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Higiene
e Segurança no Trabalho
          Ficha Técnica PRONACI
                       Edição 2002
Ficha Técnica PRONACI

Higiene e Segurança no Trabalho
Concepção: CATIM - Centro de Apoio Tecnológico à Indústria
            Metalomecânica
Conteúdos: Alberto Fonseca
Colaboração: Iris Ferraz
Coordenação: Francisco Alba

PRONACI - Programa Nacional de Qualificação de Chefias Intermédias
AEP - Associação Empresarial de Portugal
Setembro de 2002
«As mais fortes e persuasivas razões para se
adoptarem medidas de Segurança, Higiene e Saúde do
Trabalho, são as que definimos para nós próprios e não
as que nos são impostas do exterior».
                       In Preventing Accidents and Illness at Work
                                  Steve Morris / Graham Willcocks


Tratar, em poucas palavras, um assunto tão abrangente obriga
a uma certa “ligeireza” na abordagem dos conceitos e meto-
dologias.

Mas, quando o objectivo é fornecer pistas que sirvam de
ponto de partida às organizações para encararem a prevenção
dos acidentes de trabalho e doenças profissionais como uma
“batalha” diária, o lema deve ser “síntese e simplicidade”.

Foi o que se procurou fazer nesta ficha técnica.

O leitor fica, por isso, convidado a aprofundar estas matérias
e, sobretudo, a delinear uma estratégia para as pôr em
prática. Ao fazê-lo evite, por todos os meios, adoptar os
habituais “planos Omega”:

«Prefira, sempre, dizer vamos reduzir o n.º de acidentes no
sector “tal” em 25%, em vez de pretendemos baixar a
sinistralidade laboral».

Nota: “Planos Omega” são como os relógios Omega, não atrasam
nem adiantam.

   In “Os Senhores da Guerra”, pág. 82, de Jorge Vasconcelos e Sá
3
ÍNDICE


Página 5
H.S.T., uma abordagem positiva
H.S.T., custo ou investimento?
A cultura de H.S.T.
Hierarquia das acções de prevenção e controlo
Sugestões para fazer progressos

Página 11
Conceitos básicos
Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de riscos
Situação perigosa
Acidente/Dano

Página 13
Introdução à análise de riscos

Página 17
Prevenção e segurança. Noções básicas
Segurança estrutural
Ventilação Industrial
Higiene Industrial
Ambiente térmico
Radiações
Movimentação e transporte interno de cargas
Segurança contra incêndios

Página 26
Segurança eléctrica


Página 28
Exposição ao ruído


Página 30
Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho
Regras de boa prática
Verificação de segurança dos equipamentos de trabalho

Página 33
Equipamentos de Protecção Individual (EPI)
4
    Página 35
    Ergonomia

    Página 37
    Substâncias perigosas
    Armazenamento e manuseamento de substâncias perigosas

    Página 39
    Anexos
    Linguagem gestual
    Sinalização de segurança

    Página 40
    Bibliografia
5
H.S.T., UMA ABORDAGEM POSITIVA



Quem como a aranha se “senta” à espera que a presa accione a
teia, tem tendência para “apagar fogos” em vez de os evitar.

A responsabilidade pela Saúde e Segurança do Trabalho, não é
exclusiva de uma só pessoa e ninguém se convença que, neste do-
mínio, consegue fazer progressos se não contar com a motivação e
o envolvimento de todos, assumindo, cada um, a sua quota-parte
da responsabilidade na prevenção dos acidentes e doenças
profissionais.

O que diz a lei? Sintetizando, diz que:

  • O empregador é responsável pela segurança e pela protecção
    da saúde na empresa;
  • Os empregados devem colaborar respeitando a regulamen-
    tação e instruções de segurança, adoptando procedimentos de
    trabalho seguros e comunicando quaisquer situações de traba-
    lho perigosas para a segurança e saúde.

Novidade?… Não!!!!!!!!!!!

Claro que jamais deveremos descurar o cumprimento da lei mas,
limitarmo-nos a isso não deixa de ser uma atitude relativamente
passiva.

Mais do que “não fazer coisas perigosas”, uma abordagem positiva
à H.S.T., pressupõe agir, individual e colectivamente, no sentido de,
permanentemente, em cada posto de trabalho, serem identificados
e combatidos os riscos para a saúde, construindo e mantendo um
ambiente de trabalho seguro e saudável para todos.


H.S.T., Custo ou Investimento?

Aceitando o princípio de que prenvenir é sempre mais barato do
que curar, a H.S.T. será sempre um investimento.

Pense nisto:

  • Estima-se que as consequências directas e indirectas dos aciden-
    tes de trabalho custam, ao nosso país, cerca de 3 000 milhões de
    Euros (aproximadamente 600 milhões de contos), por ano.
  • Em 2000 registaram-se cerca de 220 mil acidentes de trabalho
    (participados), dos quais quase 300 foram mortais.
  • No mesmo ano perderam-se, em consequência desses aciden-
    tes, mais de 3,3 milhões de dias de trabalho.
  • O que equivale a dizer que cerca de 15 200 trabalhadores esti-
    veram parados o ano inteiro.
6




    É difícil pensar nestes números?

    Imagine a cidade de Sines totalmente parada durante um ano.

                                         Análise custo-benefício

           Custos



                                                   Custos totais


                            Custos com                                       Custos dos
                            segurança                                        acidentes


                       0                               P                                        100%
                                               Nível de Segurança



     P - Nível de segurança óptimo do ponto de vista económico
     1 - Estimativas da responsabilidade do autor baseadas nos dados estatísticos disponíveis




    A cultura de H.S.T.

    Recorda-se de alguma vez ter ouvido qualquer coisa como:

    Sabias que... fulano perdeu um dedo num acidente de trabalho?
    Teve muita sorte!!! Podia ter ficado sem o braço!


    Este dito, que transforma um sinistrado num “homem de sorte”, é
    frequentemente ouvido no terreno e, de certa forma, traduz a nossa
    cultura em matéria de segurança do trabalho.

    Não se estranhe por isso que, na União Europeia, sejamos o país
    que lidera, destacado, a sinistralidade laboral.

    A melhor maneira de entender este problema, talvez seja indagar
    como e porquê chegamos à liderança.

    Pense nisto:

      • Que adianta dispor de equipamentos em conformidade com os
        requisitos de segurança, se em nome do ritmo produtivo se
        neutralizam os dispositivos de protecção porque, suposta-
        mente estorvam?
      • Equipamentos de Protecção Individual? Para quê? “Isso são
        coisas para medricas”?
7




  • Para quê mudar se sempre se fez assim e nunca houve
    problema?
  • Com os anos que tenho “disto”, não há máquina nem andaime
    que me meta medo!!!!!!!!!

E agora repare nestes indicadores

  • 0,9 % é, em média, o peso dos custos com a Segurança, Higiene
    e Medicina do Trabalho na totalidade dos custos com pessoal.
  • Cerca de 63 % dos trabalhadores nunca tiveram qualquer tipo
    de formação em H.S.T..
  • Mais de metade dos acidentes de trabalho ocorre com pessoas
    de idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos (“os tais que
    já andam «nisto» há muito tempo”).

Não será esta a nossa maneira de ser e de fazer as coisas que, em
boa parte, explica as razões da “liderança”?

Como disse Edward de Bono:

“Se sabe que uma coisa está enterrada a 50 cm de profundidade e
já escavou 70 cm sem a encontrar, pare e vá escavar noutro lado”.

De facto, é imperativo desenvolver uma sólida cultura de prevenção
dos riscos de acidente de trabalho e cabe a cada um de nós
envolvermo-nos activamente nessa tarefa. Mas, lembre-se sempre
daquele provérbio chinês:

“Nem mesmo nove mulheres, física, psicológica e afectivamente
perfeitas, conseguem dar à luz um filho num mês”.

Tudo tem um tempo e, sobretudo quando se trata de mudar
mentalidades, o processo é lento e difícil.

Por isso, não perca tempo, comece já e retire do seu vocabulário a
expressão “não vale a pena”, porque os resultados demoram a
aparecer.



               Símbolos e slogans

               Maneiras tradicionalmente            A ponta do iceberg (10% do
               estabelecidas de fazer coisas        total) revela a parte visível
                                                    da cultura de H.S.T..
               Comportamento real                   Os verdadeiros alicerces
                                                    dessa mesma cultura nem
               A forma como as pessoas se tratam
                                                    sempre vêm à tona.
               mutuamente
               Nível de comunicação, envolvimento
8




    Hierarquia das acções de prevenção e controlo

            Eliminar / Reduzir
      1º
            O risco de acidente.




            Proteger
            Adoptar medidas:
      2º    1º de protecção colectiva;
            2º de protecção individual para os riscos que não foi pos-
            sível eliminar ou reduzir.




            Informar
      3º    Alertar para os Riscos Residuais que não foi possível
            eliminar nem proteger.

    Processos para controlar os riscos:

     Processo                                          Tipo de medidas

                            Eliminar/reduzir o risco
                                                       Construtivas
                            Envolver o risco


                            Afastar o Homem            Organizacionais


                            Proteger o Homem           Protecção individual


    Medidas construtivas ou medidas de engenharia:

    Devem ser adoptadas na fase de concepção e projecto. Actuam
    sobre os meios de trabalho (equipamentos, máquinas, edifícios).
    Incluem-se aqui as medidas de protecção colectiva.

    Medidas organizacionais:

    Dirigem-se ao sistema Homem - Equipamento - Ambiente. Visam
    afastar o Homem dos riscos.

    Protecção individual:

    Actuam exclusivamente sobre o Homem, obrigando-o ao uso de
9




Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Devem ser tomadas
como último recurso.


Sugestões para fazer progressos

Ao encetar um processo de mudança, haverá momentos em que
pensará, “porque é que me meti nisto?”.

Calma! Lembre-se do provérbio Chinês e tenha sempre em mente
que mudar comportamentos enraizados e mentalidades, nunca foi
fácil.

Se vai liderar o processo, não se esqueça que:

  • O resultado do trabalho de uma equipa é superior à soma das
    partes;
  • Pequenos sucessos moralizam e motivam para as “grandes
    batalhas”;
  • As pessoas “compram” benefícios concretos, não “compram”
    promessas.

Experimente estes “10 mandamentos”:

  1 - Constitua uma equipa. De preferência multidisciplinar e
      representativa de todos os sectores da organização. Defina
      responsabilidades.
  2 - Seleccione uma área ou secção da empresa, onde seja mais
      fácil começar e na qual possa desenvolver um projecto -
      piloto.
  3 - Estabeleça objectivos claros, consensuais e alcançáveis, cu-
      jos resultados possam impressionar positivamente a gestão
      de topo.
  4 - Identifique claramente o(s) problema(s) a resolver. O método
      da árvore de problemas é uma boa ferramenta para o efeito.
  5 - Estabeleça um plano de actividades, bem definido no tempo.
  6 - Comece pelo “lado” mais fácil, favorecendo assim o sucesso
      inicial.
  7 - Promova os resultados no seio da equipa, na área de
      influência do projecto e nas outras secções ou departamen-
      tos da organização.
  8 - Tente aprender com tudo o que faz, ou não faz, progredir o
      projecto.
  9 - Mantenha a “pressão” e carga de trabalho da equipa em
      níveis razoáveis.
  10- Promova a monitorização permanente do projecto e do de-
      sempenho da equipa e proceda, imediatamente, a ajusta-
      mentos sempre que necessário.
10




               Especificar            Especificar
                                     os resultados
              os resultados

                                                              Acompanhar o que
                        Agir                                  está a ser feito
                 Agir                 Monitorar e rever                    Acompanhar
                                 o progresso e desempenho.
                                    Proceder a correcções                  o que está
                                                                           a ser feito
             Plano de acção                                  Identificar
                 para corrigir                                desvios

      Plano de acção                                          Identificar desvios
          para corrigir


     A vantagem do projecto-piloto é a tolerância a alguns erros sem
     grandes consequências, dos quais se tiram, normalmente, boas
     lições.

     Mas tenha cuidado.
     Se está a experimentar mudanças, a equipa e a experiência serão
     alvo permanente da curiosidade e atenção de quem “está de fora”.

     E lembre-se que:

       • As pessoas envolvidas no projecto falarão sobre ele com os
         colegas.
       • Os resultados da experiência espalham-se, rapidamente, pelos
         outros departamentos e secções. Se forem positivos, serão um
         elemento facilitador da extensão do projecto ao resto da
         organização.
       • As boas experiências geram interesse e vontade de fazer parte
         delas.
11
CONCEITOS BÁSICOS



Segurança do trabalho

Integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de
acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o
reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de tra-
balho e ao processo produtivo (materiais, equipamentos, e modos
operatórios)

Higiene do trabalho

Integra um conjunto de metodologias não médicas necessárias à
prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo
de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos pre-
sentes nos componentes materiais do trabalho. Assenta fundamen-
talmente em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de
trabalho.


Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de risco

Causa/Fenómeno capaz de provocar uma lesão ou dano para a
saúde. É, normalmente, medido em função da probabilidade e das
consequências da ocorrência de um acidente.


Situação perigosa

Toda a situação em que a pessoa é exposta a um ou mais ris-
cos/fenómenos perigosos.


             Situação de trabalho                  A exposição é
                                              caracterizada pela sua
         Risco          Pessoa                 frequência e duração


   Risco                         Pessoa
                 Situação perigosa




Acidente/Dano

Acontecimento não planeado que provoque a morte, um dano para
a saúde, um ferimento, um prejuízo ou outras perdas.

Acidente de trabalho

Acidente que se verifique no local e tempo de trabalho e produza
directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou
12




     doença de que resulte a morte ou a redução na capacidade de tra-
     balho ou de ganho

     Dano para a saúde (provocado pelo trabalho)

     Perda de saúde comprovadamente causada ou agravada pela acti-
     vidade ou pelo ambiente de trabalho de uma pessoa.

     Evento desencadeador

     Evento que despoleta a sequência de acontecimentos que resultam
     num dano.

     Prevenção

     Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um
     conjunto de medidas adoptadas em todas as fases da vida das
     empresas.

                           Evento desencadeador


                   Risco                          Pessoa
           Risco                                  Pessoa
                 Dano
13
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE RISCOS



A análise de riscos, além de ser uma obrigação legal, é um dos mais
poderosos processos de promover uma atitude positiva relativa-
mente à H.S.T. no seio das organizações, porque:

  • Contribui decisivamente para reduzir a probabilidade de aci-
    dente ou doença profissional;
  • Envolve várias pessoas na discussão sobre a segurança do local
    de trabalho;
  • Contribui significativamente para a mudança de comportamen-
    tos;
  • Coloca-nos do lado correcto da lei.

