O documento apresenta uma sequência didática para trabalhar a leitura e oralidade com alunos do 5o ano do ensino fundamental utilizando o conto "A Princesa e a Ervilha". A sequência inclui atividades introdutórias, de levantamento de hipóteses sobre o conto, leitura compartilhada em partes e atividades de interpretação oral e escrita.
1. SEQUÊNCIA DIDÁTICA
A PRINCESA E A ERVILHA
AGOSTO 2012
APRESENTAÇÃO
A proposta a seguir trata-se de uma sequência de atividades elaboradas para
trabalhar com as crianças que estão no 5º ano do Ensino Fundamental.
Neste trabalho, priorizamos o Eixo “Leitura” porque nele estão as capacidades que
os alunos precisam consolidar para avançar no processo de leitura e escrita.
Vale ressaltar, desta forma, a necessidade e a importância do trabalho com a
diversidade textual na escola, pois, ela permite aos alunos a aquisição de um conhecimento
amplo dos textos que circulam na sociedade, de seu funcionamento nas práticas sociais.
2. Assim, com certeza, as crianças terão facilidade de compreendê-los e produzi-los quando
precisarem.
Lembramos que este material é apenas uma sugestão que visa auxiliar no trabalho do
professor. Ele não é engessado e não tem fim em si mesmo, portanto, está passível de
mudanças e sugestões de melhoria. Contamos com a criatividade do professor para aplicá-
lo e enriquecê-lo.
A Princesa e a Ervilha
Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa, mas uma princesa de
verdade, de sangue real meeeeesmo. Viajou pelo mundo inteiro, à procura da princesa dos
seus sonhos, mas todas as que encontrava tinham algum defeito. Não é que faltassem
princesas, não: havia de sobra, mas a dificuldade era saber se realmente eram de sangue
real. E o príncipe retornou ao seu castelo, muito triste e desiludido, pois queria muito
casar com uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade medonha. Chovia desabaladamente, com
trovoadas, raios, relâmpagos. Um espetáculo tremendo! De repente bateram à porta do
3. castelo, e o rei em pessoa foi atender, pois os criados estavam ocupados enxugando as
salas cujas janelas foram abertas pela tempestade.
Era uma moça, que dizia ser uma princesa. Mas estava encharcada de tal maneira, os
cabelos escorrendo, as roupas grudadas ao corpo, os sapatos quase desmanchando... que
era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa real.
A moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de
provar se o que ela dizia era verdade. Ordenou que sua criada de confiança empilhasse
vinte colchões no quarto de hóspedes e colocou sob eles uma ervilha. Aquela seria a cama
da “princesa”.
A moça estranhou a altura da cama, mas conseguiu, com a ajuda de uma escada, se
deitar.
No dia seguinte, a rainha perguntou como ela havia dormido.
— Oh! Não consegui dormir — respondeu a moça, — havia algo duro na minha cama, e
me deixou até manchas roxas no corpo!
O rei, a rainha e o príncipe se olharam com surpresa. A moça era realmente uma
princesa! Só mesmo uma princesa verdadeira teria pele tão sensível para sentir um grão
de ervilha sob vinte colchões!!!
O príncipe casou com a princesa, feliz da vida, e a ervilha foi enviada para um museu,
e ainda deve estar por lá...
Acredite se quiser, mas esta história realmente aconteceu!
Adaptado do conto de Hans Christian Andersen
Sequência Didática
Eixo: Leitura
Capacidades
- Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura
- Identificar diferentes gêneros textuais, considerando sua função social, seu circuito
comunicativo e suas características linguístico-discursivas.
4. - Antecipar conteúdos de textos a serem lidos a partir do suporte, do gênero, da
contextualização, das características gráficas e de conhecimentos prévios sobre o tema.
- Levantar e confirmar hipóteses relativas ao conteúdo de passagens diversas do texto
que está sendo lido.
- Compreender globalmente os textos lidos, identificando o tema central, sendo capaz de
localizar informações explícitas e de inferir informações implícitas, inter-relacionando
essas informações no processo de compreensão.
- Inferir, pelo contexto o sentido das palavras ou expressões.
- Reconhecer a presença de diferentes enunciadores (narrador, personagens,
participantes de diálogo, enfim quem assume a voz), nos textos lidos, identificando as
marcas gráficas e linguísticas que sinalizam suas vozes (aspas, dois pontos, travessão,
emprego do verbo na 1ª pessoa, emprego do pronome você nos textos publicitários,
discurso direto e indireto, etc.).
