SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  36
Opinião Reflexiva
Uma conversa sobre poéticas artísticas,
discussão de pensamentos sociais e políticos e
novas possibilidades na arte
● Qual é sua poética em arte?
→ Em quem consiste esta poética, quais as
bases que tem tomado para criar seu
pensamento?
→ Quais suas referências históricas diante de
um quadro em constante mudança
tecnológica?
→ Sua arte deve se prestar a que?
→ Como tem visto a arte atualmente?
Lascaux, lascô e fudeu...
Qual continente fica o Egito???
O ideal do ocidente
O império antes da Europa
O início da Europa
A Europa medieval
O Renascimento europeu
A influência da religião na arte por
mais de mil anos
O ideal da nobreza
E viva o sufrágio universal
e o naufrágio do homem
Até aí tá fácil, né?!
● Todos concordamos que as imagens vistas são bem familiares a
nós?
● Tem algum período que se familiarize e beba de sua poética?
● O que houve no oriente?
● A África (estou falando do continente, sim, o mesmo continente onde
está o Egito) subsaariana ocorreu o que além da escravidão?
● Você acredita que a universidade formou uma opinião ampla sua ou
restringiu sua visão a um eurocentrismo?
Tá bom;
vamos fazer um teste?
Leandro Joaquim, Vista da Lagoa do Boqueirão e Aqueduto de Santa Teresa,
1790
óleo sobre tela, 86x105 cm, Museu Histórico Nacional
● Retrato do cotidiano? Ou uma propaganda do governo mostrando uma obra
pública?
● Os arcos da Lapa existem até hoje, porém numa paisagem diferente, mais
modernizada.
● Alto/esquerdo da tela podemos reparar o convento (a religião ocupa um
lugar importante na cena, o alto, como falado anteriormente da obra de
Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893.
● Centro da composição temos os arcos, a obra de engenharia da época.
● Logo abaixo a lagoa do Boqueirão e pessoas que se divertem nela.
● Parece haver grande harmonia entre os personagens da cena.
Jean-Baptiste Debret,
Retrato de El-Rei Dom João VI, 1817
óleo sobre tela, 60x42
Museu Nacional de Belas Artes
Retrato do Intrépido
Marinheiro Simão, carvoeiro
do vapor Pernambucana, 1853
Louis Thérier
Simão, o Herói do Vapor Pernanbucana,
1853.
Litografia
José Correia de Lima
● O retrato do primeiro herói negro em 1853:
● O Rio de Janeiro; Sua História, Monumentos, Homens Notáveis,
Usos e Curiosidades, Moreira de Azevedo, 1877:
“Naufragando em 09 de outubro de 1853 o vapor Pernambucana ao
sul da Laguna, morreram 28 pessoas, salvaram-se 42, e destas 13
deveram sua vida ao intrépido marinheiro Simão, que treze vezes
transpôs a nado as ondas, venceu insuperáveis perigos, expôs-se à
morte conseguindo arrancar das profundezas do mar, entre outros,
um cego, um militar que tinha uma perna a menos...”
Pedro Américo, A Batalha de Avahy, 1877
óleo sobre tela 6x11m
Museu Nacional de Belas Artes
Pedro AMÉRICO, Paz e Concórdia, 1895
40x62cm
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Modesto Brocos, Redenção de Cã,
1895
óleo sobre tela, 199x166cm
Museu Nacional de Belas Artes
Modesto Brocos
● Talvez a obra seja um marco no processo de miscigenação e eugenia traduzida pelo
espanhol Modesto Brocos.
● 1859 – Charlles Darwin lança seu livro; Origem da Espécies, onde ele trata da questão
da seleção natural (ambiente seleciona espécies mais adaptadas)
● Surge a teoria (ATENÇÃO!!! Não é uma teoria criada por Darwin) Darwinismo social;
→ Defende a superioridade da raça branca europeia
→ A raça branca é a portadora do conhecimento e esta deverá levá-lo às raças
inferiores; negros e índios
→ Defende que grupos populacionais mais desenvolvidos devem dominar grupos
populacionais menos desenvolvidos, ou socialmente inferiores
→ Defende ainda como “fardo” do europeu levar cultura aos selvagens
