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INFECÇÃO DE PELE E
PARTES MOLES
Silvia Castro Caruso Christ
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
Classificação
• Primárias = sem porta de entrada aparente
• Secundárias = complicações de lesões de pele (feridas, lesões
  abrasivas ou traumas)

• Agudas = duram poucos dias
• Crônicas = duram meses ou anos

• Monomicrobianas = um agente etiológico
• Polimicrobianas = variedade de agentes etiológicos
Erisipela
Erisipela
• Infecção da derme e epiderme, vasos linfáticos superficiais

• Dor, hiperemia, edema e aumento da temperatura local

• Lesões elevadas com clara diferenciação entre a área
  acometida e a pele de aspecto normal

• Casos mais graves = linfangite, linfonodomegalia regional,
  vesículas, bolhas e petéquias

• Lesão extensa = febre e sinais de sepse
Erisipela

              Diagnóstico clínico!


• Exames complementares = apenas em casos graves
• Hemograma, proteína C reativa
• Hemoculturas (2 amostras) se febre = positiva em 5% dos
  casos
• USG = afastar coleções
Erisipela
Erisipela
Erisipela
Celulite
Celulite
• Infecção profunda que compromete derme, epiderme e tecido
  celular subcutâneo

• Não há distinção entre a pele saudável e a afetada

• Dor, hiperemia, edema e calor local

• Casos graves = linfangite, linfonodomegalia regional, vesículas,
  bolhas e petéquias
• Lesões extensas = febre e sinais de sepse
Celulite
              Diagnóstico clínico!


• Exames complementares = apenas em casos graves
• Hemograma, proteína C reativa
• Hemoculturas (2 amostras) se febre = positiva em 5% dos
  casos
• USG = afastar coleções
Celulite
Erisipela X Celulite
    Fatores predisponentes

•   Obesidade
•   Insuficiência venosa e arterial
•   Edema linfático
•   Trauma local
•   Eczema ou outra dermatite
•   Micose interdigital
•   Imunodepressão
•   Infecções cutâneas de repetição
Erisipela X Celulite
Na prática...                    Celulite
                          • Geralmente
                            associada a uma
Diagnóstico diferencial     porta de entrada
difícil !                   (ferimento)
                          • Estado geral mais
                            comprometido
                          • Febre
                          • Edema, não
                            linfedema
Fasceite Necrotizante
Fasceite necrotizante
• Infecção com necrose do tecido celular subcutâneo e da fáscia
  muscular

• Pode ocorrer comprometimento da musculatura adjacente
  (mionecrose)

• Dor muito intensa, geralmente desproporcional à lesão da
  pele
• Sepse grave = mais frequente
Fasceite necrotizante
     Exames complementares:

 •   Hemograma, proteína C reativa
 •   Hemoculturas
 •   Rx simples = presença de ar em partes moles
 •   RNM = diagnóstico precoce
Etiologia e Tratamento
     Infecção          Etiologia               Tratamento de           Alternativas
                                               escolha
     Erisipela         Streptococcus do        Penicilina cristalina   Clindamicina
                       grupo A (pyogenes)      0,5 a 4 milhões U EV
                       e eventualmente os      4/4 horas OU
                       do grupo C e G          Amoxicilina 500mg
                                               VO 8/8 horas
     Celulite          Staphylococcus          Oxacilina 2,0g a 3,0g   Clindamicina
                       aureus e                EV 6/6 horas OU
                       Streptococcus do        Cefalotina 1,0g a
                       grupo A (pyogenes)¹     2,0g EV 6/6horas
                                               OU Cefalexina 1,0g
                                               VO 6/6 horas
     Fasceite          Streptococcus do        Ampicilina/Sulbacta     Clindamicina +
     necrotizante*     grupo A, C e G, S.      m 1,5 a 3,0g EV 6/6     Ciprofloxacina
                       aureus,                 horas OU
                       Enterobacterias, (E.    Piperacilina/Tazobac
                       coli, Enterobacter,     tam 4,5g EV 8/8
                       Klebsiella, Proteus),   horas OU
                       Bacteroides e
                       Peptostreptococcus      Ertapenem 1,0g EV
                       sp, Clostridium         1x/dia
                       perfringens
                                               Limpeza cirúrgica
                                               ampla



* Tratamento precoce
Etiologia e Tratamento
• Esquemas menos apropriados

 • Ciprofloxacina

    • Ação deficiente sobre estreptococos
    • Resistência em S. aureus
    • Reservar para osso ou superinfecção
Tratamento
• Repouso

• Melhorar drenagem linfática
  • Elevação do membro

• Avaliação da Cirurgia Vascular

• Tratamento das lesões de porta de entrada.

