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I 
UNIVERSIDADE DO PORTO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR 
Relatório de Estágio da Licenciatura em Bioquímica 
Preparação de nanobioconjugados de nanoestrelas de ouro e tirosi-nase 
para o desenvolvimento de sensores. 
Rui Pedro Fernandes Ribeiro 
2013
Preparação de nanobioconjugados de nanoestrelas de ouro e tirosi-nase 
II 
para o desenvolvimento de sensores. 
REQUIMTE, Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Uni-versidade 
do Porto, 4169-007 Porto, Portugal 
Orientadora 
Professora Doutora Eulália Pereira 
Co-orientadora 
Mestre Leonor Soares 
Porto, 2013
III 
Agradecimentos 
À Professora Doutora Eulália Pereira, minha orientadora, gostaria de agradecer a 
oportunidade de estagiar no seu grupo de investigação, a confiança e motivação depositada 
em mim, bem como os conhecimentos transmitidos e a sua enorme disponibilidade. 
A todos os elementos do grupo de investigação agradeço pelo companheirismo e ex-celente 
ambiente de trabalho, em especial à Mestre Leonor Soares, minha co-orientadora, e 
ao Doutor Pedro Quaresma, pela amizade, simpatia e paciência e pelo constante apoio na 
elaboração deste projeto. Quero agradecer-lhes por tudo o que aprendi durante estes largos 
meses: as técnicas, as dicas e os conselhos sábios que levo comigo e me ajudarão na minha 
carreira científica, mas também os grandes momentos de descontração que se misturaram 
com o trabalho. 
Aos meus amigos, por toda amizade que aqui é impossível descrever, em especial, à 
minha grande amiga Francisca Dias que nos últimos quatro anos me ajudou a descobrir o 
verdadeiro gosto pela ciência, pois quando se tem espírito científico não há limites para o 
conhecimento. 
Aos meus pais deixo aqui o meu sentido agradecimento, e quero dizer-lhes que des-cobri 
que tenho mais deles em mim do que imaginava: ao meu pai, com quem partilho a 
mesma boa disposição e curiosidade pelo mundo que nos rodeia e à minha mãe, de quem 
herdei o espírito de sacrifício, resistência e perfecionismo. Obrigado pelo apoio e força in-condicionais 
que me motivam todos os dias a ser mais e melhor. 
À minha restante família agradeço por me ter acompanhado todos os dias da minha 
vida, em especial à minha prima Ana a quem mais uma vez agradeço por me ter dado mui-to 
mais do que me apercebi, e à minha avó Eduarda que, nos últimos dozes anos tem sido 
um pilar essencial na minha vida. 
A todos vocês, obrigado por terem entrado na minha vida, me terem inspirado e ilu-minado 
com a vossa presença!
IV 
Abreviaturas 
A 
AuNPs nanopartículas de ouro 
AuNSs nanoestrelas de outro 
Ala alanina 
Asn asparagina 
C 
CALNN pentapéptido de carga neutra (Cis- Ala-Leu-Asn-Asn) 
Cis cisteína 
D 
D.L.S. Dispersão dinâmica de luz (Dynamic light scattering) 
ou espetroscopia de correlação fotónica 
L 
Leu leucina 
M 
M concentração molar 
11-MUA ácido 11-mercaptoundecanóico 
N 
NPs nanopartículas 
P 
PVP polivinilpirrolidona 
S 
seeds núcleos de crescimento
V 
T 
T.E.M. Microscopia de transmissão eletrónica 
tips pontas das nanoestrelas 
TYR tirosinase 
U 
UV/vis Ultravioleta/visível 
λ comprimento de onda
VI 
ÍNDICE 
1 
Introdução 
1 
1.1 
Nanotecnologia 
1 
1.2 
Nanopartículas 
de 
Ouro 
2 
1.2.1 
Características 
e 
propriedades 
2 
1.2.2 
Técnicas 
de 
síntese 
2 
1.3 
Interação 
nanopartícula-­‐proteina 
4 
1.4 
Técnicas 
de 
caracterização 
e 
análise 
de 
nanopartículas 
e 
da 
interação 
destas 
com 
péptidos 
e 
proteínas 
7 
1.4.1 
Espetrofotometria 
UV/Vis 
7 
1.4.2 
Medidas 
de 
dispersão 
dinâmica 
de 
luz 
(D.L.S.) 