- Identificar os elementos que constroem a narrativa (lugar, tempo, o fato propriamente
dito, com quem os fatos ocorrem, sob que ponto de vista a história ou o fato é narrado),
como também reconhecer o que deu origem à história ou ao fato narrado, isto é, o conflito
gerador do enredo.
- Reconhecer os elementos que compõem a cadeia de referentes de um texto,
compreendendo o processo de introdução e de retomada de informações possibilitado pelo
emprego de pronomes, como os pessoais, os demonstrativos, os possessivos, relativos, e
pelo emprego de sinônimos ou expressões do mesmo campo semântico.
- Perceber a pontuação como um dos elementos orientadores na produção de sentido.
Eixo: Desenvolvimento da oralidade
Capacidades
• Participar das interações cotidianas em sala de aula:
-escutando com atenção e compreensão;
-respondendo às questões propostas pelo professor
-expondo opiniões nos debates com os colegas e com o professor
Desenvolvimento
I - Atividades de introduzir: Apresentar
a capa do livro
Adaptação é quando o
texto de um autor é
reescrito por outra
pessoa. A linguagem
utilizada é atualizada ou
simplificada.
Título
5. Interpretação oral do Conto:
Antecipação
• O nome desse conto é?
• Alguém já conhece esse conto?
• Pela ilustração podemos imaginar como será este conto?
• Vocês conhecem uma princesa?
• O que será que ela está fazendo?
• Onde ela está?
• Podemos fazer uma leitura, observando as imagens ilustradas na capa do livro. O que
você imagina que será contado nesse livro?
Professor,
Para trabalhar as capacidades de “ler com compreensão e desenvolver a oralidade",
exercitando a escrita e a fala, sugerimos o uso da metodologia “Pausa Protocolada” que vai
lhe permitir interromper a leitura e fazer questionamento aos alunos, instigando-os a
levantar hipóteses sobre o conteúdo do texto antes de lê-lo integralmente ou ouvir a
leitura feita pelo colega ou por você. A metodologia “Pausa Protocolada” requer de você:
• Estudo profundo do texto;
• Dividir o texto em partes;
• Elaborar questões, para cada parte, que provoquem o levantamento de hipóteses;
• Prever uma estratégia de monitoramento da oralidade (fala e escrita);
Ex: uso de um bastão ou outro objeto que vai equilibrar o momento de fala e escrita.
Fale para as crianças que a história “A Princesa e a Ervilha” será apresentada por
partes e que, vamos imaginar o que vai acontecer em cada uma delas.
• Provoque o “levantamento de Hipóteses”.
1- Em sua imaginação, quais são os personagens que vão aparecer na primeira parte da
história?
2- Como você pensa que a história vai começar?
3- Onde, em qual espaço ou lugar, a história vai começar?
4- Como você imagina a personagem “Princesa”?
5- O que você imagina que uma princesa poderá fazer com uma ervilha?
Editora é a empresa que
cuida da impressão,
transforma o texto
escrito em livro e o põe
ao alcance do público
leitor.
Ilustrador é quem fez os
desenhos.
6. • Escutem a leitura da primeira parte:
Fazer leitura enfática adequando a voz às personagens do texto e ao narrador.
A Princesa e a Ervilha
ERA UMA VEZ UM PRÍNCIPE QUE QUERIA SE CASAR COM UMA PRINCESA,
MAS UMA PRINCESA DE VERDADE, DE SANGUE REAL MEEEEESMO. VIAJOU PELO
MUNDO INTEIRO, À PROCURA DA PRINCESA DOS SEUS SONHOS, MAS TODAS AS
QUE ENCONTRAVA TINHAM ALGUM DEFEITO. NÃO É QUE FALTASSEM
PRINCESAS, NÃO: HAVIA DE SOBRA, MAS A DIFICULDADE ERA SABER SE
REALMENTE ERAM DE SANGUE REAL. E O PRÍNCIPE RETORNOU AO SEU CASTELO,
MUITO TRISTE E DESILUDIDO, POIS QUERIA MUITO CASAR COM UMA PRINCESA
DE VERDADE.
Após a leitura, dizer:
• Vamos conferir as previsões levantadas e confirmar de acordo com a primeira
parte da história, as hipóteses verdadeiras.
• Professor, retome as previsões feitas pelos alunos, para confirmar ou descartar as
hipóteses levantadas.
• SEGUNDA PARTE:
• Levantamento de hipóteses.
1 - O que vocês pensam que vai acontecer, na 2º parte da história, depois da volta
do príncipe sem ter encontrado aquilo que desejava?
2 – Em qual espaço, você imagina que vai desenvolver a segunda parte da história?
3 – Quais as personagens aparecerão na segunda parte da história?