O processo é simples e, esquematicamente, pode ser assim resu-
mido:

                                                                 Identificar quem
          Observar
o local de trabalho    1º                               2º está expostoperigosas
                                                           as situações
                                                                        e definir

  Identificar riscos        1º Observar           2º Identificar quem
                        o local de trabalho     está exposto e definir
                         Identificar riscos     as situações perigosas



                       5º Registar tudo            3º Avaliar o risco
                        o que foi feito
                                                                  3º Avaliar o risco
    Registar tudo
    o que foi feito
                       5º              4º Definir
                                     medidas para
                                    Combater o risco


                                                   4º Definir medidas para
                                                      Combater o risco


Antes de lançar mãos à tarefa, não se esqueça que “4 olhos vêm
mais que dois”. Este é um trabalho de equipa.

Vejamos com mais detalhe cada uma destas etapas:

  1 - Observar/Identificar riscos: Para facilitar os registos e, poste-
      riormente, a definição das medidas a adoptar, classifique os
      riscos de acordo com a sua natureza Física, Química, Biológica
      ou Natural (ex.: riscos de origem biológica).
14




     Tabela nº 1 - Exemplos de agentes geradores de riscos

                                                                            Fenómenos
           Físicos             Químicos               Biológicos
                                                                             Naturais
     - Acção da            - Incêndio             - Animais, incluindo   - Situações
       gravidade (queda                             fontes humanas         extremas de calor
       de pessoas,                                                         ou frio
       materiais ou
       objectos)
     - Operações de        - Explosão             - Microorganismos      - Água
       movimentação                                 (bactérias, vírus,
       manuais                                      etc.)
     - Uso de              - Contaminação         - Plantas e várias     - Condições
       ferramentas         directa ou indirecta     formas de              climáticas tais
       manuais             devida a fonte ou        vegetação              como: vento,
     - Partes móveis de    substância química                              luminosidade,
       máquinas            perigosa                                        nevoeiro e chuva

     - Veículos
     - Electricidade
       (choque, fogo,
       explosão)
     - Pressão (explosão
       devida ao
       aumento da
       pressão)
     - Radiações
     - Ruído e vibração


     2 - Identifique quem e quantas são as pessoas expostas ao risco:
         Operador, trabalhadores que permaneçam ou circulem na zona
         em análise, visitantes, etc..

        E, para cada risco identificado, defina/descreva as situações
        perigosas: P. ex. Mãos do operador da prensa na zona perigosa,
        fontes de ignição na zona de armazenamento de combustíveis,
        etc..

     3 - Avaliar o risco: Nesta fase é útil quantificar o risco. Uma forma
         simplificada de o fazer, é considerar o risco como uma função da
         probabilidade de ocorrência da situação perigosa/frequência da
         exposição ao risco (P) e da severidade (S) dos danos que daí
         possam resultar em caso de acidente. Define-se então um índi-
         ce de risco (R), como sendo o produto daqueles dois factores: R
         = P x R. Graduando P e S numa escala de 1 a 6 como indica a
         tabela “2”, R tomará os valores do quadro “3”.
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Tabela nº 2

Escala frequência/probabilidade (P)                                      Escala de Severidade (S)

Ocorrência altamente improvável                                      1   Ferimento irrelevante


                                                                         Ferimento superficial sem
Possibilidade remota de ocorrência                                   2   paragem de trabalho

                                                                         Ferimento com paragem de
Ocorrência ocasional                                                 3   trabalho


Ocorre com regularidade                                              4   Ferimento grave com sequela


                                                                         Ferimentos múltiplos graves com
 Ocorre com frequência e regularidade                                5   sequelas


 Ocorre de certeza                                                   6   Morte



4 - Medidas para combater o risco: Para cada risco defina as medidas
    Construtivas e/ou Organizacionais adequadas, tendo em conta:

   • A hierarquia e os processos;
   • A análise custo/benefício associada a cada medida preconizada;
   • O grau de urgência para a adopção de cada medida, o qual deve
     ser determinado pelo índice de risco (R) calculado (quadro “3”,
     utilizando, por exemplo, o seguinte critério:


                                            Severidade (S)
 R = PxS
                                       1   2    3    4       5   6
  Probabilidade / frequência (P)




                                   1   1   2    3    4       5   6
                                   2   2   4    6    8   10 12
                                                                              Valor de R
                                   3   3   6    9   12 15 18
                                                                              Med. de Longo prazo
                                   4   4   8   12 16 20 24
                                                                              Med. de Médio prazo
                                   5   5   10 15 20 25 30                     Med. de Curto prazo
                                   6   6   12 18    24 30 36                  Med. Imediatas




5 - Registos: A informação recolhida durante o processo, é preciosa
    para apoio à decisão noutros projectos. Constitua um dossiê do
    projecto com todos os documentos e registos com ele relaciona-
    dos. Incluindo aquelas “notinhas” manuscritas em pedaços de
    papel.
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     A análise e avalição de riscos deve ser abrangente, por isso não
     hesite em:

     1 - Submeter à apreciação das pessoas que trabalham no campo de
         acção do projecto-piloto, a lista dos riscos e situações perigosas
         identificados.

     2 - Depois de analisar comentários e sugestões e de efectuar as
         correcções pertinentes, volte a fazer circular a lista, desta vez
         acompanhada dos valores dos índices de risco calculados. Dê
         muita atenção aos comentários.

     Desta forma, não só obtem opiniões que reflectem várias sensibili-
     dades e percepções do risco, como está a promover o envolvimen-
     to e responsabilização gerais. Em suma, vai, assim, germinando e
     desenvolvendo a cultura em H.S.T..
17
PREVENÇÃO E SEGURANÇA.
NOÇÕES BÁSICAS


Segurança estrutural

Com certeza que conhece alguém que se tenha aleijado porque es-
corregou ou tropeçou no pavimento, ou porque caiu de uma escada,
ou que por falta de uma protecção se tenha estatelado no piso infe-
rior, ou que tenha rachado a cabeça porque bateu num elemento fixo
da estrutura, etc..

Estes e outros tipos de acidentes estão associados a aspectos estru-
turais muitas vezes negligenciados por nem sempre estarem directa-
mente realcionados com o posto de trabalho ou com o equipamento
a que a pessoa dedica a maior parte do seu horário laboral.

Por isso, no projecto-piloto, não se esqueça de incluir este aspecto da
segurança. A tabela “4”, refere alguns exemplos a considerar neste
domínio:

Tabela “4”

 Elementos
                 Riscos                         Recomendações
 estruturais
                                                - Adopção de pisos antiderrapantes
                                                - Eliminação de ressaltos ou variações bruscas
                                                  do nível do pavimento
                - Queda no mesmo nível          - Manutenção do pavimento livre de substân-
                  por escorregamento              cias e/ou objectos que possam provocar
                  ou tropeção                     escorregamento ou tropeção
                - Acumulação de                 - Prever meios de escoamento de fluidos
Pavimentos
                  fluidos/inundação             - Sinalização e, se necessário, vedação das
e espaços
                - Instabilidade estrutural        áreas de circulação restrita ou interditas
de circulação
                  devida a carga excessiva      - Vedação das aberturas no pavimento
                - Choque de partes do corpo     - Marcação e, se necessário, vedação das
                  com elementos estruturais       zonas de circulação de veículos ou cargas
                  fixos                           suspensas
                                                - Indicação dos limites de carga admissíveis
                                                - Sinalização e protecção de partes fixas da es-
                                                  trutura onde possam chocar partes do corpo

                                                - Aplicação de corrimões nas escadas
                                                - Os escadotes devem possuir meios de apoio
                                                  e fixação para evitar deslizamentos
                                                - As escadas verticais devem possuir anéis guar-
Escadas,        - Queda em altura                 da-costas, a partir da altura de 2 m do solo
                                                - P/ alturas elevadas, prever patamares de
escadotes       - Queda de objectos
                                                  repouso entre lanços de escada com o máx.
plataformas     - Choque de veículos com
                                                  10 m
e passadiços      a escada                      - Nas plataformas e passadiços devem aplicar-
                                                  -se guarda-corpos com altura min. de 1 m
                                                  uma barra intermédia a 0,5 m e rodapé
                                                - Aplicação de barreiras nas zonas de interfe-
                                                  rência da escada com a zona de circulação.

                                                - Aplicação de corrimões nas escadas
                                                - Os escadotes devem possuir meios de apoio
                                                  e fixação para evitar deslizamentos
                                                - As escadas verticias devem possuir anéis
                - Quebra de materiais provo-      guarda-costas, a partir da altura de 2 m do
Portas,                                           solo
                  cada, p. ex., por choque de
janelas,                                        - P/ alturas elevadas, prever patamares de
                  partes do corpo
paredes,                                          repouso entre lanços de escada com o máx.
                - Entalamento                     10 m.
etc.
                - Queda em altura               - Nas plataformas e passadiços devem aplicar-
                                                  -se guarda-corpos com altura min. de 1 m,
                                                  uma barra intermédia a 0,5 m e rodapé
                                                - Aplicação de barreiras nas zonas de interfer-
                                                  ência da escada com a zona de circulação
18




     Ventilação Industrial

     Sendo certo que a sanidade do ar respirado no posto de trabalho deve
     ser garantida, antes de mais, pela utilização de produtos não
     prejudiciais à saúde ou pela modificação do processo, há situações
     em que tal não é possível.
     Nesse caso, recorre-se à ventilação para renovação contínua do ar
     (Ventilação Geral), ou para captação do(s) elementos(s) poluente(s),
     junto da respectiva fonte de emissão (Ventilação/captação
     Localizada).
     A definição da solução técnica adequada, pressupõe um conhecimen-
     to pormenorizado do processo e dos poluentes libertados e requer a
     realização de um projecto consciencioso, dirigido para a optimização
     dos caudais necessários ao controlo efectivo dos contaminantes.

                                                 Escolha da solução
                                                 técnica adequada



                                    Sim      Local específico com
                                                                        Não
                                             emissão de poluentes?


                       Fonte de poluição   Não                            - Proporcionar conforto
                          confinada?                                      - Controlar o ambiente
                                                                            térmico
                                                                          - Diluir o ar contaminado

                         Sim
           Captação                                Ventilação
          Localizada                                 Geral
                                                                              O sistema de difusão
                                                                              de ar deve:
                                                                              - Assegurar o conforto
                                                                                dos trabalhadores
                                                                              - Evitar perturbações
                                                                                nos sistemas de capta-
                                                                                ção localizada
                                                                              - Respeitar o conforto
                                                                                acústico




       Captadores sensíveis                  Ventilação geral
       a perturbações                        do local por diluição




       Captadores envolventes                               Saneamento da zona de
       pouco sensíveis a perturbações                       movimento de pessoas


     Não se esqueça que:
     Quanto maior for o envolvimento da zona de libertação do poluente,
     mais económica e eficaz será a captação.


     Higiene Industrial

     Nos locais de trabalho podem existir agentes contaminadores do
19




ambiente, susceptíveis de expor as pessoas ao risco de doença
profissional. Controlar esses agentes e prevenir este risco, é o
objectivo da Higiene Industrial. O ramo desta disciplina que trata das
medidas a aplicar para manter o ambiente de trabalho saudável é a
Higiene Operativa. Tais medidas podem ser:

 Construtivas                                       Organizacionais Adicionais
Substituição das substâncias e/ou                   Confinamento; separação    Protecção Individual
processos perigosos por outros mais                 física das operações
seguros                                             perigosas limitando o
                                                    número de pessoas
Isolamento do contaminante para impedir             expostas
que passe para o ambiente ocupado por
trabalhadores                                       Limitação dos tempos de
                                                    exposição dos
Captação do contaminante na origem                  trabalhadores a valores
(aspiração localizada)                              admissíveis
Ventilação geral das áreas de trabalho


A tabela seguinte, refere agentes químicos que podem existir em
suspensão na atmosfera e exemplos dos respectivos efeitos fisio-
lógicos.


                Agentes contaminantes                              Efeitos fisiológicos
                        Inertes                             Quando em concentrações muito elevadas,
                                                            podem alojar-se nos pulmões

                        Fibrogénicas ou pneumoconió-        Reagem nos alvéolos pulmonares podendo
                        ticas                               provocar doenças graves como pneumo-
                        Ex. Sílica, amianto                 coniose, silicose, asbestose
 Sólidos




            Poeiras     Alergizantes e irritantes           Actuam sobre a pele ou sobre o aparelho
                        Ex. madeiras tropicais, resina      respiratório

                        Tóxicas (sistémicas)                Lesionam órgãos viscerais, de forma rápida se
                        Ex. Berílio, Chumbo, manganês,      em concentrações elevadas (intoxicações
                        cádmio, crómio, etc.                agudas) ou lentamente se em baixas concen-
                                                            trações (intoxicações crónicas). Podem ainda
                                                            provocar cancro e alterar o sistema nervoso
                                                            central

                        Irritantes                          Inflamação dos tecidos em contacto, como p.
                        Ex. Amoníaco, cloro, ozono, ácido   ex. a pele, mucosas das vias respiratórias,
                        sulfúrico, etc.                     conjuntiva ocular, etc.

                        Asfixiantes simples                 Asfixiam por redução do teor de oxigénio no
                        Ex. Azoto, Hidrogénio, acetileno    ar
 Gasosos




            Gases e     Asfixiantes químicos                Asfixiam por interferência no processo de
            Vapores     Ex. Monóxido de carbono, cia-       absorção do oxigénio no sangue
                        netos

                        Narcóticos                          Após a absorção pelo sangue, produzem
                        Ex. Acetona, éter etílico           efeitos anestésicos

                        Tóxicos (sistémicos)                Podem lesionar vários órgãos tais como o
                        Ex. Tricloroetileno, clorofórmio,   fígado e os rins, ou mesmo a medula óssea
                        benzeno

                        Gotículas invisíveis.               Consoante a substância química e o tipo de
            Aerossóis   Resultam da dispersão mecânica      contacto os efeitos, à semelhança do que
 Líquidos




                        dos líquidos                        acontece com os agentes sólido e gasosos,
                                                            podem ser localizados ou sistémicos
                        Gotículas líquidas visíveis.
            Neblinas    Resultam da condensação de
                        vapor
20




     Ambiente térmico

     Por razões bioquímicas, a temperatura
     interna do corpo humano deve manter-
     -se entre os 36,2°C e os 37,8°C. É neste
     intervalo de temperaturas que as
     principais funções do organismo e em
     particular o sistema nervoso central
     encontram o seu ponto de desempenho
     óptimo.

     Pode dizer-se que o principal problema relacionado com o ambiente
     térmico dos locais de trabalho, está na satisfação das condições
     necessárias à manutenção de um ambiente térmico neutro,
     assegurando a manutenção da temperatura interna do corpo dentro
     daqueles limites (homeotermia).

     O trabalho em condições de ambiente térmico quente ou frio, além
     do desconforto, pode conduzir a situações de stresse térmico.