7 
1.4.3 
Medidas 
de 
potencial 
zeta 
(Potencial 
ζ) 
8 
1.4.4 
Microscopia 
eletrónica 
de 
transmissão 
(T.E.M.) 
9 
2 
Objetivos 
10 
3 
Materiais 
e 
Métodos 
11 
3.1 
Reagentes 
e 
Solventes 
11 
3.2 
Instrumentação 
12 
3.3 
Procedimentos 
laboratoriais 
13 
3.3.1 
Síntese 
de 
núcleos 
de 
crescimento 
(seeds) 
de 
ouro 
13 
3.3.2 
Funcionalização 
de 
AuNPs 
com 
PVP 
14 
3.3.3 
Síntese 
de 
AuNSs 
15 
3.3.4 
Centrifugação 
das 
AuNSs 
16 
3.3.5 
Determinação 
da 
concentração 
e 
da 
área 
superficial 
das 
AuNSs 
16 
3.3.6 
Funcionalização 
de 
AuNSs 
com 
o 
péptido 
CALNN 
e 
MUA 
17 
3.3.7 
Formação 
dos 
bionanoconjugados 
com 
tirosinase 
17 
3.3.8 
Caracterização 
das 
nanopartículas 
18 
3.3.9 
Estudo 
da 
estabilidade 
coloidal 
das 
AuNSs 
19 
4 
Resultados 
20 
4.1 
Síntese 
e 
funcionalização 
de 
AuNPs 
esféricas 
pelo 
método 
da 
redução 
do 
citrato 
20 
4.2 
Funcionalização 
das 
esferas 
com 
o 
PVP 
21
4.3 
Síntese 
de 
núcleos 
de 
crescimento 
de 
ouro 
22 
4.4 
Síntese 
de 
AuNSs 
23 
4.5 
Estudo 
da 
estabilidade 
coloidal 
das 
AuNSs 
27 
4.6 
Funcionalização 
das 
AuNSs 
27 
4.7 
Formação 
de 
bionanoconjugados 
de 
tirosinase 
31 
5 
Considerações 
finais 
33 
6 
Referências 
Bibliográficas 
34 
VII
VIII 
Índice de Figuras 
Figura 1-1 Ilustração representativa da escala nano [3]. 1 
Figura 1-2 Representação gráfica da concentração atómica em função do tempo 
ilustrando os fenómenos de nucleação e crescimento (adaptado de Xia et al. [9]). 3 
Figura 1-3 Representação do mecanismo proposto para a reação entre DMF-PVP e 
HAuCl4 (adaptado de Kedia et al. [15]). 4 
Figura 1-4 Coroa de proteínas na NP. A ligação da proteína à partícula pode levar a uma 
série de consequências, nomeadamente alterações conformacionais, que podem levar a 
mudanças na atividade biológica, fibrilação, ou estabilização de determinada conformação. 
(adaptado de Yang et al. [16]). 5 
Figura 1-5 Fórmula de estrutura dos agentes de revestimento utilizados: PVP, 11-MUA e 
CALNN. 6 
Figura 1-6 Estrutura cristalográfica da tirosinase de Agaricus bisporus (PDB-2Y9W). 7 
Figura 1-7 Representação do potencial elétrico em função da distância da superfície de 
AuNPs (adaptado de Wikipédia [22]). 8 
Figura 4-2 A- espetro de extinção de solução das seeds, em etanol, após sofrerem as 
respetivas centrifugações; B - espetro de extinção das AuNSs, em etanol, sintetizadas com 
as seeds diferenciais. 22 
Figura 4-3 Representação esquemática da uma AuNS de 4 tips no plano 횷 e 2 tips no 
plano 횺, e espetro de extinção de AuNSs com diferentes números de tips. 24 
Figura 4-4 Espetro de extinção das amostras do stock de 120 mL de AuNSs em DMF, 
etanol e água. 25 
Figura 4-5 Imagens de T.E.M. e análise estatística do diâmetro médio das soluções de 
AuNSs sintetizadas a partir de seeds com 18 nm de diâmetro. A - 7 mL de AuNSs de rácio 
9; B - 7 mL de AuNSs de rácio 11; C - 7 mL de AuNSs de rácio 15; D - 120 mL de AuNSs 
de rácio 15. 26 
Figura 4-6 Espetros de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs após a variação 
com o pH (A) e com a força iónica (B). Imagens de T.E.M. de AuNs sem adição de NaCl 
(C), com 0,5M de NaCl (D) e 3M de NaCl (E). 28 
Figura 4-7 A – espetro de extinção de aliquotas de 1,5 mL de AuNSs funcionalizadas 
com CALNN e 11-MUA antes e após a diminuição do pH; B – espetro de extinção da 
solução stock de 120 mL de AuNSs funcionalizadas antes e após a diminuição do pH; 
