1) O documento apresenta um curso sobre análise de vibrações no corpo humano ministrado por Rogério Dias Regazzi. 2) É destacada a importância da medição correta de vibrações utilizando analisadores de frequência e os riscos de erros utilizando dosímetros. 3) Problemas comuns relacionados à exposição a vibrações no ambiente de trabalho são discutidos.
3 r curso vibracao no corpo humano origem e historico
1. 1 (por Rogério Dias Regazzi)
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CURSO NO ISEGNET DE VCH – MÉTODO 3R+
INSTRUTOR
Rogério Dias Regazzi
M.Sc e Engenheiro de Segurança do Trabalho
Diretor 3R Brasil Tecnologia Ambiental
Diretor Isegnet.com.br e inovando no isegnet
Livros:
- Perícia e Avaliação de Ruído e Calor - Passo a Passo
- Soluções Práticas de Instrumentação e Automação
(Utilizando a Programação Gráfica LabVIEW)
Integração do conhecimento ⇒ PREVENÇÃO
ASSUNTO: DIVULGAÇÃO PARA A SOSCIEDADE ATRAVÉS DO PORTAL
WWW.ISEGNET.COM.BR E INOVANDO NO ISEGNET
ANÁLISE DE VIBRAÇÕES – CURSO VCH – PARCERIA 3R BRASIL
Não são autorizadas cópia ou impressão deste material
Prefácio do Autor:
Nossa intenção através do Portal Isegnet é passar para a sociedade a informação e o conhecimento provocando a discussão
sobre os assuntos. Decidimos como há 10 anos pelo portal, montar um curso sem ônus totalmente aberto e esclarecedor.
Evitando o tecnicismo, dificuldades de linguagem e outros interesses que tomam o conhecimento uma ferramenta de
segregação. Queremos que o Legislador, os profissionais que trabalham com a questão ocupacional ambiental e toda a
sociedade tenham um material de suporte confiável, uma referência para procedimentos, metodologias e normalização.
Devemos apenas lembrar que as questões de vibração no corpo humano são complexas e demandam de treinamento e práticas
especificas para que as avaliações e medições em campo sejam reprodutivas e confiáveis. Portanto decidimos abordar de forma
direta o assunto e alertar a sociedade das questões relacionadas ao treinamento, as práticas e a falta de especialização para as
questões de vibração, muitas vezes esquecidas pelos fornecedores importadores dos equipamentos de medição que sugerem
muitas vezes equipamentos desatualizados e ineficazes aumentando o problema. Para medir vibração deve-se ter em mente as
características do objeto de medição que possui uma assinatura facilmente identificada após alguns minutos de medição e,
portanto, fundamental para a avaliação correta do que se está medindo; tais equipamentos devem ter no mínimo a
possibilidade de mostrar o gráfico de freqüências em terças de oitavas em tempo real, e isto estaremos vendo neste curso que
preparei para vocês.
Obrigado e boa sorte!
M.Sc, Eng. Rogério Dias Regazzi
CEO-Diretor 3R Brasil Tecnologia Ambiental
Metrologias, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Engo Mecânico
CREA 94-1-1065-4 / 138481/D (nova carteira)
Diretor www.isegnet.com.br e inovando no isegnet
55 21 – 8272-8534 / 9999-6852
contato@isegnet.com.br & regazzi@esp.puc-rio.br
2. 2 (por Rogério Dias Regazzi)
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1. PRINCÍPIO
Características inerentes ou a menor anomalia em um sistema dinâmico causa
variações na intensidade das vibrações do sistema. Em alguns casos, ocorrem picos
de intensidade que excedem o nível de ruído e vibração aceitáveis para o ser
humano que dependem do tempo de exposição do indivíduo ao agente de risco.
O ruído e a vibração são apontada como um dos riscos ocupacionais mais comuns
na indústria e nos meios de transportes, estando diretamente ligada à incidência de
dores nas costas em motoristas profissionais. Nosso sistema de previdência estima
que 70 dos auxílios-doença provem de questões relacionadas a DORT/LER onde as
vibrações elevadas estão intrinsecamente relacionadas como um dos fatores de
riscos que levam a esta grande ocorrência de absenteísmo, muito pouco estudada
no Brasil.
