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Venda Proibida
                                                                                         LEITURA RECOMENDADA PARA ALUNOS
                                                                                     A PARTIR DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL




                                 Centro Brasileiro de Informações
                                      sobre Drogas Psicotrópicas




livreto_cebrid2010-capa.indd 1                                                                                                  31/03/2010 09:32:25
Livreto Informativo sobre




                                        LEITURA RECOMENDADA PARA ALUNOS
                                     A PARTIR DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL




                                                      5ª edição


                                                     Brasília, DF
                                                        2010




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Presidente da República
        Luiz Inácio Lula da Silva
        Vice-Presidente da República
        José Alencar Gomes da Silva
        Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional
        e Presidente do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas
        Jorge Armando Felix
        Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas
        Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa
        Secretária Adjunta e Responsável Técnica da Secretaria Nacional
        de Políticas sobre Drogas
        Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte




        VENDA PROIBIDA
        Todos os direitos desta edição reservados ao CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre
        Drogas Psicotrópicas e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD
        Tiragem desta edição: 51.000 exemplares
        Impresso no Brasil
        5ª edição : 2010
        Disponível em: www.obid.senad.gov.br e www.cebrid.epm.br




        Conteúdo e Texto Original                         Produção Gráfica
        CEBRID – Centro Brasileiro de Informações         CLR Balieiro Editores
        sobre Drogas Psicotrópicas Universidade Federal
                                                          Projeto gráfico/capa
        de São Paulo (Depto. de Psicobiologia)
                                                          Signorini Produção Gráfica
        Distribuição e informações
                                                          Revisão
        Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas –
                                                          CEBRID e SENAD
        SENAD e Centro Brasileiro de Informações sobre
        Drogas Psicotrópicas - CEBRID                     Fotografias
                                                          Vivian Cury
                                                          “Narcotics plants” (p.25)
                                                          “Plantas de los dioses” (p.48)




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O que é CEBRID?
                  O CEBRID é o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas que funciona
             exclusivamente para ser útil à população. Para cumprir essa função, o CEBRID publica livros,
                 faz levantamentos sobre consumo de drogas (entre estudantes, meninos de rua, população
               geral), mantém um Banco de Publicações Científicas de autores brasileiros sobre o abuso de
               drogas (cerca de 3.900 trabalhos) e publica um Boletim Trimestral. O CEBRID é constituído
            por uma equipe técnica composta de especialistas nas áreas de Medicina, Farmácia-Bioquímica,
                                                                      Psicologia, Biologia e Comunicação.




            E. A. Carlini                                        CEBRID – Centro Brasileiro de
            Solange A. Nappo                                     Informações sobre Drogas Psicotrópicas
            Ana Regina Noto                                      Universidade Federal de São Paulo
            Zila van der Meer Sanchez                            Depto. de Psicobiologia
            Yone Gonçalves de Moura                              Rua Botucatu, 862, 1º andar
            Claudia Masur de A. Carlini                          04023-062 - São Paulo - SP
            Emérita Sátiro Opaleye                               Tel: (11) 2149-0155
            Cláudia Silveira Tondowski                           Fax: (11) 5084-2793
            Danilo Polverini Locatelli                           E-mail: cebrid@psicobio.epm.br
                                                                 Site: www.cebrid.epm.br




                                                                                O que é SENAD?
             A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, vinculada ao Gabinete de Segurança
                  Institucional da Presidência da República – GSI/PR, é o órgão responsável por coordenar e
                  integrar as ações do governo nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção do
             uso indevido de substâncias psicoativas, bem como aquelas relacionadas com o tratamento e a
             reinserção social de usuários e dependentes. Compete à SENAD estimular, assessorar, orientar,
               acompanhar e avaliar a implantação da Política Nacional sobre Drogas, integrando ações nas
                esferas governamentais e da sociedade civil. O desenvolvimento e a divulgação de materiais,
                    contendo informações atualizadas e fundamentadas cientificamente sobre as drogas e seu
              consumo, fazem parte da missão da SENAD com vistas à redução dos danos sociais e à saúde
                                                                              decorrentes do uso de drogas.




            Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD
            Esplanada dos Ministérios – Bloco “A” – sala 523
            Cep 70.050-907 – Brasília – DF
            Tel.: (61) 3411.2431
            Fax: (61) 3411.2110
            Viva Voz: 0800 510 0015
            www.senad.gov.br




livreto_cebrid2010-paginas.indd 3                                                                 16/03/2010 13:04:44
Apresentação
                                                                                        Senad

            O uso indevido de drogas é uma questão que preocupa pais, educadores, profissionais de
        saúde e a sociedade em geral.
            Uma das dificuldades encontradas para enfrentar o problema é a falta de informações confiá-
        veis sobre o assunto. Muitas vezes, os dados são divulgados fora de um contexto, sem fundamen-
        to na realidade ou de forma distorcida, contribuindo para uma visão preconceituosa.
            Com o objetivo de oferecer à população um material cientificamente fundamentado, que
        apresente os conceitos de forma clara, objetiva e livre de preconceitos, a Secretaria Nacional de
        Políticas sobre Drogas – SENAD, edita, em parceria com o Centro Brasileiro de informações sobre
        Drogas Psicotrópicas – CEBRID, este livreto informativo, cuja distribuição pretende socializar e
        democratizar conhecimentos sobre o assunto.
            Este livreto é mais um instrumento de apoio para as pessoas que buscam informações atua-
        lizadas e adequadas sobre as diferentes drogas, seja para orientar trabalhos de prevenção ou de
        atendimento a usuários, seja para servir de base a trabalhos científicos ou escolares.
            Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com a nossa parte.

                                                        Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas




livreto_cebrid2010-paginas.indd 4                                                                  16/03/2010 13:04:44
Apresentação
                                                                                             cebrid

                 Com uma longa história, este livreto contendo dezesseis pequenos capítulos, cada um descre-
            vendo uma droga, foi publicado sob a forma de folhetos separados. Teve início com a publicação,
            em 1989, do livro “Subsídios para uma Discussão” de Jandira Masur e E. A. Carlini, Editora
            Brasiliense, atualmente na 5ª edição; mas logo ficou claro aos autores que a obra não atingiria boa
            parte dos nossos estudantes, principalmente das escolas públicas, por dificuldades em adquiri-la.
            Esta incômoda situação foi então contornada com a publicação de dezesseis “folderes” financiados
            por várias entidades e que passaram a ser distribuídos gratuitamente.
                 A primeira instituição a financiar a obra foi a UNFDAC (United Nations Fund for Drug Abuse
            Control), depois a UNDCP (United Nations Drug Control Programme), seguindo-se a UE (União
            Européia). Só depois começaram os apoios de dentro “de casa”: Volkswagen do Brasil, CONFEN
            (Conselho Federal de Entorpecentes) do Ministério da Justiça e COSAM (Coordenadoria de Saúde
            Mental) do Ministério da Saúde. Ao longo destes muitos anos, mais de um milhão de folhetos
            foram impressos e distribuídos para todo o País. Constantemente recebemos solicitações de mais
            cópias: de todos os estados, cidades do interior deste nosso “Brasilzão”; muitas destas solicitações
            escritas à mão, com aquelas letras ainda titubeantes de adolescentes. Causa-nos sempre emoção
            atender a esses pedidos.
                 Foi para nós motivo de orgulho quando em 1995/1996 a MAPS (Massachusetts Alliance of
            Portuguese Speakers), nos EUA, solicitou-nos autorização para reproduzir nossos folhetos, para
            distribuição aos imigrantes e descendentes de imigrantes da língua portuguesa vivendo naquele
            país.
                 Posteriormente, a SENAD do Gabinete de Segurança Institucional da Presi­ ência da República
                                                                                           d
            propôs que a coleção de folhetos fosse enfeixada em uma única publicação: este livreto.
                 Sua primeira edição, um tanto reduzida, ficou pronta em 2003. A segunda edição, com 100
            mil cópias, ficou à disposição do público em 2004. A terceira edição em 2006, de 30 mil exem-
            plares, foi patrocinada pela FEBRAFARMA (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica).
                 A quarta edição, em 2007, foi patrocinada pela Secretaria da Educação do Estado
            de São Paulo e FDE (Fundação para o Desenvolvimento de Educação). Foram
            60 mil exemplares, dos quais a maioria chegou diretamente às escolas estaduais.
                 Por fim, novamente a SENAD se propôs a publicar uma nova edição do livreto. Que esta
            publicação possa ser útil, como foram os folhetos no passado, a muitos milhares de jovens bra-
            sileiros.
                 Finalmente, os autores desta obra agradecem a todos que contribuíram para viabilizar esta
            publicação ao longo desses anos.

                                                                                                 E. A. Carlini
                                                                                           Diretor do CEBRID




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Índice
                                            O que são drogas psicotrópicas? 7

                                                                     parte 1
                                               drogas depressoras do
                                             sistema nervoso central
                                                         Bebidas Alcoólicas 13
                                                     Solventes ou Inalantes 16
                                             Tranquilizantes ou Ansiolíticos 19
                                                     Calmantes e Sedativos 22
                                                       Opiáceos e Opioides 25

                                                                     parte 2
                                              drogas estimulantes do
                                             sistema nervoso central
                                                               Anfetaminas 33
                                                                   Cocaína 36
                                                                    Tabaco 40

                                                                     parte 3
                                            drogas perturbadoras do
                                             sistema nervoso central
                                                                  Maconha 45
                                         Cogumelos e Plantas Alucinógenas 48
                                    Perturbadores (Alucinógenos) Sintéticos 51
                                                           Êxtase (MDMA) 54
                                                           Anticolinérgicos 57

                                                                     parte 4
                                                                     outros
                                                  Esteroides Anabolizantes 61




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O que são drogas psicotrópicas?

                 Todo mundo já tem uma ideia do significado da palavra droga. Em linguagem comum,
            de todo o dia ("Ah, mas que droga" ou "logo agora, droga...", ou ainda, "esta droga não vale
            nada!"), droga tem um significado de coisa ruim, sem qualidade. Já em linguagem médica,
            droga é quase sinônimo de medicamento. Dá até para pensar porque uma palavra desig-
            nada para apontar uma coisa boa (medicamento, afinal este serve para curar doenças), na
            boca do povo tem um significado tão diferente. O termo droga teve origem na palavra droog
            (holândes antigo) que significa folha seca; isso porque antigamente quase todos os medica-
            mentos eram feitos à base de vegetais. Atualmente, a medicina define droga como qualquer
            substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças
            fisiológicas ou de comportamento. Por exemplo, uma substância ingerida contrai os vasos san-
            guíneos (modifica a função) e a pessoa passa a ter um aumento de pressão arterial (mudança na
            fisiologia). Outro exemplo, uma substância faz com que as células do nosso cérebro (os chamados
            neurônios) fiquem mais ativas, "disparem" mais (modificam a função) e, como consequência, a
            pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança comportamental).
                 Mais complicada é a seguinte palavra: psicotrópico. Percebe-se claramente que é composta
            de duas outras: psico e trópico. Psico é fácil de se entender, pois é uma palavrinha grega que
            relaciona-se a nosso psiquismo (o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim, o que cada um é).
            Mas trópico não é, como alguns podem pensar, referente a trópicos, clima tropical e, portanto,
            nada tem a ver com uso de drogas na praia! A palavra trópico, aqui, se relaciona com o termo
            tropismo, que significa ter atração por. Então, psicotrópico significa atração pelo psiquismo, e
            drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira
            nosso psiquismo.
                 Mas essas alterações do psiquismo não são sempre no mesmo sentido e direção. Obviamente,
            dependerão do tipo de droga psicotrópica ingerida. E quais são esses tipos?
                 Um primeiro grupo é aquele em que as drogas diminuem a atividade de nosso cérebro, ou
            seja, deprimem seu funcionamento, o que significa dizer que a pessoa que faz uso desse tipo de
            droga fica "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas. Por isso, essas drogas são chamadas
            de Depressoras da Atividade do Sistema Nervoso Central, é a parte que fica dentro da caixa
            craniana; o cérebro é o principal órgão. Em um segundo grupo de drogas psicotrópicas estão
            aquelas que atuam por aumentar a atividade de nosso cérebro, ou seja, estimulam o funciona-
            mento fazendo com que o usuário fique "ligado", "elétrico", sem sono. Por isso, essas drogas rece-
            bem a denominação de Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central. Finalmente,
            há um terceiro grupo, constituído por aquelas drogas que agem modificando qualitativamente
            a atividade de nosso cérebro; não se trata, portanto, de mudanças quantitativas, como aumentar
            ou diminuir a atividade cerebral. Aqui a mudança é de qualidade! O cérebro passa a funcionar
            fora de seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada. Por essa razão esse terceiro grupo de
            drogas recebe o nome de Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central.
               Resumindo, então, as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em três grupos, de acordo
            com a atividade que exercem em nosso cérebro:

                 1	 Depressores da Atividade do SNC.
                 2	 Estimulantes da Atividade do SNC.
                 3	 Perturbadores da Atividade do SNC.


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Essa é uma classificação feita por cientistas franceses e tem a grande vantagem de não compli-
        car as coisas, com a utilização de palavras difíceis, como geralmente acontece em medicina. Mas
        se alguém achar que palavras complicadas, de origem grega ou latina, tornam a coisa mais séria
        ou científica (o que é uma grande besteira!), a seguir estão algumas palavras sinônimas:

             1	 Depressores – também podem ser chamadas de psicolépticos.
             2	 Estimulantes – também recebem o nome de psicoanalépticos, noana­épticos, timolépti-
                                                                               l
                cos etc.
             3	 Perturbadores – também chamados de psicoticomiméticos, psicodélicos,
                alucinógenos, psicometamórficos etc.

           As principais drogas psicotrópicas, usadas de maneira abusiva, de acordo com a classificação
        mencionada aqui, estão relacionadas ao lado.




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Depressores da Atividade do SNC

                  	 Álcool.
                  	 Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono): barbitúricos,
                     alguns benzodiazepínicos.
                  	 Ansiolíticos (acalmam; inibem a ansiedade). As principais drogas pertencentes a essa
                     classificação são os benzodiazepínicos. Ex.: diazepam, lorazepam etc.
                  	 Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência). Ex.: morfina, heroína, codeí-
                     na, meperidina etc.
                  	 Inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores etc.).




                 Estimulantes da Atividade do SNC

                 	    Anorexígenos (diminuem a fome). As principais drogas pertencentes a essa classificação
                       são as anfetaminas.
                       Ex.: dietilpropriona, fenproporex etc.
                  	 Cocaína, crack ou merla.




                  Perturbadores da Atividade do SNC

                  De origem natural (reino vegetal e reino funghi)
                  	 Mescalina (do cacto mexicano).
                  	 THC (da maconha).
                  	 Psilocibina (de certos cogumelos).
                  	 Lírio (trombeteira, zabumba ou saia-branca).

                  De origem sintética
                  	  LSD-25.
                  	  "Êxtase".
                   	 Anticolinérgicos (Artane®, Bentyl®).




                                                              9




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DROGAS
                                         DEPRESSORAS
                                 DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL




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bebIDAS
                                     ALCOÓLICAS
                                                  Álcool Etílico: Etanol
                                         Fermentados (vinho, cerveja)
                                       Destilados (pinga, whisky, vodka)




                                                                                     Aspectos his­ ó­ i­ os
                                                                                                 t rc
                 Registros arqueo­ó­ i­ os reve­am que os pri­ ei­ os indí­ ios sobre o con­ u­ o de ­ lcool pelo
                                     l gc         l                m r         c                 s m       á
            ser huma­ o datam de apro­ i­ a­ a­ en­ e 6000 a.C., sendo, por­ an­ o, um cos­ u­ e extre­ a­ en­ e
                        n                  xm d m t                                 t t           t m         m m t
            anti­ o e que tem per­ is­ i­ o por milha­ es de anos. A noção de ­ lcool como uma subs­ ân­ ia divi­
                  g                   s td               r                          á                      t c
            na, por exem­ lo, pode ser encon­ ra­ a em inú­ e­ os exem­ los na mito­o­ ia, sendo tal­ ez um dos
                            p                      t d           m r         p             l g             v
            fato­ es res­ on­ á­ eis pela manu­ en­ ão do hábi­ o de beber, ao longo do tempo.
                 r        p s v                 t ç              t
                 Inicialmente, as bebi­ as ­ inham con­ eú­ o alcoó­i­ o rela­ i­ a­ en­ e baixo, como, por exem­ lo,
                                          d t              t d        lc       tv m t                                p
            o vinho e a cer­ e­a, já que depen­ iam exclu­ i­ a­ en­ e do pro­ es­ o de fer­ en­ a­ ão. Com o adven­
                             v j                  d            sv m t            c s         m t ç
            to do pro­ es­ o de des­ i­a­ ão, intro­ u­ i­ o na Europa pelos ára­ es na Idade Média, sur­ i­ am novos
                        c s           tl ç          d zd                          b                       gr
            tipos de bebi­ as alcoó­i­ as, que pas­ a­ am a ser uti­i­ a­ as em sua forma des­ i­a­ a. Nessa época,
                            d          lc             s r             lz d                        tl d
            esse tipo de bebi­ a pas­ ou a ser con­ i­ e­ a­ o um remé­ io para todas as doen­ as, pois “dis­ i­ a­ am
                                d       s            sd r d             d                        ç             sp v
            as preo­ u­ a­ ões mais rapi­ a­ en­ e que o vinho e a cer­ e­a, além de pro­ u­ i­ em um alí­ io mais
                     c p ç                 d m t                           v j                d zr             v
            efi­ ien­ e da dor”, sur­ in­ o, então, a pala­ ra uísque (do gáli­ o usque­ augh, que sig­ i­i­ a “água da
               c t                    g d                   v                  c        b              nfc
            vida”).
                 A par­ ir da Revolução Industrial, regis­ rou-se gran­ e aumen­ o na ofer­ a desse tipo de bebi­ a,
                        t                                    t           d           t         t                      d
            con­ ri­ uin­ o para um maior con­ u­ o e, con­ e­ uen­ e­ en­ e, geran­ o aumen­ o no núme­ o de
                 t b d                              s m           s q t m t               d         t              r
            pes­ oas que pas­ a­ am a apre­ en­ ar algum tipo de pro­ le­ a decorrente do uso exces­ i­ o de ­ lcool.
                 s             s r           s t                       b m                              sv       á