distribuição do potencial z das AuNSs funcionalizadas com o CALNN logo após a
funcionalização (C e D) e 6 dias depois (E e F), com o 11-MUA (G e H) e da 
funcionalização de 10 mL de AuNSs com CALNN (I e J). 29 
Figura 4-8 Representação gráfica do potencial z e do diâmetro médio das partículas em 
função da quantidade de enzima adicionada. 32 
Figura 4-9 Espetro de extinção das AuNSs em função da quantidade de enzima 
adicionada. 32 
IX
X 
Índice de Tabelas 
Tabela 3-I Características dos rotores utilizados. 12 
Tabela 4-I Comparação do dimâmetro médio das AuNPs antes e após a funcionalização 
com PVP obtidos por três técnicas diferentes. 20 
Tabela 4-II Descrição das centrifugações diferenciais das AuNPs. 23 
Tabela 4-III Comparação do diâmetro calculado com o obtido por T.E.M das AuNSs 
sintetizadas com diferentes rácios. 24 
Tabela 4-IV Concentração do stock de 120 mL AuNSs antes e após as centrifugações. 25 
Tabela 4-V Medições de Potencial z das AuNSs antes e após a funcionalização. 30 
Tabela 4-VI Resultados do potencial z e de D.L.S. de soluções de AuNSs com diferentes 
concentrações de enzima. 31
XI 
Resumo 
A combinação de nanomateriais inorgânicos com produtos biológicos permite a cria-ção 
de nanomateriais biologicamente ativos com potenciais aplicações na indústria, medi-cina 
e até mesmo a nível ambiental, já que a produção destes materiais fundamenta-se hoje 
em dia no conceito de Química Verde, que pode ser definida como o uso de metodologias 
que visam a redução de reagentes ou produção de produtos que possam ser nocivos ao ho-mem 
ou ao ambiente. 
O trabalho desenvolvido neste projeto teve como objetivo a preparação de bioconju-gados 
com possível aplicação no desenvolvimento de biossensores e em biorremediação. 
Este relatório descreve a síntese e funcionalização de núcleos de crescimento e de na-noestrelas 
de ouro e utilização destas para a preparação e estudo de bionanoconjugados 
com tirosinase. 
Os núcleos de crescimento são nanoesferas de ouro sintetizadas pelo método da redu-ção 
do citrato e funcionalizadas com PVP. Estes núcleos de crescimento são posteriormen-te 
utilizados na síntese de nanoestrelas de ouro. 
Para tornar a superfície das nanoestrelas biocompatível com materiais biológicos co-mo 
proteínas, estas foram funcionalizadas com o péptido tiolado CALNN, e outro agente 
de revestimento também tiolado, 11-MUA, servindo este último apenas como controlo. 
Após a funcionalização das nanoestrelas estas são mais aptas à adsorção de biomolé-culas 
à superfície, podendo ser utilizadas como biossensores, catalisadores de reações bio-lógias 
ou como transportadores de fármacos. Para a formação destes bionanoconjugados 
foi utilizada a enzima tirosinase que realiza duas reações de catálise distintas. 
Ao longo de todo o trabalho experimental, foram utilizadas diversas técnicas de carac-terização 
de nanopartículas como a espetrofotometria UV/vis, a microscopia de transmis-são 
eletrónica e medidas de dispersão dinâmica de luz e de potencial zeta.
1 
1 Introdução 
1.1 Nanotecnologia 
Define-se nanociência como o estudo das propriedades da matéria numa escala entre 
1 e 100 nm (Figura 1-1) e nanotecnologia como a manipulação de materiais a essa escala, de 
forma a produzir materiais que sejam úteis para o desenvolvimento humano. A nanotecno-logia 
é um campo bastante multidisciplinar abrangendo áreas como a engenharia de mate-riais, 
eletrónica e mecânica, bem como a biologia, física e química. 