É um fato notório que a utilização de veículos a motor em estradas pouco
pavimentadas por longos períodos representar um risco significativo quando
correlacionado ao surgimento de problemas nas costas (White et al., 1990). Cabe
salientar que o termo dor nas costas é usado para indicar a dor na coluna cervical,
torácica e lombar que não está relacionada a infecções. O corpo humano pode ser
caracterizado como uma sofisticada estrutura biomecânica e a sensibilidade à
vibração pode envolver diversos fatores, tais como, postura, tensão muscular,
freqüência, amplitude e direção da vibração, além do que, a duração e a dose da
exposição (Revista Brasileira de Engenharia Biomédica, v. 18, n. 1, p. 31-38,
jan/abr 2002).
A 3R Brasil, empresa nacional que mantém o Isegnet vem fazendo campanha,
divulgando técnicas e procedimentos relacionados as questões de nível de pressão
sonora elevados e vibração no corpo humano para promover uma discussão a nível
nacional. Também, faz um alerta a sociedade através das auditorias realizadas em
laudos e relatórios de vibração no corpo humano:
• Para a realização de medições de vibração deve-se obter uma certificação e
ter um conhecimento prévio sobre análise de sinais;
• O equipamento de medição deve ser um analisador e nunca um dosímetro de
vibração que não permite avaliar a qualidade do sinal ou a assinatura da
vibração que mostra para o operador que as medições que estão sendo
obtidos são de vibração mecânica da estrutura, não do impacto no
acelerômetro ou na caixa do acelerômetro, nem ruído de terra, ou
tribuelétrico do cabo ou saturação do sinal de medição, dentre outros fatores;
• Deve-se fazer parte do laudo o gráfico de distribuição de freqüência em
oitavas e o de calibração (excitador de vibração) para que se tenha uma real
idéia das fontes e dos procedimentos de medição, confirmando a unidade de
medição utilizada;
• A utilização de dosímetro só deve ser implementada para avaliar medidas de
controle para toda a jornada, que no caso de vibração são bastante diferentes
em função da atividades diárias;
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• A maioria das normas e procedimentos internacionais levam em consideração
a medição de vibração em três ciclos com analisador de freqüência, para a
obtenção da média e ponderação do sinal para o corpo humano e
posteriormente multiplicação pelo fator de ponderação por eixo em separado
com a construção da tabela de A(8), isto é, o valor de vibração em hora em
hora até oito horas para comparação destes com os limites da ACGIH, NIOSH
e Diretivas Européias;
• São graves os erros perpetuados por pessoas que estão hoje trabalhando
com medição de vibração no corpo humano e em mãos e braços utilizando
dosímetros de vibração os quais não vendidos não bem informados pelos
fornecedores destes equipamentos que conhecem os riscos e erros de
medições. Nas auditorias realizadas, todas mostraram erros gravíssimos de
medição com utilização de unidades erradas, funções proprietárias não
consagradas, nenhuma coerência com a atividade ou reprodutibilidade dos
dados de medição, havendo níveis elevados em volantes de empilhadeiras,
algo muito pouco provável.
Tendo como referencia o Decreto-Lei no46/2006 [1], o qual indica que nas
atividades susceptíveis de apresentar riscos de exposição a vibrações mecânicas, o
empregador deve avaliar e, se necessário medir os níveis de vibrações a que os
seus trabalhadores estão expostos, assim como, tomar medidas quando os valores
de exposição (A8) se encontrem superiores aos valores de ação e limite de
exposição admissíveis. Assim, torna-se importante efetuar a medição da vibração,
de modo a determinar o nível de exposição a que cada trabalhador esta sujeito.