Anita Malfatti
●
Principal figura do movimento de arte moderna e da semana de 22 (1922).
● Uma das maiores promessas da vanguarda de arte no Brasil, trazia da Europa uma vasta bagagem do aprendizado alemão.
●
1918 – expões trabalhos na rua Libero Badaró junto com amigos americanos; trazia um ar de novidade internacional e com
isso Monteiro Lobato, um crítico de arte da época emite a seguinte crítica no jornal O Estado de São Paulo; “A respeito da
exposição Malfatti”
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que
veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir,
nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.(...) Essas
considerações são provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”.
● E foi assim que Monteiro Lobato deu fim a carreira de Anita Malfatti; a
elite paulistana recusou seus trabalhos depois de dada a crítica.
● O nacionalismo exacerbado de Monteiro Lobato não permitiu que ele
visse além de estrangeirismos na obra de Malfatti, para ele, Anita não
trazia o novo “brasileiríssimo” e sim modismos da velha Europa.
● Para Lobato a obra deveria prestar-se ao senso histórico, ao
nacionalismo e ir além de sua plástica, a obra deveria ter premissas
ideológicas. Pouco depois o mesmo Monteiro Lobato fora acusado até de
nazista devido ao seu extremo nacionalismo.
● Devemos lembrar que na Europa os movimentos do cubismo, futurismo e
expressionismo sofriam com as críticas em sua maioria.
● E houve mais críticas de Monteiro Lobato;
“Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavreado técnico, descobrem
na tela intenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com independência
de interpretação do artista; a conclusão é que o público é uma besta e eles,
os entendidos, um grupo genial de iniciados nas transcendências sublimes
duma Estética Superior.”
● E quanto ao público que visita a exposição segue a crítica;
“Nenhuma impressão de prazer ou de beleza denunciam as caras; em
todas se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio
e dos outros, incapaz de raciocinar e muito desconfiado de que o
mistificaram grosseiramente.”
● Quanto a Anita; sua expressão era a estranheza, a opressão e a vergonha;
traços característicos do expressionismo e nos perguntamos diante do
quadro; - E é amarelo por quê? Por que, meu deus? - é amarelo porque
assim o é e será e pessoas erradas são assim. “É a humanidade exilada de
sua condição humana.” - Rafael Cardoso, Arte Brasileira em 25 quadros,
Record, pag. 179.
Vicente do Rego Monteiro, Atirador de Arcos, 1925
óleo sobre tela, 65x81cm
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife
E aí; você acredita em que tipo de
arte?
● Isso não é um bombardeio sobre suas poéticas
artísticas!
● Isso não é uma transformação sobre seu jeito de
ver política!
● Isso não é um jeito de dar uma nó em sua cabeça!
● Afinal; em que arte acredita. Na que se pendura
na parede ou enfeita o centro de uma
sala/galeria?
Cultura elitizada e hegemônica x
Cultura da periferia e de resistência.
● O quadro inalcançável do museu e o tão fácil muro de pular do grafite.
● Clamamos por Tarsílas, Oswalds, Di Cavalcantis, Portinaris; nós ou a
elite. A periferia continua a produzir seus grafites, sambas e
movimentos culturais; quem parou foi a elite. Passamos pela
imbecilização da elite?
● A cultura de massa que tanto falamos; parte do povo ou da elite
dominadora de mídias que massifica isso ao povo?
● Cynara Menezes, autora do blog Socialista Morena;
“...Com a diferença de que, para eles, não será só uma paixão
intelectual. Sentiram na pele o que estão falando. Escreverão com as
vísceras. E é essa, para mim, a melhor definição de arte, sempre:
aquela que vem das vísceras.”

