Este documento discute o controle de qualidade de matérias-primas e produtos acabados na indústria farmacêutica. Apresenta os objetivos da legislação brasileira relacionada ao tema, conceitos importantes como especificações, validação e controle de qualidade, e técnicas analíticas comuns como espectrofotometria UV-Vis utilizadas para identificação, quantificação e detecção de impurezas.
2. Vanessa Rodrigues Lopes
Farmacêutica, graduada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo – USP, São Paulo. Especialista em fármacos e
medicamentos também pela USP. Com vários cursos de especialização nas áreas
de Validação Analítica, Estabilidade, Controle de Qualidade e Assuntos
Regulatórios por associações independentes. Experiência de 10 anos adquirida
nas empresas Bristol-Myers Squibb nas áreas de controle e garantia de
qualidade e Eurofarma na área de assuntos regulatórios. Atualmente é
Especialista em assuntos regulatórios, atuando como link entre as áreas
técnicas e regulatória na submissão de novos projetos, resposta à exigências e
treinamentos técnicos internos. Contato com a ANVISA como especialista
técnica para desenho de projetos e participação ativa nas discussões de
entidades para revisão da legislação técnica atual.
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3. Objetivos da aula
Discutir a legislação local, conceitos e testes necessários para o
estabelecimento do controle de qualidade de:
Insumos;
Excipientes;
Materiais de embalagem;
Produto acabado;
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4. Principais legislações relacionadas
RDC 16/2007 - Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos
RDC 17/2003 – Regulamento técnico para medicamentos similares
RDC 136/2003 – Regulamento técnico para medicamentos novos
RDC 45/2012 – Estabilidade de IFA
IN 02/2009 – Fabricação de Lotes piloto
RDC 899/2003 – Validação analítica
RDC 31/2010 – Equivalência Farmacêutica
RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
RDC 25/2007 – Terceirização de produção e CQ
RE 0/1/2005 – Estabilidade
Guia para fotoestabilidade (site da ANVISA)
RDC 48/2009 – Pós registro
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6. Controle de qualidade
Art. 281. O Controle de Qualidade é responsável pelas atividades
referentes à amostragem, às especificações e aos ensaios, bem como
à organização, à documentação e aos procedimentos de liberação
que garantam que os ensaios sejam executados e que os materiais e
os produtos terminados não sejam aprovados até que a sua
qualidade tenha sido julgada satisfatória.
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7. Calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição ou valores representados
por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das
grandezas estabelecidos por padrões;
Especificação: documento que descreve em detalhes os requisitos que os materiais utilizados
durante a fabricação, produtos intermediários ou produtos terminados devem cumprir. As
especificações servem como base para a avaliação da qualidade;
Validação: ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipamento,
material, atividade ou sistema realmente e consistentemente leva aos resultados esperados;
Controle de qualidade: Conjunto de ensaios realizados com o objetivo de avaliar a qualidade
de matérias primas, materiais de embalagem, produtos intermediários, acabados e verificar se
os mesmos se apresentam de acordo com as especificações definidas;
Desvio de qualidade: afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um
produto ou processo
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10. Escolha/descob
erta da
molécula
Prospecção de
fabricantes da
molécula
Escolha dos
excipientes
Definição das
especificações
Avaliação de
possíveis
processos
produtivos
Desenvolviment
o da
formulação
Desenvolviment
o e validação
de metodologia
analítica
Produção piloto
Estudos de
estabilidade
acelerada
Estudos in vivo
Estudos de
estabilidade de
longa duração
Submissão
regulatória
Aprovação
ANVISA
Transferência
CQ
Análise de
rotina
(liberação)
Estabilidade de
acompanhame
nto
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12. I. Aprovar ou rejeitar as matérias-primas, os materiais de embalagem e os produtos intermediários, a
granel e terminados em relação à sua especificação;
II. Avaliar os registros analíticos dos lotes;
III. Assegurar que sejam realizados todos os ensaios necessários;
IV. Participar da elaboração das instruções para amostragem, as especificações, os métodos de
ensaio e os procedimentos de controle de qualidade;
V. Aprovar e monitorar as análises realizadas, sob contrato;
VI. Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos do controle de qualidade;
VII. Assegurar que sejam feitas as validações necessárias, inclusive a validação dos métodos analíticos
e calibração dos equipamentos de controle; e
VIII. Assegurar que sejam realizados treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de Controle de
Qualidade, de acordo com as necessidades do setor.
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14. Controle de qualidade
Equipamentos laboratório
Metodologia analítica aprovada
Reagentes
Validação de métodos
Qualificação de equipamentos;
Procedimentos operacionais;
Especificações escritas MPs, PAs, MEs;
Análise química/física das MPs, PAs, MEs;
Boletins de Análise;
Aprovação e rejeição;
Estudo de Estabilidade.
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15. Padrões de referência:
1.4. Deve-se utilizar substâncias de referência oficializadas pela Farmacopéia Brasileira ou,
na ausência destas, por outros códigos autorizados pela legislação vigente. No caso da
inexistência dessas substâncias, será admitido o uso de padrões de trabalho, desde que a
identidade e o teor sejam devidamente comprovados (RDC 899/2003)
• padrão secundário (padrão de trabalho): padrão utilizado na rotina laboratorial, cujo
valor é estabelecido por comparação a um padrão de referência (RDC 17/2010) –
NÃO ACEITOS EM VALIDAÇÃO!!!
• padrão de referência: são exemplares de fármacos, impurezas, produtos de
degradação, reagentes, dentre outros, altamente caracterizados e da mais elevada
pureza, cujo valor é aceito sem referência a outros padrões (RDC 17/2010);
– Farmacopeico: Adquirido de um compêndio oficial reconhecido pela ANVISA (RDC 37/2009);
– Caracterizado (primário): Análises para determinação absoluta da pureza e identidade;
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20. A espectrofotometria faz parte da classe dos
métodos analíticos que baseiam-se na
interação da matéria com a energia radiante
Baixo custo, comparado à outras técnicas
Fácil operação
Luz
incidente
Luz
emergente
Luz absorvida
20
21. USP <851> SPECTROPHOTOMETRY AND LIGHT-
SCATTERING
Espectrofotometria é a medida quantitativa das
propriedades reflexivas ou transmissivas de um
material em função de um comprimento de
onda.
Espectrofotometria de absorção é a medida da
interação entre a radição eletromagnética e as
moléculas ou atomos de uma substância
química
Tipos de técnicas analíticas: UV/ visível, IR, e espectroscopia de
absorção atômica
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22. Espectrofotometria de absorção: Técnica que
mede a absorção de uma radiação em função de
sua frequencia (ou comprimento de onda), devido
às interações com uma amostra.
A amostra absorve energia (fótons) do campo radiante.
A intensidade da absorção depende da frequencia
(comprimento de onda) sendo que esta variação
compõe o espectro de absorção.
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25. Lei de Beer-Lambert
T: Transmitância
I: Intensidade da luz incidente
I0: Intensidade da luz transmitida
α: coeficiente de absorção
l: caminho percorrido pela luz (cm)
c: concentração da amostra (mol/L)
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26. A absorbância é muito importante porque ela é diretamente proporcional à
concentração, c, de espécies absorventes de luz na amostra
26
27. Desvios da lei de Beer-Lambert
– Desvios/limitações instrumentais
• São dependentes da forma como a medição é feita
– Desvios químicos
• Resultado de alterações químicas associadas com a
mudança de concentração
27
28. Em soluções relativamente concentradas (>0,01 mol
L-1 ), a distância média entre moléculas absorventes
diminui e interações entre as mesmas começam a
afetar a distribuição de cargas.