A experiência dos seus membros de mais de 7 anos na Divisão de Acústica e
Vibração no INMETRO, junto com os parceiros e mais de 1000 avaliações em
campo, permitiram que fosse levantados os principais problemas relacionados ao
assunto e a necessidade de harmonização das normas internacionais para fornecer
a sociedade limites de exposição mais claros e procedimento com repetibilidade e
reprodutibilidade. Alias no Brasil só se trata a questão da vibração para avaliação
da Insalubridade. Há limites para exposição a vibrações para trabalho eficiente que
poderia ser mencionada na NR-17 do Ministério do Trabalho e, também, limites
para conforto e enjôo.
Os programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA – NR 9) presentes nas
maiorias das empresas não fazem menção ao agente físico vibração, apesar de ser
obrigatórios tanto para atendimentos aos requisitos, diretivas e instruções do
Ministério do Trabalho e Emprego quanto para atendimento as questões
previdenciárias do Ministério da Previdência e Assistência Social. Este trabalho que
disponibilizamos sugere estratégias e procedimentos para atendimento destes
passivos cujo ônus na prova, isto é, da não existência de condição insalubre é do
empregador, e, o preenchimento do GFIP sem os laudos técnicos ambientais
comprobatórios pode ser considerado para o Legislador como crime de falsidade
ideológica.
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2. CONCEITOS
Vibração é o movimento, oscilação de objetos ou estruturas. Quando, através do
tato, sentimos a oscilação de uma corda de violão, sabemos intuitivamente o que é
uma vibração. Podemos dizer que ela está vibrando e, inclusive, ver o movimento.
Este movimento é periódico, isto é, ele completa o ciclo a cada intervalo de tempo.
A vibração pode ser causada por desigualdade de massas em rotação, isto é, rodas
desbalanceadas, ajustes e tolerâncias incorretas, peças de movimentos
alternativos, por desequilíbrio dinâmico, eixos desalinhados e fluídos em
escoamento turbulento, etc. Diz-se que um corpo vibra quando descreve um
movimento oscilatório em relação a uma posição de repouso (referência). Se
tivermos uma pequena massa presa a uma mola, e comprimirmos a mola, daremos
início a um movimento vibratório, ou seja, a mola, comprimida, empurrará a massa
em sentido contrário, dando origem à vibração; que é um movimento de vai -e-
vem numa determinada direção.
De fato, todos os objetos materiais podem vibrar, mas nem sempre podemos
perceber o movimento através do tato. Por exemplo, o ar ao redor da corda
também se movimenta, e o tato nada nos indica, apesar das duas oscilações serem
essencialmente semelhantes pois foram originadas do movimento de ir e vir da
corda. Por costume, se a oscilação for facilmente detectável pelo tato, ela é
chamada simplesmente de “vibração”. Se for detectável pelo sistema auditivo, é
chamada de som, ou vibração sonora.
Durante o movimento o corpo pode sair e retornar à posição inicial várias vezes por
segundo; é o que denominamos freqüência de oscilação: número de vezes que o
movimento vibratório se repete em 1 segundo, sendo medido em Hertz (Hz); 1 Hz
é igual a 1 (um) ciclo por segundo.
O movimento vibratório mais simples que se pode imaginar é o de uma pequena
massa presa a uma mola;
o período é caracterizado pelo tempo de ida e volta de uma das
extremidades
d – Distância ; T - Período
Se a massa for comprimida para baixo uma distancia d é então percorrida, ela
começará a vibrar:
M
Amplitude
de
Vibração
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A amplitude da vibração será 2d, porque a massa, saindo da posição de
compressão, passará pelo ponto de repouso (coordenada zero) e subirá até uma
distância “d” acima do repouso, aonde para e inicia o movimento de descida,
passando novamente pelo ponto de repouso, e voltando ao ponto inicial, com
distância “d” abaixo do ponto de repouso.
Cada percurso completo destes é denominado de ciclo, e o tempo para se
completar um ciclo é o período da vibração (T).
Portanto, vibração é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um
ponto fixo. Esse movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando
não segue nenhum movimento determinado, como no sacolejar de um carro
andando em uma estrada de terra. Aliais essa vibração característica em estradas
não pavimentadas é a grande causadora de problemas no corpo humano.