Contenu connexe

Tendances

O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiroO projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiroPaulo Konzen
 
Primeira fase do Modernismo no Brasil
Primeira fase do Modernismo no BrasilPrimeira fase do Modernismo no Brasil
Primeira fase do Modernismo no Brasileeadolpho
 
Arte moderna brasileira
Arte moderna brasileiraArte moderna brasileira
Arte moderna brasileiraArte Educadora
 
apostila segundo ano.docx
apostila   segundo ano.docxapostila   segundo ano.docx
apostila segundo ano.docxAndrea Parlen
 
Revisão 4ºbim respondida
Revisão 4ºbim respondidaRevisão 4ºbim respondida
Revisão 4ºbim respondidaCEF16
 
Módulo 9 em portugal
Módulo 9  em portugalMódulo 9  em portugal
Módulo 9 em portugalcattonia
 
As raízes do modernismo brasileiro
As raízes do modernismo brasileiroAs raízes do modernismo brasileiro
As raízes do modernismo brasileiroMiguel De Lima
 
Powerpoint Modernismo[2]
Powerpoint Modernismo[2]Powerpoint Modernismo[2]
Powerpoint Modernismo[2]lourdescosta
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismo
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismowww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismo
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do ModernismoAnnalu Jannuzzi
 
Modernismo no brasil introdução
Modernismo no brasil introduçãoModernismo no brasil introdução
Modernismo no brasil introduçãorillaryalvesj
 
Manifesto do verde amarelismo-litertura
Manifesto do verde  amarelismo-literturaManifesto do verde  amarelismo-litertura
Manifesto do verde amarelismo-literturawalissoon
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguarda
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguardawww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguarda
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - VanguardaAnnalu Jannuzzi
 
1 fase do modernismo brasileiro
1 fase do modernismo brasileiro1 fase do modernismo brasileiro
1 fase do modernismo brasileiroMiguel D' Amorim
 

Tendances (20)

O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiroO projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiro
 
ARTE BRASILEIRA
ARTE BRASILEIRAARTE BRASILEIRA
ARTE BRASILEIRA
 
Primeira fase do Modernismo no Brasil
Primeira fase do Modernismo no BrasilPrimeira fase do Modernismo no Brasil
Primeira fase do Modernismo no Brasil
 
Arte moderna brasileira
Arte moderna brasileiraArte moderna brasileira
Arte moderna brasileira
 
apostila segundo ano.docx
apostila   segundo ano.docxapostila   segundo ano.docx
apostila segundo ano.docx
 
Revisão 4ºbim respondida
Revisão 4ºbim respondidaRevisão 4ºbim respondida
Revisão 4ºbim respondida
 
Módulo 9 em portugal
Módulo 9  em portugalMódulo 9  em portugal
Módulo 9 em portugal
 
As raízes do modernismo brasileiro
As raízes do modernismo brasileiroAs raízes do modernismo brasileiro
As raízes do modernismo brasileiro
 
Aula sobre Modernismo
Aula sobre ModernismoAula sobre Modernismo
Aula sobre Modernismo
 
Powerpoint Modernismo[2]
Powerpoint Modernismo[2]Powerpoint Modernismo[2]
Powerpoint Modernismo[2]
 
Semana 22 parte 1
Semana 22 parte 1Semana 22 parte 1
Semana 22 parte 1
 
Movimentos modernistas
Movimentos modernistasMovimentos modernistas
Movimentos modernistas
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismo
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismowww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismo
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Primeira fase do Modernismo
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
Modernismo 8ºano
Modernismo 8ºanoModernismo 8ºano
Modernismo 8ºano
 
Modernismo no brasil introdução
Modernismo no brasil introduçãoModernismo no brasil introdução
Modernismo no brasil introdução
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
Manifesto do verde amarelismo-litertura
Manifesto do verde  amarelismo-literturaManifesto do verde  amarelismo-litertura
Manifesto do verde amarelismo-litertura
 
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguarda
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguardawww.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguarda
www.EquarparaEnsinoMedio.com.br - Literatura - Vanguarda
 
1 fase do modernismo brasileiro
1 fase do modernismo brasileiro1 fase do modernismo brasileiro
1 fase do modernismo brasileiro
 

Similaire à Arte, Cultura e Pensamento

Similaire à Arte, Cultura e Pensamento (20)

Vanguardas europeias
Vanguardas europeiasVanguardas europeias
Vanguardas europeias
 
Vanguardas
VanguardasVanguardas
Vanguardas
 
Vanguardas Europeias - Futurismo
Vanguardas Europeias - FuturismoVanguardas Europeias - Futurismo
Vanguardas Europeias - Futurismo
 