4 – Haverá vilã, heroína, herói na segunda parte da história? Quem você imagina ser
cada um deles?
• Escutem a 2ª parte da história.
UMA NOITE DESABOU UMA TEMPESTADE MEDONHA. CHOVIA
DESABALADAMENTE, COM TROVOADAS, RAIOS, RELÂMPAGOS. UM ESPETÁCULO
TREMENDO! DE REPENTE BATERAM À PORTA DO CASTELO, E O REI EM PESSOA
Nesse parágrafo, o autor descreve como era intenso o desejo de encontrar a princesa: o
príncipe viajou pelo mundo inteiro para encontrá-la, mas como sua busca é inútil volta para
casa. Ainda para que tenhamos ideia da força de sua vontade, o autor diz que o príncipe ficou
muito triste e desiludido por não ter encontrado aquilo que desejava.
7. FOI ATENDER, POIS OS CRIADOS ESTAVAM OCUPADOS ENXUGANDO AS SALAS
CUJAS JANELAS FORAM ABERTAS PELA TEMPESTADE.
ERA UMA MOÇA, QUE DIZIA SER UMA PRINCESA. MAS ESTAVA ENCHARCADA
DE TAL MANEIRA, OS CABELOS ESCORRENDO, AS ROUPAS GRUDADAS AO CORPO,
OS SAPATOS QUASE DESMANCHANDO... QUE ERA DIFÍCIL ACREDITAR QUE
FOSSE REALMENTE UMA PRINCESA REAL.
A MOÇA TANTO AFIRMOU QUE ERA UMA PRINCESA QUE A RAINHA PENSOU
NUMA FORMA DE PROVAR SE O QUE ELA DIZIA ERA VERDADE. ORDENOU QUE
SUA CRIADA DE CONFIANÇA EMPILHASSE VINTE COLCHÕES NO QUARTO DE
HÓSPEDES E COLOCOU SOB ELES UMA ERVILHA. AQUELA SERIA A CAMA DA
“PRINCESA”.
• Confirmação das hipóteses mediante as informações ouvidas na segunda parte da
história.
• TERCEIRA PARTE:
• Levantamento de hipóteses:
1 – Na sua imaginação, de que forma a rainha conseguirá provar se o que a moça dizia
era verdade?
2 – Por que ela colocou uma ervilha debaixo de vinte colchões na cama da princesa?
3 – Na sua imaginação, como a princesa conseguiu subir numa cama com vinte
colchões?
• Escutem a terceira parte da história:
A MOÇA ESTRANHOU A ALTURA DA CAMA, MAS CONSEGUIU, COM A AJUDA
DE UMA ESCADA, SE DEITAR.
NO DIA SEGUINTE, A RAINHA PERGUNTOU COMO ELA HAVIA DORMIDO.
— OH! NÃO CONSEGUI DORMIR — RESPONDEU A MOÇA, — HAVIA ALGO DURO
NA MINHA CAMA, E ME DEIXOU ATÉ MANCHAS ROXAS NO CORPO!
Nesse trecho, o autor faz uma descrição dramática da tempestade. Ele poderia simplesmente
escrever: “Uma noite houve uma forte tempestade!”. Em vez disso, sua descrição da forte
tempestade inclui CHOVIA DESABALADAMENTE, COM TROVOADAS, RAIOS, RELÂMPAGOS. Ele
busca expressar a intensidade da tempestade. O escritor faz isso para dar mais dramaticidade
ao texto.
Repare nas palavras que o autor utilizou para não repetir excessivamente “A princesa”:
Em vez de dizer “ A princesa tanto afirmou...” o autor escreve: A MOÇA TANTO AFIRMOU QUE
ERA UMA PRINCESA...”
Em vez de dizer “...pensou numa forma de provar se o que a princesa dizia era verdade.” o autor
escreve “...PENSOU NUMA FORMA DE PROVAR SE O QUE ELA DIZIA ERA VERDADE.”
MOÇA e ELA são palavras utilizadas pelo autor para não repetir a palavra PRINCESA.
8. O REI, A RAINHA E O PRÍNCIPE SE OLHARAM COM SURPRESA. A MOÇA ERA
REALMENTE UMA PRINCESA! SÓ MESMO UMA PRINCESA VERDADEIRA TERIA PELE
TÃO SENSÍVEL PARA SENTIR UM GRÃO DE ERVILHA SOB VINTE COLCHÕES!!!
• QUARTA PARTE:
• Levantamento de hipóteses:
– Na sua opinião, como terminará a história?