Uma nova área de estudos que tem sido intensamente explorada pelos cientistas é a 
nanomedicina, ou seja a aplicação da nanotecnologia, nanomateriais e nanodispositivos 
para o diagnóstico e terapêutica de doenças. Por exemplo, muitos cientistas tentam desen-volver 
nanobiossensores, que quando inseridos no corpo humano podem continuadamente 
monitorizar níveis de glucose no sangue [1], transportadores de fármacos baseados em na-nopartículas, 
ou utilizar as próprias nanopartículas para terapia termal contra o cancro [2]. 
Portanto, a expansão do conhecimento em nanociência e nanotecnologias é de crucial 
importância para o próprio conhecimento científico, mas também para o desenvolvimento 
de uma melhor sociedade e qualidade de vida. 
Figura 1-1 Ilustração representativa da escala nano [3].
2 
1.2 Nanopartículas de Ouro 
1.2.1 Características e propriedades 
As soluções coloidais de AuNPs possuem geralmente cores intensas, que variam de 
acordo com o tamanho e a morfologia das partículas. Por sua vez, o tamanho e a morfolo-gia 
das partículas depende do processo de síntese, podendo-se obter partículas isotrópicas 
(esferas) ou anisotrópicas (estrelas, triângulos, cubos,etc). 
O controlo destes dois parâmetros durante a síntese de NPs, representa hoje em dia 
um dos maiores desafios que a nanoquímica enfrenta, uma vez que estes têm uma grande 
influência nas propriedades óticas das partículas. 
Na origem física de tais propriedades encontra-se o fenómeno de ressonância plas-mónica 
de superfície (SPR). Este fenómeno ocorre quando a radiação eletromagnética inte-rage 
com os eletrões presentes na banda de condução do metal, promovendo a sua oscila-ção 
e induzindo a formação de dipolos na nanopartícula. Assim, metais que possuem 
eletrões de condução livres, ou seja, eletrões das orbitais d, como é o caso dos metais no-bres 
(ouro e prata), apresentam uma absorção forte na zona do visível do espetro de extin-ção.[ 
4, 5] 
As soluções coloidais de AuNPs isotrópicas (esféricas) com diâmetros de 5-20 nm 
apresentam no espetro UV/vis uma única banda plasmónica típica a 520 nm.[6] As nano-partículas 
anisotrópicas apresentam normalmente mais do que uma banda plasmónica, por 
exemplo, as nanoestrelas de Au (AuNSs), devido á sua anisotropia intrínseca, exibem duas 
bandas de absorção. A ressonância plasmónica de AuNSs resulta da hibridação da excita-ção 
colectiva dos eletrões do núcleo da partícula e cada ponta (tip) individual da partícula. 
Nos espetros experimentais observam-se então duas bandas distintas, uma compreendida 
entre os 700 e 800 nm e uma mais fraca compreendida entre os 500 e 600 nm.[7] 
1.2.2 Técnicas de síntese 
A síntese de nanoestruturas é baseada em duas abordagens: “bottom-up” (de baixo 
para cima) e “top-down” (de cima para baixo). Na abordagem “bottom-up” a produção de 
nanoestruturas ocorre através da deposição espontânea e ordenada (self-assembly) de áto-mo 
a átomo ou molécula a molécula formando estruturas bem definidas. Na abordagem 
“top-down” as nanoestruturas são produzidas a partir de uma estrutura macroscópica que 
vai sendo desbastada, isto é transformada, até se obter o tamanho e forma desejados.[8]
A abordagem utilizada na síntese química de AuNPs é a “bottom-up”, na qual um sal 
do metal pretendido, que serve como percursor, é decomposto ou reduzido para gerar áto-mos 
metálicos (átomos com numero de oxidação zero) que são a base de construção da 
3 
partícula. 