                                                                                            Aspectos ­ erais
                                                                                                     g
                 Apesar do des­ o­ he­ i­ en­ o por parte da maio­ ia das pes­ oas, o ­ lcool tam­ ém é con­ i­ e­
                                 c n cm t                             r         s       á            b            sd
            ra­ o uma droga psi­ o­ ró­ i­ a, pois atua no sis­ e­ a ner­ o­ o cen­ ral, pro­ o­ an­ o mudan­ a no
               d                   c t pc                      t m         v s      t         v c d              ç
            com­ or­ a­ en­ o de quem o con­ o­ e, além de ter poten­ ial para desen­ ol­ er depen­ ên­ ia.
                  p t m t                       s m                       c               v v            d c
                 O ­ lcool é uma das pou­ as dro­ as psi­ o­ ró­ i­ as que tem seu con­ u­ o admitido e até incen­
                    á                       c     g      c t pc                        s m
            ti­ a­ o pela socie­ a­ e. Esse é um dos moti­ os pelos quais ele é encara­ o de forma dife­ en­ ia­ a,
              v d              d d                        v                              d                  r c d
            quan­ o com­ a­ a­ o com as ­ emais dro­ as.
                   d       p r d            d          g
                 Apesar de sua ampla acei­ a­ ão ­ ocial, o con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as, quan­ o exces­ i­ o,
                                              t ç s               s m           d          lc          d          sv
            passa a ser um pro­ le­ a. Além dos inú­ e­ os aci­ en­ es de trân­ i­ o e da vio­ên­ ia asso­ ia­ a a epi­
                                 b m                   m r        d t           st            l c         c d
            só­ ios de embria­ uez, o con­ u­ o de ­ lcool a longo prazo, depen­ en­ o da dose, fre­ uên­ ia e cir­
               d               g             s m     á                             d d                  q c



                                                                13




livreto_cebrid2010-paginas.indd 13                                                                           16/03/2010 13:04:46
cuns­ân­ ias, pode pro­ o­ ar um qua­ ro de depen­ ên­ ia conhe­ i­ o como alcoo­is­ o. Dessa forma,
             t c                  v c            d             d c           cd                 l m
        o con­ u­ o ina­ e­ ua­ o do ­ lcool é um impor­ an­ e pro­ le­ a de saúde públi­ a, espe­ ial­ en­ e nas
              s m         d q d          á                   t t       b m                    c       c m t
        socie­ a­ es oci­ en­ ais, acar­ e­ an­ o altos cus­ os para a socie­ a­ e e envol­ en­ o ques­ ões médi­ as,
              d d         d t            r t d             t                d d           v d         t         c
        psi­ o­ó­ i­ as, pro­is­ io­ ais e fami­ia­ es.
           c l gc           f s n              l r

                                                                                           Efeitos agu­ os
                                                                                                      d
             A inges­ ão de ­ lcool pro­ o­ a diver­ os efei­ os, que apa­ e­ em em duas fases dis­ in­ as: uma
                       t       á            v c       s      t               r c                        t t
        esti­ u­an­ e e outra depres­ o­ a.
            m l t                       s r
             Nos pri­ ei­ os momen­ os após a inges­ ão de ­ lcool, podem apa­ e­ er os efei­
                         m r                t                   t           á                      r c
        tos esti­ u­an­ es, como eufo­ ia, desi­ i­ i­ ão e loqua­ i­ a­ e (maior faci­i­ a­ e
                    m l t                           r        nbç                    cd d                      ld d
        para falar). Com o pas­ ar do tempo, come­ am a surgir os efei­ os depres­ o­ es, como
                                        s                      ç                          t           s r
        falta de coor­ e­ a­ ão moto­ a, des­ on­ ro­e e sono. Quando o con­ u­ o é muito exa­ e­ a­ o,
                           d n ç          r        c t l                               s m                   g r d
        o efei­ o depres­ or fica exa­ er­ a­ o, poden­ o até mesmo pro­ o­ ar o esta­ o de coma.
               t            s          c b d            d                  v c          d
             Os efei­ os do ­ lcool ­ ariam de inten­ i­ a­ e de acor­ o com as carac­ e­ ís­ i­
                         t           á        v                   sd d               d                        t r t
        cas pes­ oais. Por exem­ lo, uma pes­ oa acos­ u­ a­ a a con­ u­ ir bebi­ as alcoó­i­
                   s                      p               s          t m d              s m           d            l
        cas sen­ i­ á os efei­ os do ­ lcool com menor inten­ i­ a­ e, quan­ o com­ a­ a­ a com outra
                  tr              t        á                          sd d           d         p r d
        que não está acos­ u­ a­ a a beber. Um outro exem­ lo está rela­ io­ a­ o à estru­ u­ a físi­ a:
                                 t m d                                 p              c n d              t r      c
        a pes­ oa com estru­ u­ a físi­ a de gran­ e porte terá maior resis­ ên­ ia aos efei­ os do ­ lcool.
               s                   t r     c           d                            t c             t         á
             O con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as tam­ ém pode desen­ a­ ear ­ lguns efei­os desa­ ra­ á­ eis, como
                     s m             d         lc      b               cd a                 t      g dv
        enru­ es­ i­ en­o da face, dor de cabe­ a e mal estar geral. Esses efei­os são mais inten­ os para algu­ as
              b cm t                              ç                              t                s              m
        pes­ oas cujo orga­ is­ o tem difi­ ul­ a­ e de meta­ o­i­ ar o ­ lcool. Os orien­ais, em geral, têm maior
            s                 n m             c dd            b lz      á                 t
        pro­ a­ i­i­ a­ e de sen­ir esses efei­os.
            b bld d               t           t

                                                                                       Álcool e trân­ i­ o
                                                                                                    st
            A inges­ ão de ­ lcool, mesmo em peque­ as quan­ i­ a­ es, dimi­ ui a coor­ e­ a­ ão moto­ a e os
                     t      á                           n          td d           n           d n ç         r
        refle­ os, com­ ro­ e­ en­ o a capa­ i­ a­ e de diri­ ir veí­ u­os ou ope­ ar ­ utras máqui­ as. Pesquisas
             x         p m t d             cd d             g       c l           r o               n
        reve­am que gran­ e parte dos aci­ en­ es é pro­ o­ a­ a por moto­ is­ as que ­ aviam bebi­ o antes de
             l             d                d t            v c d               r t        h           d
        diri­ ir. Nesse sentido, o Código de Trânsito Brasileiro de 1997 foi alterado pela Lei no 11.705,
            g
        de 19 de junho de 2008, conhecida como "Lei Seca". Pela nova legislação, é proibido dirigir após
        o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas. A Lei prevê penas para os motoristas
        infratores de suspensão temporária da Carteira de Habilitação, apreensão do veículo e prisão
        para os motoristas que apresentem concentração de álcool no sangue superior a 0,6g por litro
        de sangue.

                                                                                                 Alcoolismo
            Como já cita­ o neste texto, a pes­ oa que con­ o­ e bebi­ as alcoó­i­ as de forma exces­ i­ a,
                             d                      s             s m        d          lc                      sv
        ao longo do tempo, pode desen­ ol­ er depen­ ên­ ia, con­ i­ ão conhe­ i­ a como alcoo­is­ o. Os
                                               v v          d c         dç            cd                  l m
        fato­ es que podem levar ao alcoo­is­ o são varia­ os, envol­ en­ o aspec­ os de ori­ em bio­ó­ i­ a,
            r                                   l m             d         v d            t          g         l gc
        psi­ o­ó­ i­ a e socio­ ul­ u­ al. A depen­ ên­ ia do ­ lcool é con­ i­ ão fre­ uen­ e, atin­ in­ o cerca de
           c l gc              c t r               d c        á            dç         q t           g d
        10% da popu­a­ ão adul­ a bra­ i­ei­ a.
                         l ç         t       sl r
            A tran­ i­ ão do beber mode­ a­ o ao beber pro­ le­ á­ i­ o ocor­ e de forma lenta, tendo uma
                     sç                       r d                 b m tc          r
                                                             14




livreto_cebrid2010-paginas.indd 14                                                                            16/03/2010 13:04:46
inter­a­ e que, em geral, leva ­ ários anos. Alguns ­ inais da depen­ ên­ ia do ­ lcool são: desen­ ol­
                  f c                          v                         s                  d c        á                  v
            vi­ en­ o da tole­ ân­ ia, ou seja, a neces­ i­ a­ e de beber maio­ es quan­ i­ a­ es de ­ lcool para obter
              m t              r c                         sd d                      r         td d        á
            os mes­ os efei­ os; aumen­ o da impor­ ân­ ia do ­ lcool na vida da pes­ oa; per­ ep­ ão do “gran­ e
                      m        t            t              t c          á                        s        c ç               d
            dese­o” de beber e da falta de con­ ro­e em rela­ ão a quan­ o parar; sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia (apa­
                  j                                  t l            ç            d              d m           tn c
            re­ i­ en­ o de sin­ o­ as desa­ ra­ á­ eis após ter fica­ o algu­ as horas sem beber) e aumen­ o da
              cm t               t m          g d v                         d       m                                   t
            inges­ ão de ­ lcool para ali­ iar essa sín­ ro­ e.
                    t       á              v              d m
                 A sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia do ­ lcool é um qua­ ro que apa­ e­ e pela redu­ ão ou para­ a brus­ a
                        d m            tn c           á                   d            r c             ç          d         c
            da inges­ ão de bebi­ as alcoó­i­ as, após um perío­ o de con­ u­ o crô­ i­ o. A sín­ ro­ e tem iní­ io 6
                       t            d         lc                       d          s m         nc         d m             c
            a 8 horas após a para­ a da inges­ ão de ­ lcool, sendo carac­ e­ i­ a­ a por tre­ or das mãos, acom­ a­
                                      d            t       á                      t rz d            m                      p
            nha­ o de dis­ úr­ ios gas­ rin­ es­ i­ ais, dis­ úr­ ios do sono e esta­ o de inquie­ a­ ão geral (abs­ i­ ên­ ia
                 d           t b        t t tn              t b                       d              t ç            tn c
            leve). Cerca de 5% dos que ­ ntram em abs­ i­ ên­ ia leve evo­uem para a sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia
                                              e                  tn c               l                  d m          tn c
            grave ou deli­ ium tre­ ens que, além da acen­ ua­ ão dos ­ inais e sin­ o­ as anteriormente refe­ i­ os,
                             r       m                            t ç         s              t m                       rd
            se carac­ e­ i­ a por tre­ o­ es gene­ a­i­ a­ os, agi­ a­ ão inten­ a e deso­ ien­ a­ ão no tempo e no espa­ o.
                      t rz            m r          r lz d          t ç         s           r t ç                           ç

                                                           Efeitos sobre outras partes do corpo
                 Os indi­ í­ uos depen­ en­ es do ­ lcool podem desen­ ol­ er ­ árias doen­ as. As mais fre­ uen­
                         vd                d t        á                       v v v             ç                q
            tes são as relacionadas ao fíga­ o (estea­ o­ e hepá­ i­ a, hepa­ i­ e alcoó­i­ a e cir­ o­ e). Também são
                                                d          t s        tc         tt      lc         r s
            fre­ uen­ es pro­ le­ as do apa­ e­ho diges­ i­ o (gas­ ri­ e, sín­ ro­ e de má absor­ ão e pan­ rea­ i­ e) e
               q     t       b m               r l          tv       t t       d m                 ç          c tt
            do sis­ e­ a car­ io­ as­ u­ar (hiper­ en­ ão e pro­ le­ as cardíacos). Há, ainda, casos de poli­ eu­ i­ e
                   t m       d v c l               t s           b m                                            n rt
            alcoó­i­ a, carac­ e­ i­ a­ a por dor, for­ i­ a­ en­ o e cãi­ ras nos mem­ ros infe­ io­ es.
                  lc          t rz d                  mg m t             b             b        r r

                                                                                           Durante a gra­ i­ ez
                                                                                                        vd
                 O con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as duran­ e a ges­ a­ ão pode tra­ er con­ e­ uên­ ias para o
                        s m               d         lc            t       t ç               z       s q     c
            recém-nas­ i­ o, e, quan­ o maior o con­ u­ o, maior o risco de pre­u­ i­ ar o feto. Dessa forma, é
                        cd              t               s m                             j dc
            reco­ en­ á­ el que toda ges­ an­ e evite o con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as, não só ao longo da ges­
                 m d v                       t t               s m            d          lc
            ta­ ão, como tam­ ém duran­ e todo o perío­ o de ama­ en­ a­ ão, pois o ­ lcool pode pas­ ar para o
              ç                b             t               d           m t ç               á                 s
            bebê atra­ és do leite mater­ o.
                      v                      n
                 Cerca de um terço dos bebês de mães depen­ en­ es do ­ lcool, que fize­ am uso exces­ i­ o dessa
                                                                    d t       á                r               sv
            droga duran­ e a gra­ i­ ez, é afe­ a­ o pela “sín­ ro­ e fetal pelo ­ lcool”. Os recém-nas­ i­ os apre­ en­
                          t        vd          t d            d m                á                        cd        s
            tam ­ inais de irri­ a­ ão, mamam e dor­ em pouco, além de apre­ en­ a­ em tre­ o­ es (sin­ o­ as que
                  s            t ç                     m                             s t r        m r         t m
            lem­ ram a sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia). As crian­ as gra­ e­ en­ e afe­ a­ as, e que con­ e­ uem sobre­ i­
                 b           d m             tn c                ç      v m t         t d             s g             v
            ver aos pri­ ei­ os momen­ os de vida, podem apre­ en­ ar pro­ le­ as físi­ os e men­ ais que ­ ariam
                        m r                t                          s t        b m         c          t         v
            de inten­ i­ a­ e de acor­ o com a gra­ i­ a­ e do caso.
                     sd d              d             vd d




                                                                   15




livreto_cebrid2010-paginas.indd 15                                                                                  16/03/2010 13:04:46
solventes ou
                                                       inalantes

                                                       Cola de sapateiro, Esmalte,
                                                       Lança-perfume e Acetona




                                                                                                           Definição
              A pala­ ra sol­ en­ e sig­ i­i­ a subs­ ân­ ia capaz de dis­ ol­ er coi­ as, e ina­an­ e é toda subs­ ân­
                        v      v t         nfc        t c                     s v        s           l t                 t
        cia que pode ser ina­a­ a, isto é, intro­ u­ i­ a no orga­ is­ o atra­ és da aspi­ a­ ão pelo nariz ou
                                   l d                  d zd                n m         v              r ç
        pela boca. Em geral, todo sol­ en­ e é uma subs­ ân­ ia alta­ en­ e volá­ il, ou seja, eva­ o­ a-se muito
                                              v t                 t c          m t         t                  p r
        facil­ en­ e, por esse motivo pode ser facil­ en­ e ina­a­ o. Outra carac­ e­ ís­ i­ a dos sol­ en­ es ou
              m t                                            m t          l d                  t r tc             v t
        ina­an­ es é que mui­ os deles (mas não todos) são infla­ á­ eis, quer dizer, pegam fogo facil­ en­ e.
             l t                 t                                         m v                                        m t
              Um núme­ o enor­ e de pro­ u­ os comer­ iais, como esmal­ es, colas, tin­ as, tíneres, pro­ e­en­
                             r     m            d t           c                     t               t                 p l
        tes, gaso­i­ a, remo­ e­ o­ es, ver­ i­ es etc., con­ ém esses sol­ en­ es. Eles podem ser aspi­ a­ os tanto
                      ln        v d r           nz              t               v t                             r d
        invo­un­ á­ ia (por exem­ lo, tra­ a­ha­ o­ es de indús­ rias de sapa­ os ou de ofi­ i­ as de pin­ u­ a, o dia
               l t r                 p         b l d r                t              t              cn            t r
        intei­ o expos­ os ao ar con­ a­ i­ a­ o por essas subs­ ân­ ias) quanto volun­ a­ ia­ en­ e (por exem­ lo,
               r           t             t mn d                      t c                        t r m t                  p
        a crian­ a de rua que chei­ a cola de sapa­ ei­ o, o meni­ o que chei­ a em casa ace­ o­ a ou esmal­ e,
                    ç                    r                t r              n             r                 t n              t
        ou o estu­ an­ e que chei­ a o cor­ e­ i­ o Carbex® etc.).
                       d t             r        r tv
              Todos esses sol­ en­ es ou ina­an­ es são subs­ ân­ ias per­ en­ en­ es a um grupo quí­ i­ o cha­ a­ o
                                v t             l t               t c          t c t                         mc        m d
        de hidro­ ar­ o­ e­ os, como o tolue­ o, xilol, n-hexa­ o, ace­ a­ o de etila, tri­ lo­ oe­ i­e­ o etc. Para
                      c b n t                       n                   n        t t                  c r tl n
        exem­ li­i­ ar, eis a com­ o­ i­ ão de algu­ as colas de sapa­ ei­ o ven­ i­ as no Brasil: Cascola® – mis­
                p fc                 p sç               m                    t r        dd
        tu­ a de tolue­ o + n-hexa­ o®; Patex Extra® – mis­ u­ a de tolue­ o com ace­ a­ o de etila e aguar­ ás
           r               n             n                           t r              n            t t                     r
        mine­ al; Brascoplast
                r                  ® – tolue­ o com ace­ a­ o de etila e sol­ en­ e para bor­ a­ ha. Em 1991, uma
                                               n            t t                   v t               r c
        fábri­ a de cola do inte­ ior do Estado de São Paulo fez ampla cam­ a­ ha publi­ i­ á­ ia afir­ an­ o
               c                     r                                                     p n            ct r        m d
        que final­ en­ e havia fabri­ a­ o uma cola de sapa­ ei­ o “que não era tóxi­ a e não pro­ u­ ia vício”,
                      m t                  c d                      t r                          c             d z
        por­ ue não con­ i­ ha tolue­ o. Essa indústria teve um comportamento reprovável, além de cri-
              q                tn            n
        minoso, já que o produto anunciado ainda continha o solvente n-hexano, sabidamente bastante
        tóxico.
              Um pro­ u­o muito conhe­ i­ o no Brasil é o “cheiri­ ho” ou “loló”, tam­ ém co­ he­ i­ o como
                          d t                  cd                            n                      b        n cd
        “chei­ i­ ho da loló”. Trata-se de um pre­ a­ a­ o clan­ es­i­ o (isto é, fabri­ a­ o não por um esta­ e­
                rn                                       p r d          d tn                    c d                        b
        le­ i­ en­o legal, mas, sim, por pes­ oas do sub­ un­ o), à base de clo­ o­ór­ io mais éter, uti­i­ a­ o
          cm t                                     s              m d                       r f m                      lz d
                                                                            d                c t
        somente para fins de abuso. Mas já se sabe que, quan­ o esses “fabri­ an­es” não encon­ram uma            t
        daque­as duas subs­ân­ ias, eles mis­u­ am qual­ uer outra coisa em subs­i­ui­ ão. Assim, em rela­ ão
                  l             t c                 t r          q                            tt ç                        ç
        ao “chei­ i­ ho da loló” não se conhece bem sua com­ o­ i­ ão, o que com­ li­ a quan­ o se tem casos
                     rn                                                 p sç                   p c          d
        de into­ i­ a­ ão aguda por essa mis­u­ a. Ainda, é impor­an­e cha­ ar a aten­ ão para o lança-per­u­ e.
                    xc ç                          t r                    t t       m            ç                      f m