O PRÍNCIPE CASOU COM A PRINCESA, FELIZ DA VIDA, E A ERVILHA FOI
ENVIADA PARA UM MUSEU, E AINDA DEVE ESTAR POR LÁ...
ACREDITE SE QUISER, MAS ESTA HISTÓRIA REALMENTE ACONTECEU!
Adaptado do conto de Hans Christian Andersen
- Entregar o texto xerografado para cada aluno. Fazer leitura do texto com
os alunos de diversas maneiras: coletiva, partilhada, em grupos, individual.
II - Atividades de trabalho sistemático: Explorando o texto
Fazer interpretação oral com os alunos deixando que os mesmos construam as
respostas e validem as respostas uns dos outros. As perguntas podem ser passadas
em uma caixinha para que um aluno faça e os outros tentem responder.
1. Que personagens aparecem no conto “A princesa e a ervilha”?
2. Quais são os personagens que ajudam o príncipe a encontrar uma verdadeira
princesa?
3. Que personagem teve a ideia de colocar uma ervilha embaixo de vários colchões?
4. Qual o conflito gerador da história?
5. Qual é o desfecho da história?
6. De acordo com o texto, que mulher poderia ser considerada uma verdadeira
princesa?
-Dividir a turma em 5 grupos.
-Cada grupo deverá localizar, no texto, as informações solicitadas abaixo.
-Os grupos deverão apresentar suas respostas para a turma, que deverá validar ou
não as respostas de cada grupo.
1. Durante a noite, a moça sentiu um incômodo, pois havia uma ervilha embaixo do
colchão, por isso ela teve uma noite bem ruim. Escreva um pequeno texto, narrando os
pensamentos que você imagina que ela teve durante toda a noite.
2. Os contos de fadas trazem uma mistura de realidade com fantasia. Localize, no conto
“A princesa e a ervilha”, esse momento mágico, de fantasia.
9. 3. Leia o trecho:
“A moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de
provar se o que ela dizia era verdade.”
- A palavra em negrito é substituída, no trecho seguinte, por outra de igual sentido.
Que palavra foi usada para substituí-la?
Por que foi necessário fazer a substituição da palavra moça?
4. Qual é o clímax (momento de maior tensão) da história?
5. “uma noite desabou uma tempestade medonha.”
Retire o verbo da frase acima e diga se ele expressa algo que já aconteceu
(passado) ou que ainda vai acontecer (futuro).
Apresentar o texto fatiado em parágrafos dentro de envelopes e a seguir solicitar
que os alunos recontem a história na sequência do conto, de acordo com os
parágrafos recebidos.
Apontar no texto os pontos de exclamação e as reticências.
Discutir com a turma a função de cada um.
Identificar semelhanças e/ou diferenças entre a função de cada uma.
Apontar no texto a palavra meeeeesmo e discutir com a turma porque o autor
escreveu a palavra assim.
III - Atividades de consolidação
Em folha xerocada ou mimeografada, atividades com ordens diretas, podem ser
individuais ou em grupos e o professor poderá interferir se necessário.
A professora selecionará previamente palavras que estão no conto e que os alunos
apresentaram dificuldades, de acordo com diagnóstico realizado na turma.
Ex.: NH – LH – CH - QU – SS – RR – GU – X, etc.
A professora pedirá que os alunos falem palavras que tenham o mesmo som, que comecem
ou terminem como essas palavras e escreverá no quadro, formando assim um grupo
ortográfico com essa dificuldade selecionada. (uma dificuldade de cada vez)
Tendo essas palavras como ponto de partida, a professora poderá criar atividades que
inicialmente deverão ser orais e depois escritas:
• Composição e decomposição silábica
• Bingo de palavras – Cada aluno recebe uma folha em branco e faz uma dobradura, de
forma que a folha fique marcada como uma cartela de bingo com 16 quadrinhos. Cada
aluno escolhe do grupo ortográfico, criado por eles 16 palavras e preenche a cartela.
A professora poderá iniciar o ditado e o vencedor do bingo será de acordo com o
combinado previamente.
• Produção de frases (oral - coletiva e escrita - individual)
• Formação de outras palavras partindo desta dificuldade
• Ditados: de palavras – concretos - auto ditado
• Cruzadinhas – silabox
10. • Atividades de completar palavras
• Caça palavras
Eixo: Produção escrita
Capacidade
- Produzir textos escritos de gêneros diversos
Reescrita
Produção coletiva de um texto, criando novos elementos que dê novo sentido ao texto.
O desfecho do texto “A princesa e a ervilha” permite que sua imaginação dê sequência à
história. Escreva um pequeno texto, narrando o que pode ter acontecido depois do
casamento deles.
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