• Erisipela de repetição = profilaxia controversa: Penicilina G
  benzatina a cada 21 dias
Outras
Outras
• Impetigo = lesões indolores eritematosas, acompanhadas
  de lesões pustulares ou bolhosas

• Foliculite = pápulas e pústulas centradas por pêlo com
  discreta hiperemia ao redor

• Furúnculos = nódulos inflamatórios, dolorosos e
  profundos que se desenvolvem a partir da foliculite, que
  evoluem para drenagem espontânea de material
  purulento


• Furunculose = furúnculos de repetição
Outras
• Diagnóstico clínico !

• Exames complementares = geralmente não há necessidade

• Gram e cultura das lesões = punção
Outras
Etiologia e Tratamento
 Infecção      Etiologia           Tratamento de         Alternativas
                                   escolha
 Impetigo      Streptococcus do    Penicilina G          Sulfametoxazol/
               grupo A,            benzatina OU          Trimetoprim OU
               Staphylococcus      Cefalexina 500mg      Clindamicina
               aureus              VO 6/6 horas por 7-
                                   10 dias
 Foliculite    Staphylococcus      Cuidados locais       Se houver celulite
               aureus,                                   ou abscesso local:
               Enterobactérias,                          antibioticoterapia +
               Pseudomonas                               drenagem SN
               aeruginosa,
               Candida sp e
               Malassezia furfur
 Furunculose   Staphylococcus      Cuidados locais e     Sulfametoxazol/
               aureus              de higiene (roupas    Trimetoprim OU
                                   de cama e             Clindamicina
                                   vestimentas) +
                                   Cefalexina 500mg a
                                   1,0mg VO 6/6 horas
                                   por 7-10 dias
Úlceras crônicas
Úlceras Crônicas
• Etiologia: venosa ou isquêmica

• Aspecto inflamatório circundante: comum

• Sinais sugestivos de infecção = secreção purulenta, área
  extensa de hiperemia com calor local, febre e aparecimento
  de nova região de necrose

• Ação de antimicrobianos quando não há sinais adicionais de
  infecção: nenhuma
Úlceras crônicas
 Culturas = diagnóstico etiológico e não de infecção

• Coleta somente se suspeita de infecção = tecido profundo,
  com técnica asséptica

• Coleções = punção

• Habitualmente positivas = não indicativas de tratamento =
  Colonização X Infecção
Úlceras Crônicas
    A escolha do tratamento varia:

•   Localização da lesão (sacral e não sacral)
•   Internação recente
•   História de uso prévio de antibiótico
•   Tempo de evolução
Etiologia e Tratamento
       Infecção                                  Etiologia                                Tratamento

     Úlcera sacral               Polimicrobiana pela proximidade da região   Sem antibiótico ou internação recente:
                                 perianal bacilos Gram negativo, anaeróbios Ampicilina-sulbactam ou a combinação de
                                                e Enterococos                  ceftriaxona com metronidazol ou
                                                                                           clindamicina

                                                                               Antibiótico ou internação recente:
                                                                                   Ertapenem ou tigeciclina

                                                                                  Complicação intra-hospitalar:
                                                                             Piperacilina-tazobactam ou imipenem ou
                                                                                            meropenem

  Úlcera não sacral              Bactérias oriundas da pele: Streptococcus   Sem antibiótico ou internação recente:
                                            e Staphylococcus sp                         Oxacilina EV ou
                                                                                        Clindamicina ou
                                                                                     Ampicilina-sulbactam