Este tipo de interação pode alterar a habilidade das espécies
absorverem um dado comprimento de onda
Em soluções diluídas de analitos porém com grande
concentração de outras espécies, p.ex., eletrólitos
Interações eletrostáticas podem alterar a absortividade
molar ε das espécies
Em casos extremos, soluções tão diluídas quanto 10-6 mol
L-1 são necessárias para observação da lei de Beer
Em teoria, ε é dependente do índice de refração n. Se a
concentração alterar significativamente n ⇒ desvio da lei
de Beer
Desvios da lei de Beer-Lambert 28
29. Principal causa de desvios químicos ocorre quando o
analito se dissocia, associa ou reage com as moléculas
do solvente gerando uma espécie química com espectro
de absorção diferente
Por ex., indicadores ácido-base (Ka = 1,42 x 10-5)
Desvios da lei de Beer-Lambert 29
30. Desvios da lei de Beer-Lambert
A lei só é válida para radiação monocromática, ou seja, para
um único comprimento de onda ()
Como minimizar o desvio?
• Escolher a região onde o é constante
30
34. Fontes de Radiação
Condições para uma fonte ser de boa
qualidade:
gerar radiação contínua;
ter intensidade de potência radiante
suficiente para permitir a sua detecção pelo
sistema detector;
ser estável.
Além disso deve ter um tempo de vida longo
e preço baixo.
34
35. Monocromadores
Função: seleção do comprimento de onda em que se tem
interesse para a análise.
Constituição:
fenda de entrada de um elemento de dispersão de radiação
fenda de saída
Tipos:
prismático
reticuladores
35
36. Monocromador Prismático
A radiação policromática vinda da fonte de
radiação passa pela fenda de entrada e incide
sobre a face de um prisma, sofrendo um desvio.
Os vários comprimentos de onda terão
diferentes direções após a incidência no prisma.
Se for realizado um ajuste rigorosamente
controlado da fenda de saída, pode-se
selecionar o comprimento de onda desejado.
36
38. Monocromador Reticular
O principal elemento dispersante é a rede
de difração. Essa rede consiste em uma
placa transparente ou refletora com muitas
ranhuras paralelas e equidistantes.
Dispersão resultante desta rede é linear. Os
vários comprimentos de onda dispersos são
igualmente espaçados, por isso a fenda de
saída isolará uma banda de radiação de
largura constante.
A resolução é muito mais elevado que os
prismas.
38
42. Fundamentos da Espectrofotometria
Dois requisitos devem ser observados para
que uma determinada radiação possa ser
absorvida por uma molécula:
• A radiação incidente deve ser de
freqüência equivalente aquela rotacional
ou vibracional, eletrônica ou nuclear da
molécula,
• A molécula deve ter um dipolo permanente
ou um dipolo induzido, ou seja, deve haver
algum trabalho que a energia absorvida
possa fazer.
42
43. Porque ocorre o fenômeno da absorção?
• TRANSIÇÕES ELETRÔNICAS – UV/Vis
– Moléculas que apresentam elétrons que podem
ser promovidos a níveis de energia mais
elevados mediante a absorção de energia
• ROTACIONAL E VIBRACIONAL – IR ou IV
– Níveis discretos de energia são absorvidos
devido à vibrações e rotações das moléculas
43
47. Espectro visivel: entre 36 a 72 kcal/mol,
UV próximo (a partir de 200 nm): 143 kcal/mol
• Somente as duas primeiras transições descritas acima são possíveis com a energia
disponível entre 200 a 800 nm.
• A promoção do elétron é sempre do orbital molecular mais ocupado (HOMO) para o
orbital molecular menos ocupado (LUMO) sendo que as espécies resultantes deste
processo são ditas em estado excitado.
• Quando moleculas de uma amostra são expostas a luz contendo a energia necessária
para uma possível transição eletrônica, parte da luz é absorvida e o elétron é promovido
a um orbital de maior energia. O espectrofotometro registra os comprimentos de onda
nos quais esta absorção ocorre, bem como o grau de absorção em cada comprimento
de onda, formando um gráfico de absorbância (A) x comprimento de onda.
47
56. Análise Qualitativa
240 250 260 270 280 290 300
Comprimento de onda (nm)
2,02,22,42,62,83,03,2
Logε
A ou B
C
D
C5H11
C5H11
OH
C5H11
R
OH OH
R
OH
C5H11
OH
OH
OHOH
(A) (B)
(C) (D)
Espectro de absorção do canabidiol comparado com outros fenóis.
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57. Padrão: 50,1 mg * 99,03%/50 mL * 2 mL/100 mL = 0,01984 mg/mL – leitura 0,493
0,01984 mg/mL ---------------- 0,493
x ---------------- 0,487 – x= 0,01960 mg/mL
* 50 mL = 0,9802 mg em 5,0 mL = 0,1960 mg/mL
* 50 mL = 9,8 mg/mL na amostra
57
58. Padrão: 50,2 mg * 99,70%/100 mL * 5 mL/50 mL * 2 mL/50 mL = 0,0020 mg/mL –
leitura 0,499
0,0020 mg/mL ---------------- 0,499
x -------------- 0,495 – x= 0,001986 mg/mL
* 100 mL = 0,1986 mg em 5,0 mL = 0,03972 mg/mL
* 100 mL = 3,972 mg em 10,0 mL = 0,3972 mg/mL /0,400 mg/mL = 99,3%
58
61. Espectrofotometria IV
Região infravermelha do espectro eletromagnético,
que é caracterizada por possuir um comprimento de
onda maior e uma menor frequencia do que a luz
visível;
Dividida em três regiões:
IV próximo (NIR): 14000 a 4000 cm-1 – vibrações harmonicas;
IV intermediário: 4000 a 400 cm-1 – vibrações rotacionais e
vibracionais
IV longe: 400 a 10 cm-1 – vibrações rotacionais
Energia desta parte do espectro (entre 1 a 15 kcal/mol)
não é suficiente para induzir excitação dos elétrons,
entretanto pode induzir excitação vibracional dos
atomos e grupos ligados covalentemente.
Virtualmente todos os compostos orgânicos absorvem
radiação infra vermelha
61
62. Número de modos vibracionais
Uma molécula pode vibrar de várias formas, cada forma é
chamada de modo vibracional;
Para moléculas com N átomos, temos:
Moléculas lineares: 3N – 5 graus de
modos vibracionais
Moléculas não lineares: 3N – 6 graus
de modos vibracionais
H2O, molecula não liner teria
3 × 3 – 6 = 3 graus de modos
vibracionais
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65. Espectrofotometria IV
O espectro IV da amostra é registrado passando um raio de
luz IV pela amostra. Quando a frequencia do raio é a mesma
da vibração, ocorre a absorção.
65
66. Espectrofotometria IV - prática
Cada molécula tem um espectro IV único, isso permite
que a técnica seja amplamente utilizada para análise
qualitativa, principalmente na identificação de
moléculas no controle de qualidade
66
69. Separação
Operação pela qual uma mistura é dividida em pelo menos
duas frações com diferentes composições.
É obtida por meios físicos embora reações químicas podem
ser envolvidas no processo.
Os métodos físico-quimicos de separação são baseados na
utilização de alguma propriedade física das substâncias a
serem separadas.