Modernismo no Brasil - Literatura
Modernismo no Brasil - LiteraturaModernismo no Brasil - Literatura
Modernismo no Brasil - Literatura
 
semana de arte moderna
semana de arte modernasemana de arte moderna
semana de arte moderna
 
Vanguardaseuropeias
VanguardaseuropeiasVanguardaseuropeias
Vanguardaseuropeias
 
Modernismo no brasil
Modernismo no brasilModernismo no brasil
Modernismo no brasil
 
Modernismo2018
Modernismo2018Modernismo2018
Modernismo2018
 
Aula - As vanguardas europeias.pptx
Aula - As vanguardas europeias.pptxAula - As vanguardas europeias.pptx
Aula - As vanguardas europeias.pptx
 
PORTUGUES - Modernismo - 3ºC
PORTUGUES - Modernismo - 3ºCPORTUGUES - Modernismo - 3ºC
PORTUGUES - Modernismo - 3ºC
 
Vanguardas(2)
Vanguardas(2)Vanguardas(2)
Vanguardas(2)
 
Modernismo no Brasil - 1ª fase
Modernismo no Brasil - 1ª faseModernismo no Brasil - 1ª fase
Modernismo no Brasil - 1ª fase
 
Modernismo no Brasil
Modernismo no BrasilModernismo no Brasil
Modernismo no Brasil
 
PORTUGUES - ATIVIDADES
PORTUGUES - ATIVIDADESPORTUGUES - ATIVIDADES
PORTUGUES - ATIVIDADES
 
Semana de Arte Moderna
Semana de Arte ModernaSemana de Arte Moderna
Semana de Arte Moderna
 
Tendências artísticas do pós segunda guerra nos eua e
Tendências artísticas do pós segunda guerra nos eua eTendências artísticas do pós segunda guerra nos eua e
Tendências artísticas do pós segunda guerra nos eua e
 
Vanguardas europeias
Vanguardas europeias Vanguardas europeias
Vanguardas europeias
 
A semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentaçãoA semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentação
 
M O D E R N I S M
M O D E R N I S MM O D E R N I S M
M O D E R N I S M
 
Modernismo.pptx
Modernismo.pptxModernismo.pptx
Modernismo.pptx
 

Plus de Robson Ferraz

Portfólio construção inacabada
Portfólio   construção inacabadaPortfólio   construção inacabada
Portfólio construção inacabadaRobson Ferraz
 
Arte Egípcia; História da Arte
Arte Egípcia; História da ArteArte Egípcia; História da Arte
Arte Egípcia; História da ArteRobson Ferraz
 
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.Robson Ferraz
 
Arte Brasileira; do Império à República
Arte Brasileira; do Império à RepúblicaArte Brasileira; do Império à República
Arte Brasileira; do Império à RepúblicaRobson Ferraz
 
Neoclássico Século XVIII
Neoclássico Século XVIIINeoclássico Século XVIII
Neoclássico Século XVIIIRobson Ferraz
 
Arte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraArte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraRobson Ferraz
 
Pré História da Arte. por Cafofo do Artista
Pré História da Arte. por Cafofo do ArtistaPré História da Arte. por Cafofo do Artista
Pré História da Arte. por Cafofo do ArtistaRobson Ferraz
 

Plus de Robson Ferraz (11)

Toy art
Toy artToy art
Toy art
 
Historia do desenho
Historia do desenhoHistoria do desenho
Historia do desenho
 
O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
 
Egeu
EgeuEgeu
Egeu
 
Portfólio construção inacabada
Portfólio   construção inacabadaPortfólio   construção inacabada
Portfólio construção inacabada
 
Arte Egípcia; História da Arte
Arte Egípcia; História da ArteArte Egípcia; História da Arte
Arte Egípcia; História da Arte
 
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.
Arte da Mesopotâmia; da escrita à epopeia. Recortes do oriente médio.
 
