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A Via Crucis do Corpo (Resenha)
Discente: Pedro Arboés Neto
Esta resenha trata dos cinco primeiros contos presente na obra “A Via Crucis do Copro”
de Clarice Lispector que são: “Miss Algarve”, “O Corpo”, “Via Crucis”, “O Homem que
Apareceu” e “Ele Me Bebeu”. Apesar de comentar apenas uma parte, é possível discutir
elementos referentes a totalidade da obra. Devemos dar relevância nesta análise às
características e personalidades dos personagens criados por Lispector e relacionar
com o contexto da publicação da obra: 1974, período de ditadura militar e autoritarismo
conservador. E relevar, ainda, a mulher enquanto protagonista.
Uma característica comum a todos os contos é uma ruptura com a “moral e bons
costumes” da sociedade brasileira na época. No primeiro conto já encontramos uma
provocação e crítica à sujeição da mulher a uma moral religiosa que reprime seus
próprios desejos. O pequeno conto começa explorando a rotina repetitiva e entediante
de Ruth, mulher puritana que evitava o pecado e imoralidades como beijo na boca,
prazeres sexuais, transformava quase tudo em tabu, até mesmo alguns alimentos.
Clarice consegue fazer com que o leitor relacione essa rotina e personalidade com
infelicidade, contrastando com os “figurantes” da história, como as prostitutas do
Picadilly Circle e os jovens imorais do Hyde Park. No fim, quando Ruth experimenta
pela primeira vez o prazer, acontece uma brusca ruptura: ela se liberta dos tabus aos
quais ela própria se submetia e busca o prazer. De repente, Ruth percebe “Como era
bom viver. Como era bom comer carne sangrenta. Como era bom beber vinho
italiano bem adstringente, meio amargo e restringindo a língua” (p. 19). E é dessa forma
que Clarice contrasta o “ontem” triste, reprimido e infeliz da típica mulher tradicional e o
“hoje” marcado pela libertação e felicidade de uma mulher que bate de frente com os
costumes moralistas.
Se o primeiro conto é marcado pelo erotismo e provocação ao pensamento
conservador, o segundo, “O Corpo”, possui ainda outros tabus sociais presentes. Dessa
vez, se trata de uma história de um triângulo amoroso estável entre Xavier, Carmem e
Beatriz. Tudo era comum e ninguém tinha ciúme de ninguém. Não havia tabu. Esse
enredo uma enorme ousadia de Lispector, pois bigamia sempre foi tida como algo
conflitante e anormal sociedade brasileira. Ela existe, mas não é aceita muito menos
estável. Destaca-se, além da normalidade da situação, o caráter cômico do conto, com
uma linguagem irônica e debochada, como nas passagens em que diz que “os três na
verdade eram quatro, como os três mosqueteiros” (p. 22) E não para por aí: a posição
de dominação de Xavier sobre suas mulheres se inverte quando elas descobrem que
há uma amante. O homem que era truculento e forte agora estava dominado pelo
desejo de vingança das mulheres, que depois de terem o excluído das relações
sexuais, o mataram com facadas e o enterraram no Jardim. Uma crítica que de Clarice
que normalmente passa despercebido é a forma cômica que ela mostra a corrupção
policial quando a polícia decide que, sobre o assassinato de Xavier, “o melhor é fingir
que nada aconteceu senão vai dar muito barulho, muito papel escrito, muita falação” (p.
28).
O terceiro conto pode ser interpretado como deboche a respeito da narrativa sobre o
nascimento de cristo. Maria das Dores é uma mulher que, mesmo sem nunca ter
relação sexual, ficou grávida, e sua devoção religiosa levou a grávida e seu marido,
José (mais adiante chamado de São José), a crer que foram escolhidas por Deus,
assim como Maria, mãe de Jesus. A história se passa no Brasil, e eles tentam fazer de
tudo para imitar a narrativa Cristã, mas o que marca é o medo da mãe de que o filho
passe pelo mesmo sofrimento de Jesus. No fim, quando a criança nasce, as duas
frases mais marcantes do conto: “Não se sabe se essa criança passou pela via crucis.