Embora o processo de nucleação ainda não seja completamente conhecido, o modelo 
mais aceite é o modelo de LaMer, proposto nos anos 50, Figura 1-2. Este modelo propõe que 
a concentração dos átomos disponíveis para a nucleação aumenta à medida que o percursor 
metálico é decomposto ou reduzido e, assim que a concentração dos átomos atinge a con-centração 
de nucleação mínima os átomos começam a agregar em pequenos núcleos que 
vão crescendo de forma acelerada até se esgotar o percursor. [9-11] 
De forma a controlar o tamanho e a morfologia das partículas, recorre-se frequente-mente 
a agentes de revestimento que se ligam à superfície das partículas estabilizando-as e 
evitando assim a seu crescimento e a agregação. 
Figura 1-2 Representação gráfica da concentração atómica em função do tempo ilustrando os fenómenos de 
nucleação e crescimento (adaptado de Xia et al. [9]). 
1.2.2.1 Síntese de AuNPs esféricas 
A síntese de AuNPs esféricas foi efetuada segundo o método da redução do citrato, 
inicialmente descrito por Turkevich et al. [12], no qual uma solução do sal ácido tetraclo-roáurico 
(III) (percursor metálico) em solução aquosa e de citrato de sódio (agente redutor 
e agente de revestimento) é levada à ebulição, sendo o sal de ouro reduzido a ouro metálico 
(Au0). Como o citrato de sódio é adicionado em excesso, à medida que este reduz o sal de
ouro e fica na sua forma ionizada, vai sendo adsorvido à superfície da AuNP tornando-a 
negativa, o que previne a agregação das partículas, devido às repulsões eletrostáticas. 
4 
1.2.2.2 Síntese de AuNSs 
A síntese de AuNSs foi efetuada segundo o método descrito por Liz-Marzán [13, 14], 
que envolve a adição de AuNPs de 15 nm revestidas com PVP (seeds) a uma solução de 
sal ácido tetracloroáurico (III) (percursor metálico) em DMF (agente redutor) na presença 
de concentrações de PVP elevadas. Foi proposto um mecanismo de redução do sal de ouro 
que se apresenta na Figura 1-3 e que se baseia na formação de um composto de coordenação 
instável PVP − DMF! − AuCl! ! 
.[15] 
Figura 1-3 Representação do mecanismo proposto para a reação entre DMF-PVP e HAuCl4 (adaptado de 
Kedia et al. [15]). 
1.3 Interação nanopartícula-proteina 
A interação entre nanopartículas e proteínas constitui, atualmente, um desafio da na-notecnologia, 
uma vez que estes nanobioconjugados têm comportamentos complexos que 
diferem dos comportamentos das proteínas e das partículas não conjugadas. A adsorção da 
proteína à superfície da partícula pode ocorrer por interações de van der Waals, pontes de 
hidrogénio, interações eletrostáticas, interações hidrofóficas e emparelhamento
π−π. Dependendo do tipo de ligação, quando há adsorção de proteína à superfície da nano-partículas 
forma-se uma primeira camada de adsorpção, denominada “hard corona” que 
pode ser mais ou menos densa, e eventualmente uma camada adicional, mais fracamente 
adsorvida, denominada "soft corona" (Figura 1-4). [16] 
A interação direta NP-proteína pode alterar a estrutura e conformação da proteína ad-sorvida 
perdendo a sua função biológica e podendo-se tornar tóxica.[17] Uma estratégia 
para preservar a estrutura e conformação da proteína, é a utilização de agentes de revesti-mento, 
p.ex. péptidos, pré-adsorvidos à nanopartículas, tornando a superfície mais bio-compatível.[ 
5 
16] 
Figura 1-4 Coroa de proteínas na NP. A ligação da proteína à partícula pode levar a uma série de conse-quências, 
nomeadamente alterações conformacionais, que podem levar a mudanças na atividade biológica, 
fibrilação, ou estabilização de determinada conformação. (adaptado de Yang et al. [16]). 
Os agentes de revestimento utilizados, são em regra, moléculas bifuncionais, em que 
uma das extremidades da molécula tem a função de ligação à partícula, normalmente ex-tremidades 
tioladas (-SH) ou aminadas (-NH2), e a outra extremidade tem a função de re-conhecimento 
molecular para outras moléculas específicas. Estes agentes de revestimento 
podem ser biomoléculas como péptidos, proteínas ou ácidos nucleicos, conferindo às partí-culas 
as suas propriedades biológicas 
No presente trabalho foram utilizados como agentes de revestimento o polímero po-livinilpirrolidona 
(PVP), o ácido 11-mercaptoundecanóico (11-MUA), que é um hidrocar-boneto 
linear bifuncional com um grupo tiol numa extremidade e um grupo carboxílico na
outra, e um péptido, o CALNN que tem um grupo tiol no resíduo de cisteína da posição N-terminal 
e que ficará com o terminal carboxilato dirigido para o exterior (Figura 1-5). 