                                                                               Antibiótico ou internação recente:
                                                                                     Julgar risco para MRSA

                                                                                  Complicação intra-hospitalar:
                                                                                 Vancomicina ou Teicoplanina ou
                                                                                    Tigeciclina ou Linezolida


 > Tempo de evolução = > agentes colonizantes
Tratamento
• Avaliar necessidade de desbridamento cirúrgico

• Curativos
Pé Diabético
Pé Diabético
• Infecções geralmente polimicrobianas e necrotizantes

• Classificação:

      0 = Sem úlcera
      1 = Úlcera não ultrapassando a derme
      2 = Exposição de tendão ou articulação
      3 = Exposição óssea com ou sem osteomielite
      4 = Gangrena seca ou úmida, com ou sem celulite
      5 = Gangrena extensa
Pé Diabético
Pé Diabético
Pé Diabético
  A escolha do tratamento varia:

 • Gravidade do quadro

 • História de uso prévio de antibiótico
Pé Diabético
• Alterações do fluxo arterial = microangiopatia

• Infecção
  • Alteração da circulação local
  • Necrose e tecidos desvitalizados

• Concentração máxima e meia vida tecidual prejudicadas !
Tratamento cirúrgico
• Melhorar vascularização

• Reduzir carga bacteriana
  • Drenagem de coleções
  • Retirada de tecidos desvitalizados
  • Limpeza
Etiologia e Tratamento
  Fatores modificantes     Agentes habituais           Esquemas sugeridos         Alternativas


  Sem hospitalização ou    E. coli , Klebsiella,       Clindamicina associada à   Ampicilina-
  antimicrobianos          Proteus sp,                 cetriaxona ou              sulbactam,
  recentes                 estreptococos,              Amoxicilina+Clavulanato    moxifloxacina
                           estafilococos, B.fragilis
  Hospitalização ou        Anteriores mais gram-       Ertapenem                  Tigeciclina
  antimicrobianos          negativos produtores
  recentes                 de ESBL;
                           eventualmente MRSA



  Superinfecção            Anteriores mais MRSA        Cobertura para gram-       Teicoplanina ou
  hospitalar               e Pseudomonas               positivos: vancomicina     daptomicina ou
                           aeruginosa                                             linezolida


                                                       Cobertura para gram-       Imipenem ou
                                                       negativos e anaeróbios:    meropenem, ou
                                                       Piperacilina-tazobactam    associação de
                                                                                  metronidazol com
                                                                                  cefepima ou
                                                                                  ceftazidima




      Casos leves: tratamento ambulatorial com ATB VO
Duração do tratamento
• A duração depende de:
  • Resposta clínica e aspecto local
  • Necessidade e agressividade do tratamento cirúrgico
  • Presença de osteomielite

• Não depende de:
  • Tempo estabelecido
  • Agente etiológico
Duração do tratamento

• Sem osteomielite
  •   10-14 dias
  •   Desaparecimento da celulite
  •   Clareamento da secreção
  •   Ferida limpa

• Com osteomielite
  • 3 a 10 semanas
Infecção após Mordeduras
Infecção após Mordeduras
• Tipos de lesão: puntiforme e lacerações

• Mordedura cão: infecção secundária > 40%, > 24 horas
• Mordedura gato: infecção secundária > 50%, < 12 horas

• Principais síndromes: celulite, abscesso, artrite séptica,
  osteomielite, sepse e adenopatia
Etiologia e Tratamento
Infecção             Etiologia                Tratamento de                   Alternativas
                                              escolha
  Mordedura de cão       Pasteurella sp,        Ampicilina-sulbactam ou       Doxiciclina
                      Capnocytophaga sp,        amoxicilina-clavulanato
                      Staphylococcus sp e              por 5 dias
                     outras bactérias (Gram   (ou mais se celulite extensa)
                            negativo)
Mordedura de gato    Pasteurella sp,             Ampicilina-sulbactam ou     Doxiciclina
                     Bartonella sp            amoxicilina-clavulanato por 5
                                                           dias
                                               (ou mais se celulite extensa)
Profilaxia Raiva
   • Lavagem do ferimento com água corrente abundante e
     sabão