Todos Passam.” (p. 33). É percebido que para Lispector, estar no mundo já é uma “via
crucis”, que fica evidente quando a grávida, ao sentir enjôo, diz: “começou a via crucis
de meu sagrado filho” (p. 31).
No conto seguinte, os sentimentos que envolvem a subjetividade da tristeza, do
alcoolismo e até mesmo da vontade de se suicidar. A personagem se depara com um
estimado poeta e fica aflita com sua situação degradante de tristeza e angústia, tendo
até mesmo sua mente afetada por isso, sendo classificado como doente mental. O
conto faz refletir sobre a noção que temos a respeito do fracasso e do sucesso. Ao
conversar com o sujeito angustiado e sentir forte empatia, ela começa a relativizar a o
fracasso quando diz que “Via-se que [o poeta] havia fracassado. Como todos nós” (p.
38) e também quando faz os seguintes questionamentos e a conclusão a respeito:
“Quem? Mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é
uma mentira” (p. 38). Mais uma vez a característica de Clarice Lispector de explorar
com muita profundidade a personalidade e os sentimentos dos personagens é
evidenciada.
O quinto conto, intitulado “Ele me Bebeu”, é explorado a dependência de Aurélia em
relação ao mascaramento facial (e consequentemente social) através da maquiagem.
Essa dependência também provoca uma intimidade e dependência de Serjoca, homem
homossexual que sempre produziu o rosto de Aurélia. Ela só sai de caso após seu
amigo pintar seu rosto. Ela conhece Afonso, um rico industrial, e logo se interessa por
ele, e nos encontros começa a perceber que seu pretendente estava mais interessado
em Serjoca, e o interesse era recíproco. Percebeu também que ele não estava mais
maquiando-a como antes, agora estava escondendo traços que exaltariam sua beleza.
Foi diante dessa angústia e desilusão que ela começa a refletir sobre si mesma, sobre
quem ela era de verdade. A cena que marcou isso foi quando ela, após o banho e sem
maquiagem, “no espelho viu um rosto humano, triste, delicado”(p. 44), e no mesmo
parágrafo, o último do conto, a finalização marcante: “Ela era Aurélia Nascimento.
Acabara de nascer. Nas-ci-men-to”. Clarice consegue contrastar nesse conto duas
identidades da mulher: (1) uma fajuta, caracterizado pelas perucas, cílios e seios
postiços (2) e uma identidade nova, a qual Aurélia no fim passa a reconhecer e
redescobrir. E, indiretamente, também trata com naturalidade o interesse em homens
por parte de Serjoca e Afonso.
Esses cinco contos ressaltam a ousada característica literária de Lispector, escrevendo
enredos que ultrapassam os limites dos tabus e do lugar comum. Podemos ver que a
questão central é o encarceramento da mulher pelo sistema social, seja reprimindo
desejos como os de Ruth, seja induzindo-a a criar identidades falsificadas de si mesma,
como acontecia com Aurélia. Clarice não teve nenhuma hesitação em ser polêmica, nos
contos são encontrados erotismos, bigamia, assassinatos narrados com linguagem
irônica e vários outros elementos que provocou feridas de conservadores da época,
inclusive tratando sobre a maternidade de uma transexual que não é abordado nesta
resenha. Num período em que os “bons costumes” e valores da “família tradicional
cristã” eram exaltados pela ditadura, todos esses elementos da obra poderiam ser
considerados uma grande subversão. Não foi a toa que a publicação gerou polêmicas,
sendo considerada pela revista Veja como “Lixo sim: lançamento inútil”. Até mesmo o
Jornal do Brasil, onde a escritora trabalhava, considerou que o melhor seria a escritora
não ter publicado o livro “[...] em vez de ser obrigada a se defender com esse falso
desprezo por si própria como escritora”.