     A manutenção de um ambiente térmico neutro, exige o controlo de 4
     factores (principais) que intervêm nas trocas de calor efectuadas
     entre o homem e o ambiente em que está inserido. São eles: a
     temperatura, humidade e velocidade do ar e o calor radiante.
                  Factor                  Unidade              Influência nas trocas       Instrumento de
                 ambiental               de medida             de calor c/ o homem             medida

         Temperatura                       (°C)                Intervem nas trocas de
                                                                                             Termómetro
            do ar                    Grau centígrado             calor por convecção

                        Absoluta   Kg de vapor de água por     Intervem nas trocas de      Psicómetro
       Humidade do ar




                                   Kg de ar seco               calor por evaporização

                        Relativa   % de vapor de água no ar
                                   relativamente à quantida-
                                   de máxima de vapor de
                                   água que o ar pode con-
                                   ter a uma determinada
                                   temperatura

                                   (m.s -1)                    Intervem nas trocas de      Anemómetro ou
     Velocidade do ar              metros por segundo          calor por convecção e por   Termoanemómetro
                                                               evaporização

     Calor radiante                (°C)                                                    Termómetro
                                   Grau centígrado                                         de globo


     Recorda-se de alguma vez ter trabalhado num local climatizado onde
     um grupo de 3, 4 ou mais pessoas discute frequentemente se está
     frio ou calor e raramente chegaram a acordo sobre a regulação da
     temperatura do ar condicionado?

     De facto, devido às diferenças fisiológicas individuais, dificilmente se
     conseguirão condições de conforto térmico ideais para todos os
     indivíduos que trabalham num determinado local.
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A solução será, portanto, realizar as condições de conforto térmico
que satisfaçam um grupo de indivíduos representativo dos
trabalhadores em causa.

São seis as condições fisiológicas de conforto térmico, em regime
estável:

            – Equilíbrio térmico: nem armazenamento, nem perda de calor;
            – Ausência de arrepios;
            – Débito de sudação óptimo;
            – Temperatura cutânea média óptima;
            – Pele relativamente seca (molhagem cutânea inferior a 60%);
            – Ausência de secura das mucosas bucofaríngeas.



Radiações

Consoante a forma como interagem com a matéria, as radiações são
classificadas como ionizantes ou não ionizantes.

Ambas podem ter efeitos nocivos na saúde dos indivíduos expostos,
dependendo a severidade dos danos, entre outros factores, da quan-
tidade de radiação absorvida e do tempo de exposição.

Na tabela seguinte caracterizam-se, simplificadamente, os tipos de
radiação e os respectivos efeitos no Homem:

                   Exemplos                Características           Fonte de emissão                   Tipos de efeito

                 Raios alfa, beta,        Caracterizam-se por     Isótopos radioactivos natu-      Somático (no próprio indi-
                 gama, raios X,           serem altamente ener-   rais e artificiais, fontes ra-   víduo) ou hereditário (nos
Ionizantes




                 protões e neu-           géticas, tendo, por     dioactivas usadas em medi-       descendentes).
                 trões.                   isso capacidade para    cina e/ou investigação, so-      Podem provocar doenças
                                          produzir iões.          los e alguns minérios.           graves como a leucemia,
                                                                                                   cancro da pele, entre outros.

                 Radiações, ultra-        Caracterizam-se por     As radiações ultravioleta,       Cancro da pele (exposição
                 violeta, visível,        não serem suficiente-   visível e infravermelha são      prolongada à luz solar),
Não Ionizantes




                 infravermelha,           mente energéticas pa-   emitidas pelo Sol, solda-        queimaduras cutâneas, fo-
                 m i c ro - o n d a s ,   ra produzir iões        dura por arco, lâmpadas e        tosensibilização dos tecidos
                 ondas de rádio,                                  lasers, etc. As micro-ondas      biológicos, Inflamação dos
                 etc..                                            provêm de aparelhos de           tecidos do globo ocular,
                                                                  fisioterapia e de esterili-      indirectamente contribui
                                                                  zação, fornos de aqueci-         para a produção de ozono,
                                                                  mento, fornos de indução,        efeitos térmicos (micro-
                                                                  etc..                            ondas).



A prevenção dos riscos associados às radiações passa fundamen-
talmente por:

            – Definição e identificação das áreas de trabalho de acordo, com o
              risco de exposição;
            – Redução do tempo de exposição;
22




       – Observação e exame físico regular dos locais de risco;
       – Exame médico periódico e, se necessário, excepcional, dos trabalha-
         dores expostos;
       – Adopção de equipamentos de protecção individual adequados
         ao tipo de radiação que se pretende evitar e às partes do corpo a
         proteger.

     O Decreto Regulamentar n.º 9/90 de 19 de Abril dirige-se particu-
     larmente à protecção contra as radiações ionizantes e estabelece
     algumas regras de prevenção.




     Movimentação e transporte interno de cargas

     Na prevenção dos acidentes relacionados com operações de movi-
     mentação e transporte interno de cargas devem considerar-se, fun-
     damentalmente, quatro aspectos: o condutor/operador, o meio de
     transporte, o ambiente de trabalho e o sistema de trabalho.

     Do controlo e coordenação destes quatro aspectos, depende a con-
     secução de níveis de segurança elevados.
23




                        A título de exemplo, reflicta sobre as seguintes questões:

                        - A sua condição geral de saúde é boa?
 Condutor




                        - A sua capacidade visual e auditiva é normal?
                        - É regularmente sujeito a exames médicos?
                        - Tem formação e treino para operar com o equipamento?
                        - Consegue detectar deficiências ou avarias elementares no equipamento?

                        - Está em boas condições de funcionamento?
 O meio de transporte




                        - Existe afixada no equipamento uma tabela com as configurações e respec-
                          tivos limites de carga?
                        - É sujeito às operações de manutenção recomendadas pelo fabricante?
                        - Existe um registo das operações de manutenção periódica?
                        - É sujeito a inspecções de segurança regulares?
                        - Existem registos destas inspecções?
                        - As recomendações resultantes das inspecções de segurança são aplicadas?

                        - Os caminhos e áreas de movimentação e transporte de cargas estão clara-
 Ambiente de trabalho




                          mente identificados e devidamente sinalizados?
                        - Os percursos estão correctamente iluminados?
                        - Os obstáculos estão claramente identificados?
                        - A resistência dos pisos e elementos de apoio dos meios de movimentação e
                          transporte é adequada?
                        - Os pisos são suficientemente lisos e nivelados?
                        - O abastecimento de combustível faz-se no exterior do edifício?
                        - O local de carregamento de baterias é suficientemente ventilado?

                        - Existem procedimentos formais para a operação em segurança dos meios de
                          movimentação e transporte de cargas?
 Ambiente de trabalho




                        - Nestes procedimentos estão identificados os principais riscos e definidos, en-
                          tre outros, os limites de velocidade relativos a cada equipamento e/ou carga
                          a movimentar?
                        - Esses procedimentos incluem um conjunto de regras, de cumprimento
                          obrigatório, para operação com equipamentos de movimentação e transporte
                          de cargas?
                        - Os operadores conhecem os procedimentos e regras e, se for caso disso, as
                          sanções disciplinares que podem estar sujeitos por incumprimento?




Este conjunto de questões não é mais do que um primeiro diagnós-
tico de segurança às operações de movimentação e transporte
interno de cargas.

Cada um dos 4 aspectos referidos deve ser aprofundado. Se possível,
através de um procedimento de avaliação periódica contemplando
todos os pormenores a verificar, de forma a detectar as anomalias
que possam pôr em causa os níveis de segurança estabelecidos.

Não se esqueça que:
Sobretudo nas operações de elevação, o operador pode necessitar
da ajuda de outra pessoa para controlar o movimento da carga.

Tanto o operador como essa pessoa devem conhecer bem a
“linguagem gestual” própria, para poderem comunicar e conduzir as
manobras em segurança. (veja-se a simbologia desta “linguagem
gestual” na página 24)
24




     Segurança contra incêndios

     O que é um incêndio?
     É uma reacção química rápida, entre uma substância combustível e o
     oxigénio, acompanhada de libertação de calor, fumo e/ou chamas
     que se desenvolve de forma descontrolada no tempo e no espaço.

     Para a eclosão de um incêndio
     é necessária a interacção dos    Combustível             Oxigénio
                                   Combustível                 Oxigénio
     três elementos que constituem
     o que se costuma designar
     como triângulo do fogo:            Fonte de Ignição
                                                Fonte de Ignição


     A prevenção de incêndios faz-se por acção sobre cada um desses 3
     elementos, com o objectivo de reduzir a probabilidade de defla-
     gração do incêndio.

                                                             Exemplos de medidas preventivas
                                           - Evitar a presença de resíduos inflamáveis, ou utilizar recipientes herméticos
                                             para os armazenar;
      o combustível
       Acção sobre




                                           - Manutenção periódica das condutas de líquidos e gases inflamáveis;
                                           - Utilizar combustíveis pouco inflamáveis em condições de manipulação;
                                           - Diluir o combustível com substância que eleve o ponto de inflamação;
                                           - Cobrir o combustível com camada incombustível (tintas intumescentes);
                                           - Ventilar os locais para evitar a formação de misturas explosivas.

                                           Focos térmicos:               - Proibir (prever locais alternativos autorizados);
                                           Fumar e foguear               - Adoptar coberturas opacas;
                                           Raios solares                 - Câmaras isoladas, ventilação, refrigeração;
                                           Condições ambientais          - Isolar combustíveis nas proximidades. Informar;
                                           Soldadura                     - Isolar escape. Proibir trânsito em zonas perigo-
                                           Máquinas a motor                sas.
         Acção sobre os focos de ignição




                                           Focos eléctricos:             - Cumprir regulamento de instalações eléctricas;
                                           Faíscas                       - Aplicar disjuntores de protecção adequados;
                                           Curto-circuitos               - Ligação a terra, humidificação do ambiente, etc.;
                                           Electricidade estática        - Instalação de pára-raios.
                                           Descarga atmosférica

                                           Focos mecânicos:              - Utilização de ferramentas antideflagrantes;
                                           Faíscas                       - Lubrificação.
                                           Atrito

                                           Focos químicos:               - Isolamento; controlo automático da tempera-
                                           Reacção exotérmica              tura;
                                           Substâncias reactivas         - Separação e armazenamento adequado;
                                           Substâncias oxidantes         - Ventilação e controlo da humidade ambiental.

      Acção sobre o comburente:
      Manipular, sempre que possível, o combustível em atmosferas onde a proporção de
      oxigénio (comburente) seja reduzida (atmosferas inertes).
25




No combate aos incêndios deve utilizar-se o agente extintor mais
adequado à classe de fogo que se pretende extinguir:

                               Classe de fogo                                  Agente extintor




                                                                                                          Pó polivalente
                                                                              Espuma física
                                                Jacto de água


                                                                pulverizada




                                                                                                                            Pó especial
                                                                                              Pó normal
          Fogo




                                                                                                                                                Halons
                                                                   Água




                                                                                                                                          CO2
Materiais sólidos como ma-
deira, tecidos, papel, for-     A
ragens, etc.

Líquidos (ex. gasolina) ou
                                                                     sol
sólidos liquidificáveis (ex.    B
                                                                      líq
Alcatrão)

Gases (Acetileno, butano,
etc.)
                                C

Metais                         D

    Muito bom         Bom            Aceitável                          Desaconselhado                                     Inaceitável
26
     SEGURANÇA ELÉCTRICA



     Grosso modo, os riscos associados à utilização da electricidade
     dividem-se em duas categorias: risco de danos pessoais e risco de
     incêndio e/ou explosão.

     O primeiro está relacionado com a possibi-
     lidade de contacto com a corrente eléctrica
     (choque eléctrico) e com os efeitos que produz
     no corpo humano ao travessá-lo, em particular
     no sistema nervoso.

     O segundo decorre do calor gerado pela passagem da corrente num
     condutor ou das faíscas e/ou curto-circuitos produzidos no circuito e
     equipamentos.

                     Principais efeitos da corrente eléctrica no corpo humano

       Designação                Corrente                       Efeito no corpo humano

     Tetanização            >= 10 mA               Forte contracção muscular que impede a pessoa de
                            15-100 Mz              largar a zona de contacto

     Paragem                < 10 mA                Dificuldade ou impossibilidade de respirar devida à
     respiratória           15-100 Mz              contracção dos músculos relacionados com a função
                                                   respiratória ou paralisia dos centros nervosos que a
                                                   comandam

     Fibrilação             Depende do             A sobreposição de uma corrente externa à corrente
     ventricular            trajecto da            eléctrica fisiológica normal, provoca a contracção
                            corrente no            desordenada das fibras do músculo cardíaco,
                            corpo                  principalmente ao nível dos ventrílucos. É a principal
                                                   causa de morte

     Queimaduras            Depende do             Dependendo da tensão, da intensidade e do tempo de
                            trajecto da            passagem da corrente as queimaduras variam entre a
                            corrente no            marca eléctrica (pequena lesão) e a electrotérmica
                            corpo                  cujas consequências podem ser profundas e graves

     Nomenclatura dos acidentes eléctricos:

     Electrização: Acidente resultante do contacto directo ou indirecto com a corrente eléctrica, com
                   consequências mortais ou não.
     Electrocussão: Designação atribuída a todo o acidente eléctrico mortal.
27




Principais precauções para prevenir os riscos de acidente:

                       - Protecção de terra no circuito de alimentação;
 Equipamento




                       - Protecção de terra no equipamento;
                       - Isolamento de todos os condutores e partes activas do equipamento;
                       - Isolamento de todos os componentes do circuito em caixas com fechadura e
                         subestações;
                       - Utilização de equipamentos de baixa tensão.

                       Dotar o circuito de:
                       - Fusíveis;
 Circuito




                       - Dispositivos de corte operados por corrente;
                       - Dispositivos de corte operados por tensão;
                       - Dispositivos térmicos de protecção.

                       - Uso de equipamento de protecção: luvas de borracha e ferramentas isoladas;
                       - Utilização de tapetes e/ou pisos de borracha;
 Sistema de trabalho




                       - Isolar circuitos e bloquear os dispositivos de isolamento antes de iniciar o
                         trabalho;
                       - Utilizar transformadores portáteis para aplicar patamares de redução da
                         corrente e equipamento de baixa tensão (= 110 V);
                       - Permitir que o trabalho seja executado somente por pessoal com formação e
                         competente para o efeito;
                       - Adoptar sistemas de autorização de trabalho hierarquizados;
                       - Adoptar procedimentos de monitorização do sistema de trabalho.
28
     EXPOSIÇÃO AO RUÍDO



     Previna-se porque:

     As consequências da exposição ao ruído no
     Homem são cumulativas, ou seja, os efeitos
     causados pela exposição de ontem, somam-
     -se aos de hoje e amanhã e assim, progres-
     sivamente, o sistema auditivo (e não só) vai-
     -se deteriorando.