Na observação de um objeto vibrando em câmara lenta, podem-se ver movimentos
em diferentes direções. O movimento do objeto em relação a sua condição de
referência, ou seja, quanto mais distante (parado) ou mais rápido (meio do
percurso), são determinadas as características vibracionais através das unidades de
deslocamento, velocidade e aceleração. Os termos usados para descrever esse
movimento são: a freqüência, amplitude e a aceleração.
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A ISO classifica as vibrações da seguinte forma:
• Vibrações Contínuas
Comumente encontradas em estruturas excitadas por máquinas rotativas como
bombas e alguns compressores. Máquinas alternativas também são outros
exemplos.
• Aleatórias ou de Multi-frequências (banda larga)
Esse tipo de vibração não é comumente encontrado em edificações. A ISO propõe o
estudo em terças de oitava ou valor global sendo que o primeiro é o mais preferido.
• Intermitente
Essa excitação é caracterizada por manter determinado nível de vibração por um
considerado número de ciclos; um caimento transiente e subseqüente repetição do
evento similar. Podem ser excitações de alguns segundos. São encontradas no
interior de edifícios que sofrem influência de tráfico ou de máquinas de partidas
constantes ou de serviços intermitentes.
• Choque impulsivo
Excitação caracterizada por uma rápida subida para um valor de pico seguido de
um decaimento. É encontrada nos arredores de construções de edifícios e pontes,
podem ser também encontrada em processos de fabricação como forjamento, corte
e estampagem de peças ou qualquer outra máquina de impacto.
As vibrações impulsivas devem ser apresentadas em valores de pico (peak unit). O
fator de 0,71 deve ser multiplicado a este valor para se obter a medições em
valores r.m.s. As intermitentes são tratadas como contínua no instante
considerado. Todas apresentam os mesmos limites de incômodo, o que difere é o
tratamento por número de eventos por dia.
O ser humano apresenta maior sensibilidade nas direções x e y quando em baixa
freqüência. Isso pode ser visto na curva padrão combinada das três direções da
ISO 2631 e é obtido para o caso mais crítico dos eixos z, x e y. As curvas de
ponderação são montadas usando as respostas nas freqüências de 8 Hz a 80 Hz na
direção z e as respostas entre 1 Hz e 2 Hz na direção x/y. Os valores para as
freqüências entre 2 Hz e 8 Hz são obtidas da interpolação das duas curvas. Estas
curvas são constantemente utilizadas para avaliar o efeito no ser humano conforme
região investigada.
3. DEFINIÇÕES
Apresentaremos abaixo algumas definições importantes para podermos aprofundar
nossos conhecimentos sobre vibrações, são elas:
A) Amplitude: é o valor máximo, considerando a parte de um ponto de equilíbrio,
atingido pela grandeza que está sendo considerada, que pode ser, dependendo do
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interesse específico, o deslocamento, a velocidade, a aceleração ou a pressão. No
caso das “vibrações”, são utilizadas as três primeiras grandezas. No caso das
vibrações sonoras, utiliza-se a pressão.
B) Freqüência: é o número de vezes que a oscilação é repetida, na unidade de
tempo. Normalmente é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz).
C) Comprimento de onda: é a distância percorrida, para que a oscilação repita a
situação imediatamente anterior, em amplitude e fase. Normalmente, é designada
pela letra lambda (λ). Ligando o comprimento da onda com a sua freqüência pode-
se obter a velocidade de propagação da vibração, na forma seguinte:
C = f . λλλλ
onde: C = velocidade de propagação (m/s)
f = freqüência da oscilação (Hz)
λ = comprimento de onda (m)
Período: é o intervalo de tempo necessário para que um ciclo se complete, para
que o corpo ou sistema parta de um ponto, execute os movimentos e retorne ao
estado inicial. O período é designado pela letra T, e é o inverso da freqüência, isto
é,
f1T =
Pressão sonora: variação dinâmica na pressão atmosférica que pode ser
detectada pelo ouvido humano. Normalmente, é medida em N/m2, unidade de
pressão denominada Pascal (Pa). (1 Pa = 1 N/m2).
