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A Lírica Latina
Tibulo
Propércio
Ovídio
Ana Paula Magalhães
Flávia Karina Kruck
Rodolfo Junio do Nascimento
Momento Histórico
81 a. C. 68 d. C.043 a. C. 14 d. C.
FASE CLÁSSICA
Época de Augusto
A Época de Augusto
• “Período Áureo” da poesia latina;
• Língua poética estruturada, léxico enriquecido;
• Assentamento dos modelos gregos e
alexandrinos;
• Incentivo do imperador;
• Poesia a serviço da política.
A Poesia Elegíaca
• Acredita-se que provenha do Oriente;
• Desenvolveu-se na Grécia, e era usada em elogios
fúnebres;
• Séc. VII e VI, voltou-se para a expressão patriótica,
depois moralista e, por fim, sentimental;
• Séc. V, torna-se a forma lit. predileta dos
alexandrinos, utilizada para escrever lendas
mitológicas com cunho erótico;
• É introduzida em Roma no séc. I a. C. e coloca-se a
serviço do subjetivismo e do patriotismo;
A Poesia Elegíaca
ESTRUTURA
• Compõe-se de estrofes de dois versos denominados
dísticos elegíacos:
1° verso: Hexâmetro datílico
- vv|- vv|- vv|- vv|- vv|- v
* Corresponderia entre 13 e 17 sílabas poéticas
2° verso: Pentâmetro datílico
- vv|- vv|-|- vv|- vv|-
* Corresponderia entre 12 a 14 sílabas poéticas
* Os pares de sílabas breves sublinhadas podem ser convertidas em uma sílaba
longa.
Albius Tibullus
60? – 19? a. C.
“Heu heu divitibus video gaudere puellas
iam veniant praedae, si Venus optat opes”
Ai de mim! Vejo que as moças se deleitam com riquezas!
Aproximam-se qual presas, pois Vênus exige fausto*.
(Tib. II, 3, 49-50)
* Ostentação, grandeza, pompa.
Tibulo
• Não tinha grandes interesses políticos ou
militares, apesar de ter atuado em algumas
campanhas;
• Cultivou o amor livre, a vida simples, a paz e o
ócio (criativo);
• Frequentou o Círculo de Messala, espécie de
clube patrocinado por Valério Messala, do qual
fizeram parte vários outros autores;
• O conjunto de obras dos autores do Círculo
foram reunidos no Corpus Tibullianum.
O Corpus Tibullianum
• Livro II - Escrito por Tibulo
o 1 - Poema dedicado a deuses
rústicos e à vida campestre;
o 2 - Poema em homenagem ao
aniversário de Cornuto, amigo de
Tibulo;
o 3 - Elegia dedicada a Nêmesis;
o 4 - Elegia dedicada a Nêmesis;
o 5 - Poema em homenagem a
Messalino, filho de Messala, eleito
para um cargo religioso;
o 6 - Elegia dedicada a Nêmesis.
• Livro I - Escrito por Tibulo
o 1 - Elegia dedicada a Délia;
o 2 - Elegia dedicada a Délia;
o 3 - Elegia dedicada a Délia;
o 4 - Elegia dedicada a Márato;
o 5 - Elegia dedicada a Délia;
o 6 - Elegia dedicada a Délia;
o 7 - Peça em homenagem ao
aniversário e a vitória de Messala;
o 8 - Elegia dedicada a Márato;
o 9 - Elegia dedicada a Márato;
o 10 - Elegia com apologia à paz.
O Corpus Tibullianum
• Livro III - Escrito por vários autores
o 1 a 6 - Elegias de autoria desconhecida onde o eu-lírico Lígdamo canta o
amor pela jovem e bela Neera e o sofrimento do amor não correspondido;
o 7 - Panegírico* anônimo a Messala;
o 8 a 12 - Elegias compostas possivelmente por Tibulo, pois seu estilo está
presente, porém em menores proporções;
o 13 a 18 - Epigramas atribuídos a Sulpícia, sobrinha de Messala. São pequenos
bilhetes de amor em versos, onde uma jovem fala de sua paixão por Cerinto;
o 19 e 20 - Poemas de autoria de Tibulo.
* Poema em louvor de alguém.