   • Evitar suturas = aumenta o risco de infiltração do vírus
     nas terminações nervosas = indicada se houver risco de
     comprometimento funcional, estético ou de infecções

   • O soro anti-rábico, quando indicado, deve ser infiltrado
     no local ferido uma hora antes da sutura




http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_07.htm#7-1
Profilaxia Raiva
Condição do   Desaparecido   Desaparecido   Animal sadio   Animal sadio   Animal sadio    Animal com
animal                                      Área de        Área de        Área de raiva   sinais
                                            raiva          raiva não      não             suspeitos de
                                            controlada     controlada     controlada      raiva**

Natureza da   Grave          Leve           Leve /         Leve           Grave           Leve /
lesão                                       Grave                                         Grave
Conduta       Soro +         Vacinação      Observação     Observação     Vacinação 3     Soro +
              vacinação                     10 dias*       10 dias*       doses e         vacinação
                                                                          observar 10
                                                                          dias*




       * Se a observação clínica não for possível, ou o animal desaparecer antes do término
       do prazo (10 dias), o paciente deve receber tratamento profilático.

       ** O animal deve ser submetido à eutanásia e seu encéfalo (inteiro ou fragmentos)
       deve ser encaminhado para análise laboratorial.



http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_07.htm#7-1
Infecção após trauma
Etiologia e Tratamento

Infecção                      Etiologia               Tratamento de escolha      Alternativas

  Infecção após trauma *                  S. aureus         Oxacilina 2,0g a           Clindamicina
                                                            3,0g EV 6/6 horas
                                                            OU Cefalotina 1,0g
                                                            a 2,0g EV 6/6horas
                                                            OU Cefalexina 1,0g
                                                            VO 6/6 horas




           * Tratar como celulite
Profilaxia Tétano
• Após feridas contusas (politrauma), laceradas, perfurantes
  (pregos, vidros), feridas por arma branca ou de fogo,
  queimaduras e fraturas expostas


• Ferimentos de menor risco: superficiais, limpos, sem
  presença de corpo estranho e/ou tecidos desvitalizados
• Ferimentos de maior risco: extensos e/ou profundos,
  sujos, com presença de corpo estranho e/ou tecidos
  desvitalizados
Profilaxia Tétano

              ≥3 doses de vacina
         antitetânica há mais de 5 anos

            SIM                NÃO/ DESCONHECIDO

                                     Limpeza e
       Limpeza e              Desbridamento da ferida
                                         +
Desbridamento da ferida                 SAT
           +                             +
  Reforço da Vacina          Vacina (3 doses ou reforço)
Critérios para Internação
• Infecção complicada ou extensa com necessidade de
  antibioticoterapia sistêmica e/ou drenagem cirúrgica

• Sinais de sepse

• Presença de complicações ou sinais de gravidade, como
  confusão mental, hipotensão, descompensação de
  comorbidades e suspeita de fasceite necrotizante
Obrigada
    sicaruso@uol.com.br

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Infecção de pele e partes moles