69
70. Objetivo: Separação individual dos diversos constituintes
de uma mistura de substâncias seja para identificação,
quantificação ou obtenção da substância pura;
Migração da amostra através de uma fase
estacionária por intermédio de um fluido (fase
móvel);
Após a introdução da amostra no sistema
cromatográfico, os componentes da amostra se
distribuem entre as duas fases e viajam mais lentamente
que a fase móvel devido ao efeito retardante da fase
estacionária;
O equilíbrio de distribuição determina a velocidade
com a qual cada componente migra através do
sistema.
Visão Geral da cromatografia
70
72. Importância da cromatografia
Velocidade
Poder de resolução
Manuseio de pequenas quantidades de amostra
(10-9 – 10-15 g)
Simplicidade da técnica
72
73. A amostra é dissolvida em um solvente e introduzida na
coluna cromatográfica preenchida com a fase
estacionária (FE)
Um solvente (FM) é bombeado com vazão constante e
desloca os componentes da mistura através da coluna.
Esses se distribuem entre as duas fases de acordo com
suas afinidades
As substâncias com maior afinidade com a FE movem-
se mais lentamente. Já as substâncias com pouca
afinidade com a FE movem-se mais rapidamente.
Ao sair da coluna, os componentes passam por um
detector que emite um sinal elétrico o qual é registrado,
constituindo um cromatograma.
Princípio da eluição cromatográfica
73
82. Fase móvel;
Bomba da fase móvel;
Injetor;
Coluna e termostato;
Detector;
Software de registro e tratamento de dados
Componentes de um sistema HPLC
82
83. O sucesso da separação cromatográfica só é possível
se for aplicada uma FM correta a uma FE conveniente.
A escolha da composição da FM leva em conta vários
fatores, tais como:
Propriedades físico-químicas que afetam a
solubilidade, partição e adsorção e, portanto, a
separação
Propriedades físicas que afetam a possibilidade de
detecção dos componentes
Propriedades físicas que dificultam o manuseio das
bombas, detectores ecoluna
Propriedades que afetam a segurança (toxidez e
inflamabilidade)
Custo
Fase móvel
83
84. Os seguintes parâmetros devem ser considerados para uma
escolha adequada da FM:
Viscosidade
Compressibilidade
Pressão de vapor
Toxidez
Índice de Refração
Corte de UV (cut off) – espectro de absorção UV-VIS
Miscibilidade de solventes e outras características importantes
Força dos Solventes
Fase móvel
84
87. Leva a fase móvel desde o reservatório até
a coluna;
Alta reprodutibilidade e exatidão
Vazão contínua sem pulso de 0,01ml /min -
10ml /min
Vazão constante independentemente da
pressão
Alta resistência à corrosão – inércia química
a solventes comuns
Opera a altas pressões (6000 psi)
Bomba da fase móvel
87
88. Bombeamento isocrático
A composição da fase móvel é mantida
constante durante toda análise
cromatográfica.
Utiliza-se apenas uma bomba.
88
89. Bombeamento Gradiente
Alguma análises necessitam alteração da
composição da fase móvel, sem alteração da
vazão total, com a finalidade de diminuir tempo de
análise e/ou melhorar a separação dos
componentes da amostra;
baixa pressão: utiliza-se uma única bomba e a
seleção do solvente a ser utilizado dá-se através
de válvula de multiplas vias controladas pelo
software do sistema.
alta pressão, cada solvente tem uma bomba
específica.
89
91. Realizada com auxílio de válvulas especiais
que permitem introdução com grande
precisão e exatidão de volumes que
variam, em geral, de 5 a 20 mcl.
Injetor – sistema de injeção da amostra 91
92. Coluna cromatográfica
Os tubos das colunas são preenchidos com a fase
estacionária conveniente, geralmente sílica ou seus
derivados, com granulometria de 3, 5, 7 ou 10 mcm (em
alguns casos, até de 1 mcm) de diâmetro médio.
Devido a queda de pressão elevada nos tubos, as colunas
são relativamente curtas e de paredes espessas.
COMPRIMENTO: 3 – 60 cm
DIÂMETRO INTERNO: 0,2 – 8 mm
92
93. Mecanismos de separação
Em função da fase estacionária utilizada
tem-se os seguintes mecanismos de
separação:
Adsorção
Partição
Troca iônica
Exclusão
Bioafinidade
93
94. Mecanismos de separação - Adsorção
A fase estacionária é um sólido contendo grupos (sítios
ativos) que podem adsorver certas substâncias.
Compostos com diferentes constantes de adsorção são
separados.
94
95. Mecanismos de separação - Partição
A fase estacionária é um líquido depositado ou quimicamente ligado a
um suporte sólido.
As moléculas dos componentes a serem separados se distribuem entre a
fase estacionária ligada e a fase móvel líquida de acordo com sua
afinidade relativa;
Compostos com diferentes constantes de partição são separados;
A FM carrega as moléculas nela dissolvidas. Para reestabelecer o
equilíbrio, moléculas na FE passam para a FM e são arrastadas. Tem-se
um equilíbrio dinâmico em cada segmento da coluna. Como a FM está
em contínuo movimento, esta acaba retirando todas as moléculas da
coluna.
95
96. Mecanismos de separação – Troca
iônica
A fase estacionária é uma resina catiônica
ou aniônica.
96
97. Mecanismos de separação – Por
exclusão
A fase estacionária é uma resina catiônica
ou aniônica.
A separação é efetuada de acordo com o
tamanho das moléculas.
A fase estacionária tem poros de tamanho
controlado
Moléculas pequenas podem penetrar na
maioria dos poros e apresentam um maior
tempo de retenção
Moléculas grandes movem-se rapidamente
através da coluna pois não entram nos
poros
97
98. Mecanismos de separação –
Bioafinidade
Nessa técnica somente componentes que
possuem bioafinidade com a fase
estacionária são retidos (exemplo: isomeros)
98
99. Detectores
Os principais detectores utilizados em HPLC são:
Índice de refração
Espectrofotometira UV-Visível
Fluorescência
Eletroquímico
Espectrometria de massa LC/MS
99
100. Detectores – Índice de refração
No momento da passagem do analito pelo detector, pode
ocorrer uma alteração do índice de refração. Essa alteração
em relação ao valor da fase móvel livre de analito é
detectada.
A detecção só é possível quando o índice de refração do
analito é diferente do IR da fase móvel.
Esse detector é normalmente utilizado quando os analitos não
absorvem na região de comprimento de onda do UV-VIS.
Apresenta as seguintes desvantagens:
baixa sensibilidade
não permite a utilização em análises por gradiente (pois o
IR varia com a composição da fase móvel)
temperatura deve ser constante (pois o IR varia com a
temperatura)
100
101. Detectores – UV/visível
Baseia-se na absorbância da luz pelo analito ao passar pelo
detector.
É um detector seletivo pois só detecta os compostos que
absorvem no comprimento de onda em que o detector for
ajustado.
É o detector mais utilizado em HPLC pois grande maioria das
substâncias absorvem radiação
UV. Exemplos de substâncias são: olefinas, aromáticos,
compostos contendo ligações C=O, C=S, N=O.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
A fase móvel utilizada não pode absorver no comprimento de
onda selecionado
A pureza da fase móvel é extremamente importante (traços de
impurezas podem absorver intensamente no comprimento de
onda utilizado): UTILIZAR SOLVENTES GRAU HPLC
101
102. Detectores – UV/visível
Espectrofotométricos (REDE DE DIODOS – DIODE ARRAY)
Nesse tipo de detector, toda luz passa pela cela. A luz
emergente é dispersada em uma grade holográfica e os
comprimentos de onda resultantes são focalizados em uma
rede de fotodiodos (256 a 1024). Assim, todo o espectro do
componente pode ser armazenado. Com o auxílio de um
computador, pode-se reproduzir um cromatograma para um
determinado comprimento de onda ou produzir uma série de
espectros em intervalos de tempo fixos.