Características da poesia de
Tibulo
• Tibulo canta o amor puro e desinteressado;
• Pureza= amor sincero, desejo bem intencionado;
• Não importa o objeto do amor: uma mulher
casada (Délia), um homem (Márato) ou uma
prostituta (Nêmesis);
• Essas variantes não “poluem” o amor;
• O que conspurca o amor é o perjúrio e a
venalidade*.
*Aquilo que se deixa vender, corromper por dinheiro
Características da poesia de
Tibulo
• Délia, Márato e Nêmesis deixam o amante por
terem encontrado algo mais “lucrativo”;
• Essa atitude é inaceitável e indesculpável.
“Nam donis vincitur omnis amor”
“O amor é derrotado pelos presentes”
(Tib. I, 5, 60)
“Blanditiasne meas aliis tu vendere es ausus”
“Ousaste vender a outros carícias que eram minhas?”
(Tib. I, 9, 77)
Características da poesia de
Tibulo
• Outra tônica da poesia de Tibulo é a exaltação à
vida simples, à paz bucólica, a admiração pela
natureza e o desprezo pelos bens materiais.
“Divitias alius fulvo sibi congerat auro,
et teneat culti iugera multa soli [...]
“Que outros acumulem riquezas de fulvo ouro
E tenham muitas jeiras de terra cultivada [...]
(Tib. I, 1, 1-2)
[...] me mea paupertas vita traducat inerti,
dum meus adsiduo luceat igne focus.”
Quanto a mim, que minha pobreza me conduza numa vida
sossegada,
Desde que a lareira se ilumine constantemente com fogo.”
(Tib. I, 1, 5-6)
“Quam iuvat inmites ventos audire cubantem
et dominam tenero continuisse sinu”
“Como é gostoso ouvir o vento forte, quando se está deitado,
abraçando-se a mulher juto ao peito, com ternura.”
(Tib. I, 1, 45-46)
Sextus Propertius
45? – 15? a. C.
“Quaeritis, unde mihi totiens scribantur amores,
Unde meus ueniat mollis in ora liber.
Non haec Calliope, non haec mihi cantat Apollo:
Ingenium nobis ipsa puella facit.”
“Perguntas-me por que escrevo tão frequentemente sobre
meu amor
E por que meus livros têm aspecto tão suave;
Não é Calíope quem inspira meus versos, não é Apolo:
É minha amada quem domina meu talento.”
(Prop. II, 1, 1-4)
Propércio
• Poeta elegíaco que viveu no século de Augusto,
nasceu na Úmbria, na cidade de Assis, por volta
de 47 ou 46 a. C., e morreu em torno de 14 a. C.;
• Propércio foi considerado um poeta de pouco
valor, porém, crítica moderna está mudando esse
posicionamento atribuindo-lhe sua devida
importância;
Propércio - Obras
• Em 27 a.C. é publicado seu primeiro livro de
elegias dedicado inteiramente à sua amada
Cíntia, e que parece ter feito sucesso imediato;
• Ele caracterizou detalhadamente o físico,
compôs uma textura psicológica e deu
personalidade a personagem Cíntia;
• Propércio construiu um retrato feminino
complexo, o mais detalhado de toda poesia
Latina;
Propércio - Obras
• Das noventa e duas elegias que compôs, setenta
e três se ocupam do amor, e na maioria a figura
de Cíntia domina o texto.
“Errat, qui finem uesani quaerit amoris:
Verus amor nullum nouit habere modum.
Terra prius falso partu deludet arantes,
Et citius nigros Sol agitabit equos,
Fluminaque ad caput incipient reuocare liquores,
Aridus et sicco gurgite piscis erit,
Quam possim nostros alio transferre calores:
Huius ero uiuus, mortus huius ero.”
“É errado supor que o amor tenha fim:
o verdadeiro amor, esse, nunca termina.
Desentranhe-se a terra em frutos inesperados,
agitem-se no Sol os mais negros cavalos,
à nascente retorne o volume dos rios,
fiquem secos no mar os húmidos abismos:
nem mesmo assim darei a outra o meu amor,
pois vivo lhe pertenço, e lhe pertenço morto.”
(Prop. II, 15, 29-36)
Propércio - Obras
• Das trinta e quatro elegias que compõem o livro
II de Propércio (publicada após a morte do
poeta) apenas uma não se atém ao tema amor;
• Essa elegia fala do templo de Apolo, o
descrevendo:
“Quaeris, cur ueniam tibi tardior aurea Phoebi
Porticus a magno Caesare aperta fuit,
Quanta erat in speciem, Poenis digesta columnis,
Inter quas Danai femina turba senis.”