                                                                16




livreto_cebrid2010-paginas.indd 16                                                                                    16/03/2010 13:04:47
Esse nome desig­ a ini­ ial­ en­e aque­e líqui­ o que vem em tubos e que se usa no Car­ a­ al. À base
                              n     c m t              l       d                                              n v
            de clo­ e­o de etila ou clo­ e­i­a, é proi­ i­ a sua fabri­ a­ ão no Brasil e só apa­ e­ e nas oca­ iões de Car­
                    rt                 r tl           bd              c ç                       rc            s
            na­ al, con­ra­ an­ ea­ a de ­ utros paí­ es sul-ame­ i­ a­ os. Mas cada vez mais o nome lança-per­u­ e
               v         t b d d          o           s            rc n                                                f m
            é tam­ ém uti­i­ a­ o para desig­ ar o “chei­ i­ ho da loló” (os meni­ os de rua de ­ árias capi­ais bra­ i­
                    b      lz d                n            rn                        n                v          t      s
            lei­ as já usam estes dois nomes – chei­ i­ ho e lança – para desig­ ar a mis­u­ a de clo­ o­ór­ io e éter).
               r                                       rn                           n         t r          r f m

                                                                                           Efeitos no cére­ ro
                                                                                                          b
                 O iní­ io dos efei­ os, após a aspi­ a­ ão, é bas­ an­ e rápi­ o – de segun­ os a minu­ os no máxi­ o
                       c           t                  r ç          t t         d            d           t           m
            – e em 15 a 40 minu­ os já desa­ a­ e­ em; assim, o usuá­ io repe­ e as aspi­ a­ ões ­ árias vezes para
                                     t             p r c                     r       t         r ç    v
            que as sen­ a­ ões durem mais tempo.
                         s ç
                 Os efei­ os dos sol­ en­ es vão desde uma esti­ u­a­ ão ini­ ial até depres­ ão, poden­ o tam­ ém
                         t            v t                           m l ç         c             s           d      b
            surgir pro­ es­ os alu­ i­ a­ ó­ ios. Vários auto­ es dizem que os efei­ os dos sol­ en­ es (quais­ uer que
                        c s        cn t r                     r                       t          v t          q
            sejam) lem­ ram os do ­ lcool, entre­ an­ o este não pro­ uz alu­ i­ a­ ões, fato bem des­ ri­ o para os
                          b            á              t t                  d        cn ç                  c t
            sol­ en­ es. Entre os efei­ os, o pre­ o­ i­ an­ e é a depres­ ão, principalmente a do fun­ io­ a­ en­ o
               v t                      t           d mn t                   s                             c n m t
            cere­ ral. De acor­ o com o apa­ e­ i­ en­ o desses efei­ os, após ina­a­ ão de sol­ en­ es, foram divi­ i­
                 b             d                 r cm t                  t             l ç         v t               d
            dos em qua­ ro fases:
                           t

            	 Primeira fase: a cha­ a­ a fase de exci­ a­ ão, que é a dese­a­ a, pois a pes­ oa fica eufó­ i­ a,
                                     m d                 t ç                   j d               s               rc
               apa­ en­ e­ en­ e exci­ a­ a, sentindo ton­ u­ as e tendo per­ ur­ a­ ões audi­ i­ as e ­ isuais. Mas
                  r t m t            t d                 t r                t b ç            tv        v
               podem tam­ ém apa­ e­ er náu­ eas, espir­ os, tosse, muita sali­ a­ ão e as faces podem ficar
                            b         r c         s         r                      v ç
               aver­ e­ha­ as.
                   m l d
            	 Segunda fase: a depres­ ão do cére­ ro come­ a a pre­ o­ i­ ar, ficando a pes­ oa confusa, deso­
                                         s          b          ç     d mn                   s
               rien­ a­ a, com a voz meio pas­ o­ a, visão emba­ a­ a, perda do auto­ on­ ro­e, dor de cabe­ a,
                   t d                          t s              ç d                 c t l                  ç
               pali­ ez; ela come­ a a ver ou a ouvir coi­ as.
                   d             ç                       s

            	 Terceira fase: a depres­ ão apro­ un­ a-se com redu­ ão acen­ ua­ a do estado de aler­a, incoor­
                                             s   f d                   ç       t d                       t
               de­ a­ ão ocu­ar (a pes­ oa não con­ e­ ue mais fixar os olhos nos obje­ os), incoor­ e­ a­ ão moto­
                  n ç           l         s       s g                                 t            d n ç
               ra com mar­ ha vaci­an­ e, fala “engro­a­ a”, refle­ os depri­ i­ os, podendo ocor­ er pro­ es­ os
                               c        l t             l d        x         md                      r        c s
               alu­ i­ a­ ó­ ios evi­ en­ es.
                  cn t r            d t

            	 Quarta fase: depres­ ão tar­ ia, que pode che­ ar à incons­ iên­ ia, queda da pres­ ão, ­ onhos
                                      s      d                     g            c c                     s s
               estra­ hos, poden­ o ainda a pes­ oa apre­ en­ar sur­os de con­ ul­ ões (“ata­ ues”). Essa fase ocor­ e
                    n             d             s          s t       t         v s           q                     r
               com fre­ uên­ ia entre aque­es chei­ a­ o­ es que usam saco plás­i­ o e, após um certo tempo, já não
                       q c                l       r d r                         tc
               con­ e­ uem afas­á-lo do nariz e, assim, a into­ i­ a­ ão torna-se muito peri­ o­ a, poden­ o mesmo
                   s g          t                               xc ç                         g s          d
               levar ao coma e à morte.

                Finalmente, sabe-se que a aspi­ a­ ão repe­ i­ a, crô­ i­ a, dos sol­ en­ es pode levar à des­ rui­ ão
                                                  r ç        td       nc              v t                    t ç
            de neu­ ô­ ios (célu­as cere­ rais), cau­ an­ o ­esões irre­ er­ í­ eis no cére­ ro. Além disso, pes­ oas
                     r n         l      b            s d l             v sv                b                     s
            que usam sol­ en­ es cro­ i­ a­ en­ e apre­ en­ am-se apá­ i­ as, têm difi­ ul­ a­ e de con­ en­ ra­ ão e
                           v t        nc m t           s t             tc               c d d            c t ç
            défi­ it de memó­ ia.
                c            r




                                                                  17




livreto_cebrid2010-paginas.indd 17                                                                                16/03/2010 13:04:47
Efeitos sobre outras partes do corpo
            Os sol­ en­ es pra­ i­ a­ en­ e não agridem ­ utros ­ rgãos, a não ser o cére­ ro. Entretanto, exis­ e
                     v t        tc m t                    o      ó                           b                      t
        um fenô­ e­ o pro­ u­ i­ o pelos sol­ en­ es que pode ser muito peri­ o­ o. Estes tor­ am o cora­ ão
                   m n        d zd               v t                                 g s             n           ç
        huma­ o mais sen­ í­ el a uma subs­ ân­ ia que o nosso corpo fabri­ a, a adre­ a­i­ a, que faz o núme­
               n            sv                  t c                              c          n ln
        ro de bati­ en­ os car­ ía­ os aumen­ ar. Essa adre­ a­i­ a é libe­ a­ a toda vez que temos de exer­ er
                    m t          d c             t             n ln         r d                                   c
        um esfor­ o extra, como, por exem­ lo, cor­ er, pra­ i­ ar cer­ os espor­ es etc. Assim, se uma pes­ oa
                   ç                             p      r       tc       t           t                           s
        inala um sol­ en­ e e logo ­ epois faz esfor­ o físi­ o, seu cora­ ão pode ­ ofrer, pois ele está muito
                       v t            d                ç      c             ç            s
        sen­ í­ el à adre­ a­i­ a libe­ a­ a por causa do esfor­ o. A lite­ a­ u­ a médi­ a já cita ­ ários casos de
           sv            n ln         r d                       ç          r t r          c         v
        morte por arrit­ ia car­ ía­ a (bati­ as irre­ u­a­ es do cora­ ão), prin­ i­ al­ en­ e de ado­es­ en­ es.
                         m         d c         d      g l r           ç             cp m t              l c t

                                                                                           Efeitos tóxi­ os
                                                                                                       c
             Os sol­ en­ es quan­ o ina­a­ os cro­ i­ a­ en­ e podem levar a ­esões da medu­a óssea, dos rins,
                     v t         d      l d       nc m t                        l                 l
        do fíga­ o e dos ner­ os peri­é­ i­ os que con­ ro­am os mús­ u­os. Por exem­ lo, veri­i­ ou-se, em
                 d             v        f rc              t l            c l                  p       fc
        o
        ­ utros paí­ es, que em fábri­ as de sapa­ os ou ofi­ i­ as de pin­ u­ a os ope­ á­ ios, com o tempo, aca­
                     s                c           t           cn          t r           r r
        ba­ am por apre­ en­ ar doen­ as ­ enais e hepá­ i­ as. Em decorrência disso, nesses paí­ es passou
           v               s t          ç r                 tc                                          s
        a vigorar uma rigo­ o­ a legis­a­ ão sobre as con­ i­ ões de ven­ i­a­ ão des­ as fábri­ as, e o Brasil
                              r s        l ç                   dç             tl ç         s        c
        tam­ ém tem leis a res­ ei­ o. Em ­ lguns casos, prin­ i­ al­ en­ e quan­ o exis­ e no sol­ en­ e uma
             b                    p t        a                     cp m t             d        t        v t
        impu­ e­ a, o ben­ e­ o, mesmo em peque­ as quan­ i­ a­ es, pode levar à dimi­ ui­ ão de pro­ u­ ão
               r z         z n                        n         td d                           n ç          d ç
        de gló­ u­os bran­ os e ver­ e­hos pelo orga­ is­ o.
                b l         c        m l                 n m
             Um dos sol­ en­ es bas­ an­ e usados nas nos­ as colas é o n-hexa­ o. Essa subs­ ân­
                            v t         t t                        s                            n             t
        cia é muito tóxi­ a para os ner­ os peri­é­ i­ os, pro­ u­ in­ o dege­ e­ a­ ão pro­ res­ i­ a,
                              c                   v          f rc         d z d              n r ç        g sv
        a ponto de cau­ ar trans­or­ os no mar­ har (as pes­ oas aca­ am andan­ o com difi­ ul­ a­ e, o cha­ a­ o
                         s       t n            c             s      b            d             c d d        m d
        “andar de pato”), poden­ o até che­ ar à para­i­ ia. Há casos de usuá­ ios crô­ i­ os que, após ­ lguns
                                   d          g           ls                       r        nc              a
        anos, só ­ odiam se loco­ o­ er em cadei­ a de rodas.
                   p              m v               r

                                                                                         Aspectos ­ erais
                                                                                                  g
             A depen­ ên­ ia entre aque­es que abu­ am cro­ i­ a­ en­ e de sol­ en­ es é comum, sendo os
                        d c                   l            s       nc m t             v t
        com­ o­ en­ es psí­ ui­ os da depen­ ên­ ia os mais evi­ en­ es, tais como dese­o de usar a substância,
              p n t          q c                d c                d t                      j
        perda de ­ utros inte­ es­ es que não seja o sol­ en­ e. A sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia, embo­ a de pouca
                    o            r s                         v t        d m             tn c         r
        inten­ i­ a­ e, está pre­ en­ e na inter­ up­ ão abrup­ a do uso des­ as dro­ as, sendo comum ansie­ a­ e,
               sd d              s t            r ç            t            s       g                       d d
        agi­ a­ ão, tre­ o­ es, cãibras nas per­ as e insô­ ia.
           t ç         m r                       n           n
             Pode surgir tole­ ân­ ia à substância, embo­ a não tão dra­ á­ i­ a em relação a ­ utras dro­ as
                                 r c                           r              m tc                 o          g
        (como as anfe­ a­ i­ as, que os depen­ en­ es pas­ am a tomar doses 50-70 vezes maio­ es que as
                          t mn                      d t          s                                      r
        ini­ iais). Dependendo da pes­ oa e do sol­ en­ e, a tole­ ân­ ia ins­ a­a-se ao fim de um a dois meses.
           c                               s            v t          r c       t l
             Os sol­ en­es são as dro­ as mais usa­ as entre os meni­ os(as) de rua e entre os estu­
                      v t                   g              d                    n
        dan­es da rede públi­ a de ensi­ o, quan­ o se ­ xcluem da aná­i­ e o ­ lcool e o taba­ o.
             t                      c             n          d      e                  ls      á              c




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TRANQUILIZANTES
                     OU ANSIOLÍTICOS
                                                     Benzodiazepínicos




                                                                                                         Definição
                 Existem medi­ a­ en­ os que têm a pro­ rie­ a­ e de atuar quase exclu­ i­ a­ en­ e sobre a ansie­
                                 c m t                        p d d                            sv m t
            da­ e e a ten­ ão. Essas dro­ as já foram cha­ a­ as de tran­ ui­i­ an­ es, por tran­ ui­i­ ar a pes­ oa
                d           s               g                   m d           q lz t                     q lz         s
            estres­ a­ a, tensa e ansio­ a. Atualmente, pre­e­ e-se desig­ ar esses tipos de medi­ a­ en­ os pelo
                   s d                    s                       f r         n                            c m t
            nome de ansio­í­ i­ os, ou seja, que “des­ roem” a ansie­ a­ e. De fato, esse é o prin­ i­ al efei­ o
                               ltc                            t              d d                               cp       t
            tera­ êu­ i­ o des­ es medi­ a­ en­ os: dimi­ uir ou abo­ir a ansie­ a­ e das pes­ oas, sem afe­ ar em
                 p tc          s          c m t             n             l        d d              s              t
            dema­ ia as fun­ ões psí­ ui­ as e moto­ as.
                   s          ç         q c              r
                 Antigamente, o prin­ i­ al agen­ e ansio­í­ i­ o era uma droga cha­ a­ a mepro­ a­ a­ o, que pra­
                                         cp         t         ltc                     m d               b m t
            ti­ a­ en­ e desa­ a­ e­ eu das far­ á­ ias com a des­ o­ er­ a de um impor­ an­ e grupo de subs­ ân­ ias:
              c m t           p r c            m c                    c b t                 t t                   t c
            os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. De fato, esses medi­ a­ en­ os estão entre os mais uti­i­ a­ os no mundo
                     z d z pnc                                   c m t                                 lz d
            todo, inclu­ i­ e no Brasil. Para se ter ideia, atual­ en­ e existem mais de cem remé­ ios em nosso
                          sv                                           m t                                  d
            país à base des­ es ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. Estes têm nomes quí­ i­ os que ter­ i­ am geral­ en­ e pelo
                              s        z d z pnc                                mc               mn            m t
            sufi­ o am. Assim, é rela­ i­ a­ en­ e fácil a pes­ oa, quan­ o toma um remé­ io para acal­ ar-se, saber
                 x                       tv m t                 s          d                  d               m
            o que real­ en­ e está toman­ o: tendo na fór­ u­a uma pala­ ra ter­ i­ ada em am, é um ben­ o­ ia­
                         m t                 d                  m l            v     mn                             z d
            ze­ í­ i­ o. Exemplos: dia­ e­ am, bro­ a­ e­ am, clo­ a­ am, clo­ a­ e­ am, esta­ o­am, flu­ a­ e­ am,
               pnc                       z p           m z p            b z       r z p             z l         r z p
            flu­ i­ ra­ e­ am, lora­ e­ am, nitra­ e­ am etc. Uma das exce­ ões é a subs­ ân­ ia cha­ a­ a clordia-
                nt z p               z p           z p                          ç               t c         m d
            zepóxido, que tam­ ém é um ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ o. Por outro lado, essas subs­ ân­ ias são comer­ ia­i­
                                   b               z d z pnc                                      t c                c l
            za­ as pelos labo­ a­ ó­ ios far­ a­ êu­ i­ os com dife­ en­ es nomes “fan­ a­ ia”, exis­ in­ o assim deze­ as
               d                r t r        m c tc                   r t             t s           t d               n
            de remé­ ios com nomes dife­ en­ es: Valium
                       d                       r t               ®, Calmociteno®, Dienpax®, Psicosedin®, Frontal®,