     Segundo Lehman, os efeitos do ruído no Homem caracterizam-se
     por:
                             I             II              III                        IV

                                                                                            Reacções psíquicas

                                                                                            Reacções fisiológicas

                                                                                            Trauma auditivo

                                                                                            Danos mecânicos

     0 10 20       30 40         50   65   80    90 100 110        120 130 140 150 160 170 db (A)

     I: Efeitos psíquicos, sem excluir alguns efeitos fisiológicos
     II: Efeitos psíquicos e fisiológicos, sobretudo ao sistema neurovegetativo
     III: Lesões irreversíveis no sistema auditivo
     IV: Danos irreversíveis na audição e nas células nervosas à superfície da pele




     Consequências:

     • Fisiológicas – Lesões do aparelho auditivo, distúrbios gastrointes-
       tinais, perturbações do sistema nervoso central, contracção dos
       vasos sanguíneos e dos músculos do estômago.

     • Psicológicas – Alteração do equilíbrio psicológico, irritabilidade em
       pessoas tensas, agravamento de estados de angústia em pessoas
       depressivas.

     • Outras – Dificuldades na comunicação oral, influência negativa na
       produtividade e na qualidade dos produtos. A fadiga geral e a irrita-
       bilidade contribuem para a ocorrência de acidentes.
29




Prevenção da exposição ao ruído:



                                         – Eliminação de postos de trabalho
                                           ruidosos
                                         – Critérios de aquisição de equipamen-
                       Controlo            tos privilegiando o factor ruído
 Organizacionais
                     administrativo      – Rotação das pessoas expostos
                                         – Execução de trabalhos ruidosos em
                                           períodos de menor presença de pes-
                                           soas



                                         – Substituição dos processos ruido-
                                           sos (ex. rebitagem por soldadura)
                                         – Uso de componentes mecânicos
                                           fabricados em materiais que absor-
                     Acção sobre a
                                           vam choques e vibrações
                     fonte de ruído
                                         – Controlo periódico de folgas e de-
                                           sequilíbrios
 Construtivas ou                         – Uso de silenciadores nas saídas de
  de engenharia                            ar comprimido



                                         – Apoios anti-vibração nas máquinas
                   Acção sobre as vias   – Encapsulamento
                     de propagação       – Painéis anti-ruído
                                         – Tratamento acústico das superfícies



   Protecção         Acção sobre o       – Abafadores
   individual          receptor          – Tampões auditivos
30
     SEGURANÇA DE MÁQUINAS
     E EQUIPAMENTOS DE TRABALHO


     Regras de boa prática

     Tal como na generalidade das áreas da Saúde e Segurança do Traba-
     lho, os riscos de acidente com máquinas estão relacionados com:

       – O perigo real, medido pela severidade dos danos que possam
         decorrer do contacto com os componentes da máquina;
       – A subjectividade da percepção do risco, com que cada indivíduo
         identifica os vários perigos e a sua capacidade para os prevenir.

     Qualquer estratégia de prevenção dos acidentes relacionados com as
     máquinas deve, assim, ser dirigida para a redução do perigo real,
     através do uso de máquinas intrinsecamente seguras e para o
     incremento da percepção do risco, proporcionando a cada indivíduo
     a informação, a formação e o treino adequados à sua prevenção.

     A legislação europeia estabelece requisitos de
     segurança que as máquinas devem cumprir para
     poderem ser comercializadas e colocadas em serviço
     no Espaço Económico Europeu.

     Esta legislação responsabiliza os fabricantes pela concepção e
     fabrico de máquinas seguras.

     Mas lembre-se que os empregadores (utilizadores), também são
     legalmente responsáveis por colocar à disposição dos empregados
     equipamentos de trabalho em boas condições de funcionamento e
     segurança.

       Ao adquirir                        – Conformidade com os Requisitos
      uma máquina                           Essenciais de Saúde e Segurança
                                            estabelecidos da Directiva “máquinas”
                                          – Marcação «CE»
                                          – Declaração «CE» de conformidade
                     Nova
                                Exija     – Original do Manual de instruções
                                            acompanhado de uma tradução em
                                            Lingua Portuguesa
                                          – Se necessário, formação para o
                                            arranque e utilização da máquina



                 Abrangida                – Declaração do cedente
                pela portaria             – Certificado de conformidade emitido
                 172/2000        Exija      por um Organismo Notificado
                                          – Manual de instruções em Lingua
                                            Portuguesa
                                          – Se necessário, formação para o arran-
      Usada                                 que e utilização da máquina


                                          – Cumprimento do D-L 214/95
                Não abrangida
                                          – Conformidade com os requisitos
                pela portaria
                                  Exija     mínimos de segurança estabelecidos
                 172/2000
                                            no D-L. 82/99
31




Seja rigoroso e exigente. Se necessário, não hesite em recorrer aos
serviços de um organismo competente para efectuar uma análise de
conformidade, antes de emitir o termo de recepção da máquina.

Na utilização, siga as recomendações do fabricante e nunca use a
máquina para outros fins que não aqueles para os quais foi
concebida e fabricada.

Nota: À luz da legislação europeia, entende-se por máquina nova, toda a
máquina fabricada no Espaço Económico Europeu (EEE) colocada pela
primeira vez no mercado e qualquer máquina, nova ou usada, proveniente de
fora do EEE.



Verificação de segurança dos equipamentos de trabalho

Periodicamente proceda a verificações de segurança.

Para o efeito, existem organismos competentes que, além da análise
de riscos, prestam apoio técnico na definição de soluções para
colocação das máquinas em conformidade com os requisitos de
segurança aplicáveis.

Este “check-list” não dispensa uma avaliação mais pormenorizada.
Como primeira aproximação e a título de sensibilização experimente-o.
32




                                     Riscos                              Verificar                  C NC
                                       Acessibilidade dos Os comandos devem ser visíveis e
                                       comandos           facilmente acessíveis
                    E   RG ENC
                 EM              Y



                                       Arranque             A máquina só deve arrancar por
     Comandos




                                       intempestivo         acção intencional no comando de
                                                            arrancar
                                       Erros do circuito    Comando de paragem sem prioridade
                                       de comando           sobre o comando de arranque
                                       Dispositivos de      Comando de paragem de emergência
                                       comando              fica encravado na posição de actuado
                                       Esmagamento          Acesso à zona perigosa prevenido, ou
                                                            a abertura entre as partes móveis é
                                                            suficiente para não esmagar
                                       Corte por cisalha-   Prevenida possibilidade de contacto
                                       mento                com ferramentas, ou risco eliminado
                                                            por concepção (p. ex. do volante)
     Mecânicos




                                       Corte                A possibilidade de contacto com as
                                                            ferramentas deve está prevenida
                                       Agarramento          Acesso à zona perigosa, prevenido
                                       enrolamento
                                       Arrastamento         Acesso à zona perigosa, prevenido
                                       aprisionamento
                                       Perfuração           Acesso à zona perigosa, prevenido
                                       ou picadela
                                       Choque               Acesso à zona perigosa, prevenido
                                       ou impacto
                                       Abrasão              Acesso à zona perigosa, prevenido
                                       ou fricção
                                       Ejecção de fluído a Tubagem e componentes protegidos,
                                       alta pressão        de modo a evitar que as fugas de
     Térmico




                                                           fluído a alta pressão atinjam pessoas
                                       Projecção            Protectores suficientemente resis-
                                       de objectos          tentes
                                       Perda                Meios de fixação ao solo
                                       de estabilidade
                                       Escorregamento,      Pisos antiderrapantes, inexistência
                                       queda de pessoas     de ressaltos e desníveis perigosos
     Térmico




                                       Contacto com        Acesso a superfícies quentes impedi-
                                       superfícies quentes do. Informação sobre o risco de quei-
                                                           madura
                                       Contacto directo c/ Acesso a superfícies quentes impedi-
     Eléctrico




                                       partes activas      do. Informação sobre o risco de quei-
                                                           madura
                                       Contacto indirecto   Circuito de protecção ligado à terra
                                       Operações de         Dispositivos de corte e isolamento de
                                       manutenção           todas as fontes de energia, com
     Outros




                                                            bloqueio
                                       Riscos residuais     Devem existir no equipamento picto-
                                                            gramas e informação sobre os riscos
                                                            residuais e meios de prevenção
33
EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO
INDIVIDUAL (EPI)


Ao adoptar como medida de segurança a utilização dos EPI, lembre-
-se sempre que estes provocam, no trabalhador, um “conflito” entre
as razões de segurança que o levam a usá-los e o desconforto e
esforço adicional na execução das suas tarefas, muitas vezes
motivadores da sua rejeição.

Quando se trata de protecção individual o princípio é:
“Proteger tão pouco quanto possível, mas tanto quanto
necessário”.

A participação dos trabalhadores na escolha dos equipamentos
que eles próprios vão usar, além de ser um factor de aderência à
solução, diminui a possibilidade de inadaptação dos EPI às caracte-
rísticas físicas de cada um.

Os EPI devem ser cómodos, robustos, leves, adaptáveis e homo-
logados, isto é, acompanhados da declaração “CE” de confor-
midade.

E na sua selecção devem ter-se em conta:
Os riscos a que o trabalhador está exposto, as condições de tra-
balho, a parte do corpo que se pretende proteger e as caracte-
rísticas do próprio trabalhador.
34




                                   Principais tipos de protecção individual

               Riscos                 Proteger         EPI                          Observações

     – Queda de objectos             Cabeça                            Existem em liga de alumínio, plástico



                                                         Capacete
     – Pancadas violentas                                              termoendurecível ou termoplástico. O tipo
     – Projecção de partículas                                         de actividade e condições de trabalho
                                                                       determinam a solução.

     – Projecção de poeiras e        Olhos e rosto                     Os vidros filtram as radiações prejudiciais
       partículas                                                      e, consoante a aplicação, devem resistir ao
                                                      e viseiras
                                                       Óculos



     – Luz visível, invisível ou                                       choque, corrosão e/ou radiações. Os óculos
       raio laser.                                                     não devem limitar o campo de visão mais
     – Acção química                                                   que 20%.
     – Acção térmica

     – Inalação de substâncias       Vias                              Máscaras filtrantes, filtros de gases e
                                                      ou Isolantes
                                                       Filtrantes




       perigosas                     respiratórias                     vapores, filtros físicos e filtros mistos.
                                                                       Aparelhos isolantes autónomos ou não.
                                                                       Seleccionam-se de acordo com o tipo de
                                                                       substância a evitar.

     – Ruído                         Aparelho                          Quanto ao modo de funcionamento
                                                      Abafadores
                                                       Tampões




                                     auditivo                          classificam-se em aparelhos activos,
                                                                       passivos, não lineares, e de comunicação.
                                                                       Devem usar-se sempre que a exposição
                                                                       pessoal diária possa exceder 85 dB(A).

     – Altas temperaturas            Tronco                            O agente agressor determina o tipo de teci-
                                                         Vestuário




     – Fluidos corrosivos                                              do ou material em que o vestuário deve ser
     – Radiações                                                       confeccionado


     – Mecânicos                     Pés e                             Calçado com biqueira de aço contra queda
                                                      Sapatos




     – Altas temperaturas            membros                           de objectos, palmilha de aço se há risco de
                                                       Botas




     – Químicos                      inferiores                        perfuração, botins de borracha para meios
                                                                       húmidos, com reflector aluminizado para
                                                                       resistir ao calor, joelheiras, etc.

                                     Mãos e                            Consoante o tipo de risco a prevenir usam-
                                                     dedeiras,
                                                      mangas
                                                      Luvas,




                                     membros                           -se dedeiras, luvas, mangas ou braçadeiras
                                     superiores                        de couro, tecido, borracha, plástico ou
                                                                       malha metálica

     – Quedas em altura              Pessoa                            Sempre que exista o risco de queda livre
                                                         Cinto Arnés




                                                                       deve usar-se cinto de segurança ou arnés,
                                                                       ligado a um ponto resistente.
35
ERGONOMIA



A adequação da tarefa à pessoa, constitui o princípio básico da
ergonomia e é um pré-requisito dos sistemas de trabalho seguros e
do combate ao stresse laboral.

Nesse sentido, a abordagem ergonómica do posto de trabalho,
procupa-se com a satisfação e o conforto das pessoas, cuidando da
eficiência e segurança da interface Homem-máquina, enquadradas
no espaço e ambiente de trabalho.

O esquema resume, do ponto de vista ergonómico, os factores a ter
em conta na concepção e análise de postos de trabalho:

 Características da Interface    Exigências da tarefa   Características da tarefa
 Homem/máquina
 (visores e comandos)            - Percepção            - Frequência
                                 - Físicas              - Repetitividade
 - Compatibilidade               - Memória              - Carga de trabalho
 - Suficiência                   - Atenção              - Natureza crítica
 - Localização                   - Vigilância           - Continuidade
 - Identificação legibilidade                           - Duração
 - Distinguibilidade                                    - Interacção com outras tarefas
 - Facilidade de operação
 - Confiança
 - Siginificado
 - Feedbak




 Factores individuais                                      Instruções e procedimentos
 - Capacidades                                             - Acuidade
 - Formação                                                - Suficiência
 - Experiência                                             - Clareza
 - Aptidões                                                - Significado
 - Conhecimento                                            - Legibilidade
 - Personalidade                                           - Facilidade de utilização
 - Condição física                                         - Aplicabilidade
 - Atitudes                                                - Formato
 - Motivação                                               - Grau de detalhe
                                                           - Selecção e localização
                                                           - Revisão




                                                           Factores de stresse

                                                           - Pressão do tempo
 Factores técnico-sociais                                  - Carga de trabalho
                                                           - Ambiente de alto risco
 - Número de trabalhadores                                 - Monotonia
 - Horas de trabalho/paragens                              - Fadiga/sofrimento/
 - Disponibilidade de recursos                               desconforto
 - Acções dos outros                                       - Conflitos
 - Pressões sociais              Ambiente                  - Isolamento
 - Estrutura organizacional                                - Distracções
 - Estrutura da equipa           - Temperatura             - Vibração
 - Comunicação                   - Humidade                - Ruído
 - Autoridade                    - Ruído                   - Iluminação
 - Responsabilidade              - Vibração                - Temperatura
 - Práticas de grupo             - Iluminação              - Constrição de movimentos
 - Benefícios e recompensas      - Espaço de trabalho      - Mudança de trabalho
36




     Tendo em conta todos estes factores, é comum sintetizar a
     abordagem ergonómica no conceito de “Sistema de Trabalho
     Total”, baseado em quatro aspectos:

     • Características humanas: Dimensões do corpo, força, limitações
       físicas e psicológicas, vigor, aprendizagem percepção e reacção.

     • Interface Homem-máquina: Visores, comandos comunicação e
       automatização.

     • Factores ambientais: Temperatura, humidade, iluminação, venti-
       lação, ruído e vibração.

     • Sistema de trabalho total: Fadiga, taxa de trabalho, postura,
       produtividade, acidentes, aspectos de segurança e saúde-doença
       ocupacional.
37
SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS



Armazenamento e manuseamento de substâncias perigosas

Existe uma grande variedade de substâncias perigosas utilizadas
nas operações industriais exigindo, cada uma, procedimentos de
segurança específicos.