Para a formação de bionanoconjugados foi utilizada a enzima tirosinase (Figura 1-6) 
que faz parte de uma família de metaloproteínas de cobre encontradas em fungos, plantas e 
mamíferos, que catalisam duas reações distintas: a o-hidroxilação de monofenóis e a oxi-dação- 
6 
redução de o-difenóis a o-quinonas. [18] 
Figura 1-5 Fórmula de estrutura1 dos agentes de revestimento utilizados: PVP, 11-MUA e CALNN. 
1 Ilustrações produzidas recorrendo ao software ChemBioDraw da PerkinElmer Inc.
7 
Figura 1-6 Estrutura cristalográfica da tirosinase de Agaricus bisporus (PDB-2Y9W). 
1.4 Técnicas de caracterização e análise de nanopartículas e da intera-ção 
destas com péptidos e proteínas 
1.4.1 Espetrofotometria UV/Vis 
A espetrofotometria UV/vis é uma técnica que é utilizada para determinar de um 
modo quantitativo a concentração de substâncias em solução que absorvem radiação quan-do 
são expostas à luz na gama do visível e ultravioleta, segundo a lei de Lambert-Beer, 
equação 1, que relaciona matematicamente a absorvância, A, com a concentração, c, onde 
ε representa o coeficiente de extinção molar e 푙 o percurso ótico, isto é, a distância que a 
luz atravessa na amostra. 
퐴 = 휀. 푐. 푙 (1) 
Ao longo de todo o trabalho experimental, as soluções coloidais de nanopartículas 
foram sendo caracterizadas por esta técnica, não só para determinação da concentração das 
partículas, mas também para verificar a formação de nanopartículas formadas durante das 
sínteses e verificação da estabilidade coloidal. 
1.4.2 Medidas de dispersão dinâmica de luz (D.L.S.) 
A técnica de dispersão dinâmica de luz (D.L.S.) é uma técnica, que permite medir o 
raio hidrodinâmico de nanopartículas em solução. Nesta técnica a solução de nanopartícu-las 
é iluminada por um laser monocromático e a sua intensidade de dispersão é detetada 
por um dispositivo detetor de fotões com um ângulo de dispersão fixo ou variável. Devido
ao movimento Browniano das partículas a intensidade de dispersão é dependente do tempo 
quando observada numa escala temporal de microsegundos. Estas flutuações são medidas 
usando um método de autocorrelação em que cada intensidade de dispersão num dado 
momento é comparada com a intensidade de dispersão noutro dado momento, um processo 
que se vai repetindo ao longo do tempo. 
Tais flutuações são relacionadas com o tamanho das partículas pela equação de Sto-kes- 
Einstein, equação 2, onde d(H) é o raio hidrodinâmico, D o coeficiente de difusão 
translacional, k a constante de Boltzman, T a temperatura absoluta e η a viscosidade. [19, 
20] 
8 
푑 퐻 = !" 
!!"# (2) 
1.4.3 Medidas de potencial zeta (Potencial ζ) 
Numa solução iónica, as nanopartículas com carga tem à sua superfície uma camada 
de iões de carga oposta fortemente ligada, formando uma camada denominada camada de 
Stern, Figura 1-7. Devido ao movimento Browniano ou a força aplicadas, as partículas mo-vem- 
se, e com elas há deslocamento de iões. Estes iões que se movem com as partículas 
formam uma camada difusa que se distingue dos restantes iões em solução. O potencial 
eletrostático entre estas camadas de iões que se movem com as partículas e os restantes 
iões em solução é chamado de potencial ζ, Figura 1-7.[21] 
Figura 1-7 Representação do potencial elétrico em função da distância da superfície de AuNPs (adaptado de 
Wikipédia [22]).