            Frisium®, Kiatrium®, Lexotan®, Lorax®, Urbanil®, Somalium® etc, são ape­ as ­ lguns dos nomes.
                                                                                                  n a


                                                                                         Efeitos no cére­ ro
                                                                                                        b
               Todos os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são capa­ es de esti­ u­ar os meca­ is­ os do cére­ ro que nor­ al­
                             z d z pnc                  z            m l           n m                b             m
            men­ e com­ a­ em esta­ os de ten­ ão e ansie­ a­ e. Assim, quan­ o, devi­ o às ten­ ões do dia-a-dia
                t      b t         d            s           d d                 d         d          s
            ou por cau­ as mais ­ érias, deter­ i­ a­ as áreas do cére­ ro fun­ io­ am exa­ e­ a­ a­ en­ e, resul­ an­
                       s        s               mn d                     b      c n          g r d m t               t
            do em esta­ o de ansie­ a­ e, os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os exer­ em um efei­ o con­ rá­ io, isto é, ini­ em os
                       d           d d             z d z pnc             c           t       t r                 b
            meca­ is­ os que esta­ am hiper­un­ io­ an­ es, e a pes­ oa fica mais tran­ ui­a, como que des­i­ a­ a
                  n m             v            f c n t                 s                  q l                      lg d
            do meio ambien­ e e dos estí­ u­os exter­ os.
                            t              m l          n
               Como con­ e­ uên­ ia dessa ação, os ansio­í­ i­ os pro­ u­ em uma depres­
                             s q      c                                      ltc           d z

                                                                 19




livreto_cebrid2010-paginas.indd 19                                                                              16/03/2010 13:04:48
são da ati­ i­ a­ e do nosso cére­ ro que se carac­ e­ i­ a por: 1. dimi­ ui­ ão de ansie­ a­ e;
                      vd d                      b                       t rz                 n ç              d d
        2. indu­ ão de sono; 3. rela­ a­ en­ o mus­ u­ar; 4. redu­ ão do esta­ o de aler­ a.
                  ç                     x m t            c l             ç           d        t
            É impor­ an­ e notar que esses efei­ os dos ansio­í­ i­ os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são gran­ e­ en­ e ali­
                       t t                           t               ltc       z d z pnc                 d m t
        men­ a­ os pelo ­ lcool, e a mis­ u­ a ­ o álcool com essas dro­ as pode levar ao esta­ o de coma. Além
              t d         á               t r d                             g                       d
        des­ es efei­ os prin­ i­ ais, os ansio­í­ i­ os difi­ ul­ am os pro­ es­ os de apren­ i­ a­ em e memó­ ia, o
            s        t        cp               ltc           c t             c s             dz g              r
        que é, evi­ en­ e­ en­ e, bas­ an­ e pre­u­ i­ ial para aqueles que habi­ ual­ en­ e se uti­i­ am des­ as
                     d t m t            t t        j dc                                t m t             lz       s
        dro­ as.
            g
            Finalmente, é impor­ an­ e ainda lem­ rar que essas substâncias tam­ ém pre­u­ i­ am em parte
                                      t t               b                                 b         j dc
        as fun­ ões psi­ o­ o­ o­ as, pre­u­ i­ an­ o ati­ i­ a­ es como diri­ ir auto­ ó­ eis, aumen­ an­ o a pro­
                ç        c m t r           j dc d          vd d                 g       m v              t d
        ba­ i­i­ a­ e de aci­ en­ es.
           bld d            d t

                                                     Efeitos sobre outras partes do corpo
           Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são dro­ as muito espe­ í­i­ as em seu modo de agir, pois têm pre­ i­e­ ão
                  z d z pnc                  g              cfc                                           dl ç
        quase exclu­ i­ a pelo cére­ ro. Dessa manei­ a, nas doses tera­ êu­ i­ as não pro­ u­ em efei­ os dig­ os
                   sv                b                r                  p tc             d z         t       n
        de nota sobre os outros ­ rgãos.
                                    ó

                                                                                            Efeitos tóxi­ os
                                                                                                        c
             Do ponto de vista orgâ­ i­ o ou físi­ o, os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são dro­ as bas­ an­ e segu­ as,
                                        nc           c           z d z pnc                g      t t         r
        pois são neces­ á­ ias gran­ es doses (20 a 40 vezes mais altas que as habi­ uais) para tra­ er efei­ os
                          s r        d                                                 t              z       t
        mais gra­ es: a pes­ oa fica com hipo­ o­ ia mus­ u­ar (“mole”), gran­ e difi­ ul­ a­ e para ficar em
                   v          s                  t n         c l                 d       c d d
        pé e andar, baixa pres­ ão sanguínea e suscetibilidade a des­ aios. Mas, mesmo assim, a pes­ oa
                                  s                                        m                                 s
        difi­ il­ en­ e chega a ­ ntrar em coma e mor­ er. Entretanto, a situa­ ão muda muito de figu­ a se
            c m t               e                        r                       ç                         r
        o indivíduo, além de ter toma­ o o ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ o, tam­ ém inge­ iu bebi­ a alcoó­i­ a. Nesses
                                          d         z d z pnc            b         r        d       lc
        casos, a into­ i­ a­ ão torna-se séria, pois há gran­ e dimi­ ui­ ão da ati­ i­ a­ e cerebral, poden­ o
                        xc ç                                   d       n ç           vd d                      d
        levar ao esta­ o de coma.
                        d
             Outro aspec­o impor­an­e quan­o aos efei­os tóxi­ os refe­ e-se ao uso des­ as subs­ân­ ias por
                            t       t t        t           t       c        r                s      t c
        mulhe­ es grá­ i­ as. Suspeita-se que essas dro­ as ­enham um poder tera­o­ ê­ i­ o razoá­ el, isto é,
                 r      vd                                g t                         t g nc         v
        podem pro­ u­ ir ­esões ou defei­os físi­ os na crian­ a por nas­ er.
                     d z l                t      c            ç         c

                                                                                          Aspectos ­ erais
                                                                                                   g
              Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os, quan­ o usa­ os durante alguns meses segui­ os, podem levar as pes­ oas
                        z d z pnc               d      d                              d                      s
        a um esta­ o de depen­ ên­ ia. Como con­ e­ uên­ ia, sem a droga o depen­ en­ e passa a sen­ ir muita
                      d             d c                  s q c                          d t             t
        irri­ a­ i­i­ a­ e, insô­ ia exces­ i­ a, sudo­ a­ ão, dor pelo corpo todo, poden­ o, em casos extre­ os,
            t bld d             n          sv         r ç                                d                  m
        apre­ en­ ar con­ ul­ ões. Se a dose toma­ a já é gran­ e desde o iní­ io, a depen­ ên­ ia ocor­ e mais
               s t           v s                        d            d            c            d c        r
        rapi­ a­ en­ e ainda. Há tam­ ém desen­ ol­ i­ en­ o de tole­ ân­ ia, embo­ a esta não seja muito acen­
              d m t                       b           v vm t              r c         r
        tua­ a, isto é, a pessoa fica acostumada à droga e precisa aumentar a dose para obter o efeito inicial.
            d

                                                                                      Situação no Brasil
             Como já foi rela­ a­ o, exis­ em mui­ as deze­ as de remé­ ios no Brasil à base de ansio­í­ i­ os
                                 t d        t         t      n          d                                 ltc
        ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. Até recen­ e­ en­ e, era comum os médi­ os, cha­ a­ os de obe­ o­o­ is­ as (que
             z d z pnc                    t m t                        c        m d           s l g t
        tra­ am das pes­ oas obe­ as em busca de tratamento para emagrecer), colo­ a­ em nas recei­ as esses
           t              s         s                                                 c r              t
                                                             20




livreto_cebrid2010-paginas.indd 20                                                                             16/03/2010 13:04:48
ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os para atenuar o nervosismo pro­ u­ i­ o pelas dro­ as que tiram o ape­ i­ e (ver
                 z d z pnc                                            d zd               g                      tt
            Capí­ u­o “Anfetaminas”). Atualmente, a legis­a­ ão não per­ i­ e essa mis­ u­ a.
                   t l                                          l ç           mt              t r
                 Além disso, há um ver­ a­ ei­ o abuso por parte dos labo­ a­ ó­ ios nas indi­ a­ ões des­ es medi­
                                           d d r                                r t r              c ç       s
            ca­ en­ os para todos os tipos de ansie­ a­ es, mesmo aque­as con­ i­ e­ a­ as nor­ ais, isto é, cau­
               m t                                       d d                  l        sd r d         m
            sa­ as pelas ten­ ões da vida coti­ ia­ a. Assim, cer­ as pro­ a­ an­ as mos­ ram uma ­ ulher com um
              d                s                  d n               t      p g d           t           m
            largo sor­ i­ o, feliz, pois tomou certo remé­ io que cor­ i­ iu a ansie­ a­ e gera­ a pelos três bilhe­ es
                       rs                                    d          rg             d d        d                  t
            rece­ i­ os: um do mari­ o, avi­ an­ o que che­ a­ á tarde para o jan­ ar; outro do filho, dizendo que
                 bd                    d      s d              g r                   t
            che­ a­ á com o time de bas­ ue­ e para um lan­ he; e o ter­ ei­ o da empre­ a­ a, avisando que fal­ ou
                 g r                        q t                 c           c r              g d                    t
            ao trabalho porque foi ao SUS. Ainda exis­ em exem­ los de indi­ a­ ão dos ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os para
                                                            t         p            c ç              z d z pnc
            as moças sor­ i­ em mais (pois a ten­ ão evita o riso), ou para evi­ a­ as rugas, que enve­he­ em (uma
                            rr                      s                             t r                    l c
            vez que a ansie­ a­ e faz as pes­ oas fran­ i­ em a testa, crian­ o rugas). Não é, por­ an­ o, sur­ reen­
                               d d              s         zr                  d                        t t        p
            den­ e que, em um levan­ a­ en­ o sobre o uso não médi­ o de dro­ as psi­ o­ ró­ i­ as por estu­ an­ es
                 t                       t m t                            c         g        c t pc               d t
            nas 27 capi­ ais bra­ i­ei­ as, em 2004, os ansio­í­ i­ os esti­ es­ em em quarto lugar na pre­e­ ên­ ia
                          t         sl r                          ltc        v s                                f r c
            geral, sendo esse uso muito mais inten­ o entre meni­ as do que entre meni­ os.
                                                         s             n                         n
                 Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são con­ ro­a­ os pelo Ministério da Saúde, isto é, a far­ á­ ia pode
                          z d z pnc                   t l d                                                m c
            vendê-los somente median­ e recei­ a espe­ ial do médi­ o, que deve ser reti­ a para pos­ e­ ior con­
                                            t       t       c            c                      d           t r
            tro­e, o que nem sem­ re acon­ e­ e.
               l                     p         t c




                                                                21




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CALMANTES                                E

                                                     SEDATIVOS
                                                     Barbitúricos




                                                                                  Definição e his­ ó­ i­ o
                                                                                                 t rc
            Sedativo é o nome que se dá aos medi­ a­ en­ os capa­ es de dimi­ uir a ati­ i­ a­ e do cére­ ro,
                                                         c m t           z             n         vd d             b
        prin­ i­ al­ en­ e quan­ o este está em esta­ o de exci­ a­ ão acima do nor­ al. O termo seda­ i­ o é
             cp m t               d                     d          t ç                     m                   tv
        sinô­ i­ o de cal­ an­ e ou sedan­ e.
             nm              m t               t
            Quando um seda­i­ o é capaz de dimi­ uir a dor, rece­ e o nome de anal­ é­ i­ o. Já quan­ o o
                                  tv                    n                b                    g sc              d
        seda­ i­ o é capaz de afas­ ar a insô­ ia, pro­ u­ in­ o o sono, é cha­ a­ o de hip­ ó­ i­ o ou soní­ e­ o.
              tv                     t         n        d z d                    m d           n tc             f r
        E quan­ o um cal­ an­ e tem o poder de atuar mais sobre esta­ os exa­ e­ a­ os de ansie­ a­ e, é deno­
                 d             m t                                           d        g r d            d d
        mi­ a­ o de ansio­í­ i­ o. Finalmente, exis­ em algu­ as des­ as dro­ as capa­ es de acal­ ar o cére­ ro
           n d                ltc                     t        m        s        g         z           m           b
        hipe­ ex­ i­ a­ o dos epi­ép­ i­ os. São as dro­ as antie­ i­ép­ i­ as, capa­ es de pre­ e­ ir as con­ ul­ ões
              r ct d               l tc                 g         pl tc              z          v n          v s
        des­ es doen­ es.
            s          t
            Neste capí­u­o será abor­ a­ o um grupo de dro­ as – tipo seda­i­ os-hip­ ó­i­ os – que são cha­ a­
                          t l           dd                      g                tv        n tc                   m
        das de bar­ i­ ú­ i­ os. Algumas delas tam­ ém são úteis como antie­ i­ép­i­ os.
                     bt rc                           b                           pl tc
            Essas dro­ as foram des­ o­ er­ as no come­ o do sécu­o XX, e diz a his­ ó­ ia que o quí­ i­ o euro­
                         g              c b t              ç          l                   t r             mc
        peu que fez a sín­ e­ e de uma delas pela pri­ ei­ a vez – gran­ e des­ o­ er­ a – foi come­ o­ ar em um
                              t s                        m r               d       c b t               m r
        bar. E, lá, encan­ ou-se com uma gar­ o­ e­ e, linda moça que se cha­ a­ a Bárbara. Em um aces­ o de
                            t                    ç n t                             m v                          s
        entu­ ias­ o, nosso cien­ is­ a resol­ eu dar ao com­ os­ o recém-des­ o­ er­ o o nome de bar­ i­ ú­ i­ o.
              s m                   t t        v               p t                c b t                     bt rc

                                                                                      Efeitos no cére­ ro
                                                                                                     b
            Os bar­ i­ ú­ i­ os são capa­ es de depri­ ir ­ árias áreas do cére­ ro; como con­ e­ uên­ ia, as
                    bt rc                  z              m v                          b                s q     c
        pes­ oas podem ficar mais sono­en­ as, sen­ in­ o-se menos ten­ as, com sen­ a­ ão de calma e rela­
            s                                l t         t d                   s               s ç
        xa­ en­ o. As capa­ i­ a­ es de racio­ í­ io e de con­ en­ ra­ ão ficam tam­ ém afe­ a­ as.
          m t                cd d               cn               c t ç                   b       t d
            Com doses um pouco maio­ es que as reco­ en­ a­ as pelos médi­ os, a pes­ oa come­ a a sen­ ir-
                                             r               m d d                     c         s         ç        t
        se como que embria­ a­ a (sen­ a­ ão mais ou menos seme­han­ e à de tomar bebi­ as alcoó­i­ as em
                                g d        s ç                            l   t                     d         lc
        exces­ o): a fala fica “pas­ o­ a” e a pes­ oa pode sen­ ir-se com difi­ ul­ a­ e de andar direi­ o.
              s                     t s            s              t              c d d                    t
            Os efei­ os ante­ ior­ en­ e des­ ri­ os dei­ am claro que quem usa esses bar­ i­ ú­ i­ os tem a aten­
                    t         r m t            c t       x                                       bt rc
        ção e as facul­ a­ es psi­ o­ o­ o­ as pre­u­ i­ a­ as; assim, fica peri­ o­ o ope­ ar máqui­ a, diri­ ir auto­
                       d d        c m t r           j dc d                      g s        r          n      g
        mó­ el etc.
            v




                                                              22




livreto_cebrid2010-paginas.indd 22                                                                              16/03/2010 13:04:49
Efeitos sobre outras partes do corpo
                Os bar­ i­ ú­ i­ os são quase exclu­ i­ a­ en­ e de ação cen­ ral (cere­ ral), isto é, não agem nos
                           bt rc                       sv m t                  t        b
            d
            ­ emais ­ rgãos. Assim, a res­ i­ a­ ão, o cora­ ão e a pres­ ão do san­ ue só são afe­ a­ os quan­ o o
                      ó                      pr ç             ç            s         g               t d         d
            bar­ i­ ú­ i­ o, em dose exces­ i­ a, age nas áreas do cére­ ro que coman­ am as fun­ ões des­ es ­ rgãos.
               bt rc                      sv                           b             d            ç       s ó