  • 1. INFECÇÃO DE PELE E PARTES MOLES Silvia Castro Caruso Christ Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
  • 2. Classificação • Primárias = sem porta de entrada aparente • Secundárias = complicações de lesões de pele (feridas, lesões abrasivas ou traumas) • Agudas = duram poucos dias • Crônicas = duram meses ou anos • Monomicrobianas = um agente etiológico • Polimicrobianas = variedade de agentes etiológicos
  • 4. Erisipela • Infecção da derme e epiderme, vasos linfáticos superficiais • Dor, hiperemia, edema e aumento da temperatura local • Lesões elevadas com clara diferenciação entre a área acometida e a pele de aspecto normal • Casos mais graves = linfangite, linfonodomegalia regional, vesículas, bolhas e petéquias • Lesão extensa = febre e sinais de sepse
  • 5. Erisipela Diagnóstico clínico! • Exames complementares = apenas em casos graves • Hemograma, proteína C reativa • Hemoculturas (2 amostras) se febre = positiva em 5% dos casos • USG = afastar coleções
  • 10. Celulite • Infecção profunda que compromete derme, epiderme e tecido celular subcutâneo • Não há distinção entre a pele saudável e a afetada • Dor, hiperemia, edema e calor local • Casos graves = linfangite, linfonodomegalia regional, vesículas, bolhas e petéquias • Lesões extensas = febre e sinais de sepse
  • 11. Celulite Diagnóstico clínico! • Exames complementares = apenas em casos graves • Hemograma, proteína C reativa • Hemoculturas (2 amostras) se febre = positiva em 5% dos casos • USG = afastar coleções
  • 13. Erisipela X Celulite Fatores predisponentes • Obesidade • Insuficiência venosa e arterial • Edema linfático • Trauma local • Eczema ou outra dermatite • Micose interdigital • Imunodepressão • Infecções cutâneas de repetição
  • 14. Erisipela X Celulite Na prática... Celulite • Geralmente associada a uma Diagnóstico diferencial porta de entrada difícil ! (ferimento) • Estado geral mais comprometido • Febre • Edema, não linfedema
  • 16. Fasceite necrotizante • Infecção com necrose do tecido celular subcutâneo e da fáscia muscular • Pode ocorrer comprometimento da musculatura adjacente (mionecrose) • Dor muito intensa, geralmente desproporcional à lesão da pele • Sepse grave = mais frequente
  • 17. Fasceite necrotizante Exames complementares: • Hemograma, proteína C reativa • Hemoculturas • Rx simples = presença de ar em partes moles • RNM = diagnóstico precoce
  • 18. Etiologia e Tratamento Infecção Etiologia Tratamento de Alternativas escolha Erisipela Streptococcus do Penicilina cristalina Clindamicina grupo A (pyogenes) 0,5 a 4 milhões U EV e eventualmente os 4/4 horas OU do grupo C e G Amoxicilina 500mg VO 8/8 horas Celulite Staphylococcus Oxacilina 2,0g a 3,0g Clindamicina aureus e EV 6/6 horas OU Streptococcus do Cefalotina 1,0g a grupo A (pyogenes)¹ 2,0g EV 6/6horas OU Cefalexina 1,0g VO 6/6 horas Fasceite Streptococcus do Ampicilina/Sulbacta Clindamicina + necrotizante* grupo A, C e G, S. m 1,5 a 3,0g EV 6/6 Ciprofloxacina aureus, horas OU Enterobacterias, (E. Piperacilina/Tazobac coli, Enterobacter, tam 4,5g EV 8/8 Klebsiella, Proteus), horas OU Bacteroides e Peptostreptococcus Ertapenem 1,0g EV sp, Clostridium 1x/dia perfringens Limpeza cirúrgica ampla * Tratamento precoce
  • 19. Etiologia e Tratamento • Esquemas menos apropriados • Ciprofloxacina • Ação deficiente sobre estreptococos • Resistência em S. aureus • Reservar para osso ou superinfecção
  • 20. Tratamento • Repouso • Melhorar drenagem linfática • Elevação do membro • Avaliação da Cirurgia Vascular • Tratamento das lesões de porta de entrada. • Erisipela de repetição = profilaxia controversa: Penicilina G benzatina a cada 21 dias
  • 22. Outras • Impetigo = lesões indolores eritematosas, acompanhadas de lesões pustulares ou bolhosas • Foliculite = pápulas e pústulas centradas por pêlo com discreta hiperemia ao redor • Furúnculos = nódulos inflamatórios, dolorosos e profundos que se desenvolvem a partir da foliculite, que evoluem para drenagem espontânea de material purulento • Furunculose = furúnculos de repetição