“Queres saber por que cheguei tão tarde? O pórtico dourado
de Apolo foi inaugurado pelo grande César.
Em suas colunas fenícias várias imagens se exibiam aos olhos
e, entre elas, as das numerosas filhas do velho Dânao.”
(Prop. II, 31)
Propércio - Obras
• No livro III, o tema de suas elegias começam a
variar: surgem os epicédios, ou poemas fúnebres,
e as primeiras elegias de tema nacionalista;
• No livro IV há seis elegias de tema nacionalista,
já que Propércio adere a causa de Augusto.
Propércio - Estilo
• O estilo de Propércio é muito diferente do de
Tibulo;
• Tibulo primava pela simplicidade e Propércio
escreve de maneira mais complexa e elaborada;
• Mas, o que os dois poetas tem em comum é a
pregação do amor desinteressado e puro, o
combate à ambição e ao luxo e a defesa da
fidelidade e da paz.
Publius Ouidius Naso
43 a. C. – 17 d. C.
“Est uia sublimis caelo manifesta sereno:
Lactea nomen habet, candore notabilis ipso.”
“Existe em céu sereno uma sublime via:
Láctea chamada, de brancura bem notável.”
(Ovid. Met. I, 168-169)
Ovídio
• O mais versátil dos líricos da Época de Augusto;
• Ele era “talentoso e culto, brilhante e original,
refinado, elegante, irreverente e irônico”;
• Surgiu no cenário romano entre 20 e 15 a.C.
com duas obras: Heroides (Heroidum Epistolae) e
Amores (Amores);
• Amores são um conjunto de elegias eróticas que
destacam a personagem Corina. As elegias foram
publicadas sequencialmente, como um romance.
Heroides
• Escritas em dístico elegíaco, apresentam uma
seleção de cartas escritas por heroínas da
mitologia grega e da mitologia romana, que
escrevem a seus amantes: Penélope a Ulisses,
Briseide a Aquiles, Dido a Eneias, etc.
• Essas figuras femininas assemelhavam-se às
damas da época. Elas eram vaidosas, frívolas e
mundanas, daí, talvez, o sucesso da obra.
Ovídio - Obras
• Ao fim do Séc. I a.C., Ovídio publica três obras:
A arte de amar (Ars Amatoria), Os remédios do amor
(Remedia Amores) e Produtos de Beleza para o rosto da
mulher (De medicamine faciei feminae);
• A respeito de Produtos de Beleza para o rosto da
mulher, chegou até nosso tempo apenas um
fragmento. A forma como o assunto é tratado
torna a obra mais didática que poética.
Ars Amatoria
• Conjunto de três livros em dísticos elegíacos
onde Ovídio constrói uma “teoria da sedução”;
• 1° livro: Ovídio mostra as principais ocasiões
onde um homem pode aproximar-se do objeto
de seu amor - em edifícios públicos, no fórum,
no teatro, no circo, em banquetes, etc.;
• 2° livro: O autor refere-se aos meios de prender
a pessoa amada: amabilidades, complacências,
presentes, perseverança, manifestações de
ciúme,etc.;
Ars Amatoria
• 3° livro: O poeta discorre sobre as artimanhas
das mulheres para se tornarem amadas: roupas,
penteados, artifícios, etc.;
• A arte de amar é um importante documento
sobre os aspectos sociais e a vida cotidiana na
Época de Augusto;
• Logo depois, Ovídio publica Os remédios do amor.
Com um leve tom irônico, retrata a frivolidade e
inconsequência de partes da sociedade romana.
Metamorfoses
(Metamorphoseon Libri)
• Longo poema em quinze livros, escrito em
versos hexâmetros encadeando cerca de 250
lendas etiológicas que mostram as origens de
diversos seres (mares, astros, plantas, animais)
através de metamorfoses;
• O talento descritivo de Ovídio é bastante
evidente nesta obra, como a descrição do palácio
do Sol:
“Regia Solis erat sublimibus alta columnis,
Clara micante auro flammasque imitante pyropo;
Cujus ebur nitidum fastigia summa tenebat,
Argenti bifores radiabant lumine valvae.
Materiem superabat opus: nam Mulciber illic
Aequora caelarat medias cingenta terras,
Terrarumque orbem, coelumque, quod imminet orbi.”