Potência sonora: total da energia sonora emitida por uma fonte, por unidade de
tempo.
Intensidade sonora: quantidade média, em um ponto específico, de energia
sonora transmitida numa determinada direção, através de uma unidade de área
perpendicular à direção da propagação do som.
Amortecedor: qualquer meio capaz de dissipar a energia vibratória de um meio
vibrante.
Integrador: filtro elétrico utilizado para converter o sinal vibratório de aceleração
em um sinal, cuja amplitude é proporcional ao deslocamento ou à velocidade.
Acelerômetro: sensor cujo sinal elétrico é proporcional à aceleração.
Isolamento: redução da capacidade de um sistema para reagir a uma excitação ou
para gerar uma excitação. No caso das vibrações é obtida isolamento através do
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uso de suportes resilientes. No caso do som, através de materiais e estruturas
diversas.
Isolante da vibração: suporte resiliente que reduz a transmissão da vibração.
Som: energia transmitida por vibrações no ar (ou outros materiais) e que causa a
sensação de audição, quando o som não é desejado, é molesto ou nocivo, deve ser
chamado de ruído.
Ruído: fenômeno físico que, no caso da acústica, indica uma mistura de sons cujas
freqüências não seguem nenhuma lei precisa; é freqüente encontrar “ruído” sendo
utilizado no sentido de som indesejável, deve ser lembrado que ruído, além do
fenômeno físico, inclui componentes subjetivos de percepção sonora.
Reverberação: é a permanência de um som depois que a fonte de som deixa de
emiti-lo, tempo de reverberação é o tempo, em segundos, em que a pressão
sonora, em uma freqüência específica, caia para 60 db depois que a fonte para de
emitir som.
Onda estacionária: onda periódica com uma distribuição fixa no espaço, que é o
resultado da interferência de ondas de mesma freqüência e tipo, é caracterizada
pela existência de amplitudes máximas e mínimas, fixas no espaço.
Nível RMS: É o valor eficaz ou média quadrática, representa a energia média das
vibrações, isto é, o seu poder destrutivo expressa pela raiz quadrada da média
aritmética de um conjunto de valores quadráticos instantâneos, é a pressão efetiva
obtida a partir de valores instantâneos num determinado intervalo de tempo.
( )∫=
T
o
2
dttxT1XRMS
Nível de Pico a Pico: É a maior amplitude que as vibrações atingem na oscilação
de freqüência em um ciclo completo em torno do eixo.
Sen wtXXP o=
Nível Médio: É o valor que representa a média da amplitude entre o valor máximo
e o eixo.
∫=
T
o
dtxT1XM
Aceleração: É a variação da velocidade com o quadro do tempo (m/s2).
Deslocamento: É a movimentação do corpo ou sistema em relação a um ponto de
referência.
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Nível Global: É o valor combinado de todas as freqüências de vibração expressas
em um número único.
Nível por Freqüência: É o valor do sinal distribuído nas diversas freqüências que
compõem o nível global. Em vibração é a forma mais adequado de avaliar os sinais.
4. VIBRAÇÃO E SAÚDE
A higiene ocupacional estuda as vibrações do ponto de vista da saúde, fadiga e
conforto do trabalhador. As normas internacionais ISO, NIOSH e ACGIH
apresentam procedimentos e estudos nessa área, não definitivos, mas oferecendo
metodologias e limites de tolerância para avaliação ocupacional da vibração.
Uma exigência básica de todo trabalho vibratório, seja no projeto das máquinas
que usam energia vibratória, seja obtendo e mantendo o bom funcionamento de
aparelhos mecânicos, está na capacidade de se conseguir uma avaliação exata
dessa vibração por meio da medição e análise.
No Brasil ainda não existe uma norma da ABNT que estabelece de forma clara uma
metodologia para avaliação da vibração no corpo humano. A legislação pertinente
ao assunto está limitada a NR-15 Anexo 8, tendo como referência as normas
internacionais ISO 2631 e ISO 5349. Vale ressaltar que existem no âmbito mundial
outras normas e procedimentos mais restritivos que complementam as questões da
exposição as vibrações no corpo humano. Como, exemplo podemos citar as normas
americanas da ACGIH que estabelecem os limites de tolerância, e as da NIOSH que
estabelecem critérios de amostragem.