  • 23. Outras • Diagnóstico clínico ! • Exames complementares = geralmente não há necessidade • Gram e cultura das lesões = punção
  • 25. Etiologia e Tratamento Infecção Etiologia Tratamento de Alternativas escolha Impetigo Streptococcus do Penicilina G Sulfametoxazol/ grupo A, benzatina OU Trimetoprim OU Staphylococcus Cefalexina 500mg Clindamicina aureus VO 6/6 horas por 7- 10 dias Foliculite Staphylococcus Cuidados locais Se houver celulite aureus, ou abscesso local: Enterobactérias, antibioticoterapia + Pseudomonas drenagem SN aeruginosa, Candida sp e Malassezia furfur Furunculose Staphylococcus Cuidados locais e Sulfametoxazol/ aureus de higiene (roupas Trimetoprim OU de cama e Clindamicina vestimentas) + Cefalexina 500mg a 1,0mg VO 6/6 horas por 7-10 dias
  • 27. Úlceras Crônicas • Etiologia: venosa ou isquêmica • Aspecto inflamatório circundante: comum • Sinais sugestivos de infecção = secreção purulenta, área extensa de hiperemia com calor local, febre e aparecimento de nova região de necrose • Ação de antimicrobianos quando não há sinais adicionais de infecção: nenhuma
  • 28. Úlceras crônicas Culturas = diagnóstico etiológico e não de infecção • Coleta somente se suspeita de infecção = tecido profundo, com técnica asséptica • Coleções = punção • Habitualmente positivas = não indicativas de tratamento = Colonização X Infecção
  • 29. Úlceras Crônicas A escolha do tratamento varia: • Localização da lesão (sacral e não sacral) • Internação recente • História de uso prévio de antibiótico • Tempo de evolução
  • 30. Etiologia e Tratamento Infecção Etiologia Tratamento Úlcera sacral Polimicrobiana pela proximidade da região Sem antibiótico ou internação recente: perianal bacilos Gram negativo, anaeróbios Ampicilina-sulbactam ou a combinação de e Enterococos ceftriaxona com metronidazol ou clindamicina Antibiótico ou internação recente: Ertapenem ou tigeciclina Complicação intra-hospitalar: Piperacilina-tazobactam ou imipenem ou meropenem Úlcera não sacral Bactérias oriundas da pele: Streptococcus Sem antibiótico ou internação recente: e Staphylococcus sp Oxacilina EV ou Clindamicina ou Ampicilina-sulbactam Antibiótico ou internação recente: Julgar risco para MRSA Complicação intra-hospitalar: Vancomicina ou Teicoplanina ou Tigeciclina ou Linezolida > Tempo de evolução = > agentes colonizantes
  • 31. Tratamento • Avaliar necessidade de desbridamento cirúrgico • Curativos
  • 33. Pé Diabético • Infecções geralmente polimicrobianas e necrotizantes • Classificação: 0 = Sem úlcera 1 = Úlcera não ultrapassando a derme 2 = Exposição de tendão ou articulação 3 = Exposição óssea com ou sem osteomielite 4 = Gangrena seca ou úmida, com ou sem celulite 5 = Gangrena extensa
  • 36. Pé Diabético A escolha do tratamento varia: • Gravidade do quadro • História de uso prévio de antibiótico
  • 37. Pé Diabético • Alterações do fluxo arterial = microangiopatia • Infecção • Alteração da circulação local • Necrose e tecidos desvitalizados • Concentração máxima e meia vida tecidual prejudicadas !
  • 38. Tratamento cirúrgico • Melhorar vascularização • Reduzir carga bacteriana • Drenagem de coleções • Retirada de tecidos desvitalizados • Limpeza
  • 39. Etiologia e Tratamento Fatores modificantes Agentes habituais Esquemas sugeridos Alternativas Sem hospitalização ou E. coli , Klebsiella, Clindamicina associada à Ampicilina- antimicrobianos Proteus sp, cetriaxona ou sulbactam, recentes estreptococos, Amoxicilina+Clavulanato moxifloxacina estafilococos, B.fragilis Hospitalização ou Anteriores mais gram- Ertapenem Tigeciclina antimicrobianos negativos produtores recentes de ESBL; eventualmente MRSA Superinfecção Anteriores mais MRSA Cobertura para gram- Teicoplanina ou hospitalar e Pseudomonas positivos: vancomicina daptomicina ou aeruginosa linezolida Cobertura para gram- Imipenem ou negativos e anaeróbios: meropenem, ou Piperacilina-tazobactam associação de metronidazol com cefepima ou ceftazidima Casos leves: tratamento ambulatorial com ATB VO