Em termos gerais, os princípios básicos a observar no armaze-
namento e manuseamento deste tipo de substâncias são:

 – Limpeza e manutenção meticulosas dos locais de armazena-
   mento e movimentação deste tipo de substâncias;
 – Proibição de fumar, foguear, comer ou beber nos locais de arma-
   zenamento e movimentação das substâncias perigosas;
 – Formação do pessoal de acordo com as regras de segurança e de
   boa prática neste domínio e do uso da protecção individual ade-
   quada;
 – Supervisão das operações por parte das pessoas competentes;
 – Nas zonas de trabalho, armazenar somente as quantidades mí-
   nimas necessárias;
 – Os contentores de armazenamento e de movimentação das subs-
   tâncias devem ser, sempre, clara e apropriadamente etiquetados;
 – Adopção de cuidados, procedimentos e contentores específicos
   para o manuseamento de cada substância perigosa;
 – Aplicação imediata dos primeiros socorros adequados às
   pessoas atingidas por substância perigosa, particularmente nos
   casos de contacto com a pele e/ou olhos;
 – Dotar os laboratórios de bancas com dispositivos de captação
   de fumos (hottes), bem dimensionados, operando com uma
   velocidade mínima de 0,4m.s-1 na face;
 – Definição clara de responsabilidades, a todos os níveis, do
   pessoal envolvido, suportada por formação, informação e
   instruções compreensíveis;
 – Cumprimento das prescrições de segurança e ambientais apli-
   cáveis no tratamento dos resíduos de substâncias perigosas;
 – Na aquisição de substâncias perigosas exigir do fornecedor,
   pelo menos no acto da primeira entrega, a ficha de segurança do
   produto.

Nunca utilize:

 – Contentores não etiquetados, não apropriados ou ocasionais;
 – Contentores normalmente usados para materiais inócuos, ali-
   mentação ou bebidas.
38




     Fichas de segurança

     A portaria 396/94 de 21 de Junho, obriga o fornecedor de uma
     substância perigosa a facultar, a pedido do destinatário, toda a
     informação necessária à protecção da saúde e segurança do
     trabalho e do ambiente. Esta informação deve constar de uma ficha
     de segurança e incluir:

      – Indentificação da substância e da empresa;
      – Composição/informação sobre os componentes da substância;
      – Identificação dos perigos;
      – Primeiros socorros adequados;
      – Medidas de combate a incêndios;
      – Medidas a adoptar em caso de fugas acidentais;
      – Procedimentos de manuseamento e armazenagem;
      – Controlo da exposição/protecção individual;
      – Propriedades físicas e químicas;
      – Estabilidade e reactividade;
      – Informação toxicológica;
      – Informação ecológica;
      – Informação relativa eliminação da substância;
      – Informação sobre o transporte;
      – Informação sobre regulamentação aplicável;
      – Outras informações.
39
ANEXOS



Linguagem gestual

“Linguagem Gestual” para condução de manobras de elevação e
movimentação de cargas.

      Movimento
       vertical                Direcção          Todos os movimentos




         Subir            mover para a direita         Paragem




        Baixar           mover para a esquerda   Paragem de emergência




Sinalização de segurança

Sinais de Proibição: fundo branco, símbolo a preto, coroa circular e
banda oblíqua a vermelho (cor de segurança).
Ex.:




Sinais de Aviso: fundo amarelo (cor de segurança), símbolo e
contorno a preto.
Ex.:
40
     BIBLIOGRAFIA



     – Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, Alberto Sérgio
       Miguel
     – The Law and Practice of Risk Assessment, Jeremy Stranks
     – Human factors and safety, Jeremy Stranks
     – Preventing accidents and hillness at work accidents, Steve
       Morris & G. Willcooks
     – Decreto de lei 441/91 de 14 de Novembro
     – Acidentes de trabalho e de trajecto (inquérito junto dos
       estabelecimentos)1998
     – Safety Technology, Jeremy Stranks
A produção de ferramentas de trabalho para os encarregados e para as
       chefias intermédias das nossas empresas constitui uma das tarefas mais
       importantes do PRONACI.

                                                      AEP - Associação Empresarial de Portugal



       O desenvolvimento integrado das empresas depende cada vez mais de pro-
       jectos que recorrem a metodologias e instrumentos de formação diferencia-
       dos e adaptados aos seus destinatários.

                        Gpf - Gabinete de Coordenação de Parcerias e Formação Profissional




UNIÃO EUROPEIA
Fundos Estruturais




AEP - Associação Empresarial de Portugal • PRONACI - Programa Nacional de Qualificação de Chefias Intermédias
        4450-617 Leça de Palmeira • Tel.: 22 998 15 00 / Fax: 22 998 17 71 • www.aeportugal.pt/pronaci

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Higiene e Segurança no Trabalho