Todo corpo sólido, como um órgão do corpo humano, pode vibrar. E todo corpo tem
uma freqüência aonde ele vibra mais, que é sua freqüência de ressonância, ou
freqüência natural. Nesta freqüência, quando o corpo é colocado em movimento
vibratório, a amplitude tende a crescer continuamente.
Na verdade, logo ocorrerá uma falha, ou quebra; no caso de um órgão do corpo
humano poderá ocorrer uma hemorragia interna ou outro tipo de lesão grave. Por
isto, é perigoso submeter o corpo humano a vibrações que estejam na freqüência
natural de algum órgão vital. Sabemos, porem, que muito antes de se chegar a
este ponto, já existem efeitos adversos no organismo, como desconforto, falta de
concentração para o trabalho, tensão (estresse), fadiga excessiva, alteração da
circulação sangüínea, etc.
5. EFEITOS DAS VIBRAÇÕES
O corpo humano é sensível a diversas influências externas sejam elas físicas,
químicas ou biológicas. Se for pensado como uma estrutura, os ossos do corpo
humano seriam os elementos de suporte, como as vigas e colunas de uma
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construção; e os músculos seriam os “motores”, que movimentam esta estrutura
articulada. Dentro desta estrutura, estão todos os demais órgãos, que podem ser
comparados a elementos sólidos formando sistemas mecânicos, que reagem como
qualquer outra estrutura a estímulos físicos externos (forças). Para fim de
modelagem matemática, os elementos rígidos podem ser os ossos e os órgãos, e os
elásticos a pele e os músculos.
Os efeitos das vibrações sobre o corpo humano são do tipo mecânico, isto é, são
gerados deslocamentos dependendo da freqüência e da energia (aceleração) com
que são produzidas, podendo ocasionar graves conseqüências como, por exemplo,
rompimento de ligamentos e órgãos internos devido aos diferentes efeitos em cada
uma das partes atingidas.
Em alguns casos as vibrações são empregadas, como energia útil, como por
exemplo: em britadores, peneiras vibratórias, compactadores de concreto,
marteletes, rompedores e perfuratrizes. Porém, podem acarretar efeitos nocivos
para aqueles que se expõem durante a jornada de trabalho diariamente e de forma
prolongada.
As vibrações podem ser forças destrutivas agindo no equipamento e geralmente no
homem que o opera. Podemos dizer que a exposição prolongada à determinados
tipos de vibrações produzem em primeiro lugar, lesões ao sistema nervoso das
extremidades inferiores, podendo também ocasionar polineurites com
angioespasmo, vertigem e convulsões.
As vibrações mecânicas (na faixa de, aproximadamente, 0,1 a 1.000 Hz e de
intensidade 0,1 a 100 m/s2
de aceleração rms) atuam em regiões diferentes do
organismo, em função das características específicas que apresentam e da
susceptibilidade individual que varia muito entre diferentes tipos de indivíduos.
Na faixa de 0,1 a 1 Hz, as vibrações com acelerações de 5 a 100 m/s2
provocam
enjôo ou náuseas. Na mesma faixa, com acelerações inferiores a 0,5 m/s2
,
praticamente não se apresentam problemas.
Exposições a vibrações com menos de 16 Hz, de alta energia (níveis de 140 dB ou
mais), causam, por ação mecânica, um afundamento do tórax, dando a sensação
de constrição no peito e tosse. Se as freqüências estiverem entre 3 e 6 Hz, o efeito
pode ser ainda mais acentuado. Em experiências com animais, tem sido verificado
que, nessa faixa de freqüência, não há necessidade de oscilações de grande
amplitude, para provocar deslocamentos importantes de segmentos corporais,
havendo, também, alterações de motricidade da musculatura lisa.