Arte Brasileira; do Império à República
Arte Brasileira; do Império à RepúblicaArte Brasileira; do Império à República
Arte Brasileira; do Império à República
 
Neoclássico Século XVIII
Neoclássico Século XVIIINeoclássico Século XVIII
Neoclássico Século XVIII
 
Arte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre BrasileiraArte Rupestre Brasileira
Arte Rupestre Brasileira
 
Pré História da Arte. por Cafofo do Artista
Pré História da Arte. por Cafofo do ArtistaPré História da Arte. por Cafofo do Artista
Pré História da Arte. por Cafofo do Artista
 

Arte, Cultura e Pensamento

  • 1. Opinião Reflexiva Uma conversa sobre poéticas artísticas, discussão de pensamentos sociais e políticos e novas possibilidades na arte
  • 2. ● Qual é sua poética em arte? → Em quem consiste esta poética, quais as bases que tem tomado para criar seu pensamento? → Quais suas referências históricas diante de um quadro em constante mudança tecnológica? → Sua arte deve se prestar a que? → Como tem visto a arte atualmente?
  • 3. Lascaux, lascô e fudeu...
  • 4. Qual continente fica o Egito???
  • 5. O ideal do ocidente
  • 6. O império antes da Europa
  • 7. O início da Europa
  • 10. A influência da religião na arte por mais de mil anos
  • 11. O ideal da nobreza
  • 12. E viva o sufrágio universal e o naufrágio do homem
  • 13. Até aí tá fácil, né?! ● Todos concordamos que as imagens vistas são bem familiares a nós? ● Tem algum período que se familiarize e beba de sua poética? ● O que houve no oriente? ● A África (estou falando do continente, sim, o mesmo continente onde está o Egito) subsaariana ocorreu o que além da escravidão? ● Você acredita que a universidade formou uma opinião ampla sua ou restringiu sua visão a um eurocentrismo?
  • 14. Tá bom; vamos fazer um teste?
  • 15.
  • 16. Leandro Joaquim, Vista da Lagoa do Boqueirão e Aqueduto de Santa Teresa, 1790 óleo sobre tela, 86x105 cm, Museu Histórico Nacional ● Retrato do cotidiano? Ou uma propaganda do governo mostrando uma obra pública? ● Os arcos da Lapa existem até hoje, porém numa paisagem diferente, mais modernizada. ● Alto/esquerdo da tela podemos reparar o convento (a religião ocupa um lugar importante na cena, o alto, como falado anteriormente da obra de Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893. ● Centro da composição temos os arcos, a obra de engenharia da época. ● Logo abaixo a lagoa do Boqueirão e pessoas que se divertem nela. ● Parece haver grande harmonia entre os personagens da cena.
  • 17. Jean-Baptiste Debret, Retrato de El-Rei Dom João VI, 1817 óleo sobre tela, 60x42 Museu Nacional de Belas Artes
  • 18.
  • 19.
  • 20. Retrato do Intrépido Marinheiro Simão, carvoeiro do vapor Pernambucana, 1853
  • 21. Louis Thérier Simão, o Herói do Vapor Pernanbucana, 1853. Litografia
  • 22. José Correia de Lima ● O retrato do primeiro herói negro em 1853: ● O Rio de Janeiro; Sua História, Monumentos, Homens Notáveis, Usos e Curiosidades, Moreira de Azevedo, 1877: “Naufragando em 09 de outubro de 1853 o vapor Pernambucana ao sul da Laguna, morreram 28 pessoas, salvaram-se 42, e destas 13 deveram sua vida ao intrépido marinheiro Simão, que treze vezes transpôs a nado as ondas, venceu insuperáveis perigos, expôs-se à morte conseguindo arrancar das profundezas do mar, entre outros, um cego, um militar que tinha uma perna a menos...”
  • 23. Pedro Américo, A Batalha de Avahy, 1877 óleo sobre tela 6x11m Museu Nacional de Belas Artes
  • 24. Pedro AMÉRICO, Paz e Concórdia, 1895 40x62cm Museu de Arte de São Paulo - MASP
  • 25. Modesto Brocos, Redenção de Cã, 1895 óleo sobre tela, 199x166cm Museu Nacional de Belas Artes