O palácio do sol se elevava sobre altas colunas,
Faiscante pelo brilho do ouro e do cobre que imitava o fogo;
O marfim resplandecente cobria o cimo de seu teto
E os dois batentes da porta cintilavam com a luz da prata.
A arte superava os próprio materiais. Muciber ali esculpira
A imagem dos mares que cercam as terras interiores,
O globo terrestre e o céu que se sobrepõe ao mundo.
(Ovid. Met. II, 1-7)
Metamorfoses
• A dor e a paixão são, muitas vezes, agentes das
metamorfoses;
• A beleza e a delicadeza dos quadros mitológicos
de Ovídio atravessaram os séculos;
• No extenso poema salientam-se as lendas da
criação do mundo, das “quatro idades”, da
guerra dos gigantes, Prosérpina, Aracne, Ícaro,
Orfeu, etc., e da ninfa Eco:
“Spreta latet sivis, pudibundaque frondibus ora
Protegit, et solis ex illo vivit in antris.
Sed tamen haeret amor, crescitque dolore repulsae.
Attenuant vigiles corpus miserabile curae,
Adducitque cutem macies, et in aera sussus
Corporis omnis abit; vox tantum atque ossa supersunt:
Vox manet; ossa ferunt lapidis traxisse figuram.
Inde latet silvis, nulloque in monte videtur;
Omnibus auditur: sonus est, qui vivit in illa.”
“Desprezada, ela se esconde nas florestas e protege entre as folhas
O rosto envergonhado; vive, então, desde esse dia , nas grutas solitárias.
O amor, porém, subsiste, e cresce com a dor da repulsa,
O sofrimento e a vigília extenuam seu pobre corpo,
A magreza seca-lhe a pele e a doce umidade da carne
Evapora-se no ar. Sobram-lhe a voz e os ossos.
A voz permanece. Os ossos assumem a forma das pedras.
Ela se oculta, então. Ninguém a vê pelos montes
Mas todos podem ouvi-la: a voz é o que vive dela.
(Ovid. Met. III, 393-401)
Cantos tristes
(Tristia)
• Em 8 d.C., Augusto exila Ovídio em Tomos, no
Ponto Euxino;
• Durante este tempo, publica os Cantos tristes e as
Cartas pônticas (Epistolae ex Ponto);
• Cantos tristes relatam sua viagem, o lugar onde se
encontra e a chegada da velhice;
• A tristeza e a dor são bastante perceptíveis;
• Essas elegias são os últimos poemas líricos de
Ovídio.
A Lírica pós-ovidiana
• Na época dos príncipes júlio-claudianos (Tibério,
Calígula, Cláudio e Nero - 14 a 68 d.C. ) a filosofia,
a história e a tragédia ainda florescem, mas a
literatura como um todo, começa a declinar;
• Calpúrnio Sículo: publica poemas rústicos inspirados nas Bucólicas;
• Estácio: publica Silvas (Silvae), poemas circunstanciais (epitalâmios¹,
elegias, epicédios²);
• Marcial: escreve Epigramas (Epigrammaton libri), poemas curtos sobre
assuntos diversos que retratavam a vida romana;
• Entre os sec. II e III, é publicado A vigília de Vênus (Peruigilium
Veneris), atribuído a Floro, poeta africano;
¹ Poema que celebra bodas. |² Poesia fúnebre.
A Lírica pós-ovidiana
• Séc. IV e V:
o Líricos pagãos:
o Ausônio: autor de epitalâmios, epigramas, epístolas e idílios;
o Claudiano: autor de epitalâmios, epigramas, epístolas e idílios;
o Líricos cristãos:
o Prudêncio: autor de hinos inspirados nas odes de Horácio;
o São Paulino de Nola: autor de elogios e salmos;
o Sidônio Apolinário: panegíricos em verso.
• Porém, nenhuma dessas obras se comparam às
produzidas durante o período áurea da poesia lírica
latina.
Referências
• CARDOSO, Zelia de almeida, A literatura latina. 3ª ed. rev., SP:
Ed. WMF Martins Fontes, 2011.
• http://publicacoes.ufes.br/contexto/article/view/6706/4916
• https://archive.org/stream/laselegasdetibu00sulpgoog#page/n1
51/mode/2up
• https://archive.org/stream/sexpropertiieleg00prop#page/n3/m
ode/2up
• https://archive.org/stream/decerptaexpovidi00ovid#page/60/
mode/2up
• David Mourão-Ferreira in Vozes da Poesia Europeia – I,
Colóquio Letras nº163, Janeiro-Abril de 2003.