VANTAGENS EM RELAÇÃO AO DETECTOR UV-VIS
No detector UV-VIS, seleciona-se o comprimento de onda
que pode não ser o mais adequado para todos os
componentes da amostra. Isso resulta na perda de
sensibilidade de alguns componentes da amostra.
102
104. Detectores – Eletroquímicos
Baseia-se na possibilidade de muitos
compostos serem oxidados ou reduzidos
quando se aplica um potencial elétrico.
Em um processo eletroquímico, um par de
eletrodos é colocado na cela e um
potencial suficientemente elevado é
aplicado provocando uma reação de
oxidação ou redução gerando uma
corrente que é medida em um detector
eletroquímico. A corrente gerada é
proporcional a concentração do
composto.
104
105. Detectores – ELSD
evaporative light scattering detector
Baseado na habilidade das partículas causarem
espalhamento (scattering) de fótons, quando elas atravessam
um feixe de luz policromática.
O líquido efluente do HPLC é primeiro nebulizado e a mistura
aerosol resultante contendo as partículas dos analitos é
dirigida a um feixe de luz. As partículas causam
espalhamento da luz. É gerado um sinal, que é proporcional à
massa presente, e independe da presença ou ausência de
grupos cromóforos, fluoróforos ou eletroativos.
Qualquer analito não volátil pode ser detectado.
Pode ser usado acoplado a um espectrômetro de massa,
para fornecer uma análise completa da amostra.
105
106. Parâmetros cromatográficos
Tempo de retenção
Por definição chamamos de TEMPO DE RETENÇÃO, de uma
substância ao tempo decorrido do instante em que a
amostra foi introduzida até o instante do máximo do pico;
Na análise cromatográfica, mantido constantes a vazão da
fase móvel e a temperatura da coluna, o tempo de retenção
é constante.
106
107. Pratos Teóricos
Número indicativo da performance da coluna. É a medida
da largura do pico em relação ao seu tempo de retenção. É
o parâmetro que mais precisamente define a qualidade de
um sistema cromatográfico.
Parâmetros cromatográficos 107
113. Análise Qualitativa
Análise Qualitativa em Controle de qualidade
É normalmente efetuada através da comparação
do tempo de retenção ou retenção relativa dos
analitos de interesse com esses parâmetros de
padrões. Tais análises são realizadas com
metodologias já estabelecidas.
Análise qualitativa em identificações não rotineiras
Neste caso é importante conhecer o máximo da
história da amostra e utilizar detectores que
auxiliam a identificação da estrutura do composto,
como detector de espectrometria de massa.
113
114. Análise Quantitativa
Normalização de área (% em área)
Ai = área do composto i
ΣAi = somatória das áreas de todos componentes
Considera-se que todos os componente apresentam
resposta proporcional a sua concentração e que
mesma concentração de diferentes compostos
resulte em áreas iguais (o que dificilmente ocorre).
114
115. Análise Quantitativa
Normalização com área corrigida
Ai = área do composto i
Fi = fator de resposta do componente i
ΣAiFi = somatória das áreas de todos componentes multiplicadas pelos
respectivos fatores de resposta
É necessário conhecer todos os componentes da
amostra para determinação dos fatores de resposta
de cada componente
115
128. Fármaco –
especificação
para testes críticos
• IMPUREZAS/PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO
• CONCEITO CLASSIFICAÇÃO BCS/SCB
• TAMANHO DE PARTÍCULA
• POLIMORFISMO E ISOMERIA
• SOLVENTES RESIDUAIS
128
129. DMF – Drug master file
Contém todos os dados do desenvolvimento
e fabricação dos lotes do IFA – “dossie do
IFA”
Fórmula estrutural
Características físico químicas
Processo de fabricação e solventes usados
Polimorfos e isômeros
Solubilidade
Estabilidade
Produtos de degradação/impurezas
Métodos analíticos e validações
Materiais de embalagem
129
130. Fármaco - Especificações
• Especificações farmacopéicas:
1.6. No caso de metodologia analítica descrita em farmacopéias ou
formulários oficiais, devidamente reconhecidos pela ANVISA, a
metodologia será considerada validada.
RDC 899/2003 – Validação analítica
Entretanto...
Art. 18. O item 1.6 da Resolução – RE nº 899, de 29 de maio de 2003,
passa a vigorar acrescido dos itens 1.6.1 e 1.6.2:
“1.6.1. A metodologia analítica para a quantificação de produto de
degradação, mesmo que descrita em farmacopéias ou formulários
oficiais, deverá ser validada.
1.6.2. A metodologia analítica por HPLC para a quantificação de
teor, mesmo que descrita em farmacopéias ou formulários oficiais,
deverá apresentar pureza cromatográfica.”
CP 11/2012 – Produtos de degradação
130
132. Impurezas (WHO – 2011):
Substâncias químicas não desejáveis presentes no fármaco ou no produto
acabado que não tem valor terapêutico e podem ou não ser potencialmente
prejudiciais à saúde;
Impurezas de materiais de partida:
Materiais usados na síntese do fármaco e incorporado como um elemento na
estrutura de um intermediário ou do próprio fármaco. Tem estrutura e
características químicas bem definidas e conhecidas. Podem ou não ser
produtos de degradação do fármaco.
Impurezas Intermediárias ou de síntese:
Materiais produzidos durante as etapas de sintese do fármaco e que sofre
reações quimicas adicionais antes de se tornar o próprio fármaco. Podem ou
não ser produtos de degradação do fármaco.
Produtos de degradação:
Impureza resultante de uma alteração química da substância ativa ocorrida
durante a fabricação e/ou armazenamento pelo efeito de, por exemplo, luz,
temperatura, pH, água, reações com o excipiente ou com a embalagem
primária
Aplicável ao fármaco
Aplicável ao fármaco
Aplicável a fármaco e medicamento
132
133. Estabelecendo limites para impurezas:
1. Quais são as impurezas em potencial?
2. Quais são as impurezas que realmente
ocorrem?
3. Quando especificar?
4. Quais os limites?
133
134. Material de partida
Intermediário
Fármaco
Produto acabado
Reagentes
Solventes
Catalisadores
Reagentes
Solventes
Catalisadores
Solventes?
Impurezas do
material de partida
Derivados
Derivados
Degradação
Interação com
excipientes
Interação com
excipientes
Potenciais Impurezas
1. Resíduo do material de partida
2. Resíduo dos intermediários
3. Impurezas no material de partida
4. Reagentes
5. Solventes
6. Catalisadores
7. Derivados da reação
8. Produtos de degradação
9. Reações fármaco-excipiente
10. Reações formulação-embalagem
Imprescindível: Conhecimento
das possíveis reações químicas
durante a síntese e dos
prováveis produtos de
degradação nas mais variadas
condições (ácido, base,
oxidação)!!!