                                                                                                     Efeitos tóxi­ os
                                                                                                                 c
                 Essas drogas são peri­ o­ as por­ ue a dose que come­ a a into­ i­ ar está pró­ i­ a da que pro­ uz
                                         g s        q                          ç          xc               xm               d
            os efei­ os tera­ êu­ i­ os dese­á­ eis. Com essas doses tóxi­ as, come­ am a sur­ ir ­ inais de incoor­
                    t        p tc           j v                                   c            ç          g s
            de­ a­ ão moto­ a, um esta­ o de incons­ iên­ ia come­ a a tomar conta da pes­ oa, ela passa a ter
               n ç           r            d               c c               ç                               s
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            difi­ ul­ a­ e para se movi­ en­ ar, o sono fica muito pesa­ o e, por fim, pode entrar em esta­ o de         d
            coma. A pes­ oa não res­ on­ e a nada, a pres­ ão do san­ ue fica muito baixa e a res­ i­ a­ ão é tão
                           s            p d                      s               g                                pr ç
            lenta que pode parar. A morte ocor­ e exa­ a­ en­ e por para­ a res­ i­ a­ ó­ ia. É muito impor­ an­ e
                                                       r      t m t                     d      pr t r                     t t
            saber que esses efei­ os tóxi­ os ficam muito mais inten­ os se ela inge­ ir ­ lcool ou ­ utras dro­ as
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            seda­ i­ as. Às vezes, into­ i­ a­ ão séria pode ocor­ er por esse moti­ o.      v
                 Outro aspec­ o impor­ an­ e quan­ o aos efei­ os tóxi­ os refe­ e-se ao uso des­ as
                                 t           t t           t                  t           c            r                      s
            subs­ân­ ias por mulheres grá­ i­ as. Essas dro­ as têm poten­ ial tera­o­ ê­ i­ o, além de pro­ o­ a­ em
                  t c                         vd                g                     c        t g nc                 v c r
            – ­ inais de abs­i­ ên­ ia (como difi­ ul­ a­ es res­ i­ a­ó­ ias, irri­a­ i­i­ a­ e, dis­úr­ ios do sono e difi­ ul­
              s              tn c                 c d d         pr t r               t bld d         t b                    c
            da­ e de ali­ en­a­ ão) em recém-nas­ i­ os de mães que fize­ am uso duran­e a gra­ i­ ez.
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                                                                                                   Aspectos ­ erais
                                                                                                            g
                Existem mui­as evi­ ên­ ias de que os bar­ i­ú­ i­ os levam as pes­ oas a um esta­ o de depen­
                               t       d c                      bt rc                     s               d
            dên­ ia; com o tempo, a dose tem tam­ ém de ser aumen­a­ a, ou seja, há desen­ ol­ i­ en­o de
                c                                       b                       t d                      v vm t
            tole­ ân­ ia. Esses fenô­ e­ os se desen­ ol­ em com maior rapi­ ez quan­ o doses gran­ es são usa­ as
                r c                  m n              v v                        d          d             d            d
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            desde o iní­ io. Quando a pes­ oa está depen­ en­e dos bar­ i­ú­ i­ os e deixa de tomá-los, passa a
                      d m             tn c                                           n        d      t ç           svd
            ter a sín­ ro­ e de abs­i­ ên­ ia, cujos sintomas vão desde insô­ ia rebel­ e, irri­a­ ão, agres­ i­ i­ a­
            de, delí­ ios, ansie­ a­ e, angús­ia, até con­ ul­ ões gene­ a­i­ a­ as. A sín­ ro­ e de abs­i­ ên­ ia ­ equer
                    r            d d         t           v s           r lz d             d m            tn c r
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            obri­ a­o­ ia­ en­e tra­a­ en­o médi­ o e hos­ i­a­i­ a­ ão, pois há risco de a pes­ oa vir a fale­ er.    c

                                                                                               Situação no Brasil
                Os bar­ i­ ú­ i­ os eram usa­ os de manei­ a até irres­ on­ á­ el no Brasil. Vários remé­ ios para
                       bt rc                   d             r           p s v                                d
            dor de cabe­ a, além da aspi­ i­ a, con­ i­ ham tam­ ém um bar­ i­ ú­ i­ o qual­ uer. Assim, os anti­ os
                         ç                   rn        tn          b            bt rc          q                      g
            como Cibalena®, Veramon®, Optalidom®, Fiorinal® etc. ­ inham o buta­ ar­ i­ al ou seco­ ar­ i­ al
                                                                           t               b bt                b bt
            (dois tipos de bar­ i­ ú­ i­ os) em suas fór­ u­as. O uso abu­ i­ o que se regis­ rou – muita gente usan­
                                 bt rc                   m l              sv                 t
            do gran­ es quan­ i­ a­ es, repe­ i­ a­ en­ e – de medi­ a­ en­ os, como o Optalidon® e o Fiorinal®,
                     d          td d           td m t                 c m t
            levou os labo­ a­ ó­ ios far­ a­ êu­ i­ os a modi­i­ a­ em suas fór­ u­as, reti­ an­ o os bar­ i­ ú­ i­ os de
                           r t r          m c tc              fc r              m l        r d           bt rc
            sua com­ o­ i­ ão.
                     p sç


                                                                     23




livreto_cebrid2010-paginas.indd 23                                                                                    16/03/2010 13:04:49
Hoje em dia não mais se usa os medicamentos barbitúricos para tratamento de ansiedade e
        insônia (para estes sintomas os benzodiazepínicos são muito mais utilizados). Por outro lado,
        o feno­ ar­ i­ al conhecido pelo nome comercial de Gardenal® é bas­ an­ e usado no Brasil (e no
               b bt                                                                 t t
        mundo), pois é um ótimo remé­ io para os epi­ép­ i­ os. Finalmente, um outro bar­ i­ ú­ i­ o, o tio­
                                            d             l tc                                  bt rc
        pen­ al, é usado por via endove­ o­ a, por anes­ e­ is­ as, em cirur­ ias.
            t                               n s          t s t              g
            A legislação bra­ i­ei­ a exige que todos os medi­ a­ en­ os que con­ e­ ham bar­ i­ ú­ i­ os em suas
                              sl r                            c m t                t n      bt rc
        fór­ u­as sejam ven­ i­ os nas far­ á­ ias somente com a recei­ a do médi­ o, para pos­ e­ ior con­ ro­e
           m l                dd             m c                         t           c           t r         t l
        pelas auto­ i­ a­ es sani­ á­ ias.
                   rd d          t r