REFERÊNCIAS DIGITAIS:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u656366.shtml
http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1386775375_ARQUIVO_Patric
iaLopesdaSilva.pdf
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/v00006.htm
REFERÊNCIABIBLIOGRÁFICA:
Lispector, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

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Via Crucis do Corpo resenha

  • 1. A Via Crucis do Corpo (Resenha) Discente: Pedro Arboés Neto Esta resenha trata dos cinco primeiros contos presente na obra “A Via Crucis do Copro” de Clarice Lispector que são: “Miss Algarve”, “O Corpo”, “Via Crucis”, “O Homem que Apareceu” e “Ele Me Bebeu”. Apesar de comentar apenas uma parte, é possível discutir elementos referentes a totalidade da obra. Devemos dar relevância nesta análise às características e personalidades dos personagens criados por Lispector e relacionar com o contexto da publicação da obra: 1974, período de ditadura militar e autoritarismo conservador. E relevar, ainda, a mulher enquanto protagonista. Uma característica comum a todos os contos é uma ruptura com a “moral e bons costumes” da sociedade brasileira na época. No primeiro conto já encontramos uma provocação e crítica à sujeição da mulher a uma moral religiosa que reprime seus próprios desejos. O pequeno conto começa explorando a rotina repetitiva e entediante de Ruth, mulher puritana que evitava o pecado e imoralidades como beijo na boca, prazeres sexuais, transformava quase tudo em tabu, até mesmo alguns alimentos. Clarice consegue fazer com que o leitor relacione essa rotina e personalidade com infelicidade, contrastando com os “figurantes” da história, como as prostitutas do Picadilly Circle e os jovens imorais do Hyde Park. No fim, quando Ruth experimenta pela primeira vez o prazer, acontece uma brusca ruptura: ela se liberta dos tabus aos quais ela própria se submetia e busca o prazer. De repente, Ruth percebe “Como era bom viver. Como era bom comer carne sangrenta. Como era bom beber vinho italiano bem adstringente, meio amargo e restringindo a língua” (p. 19). E é dessa forma que Clarice contrasta o “ontem” triste, reprimido e infeliz da típica mulher tradicional e o “hoje” marcado pela libertação e felicidade de uma mulher que bate de frente com os costumes moralistas. Se o primeiro conto é marcado pelo erotismo e provocação ao pensamento conservador, o segundo, “O Corpo”, possui ainda outros tabus sociais presentes. Dessa vez, se trata de uma história de um triângulo amoroso estável entre Xavier, Carmem e Beatriz. Tudo era comum e ninguém tinha ciúme de ninguém. Não havia tabu. Esse enredo uma enorme ousadia de Lispector, pois bigamia sempre foi tida como algo conflitante e anormal sociedade brasileira. Ela existe, mas não é aceita muito menos estável. Destaca-se, além da normalidade da situação, o caráter cômico do conto, com uma linguagem irônica e debochada, como nas passagens em que diz que “os três na verdade eram quatro, como os três mosqueteiros” (p. 22) E não para por aí: a posição de dominação de Xavier sobre suas mulheres se inverte quando elas descobrem que há uma amante. O homem que era truculento e forte agora estava dominado pelo desejo de vingança das mulheres, que depois de terem o excluído das relações sexuais, o mataram com facadas e o enterraram no Jardim. Uma crítica que de Clarice que normalmente passa despercebido é a forma cômica que ela mostra a corrupção policial quando a polícia decide que, sobre o assassinato de Xavier, “o melhor é fingir que nada aconteceu senão vai dar muito barulho, muito papel escrito, muita falação” (p. 28).