134
135. Impurezas - Desenvolvimento
1. Possíveis:
Realização de estudos de stress:
Stress ácido
Stress básico
Stress por calor
Stress por umidade
Stress por oxidação
Fotoestabilidade
2. Relevantes:
Estudo de estabilidade acelerada
Estudo de estabilidade longa duração
135
136. Possíveis – estudo de stress
Garantir degradação de 10-30% do ativo (evitar degradação secundária):
Nem todas as condições vão gerar
degradação: pesquisa em literatura – após 7
dias, pode ser considerado estável naquela
condição (aumentar concentração, p.ex. para
garantir);
Método deve “ver” a degradação (balanço
de massas) – indicativo de estabilidade;
PD significativos (20% em área do total
degradado) deverão ser identificados e
tratados como PD em potencial;
136
137. 2. Relevantes:
Estudo de estabilidade acelerada
Estudo de estabilidade longa duração
Confirmam quais são as impurezas que realmente ocorrem no fármaco ou
no produto acabado:
Utilizando a formulação definida
Fabricado pelo processo produtivo
proposto
Embalagem primária definida
Condições de armazenamento propostas
137
138. Impurezas no fármaco
1. Impurezas Orgânicas: Podem ser originárias do processo de
fabricação ou do armazenamento do fármaco. Podem ser
identificadas ou não, voláteis ou não e incluem as seguintes
subclasses:
a. Materiais de partida: materiais usados na síntese do fármaco e
incorporado como um elemento na estrutura de um intermediário ou
do próprio fármaco. Tem estrutura e características químicas bem
definidas e conhecidas;
b. Derivados (by-products):
c. Intermediários: Materiais produzidos durante as etapas de sintese do
fármaco e que sofre reações quimicas adicionais antes de se tornar o
próprio fármaco;
d. Produtos de degradação: Impureza resultante de uma alteração
química da substância ativa ocorrida durante a fabricação e/ou
armazenamento pelo efeito de, por exemplo, luz, temperatura, pH,
água, reações com o excipiente ou com a embalagem primária
e. Reagentes, ligantes e catalisadores
f. Estereoisomeros: Compostos com mesma estrutura 2D, mas diferentes
orientações na estrutura 3D. Existem testes especificos nas monografias
quando ocorre este tipo de impureza.
138
139. Impurezas no fármaco
1. Impurezas Inorgânicas: Podem ser resultantes do processo
produtivo. São geralmente conhecidas e compreendem as
seguintes subclasses:
a. Reagentes, ligantes e catalisadores
b. Metais pesados ou outros metais residuais
c. Sais inorgânicos
d. Outros materiais (filtros, carvão)
2. Solventes residuais: Líquidos orgânicos usados como veículo
durante a síntese do fármaco;
139
140. Impurezas/Produtos de degradação –
Especificações
As especificações devem incluir:
Impurezas/produtos de degradação:
Especificação para cada impureza/PD identificado;
Especificação para cada impureza/PD não identificado (≤
identification threshold);
Total de impurezas/PD.
Solventes residuais: Para todos os fármacos e controle no
produto acabado somente se a dose do mesmo for maior que
10 g por dia ou se os limites no fármaco estiverem acima dos
descritos nos guias internacionais
Impurezas inorgânicas: Somente nos fármacos e utiliza-se
monografias e especificações de capítulos gerais das
farmacopéias.
140
141. Impurezas no fármaco
Solventes residuais
• Classes I e II: Tabelas do guia ICH Q3C(R4)
• Classe III: 5000 ppm ou controlado por perda por
secagem (NMT 0,5%)
141
142. Impurezas/Produtos de degradação -
Especificações
Resultados devem ser apresentados
numericamente e não em termos gerais
(“cumpre” ou “dentro do limite”);
Qualquer impureza/PD maior que o limite de
reporte e para o total de impurezas/PD:
Abaixo de 1.0%: duas casas decimais;
Acima de 1.0%: uma casa decimal;
Impurezas/PD devem ser designados por
códigos ou pelo seu tempo de retenção;
142
145. Impurezas/produtos de degradação -
Especificações
• Limites de qualificação maiores ou menores que os anteriormente
descritos podem ser adequados em alguns casos, dependendo do
racional científico e do nível de preocupação com o produto de
degradação:
Aceitação de limites maiores: Produtos de
degradação que também são metabólitos;
Necessidade de limites menores: Impurezas
genotóxicas ou produtos de degradação
que são reconhecidamente associados à
reações adversas;
145
146. Impurezas no fármaco - Monografias
Monitorar as impurezas descritas no DMF, além das
impurezas descritas na monografia USP do fármaco.
Porque?
Diferentes fabricantes de fármacos = diferentes rotas de
síntese
Monografia é baseada em um fabricante e não nos indica
qual rota de síntese utilizada;
Impurezas controladas dão pistas de qual rota de síntese;
Nem sempre as impurezas descritas na monografia são
relevantes para o fármaco em questão (se não são produtos
de degradação conhecidos);
Monografia não controla todos os produtos de
degradação/impurezas para todos as rotas de síntese
disponíveis: podem haver impurezas, reagentes e solventes
diferentes (WHO, 2011);
146
149. Consideradas inseguras em qualquer nível
Não há guia específico na legislação brasileira;
Guias FDA e EMA: divergências entre conceitos
ICH: em processo de harmonização – Término: 2013
Guideline Mais Recente (EMA, Setembro/2010): Especificações
(limites) conforme o TTC (Threshold of Toxicological Concern)
Risco aceitável de desenvolvimento de câncer ao longo da vida
Água Potável: 1 em 106
Benzeno (1,5 µg/dia): 1 em 105
Genotóxicos em Medicamentos: 1 em 105
Limites conforme o TTC
1,5 µg/dia a 120 µg/dia
(depende da posologia do medicamento)
149
150. Exceções ao TTC
Modelo de Análise de Risco (Câncer): inapropriado ou irrelevante
Medicamentos oncológicos
Medicamentos para tratamento emergencial (condições de
risco à vida)
Tratamentos paliativos (expectativa de vida < 5 anos)
Impurezas com exposição significativa a partir de outras fontes
(alimentos, metabólitos, etc)
Impureza e API com a mesma estrutura descrita como alerta –
não é necessário controle como genotoxina
Exceções são tratadas caso-a-caso: Não há recomendações
específicas
150
151. Outras definições – USP 34
• Impurezas ordinárias: Espécies no fármaco ou produto acabado
que não tem atividade biológica não desejável significativa nas
quantidades presentes. Podem ser originadas durante a síntese,
preparação ou degradação do fármaco ou de outras
substâncias;
• Substâncias desconhecidas: Impurezas que são de fonte externa
ou desconhecida ao processo de fabricação e que são
introduzidas por contaminação ou adulteração. Estas
substâncias não podem ser antecipadas e não são cobertas
pelas monografias oficiais, constituindo um risco à qualidade da
substância.
• Substâncias relacionadas: Substâncias estruturalmente
relacionadas ao fármaco. Podem ser:
– Impurezas identificadas ou não identificadas originárias do processo de
síntese, como materiais de partida, intermediários ou by-products que não
aumentam com o armazenamento ou tempo;
– Produtos de degradação identificados ou não identificados que resultam do
processo de síntese do fármaco ou de fabricação do produto acabado ou
durante seu armazenamento;
151
152. Outras definições – USP 34
• Componentes concomitantes: Não são considerados impurezas
para a farmacopéia, desta forma, quando existentes na
substância, tem limites individuais . Exemplos: isômeros opticos e
geométricos e antibióticos que são misturas. Não podem ter
efeito tóxico para serem considerados componentes
concomitantes;
• Polimorfos: Formas cristalinas diferenciadas de um mesmo
fármaco. Podem incluir produtos de solvatação ou hidratação
(pseudopolimorfos) e formas amorfas. Não são impurezas por
definição, porém a forma polimórfica é crítica para a
caracterização do fármaco;
152
154. Conceitos – BCS ou SCB
SOLUBILIDADE:
Solubilidade de um fármaco (BCS): disolução da dosagem
mais alta (em tomada única) de um medicamento em 250
mL de uma solução tampão de pH entre 1,0 e 8,0.