  • 1. Higiene e Segurança no Trabalho Ficha Técnica PRONACI Edição 2002
  • 2. Ficha Técnica PRONACI Higiene e Segurança no Trabalho Concepção: CATIM - Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica Conteúdos: Alberto Fonseca Colaboração: Iris Ferraz Coordenação: Francisco Alba PRONACI - Programa Nacional de Qualificação de Chefias Intermédias AEP - Associação Empresarial de Portugal Setembro de 2002
  • 3. «As mais fortes e persuasivas razões para se adoptarem medidas de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho, são as que definimos para nós próprios e não as que nos são impostas do exterior». In Preventing Accidents and Illness at Work Steve Morris / Graham Willcocks Tratar, em poucas palavras, um assunto tão abrangente obriga a uma certa “ligeireza” na abordagem dos conceitos e meto- dologias. Mas, quando o objectivo é fornecer pistas que sirvam de ponto de partida às organizações para encararem a prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais como uma “batalha” diária, o lema deve ser “síntese e simplicidade”. Foi o que se procurou fazer nesta ficha técnica. O leitor fica, por isso, convidado a aprofundar estas matérias e, sobretudo, a delinear uma estratégia para as pôr em prática. Ao fazê-lo evite, por todos os meios, adoptar os habituais “planos Omega”: «Prefira, sempre, dizer vamos reduzir o n.º de acidentes no sector “tal” em 25%, em vez de pretendemos baixar a sinistralidade laboral». Nota: “Planos Omega” são como os relógios Omega, não atrasam nem adiantam. In “Os Senhores da Guerra”, pág. 82, de Jorge Vasconcelos e Sá
  • 4.
  • 5. 3 ÍNDICE Página 5 H.S.T., uma abordagem positiva H.S.T., custo ou investimento? A cultura de H.S.T. Hierarquia das acções de prevenção e controlo Sugestões para fazer progressos Página 11 Conceitos básicos Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de riscos Situação perigosa Acidente/Dano Página 13 Introdução à análise de riscos Página 17 Prevenção e segurança. Noções básicas Segurança estrutural Ventilação Industrial Higiene Industrial Ambiente térmico Radiações Movimentação e transporte interno de cargas Segurança contra incêndios Página 26 Segurança eléctrica Página 28 Exposição ao ruído Página 30 Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho Regras de boa prática Verificação de segurança dos equipamentos de trabalho Página 33 Equipamentos de Protecção Individual (EPI)
  • 6. 4 Página 35 Ergonomia Página 37 Substâncias perigosas Armazenamento e manuseamento de substâncias perigosas Página 39 Anexos Linguagem gestual Sinalização de segurança Página 40 Bibliografia
  • 7. 5 H.S.T., UMA ABORDAGEM POSITIVA Quem como a aranha se “senta” à espera que a presa accione a teia, tem tendência para “apagar fogos” em vez de os evitar. A responsabilidade pela Saúde e Segurança do Trabalho, não é exclusiva de uma só pessoa e ninguém se convença que, neste do- mínio, consegue fazer progressos se não contar com a motivação e o envolvimento de todos, assumindo, cada um, a sua quota-parte da responsabilidade na prevenção dos acidentes e doenças profissionais. O que diz a lei? Sintetizando, diz que: • O empregador é responsável pela segurança e pela protecção da saúde na empresa; • Os empregados devem colaborar respeitando a regulamen- tação e instruções de segurança, adoptando procedimentos de trabalho seguros e comunicando quaisquer situações de traba- lho perigosas para a segurança e saúde. Novidade?… Não!!!!!!!!!!! Claro que jamais deveremos descurar o cumprimento da lei mas, limitarmo-nos a isso não deixa de ser uma atitude relativamente passiva. Mais do que “não fazer coisas perigosas”, uma abordagem positiva à H.S.T., pressupõe agir, individual e colectivamente, no sentido de, permanentemente, em cada posto de trabalho, serem identificados e combatidos os riscos para a saúde, construindo e mantendo um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos. H.S.T., Custo ou Investimento? Aceitando o princípio de que prenvenir é sempre mais barato do que curar, a H.S.T. será sempre um investimento. Pense nisto: • Estima-se que as consequências directas e indirectas dos aciden- tes de trabalho custam, ao nosso país, cerca de 3 000 milhões de Euros (aproximadamente 600 milhões de contos), por ano. • Em 2000 registaram-se cerca de 220 mil acidentes de trabalho (participados), dos quais quase 300 foram mortais. • No mesmo ano perderam-se, em consequência desses aciden- tes, mais de 3,3 milhões de dias de trabalho. • O que equivale a dizer que cerca de 15 200 trabalhadores esti- veram parados o ano inteiro.
  • 8. 6 É difícil pensar nestes números? Imagine a cidade de Sines totalmente parada durante um ano. Análise custo-benefício Custos Custos totais Custos com Custos dos segurança acidentes 0 P 100% Nível de Segurança P - Nível de segurança óptimo do ponto de vista económico 1 - Estimativas da responsabilidade do autor baseadas nos dados estatísticos disponíveis A cultura de H.S.T. Recorda-se de alguma vez ter ouvido qualquer coisa como: Sabias que... fulano perdeu um dedo num acidente de trabalho? Teve muita sorte!!! Podia ter ficado sem o braço! Este dito, que transforma um sinistrado num “homem de sorte”, é frequentemente ouvido no terreno e, de certa forma, traduz a nossa cultura em matéria de segurança do trabalho. Não se estranhe por isso que, na União Europeia, sejamos o país que lidera, destacado, a sinistralidade laboral. A melhor maneira de entender este problema, talvez seja indagar como e porquê chegamos à liderança. Pense nisto: • Que adianta dispor de equipamentos em conformidade com os requisitos de segurança, se em nome do ritmo produtivo se neutralizam os dispositivos de protecção porque, suposta- mente estorvam? • Equipamentos de Protecção Individual? Para quê? “Isso são coisas para medricas”?
  • 9. 7 • Para quê mudar se sempre se fez assim e nunca houve problema? • Com os anos que tenho “disto”, não há máquina nem andaime que me meta medo!!!!!!!!! E agora repare nestes indicadores • 0,9 % é, em média, o peso dos custos com a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho na totalidade dos custos com pessoal. • Cerca de 63 % dos trabalhadores nunca tiveram qualquer tipo de formação em H.S.T.. • Mais de metade dos acidentes de trabalho ocorre com pessoas de idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos (“os tais que já andam «nisto» há muito tempo”). Não será esta a nossa maneira de ser e de fazer as coisas que, em boa parte, explica as razões da “liderança”? Como disse Edward de Bono: “Se sabe que uma coisa está enterrada a 50 cm de profundidade e já escavou 70 cm sem a encontrar, pare e vá escavar noutro lado”. De facto, é imperativo desenvolver uma sólida cultura de prevenção dos riscos de acidente de trabalho e cabe a cada um de nós envolvermo-nos activamente nessa tarefa. Mas, lembre-se sempre daquele provérbio chinês: “Nem mesmo nove mulheres, física, psicológica e afectivamente perfeitas, conseguem dar à luz um filho num mês”. Tudo tem um tempo e, sobretudo quando se trata de mudar mentalidades, o processo é lento e difícil. Por isso, não perca tempo, comece já e retire do seu vocabulário a expressão “não vale a pena”, porque os resultados demoram a aparecer. Símbolos e slogans Maneiras tradicionalmente A ponta do iceberg (10% do estabelecidas de fazer coisas total) revela a parte visível da cultura de H.S.T.. Comportamento real Os verdadeiros alicerces dessa mesma cultura nem A forma como as pessoas se tratam sempre vêm à tona. mutuamente Nível de comunicação, envolvimento
  • 10. 8 Hierarquia das acções de prevenção e controlo Eliminar / Reduzir 1º O risco de acidente. Proteger Adoptar medidas: 2º 1º de protecção colectiva; 2º de protecção individual para os riscos que não foi pos- sível eliminar ou reduzir. Informar 3º Alertar para os Riscos Residuais que não foi possível eliminar nem proteger. Processos para controlar os riscos: Processo Tipo de medidas Eliminar/reduzir o risco Construtivas Envolver o risco Afastar o Homem Organizacionais Proteger o Homem Protecção individual Medidas construtivas ou medidas de engenharia: Devem ser adoptadas na fase de concepção e projecto. Actuam sobre os meios de trabalho (equipamentos, máquinas, edifícios). Incluem-se aqui as medidas de protecção colectiva. Medidas organizacionais: Dirigem-se ao sistema Homem - Equipamento - Ambiente. Visam afastar o Homem dos riscos. Protecção individual: Actuam exclusivamente sobre o Homem, obrigando-o ao uso de
  • 11. 9 Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Devem ser tomadas como último recurso. Sugestões para fazer progressos Ao encetar um processo de mudança, haverá momentos em que pensará, “porque é que me meti nisto?”. Calma! Lembre-se do provérbio Chinês e tenha sempre em mente que mudar comportamentos enraizados e mentalidades, nunca foi fácil. Se vai liderar o processo, não se esqueça que: • O resultado do trabalho de uma equipa é superior à soma das partes; • Pequenos sucessos moralizam e motivam para as “grandes batalhas”; • As pessoas “compram” benefícios concretos, não “compram” promessas. Experimente estes “10 mandamentos”: 1 - Constitua uma equipa. De preferência multidisciplinar e representativa de todos os sectores da organização. Defina responsabilidades. 2 - Seleccione uma área ou secção da empresa, onde seja mais fácil começar e na qual possa desenvolver um projecto - piloto. 3 - Estabeleça objectivos claros, consensuais e alcançáveis, cu- jos resultados possam impressionar positivamente a gestão de topo. 4 - Identifique claramente o(s) problema(s) a resolver. O método da árvore de problemas é uma boa ferramenta para o efeito. 5 - Estabeleça um plano de actividades, bem definido no tempo. 6 - Comece pelo “lado” mais fácil, favorecendo assim o sucesso inicial. 7 - Promova os resultados no seio da equipa, na área de influência do projecto e nas outras secções ou departamen- tos da organização. 8 - Tente aprender com tudo o que faz, ou não faz, progredir o projecto. 9 - Mantenha a “pressão” e carga de trabalho da equipa em níveis razoáveis. 10- Promova a monitorização permanente do projecto e do de- sempenho da equipa e proceda, imediatamente, a ajusta- mentos sempre que necessário.
  • 12. 10 Especificar Especificar os resultados os resultados Acompanhar o que Agir está a ser feito Agir Monitorar e rever Acompanhar o progresso e desempenho. Proceder a correcções o que está a ser feito Plano de acção Identificar para corrigir desvios Plano de acção Identificar desvios para corrigir A vantagem do projecto-piloto é a tolerância a alguns erros sem grandes consequências, dos quais se tiram, normalmente, boas lições. Mas tenha cuidado. Se está a experimentar mudanças, a equipa e a experiência serão alvo permanente da curiosidade e atenção de quem “está de fora”. E lembre-se que: • As pessoas envolvidas no projecto falarão sobre ele com os colegas. • Os resultados da experiência espalham-se, rapidamente, pelos outros departamentos e secções. Se forem positivos, serão um elemento facilitador da extensão do projecto ao resto da organização. • As boas experiências geram interesse e vontade de fazer parte delas.
  • 13. 11 CONCEITOS BÁSICOS Segurança do trabalho Integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de tra- balho e ao processo produtivo (materiais, equipamentos, e modos operatórios) Higiene do trabalho Integra um conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos pre- sentes nos componentes materiais do trabalho. Assenta fundamen- talmente em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho. Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de risco Causa/Fenómeno capaz de provocar uma lesão ou dano para a saúde. É, normalmente, medido em função da probabilidade e das consequências da ocorrência de um acidente. Situação perigosa Toda a situação em que a pessoa é exposta a um ou mais ris- cos/fenómenos perigosos. Situação de trabalho A exposição é caracterizada pela sua Risco Pessoa frequência e duração Risco Pessoa Situação perigosa Acidente/Dano Acontecimento não planeado que provoque a morte, um dano para a saúde, um ferimento, um prejuízo ou outras perdas. Acidente de trabalho Acidente que se verifique no local e tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou
  • 14. 12 doença de que resulte a morte ou a redução na capacidade de tra- balho ou de ganho Dano para a saúde (provocado pelo trabalho) Perda de saúde comprovadamente causada ou agravada pela acti- vidade ou pelo ambiente de trabalho de uma pessoa. Evento desencadeador Evento que despoleta a sequência de acontecimentos que resultam num dano. Prevenção Acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de medidas adoptadas em todas as fases da vida das empresas. Evento desencadeador Risco Pessoa Risco Pessoa Dano
  • 15. 13 INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE RISCOS A análise de riscos, além de ser uma obrigação legal, é um dos mais poderosos processos de promover uma atitude positiva relativa- mente à H.S.T. no seio das organizações, porque: • Contribui decisivamente para reduzir a probabilidade de aci- dente ou doença profissional; • Envolve várias pessoas na discussão sobre a segurança do local de trabalho; • Contribui significativamente para a mudança de comportamen- tos; • Coloca-nos do lado correcto da lei. O processo é simples e, esquematicamente, pode ser assim resu- mido: Identificar quem Observar o local de trabalho 1º 2º está expostoperigosas as situações e definir Identificar riscos 1º Observar 2º Identificar quem o local de trabalho está exposto e definir Identificar riscos as situações perigosas 5º Registar tudo 3º Avaliar o risco o que foi feito 3º Avaliar o risco Registar tudo o que foi feito 5º 4º Definir medidas para Combater o risco 4º Definir medidas para Combater o risco Antes de lançar mãos à tarefa, não se esqueça que “4 olhos vêm mais que dois”. Este é um trabalho de equipa. Vejamos com mais detalhe cada uma destas etapas: 1 - Observar/Identificar riscos: Para facilitar os registos e, poste- riormente, a definição das medidas a adoptar, classifique os riscos de acordo com a sua natureza Física, Química, Biológica ou Natural (ex.: riscos de origem biológica).
  • 16. 14 Tabela nº 1 - Exemplos de agentes geradores de riscos Fenómenos Físicos Químicos Biológicos Naturais - Acção da - Incêndio - Animais, incluindo - Situações gravidade (queda fontes humanas extremas de calor de pessoas, ou frio materiais ou objectos) - Operações de - Explosão - Microorganismos - Água movimentação (bactérias, vírus, manuais etc.) - Uso de - Contaminação - Plantas e várias - Condições ferramentas directa ou indirecta formas de climáticas tais manuais devida a fonte ou vegetação como: vento, - Partes móveis de substância química luminosidade, máquinas perigosa nevoeiro e chuva - Veículos - Electricidade (choque, fogo, explosão) - Pressão (explosão devida ao aumento da pressão) - Radiações - Ruído e vibração 2 - Identifique quem e quantas são as pessoas expostas ao risco: Operador, trabalhadores que permaneçam ou circulem na zona em análise, visitantes, etc.. E, para cada risco identificado, defina/descreva as situações perigosas: P. ex. Mãos do operador da prensa na zona perigosa, fontes de ignição na zona de armazenamento de combustíveis, etc.. 3 - Avaliar o risco: Nesta fase é útil quantificar o risco. Uma forma simplificada de o fazer, é considerar o risco como uma função da probabilidade de ocorrência da situação perigosa/frequência da exposição ao risco (P) e da severidade (S) dos danos que daí possam resultar em caso de acidente. Define-se então um índi- ce de risco (R), como sendo o produto daqueles dois factores: R = P x R. Graduando P e S numa escala de 1 a 6 como indica a tabela “2”, R tomará os valores do quadro “3”.
  • 17. 15 Tabela nº 2 Escala frequência/probabilidade (P) Escala de Severidade (S) Ocorrência altamente improvável 1 Ferimento irrelevante Ferimento superficial sem Possibilidade remota de ocorrência 2 paragem de trabalho Ferimento com paragem de Ocorrência ocasional 3 trabalho Ocorre com regularidade 4 Ferimento grave com sequela Ferimentos múltiplos graves com Ocorre com frequência e regularidade 5 sequelas Ocorre de certeza 6 Morte 4 - Medidas para combater o risco: Para cada risco defina as medidas Construtivas e/ou Organizacionais adequadas, tendo em conta: • A hierarquia e os processos; • A análise custo/benefício associada a cada medida preconizada; • O grau de urgência para a adopção de cada medida, o qual deve ser determinado pelo índice de risco (R) calculado (quadro “3”, utilizando, por exemplo, o seguinte critério: Severidade (S) R = PxS 1 2 3 4 5 6 Probabilidade / frequência (P) 1 1 2 3 4 5 6 2 2 4 6 8 10 12 Valor de R 3 3 6 9 12 15 18 Med. de Longo prazo 4 4 8 12 16 20 24 Med. de Médio prazo 5 5 10 15 20 25 30 Med. de Curto prazo 6 6 12 18 24 30 36 Med. Imediatas 5 - Registos: A informação recolhida durante o processo, é preciosa para apoio à decisão noutros projectos. Constitua um dossiê do projecto com todos os documentos e registos com ele relaciona- dos. Incluindo aquelas “notinhas” manuscritas em pedaços de papel.
  • 18. 16 A análise e avalição de riscos deve ser abrangente, por isso não hesite em: 1 - Submeter à apreciação das pessoas que trabalham no campo de acção do projecto-piloto, a lista dos riscos e situações perigosas identificados. 2 - Depois de analisar comentários e sugestões e de efectuar as correcções pertinentes, volte a fazer circular a lista, desta vez acompanhada dos valores dos índices de risco calculados. Dê muita atenção aos comentários. Desta forma, não só obtem opiniões que reflectem várias sensibili- dades e percepções do risco, como está a promover o envolvimen- to e responsabilização gerais. Em suma, vai, assim, germinando e desenvolvendo a cultura em H.S.T..
