de hoje e não podem ser simplesmente ignoradas pelos docentes. Elas são fruto da web 2.0 e se apresentam como um espaço colaborativo e democrático, com intensa troca de conteúdos e remixagem dos mesmos. Essas características fazem das redes sociais espaços com potencial para a implementação de estratégias educacionais diferenciadas. “Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores. Essa linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas ótimas, inclusive e principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo lições. As situações assim concebidas distânciam-se dos exercícios clássicos, que apenas exigem a operacionalização de um procedimento conhecido.” (PERRENOUD, 2000, p.85) Buscar “situações didáticas ótimas”, como define Perrenoud (2000), é parte da atribuição docente. E cogitar o uso das redes sociais é algo que pode (e deve) ser considerado nessa busca. O ambiente digital, a web 2.0, as redes sociais, os Recursos Educacionais Abertos (REA) não são conceitos ou fundamentos distantes, externos à sala de aula. São possibilidades reais de um mundo presente, virtual na plataforma, mas real na vida cotidiana contemporânea, onde todos estão conectados, “disponíveis”, mesmo quando não presentes fisicamente. Como afirma Paulo Freire (1996, p. 50): “Como professor crítico, sou um “aventureiro” responsável, predisposto à mudança, à aceitação do diferente. Nada do que experimentei em minha atividade docente deve necessariamente repetir-se.” Os resultados da experiência de ensino de Tipografia nas redes sociais através do TypeZine mostrou que, se por um lado, há uma grande dispersão e uma grande dificuldade em estabelecer padrões formais de aprendizagem, por outro, apresenta múltiplas possibilidades de aproximação de conteúdos pedagógicos dentro dos espaços digitais já frequentados pelos jovens. O comportamento dos usuários da web 2.0, e em particular, o comportamento do internauta brasileiro, abre as portas para se pensar em novas estratégias de disseminação de conteúdo pedagógico. Experiências de REA (Recursos Educacionais Abertos) já mostram esse caminho, e as Redes Sociais, amplificam as possibilidades e ferramentas para aplicar este conceito. O que a 46
  • 47. experiência do TypeZine nos mostrou é que uma linguagem próxima, dentro de um ambiente que já lhes é familiar, instiga o comportamento colaborativo, de mão dupla, de co-aprendizagem (colearn) tanto entre os alunos quanto entre os professores. Entender a natureza das redes sociais e respeitar suas características traz uma possibilidade de diálogo difícil de ser reproduzida em sala de aula. A vontade e a curiosidade em explorar um novo território para dialogar com os estudantes, por si só, já mostra uma disposição em ensinar, mas também em aprender em um novo espaço, sendo que o professor abre, desta forma, um novo canal de troca mútua de experiências. No ambiente digital, sobretudo na web 2.0 e nas redes sociais, um aluno que é tímido em sala de aula, por exemplo, tem a possibilidade de se expressar, de compartilhar ideias, saberes e conteúdos que não seriam possíveis no espaço formal de aprendizagem. E o professor, com isso, mostra-se curioso e disposto a co-habitar um espaço que não necessariamente lhe é confortável. Com isso, se estabelece um novo paradigma na relação professor-aluno, onde a abertura de um novo espaço dialógico colabora para “situações didáticas ótimas” e assim, contribui na memorização e no processo de aprendizagem de novos conteúdos. Para terminar, mais uma citação do Paulo Freire (1996) acerca da curiosidade do professor. Ele afirmava que: Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer a minha curiosidade de forma correta é um direito que tenho como gente e a que corresponde o dever de lutar por ele, o direito à curiosidade. Com a curiosidade domesticada posso alcançar a memorização deste ou daquele objeto, mas não o aprendizado real ou o conhecimento cabal do objeto. (FREIRE, 2009, p. 85). 47
  • 48. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Editora EGA. 1996. GILDER, George. A Vida após a televisão: tudo sobre os últimos progressos em torno da televisão interativa. Trad. Ivo Korytowski. R. Janeiro: Ediouro, 1990. JENKINS, Henry. Cultura da convergência : a colisão entre os velhos e novos meios de comunicação / Henry Jenkins; tradução Susana Alexandria. – 2a ed. – São Paulo : Aleph, 2009. MORAN, José Manuel. Educação inovadora presencial e a distância. 2003. Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov_1.htm> Acessado em 01 de agosto de 2012. O´REILLY, Tim. What is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the NextGeneration of Software, 2007. Disponível em <http://mpra.ub.uni-muenchen.de/4580/1/ MPRA_paper_4580.pdf> Acessado em jul. de 2012. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar / Ten new skills to teach. Porto Alegre; Artes Médicas; 2000. SILVA, Marco (org.). Educação online. São Paulo: Loyola, 2003. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na internet. Porto Alegre. Editora Meridional, 2009. WILLINSKY, J. (2006). The access principle: The case for open access to research and scholarship. Cambridge, MA: MIT Press. SITES CONSULTADOS http://saladosprofessores.ning.com/profiles/blogs/recursos-educacionais-abertos http://equipebrasil.tumblr.com http://mashable.com/2011/11/14/tumblr-infographic/) http://resources.exacttarget.com/ http://www.harvard.edu/ http://www.open.ac.uk/ http://web.mit.edu/ http://tudosobremarketingdigital.wordpress.com http://www.slideshare.net/bullet_promo/twitter-no-brasil-1453989. http://resources.exacttarget.com/ http://wikipedia.org/ 48