Fármaco altamente solúvel: relação dose/solubilidade é
menor ou igual a 250;
PERMEABILIDADE:
Um fármaco de alta permeabilidade: biodisponibilidade
absoluta é maior que 90% na ausência de instabilidade no
trato gastrintestinal ou quando este parâmetro é
determinado experimentalmente.
ANVISA: Recomendações para realização de ensaios de dissolução para formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata
154
155. Classificação BCS e exemplos
155
http://www.contractpharma.com/contents/displayImage/5605/
156. Determinando a solubilidade
1. Utilizar no mínimo tampões pH pH 1,2; 4,6 e 6,8
a. Utilizar 3 replicatas
b. Deve ter coeficiente de variação ≤ 5% entre as replicatas
2. Shake flask;
3. Avaliação da estabilidade do fármaco na duração
do estudo e nos meios testados
4. Método indicativo de estabilidade – farmacopeico
ou validado
156
158. Tamanho de partícula, biodisponibilidade e
dissolução
Tamanho de partícula importante para
fármacos de baixa solubilidade – BCS
classe II ou classe IV.
Deve ser definido antes do estudo de BE e
mantido para o biolote e lotes produtivos.
158
161. Definição de polimorfos
É a habilidade de uma substância existir
como duas ou mais fases cristalinas que tem
diferentes arranjos ou conformações das
moléculas em sua estrutura cristalina.
Mesma entidade quimica diferentes formas;
Associados a diferentes propriedades físicas do fármaco
Polimorfismo pode interferir na qualidade,
eficácia e segurança do medicamento
161
162. Tipos de polimorfismo
Formas polimórficas:
Formas cristalinas com diferentes arranjos ou conformações das
moléculas na estrutura cristalina;
Formas amorfas consistindo de arranjos desordenados das
moléculas que não possuem uma estrutura cristalina distinguivel;
Solvatos consistindo de formas contendo quantidades
estequimétricas ou não de solventes incorporados. Podem ser
hidratos (água) ou solvatos (outros solventes)
162
163. Importância do polimorfismo
Diferentes formas polimórficas
tem diferentes propriedades
quimicas e físicas:
Ponto de fusão, Reatividade
quimica, Solubilidade
aparente, Taxa de
dissolução, Propriedades
opticas e mecânicas,
Pressão de vapor, Densidade
Estas propriedades tem um
efeito direto na habilidade de
processar e/ou fabricar o
fármaco ou o produto
acabado:
Estabilidade do produto
acabado, Dissolução,
Bioequivalência
5-Methyl-2-[(2-nitrophenyl)amino]-3-
thiophenecarbonitrile has been crystallized in ten
polymorphs: The structure of themolecule is shown in
the figure. The systemhas been named ROY for its
red,orange, andyellowcrystal colors.
Thedifferentpolymorphs arenamedas, yellowprisms (Y),
red prisms (R), orange needles (ON), orange plates
(OP), yellowneedles (YN), orange-red plates (ORP), and
red plates (RPL).
163
164. Caracterização de polimorfos
XRD – caracterização completa e absoluta
Microscopia
Análise térmica
Termogravimetria
Análise térmica diferencial (DTA)
Calorimetria diferencial exploratória (DSC)
IV
Raman
NMR no estado sólido
164
167. Classificação dos solventes residuais
<467> USP e ICH Q3C(R5)
Classe 1 – Solventes a serem evitados
Conhecidamente ou com fortes suspeitas de
carcinogenicidade e danos ambientais;
Classe 2 – Solventes a serem limitados
Não genotóxicos, carcinogênicos ou causadores de
toxicidade irreversível, como neurotoxicidade ou
teratogenicidade;
Classe 3 – Solventes com baixo potencial tóxico
Solventes com baixo potencial toxico aos humanos, no
qual não são necessários limites baseados na segurança
à saúde.
167
168. • Solventes residuais:
− Rota de síntese do fabricante x especificação descrita
− Método validado ou farmacopeico
− Skip test: Prova de que o processo está sob controle e não gera
fármaco com solvente significativo (≥ 10 ppm)
168
170. Excipientes
Grau?
Farmacêutico, Técnico, Reagente
Especificações?
Farmacopéicas (testes adicionais?)
In-house
Solventes residuais – (ICH Q3C7 ou USP8 <467>)
Origem dos excipientes?
Animal (EET)/vegetal
Processo com reagentes de origem animal?
Óleos de plantas: aflatoxinas
Procedimento de qualificação/requalificação dos fornecedores?
170
171. Solventes Residuais
• Declaração dos fabricantes sobre os solventes
utilizados:
− Only Class 3 solvents are likely to be present. Loss on drying is
less than 0.5 percent.
− Only Class 2 solvents X and Y are likely to be present. All are
below the Option 1 limit. (Here the excipient manufacturer
would name the Class 2 solvents represented by X and Y)
− Only Class 2 solvents X and Y and Class 3 solvents are likely to
be present. Residual Class 2 solvents are below the Option 1
limit and residual Class 3 solvents are below 0.5 percent.
− No Class 1, Class 2, Class 3, or other solvents are used.
• Abaixo da opção 1 da USP não é necessário testes no
produto acabado desde que se utilizem menos de 10
g do produto por dia
171
174. Materiais de embalagem – FDA
Adequabilidade em termos de:
Proteção
Compatibilidade
Segurança
Performance
Dependente da forma farmacêutica e via de administração
Avaliação do risco
174
175. Recipientes para medicamentos e correlatos
6.1 - Recipientes de vidro
6.1.1 - Resistência hidrolítica ou alcalinidade
6.1.2 - Arsênio
6.1.3 - Capacidade volumétrica total
6.2 - Recipientes plásticos
6.2.1 - Recipientes e correlatos plásticos
6.2.1.1 - Recipientes de polietileno
6.2.1.2 - Recipientes de polipropileno
6.2.1.3 - Recipientes de poli(tereftalato de etileno) e poli(tereftalato de etileno
glicol)
6.2.2 - Tampas de elastômero
6.2.3 - Recipientes de plástico - testes de desempenho
6.2.3.1 - Recipientes de múltiplas unidades para cápsulas e comprimidos
175
176. 6.2.3.2 - Recipientes de unidade simples e dose unitária para cápsulas e
comprimidos
6.2.3.3 - Recipientes de dose múltipla e de dose unitária para líquidos
6.2.3.4 - Teste de transmissão de luz
6.2.4 - Biocompatibilidade
6.2.4.1 – Recipientes plásticos e tampas de elastômeros
6.2.4.2 - Correlatos
6.2.4.3 - Testes in vitro, testes in vivo e designação de classe para plásticos e
outros polímeros
6.2.4.4 - Biocompatibildade de correlatos
6.2.4.5 - Guia para a seleção de plástico e outros polímeros
6.2.5 - Testes de reatividade biológica in vitro
6.2.6 - Testes de reatividade biológica in vivo
Recipientes para medicamentos e correlatos 176
180. Produto acabado
• FORMAS FARMACÊUTICAS
• TESTES GERAIS DE CONTROLE DE QUALIDADE
• TERCEIRIZAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE
• ESTABILIDADE
• TESTES OBRIGATÓRIOS POR FORMA FARMACÊUTICA
180
181. Principais formas farmacêuticas
Sólidos:
Cápsulas moles
Cápsulas duras
Comprimidos
Supositórios e óvulos
Pós para suspensão
Pós liófilos para injetáveis
Semi-sólidos:
Cremes
Pomadas
181
182. Líquidos:
Soluções
Suspensões
Emulsões
Sprays Nasais
Inalatórios orais
Pó seco pré medido (DPI)
Medidos pelo device (MDI)
Principais formas farmacêuticas
182
191. Impurezas no produto acabado
1. Impurezas do fármaco: não aumentam durante o tempo,
não são controladas, exceto se também forem produtos
de degradação;
2. Produtos de degradação exclusivamente dos excipientes:
verificados em estudos de stress e estabilidade do
placebo – não são controlados;
3. Produtos de degradação provenientes de interação com
o fármaco – controlados:
Interação fármaco-excipiente: Verificado em estudos de
stress e nos estudos de estabilidade
Interação fármaco-material de embalagem: Verificado
nos estudos de estabilidade
4. Extraíveis e lixiviáveis: Não cobertos pelo guia ICH,
especialmente importantes para soluções – capítulo geral
da USP – recente: recall Pfizer
191
194. Reporting threshold – limite de reporte:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita ser
reportada (limite de corte);
Identification threshold – limite de identificação:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita ser
identificada (estruturalmente);
Qualification threshold – limite de qualificação:
Limite máximo no qual uma impureza não necessita de
qualificação;
Qualificação: Processo de aquisição e avaliação de dados
que estabeleçam a segurança biológica de uma impureza
individual ou de um perfil de impurezas em um nível
especificado;
• Teste de AMES, mutações pontuais, aberrações
cromossomais
194
198. Impurezas/produtos de degradação –
Especificações – FDA - ANDAs
“Se o limite para uma impureza/produto de degradação especificado
não existir na USP, é recomendado que a impureza seja qualificada por
comparação às quantidades observadas da impureza no produto de
referência”;
Localmente para o produto acabado: Formulações diferentes entre medicamento teste
e referência dão origem à produtos de degradação diferentes.