É sabido que nas faixas inferiores do espectro de 0,63Hz a 8 Hz, os efeitos são
predominantemente físicos, tais como desarranjos estomacais, enjôos e
indisposição; nas faixas mais elevadas, os efeitos atingem os órgãos internos e
sistema cardiovascular.
Entre as exposições mais freqüentes destacam-se: as operações de tratores,
caminhões pesados, principalmente os fora de estrada, máquinas de terraplanagem
e de mineração, incluindo as de plantas de tratamento de minérios, empilhadeiras,
helicópteros, ambientes náuticos e vibrações transmitidas por movimentos de fluido
em tubulações.
11. 11 (por Rogério Dias Regazzi)
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A faixa crítica de ressonância do corpo humano se encontra entre 4 e 8 Hz; essas
freqüências baixas são na maioria dos casos das vibrações provocadas por
equipamentos. As vibrações de baixa freqüência são mais sentidas nas viagens
marítimas onde são causadoras de enjôos, mal estar, dor de cabeça, etc.
No caso das freqüências mais altas (20 Hz a 300 Hz), os efeitos localizam-se,
principalmente, nos membros superiores: cotovelos, articulações, mãos e dedos.
Estes problemas são provocados por equipamento manual vibrante (martelete), de
uso muito difundido na construção civil, podendo ser do tipo:
• ósteo-articular: artrose do cotovelo, necrose dos ossos dos dedos e
deslocamentos anatômicos;
• muscular ou angio-neurológico, como por exemplo a doença de Raynaud
(dedos brancos e insensíveis)
• nervosos, alterando a sensibilidade táctil.
Quando o operador trabalha em pé, recebe as vibrações pelos pés e as transmite
aos membros inferiores e parte inferior do tronco. Quando em pé e acionando
manetes e alavancas, pode estar recebendo vibrações nos membros inferiores e
superiores. Os operadores que trabalham sentados, tais como: motoristas e
tratoristas, recebem vibrações no tronco, transmitidas através do assento, tendo os
seus efeitos nos órgãos internos.
As vibrações transmitidas às mãos podem atingir os membros superiores quando
não amortecidos. Esses efeitos são transmitidos pelos manetes, alavancas de
comando ou volantes de direção, essas vibrações têm entre os seus efeitos mais
sérios, a Síndrome de Raynaud, que consiste na degeneração gradativa do tecido
vascular e se caracteriza pelo branqueamento das mãos e dos dedos que com o
tempo se tornam azulados, podendo culminar com a necrose dos tecidos; isto
poderá ocorrer em intervalo de tempo difícil de precisar, pois depende de fatores
inerentes a cada caso, tais como, susceptibilidade do indivíduo, freqüência da
vibração, tempo de exposição e da transmissão da vibração (elementos de
contato), quase sempre aparecem após dois anos de exposição.
Entre as vibrações de alta freqüência, encontram-se os marteletes e ferramentas
manuais, tais como furadeiras, rebarbadores, lixadeiras, esmerilhadeiras,
ferramentas pneumáticas de impacto (aperto de parafusos) e moto-serras,
principalmente estas últimas, são extremamente nocivas e causadoras da Síndrome
de Raynaud. O operador pode ser afetado por visão turva, perda de equilíbrio, falta
de concentração e dependendo da freqüência e amplitude da vibração, sofrer
perdas irreversíveis nas funções dos órgãos internos.
Geralmente, as mãos agem como elemento amortecedor da vibração, delas para
outras partes dos membros superiores, principalmente nas freqüências que
compreendem a faixa de 150 à 200 Hz, segundo a conclusão de pesquisas
realizadas.
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Representação das ressonâncias corpo humano de pé vibrando verticalmente
Segundo HARRIS e CREDE (1961) o primeiro estudo quantitativo no assunto foi
realizado por GOLDMANN e publicado em 1960. Conclui-se que os efeitos da
vibração sobre o corpo humano podem ser extremamente graves. Alguns exemplos
desses efeitos são:
1-Visão turva (distúrbios visuais)- O efeito das vibrações sobre a visão é de grande
importância uma vez que o desempenho do trabalhador diminui, aumentando,
assim, o risco de acidentes. As vibrações reduzem a acuidade visual e torna a visão
turva, ocorrendo a partir de 4 Hz.