                                                           24




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  • 1. Venda Proibida LEITURA RECOMENDADA PARA ALUNOS A PARTIR DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas livreto_cebrid2010-capa.indd 1 31/03/2010 09:32:25
  • 2. Livreto Informativo sobre LEITURA RECOMENDADA PARA ALUNOS A PARTIR DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 5ª edição Brasília, DF 2010 livreto_cebrid2010-paginas.indd 1 16/03/2010 13:04:44
  • 3. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente da República José Alencar Gomes da Silva Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional e Presidente do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas Jorge Armando Felix Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas Paulo Roberto Yog de Miranda Uchôa Secretária Adjunta e Responsável Técnica da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte VENDA PROIBIDA Todos os direitos desta edição reservados ao CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD Tiragem desta edição: 51.000 exemplares Impresso no Brasil 5ª edição : 2010 Disponível em: www.obid.senad.gov.br e www.cebrid.epm.br Conteúdo e Texto Original Produção Gráfica CEBRID – Centro Brasileiro de Informações CLR Balieiro Editores sobre Drogas Psicotrópicas Universidade Federal Projeto gráfico/capa de São Paulo (Depto. de Psicobiologia) Signorini Produção Gráfica Distribuição e informações Revisão Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – CEBRID e SENAD SENAD e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID Fotografias Vivian Cury “Narcotics plants” (p.25) “Plantas de los dioses” (p.48) livreto_cebrid2010-paginas.indd 2 16/03/2010 13:04:44
  • 4. O que é CEBRID? O CEBRID é o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas que funciona exclusivamente para ser útil à população. Para cumprir essa função, o CEBRID publica livros, faz levantamentos sobre consumo de drogas (entre estudantes, meninos de rua, população geral), mantém um Banco de Publicações Científicas de autores brasileiros sobre o abuso de drogas (cerca de 3.900 trabalhos) e publica um Boletim Trimestral. O CEBRID é constituído por uma equipe técnica composta de especialistas nas áreas de Medicina, Farmácia-Bioquímica, Psicologia, Biologia e Comunicação. E. A. Carlini CEBRID – Centro Brasileiro de Solange A. Nappo Informações sobre Drogas Psicotrópicas Ana Regina Noto Universidade Federal de São Paulo Zila van der Meer Sanchez Depto. de Psicobiologia Yone Gonçalves de Moura Rua Botucatu, 862, 1º andar Claudia Masur de A. Carlini 04023-062 - São Paulo - SP Emérita Sátiro Opaleye Tel: (11) 2149-0155 Cláudia Silveira Tondowski Fax: (11) 5084-2793 Danilo Polverini Locatelli E-mail: cebrid@psicobio.epm.br Site: www.cebrid.epm.br O que é SENAD? A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República – GSI/PR, é o órgão responsável por coordenar e integrar as ações do governo nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção do uso indevido de substâncias psicoativas, bem como aquelas relacionadas com o tratamento e a reinserção social de usuários e dependentes. Compete à SENAD estimular, assessorar, orientar, acompanhar e avaliar a implantação da Política Nacional sobre Drogas, integrando ações nas esferas governamentais e da sociedade civil. O desenvolvimento e a divulgação de materiais, contendo informações atualizadas e fundamentadas cientificamente sobre as drogas e seu consumo, fazem parte da missão da SENAD com vistas à redução dos danos sociais e à saúde decorrentes do uso de drogas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD Esplanada dos Ministérios – Bloco “A” – sala 523 Cep 70.050-907 – Brasília – DF Tel.: (61) 3411.2431 Fax: (61) 3411.2110 Viva Voz: 0800 510 0015 www.senad.gov.br livreto_cebrid2010-paginas.indd 3 16/03/2010 13:04:44
  • 5. Apresentação Senad O uso indevido de drogas é uma questão que preocupa pais, educadores, profissionais de saúde e a sociedade em geral. Uma das dificuldades encontradas para enfrentar o problema é a falta de informações confiá- veis sobre o assunto. Muitas vezes, os dados são divulgados fora de um contexto, sem fundamen- to na realidade ou de forma distorcida, contribuindo para uma visão preconceituosa. Com o objetivo de oferecer à população um material cientificamente fundamentado, que apresente os conceitos de forma clara, objetiva e livre de preconceitos, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, edita, em parceria com o Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID, este livreto informativo, cuja distribuição pretende socializar e democratizar conhecimentos sobre o assunto. Este livreto é mais um instrumento de apoio para as pessoas que buscam informações atua- lizadas e adequadas sobre as diferentes drogas, seja para orientar trabalhos de prevenção ou de atendimento a usuários, seja para servir de base a trabalhos científicos ou escolares. Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com a nossa parte. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas livreto_cebrid2010-paginas.indd 4 16/03/2010 13:04:44
  • 6. Apresentação cebrid Com uma longa história, este livreto contendo dezesseis pequenos capítulos, cada um descre- vendo uma droga, foi publicado sob a forma de folhetos separados. Teve início com a publicação, em 1989, do livro “Subsídios para uma Discussão” de Jandira Masur e E. A. Carlini, Editora Brasiliense, atualmente na 5ª edição; mas logo ficou claro aos autores que a obra não atingiria boa parte dos nossos estudantes, principalmente das escolas públicas, por dificuldades em adquiri-la. Esta incômoda situação foi então contornada com a publicação de dezesseis “folderes” financiados por várias entidades e que passaram a ser distribuídos gratuitamente. A primeira instituição a financiar a obra foi a UNFDAC (United Nations Fund for Drug Abuse Control), depois a UNDCP (United Nations Drug Control Programme), seguindo-se a UE (União Européia). Só depois começaram os apoios de dentro “de casa”: Volkswagen do Brasil, CONFEN (Conselho Federal de Entorpecentes) do Ministério da Justiça e COSAM (Coordenadoria de Saúde Mental) do Ministério da Saúde. Ao longo destes muitos anos, mais de um milhão de folhetos foram impressos e distribuídos para todo o País. Constantemente recebemos solicitações de mais cópias: de todos os estados, cidades do interior deste nosso “Brasilzão”; muitas destas solicitações escritas à mão, com aquelas letras ainda titubeantes de adolescentes. Causa-nos sempre emoção atender a esses pedidos. Foi para nós motivo de orgulho quando em 1995/1996 a MAPS (Massachusetts Alliance of Portuguese Speakers), nos EUA, solicitou-nos autorização para reproduzir nossos folhetos, para distribuição aos imigrantes e descendentes de imigrantes da língua portuguesa vivendo naquele país. Posteriormente, a SENAD do Gabinete de Segurança Institucional da Presi­ ência da República d propôs que a coleção de folhetos fosse enfeixada em uma única publicação: este livreto. Sua primeira edição, um tanto reduzida, ficou pronta em 2003. A segunda edição, com 100 mil cópias, ficou à disposição do público em 2004. A terceira edição em 2006, de 30 mil exem- plares, foi patrocinada pela FEBRAFARMA (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica). A quarta edição, em 2007, foi patrocinada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e FDE (Fundação para o Desenvolvimento de Educação). Foram 60 mil exemplares, dos quais a maioria chegou diretamente às escolas estaduais. Por fim, novamente a SENAD se propôs a publicar uma nova edição do livreto. Que esta publicação possa ser útil, como foram os folhetos no passado, a muitos milhares de jovens bra- sileiros. Finalmente, os autores desta obra agradecem a todos que contribuíram para viabilizar esta publicação ao longo desses anos. E. A. Carlini Diretor do CEBRID livreto_cebrid2010-paginas.indd 5 16/03/2010 13:04:44
  • 7. Índice O que são drogas psicotrópicas? 7 parte 1 drogas depressoras do sistema nervoso central Bebidas Alcoólicas 13 Solventes ou Inalantes 16 Tranquilizantes ou Ansiolíticos 19 Calmantes e Sedativos 22 Opiáceos e Opioides 25 parte 2 drogas estimulantes do sistema nervoso central Anfetaminas 33 Cocaína 36 Tabaco 40 parte 3 drogas perturbadoras do sistema nervoso central Maconha 45 Cogumelos e Plantas Alucinógenas 48 Perturbadores (Alucinógenos) Sintéticos 51 Êxtase (MDMA) 54 Anticolinérgicos 57 parte 4 outros Esteroides Anabolizantes 61 livreto_cebrid2010-paginas.indd 6 16/03/2010 13:04:44
  • 8. O que são drogas psicotrópicas? Todo mundo já tem uma ideia do significado da palavra droga. Em linguagem comum, de todo o dia ("Ah, mas que droga" ou "logo agora, droga...", ou ainda, "esta droga não vale nada!"), droga tem um significado de coisa ruim, sem qualidade. Já em linguagem médica, droga é quase sinônimo de medicamento. Dá até para pensar porque uma palavra desig- nada para apontar uma coisa boa (medicamento, afinal este serve para curar doenças), na boca do povo tem um significado tão diferente. O termo droga teve origem na palavra droog (holândes antigo) que significa folha seca; isso porque antigamente quase todos os medica- mentos eram feitos à base de vegetais. Atualmente, a medicina define droga como qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Por exemplo, uma substância ingerida contrai os vasos san- guíneos (modifica a função) e a pessoa passa a ter um aumento de pressão arterial (mudança na fisiologia). Outro exemplo, uma substância faz com que as células do nosso cérebro (os chamados neurônios) fiquem mais ativas, "disparem" mais (modificam a função) e, como consequência, a pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança comportamental). Mais complicada é a seguinte palavra: psicotrópico. Percebe-se claramente que é composta de duas outras: psico e trópico. Psico é fácil de se entender, pois é uma palavrinha grega que relaciona-se a nosso psiquismo (o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim, o que cada um é). Mas trópico não é, como alguns podem pensar, referente a trópicos, clima tropical e, portanto, nada tem a ver com uso de drogas na praia! A palavra trópico, aqui, se relaciona com o termo tropismo, que significa ter atração por. Então, psicotrópico significa atração pelo psiquismo, e drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira nosso psiquismo. Mas essas alterações do psiquismo não são sempre no mesmo sentido e direção. Obviamente, dependerão do tipo de droga psicotrópica ingerida. E quais são esses tipos? Um primeiro grupo é aquele em que as drogas diminuem a atividade de nosso cérebro, ou seja, deprimem seu funcionamento, o que significa dizer que a pessoa que faz uso desse tipo de droga fica "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas. Por isso, essas drogas são chamadas de Depressoras da Atividade do Sistema Nervoso Central, é a parte que fica dentro da caixa craniana; o cérebro é o principal órgão. Em um segundo grupo de drogas psicotrópicas estão aquelas que atuam por aumentar a atividade de nosso cérebro, ou seja, estimulam o funciona- mento fazendo com que o usuário fique "ligado", "elétrico", sem sono. Por isso, essas drogas rece- bem a denominação de Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central. Finalmente, há um terceiro grupo, constituído por aquelas drogas que agem modificando qualitativamente a atividade de nosso cérebro; não se trata, portanto, de mudanças quantitativas, como aumentar ou diminuir a atividade cerebral. Aqui a mudança é de qualidade! O cérebro passa a funcionar fora de seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada. Por essa razão esse terceiro grupo de drogas recebe o nome de Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central. Resumindo, então, as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem em nosso cérebro: 1 Depressores da Atividade do SNC. 2 Estimulantes da Atividade do SNC. 3 Perturbadores da Atividade do SNC. 7 livreto_cebrid2010-paginas.indd 7 16/03/2010 13:04:44
  • 9. Essa é uma classificação feita por cientistas franceses e tem a grande vantagem de não compli- car as coisas, com a utilização de palavras difíceis, como geralmente acontece em medicina. Mas se alguém achar que palavras complicadas, de origem grega ou latina, tornam a coisa mais séria ou científica (o que é uma grande besteira!), a seguir estão algumas palavras sinônimas: 1 Depressores – também podem ser chamadas de psicolépticos. 2 Estimulantes – também recebem o nome de psicoanalépticos, noana­épticos, timolépti- l cos etc. 3 Perturbadores – também chamados de psicoticomiméticos, psicodélicos, alucinógenos, psicometamórficos etc. As principais drogas psicotrópicas, usadas de maneira abusiva, de acordo com a classificação mencionada aqui, estão relacionadas ao lado. 8 livreto_cebrid2010-paginas.indd 8 16/03/2010 13:04:44
  • 10. Depressores da Atividade do SNC  Álcool.  Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono): barbitúricos, alguns benzodiazepínicos.  Ansiolíticos (acalmam; inibem a ansiedade). As principais drogas pertencentes a essa classificação são os benzodiazepínicos. Ex.: diazepam, lorazepam etc.  Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência). Ex.: morfina, heroína, codeí- na, meperidina etc.  Inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores etc.). Estimulantes da Atividade do SNC  Anorexígenos (diminuem a fome). As principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas. Ex.: dietilpropriona, fenproporex etc.  Cocaína, crack ou merla. Perturbadores da Atividade do SNC De origem natural (reino vegetal e reino funghi)  Mescalina (do cacto mexicano).  THC (da maconha).  Psilocibina (de certos cogumelos).  Lírio (trombeteira, zabumba ou saia-branca). De origem sintética  LSD-25.  "Êxtase".  Anticolinérgicos (Artane®, Bentyl®). 9 livreto_cebrid2010-paginas.indd 9 16/03/2010 13:04:45
  • 12. DROGAS DEPRESSORAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 11 livreto_cebrid2010-paginas.indd 11 16/03/2010 13:04:45
  • 14. bebIDAS ALCOÓLICAS Álcool Etílico: Etanol Fermentados (vinho, cerveja) Destilados (pinga, whisky, vodka) Aspectos his­ ó­ i­ os t rc Registros arqueo­ó­ i­ os reve­am que os pri­ ei­ os indí­ ios sobre o con­ u­ o de ­ lcool pelo l gc l m r c s m á ser huma­ o datam de apro­ i­ a­ a­ en­ e 6000 a.C., sendo, por­ an­ o, um cos­ u­ e extre­ a­ en­ e n xm d m t t t t m m m t anti­ o e que tem per­ is­ i­ o por milha­ es de anos. A noção de ­ lcool como uma subs­ ân­ ia divi­ g s td r á t c na, por exem­ lo, pode ser encon­ ra­ a em inú­ e­ os exem­ los na mito­o­ ia, sendo tal­ ez um dos p t d m r p l g v fato­ es res­ on­ á­ eis pela manu­ en­ ão do hábi­ o de beber, ao longo do tempo. r p s v t ç t Inicialmente, as bebi­ as ­ inham con­ eú­ o alcoó­i­ o rela­ i­ a­ en­ e baixo, como, por exem­ lo, d t t d lc tv m t p o vinho e a cer­ e­a, já que depen­ iam exclu­ i­ a­ en­ e do pro­ es­ o de fer­ en­ a­ ão. Com o adven­ v j d sv m t c s m t ç to do pro­ es­ o de des­ i­a­ ão, intro­ u­ i­ o na Europa pelos ára­ es na Idade Média, sur­ i­ am novos c s tl ç d zd b gr tipos de bebi­ as alcoó­i­ as, que pas­ a­ am a ser uti­i­ a­ as em sua forma des­ i­a­ a. Nessa época, d lc s r lz d tl d esse tipo de bebi­ a pas­ ou a ser con­ i­ e­ a­ o um remé­ io para todas as doen­ as, pois “dis­ i­ a­ am d s sd r d d ç sp v as preo­ u­ a­ ões mais rapi­ a­ en­ e que o vinho e a cer­ e­a, além de pro­ u­ i­ em um alí­ io mais c p ç d m t v j d zr v efi­ ien­ e da dor”, sur­ in­ o, então, a pala­ ra uísque (do gáli­ o usque­ augh, que sig­ i­i­ a “água da c t g d v c b nfc vida”). A par­ ir da Revolução Industrial, regis­ rou-se gran­ e aumen­ o na ofer­ a desse tipo de bebi­ a, t t d t t d con­ ri­ uin­ o para um maior con­ u­ o e, con­ e­ uen­ e­ en­ e, geran­ o aumen­ o no núme­ o de t b d s m s q t m t d t r pes­ oas que pas­ a­ am a apre­ en­ ar algum tipo de pro­ le­ a decorrente do uso exces­ i­ o de ­ lcool. s s r s t b m sv á Aspectos ­ erais g Apesar do des­ o­ he­ i­ en­ o por parte da maio­ ia das pes­ oas, o ­ lcool tam­ ém é con­ i­ e­ c n cm t r s á b sd ra­ o uma droga psi­ o­ ró­ i­ a, pois atua no sis­ e­ a ner­ o­ o cen­ ral, pro­ o­ an­ o mudan­ a no d c t pc t m v s t v c d ç com­ or­ a­ en­ o de quem o con­ o­ e, além de ter poten­ ial para desen­ ol­ er depen­ ên­ ia. p t m t s m c v v d c O ­ lcool é uma das pou­ as dro­ as psi­ o­ ró­ i­ as que tem seu con­ u­ o admitido e até incen­ á c g c t pc s m ti­ a­ o pela socie­ a­ e. Esse é um dos moti­ os pelos quais ele é encara­ o de forma dife­ en­ ia­ a, v d d d v d r c d quan­ o com­ a­ a­ o com as ­ emais dro­ as. d p r d d g Apesar de sua ampla acei­ a­ ão ­ ocial, o con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as, quan­ o exces­ i­ o, t ç s s m d lc d sv passa a ser um pro­ le­ a. Além dos inú­ e­ os aci­ en­ es de trân­ i­ o e da vio­ên­ ia asso­ ia­ a a epi­ b m m r d t st l c c d só­ ios de embria­ uez, o con­ u­ o de ­ lcool a longo prazo, depen­ en­ o da dose, fre­ uên­ ia e cir­ d g s m á d d q c 13 livreto_cebrid2010-paginas.indd 13 16/03/2010 13:04:46
