2. Em pequenas doses, a exposição à radiação
não oferece riscos à saúde: o corpo tem tempo
suficiente para substituir as células que
eventualmente tenham sido alteradas ou
destruídas. Em doses extremas, é fatal: o
desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em
1986, o mais grave da história, matou 30
pessoas em apenas um mês e foi associado a
1.800 notificações de câncer de tireoide. O
Japão atravessa agora a pior crise nuclear
desde o acidente na usina soviética. O governo
divulgou que pelo menos 20 pessoas foram
expostas à radiação que escapou da usina
Fukushima, mas não detalhou as
circunstâncias ou a gravidade dos casos.
3. Muito do que se sabe sobre os efeitos da
radiação ionizante na saúde humana se deve à
radioterapia, técnica aplicada no combate ao
câncer que submete o paciente a doses
controladas de radiação. “Na radioterapia,
dividimos uma grande dose em várias sessões”,
explica Artur Malzyner, oncologista do Hospital
Albert Einstein. Pacientes com câncer de pulmão,
por exemplo, recebem doses que se acumulam
entre 2.000 e 3.000 milisieverts. Depois de 18 a 20
aplicações em regiões específicas do pulmão, a
dose se completa em 50.000 milisieverts. Um ser
humano pode morrer em poucas horas se seu
corpo inteiro for exposto à 50.000 milisieverts. Mas,
Melzyner esclarece, como as doses são
localizadas, “apenas a região onde está o tumor é
atingida”.