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A poesia elegíaca na época de Augusto

  • 1. A Lírica Latina Tibulo Propércio Ovídio Ana Paula Magalhães Flávia Karina Kruck Rodolfo Junio do Nascimento
  • 2. Momento Histórico 81 a. C. 68 d. C.043 a. C. 14 d. C. FASE CLÁSSICA Época de Augusto
  • 3. A Época de Augusto • “Período Áureo” da poesia latina; • Língua poética estruturada, léxico enriquecido; • Assentamento dos modelos gregos e alexandrinos; • Incentivo do imperador; • Poesia a serviço da política.
  • 4. A Poesia Elegíaca • Acredita-se que provenha do Oriente; • Desenvolveu-se na Grécia, e era usada em elogios fúnebres; • Séc. VII e VI, voltou-se para a expressão patriótica, depois moralista e, por fim, sentimental; • Séc. V, torna-se a forma lit. predileta dos alexandrinos, utilizada para escrever lendas mitológicas com cunho erótico; • É introduzida em Roma no séc. I a. C. e coloca-se a serviço do subjetivismo e do patriotismo;
  • 5. A Poesia Elegíaca ESTRUTURA • Compõe-se de estrofes de dois versos denominados dísticos elegíacos: 1° verso: Hexâmetro datílico - vv|- vv|- vv|- vv|- vv|- v * Corresponderia entre 13 e 17 sílabas poéticas 2° verso: Pentâmetro datílico - vv|- vv|-|- vv|- vv|- * Corresponderia entre 12 a 14 sílabas poéticas * Os pares de sílabas breves sublinhadas podem ser convertidas em uma sílaba longa.
  • 6. Albius Tibullus 60? – 19? a. C. “Heu heu divitibus video gaudere puellas iam veniant praedae, si Venus optat opes” Ai de mim! Vejo que as moças se deleitam com riquezas! Aproximam-se qual presas, pois Vênus exige fausto*. (Tib. II, 3, 49-50) * Ostentação, grandeza, pompa.
  • 7. Tibulo • Não tinha grandes interesses políticos ou militares, apesar de ter atuado em algumas campanhas; • Cultivou o amor livre, a vida simples, a paz e o ócio (criativo); • Frequentou o Círculo de Messala, espécie de clube patrocinado por Valério Messala, do qual fizeram parte vários outros autores; • O conjunto de obras dos autores do Círculo foram reunidos no Corpus Tibullianum.
  • 8. O Corpus Tibullianum • Livro II - Escrito por Tibulo o 1 - Poema dedicado a deuses rústicos e à vida campestre; o 2 - Poema em homenagem ao aniversário de Cornuto, amigo de Tibulo; o 3 - Elegia dedicada a Nêmesis; o 4 - Elegia dedicada a Nêmesis; o 5 - Poema em homenagem a Messalino, filho de Messala, eleito para um cargo religioso; o 6 - Elegia dedicada a Nêmesis. • Livro I - Escrito por Tibulo o 1 - Elegia dedicada a Délia; o 2 - Elegia dedicada a Délia; o 3 - Elegia dedicada a Délia; o 4 - Elegia dedicada a Márato; o 5 - Elegia dedicada a Délia; o 6 - Elegia dedicada a Délia; o 7 - Peça em homenagem ao aniversário e a vitória de Messala; o 8 - Elegia dedicada a Márato; o 9 - Elegia dedicada a Márato; o 10 - Elegia com apologia à paz.
  • 9. O Corpus Tibullianum • Livro III - Escrito por vários autores o 1 a 6 - Elegias de autoria desconhecida onde o eu-lírico Lígdamo canta o amor pela jovem e bela Neera e o sofrimento do amor não correspondido; o 7 - Panegírico* anônimo a Messala; o 8 a 12 - Elegias compostas possivelmente por Tibulo, pois seu estilo está presente, porém em menores proporções; o 13 a 18 - Epigramas atribuídos a Sulpícia, sobrinha de Messala. São pequenos bilhetes de amor em versos, onde uma jovem fala de sua paixão por Cerinto; o 19 e 20 - Poemas de autoria de Tibulo. * Poema em louvor de alguém.