  • 15. cuns­ân­ ias, pode pro­ o­ ar um qua­ ro de depen­ ên­ ia conhe­ i­ o como alcoo­is­ o. Dessa forma, t c v c d d c cd l m o con­ u­ o ina­ e­ ua­ o do ­ lcool é um impor­ an­ e pro­ le­ a de saúde públi­ a, espe­ ial­ en­ e nas s m d q d á t t b m c c m t socie­ a­ es oci­ en­ ais, acar­ e­ an­ o altos cus­ os para a socie­ a­ e e envol­ en­ o ques­ ões médi­ as, d d d t r t d t d d v d t c psi­ o­ó­ i­ as, pro­is­ io­ ais e fami­ia­ es. c l gc f s n l r Efeitos agu­ os d A inges­ ão de ­ lcool pro­ o­ a diver­ os efei­ os, que apa­ e­ em em duas fases dis­ in­ as: uma t á v c s t r c t t esti­ u­an­ e e outra depres­ o­ a. m l t s r Nos pri­ ei­ os momen­ os após a inges­ ão de ­ lcool, podem apa­ e­ er os efei­ m r t t á r c tos esti­ u­an­ es, como eufo­ ia, desi­ i­ i­ ão e loqua­ i­ a­ e (maior faci­i­ a­ e m l t r nbç cd d ld d para falar). Com o pas­ ar do tempo, come­ am a surgir os efei­ os depres­ o­ es, como s ç t s r falta de coor­ e­ a­ ão moto­ a, des­ on­ ro­e e sono. Quando o con­ u­ o é muito exa­ e­ a­ o, d n ç r c t l s m g r d o efei­ o depres­ or fica exa­ er­ a­ o, poden­ o até mesmo pro­ o­ ar o esta­ o de coma. t s c b d d v c d Os efei­ os do ­ lcool ­ ariam de inten­ i­ a­ e de acor­ o com as carac­ e­ ís­ i­ t á v sd d d t r t cas pes­ oais. Por exem­ lo, uma pes­ oa acos­ u­ a­ a a con­ u­ ir bebi­ as alcoó­i­ s p s t m d s m d l cas sen­ i­ á os efei­ os do ­ lcool com menor inten­ i­ a­ e, quan­ o com­ a­ a­ a com outra tr t á sd d d p r d que não está acos­ u­ a­ a a beber. Um outro exem­ lo está rela­ io­ a­ o à estru­ u­ a físi­ a: t m d p c n d t r c a pes­ oa com estru­ u­ a físi­ a de gran­ e porte terá maior resis­ ên­ ia aos efei­ os do ­ lcool. s t r c d t c t á O con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as tam­ ém pode desen­ a­ ear ­ lguns efei­os desa­ ra­ á­ eis, como s m d lc b cd a t g dv enru­ es­ i­ en­o da face, dor de cabe­ a e mal estar geral. Esses efei­os são mais inten­ os para algu­ as b cm t ç t s m pes­ oas cujo orga­ is­ o tem difi­ ul­ a­ e de meta­ o­i­ ar o ­ lcool. Os orien­ais, em geral, têm maior s n m c dd b lz á t pro­ a­ i­i­ a­ e de sen­ir esses efei­os. b bld d t t Álcool e trân­ i­ o st A inges­ ão de ­ lcool, mesmo em peque­ as quan­ i­ a­ es, dimi­ ui a coor­ e­ a­ ão moto­ a e os t á n td d n d n ç r refle­ os, com­ ro­ e­ en­ o a capa­ i­ a­ e de diri­ ir veí­ u­os ou ope­ ar ­ utras máqui­ as. Pesquisas x p m t d cd d g c l r o n reve­am que gran­ e parte dos aci­ en­ es é pro­ o­ a­ a por moto­ is­ as que ­ aviam bebi­ o antes de l d d t v c d r t h d diri­ ir. Nesse sentido, o Código de Trânsito Brasileiro de 1997 foi alterado pela Lei no 11.705, g de 19 de junho de 2008, conhecida como "Lei Seca". Pela nova legislação, é proibido dirigir após o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas. A Lei prevê penas para os motoristas infratores de suspensão temporária da Carteira de Habilitação, apreensão do veículo e prisão para os motoristas que apresentem concentração de álcool no sangue superior a 0,6g por litro de sangue. Alcoolismo Como já cita­ o neste texto, a pes­ oa que con­ o­ e bebi­ as alcoó­i­ as de forma exces­ i­ a, d s s m d lc sv ao longo do tempo, pode desen­ ol­ er depen­ ên­ ia, con­ i­ ão conhe­ i­ a como alcoo­is­ o. Os v v d c dç cd l m fato­ es que podem levar ao alcoo­is­ o são varia­ os, envol­ en­ o aspec­ os de ori­ em bio­ó­ i­ a, r l m d v d t g l gc psi­ o­ó­ i­ a e socio­ ul­ u­ al. A depen­ ên­ ia do ­ lcool é con­ i­ ão fre­ uen­ e, atin­ in­ o cerca de c l gc c t r d c á dç q t g d 10% da popu­a­ ão adul­ a bra­ i­ei­ a. l ç t sl r A tran­ i­ ão do beber mode­ a­ o ao beber pro­ le­ á­ i­ o ocor­ e de forma lenta, tendo uma sç r d b m tc r 14 livreto_cebrid2010-paginas.indd 14 16/03/2010 13:04:46
  • 16. inter­a­ e que, em geral, leva ­ ários anos. Alguns ­ inais da depen­ ên­ ia do ­ lcool são: desen­ ol­ f c v s d c á v vi­ en­ o da tole­ ân­ ia, ou seja, a neces­ i­ a­ e de beber maio­ es quan­ i­ a­ es de ­ lcool para obter m t r c sd d r td d á os mes­ os efei­ os; aumen­ o da impor­ ân­ ia do ­ lcool na vida da pes­ oa; per­ ep­ ão do “gran­ e m t t t c á s c ç d dese­o” de beber e da falta de con­ ro­e em rela­ ão a quan­ o parar; sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia (apa­ j t l ç d d m tn c re­ i­ en­ o de sin­ o­ as desa­ ra­ á­ eis após ter fica­ o algu­ as horas sem beber) e aumen­ o da cm t t m g d v d m t inges­ ão de ­ lcool para ali­ iar essa sín­ ro­ e. t á v d m A sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia do ­ lcool é um qua­ ro que apa­ e­ e pela redu­ ão ou para­ a brus­ a d m tn c á d r c ç d c da inges­ ão de bebi­ as alcoó­i­ as, após um perío­ o de con­ u­ o crô­ i­ o. A sín­ ro­ e tem iní­ io 6 t d lc d s m nc d m c a 8 horas após a para­ a da inges­ ão de ­ lcool, sendo carac­ e­ i­ a­ a por tre­ or das mãos, acom­ a­ d t á t rz d m p nha­ o de dis­ úr­ ios gas­ rin­ es­ i­ ais, dis­ úr­ ios do sono e esta­ o de inquie­ a­ ão geral (abs­ i­ ên­ ia d t b t t tn t b d t ç tn c leve). Cerca de 5% dos que ­ ntram em abs­ i­ ên­ ia leve evo­uem para a sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia e tn c l d m tn c grave ou deli­ ium tre­ ens que, além da acen­ ua­ ão dos ­ inais e sin­ o­ as anteriormente refe­ i­ os, r m t ç s t m rd se carac­ e­ i­ a por tre­ o­ es gene­ a­i­ a­ os, agi­ a­ ão inten­ a e deso­ ien­ a­ ão no tempo e no espa­ o. t rz m r r lz d t ç s r t ç ç Efeitos sobre outras partes do corpo Os indi­ í­ uos depen­ en­ es do ­ lcool podem desen­ ol­ er ­ árias doen­ as. As mais fre­ uen­ vd d t á v v v ç q tes são as relacionadas ao fíga­ o (estea­ o­ e hepá­ i­ a, hepa­ i­ e alcoó­i­ a e cir­ o­ e). Também são d t s tc tt lc r s fre­ uen­ es pro­ le­ as do apa­ e­ho diges­ i­ o (gas­ ri­ e, sín­ ro­ e de má absor­ ão e pan­ rea­ i­ e) e q t b m r l tv t t d m ç c tt do sis­ e­ a car­ io­ as­ u­ar (hiper­ en­ ão e pro­ le­ as cardíacos). Há, ainda, casos de poli­ eu­ i­ e t m d v c l t s b m n rt alcoó­i­ a, carac­ e­ i­ a­ a por dor, for­ i­ a­ en­ o e cãi­ ras nos mem­ ros infe­ io­ es. lc t rz d mg m t b b r r Durante a gra­ i­ ez vd O con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as duran­ e a ges­ a­ ão pode tra­ er con­ e­ uên­ ias para o s m d lc t t ç z s q c recém-nas­ i­ o, e, quan­ o maior o con­ u­ o, maior o risco de pre­u­ i­ ar o feto. Dessa forma, é cd t s m j dc reco­ en­ á­ el que toda ges­ an­ e evite o con­ u­ o de bebi­ as alcoó­i­ as, não só ao longo da ges­ m d v t t s m d lc ta­ ão, como tam­ ém duran­ e todo o perío­ o de ama­ en­ a­ ão, pois o ­ lcool pode pas­ ar para o ç b t d m t ç á s bebê atra­ és do leite mater­ o. v n Cerca de um terço dos bebês de mães depen­ en­ es do ­ lcool, que fize­ am uso exces­ i­ o dessa d t á r sv droga duran­ e a gra­ i­ ez, é afe­ a­ o pela “sín­ ro­ e fetal pelo ­ lcool”. Os recém-nas­ i­ os apre­ en­ t vd t d d m á cd s tam ­ inais de irri­ a­ ão, mamam e dor­ em pouco, além de apre­ en­ a­ em tre­ o­ es (sin­ o­ as que s t ç m s t r m r t m lem­ ram a sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia). As crian­ as gra­ e­ en­ e afe­ a­ as, e que con­ e­ uem sobre­ i­ b d m tn c ç v m t t d s g v ver aos pri­ ei­ os momen­ os de vida, podem apre­ en­ ar pro­ le­ as físi­ os e men­ ais que ­ ariam m r t s t b m c t v de inten­ i­ a­ e de acor­ o com a gra­ i­ a­ e do caso. sd d d vd d 15 livreto_cebrid2010-paginas.indd 15 16/03/2010 13:04:46
  • 17. solventes ou inalantes Cola de sapateiro, Esmalte, Lança-perfume e Acetona Definição A pala­ ra sol­ en­ e sig­ i­i­ a subs­ ân­ ia capaz de dis­ ol­ er coi­ as, e ina­an­ e é toda subs­ ân­ v v t nfc t c s v s l t t cia que pode ser ina­a­ a, isto é, intro­ u­ i­ a no orga­ is­ o atra­ és da aspi­ a­ ão pelo nariz ou l d d zd n m v r ç pela boca. Em geral, todo sol­ en­ e é uma subs­ ân­ ia alta­ en­ e volá­ il, ou seja, eva­ o­ a-se muito v t t c m t t p r facil­ en­ e, por esse motivo pode ser facil­ en­ e ina­a­ o. Outra carac­ e­ ís­ i­ a dos sol­ en­ es ou m t m t l d t r tc v t ina­an­ es é que mui­ os deles (mas não todos) são infla­ á­ eis, quer dizer, pegam fogo facil­ en­ e. l t t m v m t Um núme­ o enor­ e de pro­ u­ os comer­ iais, como esmal­ es, colas, tin­ as, tíneres, pro­ e­en­ r m d t c t t p l tes, gaso­i­ a, remo­ e­ o­ es, ver­ i­ es etc., con­ ém esses sol­ en­ es. Eles podem ser aspi­ a­ os tanto ln v d r nz t v t r d invo­un­ á­ ia (por exem­ lo, tra­ a­ha­ o­ es de indús­ rias de sapa­ os ou de ofi­ i­ as de pin­ u­ a, o dia l t r p b l d r t t cn t r intei­ o expos­ os ao ar con­ a­ i­ a­ o por essas subs­ ân­ ias) quanto volun­ a­ ia­ en­ e (por exem­ lo, r t t mn d t c t r m t p a crian­ a de rua que chei­ a cola de sapa­ ei­ o, o meni­ o que chei­ a em casa ace­ o­ a ou esmal­ e, ç r t r n r t n t ou o estu­ an­ e que chei­ a o cor­ e­ i­ o Carbex® etc.). d t r r tv Todos esses sol­ en­ es ou ina­an­ es são subs­ ân­ ias per­ en­ en­ es a um grupo quí­ i­ o cha­ a­ o v t l t t c t c t mc m d de hidro­ ar­ o­ e­ os, como o tolue­ o, xilol, n-hexa­ o, ace­ a­ o de etila, tri­ lo­ oe­ i­e­ o etc. Para c b n t n n t t c r tl n exem­ li­i­ ar, eis a com­ o­ i­ ão de algu­ as colas de sapa­ ei­ o ven­ i­ as no Brasil: Cascola® – mis­ p fc p sç m t r dd tu­ a de tolue­ o + n-hexa­ o®; Patex Extra® – mis­ u­ a de tolue­ o com ace­ a­ o de etila e aguar­ ás r n n t r n t t r mine­ al; Brascoplast r ® – tolue­ o com ace­ a­ o de etila e sol­ en­ e para bor­ a­ ha. Em 1991, uma n t t v t r c fábri­ a de cola do inte­ ior do Estado de São Paulo fez ampla cam­ a­ ha publi­ i­ á­ ia afir­ an­ o c r p n ct r m d que final­ en­ e havia fabri­ a­ o uma cola de sapa­ ei­ o “que não era tóxi­ a e não pro­ u­ ia vício”, m t c d t r c d z por­ ue não con­ i­ ha tolue­ o. Essa indústria teve um comportamento reprovável, além de cri- q tn n minoso, já que o produto anunciado ainda continha o solvente n-hexano, sabidamente bastante tóxico. Um pro­ u­o muito conhe­ i­ o no Brasil é o “cheiri­ ho” ou “loló”, tam­ ém co­ he­ i­ o como d t cd n b n cd “chei­ i­ ho da loló”. Trata-se de um pre­ a­ a­ o clan­ es­i­ o (isto é, fabri­ a­ o não por um esta­ e­ rn p r d d tn c d b le­ i­ en­o legal, mas, sim, por pes­ oas do sub­ un­ o), à base de clo­ o­ór­ io mais éter, uti­i­ a­ o cm t s m d r f m lz d d c t somente para fins de abuso. Mas já se sabe que, quan­ o esses “fabri­ an­es” não encon­ram uma t daque­as duas subs­ân­ ias, eles mis­u­ am qual­ uer outra coisa em subs­i­ui­ ão. Assim, em rela­ ão l t c t r q tt ç ç ao “chei­ i­ ho da loló” não se conhece bem sua com­ o­ i­ ão, o que com­ li­ a quan­ o se tem casos rn p sç p c d de into­ i­ a­ ão aguda por essa mis­u­ a. Ainda, é impor­an­e cha­ ar a aten­ ão para o lança-per­u­ e. xc ç t r t t m ç f m 16 livreto_cebrid2010-paginas.indd 16 16/03/2010 13:04:47
  • 18. Esse nome desig­ a ini­ ial­ en­e aque­e líqui­ o que vem em tubos e que se usa no Car­ a­ al. À base n c m t l d n v de clo­ e­o de etila ou clo­ e­i­a, é proi­ i­ a sua fabri­ a­ ão no Brasil e só apa­ e­ e nas oca­ iões de Car­ rt r tl bd c ç rc s na­ al, con­ra­ an­ ea­ a de ­ utros paí­ es sul-ame­ i­ a­ os. Mas cada vez mais o nome lança-per­u­ e v t b d d o s rc n f m é tam­ ém uti­i­ a­ o para desig­ ar o “chei­ i­ ho da loló” (os meni­ os de rua de ­ árias capi­ais bra­ i­ b lz d n rn n v t s lei­ as já usam estes dois nomes – chei­ i­ ho e lança – para desig­ ar a mis­u­ a de clo­ o­ór­ io e éter). r rn n t r r f m Efeitos no cére­ ro b O iní­ io dos efei­ os, após a aspi­ a­ ão, é bas­ an­ e rápi­ o – de segun­ os a minu­ os no máxi­ o c t r ç t t d d t m – e em 15 a 40 minu­ os já desa­ a­ e­ em; assim, o usuá­ io repe­ e as aspi­ a­ ões ­ árias vezes para t p r c r t r ç v que as sen­ a­ ões durem mais tempo. s ç Os efei­ os dos sol­ en­ es vão desde uma esti­ u­a­ ão ini­ ial até depres­ ão, poden­ o tam­ ém t v t m l ç c s d b surgir pro­ es­ os alu­ i­ a­ ó­ ios. Vários auto­ es dizem que os efei­ os dos sol­ en­ es (quais­ uer que c s cn t r r t v t q sejam) lem­ ram os do ­ lcool, entre­ an­ o este não pro­ uz alu­ i­ a­ ões, fato bem des­ ri­ o para os b á t t d cn ç c t sol­ en­ es. Entre os efei­ os, o pre­ o­ i­ an­ e é a depres­ ão, principalmente a do fun­ io­ a­ en­ o v t t d mn t s c n m t cere­ ral. De acor­ o com o apa­ e­ i­ en­ o desses efei­ os, após ina­a­ ão de sol­ en­ es, foram divi­ i­ b d r cm t t l ç v t d dos em qua­ ro fases: t  Primeira fase: a cha­ a­ a fase de exci­ a­ ão, que é a dese­a­ a, pois a pes­ oa fica eufó­ i­ a, m d t ç j d s rc apa­ en­ e­ en­ e exci­ a­ a, sentindo ton­ u­ as e tendo per­ ur­ a­ ões audi­ i­ as e ­ isuais. Mas r t m t t d t r t b ç tv v podem tam­ ém apa­ e­ er náu­ eas, espir­ os, tosse, muita sali­ a­ ão e as faces podem ficar b r c s r v ç aver­ e­ha­ as. m l d  Segunda fase: a depres­ ão do cére­ ro come­ a a pre­ o­ i­ ar, ficando a pes­ oa confusa, deso­ s b ç d mn s rien­ a­ a, com a voz meio pas­ o­ a, visão emba­ a­ a, perda do auto­ on­ ro­e, dor de cabe­ a, t d t s ç d c t l ç pali­ ez; ela come­ a a ver ou a ouvir coi­ as. d ç s  Terceira fase: a depres­ ão apro­ un­ a-se com redu­ ão acen­ ua­ a do estado de aler­a, incoor­ s f d ç t d t de­ a­ ão ocu­ar (a pes­ oa não con­ e­ ue mais fixar os olhos nos obje­ os), incoor­ e­ a­ ão moto­ n ç l s s g t d n ç ra com mar­ ha vaci­an­ e, fala “engro­a­ a”, refle­ os depri­ i­ os, podendo ocor­ er pro­ es­ os c l t l d x md r c s alu­ i­ a­ ó­ ios evi­ en­ es. cn t r d t  Quarta fase: depres­ ão tar­ ia, que pode che­ ar à incons­ iên­ ia, queda da pres­ ão, ­ onhos s d g c c s s estra­ hos, poden­ o ainda a pes­ oa apre­ en­ar sur­os de con­ ul­ ões (“ata­ ues”). Essa fase ocor­ e n d s s t t v s q r com fre­ uên­ ia entre aque­es chei­ a­ o­ es que usam saco plás­i­ o e, após um certo tempo, já não q c l r d r tc con­ e­ uem afas­á-lo do nariz e, assim, a into­ i­ a­ ão torna-se muito peri­ o­ a, poden­ o mesmo s g t xc ç g s d levar ao coma e à morte. Finalmente, sabe-se que a aspi­ a­ ão repe­ i­ a, crô­ i­ a, dos sol­ en­ es pode levar à des­ rui­ ão r ç td nc v t t ç de neu­ ô­ ios (célu­as cere­ rais), cau­ an­ o ­esões irre­ er­ í­ eis no cére­ ro. Além disso, pes­ oas r n l b s d l v sv b s que usam sol­ en­ es cro­ i­ a­ en­ e apre­ en­ am-se apá­ i­ as, têm difi­ ul­ a­ e de con­ en­ ra­ ão e v t nc m t s t tc c d d c t ç défi­ it de memó­ ia. c r 17 livreto_cebrid2010-paginas.indd 17 16/03/2010 13:04:47
  • 19. Efeitos sobre outras partes do corpo Os sol­ en­ es pra­ i­ a­ en­ e não agridem ­ utros ­ rgãos, a não ser o cére­ ro. Entretanto, exis­ e v t tc m t o ó b t um fenô­ e­ o pro­ u­ i­ o pelos sol­ en­ es que pode ser muito peri­ o­ o. Estes tor­ am o cora­ ão m n d zd v t g s n ç huma­ o mais sen­ í­ el a uma subs­ ân­ ia que o nosso corpo fabri­ a, a adre­ a­i­ a, que faz o núme­ n sv t c c n ln ro de bati­ en­ os car­ ía­ os aumen­ ar. Essa adre­ a­i­ a é libe­ a­ a toda vez que temos de exer­ er m t d c t n ln r d c um esfor­ o extra, como, por exem­ lo, cor­ er, pra­ i­ ar cer­ os espor­ es etc. Assim, se uma pes­ oa ç p r tc t t s inala um sol­ en­ e e logo ­ epois faz esfor­ o físi­ o, seu cora­ ão pode ­ ofrer, pois ele está muito v t d ç c ç s sen­ í­ el à adre­ a­i­ a libe­ a­ a por causa do esfor­ o. A lite­ a­ u­ a médi­ a já cita ­ ários casos de sv n ln r d ç r t r c v morte por arrit­ ia car­ ía­ a (bati­ as irre­ u­a­ es do cora­ ão), prin­ i­ al­ en­ e de ado­es­ en­ es. m d c d g l r ç cp m t l c t Efeitos tóxi­ os c Os sol­ en­ es quan­ o ina­a­ os cro­ i­ a­ en­ e podem levar a ­esões da medu­a óssea, dos rins, v t d l d nc m t l l do fíga­ o e dos ner­ os peri­é­ i­ os que con­ ro­am os mús­ u­os. Por exem­ lo, veri­i­ ou-se, em d v f rc t l c l p fc o ­ utros paí­ es, que em fábri­ as de sapa­ os ou ofi­ i­ as de pin­ u­ a os ope­ á­ ios, com o tempo, aca­ s c t cn t r r r ba­ am por apre­ en­ ar doen­ as ­ enais e hepá­ i­ as. Em decorrência disso, nesses paí­ es passou v s t ç r tc s a vigorar uma rigo­ o­ a legis­a­ ão sobre as con­ i­ ões de ven­ i­a­ ão des­ as fábri­ as, e o Brasil r s l ç dç tl ç s c tam­ ém tem leis a res­ ei­ o. Em ­ lguns casos, prin­ i­ al­ en­ e quan­ o exis­ e no sol­ en­ e uma b p t a cp m t d t v t impu­ e­ a, o ben­ e­ o, mesmo em peque­ as quan­ i­ a­ es, pode levar à dimi­ ui­ ão de pro­ u­ ão r z z n n td d n ç d ç de gló­ u­os bran­ os e ver­ e­hos pelo orga­ is­ o. b l c m l n m Um dos sol­ en­ es bas­ an­ e usados nas nos­ as colas é o n-hexa­ o. Essa subs­ ân­ v t t t s n t cia é muito tóxi­ a para os ner­ os peri­é­ i­ os, pro­ u­ in­ o dege­ e­ a­ ão pro­ res­ i­ a, c v f rc d z d n r ç g sv a ponto de cau­ ar trans­or­ os no mar­ har (as pes­ oas aca­ am andan­ o com difi­ ul­ a­ e, o cha­ a­ o s t n c s b d c d d m d “andar de pato”), poden­ o até che­ ar à para­i­ ia. Há casos de usuá­ ios crô­ i­ os que, após ­ lguns d g ls r nc a anos, só ­ odiam se loco­ o­ er em cadei­ a de rodas. p m v r Aspectos ­ erais g A depen­ ên­ ia entre aque­es que abu­ am cro­ i­ a­ en­ e de sol­ en­ es é comum, sendo os d c l s nc m t v t com­ o­ en­ es psí­ ui­ os da depen­ ên­ ia os mais evi­ en­ es, tais como dese­o de usar a substância, p n t q c d c d t j perda de ­ utros inte­ es­ es que não seja o sol­ en­ e. A sín­ ro­ e de abs­ i­ ên­ ia, embo­ a de pouca o r s v t d m tn c r inten­ i­ a­ e, está pre­ en­ e na inter­ up­ ão abrup­ a do uso des­ as dro­ as, sendo comum ansie­ a­ e, sd d s t r ç t s g d d agi­ a­ ão, tre­ o­ es, cãibras nas per­ as e insô­ ia. t ç m r n n Pode surgir tole­ ân­ ia à substância, embo­ a não tão dra­ á­ i­ a em relação a ­ utras dro­ as r c r m tc o g (como as anfe­ a­ i­ as, que os depen­ en­ es pas­ am a tomar doses 50-70 vezes maio­ es que as t mn d t s r ini­ iais). Dependendo da pes­ oa e do sol­ en­ e, a tole­ ân­ ia ins­ a­a-se ao fim de um a dois meses. c s v t r c t l Os sol­ en­es são as dro­ as mais usa­ as entre os meni­ os(as) de rua e entre os estu­ v t g d n dan­es da rede públi­ a de ensi­ o, quan­ o se ­ xcluem da aná­i­ e o ­ lcool e o taba­ o. t c n d e ls á c 18 livreto_cebrid2010-paginas.indd 18 16/03/2010 13:04:47