  • 40. Duração do tratamento • A duração depende de: • Resposta clínica e aspecto local • Necessidade e agressividade do tratamento cirúrgico • Presença de osteomielite • Não depende de: • Tempo estabelecido • Agente etiológico
  • 41. Duração do tratamento • Sem osteomielite • 10-14 dias • Desaparecimento da celulite • Clareamento da secreção • Ferida limpa • Com osteomielite • 3 a 10 semanas
  • 43. Infecção após Mordeduras • Tipos de lesão: puntiforme e lacerações • Mordedura cão: infecção secundária > 40%, > 24 horas • Mordedura gato: infecção secundária > 50%, < 12 horas • Principais síndromes: celulite, abscesso, artrite séptica, osteomielite, sepse e adenopatia
  • 44. Etiologia e Tratamento Infecção Etiologia Tratamento de Alternativas escolha Mordedura de cão Pasteurella sp, Ampicilina-sulbactam ou Doxiciclina Capnocytophaga sp, amoxicilina-clavulanato Staphylococcus sp e por 5 dias outras bactérias (Gram (ou mais se celulite extensa) negativo) Mordedura de gato Pasteurella sp, Ampicilina-sulbactam ou Doxiciclina Bartonella sp amoxicilina-clavulanato por 5 dias (ou mais se celulite extensa)
  • 45. Profilaxia Raiva • Lavagem do ferimento com água corrente abundante e sabão • Evitar suturas = aumenta o risco de infiltração do vírus nas terminações nervosas = indicada se houver risco de comprometimento funcional, estético ou de infecções • O soro anti-rábico, quando indicado, deve ser infiltrado no local ferido uma hora antes da sutura http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_07.htm#7-1
  • 46. Profilaxia Raiva Condição do Desaparecido Desaparecido Animal sadio Animal sadio Animal sadio Animal com animal Área de Área de Área de raiva sinais raiva raiva não não suspeitos de controlada controlada controlada raiva** Natureza da Grave Leve Leve / Leve Grave Leve / lesão Grave Grave Conduta Soro + Vacinação Observação Observação Vacinação 3 Soro + vacinação 10 dias* 10 dias* doses e vacinação observar 10 dias* * Se a observação clínica não for possível, ou o animal desaparecer antes do término do prazo (10 dias), o paciente deve receber tratamento profilático. ** O animal deve ser submetido à eutanásia e seu encéfalo (inteiro ou fragmentos) deve ser encaminhado para análise laboratorial. http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/informacoes/manuais/manual_4/norma_07.htm#7-1
  • 48. Etiologia e Tratamento Infecção Etiologia Tratamento de escolha Alternativas Infecção após trauma * S. aureus Oxacilina 2,0g a Clindamicina 3,0g EV 6/6 horas OU Cefalotina 1,0g a 2,0g EV 6/6horas OU Cefalexina 1,0g VO 6/6 horas * Tratar como celulite
  • 49. Profilaxia Tétano • Após feridas contusas (politrauma), laceradas, perfurantes (pregos, vidros), feridas por arma branca ou de fogo, queimaduras e fraturas expostas • Ferimentos de menor risco: superficiais, limpos, sem presença de corpo estranho e/ou tecidos desvitalizados • Ferimentos de maior risco: extensos e/ou profundos, sujos, com presença de corpo estranho e/ou tecidos desvitalizados
  • 50. Profilaxia Tétano ≥3 doses de vacina antitetânica há mais de 5 anos SIM NÃO/ DESCONHECIDO Limpeza e Limpeza e Desbridamento da ferida + Desbridamento da ferida SAT + + Reforço da Vacina Vacina (3 doses ou reforço)
  • 51. Critérios para Internação • Infecção complicada ou extensa com necessidade de antibioticoterapia sistêmica e/ou drenagem cirúrgica • Sinais de sepse • Presença de complicações ou sinais de gravidade, como confusão mental, hipotensão, descompensação de comorbidades e suspeita de fasceite necrotizante
  • 52. Obrigada sicaruso@uol.com.br