  • 10. Características da poesia de Tibulo • Tibulo canta o amor puro e desinteressado; • Pureza= amor sincero, desejo bem intencionado; • Não importa o objeto do amor: uma mulher casada (Délia), um homem (Márato) ou uma prostituta (Nêmesis); • Essas variantes não “poluem” o amor; • O que conspurca o amor é o perjúrio e a venalidade*. *Aquilo que se deixa vender, corromper por dinheiro
  • 11. Características da poesia de Tibulo • Délia, Márato e Nêmesis deixam o amante por terem encontrado algo mais “lucrativo”; • Essa atitude é inaceitável e indesculpável. “Nam donis vincitur omnis amor” “O amor é derrotado pelos presentes” (Tib. I, 5, 60) “Blanditiasne meas aliis tu vendere es ausus” “Ousaste vender a outros carícias que eram minhas?” (Tib. I, 9, 77)
  • 12. Características da poesia de Tibulo • Outra tônica da poesia de Tibulo é a exaltação à vida simples, à paz bucólica, a admiração pela natureza e o desprezo pelos bens materiais. “Divitias alius fulvo sibi congerat auro, et teneat culti iugera multa soli [...] “Que outros acumulem riquezas de fulvo ouro E tenham muitas jeiras de terra cultivada [...] (Tib. I, 1, 1-2)
  • 13. [...] me mea paupertas vita traducat inerti, dum meus adsiduo luceat igne focus.” Quanto a mim, que minha pobreza me conduza numa vida sossegada, Desde que a lareira se ilumine constantemente com fogo.” (Tib. I, 1, 5-6) “Quam iuvat inmites ventos audire cubantem et dominam tenero continuisse sinu” “Como é gostoso ouvir o vento forte, quando se está deitado, abraçando-se a mulher juto ao peito, com ternura.” (Tib. I, 1, 45-46)
  • 14. Sextus Propertius 45? – 15? a. C. “Quaeritis, unde mihi totiens scribantur amores, Unde meus ueniat mollis in ora liber. Non haec Calliope, non haec mihi cantat Apollo: Ingenium nobis ipsa puella facit.” “Perguntas-me por que escrevo tão frequentemente sobre meu amor E por que meus livros têm aspecto tão suave; Não é Calíope quem inspira meus versos, não é Apolo: É minha amada quem domina meu talento.” (Prop. II, 1, 1-4)
  • 15. Propércio • Poeta elegíaco que viveu no século de Augusto, nasceu na Úmbria, na cidade de Assis, por volta de 47 ou 46 a. C., e morreu em torno de 14 a. C.; • Propércio foi considerado um poeta de pouco valor, porém, crítica moderna está mudando esse posicionamento atribuindo-lhe sua devida importância;
  • 16. Propércio - Obras • Em 27 a.C. é publicado seu primeiro livro de elegias dedicado inteiramente à sua amada Cíntia, e que parece ter feito sucesso imediato; • Ele caracterizou detalhadamente o físico, compôs uma textura psicológica e deu personalidade a personagem Cíntia; • Propércio construiu um retrato feminino complexo, o mais detalhado de toda poesia Latina;
  • 17. Propércio - Obras • Das noventa e duas elegias que compôs, setenta e três se ocupam do amor, e na maioria a figura de Cíntia domina o texto.
  • 18. “Errat, qui finem uesani quaerit amoris: Verus amor nullum nouit habere modum. Terra prius falso partu deludet arantes, Et citius nigros Sol agitabit equos, Fluminaque ad caput incipient reuocare liquores, Aridus et sicco gurgite piscis erit, Quam possim nostros alio transferre calores: Huius ero uiuus, mortus huius ero.” “É errado supor que o amor tenha fim: o verdadeiro amor, esse, nunca termina. Desentranhe-se a terra em frutos inesperados, agitem-se no Sol os mais negros cavalos, à nascente retorne o volume dos rios, fiquem secos no mar os húmidos abismos: nem mesmo assim darei a outra o meu amor, pois vivo lhe pertenço, e lhe pertenço morto.” (Prop. II, 15, 29-36)
  • 19. Propércio - Obras • Das trinta e quatro elegias que compõem o livro II de Propércio (publicada após a morte do poeta) apenas uma não se atém ao tema amor; • Essa elegia fala do templo de Apolo, o descrevendo:
  • 20. “Quaeris, cur ueniam tibi tardior aurea Phoebi Porticus a magno Caesare aperta fuit, Quanta erat in speciem, Poenis digesta columnis, Inter quas Danai femina turba senis.” “Queres saber por que cheguei tão tarde? O pórtico dourado de Apolo foi inaugurado pelo grande César. Em suas colunas fenícias várias imagens se exibiam aos olhos e, entre elas, as das numerosas filhas do velho Dânao.” (Prop. II, 31)
  • 21. Propércio - Obras • No livro III, o tema de suas elegias começam a variar: surgem os epicédios, ou poemas fúnebres, e as primeiras elegias de tema nacionalista; • No livro IV há seis elegias de tema nacionalista, já que Propércio adere a causa de Augusto.