  • 20. TRANQUILIZANTES OU ANSIOLÍTICOS Benzodiazepínicos Definição Existem medi­ a­ en­ os que têm a pro­ rie­ a­ e de atuar quase exclu­ i­ a­ en­ e sobre a ansie­ c m t p d d sv m t da­ e e a ten­ ão. Essas dro­ as já foram cha­ a­ as de tran­ ui­i­ an­ es, por tran­ ui­i­ ar a pes­ oa d s g m d q lz t q lz s estres­ a­ a, tensa e ansio­ a. Atualmente, pre­e­ e-se desig­ ar esses tipos de medi­ a­ en­ os pelo s d s f r n c m t nome de ansio­í­ i­ os, ou seja, que “des­ roem” a ansie­ a­ e. De fato, esse é o prin­ i­ al efei­ o ltc t d d cp t tera­ êu­ i­ o des­ es medi­ a­ en­ os: dimi­ uir ou abo­ir a ansie­ a­ e das pes­ oas, sem afe­ ar em p tc s c m t n l d d s t dema­ ia as fun­ ões psí­ ui­ as e moto­ as. s ç q c r Antigamente, o prin­ i­ al agen­ e ansio­í­ i­ o era uma droga cha­ a­ a mepro­ a­ a­ o, que pra­ cp t ltc m d b m t ti­ a­ en­ e desa­ a­ e­ eu das far­ á­ ias com a des­ o­ er­ a de um impor­ an­ e grupo de subs­ ân­ ias: c m t p r c m c c b t t t t c os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. De fato, esses medi­ a­ en­ os estão entre os mais uti­i­ a­ os no mundo z d z pnc c m t lz d todo, inclu­ i­ e no Brasil. Para se ter ideia, atual­ en­ e existem mais de cem remé­ ios em nosso sv m t d país à base des­ es ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. Estes têm nomes quí­ i­ os que ter­ i­ am geral­ en­ e pelo s z d z pnc mc mn m t sufi­ o am. Assim, é rela­ i­ a­ en­ e fácil a pes­ oa, quan­ o toma um remé­ io para acal­ ar-se, saber x tv m t s d d m o que real­ en­ e está toman­ o: tendo na fór­ u­a uma pala­ ra ter­ i­ ada em am, é um ben­ o­ ia­ m t d m l v mn z d ze­ í­ i­ o. Exemplos: dia­ e­ am, bro­ a­ e­ am, clo­ a­ am, clo­ a­ e­ am, esta­ o­am, flu­ a­ e­ am, pnc z p m z p b z r z p z l r z p flu­ i­ ra­ e­ am, lora­ e­ am, nitra­ e­ am etc. Uma das exce­ ões é a subs­ ân­ ia cha­ a­ a clordia- nt z p z p z p ç t c m d zepóxido, que tam­ ém é um ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ o. Por outro lado, essas subs­ ân­ ias são comer­ ia­i­ b z d z pnc t c c l za­ as pelos labo­ a­ ó­ ios far­ a­ êu­ i­ os com dife­ en­ es nomes “fan­ a­ ia”, exis­ in­ o assim deze­ as d r t r m c tc r t t s t d n de remé­ ios com nomes dife­ en­ es: Valium d r t ®, Calmociteno®, Dienpax®, Psicosedin®, Frontal®, Frisium®, Kiatrium®, Lexotan®, Lorax®, Urbanil®, Somalium® etc, são ape­ as ­ lguns dos nomes. n a Efeitos no cére­ ro b Todos os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são capa­ es de esti­ u­ar os meca­ is­ os do cére­ ro que nor­ al­ z d z pnc z m l n m b m men­ e com­ a­ em esta­ os de ten­ ão e ansie­ a­ e. Assim, quan­ o, devi­ o às ten­ ões do dia-a-dia t b t d s d d d d s ou por cau­ as mais ­ érias, deter­ i­ a­ as áreas do cére­ ro fun­ io­ am exa­ e­ a­ a­ en­ e, resul­ an­ s s mn d b c n g r d m t t do em esta­ o de ansie­ a­ e, os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os exer­ em um efei­ o con­ rá­ io, isto é, ini­ em os d d d z d z pnc c t t r b meca­ is­ os que esta­ am hiper­un­ io­ an­ es, e a pes­ oa fica mais tran­ ui­a, como que des­i­ a­ a n m v f c n t s q l lg d do meio ambien­ e e dos estí­ u­os exter­ os. t m l n Como con­ e­ uên­ ia dessa ação, os ansio­í­ i­ os pro­ u­ em uma depres­ s q c ltc d z 19 livreto_cebrid2010-paginas.indd 19 16/03/2010 13:04:48
  • 21. são da ati­ i­ a­ e do nosso cére­ ro que se carac­ e­ i­ a por: 1. dimi­ ui­ ão de ansie­ a­ e; vd d b t rz n ç d d 2. indu­ ão de sono; 3. rela­ a­ en­ o mus­ u­ar; 4. redu­ ão do esta­ o de aler­ a. ç x m t c l ç d t É impor­ an­ e notar que esses efei­ os dos ansio­í­ i­ os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são gran­ e­ en­ e ali­ t t t ltc z d z pnc d m t men­ a­ os pelo ­ lcool, e a mis­ u­ a ­ o álcool com essas dro­ as pode levar ao esta­ o de coma. Além t d á t r d g d des­ es efei­ os prin­ i­ ais, os ansio­í­ i­ os difi­ ul­ am os pro­ es­ os de apren­ i­ a­ em e memó­ ia, o s t cp ltc c t c s dz g r que é, evi­ en­ e­ en­ e, bas­ an­ e pre­u­ i­ ial para aqueles que habi­ ual­ en­ e se uti­i­ am des­ as d t m t t t j dc t m t lz s dro­ as. g Finalmente, é impor­ an­ e ainda lem­ rar que essas substâncias tam­ ém pre­u­ i­ am em parte t t b b j dc as fun­ ões psi­ o­ o­ o­ as, pre­u­ i­ an­ o ati­ i­ a­ es como diri­ ir auto­ ó­ eis, aumen­ an­ o a pro­ ç c m t r j dc d vd d g m v t d ba­ i­i­ a­ e de aci­ en­ es. bld d d t Efeitos sobre outras partes do corpo Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são dro­ as muito espe­ í­i­ as em seu modo de agir, pois têm pre­ i­e­ ão z d z pnc g cfc dl ç quase exclu­ i­ a pelo cére­ ro. Dessa manei­ a, nas doses tera­ êu­ i­ as não pro­ u­ em efei­ os dig­ os sv b r p tc d z t n de nota sobre os outros ­ rgãos. ó Efeitos tóxi­ os c Do ponto de vista orgâ­ i­ o ou físi­ o, os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são dro­ as bas­ an­ e segu­ as, nc c z d z pnc g t t r pois são neces­ á­ ias gran­ es doses (20 a 40 vezes mais altas que as habi­ uais) para tra­ er efei­ os s r d t z t mais gra­ es: a pes­ oa fica com hipo­ o­ ia mus­ u­ar (“mole”), gran­ e difi­ ul­ a­ e para ficar em v s t n c l d c d d pé e andar, baixa pres­ ão sanguínea e suscetibilidade a des­ aios. Mas, mesmo assim, a pes­ oa s m s difi­ il­ en­ e chega a ­ ntrar em coma e mor­ er. Entretanto, a situa­ ão muda muito de figu­ a se c m t e r ç r o indivíduo, além de ter toma­ o o ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ o, tam­ ém inge­ iu bebi­ a alcoó­i­ a. Nesses d z d z pnc b r d lc casos, a into­ i­ a­ ão torna-se séria, pois há gran­ e dimi­ ui­ ão da ati­ i­ a­ e cerebral, poden­ o xc ç d n ç vd d d levar ao esta­ o de coma. d Outro aspec­o impor­an­e quan­o aos efei­os tóxi­ os refe­ e-se ao uso des­ as subs­ân­ ias por t t t t t c r s t c mulhe­ es grá­ i­ as. Suspeita-se que essas dro­ as ­enham um poder tera­o­ ê­ i­ o razoá­ el, isto é, r vd g t t g nc v podem pro­ u­ ir ­esões ou defei­os físi­ os na crian­ a por nas­ er. d z l t c ç c Aspectos ­ erais g Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os, quan­ o usa­ os durante alguns meses segui­ os, podem levar as pes­ oas z d z pnc d d d s a um esta­ o de depen­ ên­ ia. Como con­ e­ uên­ ia, sem a droga o depen­ en­ e passa a sen­ ir muita d d c s q c d t t irri­ a­ i­i­ a­ e, insô­ ia exces­ i­ a, sudo­ a­ ão, dor pelo corpo todo, poden­ o, em casos extre­ os, t bld d n sv r ç d m apre­ en­ ar con­ ul­ ões. Se a dose toma­ a já é gran­ e desde o iní­ io, a depen­ ên­ ia ocor­ e mais s t v s d d c d c r rapi­ a­ en­ e ainda. Há tam­ ém desen­ ol­ i­ en­ o de tole­ ân­ ia, embo­ a esta não seja muito acen­ d m t b v vm t r c r tua­ a, isto é, a pessoa fica acostumada à droga e precisa aumentar a dose para obter o efeito inicial. d Situação no Brasil Como já foi rela­ a­ o, exis­ em mui­ as deze­ as de remé­ ios no Brasil à base de ansio­í­ i­ os t d t t n d ltc ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os. Até recen­ e­ en­ e, era comum os médi­ os, cha­ a­ os de obe­ o­o­ is­ as (que z d z pnc t m t c m d s l g t tra­ am das pes­ oas obe­ as em busca de tratamento para emagrecer), colo­ a­ em nas recei­ as esses t s s c r t 20 livreto_cebrid2010-paginas.indd 20 16/03/2010 13:04:48
  • 22. ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os para atenuar o nervosismo pro­ u­ i­ o pelas dro­ as que tiram o ape­ i­ e (ver z d z pnc d zd g tt Capí­ u­o “Anfetaminas”). Atualmente, a legis­a­ ão não per­ i­ e essa mis­ u­ a. t l l ç mt t r Além disso, há um ver­ a­ ei­ o abuso por parte dos labo­ a­ ó­ ios nas indi­ a­ ões des­ es medi­ d d r r t r c ç s ca­ en­ os para todos os tipos de ansie­ a­ es, mesmo aque­as con­ i­ e­ a­ as nor­ ais, isto é, cau­ m t d d l sd r d m sa­ as pelas ten­ ões da vida coti­ ia­ a. Assim, cer­ as pro­ a­ an­ as mos­ ram uma ­ ulher com um d s d n t p g d t m largo sor­ i­ o, feliz, pois tomou certo remé­ io que cor­ i­ iu a ansie­ a­ e gera­ a pelos três bilhe­ es rs d rg d d d t rece­ i­ os: um do mari­ o, avi­ an­ o que che­ a­ á tarde para o jan­ ar; outro do filho, dizendo que bd d s d g r t che­ a­ á com o time de bas­ ue­ e para um lan­ he; e o ter­ ei­ o da empre­ a­ a, avisando que fal­ ou g r q t c c r g d t ao trabalho porque foi ao SUS. Ainda exis­ em exem­ los de indi­ a­ ão dos ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os para t p c ç z d z pnc as moças sor­ i­ em mais (pois a ten­ ão evita o riso), ou para evi­ a­ as rugas, que enve­he­ em (uma rr s t r l c vez que a ansie­ a­ e faz as pes­ oas fran­ i­ em a testa, crian­ o rugas). Não é, por­ an­ o, sur­ reen­ d d s zr d t t p den­ e que, em um levan­ a­ en­ o sobre o uso não médi­ o de dro­ as psi­ o­ ró­ i­ as por estu­ an­ es t t m t c g c t pc d t nas 27 capi­ ais bra­ i­ei­ as, em 2004, os ansio­í­ i­ os esti­ es­ em em quarto lugar na pre­e­ ên­ ia t sl r ltc v s f r c geral, sendo esse uso muito mais inten­ o entre meni­ as do que entre meni­ os. s n n Os ben­ o­ ia­ e­ í­ i­ os são con­ ro­a­ os pelo Ministério da Saúde, isto é, a far­ á­ ia pode z d z pnc t l d m c vendê-los somente median­ e recei­ a espe­ ial do médi­ o, que deve ser reti­ a para pos­ e­ ior con­ t t c c d t r tro­e, o que nem sem­ re acon­ e­ e. l p t c 21 livreto_cebrid2010-paginas.indd 21 16/03/2010 13:04:48
  • 23. CALMANTES E SEDATIVOS Barbitúricos Definição e his­ ó­ i­ o t rc Sedativo é o nome que se dá aos medi­ a­ en­ os capa­ es de dimi­ uir a ati­ i­ a­ e do cére­ ro, c m t z n vd d b prin­ i­ al­ en­ e quan­ o este está em esta­ o de exci­ a­ ão acima do nor­ al. O termo seda­ i­ o é cp m t d d t ç m tv sinô­ i­ o de cal­ an­ e ou sedan­ e. nm m t t Quando um seda­i­ o é capaz de dimi­ uir a dor, rece­ e o nome de anal­ é­ i­ o. Já quan­ o o tv n b g sc d seda­ i­ o é capaz de afas­ ar a insô­ ia, pro­ u­ in­ o o sono, é cha­ a­ o de hip­ ó­ i­ o ou soní­ e­ o. tv t n d z d m d n tc f r E quan­ o um cal­ an­ e tem o poder de atuar mais sobre esta­ os exa­ e­ a­ os de ansie­ a­ e, é deno­ d m t d g r d d d mi­ a­ o de ansio­í­ i­ o. Finalmente, exis­ em algu­ as des­ as dro­ as capa­ es de acal­ ar o cére­ ro n d ltc t m s g z m b hipe­ ex­ i­ a­ o dos epi­ép­ i­ os. São as dro­ as antie­ i­ép­ i­ as, capa­ es de pre­ e­ ir as con­ ul­ ões r ct d l tc g pl tc z v n v s des­ es doen­ es. s t Neste capí­u­o será abor­ a­ o um grupo de dro­ as – tipo seda­i­ os-hip­ ó­i­ os – que são cha­ a­ t l dd g tv n tc m das de bar­ i­ ú­ i­ os. Algumas delas tam­ ém são úteis como antie­ i­ép­i­ os. bt rc b pl tc Essas dro­ as foram des­ o­ er­ as no come­ o do sécu­o XX, e diz a his­ ó­ ia que o quí­ i­ o euro­ g c b t ç l t r mc peu que fez a sín­ e­ e de uma delas pela pri­ ei­ a vez – gran­ e des­ o­ er­ a – foi come­ o­ ar em um t s m r d c b t m r bar. E, lá, encan­ ou-se com uma gar­ o­ e­ e, linda moça que se cha­ a­ a Bárbara. Em um aces­ o de t ç n t m v s entu­ ias­ o, nosso cien­ is­ a resol­ eu dar ao com­ os­ o recém-des­ o­ er­ o o nome de bar­ i­ ú­ i­ o. s m t t v p t c b t bt rc Efeitos no cére­ ro b Os bar­ i­ ú­ i­ os são capa­ es de depri­ ir ­ árias áreas do cére­ ro; como con­ e­ uên­ ia, as bt rc z m v b s q c pes­ oas podem ficar mais sono­en­ as, sen­ in­ o-se menos ten­ as, com sen­ a­ ão de calma e rela­ s l t t d s s ç xa­ en­ o. As capa­ i­ a­ es de racio­ í­ io e de con­ en­ ra­ ão ficam tam­ ém afe­ a­ as. m t cd d cn c t ç b t d Com doses um pouco maio­ es que as reco­ en­ a­ as pelos médi­ os, a pes­ oa come­ a a sen­ ir- r m d d c s ç t se como que embria­ a­ a (sen­ a­ ão mais ou menos seme­han­ e à de tomar bebi­ as alcoó­i­ as em g d s ç l t d lc exces­ o): a fala fica “pas­ o­ a” e a pes­ oa pode sen­ ir-se com difi­ ul­ a­ e de andar direi­ o. s t s s t c d d t Os efei­ os ante­ ior­ en­ e des­ ri­ os dei­ am claro que quem usa esses bar­ i­ ú­ i­ os tem a aten­ t r m t c t x bt rc ção e as facul­ a­ es psi­ o­ o­ o­ as pre­u­ i­ a­ as; assim, fica peri­ o­ o ope­ ar máqui­ a, diri­ ir auto­ d d c m t r j dc d g s r n g mó­ el etc. v 22 livreto_cebrid2010-paginas.indd 22 16/03/2010 13:04:49
  • 24. Efeitos sobre outras partes do corpo Os bar­ i­ ú­ i­ os são quase exclu­ i­ a­ en­ e de ação cen­ ral (cere­ ral), isto é, não agem nos bt rc sv m t t b d ­ emais ­ rgãos. Assim, a res­ i­ a­ ão, o cora­ ão e a pres­ ão do san­ ue só são afe­ a­ os quan­ o o ó pr ç ç s g t d d bar­ i­ ú­ i­ o, em dose exces­ i­ a, age nas áreas do cére­ ro que coman­ am as fun­ ões des­ es ­ rgãos. bt rc sv b d ç s ó Efeitos tóxi­ os c Essas drogas são peri­ o­ as por­ ue a dose que come­ a a into­ i­ ar está pró­ i­ a da que pro­ uz g s q ç xc xm d os efei­ os tera­ êu­ i­ os dese­á­ eis. Com essas doses tóxi­ as, come­ am a sur­ ir ­ inais de incoor­ t p tc j v c ç g s de­ a­ ão moto­ a, um esta­ o de incons­ iên­ ia come­ a a tomar conta da pes­ oa, ela passa a ter n ç r d c c ç s c d d m t d difi­ ul­ a­ e para se movi­ en­ ar, o sono fica muito pesa­ o e, por fim, pode entrar em esta­ o de d coma. A pes­ oa não res­ on­ e a nada, a pres­ ão do san­ ue fica muito baixa e a res­ i­ a­ ão é tão s p d s g pr ç lenta que pode parar. A morte ocor­ e exa­ a­ en­ e por para­ a res­ i­ a­ ó­ ia. É muito impor­ an­ e r t m t d pr t r t t saber que esses efei­ os tóxi­ os ficam muito mais inten­ os se ela inge­ ir ­ lcool ou ­ utras dro­ as t c s r á o g tv xc ç r seda­ i­ as. Às vezes, into­ i­ a­ ão séria pode ocor­ er por esse moti­ o. v Outro aspec­ o impor­ an­ e quan­ o aos efei­ os tóxi­ os refe­ e-se ao uso des­ as t t t t t c r s subs­ân­ ias por mulheres grá­ i­ as. Essas dro­ as têm poten­ ial tera­o­ ê­ i­ o, além de pro­ o­ a­ em t c vd g c t g nc v c r – ­ inais de abs­i­ ên­ ia (como difi­ ul­ a­ es res­ i­ a­ó­ ias, irri­a­ i­i­ a­ e, dis­úr­ ios do sono e difi­ ul­ s tn c c d d pr t r t bld d t b c da­ e de ali­ en­a­ ão) em recém-nas­ i­ os de mães que fize­ am uso duran­e a gra­ i­ ez. d m t ç cd r t vd Aspectos ­ erais g Existem mui­as evi­ ên­ ias de que os bar­ i­ú­ i­ os levam as pes­ oas a um esta­ o de depen­ t d c bt rc s d dên­ ia; com o tempo, a dose tem tam­ ém de ser aumen­a­ a, ou seja, há desen­ ol­ i­ en­o de c b t d v vm t tole­ ân­ ia. Esses fenô­ e­ os se desen­ ol­ em com maior rapi­ ez quan­ o doses gran­ es são usa­ as r c m n v v d d d d c s d t bt rc desde o iní­ io. Quando a pes­ oa está depen­ en­e dos bar­ i­ú­ i­ os e deixa de tomá-los, passa a d m tn c n d t ç svd ter a sín­ ro­ e de abs­i­ ên­ ia, cujos sintomas vão desde insô­ ia rebel­ e, irri­a­ ão, agres­ i­ i­ a­ de, delí­ ios, ansie­ a­ e, angús­ia, até con­ ul­ ões gene­ a­i­ a­ as. A sín­ ro­ e de abs­i­ ên­ ia ­ equer r d d t v s r lz d d m tn c r g t r m t t m t c pt lz ç s obri­ a­o­ ia­ en­e tra­a­ en­o médi­ o e hos­ i­a­i­ a­ ão, pois há risco de a pes­ oa vir a fale­ er. c Situação no Brasil Os bar­ i­ ú­ i­ os eram usa­ os de manei­ a até irres­ on­ á­ el no Brasil. Vários remé­ ios para bt rc d r p s v d dor de cabe­ a, além da aspi­ i­ a, con­ i­ ham tam­ ém um bar­ i­ ú­ i­ o qual­ uer. Assim, os anti­ os ç rn tn b bt rc q g como Cibalena®, Veramon®, Optalidom®, Fiorinal® etc. ­ inham o buta­ ar­ i­ al ou seco­ ar­ i­ al t b bt b bt (dois tipos de bar­ i­ ú­ i­ os) em suas fór­ u­as. O uso abu­ i­ o que se regis­ rou – muita gente usan­ bt rc m l sv t do gran­ es quan­ i­ a­ es, repe­ i­ a­ en­ e – de medi­ a­ en­ os, como o Optalidon® e o Fiorinal®, d td d td m t c m t levou os labo­ a­ ó­ ios far­ a­ êu­ i­ os a modi­i­ a­ em suas fór­ u­as, reti­ an­ o os bar­ i­ ú­ i­ os de r t r m c tc fc r m l r d bt rc sua com­ o­ i­ ão. p sç 23 livreto_cebrid2010-paginas.indd 23 16/03/2010 13:04:49
  • 25. Hoje em dia não mais se usa os medicamentos barbitúricos para tratamento de ansiedade e insônia (para estes sintomas os benzodiazepínicos são muito mais utilizados). Por outro lado, o feno­ ar­ i­ al conhecido pelo nome comercial de Gardenal® é bas­ an­ e usado no Brasil (e no b bt t t mundo), pois é um ótimo remé­ io para os epi­ép­ i­ os. Finalmente, um outro bar­ i­ ú­ i­ o, o tio­ d l tc bt rc pen­ al, é usado por via endove­ o­ a, por anes­ e­ is­ as, em cirur­ ias. t n s t s t g A legislação bra­ i­ei­ a exige que todos os medi­ a­ en­ os que con­ e­ ham bar­ i­ ú­ i­ os em suas sl r c m t t n bt rc fór­ u­as sejam ven­ i­ os nas far­ á­ ias somente com a recei­ a do médi­ o, para pos­ e­ ior con­ ro­e m l dd m c t c t r t l pelas auto­ i­ a­ es sani­ á­ ias. rd d t r 24 livreto_cebrid2010-paginas.indd 24 16/03/2010 13:04:49