“Uma impureza/PD é considerado qualificado quando cumpre com uma
das seguintes condições:
O nível observado e o critério de aceitação proposto não excede o nível observado
para o produto de referência
É um metabolito significativo do fármaco;
O nível observado e o critério de aceitação proposto estão adequadamente justificados
por literatura;
O nível observado e o critério de aceitação proposto não excedem os níveis que foram
avaliados em estudos de toxicidade.”
198
200. O que é o teste de dissolução?
Teste padronizado que mede a porção do fármaco:
1. Liberada da matriz da forma farmacêutica e
2. Dissolvida no meio de dissolução em condições
controladas durante um período de tempo definido;
Em termos simples:
1. A forma farmacêutica se desintegra;
2. O fármaco então se dissolve no meio;
Quanto mais lenta a desintegração da forma
farmacêutica, mais lenta a dissolução.
200
201. Importância do teste de dissolução
Prever o desempenho in vivo da formulação;
Garantir a qualidade lote a lote do medicamento;
Orientar o desenvolvimento de novas formulações;
Assegurar a uniformidade da qualidade e do desempenho do
medicamento depois de determinadas alterações;
Reflexo da qualidade da formulação!!!!
201
203. Componentes de um teste de dissolução
Meio de dissolução;
• Volume de meio de dissolução;
• Deaeração do meio de dissolução;
Dissolutor;
Equipamento de quantificação (UV, HPLC);
Aparatos e acessórios (ex. Sinker);
• Velocidade de agitação do aparato;
Filtros;
Tipos de dissolução, tempo de duração ou de coleta;
Justificativa para o valor de “Q”
203
204. Meio de dissolução
Testar meios de dissolução na faixa de pH fisiológico:
pH 1,2 a 6,8 (liberação imediata).
pH 1,2 a 7,5 (liberação modificada)
Meio ideal:
Não utilizar surfactantes
• Permitido utilizar para atingir “sink condition (3 x volume
mínimo de solvente para completa solubilização da dose)
Não utilizar solventes orgânicos;
Água: problemas de tamponamento e variação de qualidade;
Meios típicos: HCl diluído, tampões na faixa fisiológica, fluido
gástrico ou intestinal simulado (com ou sem enzimas), água e
surfactantes (ionicos, cationicos e neutros);
204
205. Equipamento e aparatos
Aparato 1 (cesta)
Aparato 2 (pás)
Aparato 3 (cilindro
reciprocador)
Aparato 4 (célula flow-through)
Aparato 5 (pá sobre disco)
Aparato 6 (cilindro)
Aparato 7 (holder reciprocador)
Escolha depende da forma
farmacêutica e da finalidade do
teste.
205
208. Aparato – velocidade de agitação
Para cápsulas ou comprimidos:
Aparato 1 (cesta): 100 rpm
Aparato 2 (pás): 50 rpm ou 75 rpm (se formar cone) ou 100
rpm (comprimidos de liberação modificada)
Outras velocidades de agitação podem ser usadas se
justificadas (refletem melhor o comportamento “in vivo” ou
tornam o método mais discriminativo);
Abaixo de 25 rpm ou acima de 150 rpm: Inapropriados por
conta de efeitos hidrodinamicos e de turbulencia
Para suspensões:
Aparato 2 (pás): 25 ou 50 rpm
Outras velocidades de agitação podem ser usadas se
justificadas;
208
209. Formação de cone - exemplo
Durante todo o teste/desenvolvimento do método de dissolução, a observação e o
senso crítico do analista são fundamentais. O método deverá ser reprodutível e isso
envolve manter o ambiente controlado.
209
210. Filtros
Filtração é etapa essencial do método de
dissolução:
Amostras devem ser filtradas imediatamente:
Param o processo de dissolução;
Primeira porção do filtrado deve ser descartada
(saturação do filtro)
Filtro não pode reter o fármaco
Validar usando padrão diluido filtrado e
centrifugado – variação esperada máx. 2,0%
210
214. Art. 46. No caso de contrato de análise, a aprovação final para liberação do produto para comercialização
deve ser realizada pela pessoa designada da Garantia da Qualidade da empresa contratante;
Contratante:
Art. 48. O contratante é responsável por avaliar a competência do contratado em realizar corretamente os
processos ou testes contratados, pela aprovação das atividades do contrato, bem como por assegurar em
contrato que os princípios de BPF descritos nesta resolução sejam seguidos.
Art. 49. O contratante deve fornecer ao contratado todas as informações necessárias para a realização das
operações contratadas de forma correta, de acordo com o registro do produto e quaisquer outras exigências
legais.
Contratada:
Art. 52. É vedado ao contratado terceirizar qualquer parte do trabalho confiado a ele no contrato.
214
217. RDC 01/2005 - Condições
Número de lotes a serem incluídos no estudo
3 lotes para registro
1 ou 3 lotes para qualquer alteração pós registro (de acordo com a RDC 48/2009);
Acompanhamento:
1 lote/ano para fabricação > 15 lotes/ano
1 lote a cada 2 anos para fabricação < 15 lotes/ano
Critério de avaliação do estudo:
Até 6 meses de acelerada ou 12 meses de longa duração variação de teor < 5% em
relação ao valor inicial – caso contrário só 12 meses de estabilidade concedida;
Demais testes dentro da especificação (dissolução até S2);
Após 12 meses, resultados dentro da especificação
Concessão do registro:
Com estabilidade acelerada completa (6 meses): Concessão de prazo de validade provisório
de 24 meses
217
219. Sólidos – testes obrigatórios
Aparência
Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
Dissolução
Dureza
219
220. Suspensões – testes obrigatórios
Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH
Sedimentação pós-agitação em suspensões
Perda de peso em suspensões de base aquosa (forma final)
220
221. Semi-sólidos – testes obrigatórios
Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH (base aquosa)
Separação de fase em emulsões e cremes
Perda de peso em semi-sólidos de base aquosa
221
222. Líquidos – testes obrigatórios
Teor do princípio ativo e método analítico correspondente
Quantificação de produtos de degradação e método analítico
correspondente
Limites microbianos
pH
Claridade em soluções (limpidez da solução)
Perda de peso em líquidos de base aquosa
222
224. O que é validação?
• Ato documentado que atesta que qualquer
procedimento, processo, equipamento,
material, atividade ou sistema realmente e
consistentemente leva aos resultados
esperados;
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
• Process of defining an analytical requirement,
and confirming that the method under
consideration has performance capabilities
consistent with what the application requires.