  • 22. Propércio - Estilo • O estilo de Propércio é muito diferente do de Tibulo; • Tibulo primava pela simplicidade e Propércio escreve de maneira mais complexa e elaborada; • Mas, o que os dois poetas tem em comum é a pregação do amor desinteressado e puro, o combate à ambição e ao luxo e a defesa da fidelidade e da paz.
  • 23. Publius Ouidius Naso 43 a. C. – 17 d. C. “Est uia sublimis caelo manifesta sereno: Lactea nomen habet, candore notabilis ipso.” “Existe em céu sereno uma sublime via: Láctea chamada, de brancura bem notável.” (Ovid. Met. I, 168-169)
  • 24. Ovídio • O mais versátil dos líricos da Época de Augusto; • Ele era “talentoso e culto, brilhante e original, refinado, elegante, irreverente e irônico”; • Surgiu no cenário romano entre 20 e 15 a.C. com duas obras: Heroides (Heroidum Epistolae) e Amores (Amores); • Amores são um conjunto de elegias eróticas que destacam a personagem Corina. As elegias foram publicadas sequencialmente, como um romance.
  • 25. Heroides • Escritas em dístico elegíaco, apresentam uma seleção de cartas escritas por heroínas da mitologia grega e da mitologia romana, que escrevem a seus amantes: Penélope a Ulisses, Briseide a Aquiles, Dido a Eneias, etc. • Essas figuras femininas assemelhavam-se às damas da época. Elas eram vaidosas, frívolas e mundanas, daí, talvez, o sucesso da obra.
  • 26. Ovídio - Obras • Ao fim do Séc. I a.C., Ovídio publica três obras: A arte de amar (Ars Amatoria), Os remédios do amor (Remedia Amores) e Produtos de Beleza para o rosto da mulher (De medicamine faciei feminae); • A respeito de Produtos de Beleza para o rosto da mulher, chegou até nosso tempo apenas um fragmento. A forma como o assunto é tratado torna a obra mais didática que poética.
  • 27. Ars Amatoria • Conjunto de três livros em dísticos elegíacos onde Ovídio constrói uma “teoria da sedução”; • 1° livro: Ovídio mostra as principais ocasiões onde um homem pode aproximar-se do objeto de seu amor - em edifícios públicos, no fórum, no teatro, no circo, em banquetes, etc.; • 2° livro: O autor refere-se aos meios de prender a pessoa amada: amabilidades, complacências, presentes, perseverança, manifestações de ciúme,etc.;
  • 28. Ars Amatoria • 3° livro: O poeta discorre sobre as artimanhas das mulheres para se tornarem amadas: roupas, penteados, artifícios, etc.; • A arte de amar é um importante documento sobre os aspectos sociais e a vida cotidiana na Época de Augusto; • Logo depois, Ovídio publica Os remédios do amor. Com um leve tom irônico, retrata a frivolidade e inconsequência de partes da sociedade romana.
