1. RESUMO
JUNIOR, João Ribeiro. O que é Positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2003. Por: Rosely
Jainara Silva
O século XIX marca não só o triunfo do liberalismo europeu, marca também o triunfo
do cientificismo que engloba e explica o mundo dos valores e o mundo dos fatos. O
liberalismo afirmava que a sociedade só alcançava seu desenvolvimento pelo livre
desenvolvimento do espírito e das faculdades do indivíduo, impondo a priori o imperativo
categórico do respeito à liberdade e a igualdade nos indivíduos. Contudo o liberalismo
começou a sofrer transformações ao tentar concilia-se ao empirismo e ao materialismo, a
pouco a pouco a tendência da ciência centrou-se no empirismo; surgem então os defensores
do cientificismo, seduzidos pelo o progresso contínuo o positivismo passou a dominar o
pensamento típico do século XIX, como método e doutrina. De acordo com Augusto Comte é
preciso preconizar o emprego de novos métodos para o exame científico dos problemas
sociais; que para reformar a sociedade é preciso descobrir as leis que regem os fatos sociais,
afastando concepções abstratas e metafísicas; pela a observação irá descobrir as relações que
ligam os fatos, portanto o positivismo é uma filosofia determinista.
Augusto Comte usa o termo filosofia como definição do sistema geral do
conhecimento; e o termo positiva segundo ele como o útil frente ao inútil, seu método de
trabalho era pela observação dos fatos é o método geral de raciocínio que constitui o método
objetivo, Comte também usa o método subjetivo embasado nesse método Augusto Comte
fundamenta a sua corrente filosófica. As doutrinas comtiana na parte geral ocorrem à teoria
dos três estados que são: o teológico-fictício, metafísico-abstrato e o positivo-cientifico,
segundo Comte as ciências só se constituem ao passar pelo os três estados. A doutrina
positivista é considerada sob quatro aspectos: psicológicos, ontológico, sociológico e
religioso, onde cada um deles são importantes no positivismo. Como doutrina e método o
positivismo enfrenta a sociedade através da ordem e progresso, que Comte considerava fonte
principal de todo sistema político.
No desenvolvimento de sua doutrina, Comte se volta para o estudo da humanidade
como o Grande Ser que é o motor imediato de cada existência individual ou coletiva, então
Augusto Comte criou sua religião baseando-se no conhecimento do mundo buscando o
aperfeiçoamento moral e intelectual da humanidade, onde o destino do ser humano é servir a
humanidade, o Grande Ser. No positivismo a humanidade é formada só de homens mais a
figura da mulher é vista como padroeira suprema na religião da humanidade, sendo sua
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função amar. A classe mais importante no Estado positivista é a dos sacerdotes que são os
intérpretes das doutrinas sócio-religiosas do positivismo; o patriciado é a classe que possui
capacidade industrial: banqueiros, comerciantes, fabricantes e etc., são os empresários, possui
também o sumo sacerdote da humanidade que faz as exortações morais. Quanto ao culto da
humanidade, havia o culto privado e o público, cada um com seus aspectos; há nove
sacramentos na religião da humanidade: apresentação, iniciação, admissão, destinação,
casamento, maturidade, retiro, transformação e incorporação, era preciso passar por todos os
sacramentos para se tornar sacerdote na religião da humanidade. A religião positivista satisfaz
á necessidade do homem por um Deus, através de um objeto real e acessível: a humanidade;
Comte estabelece o valor moral da ciência, a fim de demostrar a relação lógica existente entre
ela e a religião.
O pensamento político-social passa a sofrer marcante influência da biologia, a
sociedade e o Estado passam a ser encarados como produto orgânico; é sob esta influência
que Herbet Spencer lançou as bases do evolucionismo social; onde o Estado é um órgão
integrador e a sociedade um organismo, para Spencer é através de um conjunto de múltiplos
fatores sociais é que resulta a evolução progressiva que o a personalidade se torna autônoma
para a perfectibilidade geral de todos e de cada um, portanto qualquer autoridade do Estado
representa um obstáculo para a evolução natural. Enquanto na sociedade de Augusto Comte o
governo é necessário e essencial na de Herbert Spencer o governo é um mal necessário estas
teses são politicamente conflitantes, entretanto não que a doutrina da evolução social se
apresente como doutrina essencialmente positiva, tanto por seu método e por seu conteúdo.
Nas Américas o positivismo possuía um caráter distinto do continente europeu,
possuía certo caráter político; no Brasil o positivismo assenta as suas bases, sobretudo nas
academias de direito frente à ordem politíco-social dominante. No ambiente político,
alternavam-se no poder o Partido Liberal e o Conservador, de qualquer maneira este período
foi o predomínio do Conservador, então se vivia sob a égide do romantismo, do triunfo do
indivíduo, da liberdade, do lirismo e da melancolia. No decênio que se estende 1868 a 1878, o
ideal romântico começa a se romper, vindo uma nova tendência: o positivismo. A primeira
manifestação do positivismo no Brasil verificou-se em 1844 com a apresentação da tese de
Justianiano da Silva Gomes; o positivismo penetra-se no Brasil com dois grupos: o de Pierre
Laffitte, com sua ortodoxia da religião da humanidade e o de Paul-Émile Littré que seguiam
Augusto Comte apenas em sua metodologia cientifica de observação, e em sua filosofia
política. O positivismo passa a ser discutido em todo o país, onde Benjamim Constant Botelho
de Magalhães passa a ensinar à juventude as bases do positivismo então o positivismo irá
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repercutir intensamente nas escolas, influenciando todo país. O positivismo ortodoxo no
Brasil foi organizado por Miguel Lemos e Teixeira Mendes que seguiam as doutrinas da
religião da humanidade de Augusto Comte; portanto o advento dessas ideias no Brasil não foi
devido ao gosto pelas as novidades europeias, foi uma tentativa de adaptar essas ideias novas
ao pensamento brasileiro.