  • 26. Modesto Brocos ● Talvez a obra seja um marco no processo de miscigenação e eugenia traduzida pelo espanhol Modesto Brocos. ● 1859 – Charlles Darwin lança seu livro; Origem da Espécies, onde ele trata da questão da seleção natural (ambiente seleciona espécies mais adaptadas) ● Surge a teoria (ATENÇÃO!!! Não é uma teoria criada por Darwin) Darwinismo social; → Defende a superioridade da raça branca europeia → A raça branca é a portadora do conhecimento e esta deverá levá-lo às raças inferiores; negros e índios → Defende que grupos populacionais mais desenvolvidos devem dominar grupos populacionais menos desenvolvidos, ou socialmente inferiores → Defende ainda como “fardo” do europeu levar cultura aos selvagens
  • 27.
  • 28. Anita Malfatti ● Principal figura do movimento de arte moderna e da semana de 22 (1922). ● Uma das maiores promessas da vanguarda de arte no Brasil, trazia da Europa uma vasta bagagem do aprendizado alemão. ● 1918 – expões trabalhos na rua Libero Badaró junto com amigos americanos; trazia um ar de novidade internacional e com isso Monteiro Lobato, um crítico de arte da época emite a seguinte crítica no jornal O Estado de São Paulo; “A respeito da exposição Malfatti” “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”.
  • 29. ● E foi assim que Monteiro Lobato deu fim a carreira de Anita Malfatti; a elite paulistana recusou seus trabalhos depois de dada a crítica. ● O nacionalismo exacerbado de Monteiro Lobato não permitiu que ele visse além de estrangeirismos na obra de Malfatti, para ele, Anita não trazia o novo “brasileiríssimo” e sim modismos da velha Europa. ● Para Lobato a obra deveria prestar-se ao senso histórico, ao nacionalismo e ir além de sua plástica, a obra deveria ter premissas ideológicas. Pouco depois o mesmo Monteiro Lobato fora acusado até de nazista devido ao seu extremo nacionalismo. ● Devemos lembrar que na Europa os movimentos do cubismo, futurismo e expressionismo sofriam com as críticas em sua maioria.
  • 30. ● E houve mais críticas de Monteiro Lobato; “Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavreado técnico, descobrem na tela intenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com independência de interpretação do artista; a conclusão é que o público é uma besta e eles, os entendidos, um grupo genial de iniciados nas transcendências sublimes duma Estética Superior.” ● E quanto ao público que visita a exposição segue a crítica; “Nenhuma impressão de prazer ou de beleza denunciam as caras; em todas se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de raciocinar e muito desconfiado de que o mistificaram grosseiramente.” ● Quanto a Anita; sua expressão era a estranheza, a opressão e a vergonha; traços característicos do expressionismo e nos perguntamos diante do quadro; - E é amarelo por quê? Por que, meu deus? - é amarelo porque assim o é e será e pessoas erradas são assim. “É a humanidade exilada de sua condição humana.” - Rafael Cardoso, Arte Brasileira em 25 quadros, Record, pag. 179.
  • 31. Vicente do Rego Monteiro, Atirador de Arcos, 1925 óleo sobre tela, 65x81cm Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife
  • 32.
  • 33.
  • 34. E aí; você acredita em que tipo de arte? ● Isso não é um bombardeio sobre suas poéticas artísticas! ● Isso não é uma transformação sobre seu jeito de ver política! ● Isso não é um jeito de dar uma nó em sua cabeça! ● Afinal; em que arte acredita. Na que se pendura na parede ou enfeita o centro de uma sala/galeria?
  • 35. Cultura elitizada e hegemônica x Cultura da periferia e de resistência.
  • 36. ● O quadro inalcançável do museu e o tão fácil muro de pular do grafite. ● Clamamos por Tarsílas, Oswalds, Di Cavalcantis, Portinaris; nós ou a elite. A periferia continua a produzir seus grafites, sambas e movimentos culturais; quem parou foi a elite. Passamos pela imbecilização da elite? ● A cultura de massa que tanto falamos; parte do povo ou da elite dominadora de mídias que massifica isso ao povo? ● Cynara Menezes, autora do blog Socialista Morena; “...Com a diferença de que, para eles, não será só uma paixão intelectual. Sentiram na pele o que estão falando. Escreverão com as vísceras. E é essa, para mim, a melhor definição de arte, sempre: aquela que vem das vísceras.”