  • 19. 17 PREVENÇÃO E SEGURANÇA. NOÇÕES BÁSICAS Segurança estrutural Com certeza que conhece alguém que se tenha aleijado porque es- corregou ou tropeçou no pavimento, ou porque caiu de uma escada, ou que por falta de uma protecção se tenha estatelado no piso infe- rior, ou que tenha rachado a cabeça porque bateu num elemento fixo da estrutura, etc.. Estes e outros tipos de acidentes estão associados a aspectos estru- turais muitas vezes negligenciados por nem sempre estarem directa- mente realcionados com o posto de trabalho ou com o equipamento a que a pessoa dedica a maior parte do seu horário laboral. Por isso, no projecto-piloto, não se esqueça de incluir este aspecto da segurança. A tabela “4”, refere alguns exemplos a considerar neste domínio: Tabela “4” Elementos Riscos Recomendações estruturais - Adopção de pisos antiderrapantes - Eliminação de ressaltos ou variações bruscas do nível do pavimento - Queda no mesmo nível - Manutenção do pavimento livre de substân- por escorregamento cias e/ou objectos que possam provocar ou tropeção escorregamento ou tropeção - Acumulação de - Prever meios de escoamento de fluidos Pavimentos fluidos/inundação - Sinalização e, se necessário, vedação das e espaços - Instabilidade estrutural áreas de circulação restrita ou interditas de circulação devida a carga excessiva - Vedação das aberturas no pavimento - Choque de partes do corpo - Marcação e, se necessário, vedação das com elementos estruturais zonas de circulação de veículos ou cargas fixos suspensas - Indicação dos limites de carga admissíveis - Sinalização e protecção de partes fixas da es- trutura onde possam chocar partes do corpo - Aplicação de corrimões nas escadas - Os escadotes devem possuir meios de apoio e fixação para evitar deslizamentos - As escadas verticais devem possuir anéis guar- Escadas, - Queda em altura da-costas, a partir da altura de 2 m do solo - P/ alturas elevadas, prever patamares de escadotes - Queda de objectos repouso entre lanços de escada com o máx. plataformas - Choque de veículos com 10 m e passadiços a escada - Nas plataformas e passadiços devem aplicar- -se guarda-corpos com altura min. de 1 m uma barra intermédia a 0,5 m e rodapé - Aplicação de barreiras nas zonas de interfe- rência da escada com a zona de circulação. - Aplicação de corrimões nas escadas - Os escadotes devem possuir meios de apoio e fixação para evitar deslizamentos - As escadas verticias devem possuir anéis - Quebra de materiais provo- guarda-costas, a partir da altura de 2 m do Portas, solo cada, p. ex., por choque de janelas, - P/ alturas elevadas, prever patamares de partes do corpo paredes, repouso entre lanços de escada com o máx. - Entalamento 10 m. etc. - Queda em altura - Nas plataformas e passadiços devem aplicar- -se guarda-corpos com altura min. de 1 m, uma barra intermédia a 0,5 m e rodapé - Aplicação de barreiras nas zonas de interfer- ência da escada com a zona de circulação
  • 20. 18 Ventilação Industrial Sendo certo que a sanidade do ar respirado no posto de trabalho deve ser garantida, antes de mais, pela utilização de produtos não prejudiciais à saúde ou pela modificação do processo, há situações em que tal não é possível. Nesse caso, recorre-se à ventilação para renovação contínua do ar (Ventilação Geral), ou para captação do(s) elementos(s) poluente(s), junto da respectiva fonte de emissão (Ventilação/captação Localizada). A definição da solução técnica adequada, pressupõe um conhecimen- to pormenorizado do processo e dos poluentes libertados e requer a realização de um projecto consciencioso, dirigido para a optimização dos caudais necessários ao controlo efectivo dos contaminantes. Escolha da solução técnica adequada Sim Local específico com Não emissão de poluentes? Fonte de poluição Não - Proporcionar conforto confinada? - Controlar o ambiente térmico - Diluir o ar contaminado Sim Captação Ventilação Localizada Geral O sistema de difusão de ar deve: - Assegurar o conforto dos trabalhadores - Evitar perturbações nos sistemas de capta- ção localizada - Respeitar o conforto acústico Captadores sensíveis Ventilação geral a perturbações do local por diluição Captadores envolventes Saneamento da zona de pouco sensíveis a perturbações movimento de pessoas Não se esqueça que: Quanto maior for o envolvimento da zona de libertação do poluente, mais económica e eficaz será a captação. Higiene Industrial Nos locais de trabalho podem existir agentes contaminadores do
  • 21. 19 ambiente, susceptíveis de expor as pessoas ao risco de doença profissional. Controlar esses agentes e prevenir este risco, é o objectivo da Higiene Industrial. O ramo desta disciplina que trata das medidas a aplicar para manter o ambiente de trabalho saudável é a Higiene Operativa. Tais medidas podem ser: Construtivas Organizacionais Adicionais Substituição das substâncias e/ou Confinamento; separação Protecção Individual processos perigosos por outros mais física das operações seguros perigosas limitando o número de pessoas Isolamento do contaminante para impedir expostas que passe para o ambiente ocupado por trabalhadores Limitação dos tempos de exposição dos Captação do contaminante na origem trabalhadores a valores (aspiração localizada) admissíveis Ventilação geral das áreas de trabalho A tabela seguinte, refere agentes químicos que podem existir em suspensão na atmosfera e exemplos dos respectivos efeitos fisio- lógicos. Agentes contaminantes Efeitos fisiológicos Inertes Quando em concentrações muito elevadas, podem alojar-se nos pulmões Fibrogénicas ou pneumoconió- Reagem nos alvéolos pulmonares podendo ticas provocar doenças graves como pneumo- Ex. Sílica, amianto coniose, silicose, asbestose Sólidos Poeiras Alergizantes e irritantes Actuam sobre a pele ou sobre o aparelho Ex. madeiras tropicais, resina respiratório Tóxicas (sistémicas) Lesionam órgãos viscerais, de forma rápida se Ex. Berílio, Chumbo, manganês, em concentrações elevadas (intoxicações cádmio, crómio, etc. agudas) ou lentamente se em baixas concen- trações (intoxicações crónicas). Podem ainda provocar cancro e alterar o sistema nervoso central Irritantes Inflamação dos tecidos em contacto, como p. Ex. Amoníaco, cloro, ozono, ácido ex. a pele, mucosas das vias respiratórias, sulfúrico, etc. conjuntiva ocular, etc. Asfixiantes simples Asfixiam por redução do teor de oxigénio no Ex. Azoto, Hidrogénio, acetileno ar Gasosos Gases e Asfixiantes químicos Asfixiam por interferência no processo de Vapores Ex. Monóxido de carbono, cia- absorção do oxigénio no sangue netos Narcóticos Após a absorção pelo sangue, produzem Ex. Acetona, éter etílico efeitos anestésicos Tóxicos (sistémicos) Podem lesionar vários órgãos tais como o Ex. Tricloroetileno, clorofórmio, fígado e os rins, ou mesmo a medula óssea benzeno Gotículas invisíveis. Consoante a substância química e o tipo de Aerossóis Resultam da dispersão mecânica contacto os efeitos, à semelhança do que Líquidos dos líquidos acontece com os agentes sólido e gasosos, podem ser localizados ou sistémicos Gotículas líquidas visíveis. Neblinas Resultam da condensação de vapor
  • 22. 20 Ambiente térmico Por razões bioquímicas, a temperatura interna do corpo humano deve manter- -se entre os 36,2°C e os 37,8°C. É neste intervalo de temperaturas que as principais funções do organismo e em particular o sistema nervoso central encontram o seu ponto de desempenho óptimo. Pode dizer-se que o principal problema relacionado com o ambiente térmico dos locais de trabalho, está na satisfação das condições necessárias à manutenção de um ambiente térmico neutro, assegurando a manutenção da temperatura interna do corpo dentro daqueles limites (homeotermia). O trabalho em condições de ambiente térmico quente ou frio, além do desconforto, pode conduzir a situações de stresse térmico. A manutenção de um ambiente térmico neutro, exige o controlo de 4 factores (principais) que intervêm nas trocas de calor efectuadas entre o homem e o ambiente em que está inserido. São eles: a temperatura, humidade e velocidade do ar e o calor radiante. Factor Unidade Influência nas trocas Instrumento de ambiental de medida de calor c/ o homem medida Temperatura (°C) Intervem nas trocas de Termómetro do ar Grau centígrado calor por convecção Absoluta Kg de vapor de água por Intervem nas trocas de Psicómetro Humidade do ar Kg de ar seco calor por evaporização Relativa % de vapor de água no ar relativamente à quantida- de máxima de vapor de água que o ar pode con- ter a uma determinada temperatura (m.s -1) Intervem nas trocas de Anemómetro ou Velocidade do ar metros por segundo calor por convecção e por Termoanemómetro evaporização Calor radiante (°C) Termómetro Grau centígrado de globo Recorda-se de alguma vez ter trabalhado num local climatizado onde um grupo de 3, 4 ou mais pessoas discute frequentemente se está frio ou calor e raramente chegaram a acordo sobre a regulação da temperatura do ar condicionado? De facto, devido às diferenças fisiológicas individuais, dificilmente se conseguirão condições de conforto térmico ideais para todos os indivíduos que trabalham num determinado local.
  • 23. 21 A solução será, portanto, realizar as condições de conforto térmico que satisfaçam um grupo de indivíduos representativo dos trabalhadores em causa. São seis as condições fisiológicas de conforto térmico, em regime estável: – Equilíbrio térmico: nem armazenamento, nem perda de calor; – Ausência de arrepios; – Débito de sudação óptimo; – Temperatura cutânea média óptima; – Pele relativamente seca (molhagem cutânea inferior a 60%); – Ausência de secura das mucosas bucofaríngeas. Radiações Consoante a forma como interagem com a matéria, as radiações são classificadas como ionizantes ou não ionizantes. Ambas podem ter efeitos nocivos na saúde dos indivíduos expostos, dependendo a severidade dos danos, entre outros factores, da quan- tidade de radiação absorvida e do tempo de exposição. Na tabela seguinte caracterizam-se, simplificadamente, os tipos de radiação e os respectivos efeitos no Homem: Exemplos Características Fonte de emissão Tipos de efeito Raios alfa, beta, Caracterizam-se por Isótopos radioactivos natu- Somático (no próprio indi- gama, raios X, serem altamente ener- rais e artificiais, fontes ra- víduo) ou hereditário (nos Ionizantes protões e neu- géticas, tendo, por dioactivas usadas em medi- descendentes). trões. isso capacidade para cina e/ou investigação, so- Podem provocar doenças produzir iões. los e alguns minérios. graves como a leucemia, cancro da pele, entre outros. Radiações, ultra- Caracterizam-se por As radiações ultravioleta, Cancro da pele (exposição violeta, visível, não serem suficiente- visível e infravermelha são prolongada à luz solar), Não Ionizantes infravermelha, mente energéticas pa- emitidas pelo Sol, solda- queimaduras cutâneas, fo- m i c ro - o n d a s , ra produzir iões dura por arco, lâmpadas e tosensibilização dos tecidos ondas de rádio, lasers, etc. As micro-ondas biológicos, Inflamação dos etc.. provêm de aparelhos de tecidos do globo ocular, fisioterapia e de esterili- indirectamente contribui zação, fornos de aqueci- para a produção de ozono, mento, fornos de indução, efeitos térmicos (micro- etc.. ondas). A prevenção dos riscos associados às radiações passa fundamen- talmente por: – Definição e identificação das áreas de trabalho de acordo, com o risco de exposição; – Redução do tempo de exposição;
  • 24. 22 – Observação e exame físico regular dos locais de risco; – Exame médico periódico e, se necessário, excepcional, dos trabalha- dores expostos; – Adopção de equipamentos de protecção individual adequados ao tipo de radiação que se pretende evitar e às partes do corpo a proteger. O Decreto Regulamentar n.º 9/90 de 19 de Abril dirige-se particu- larmente à protecção contra as radiações ionizantes e estabelece algumas regras de prevenção. Movimentação e transporte interno de cargas Na prevenção dos acidentes relacionados com operações de movi- mentação e transporte interno de cargas devem considerar-se, fun- damentalmente, quatro aspectos: o condutor/operador, o meio de transporte, o ambiente de trabalho e o sistema de trabalho. Do controlo e coordenação destes quatro aspectos, depende a con- secução de níveis de segurança elevados.
  • 25. 23 A título de exemplo, reflicta sobre as seguintes questões: - A sua condição geral de saúde é boa? Condutor - A sua capacidade visual e auditiva é normal? - É regularmente sujeito a exames médicos? - Tem formação e treino para operar com o equipamento? - Consegue detectar deficiências ou avarias elementares no equipamento? - Está em boas condições de funcionamento? O meio de transporte - Existe afixada no equipamento uma tabela com as configurações e respec- tivos limites de carga? - É sujeito às operações de manutenção recomendadas pelo fabricante? - Existe um registo das operações de manutenção periódica? - É sujeito a inspecções de segurança regulares? - Existem registos destas inspecções? - As recomendações resultantes das inspecções de segurança são aplicadas? - Os caminhos e áreas de movimentação e transporte de cargas estão clara- Ambiente de trabalho mente identificados e devidamente sinalizados? - Os percursos estão correctamente iluminados? - Os obstáculos estão claramente identificados? - A resistência dos pisos e elementos de apoio dos meios de movimentação e transporte é adequada? - Os pisos são suficientemente lisos e nivelados? - O abastecimento de combustível faz-se no exterior do edifício? - O local de carregamento de baterias é suficientemente ventilado? - Existem procedimentos formais para a operação em segurança dos meios de movimentação e transporte de cargas? Ambiente de trabalho - Nestes procedimentos estão identificados os principais riscos e definidos, en- tre outros, os limites de velocidade relativos a cada equipamento e/ou carga a movimentar? - Esses procedimentos incluem um conjunto de regras, de cumprimento obrigatório, para operação com equipamentos de movimentação e transporte de cargas? - Os operadores conhecem os procedimentos e regras e, se for caso disso, as sanções disciplinares que podem estar sujeitos por incumprimento? Este conjunto de questões não é mais do que um primeiro diagnós- tico de segurança às operações de movimentação e transporte interno de cargas. Cada um dos 4 aspectos referidos deve ser aprofundado. Se possível, através de um procedimento de avaliação periódica contemplando todos os pormenores a verificar, de forma a detectar as anomalias que possam pôr em causa os níveis de segurança estabelecidos. Não se esqueça que: Sobretudo nas operações de elevação, o operador pode necessitar da ajuda de outra pessoa para controlar o movimento da carga. Tanto o operador como essa pessoa devem conhecer bem a “linguagem gestual” própria, para poderem comunicar e conduzir as manobras em segurança. (veja-se a simbologia desta “linguagem gestual” na página 24)
  • 26. 24 Segurança contra incêndios O que é um incêndio? É uma reacção química rápida, entre uma substância combustível e o oxigénio, acompanhada de libertação de calor, fumo e/ou chamas que se desenvolve de forma descontrolada no tempo e no espaço. Para a eclosão de um incêndio é necessária a interacção dos Combustível Oxigénio Combustível Oxigénio três elementos que constituem o que se costuma designar como triângulo do fogo: Fonte de Ignição Fonte de Ignição A prevenção de incêndios faz-se por acção sobre cada um desses 3 elementos, com o objectivo de reduzir a probabilidade de defla- gração do incêndio. Exemplos de medidas preventivas - Evitar a presença de resíduos inflamáveis, ou utilizar recipientes herméticos para os armazenar; o combustível Acção sobre - Manutenção periódica das condutas de líquidos e gases inflamáveis; - Utilizar combustíveis pouco inflamáveis em condições de manipulação; - Diluir o combustível com substância que eleve o ponto de inflamação; - Cobrir o combustível com camada incombustível (tintas intumescentes); - Ventilar os locais para evitar a formação de misturas explosivas. Focos térmicos: - Proibir (prever locais alternativos autorizados); Fumar e foguear - Adoptar coberturas opacas; Raios solares - Câmaras isoladas, ventilação, refrigeração; Condições ambientais - Isolar combustíveis nas proximidades. Informar; Soldadura - Isolar escape. Proibir trânsito em zonas perigo- Máquinas a motor sas. Acção sobre os focos de ignição Focos eléctricos: - Cumprir regulamento de instalações eléctricas; Faíscas - Aplicar disjuntores de protecção adequados; Curto-circuitos - Ligação a terra, humidificação do ambiente, etc.; Electricidade estática - Instalação de pára-raios. Descarga atmosférica Focos mecânicos: - Utilização de ferramentas antideflagrantes; Faíscas - Lubrificação. Atrito Focos químicos: - Isolamento; controlo automático da tempera- Reacção exotérmica tura; Substâncias reactivas - Separação e armazenamento adequado; Substâncias oxidantes - Ventilação e controlo da humidade ambiental. Acção sobre o comburente: Manipular, sempre que possível, o combustível em atmosferas onde a proporção de oxigénio (comburente) seja reduzida (atmosferas inertes).
  • 27. 25 No combate aos incêndios deve utilizar-se o agente extintor mais adequado à classe de fogo que se pretende extinguir: Classe de fogo Agente extintor Pó polivalente Espuma física Jacto de água pulverizada Pó especial Pó normal Fogo Halons Água CO2 Materiais sólidos como ma- deira, tecidos, papel, for- A ragens, etc. Líquidos (ex. gasolina) ou sol sólidos liquidificáveis (ex. B líq Alcatrão) Gases (Acetileno, butano, etc.) C Metais D Muito bom Bom Aceitável Desaconselhado Inaceitável
  • 28. 26 SEGURANÇA ELÉCTRICA Grosso modo, os riscos associados à utilização da electricidade dividem-se em duas categorias: risco de danos pessoais e risco de incêndio e/ou explosão. O primeiro está relacionado com a possibi- lidade de contacto com a corrente eléctrica (choque eléctrico) e com os efeitos que produz no corpo humano ao travessá-lo, em particular no sistema nervoso. O segundo decorre do calor gerado pela passagem da corrente num condutor ou das faíscas e/ou curto-circuitos produzidos no circuito e equipamentos. Principais efeitos da corrente eléctrica no corpo humano Designação Corrente Efeito no corpo humano Tetanização >= 10 mA Forte contracção muscular que impede a pessoa de 15-100 Mz largar a zona de contacto Paragem < 10 mA Dificuldade ou impossibilidade de respirar devida à respiratória 15-100 Mz contracção dos músculos relacionados com a função respiratória ou paralisia dos centros nervosos que a comandam Fibrilação Depende do A sobreposição de uma corrente externa à corrente ventricular trajecto da eléctrica fisiológica normal, provoca a contracção corrente no desordenada das fibras do músculo cardíaco, corpo principalmente ao nível dos ventrílucos. É a principal causa de morte Queimaduras Depende do Dependendo da tensão, da intensidade e do tempo de trajecto da passagem da corrente as queimaduras variam entre a corrente no marca eléctrica (pequena lesão) e a electrotérmica corpo cujas consequências podem ser profundas e graves Nomenclatura dos acidentes eléctricos: Electrização: Acidente resultante do contacto directo ou indirecto com a corrente eléctrica, com consequências mortais ou não. Electrocussão: Designação atribuída a todo o acidente eléctrico mortal.