– Eurachem: Fitness for purpose of analytical methods
224
225. Porque validar?
• Demonstrar que o método é apropriado para a
finalidade pretendida, ou seja, a determinação
qualitativa, semi-quantitativa e/ou quantitativa
de fármacos e outras substâncias em produtos
farmacêuticos.
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
• A validação é uma parte essencial de Boas
Práticas de Fabricação (BPF), sendo um
elemento da garantia da qualidade associado
a um produto ou processo em particular.
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
225
226. Quando validar?
• Os métodos de controle de qualidade devem ser validados antes
de serem adotados na rotina, levando-se em consideração as
instalações e os equipamentos disponíveis.
– Parágrafo único. Os métodos analíticos compendiais não requerem
validação, entretanto antes de sua implementação, devem existir
evidências documentadas de sua adequabilidade nas condições
operacionais do laboratório.
– RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
• No caso de metodologia analítica descrita em farmacopéias ou
formulários oficiais, devidamente reconhecidos pela ANVISA, a
metodologia será considerada validada.
– RDC 899/2003 – Validação analítica
226
228. Quando revalidar?
• A metodologia analítica deverá ser revalidada nas seguintes
circunstâncias:
– mudanças na síntese da substância ativa,
– mudanças na composição do produto acabado,
– mudanças no procedimento analítico.
– Outras mudanças podem requerer validação dependendo da sua
natureza.
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
• Alterações de formulação (excipiente, sabor, cor), alteração de
especificações e métodos, inclusão de novo fabricante do
fármaco ou alterações na sua rota de síntese, inclusão de nova
concentração ou forma farmacêutica do medicamento,
– RDC 48/2009 – Alterações pós registro
228
229. Responsáveis pela validação?
Responsável Técnico
assegurar a realização dos programas de validação
Responsável pelo Controle de Qualidade
assegurar que sejam feitas as validações necessárias, inclusive a validação dos
métodos analíticos e calibração dos equipamentos de controle
Responsável pela Garantia da Qualidade
assegurar o correto cumprimento das atividades de validação
RDC 17/2010 – Boas Práticas de Fabricação
229
230. Como validar?
Qualificaçã
o
•Conjunto de ações realizadas para atestar e documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos estão propriamente instalados e/ou
funcionam corretamente e levam aos resultados esperados. A qualificação é freqüentemente uma parte da validação, mas as etapas individuais de
qualificação não constituem, sozinhas, uma validação de processo;
Plano
mestre de
validação
•Estabelece as estratégias e diretrizes de validação adotadas pelo fabricante. Ele provê informação sobre o programa de trabalho de validação,
define detalhes, responsabilidades e cronograma para o trabalho a ser realizado;
Protocolo
de
validação
•Descreve as atividades a serem realizadas na validação de um projeto específico, incluindo o cronograma, responsabilidades e os critérios de
aceitação para a aprovação de um processo produtivo, procedimento de limpeza, método analítico, sistema computadorizado ou parte destes
para uso na rotina
Validação
•Deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos
resultados. Para tanto, deve apresentar especificidade, linearidade, intervalo, precisão, sensibilidade, limite de quantificação, exatidão, adequados
à análise.
Relatório de
validação
•Documento no qual os registros, resultados e avaliação de um programa de validação são consolidados e sumarizados. Pode também conter
propostas de melhorias;
230
231. Requisitos prévios para validação
Qualificação e calibração de equipamentos:
1.9. Para a garantia da qualidade analítica dos resultados,
todos os equipamentos utilizados na validação devem estar
devidamente calibrados e os analistas devem ser qualificados
e adequadamente treinados (RDC 899/2003);
• qualificação: conjunto de ações realizadas para atestar e
documentar que quaisquer instalações, sistemas e equipamentos
estão propriamente instalados e/ou funcionam corretamente e
levam aos resultados esperados (RDC 17/2010);
• calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições
especificadas, a relação entre os valores indicados por um
instrumento ou sistema de medição ou valores representados por
uma medida materializada ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões
(RDC 17/2010);
231
232. Requisitos prévios para validação
Treinamento dos analistas:
1.9. Para a garantia da qualidade analítica dos
resultados, todos os equipamentos utilizados na
validação devem estar devidamente calibrados
e os analistas devem ser qualificados e
adequadamente treinados (RDC 899/2003);
232
233. Plano mestre de validação
• Deve conter os elementos chave do programa de
validação. Deve ser conciso e claro, bem como conter,
no mínimo:
I. uma política de validação;
II. estrutura organizacional das atividades de validação;
III. sumário/relação das instalações, sistemas, equipamentos e
processos que se encontram validados e dos que ainda
deverão ser validados (situação atual e programação);
IV. modelos de documentos (ex: modelo de protocolo e de
relatório) ou referência a eles;
V. planejamento e cronograma;
VI. controle de mudanças; e
VII. referências a outros documentos existentes.
– RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
233
234. Protocolo de validação
• Devem incluir, no mínimo, as seguintes informações:
I. objetivos do estudo;
II. local/planta onde será conduzido o estudo;
III. responsabilidades;
IV. descrição dos procedimentos a serem seguidos;
V. equipamentos a serem usados, padrões e critérios para
produtos e processos relevantes;
VI. tipo de validação;
VII. processos e/ou parâmetros;
VIII. amostragem, testes e requisitos de monitoramento; e
IX. critérios de aceitação.
– RDC 17/2010 – Boas práticas de fabricação
234
235. Processos/Parâmetros da validação
• No caso de metodologia analítica não descrita em
farmacopéias ou formulários oficiais, devidamente reconhecidos
pela ANVISA, a metodologia será considerada validada, desde
que sejam avaliados os parâmetros relacionados a seguir,
– Especificidade e Seletividade
– Linearidade
– Intervalo
– Precisão
– Limite de detecção (sensibilidade)
– Limite de quantificação
– Exatidão
– Robustez
– RDC 899/2003 – Validação de métodos analíticos
235
236. Categoria Finalidade
I
Testes quantitativos para a determinação do princípio
ativo em produtos farmacêuticos ou matérias–primas
II
Testes quantitativos ou ensaio limite para a determinação
de impurezas e produtos de degradação em produtos
farmacêuticos e matérias-primas
III
Testes de performance (por exemplo: dissolução, liberação
do ativo, etc)
IV Testes de identificação
Categorias de testes 236
237. Ensaios necessários por categoria
Parâmetro
Categori
a I
Categoria II
Categoria
III
Categoria
IVQuantitativo
Ensaio
Limite
Especificidade Sim Sim Sim * Sim
Linearidade Sim Sim Não * Não
Intervalo Sim Sim * * Não
Precisão
Repe Sim Sim Não Sim Não
Repro ** ** Não ** Não
Limite de detecção Não Não Sim * Não
Limite de
quantificação
Não Sim Não * Não
Exatidão Sim Sim * * Não
Robustez Sim Sim Sim Não Não
* pode ser necessário, dependendo da natureza do teste específico.
** se houver comprovação da reprodutibilidade não é necessária a comprovação da Precisão Intermediária.
237