  • 29. Metamorfoses (Metamorphoseon Libri) • Longo poema em quinze livros, escrito em versos hexâmetros encadeando cerca de 250 lendas etiológicas que mostram as origens de diversos seres (mares, astros, plantas, animais) através de metamorfoses; • O talento descritivo de Ovídio é bastante evidente nesta obra, como a descrição do palácio do Sol:
  • 30. “Regia Solis erat sublimibus alta columnis, Clara micante auro flammasque imitante pyropo; Cujus ebur nitidum fastigia summa tenebat, Argenti bifores radiabant lumine valvae. Materiem superabat opus: nam Mulciber illic Aequora caelarat medias cingenta terras, Terrarumque orbem, coelumque, quod imminet orbi.” O palácio do sol se elevava sobre altas colunas, Faiscante pelo brilho do ouro e do cobre que imitava o fogo; O marfim resplandecente cobria o cimo de seu teto E os dois batentes da porta cintilavam com a luz da prata. A arte superava os próprio materiais. Muciber ali esculpira A imagem dos mares que cercam as terras interiores, O globo terrestre e o céu que se sobrepõe ao mundo. (Ovid. Met. II, 1-7)
  • 31. Metamorfoses • A dor e a paixão são, muitas vezes, agentes das metamorfoses; • A beleza e a delicadeza dos quadros mitológicos de Ovídio atravessaram os séculos; • No extenso poema salientam-se as lendas da criação do mundo, das “quatro idades”, da guerra dos gigantes, Prosérpina, Aracne, Ícaro, Orfeu, etc., e da ninfa Eco:
  • 32. “Spreta latet sivis, pudibundaque frondibus ora Protegit, et solis ex illo vivit in antris. Sed tamen haeret amor, crescitque dolore repulsae. Attenuant vigiles corpus miserabile curae, Adducitque cutem macies, et in aera sussus Corporis omnis abit; vox tantum atque ossa supersunt: Vox manet; ossa ferunt lapidis traxisse figuram. Inde latet silvis, nulloque in monte videtur; Omnibus auditur: sonus est, qui vivit in illa.” “Desprezada, ela se esconde nas florestas e protege entre as folhas O rosto envergonhado; vive, então, desde esse dia , nas grutas solitárias. O amor, porém, subsiste, e cresce com a dor da repulsa, O sofrimento e a vigília extenuam seu pobre corpo, A magreza seca-lhe a pele e a doce umidade da carne Evapora-se no ar. Sobram-lhe a voz e os ossos. A voz permanece. Os ossos assumem a forma das pedras. Ela se oculta, então. Ninguém a vê pelos montes Mas todos podem ouvi-la: a voz é o que vive dela. (Ovid. Met. III, 393-401)
  • 33. Cantos tristes (Tristia) • Em 8 d.C., Augusto exila Ovídio em Tomos, no Ponto Euxino; • Durante este tempo, publica os Cantos tristes e as Cartas pônticas (Epistolae ex Ponto); • Cantos tristes relatam sua viagem, o lugar onde se encontra e a chegada da velhice; • A tristeza e a dor são bastante perceptíveis; • Essas elegias são os últimos poemas líricos de Ovídio.
  • 34. A Lírica pós-ovidiana • Na época dos príncipes júlio-claudianos (Tibério, Calígula, Cláudio e Nero - 14 a 68 d.C. ) a filosofia, a história e a tragédia ainda florescem, mas a literatura como um todo, começa a declinar; • Calpúrnio Sículo: publica poemas rústicos inspirados nas Bucólicas; • Estácio: publica Silvas (Silvae), poemas circunstanciais (epitalâmios¹, elegias, epicédios²); • Marcial: escreve Epigramas (Epigrammaton libri), poemas curtos sobre assuntos diversos que retratavam a vida romana; • Entre os sec. II e III, é publicado A vigília de Vênus (Peruigilium Veneris), atribuído a Floro, poeta africano; ¹ Poema que celebra bodas. |² Poesia fúnebre.
  • 35. A Lírica pós-ovidiana • Séc. IV e V: o Líricos pagãos: o Ausônio: autor de epitalâmios, epigramas, epístolas e idílios; o Claudiano: autor de epitalâmios, epigramas, epístolas e idílios; o Líricos cristãos: o Prudêncio: autor de hinos inspirados nas odes de Horácio; o São Paulino de Nola: autor de elogios e salmos; o Sidônio Apolinário: panegíricos em verso. • Porém, nenhuma dessas obras se comparam às produzidas durante o período áurea da poesia lírica latina.
  • 36. Referências • CARDOSO, Zelia de almeida, A literatura latina. 3ª ed. rev., SP: Ed. WMF Martins Fontes, 2011. • http://publicacoes.ufes.br/contexto/article/view/6706/4916 • https://archive.org/stream/laselegasdetibu00sulpgoog#page/n1 51/mode/2up • https://archive.org/stream/sexpropertiieleg00prop#page/n3/m ode/2up • https://archive.org/stream/decerptaexpovidi00ovid#page/60/ mode/2up • David Mourão-Ferreira in Vozes da Poesia Europeia – I, Colóquio Letras nº163, Janeiro-Abril de 2003.