  • 2. O terceiro conto pode ser interpretado como deboche a respeito da narrativa sobre o nascimento de cristo. Maria das Dores é uma mulher que, mesmo sem nunca ter relação sexual, ficou grávida, e sua devoção religiosa levou a grávida e seu marido, José (mais adiante chamado de São José), a crer que foram escolhidas por Deus, assim como Maria, mãe de Jesus. A história se passa no Brasil, e eles tentam fazer de tudo para imitar a narrativa Cristã, mas o que marca é o medo da mãe de que o filho passe pelo mesmo sofrimento de Jesus. No fim, quando a criança nasce, as duas frases mais marcantes do conto: “Não se sabe se essa criança passou pela via crucis. Todos Passam.” (p. 33). É percebido que para Lispector, estar no mundo já é uma “via crucis”, que fica evidente quando a grávida, ao sentir enjôo, diz: “começou a via crucis de meu sagrado filho” (p. 31). No conto seguinte, os sentimentos que envolvem a subjetividade da tristeza, do alcoolismo e até mesmo da vontade de se suicidar. A personagem se depara com um estimado poeta e fica aflita com sua situação degradante de tristeza e angústia, tendo até mesmo sua mente afetada por isso, sendo classificado como doente mental. O conto faz refletir sobre a noção que temos a respeito do fracasso e do sucesso. Ao conversar com o sujeito angustiado e sentir forte empatia, ela começa a relativizar a o fracasso quando diz que “Via-se que [o poeta] havia fracassado. Como todos nós” (p. 38) e também quando faz os seguintes questionamentos e a conclusão a respeito: “Quem? Mas quem pode dizer com sinceridade que se realizou na vida? O sucesso é uma mentira” (p. 38). Mais uma vez a característica de Clarice Lispector de explorar com muita profundidade a personalidade e os sentimentos dos personagens é evidenciada. O quinto conto, intitulado “Ele me Bebeu”, é explorado a dependência de Aurélia em relação ao mascaramento facial (e consequentemente social) através da maquiagem. Essa dependência também provoca uma intimidade e dependência de Serjoca, homem homossexual que sempre produziu o rosto de Aurélia. Ela só sai de caso após seu amigo pintar seu rosto. Ela conhece Afonso, um rico industrial, e logo se interessa por ele, e nos encontros começa a perceber que seu pretendente estava mais interessado em Serjoca, e o interesse era recíproco. Percebeu também que ele não estava mais maquiando-a como antes, agora estava escondendo traços que exaltariam sua beleza. Foi diante dessa angústia e desilusão que ela começa a refletir sobre si mesma, sobre quem ela era de verdade. A cena que marcou isso foi quando ela, após o banho e sem maquiagem, “no espelho viu um rosto humano, triste, delicado”(p. 44), e no mesmo parágrafo, o último do conto, a finalização marcante: “Ela era Aurélia Nascimento. Acabara de nascer. Nas-ci-men-to”. Clarice consegue contrastar nesse conto duas identidades da mulher: (1) uma fajuta, caracterizado pelas perucas, cílios e seios postiços (2) e uma identidade nova, a qual Aurélia no fim passa a reconhecer e redescobrir. E, indiretamente, também trata com naturalidade o interesse em homens por parte de Serjoca e Afonso. Esses cinco contos ressaltam a ousada característica literária de Lispector, escrevendo enredos que ultrapassam os limites dos tabus e do lugar comum. Podemos ver que a questão central é o encarceramento da mulher pelo sistema social, seja reprimindo desejos como os de Ruth, seja induzindo-a a criar identidades falsificadas de si mesma, como acontecia com Aurélia. Clarice não teve nenhuma hesitação em ser polêmica, nos contos são encontrados erotismos, bigamia, assassinatos narrados com linguagem
  • 3. irônica e vários outros elementos que provocou feridas de conservadores da época, inclusive tratando sobre a maternidade de uma transexual que não é abordado nesta resenha. Num período em que os “bons costumes” e valores da “família tradicional cristã” eram exaltados pela ditadura, todos esses elementos da obra poderiam ser considerados uma grande subversão. Não foi a toa que a publicação gerou polêmicas, sendo considerada pela revista Veja como “Lixo sim: lançamento inútil”. Até mesmo o Jornal do Brasil, onde a escritora trabalhava, considerou que o melhor seria a escritora não ter publicado o livro “[...] em vez de ser obrigada a se defender com esse falso desprezo por si própria como escritora”. REFERÊNCIAS DIGITAIS: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u656366.shtml http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1386775375_ARQUIVO_Patric iaLopesdaSilva.pdf http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/v00006.htm REFERÊNCIABIBLIOGRÁFICA: Lispector, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.