2- Perda de equilíbrio - Os indivíduos que trabalham com equipamentos vibratórios
de operação manual, tais como martelo pneumático e moto serra, apresentam
degeneração gradativa do tecido muscular e nervosa. Simulando uma labirintite,
além de lentidão de reflexos.
3- Falta de concentração; efeitos psicológicos que levam a falta de atenção para o
trabalho.
4- Danos permanentes de determinados órgãos do corpo - Os efeitos aparecem na
forma de perda da capacidade manipuladora e do controle do tato nas mãos,
conhecido, popularmente, por dedo branco. Essas doenças são observadas,
principalmente, em trabalhadores de minas e florestas (moto-serras à 50-200 Hz).
Os dedos mortos surgem no máximo após 6 meses de trabalho com uma
ferramenta vibratória.
A ISO 2631-1 (1997) apresenta valores máximos de vibrações suportáveis para
tempos de um minuto a 12 horas de exposição, abrangendo três critérios de
severidade:
• Limite de conforto, sem maior gravidade (ex: veículos de transporte
coletivo);
13. 13 (por Rogério Dias Regazzi)
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• Limite de fadiga, provocando redução da eficiência dos trabalhadores (ex:
máquinas que vibram);
• Limite de exposição, correspondente ao limiar do risco à saúde.
6. REFERÊCIAS PARA O PCPR-EV:
Programas de Controle de Prevenção de Risco à Exposição de Vibrações (PCPR-EV)
O PCPR-EV harmoniza os elementos essenciais do sistema de gestão de SSO
baseado nas normas BS 8800 (1996) e OSHAS 18000 (1999), atendendo as
exigências especificas e atualizadas de vibrações humanas, como por exemplo a
norma de acústica ISO 11690 (1996).
Nossa legislação trata a questão da vibração no corpo humano nas questões
ocupacionais e de incômodo na vizinhança. Considera as ISO, ACGIH, NIOSH e
ainda as novas diretivas européias como referências para estudo e medição.
Portanto, tomandos estas como referência devem ser discutidas em detalhes
medidas específicas para a prevenção e controle de exposição para vibração;
porém, é importante se lembrar que não devem ser implementadas medidas de
controle com finalidade especifica ocasional, mas como parte de uma estratégia
integrada com estudos, avaliações periódicas e um sistema de Gestão Adequado.
De acordo com Ximenes, Regazzi e Mainier (2005) o objetivo do PCPR-EV é de
demonstrar os princípios básicos para prevenção de risco e programas de controle e
seu gerenciamento, relacionado ao controle e prevenção à exposição de vibração e
efeitos associados.
Normalmente são mencionados freqüentemente programas de controle de vibração
sem adaptá-los as nossas características sócio-econômicas. Por exemplo, a série de
normas ISO aplicadas a vibrações mecânicas e choque mecânico alertam e
estabelece que:
• “Para reduzir vibração como um risco no local de trabalho, países devem
individualmente produzir legislação nacional que, geralmente, requer a
implementação de controle de vibração, através de medição, para alcançar os
mais baixos níveis razoáveis de emissão de vibração e exposição, levando em
conta os seguintes aspectos”:
• “Medidas disponíveis / conhecidas; o estado do progresso técnico
considerado; possibilidades para redução de vibração na fonte; planejamento
apropriado, obtenção e instalação de máquinas e equipamento.”
Outro exemplo é a Diretiva Européia 86/188/EEC em vibração a trabalho que
requer conservação de saúde apropriada e programas de controle de vibração
sempre quando o lugar de trabalho é enquadrado na categoria de "ambiente
vibratório”, o que no Brasil pode inviabilizar vários processos, principalmente na
Construção Civil.
“Abaixo é sugerido uma seqüência de prevenção de riscos de exposição às vibrações baseada em um
diagrama de gestão com o ciclo de controle, práticas de gestão e padrão de trabalho, com o ciclo de
aprendizado, onde se poderá chegar a uma pratica inovadora”