  • 29. 27 Principais precauções para prevenir os riscos de acidente: - Protecção de terra no circuito de alimentação; Equipamento - Protecção de terra no equipamento; - Isolamento de todos os condutores e partes activas do equipamento; - Isolamento de todos os componentes do circuito em caixas com fechadura e subestações; - Utilização de equipamentos de baixa tensão. Dotar o circuito de: - Fusíveis; Circuito - Dispositivos de corte operados por corrente; - Dispositivos de corte operados por tensão; - Dispositivos térmicos de protecção. - Uso de equipamento de protecção: luvas de borracha e ferramentas isoladas; - Utilização de tapetes e/ou pisos de borracha; Sistema de trabalho - Isolar circuitos e bloquear os dispositivos de isolamento antes de iniciar o trabalho; - Utilizar transformadores portáteis para aplicar patamares de redução da corrente e equipamento de baixa tensão (= 110 V); - Permitir que o trabalho seja executado somente por pessoal com formação e competente para o efeito; - Adoptar sistemas de autorização de trabalho hierarquizados; - Adoptar procedimentos de monitorização do sistema de trabalho.
  • 30. 28 EXPOSIÇÃO AO RUÍDO Previna-se porque: As consequências da exposição ao ruído no Homem são cumulativas, ou seja, os efeitos causados pela exposição de ontem, somam- -se aos de hoje e amanhã e assim, progres- sivamente, o sistema auditivo (e não só) vai- -se deteriorando. Segundo Lehman, os efeitos do ruído no Homem caracterizam-se por: I II III IV Reacções psíquicas Reacções fisiológicas Trauma auditivo Danos mecânicos 0 10 20 30 40 50 65 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 db (A) I: Efeitos psíquicos, sem excluir alguns efeitos fisiológicos II: Efeitos psíquicos e fisiológicos, sobretudo ao sistema neurovegetativo III: Lesões irreversíveis no sistema auditivo IV: Danos irreversíveis na audição e nas células nervosas à superfície da pele Consequências: • Fisiológicas – Lesões do aparelho auditivo, distúrbios gastrointes- tinais, perturbações do sistema nervoso central, contracção dos vasos sanguíneos e dos músculos do estômago. • Psicológicas – Alteração do equilíbrio psicológico, irritabilidade em pessoas tensas, agravamento de estados de angústia em pessoas depressivas. • Outras – Dificuldades na comunicação oral, influência negativa na produtividade e na qualidade dos produtos. A fadiga geral e a irrita- bilidade contribuem para a ocorrência de acidentes.
  • 31. 29 Prevenção da exposição ao ruído: – Eliminação de postos de trabalho ruidosos – Critérios de aquisição de equipamen- Controlo tos privilegiando o factor ruído Organizacionais administrativo – Rotação das pessoas expostos – Execução de trabalhos ruidosos em períodos de menor presença de pes- soas – Substituição dos processos ruido- sos (ex. rebitagem por soldadura) – Uso de componentes mecânicos fabricados em materiais que absor- Acção sobre a vam choques e vibrações fonte de ruído – Controlo periódico de folgas e de- sequilíbrios Construtivas ou – Uso de silenciadores nas saídas de de engenharia ar comprimido – Apoios anti-vibração nas máquinas Acção sobre as vias – Encapsulamento de propagação – Painéis anti-ruído – Tratamento acústico das superfícies Protecção Acção sobre o – Abafadores individual receptor – Tampões auditivos
  • 32. 30 SEGURANÇA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE TRABALHO Regras de boa prática Tal como na generalidade das áreas da Saúde e Segurança do Traba- lho, os riscos de acidente com máquinas estão relacionados com: – O perigo real, medido pela severidade dos danos que possam decorrer do contacto com os componentes da máquina; – A subjectividade da percepção do risco, com que cada indivíduo identifica os vários perigos e a sua capacidade para os prevenir. Qualquer estratégia de prevenção dos acidentes relacionados com as máquinas deve, assim, ser dirigida para a redução do perigo real, através do uso de máquinas intrinsecamente seguras e para o incremento da percepção do risco, proporcionando a cada indivíduo a informação, a formação e o treino adequados à sua prevenção. A legislação europeia estabelece requisitos de segurança que as máquinas devem cumprir para poderem ser comercializadas e colocadas em serviço no Espaço Económico Europeu. Esta legislação responsabiliza os fabricantes pela concepção e fabrico de máquinas seguras. Mas lembre-se que os empregadores (utilizadores), também são legalmente responsáveis por colocar à disposição dos empregados equipamentos de trabalho em boas condições de funcionamento e segurança. Ao adquirir – Conformidade com os Requisitos uma máquina Essenciais de Saúde e Segurança estabelecidos da Directiva “máquinas” – Marcação «CE» – Declaração «CE» de conformidade Nova Exija – Original do Manual de instruções acompanhado de uma tradução em Lingua Portuguesa – Se necessário, formação para o arranque e utilização da máquina Abrangida – Declaração do cedente pela portaria – Certificado de conformidade emitido 172/2000 Exija por um Organismo Notificado – Manual de instruções em Lingua Portuguesa – Se necessário, formação para o arran- Usada que e utilização da máquina – Cumprimento do D-L 214/95 Não abrangida – Conformidade com os requisitos pela portaria Exija mínimos de segurança estabelecidos 172/2000 no D-L. 82/99
  • 33. 31 Seja rigoroso e exigente. Se necessário, não hesite em recorrer aos serviços de um organismo competente para efectuar uma análise de conformidade, antes de emitir o termo de recepção da máquina. Na utilização, siga as recomendações do fabricante e nunca use a máquina para outros fins que não aqueles para os quais foi concebida e fabricada. Nota: À luz da legislação europeia, entende-se por máquina nova, toda a máquina fabricada no Espaço Económico Europeu (EEE) colocada pela primeira vez no mercado e qualquer máquina, nova ou usada, proveniente de fora do EEE. Verificação de segurança dos equipamentos de trabalho Periodicamente proceda a verificações de segurança. Para o efeito, existem organismos competentes que, além da análise de riscos, prestam apoio técnico na definição de soluções para colocação das máquinas em conformidade com os requisitos de segurança aplicáveis. Este “check-list” não dispensa uma avaliação mais pormenorizada. Como primeira aproximação e a título de sensibilização experimente-o.
  • 34. 32 Riscos Verificar C NC Acessibilidade dos Os comandos devem ser visíveis e comandos facilmente acessíveis E RG ENC EM Y Arranque A máquina só deve arrancar por Comandos intempestivo acção intencional no comando de arrancar Erros do circuito Comando de paragem sem prioridade de comando sobre o comando de arranque Dispositivos de Comando de paragem de emergência comando fica encravado na posição de actuado Esmagamento Acesso à zona perigosa prevenido, ou a abertura entre as partes móveis é suficiente para não esmagar Corte por cisalha- Prevenida possibilidade de contacto mento com ferramentas, ou risco eliminado por concepção (p. ex. do volante) Mecânicos Corte A possibilidade de contacto com as ferramentas deve está prevenida Agarramento Acesso à zona perigosa, prevenido enrolamento Arrastamento Acesso à zona perigosa, prevenido aprisionamento Perfuração Acesso à zona perigosa, prevenido ou picadela Choque Acesso à zona perigosa, prevenido ou impacto Abrasão Acesso à zona perigosa, prevenido ou fricção Ejecção de fluído a Tubagem e componentes protegidos, alta pressão de modo a evitar que as fugas de Térmico fluído a alta pressão atinjam pessoas Projecção Protectores suficientemente resis- de objectos tentes Perda Meios de fixação ao solo de estabilidade Escorregamento, Pisos antiderrapantes, inexistência queda de pessoas de ressaltos e desníveis perigosos Térmico Contacto com Acesso a superfícies quentes impedi- superfícies quentes do. Informação sobre o risco de quei- madura Contacto directo c/ Acesso a superfícies quentes impedi- Eléctrico partes activas do. Informação sobre o risco de quei- madura Contacto indirecto Circuito de protecção ligado à terra Operações de Dispositivos de corte e isolamento de manutenção todas as fontes de energia, com Outros bloqueio Riscos residuais Devem existir no equipamento picto- gramas e informação sobre os riscos residuais e meios de prevenção
  • 35. 33 EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Ao adoptar como medida de segurança a utilização dos EPI, lembre- -se sempre que estes provocam, no trabalhador, um “conflito” entre as razões de segurança que o levam a usá-los e o desconforto e esforço adicional na execução das suas tarefas, muitas vezes motivadores da sua rejeição. Quando se trata de protecção individual o princípio é: “Proteger tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário”. A participação dos trabalhadores na escolha dos equipamentos que eles próprios vão usar, além de ser um factor de aderência à solução, diminui a possibilidade de inadaptação dos EPI às caracte- rísticas físicas de cada um. Os EPI devem ser cómodos, robustos, leves, adaptáveis e homo- logados, isto é, acompanhados da declaração “CE” de confor- midade. E na sua selecção devem ter-se em conta: Os riscos a que o trabalhador está exposto, as condições de tra- balho, a parte do corpo que se pretende proteger e as caracte- rísticas do próprio trabalhador.
  • 36. 34 Principais tipos de protecção individual Riscos Proteger EPI Observações – Queda de objectos Cabeça Existem em liga de alumínio, plástico Capacete – Pancadas violentas termoendurecível ou termoplástico. O tipo – Projecção de partículas de actividade e condições de trabalho determinam a solução. – Projecção de poeiras e Olhos e rosto Os vidros filtram as radiações prejudiciais partículas e, consoante a aplicação, devem resistir ao e viseiras Óculos – Luz visível, invisível ou choque, corrosão e/ou radiações. Os óculos raio laser. não devem limitar o campo de visão mais – Acção química que 20%. – Acção térmica – Inalação de substâncias Vias Máscaras filtrantes, filtros de gases e ou Isolantes Filtrantes perigosas respiratórias vapores, filtros físicos e filtros mistos. Aparelhos isolantes autónomos ou não. Seleccionam-se de acordo com o tipo de substância a evitar. – Ruído Aparelho Quanto ao modo de funcionamento Abafadores Tampões auditivo classificam-se em aparelhos activos, passivos, não lineares, e de comunicação. Devem usar-se sempre que a exposição pessoal diária possa exceder 85 dB(A). – Altas temperaturas Tronco O agente agressor determina o tipo de teci- Vestuário – Fluidos corrosivos do ou material em que o vestuário deve ser – Radiações confeccionado – Mecânicos Pés e Calçado com biqueira de aço contra queda Sapatos – Altas temperaturas membros de objectos, palmilha de aço se há risco de Botas – Químicos inferiores perfuração, botins de borracha para meios húmidos, com reflector aluminizado para resistir ao calor, joelheiras, etc. Mãos e Consoante o tipo de risco a prevenir usam- dedeiras, mangas Luvas, membros -se dedeiras, luvas, mangas ou braçadeiras superiores de couro, tecido, borracha, plástico ou malha metálica – Quedas em altura Pessoa Sempre que exista o risco de queda livre Cinto Arnés deve usar-se cinto de segurança ou arnés, ligado a um ponto resistente.
  • 37. 35 ERGONOMIA A adequação da tarefa à pessoa, constitui o princípio básico da ergonomia e é um pré-requisito dos sistemas de trabalho seguros e do combate ao stresse laboral. Nesse sentido, a abordagem ergonómica do posto de trabalho, procupa-se com a satisfação e o conforto das pessoas, cuidando da eficiência e segurança da interface Homem-máquina, enquadradas no espaço e ambiente de trabalho. O esquema resume, do ponto de vista ergonómico, os factores a ter em conta na concepção e análise de postos de trabalho: Características da Interface Exigências da tarefa Características da tarefa Homem/máquina (visores e comandos) - Percepção - Frequência - Físicas - Repetitividade - Compatibilidade - Memória - Carga de trabalho - Suficiência - Atenção - Natureza crítica - Localização - Vigilância - Continuidade - Identificação legibilidade - Duração - Distinguibilidade - Interacção com outras tarefas - Facilidade de operação - Confiança - Siginificado - Feedbak Factores individuais Instruções e procedimentos - Capacidades - Acuidade - Formação - Suficiência - Experiência - Clareza - Aptidões - Significado - Conhecimento - Legibilidade - Personalidade - Facilidade de utilização - Condição física - Aplicabilidade - Atitudes - Formato - Motivação - Grau de detalhe - Selecção e localização - Revisão Factores de stresse - Pressão do tempo Factores técnico-sociais - Carga de trabalho - Ambiente de alto risco - Número de trabalhadores - Monotonia - Horas de trabalho/paragens - Fadiga/sofrimento/ - Disponibilidade de recursos desconforto - Acções dos outros - Conflitos - Pressões sociais Ambiente - Isolamento - Estrutura organizacional - Distracções - Estrutura da equipa - Temperatura - Vibração - Comunicação - Humidade - Ruído - Autoridade - Ruído - Iluminação - Responsabilidade - Vibração - Temperatura - Práticas de grupo - Iluminação - Constrição de movimentos - Benefícios e recompensas - Espaço de trabalho - Mudança de trabalho
  • 38. 36 Tendo em conta todos estes factores, é comum sintetizar a abordagem ergonómica no conceito de “Sistema de Trabalho Total”, baseado em quatro aspectos: • Características humanas: Dimensões do corpo, força, limitações físicas e psicológicas, vigor, aprendizagem percepção e reacção. • Interface Homem-máquina: Visores, comandos comunicação e automatização. • Factores ambientais: Temperatura, humidade, iluminação, venti- lação, ruído e vibração. • Sistema de trabalho total: Fadiga, taxa de trabalho, postura, produtividade, acidentes, aspectos de segurança e saúde-doença ocupacional.
  • 39. 37 SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS Armazenamento e manuseamento de substâncias perigosas Existe uma grande variedade de substâncias perigosas utilizadas nas operações industriais exigindo, cada uma, procedimentos de segurança específicos. Em termos gerais, os princípios básicos a observar no armaze- namento e manuseamento deste tipo de substâncias são: – Limpeza e manutenção meticulosas dos locais de armazena- mento e movimentação deste tipo de substâncias; – Proibição de fumar, foguear, comer ou beber nos locais de arma- zenamento e movimentação das substâncias perigosas; – Formação do pessoal de acordo com as regras de segurança e de boa prática neste domínio e do uso da protecção individual ade- quada; – Supervisão das operações por parte das pessoas competentes; – Nas zonas de trabalho, armazenar somente as quantidades mí- nimas necessárias; – Os contentores de armazenamento e de movimentação das subs- tâncias devem ser, sempre, clara e apropriadamente etiquetados; – Adopção de cuidados, procedimentos e contentores específicos para o manuseamento de cada substância perigosa; – Aplicação imediata dos primeiros socorros adequados às pessoas atingidas por substância perigosa, particularmente nos casos de contacto com a pele e/ou olhos; – Dotar os laboratórios de bancas com dispositivos de captação de fumos (hottes), bem dimensionados, operando com uma velocidade mínima de 0,4m.s-1 na face; – Definição clara de responsabilidades, a todos os níveis, do pessoal envolvido, suportada por formação, informação e instruções compreensíveis; – Cumprimento das prescrições de segurança e ambientais apli- cáveis no tratamento dos resíduos de substâncias perigosas; – Na aquisição de substâncias perigosas exigir do fornecedor, pelo menos no acto da primeira entrega, a ficha de segurança do produto. Nunca utilize: – Contentores não etiquetados, não apropriados ou ocasionais; – Contentores normalmente usados para materiais inócuos, ali- mentação ou bebidas.
  • 40. 38 Fichas de segurança A portaria 396/94 de 21 de Junho, obriga o fornecedor de uma substância perigosa a facultar, a pedido do destinatário, toda a informação necessária à protecção da saúde e segurança do trabalho e do ambiente. Esta informação deve constar de uma ficha de segurança e incluir: – Indentificação da substância e da empresa; – Composição/informação sobre os componentes da substância; – Identificação dos perigos; – Primeiros socorros adequados; – Medidas de combate a incêndios; – Medidas a adoptar em caso de fugas acidentais; – Procedimentos de manuseamento e armazenagem; – Controlo da exposição/protecção individual; – Propriedades físicas e químicas; – Estabilidade e reactividade; – Informação toxicológica; – Informação ecológica; – Informação relativa eliminação da substância; – Informação sobre o transporte; – Informação sobre regulamentação aplicável; – Outras informações.
  • 41. 39 ANEXOS Linguagem gestual “Linguagem Gestual” para condução de manobras de elevação e movimentação de cargas. Movimento vertical Direcção Todos os movimentos Subir mover para a direita Paragem Baixar mover para a esquerda Paragem de emergência Sinalização de segurança Sinais de Proibição: fundo branco, símbolo a preto, coroa circular e banda oblíqua a vermelho (cor de segurança). Ex.: Sinais de Aviso: fundo amarelo (cor de segurança), símbolo e contorno a preto. Ex.:
  • 42. 40 BIBLIOGRAFIA – Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, Alberto Sérgio Miguel – The Law and Practice of Risk Assessment, Jeremy Stranks – Human factors and safety, Jeremy Stranks – Preventing accidents and hillness at work accidents, Steve Morris & G. Willcooks – Decreto de lei 441/91 de 14 de Novembro – Acidentes de trabalho e de trajecto (inquérito junto dos estabelecimentos)1998 – Safety Technology, Jeremy Stranks
  • 43.
  • 44. A produção de ferramentas de trabalho para os encarregados e para as chefias intermédias das nossas empresas constitui uma das tarefas mais importantes do PRONACI. AEP - Associação Empresarial de Portugal O desenvolvimento integrado das empresas depende cada vez mais de pro- jectos que recorrem a metodologias e instrumentos de formação diferencia- dos e adaptados aos seus destinatários. Gpf - Gabinete de Coordenação de Parcerias e Formação Profissional UNIÃO EUROPEIA Fundos Estruturais AEP - Associação Empresarial de Portugal • PRONACI - Programa Nacional de Qualificação de Chefias Intermédias 4450-617 Leça de Palmeira • Tel.: 22 998 15 00 / Fax: 22 998 17 71 • www.aeportugal.pt/pronaci