A medição de potencial ζ é feita aplicando um campo elétrico á solução coloidal e 
medindo a molilidade eletroforética das partículas por D.L.S.. A determinação baseia-se na 
aplicação da equação de Henry (equação 3), onde UE é a mobilidade eletroforética, ε a 
constante dielétrica, η a viscosidade do solvente, ζ o potencial zeta e f(kR) a função de 
Henry.[21] 
9 
푈! = !!" 
!! 푓(푘푅) (3) 
São consideradas partículas fortemente catiónicas, partículas com um potencial ζ su-perior 
a +30 mV, neutras partículas entre -10 mV e +10 mV, e partículas fortemente anió-nicas 
(ouro coloidal) abaixo dos -30 mV. 
A medição do potencial ζ pode variar entre medições pois é sensível ao pH, tempera-tura, 
força iónica e agente de revestimento. [21] 
1.4.4 Microscopia eletrónica de transmissão (T.E.M.) 
Na microscopia eletrónica transmissão um feixe de eletrões altamente energético in-cide 
numa amostra de espessura fina interagindo e passando através dela. Forma-se uma 
imagem quando o feixe transmitido é enviado através de lentes que ampliam e focam a 
imagem, que é depois reproduzida num ecrã fluorescente. Esta é uma técnica que permite 
analisar a estrutura e composição de materiais de origem não biológica (como nanopartícu-las) 
ou biológica.
10 
2 Objetivos 
O trabalho desenvolvido teve como objetivo principal a preparação de nanopartículas 
de ouro com formas anisométricas (estrelas) para preparação de bioconjugados com tirosi-nase, 
com possível aplicação no desenvolvimento biossensores e em biorremediação. 
Mais especificamente pretendeu-se sintetizar nanopartículas metálicas como suspen-sões 
coloidais, com posterior funcionalização das mesmas com agentes adequados, adap-tando 
métodos publicados ou métodos já desenvolvidos neste grupo de investigação, e 
também, estudar a adsorção da tirosinase às nanopartículas funcionalizadas, utilizando me-dições 
de potencial ζ.
11 
3 Materiais e Métodos 
3.1 Reagentes e Solventes 
Todo o material de vidro utilizado no decorrer do trabalho experimental foi pré-lavado 
com Aqua Régia, uma mistura de ácido clorídrico com ácido nítrico concentrado, 
numa proporção de 3:1. Ao longo do trabalho experimental, foi utilizada, para a produção 
de soluções e enxaguamento de material, água ultra pura Milli-Q2 (18,2 MΩ.cm). Também 
foi utilizado, ao longo de todo o trabalho experimental, etanol (CH3CH2OH) absoluto 
(99,5%) da Panreac, previamente filtrado por um filtro para seringa com membrana de po-li( 
difluorovinidileno) (PVDF) com uma porosidade de 0,2 μm. 
As soluções utilizadas na síntese de AuNPs foram preparadas utilizando ácido te-tracloroáurico 
(III) (HAuCl4, solução a 30% (p:p) em HCl, 99,99% puro, Sigma-Aldrich). 
Na síntese de AuNPs pelo método da redução do citrato, utilizou-se citrato de sódio di-hidratado 
(Na3Cit) da Merck (p.a.). Na síntese de AuNSs pelo método de Liz-Marzán, uti-lizou- 
se N,N-dimetilformamida (HCON(CH3)2) da Merck. 
No processo de funcionalização de AuNPs e na síntese de AuNSs foi utilizado poli-vinilpirrolidona 
(PVP) (10000 MM) da Sigma-Aldrich. 
Para a funcionalização das AuNSs foram utilizados dois agentes de revestimento, o 
ácido 11-mercaptoundecanóico (11-MUA) (grau de pureza de 95%) da Sigma-Aldrich, e 
um péptido, o CALNN (ASLO 
Laboratory 
ApS, 
Dinamarca). 
Para o estudo da estabilidade coloidal das nanopartículas utilizou-se ácido clorídico 
(HCl) da Sigma-Aldrich, hidróxido de sódio (NaOH) da Pronolab (p.a.) e cloreto de potás-sio 
(KCl) da Merck (p.a.). 
A enzima, utilizada na adsorção às AuNSs foi a tirosinase (TYR) de cogumelo da Si-gma- 
Aldrich. A enzima foi mantida em tampão fosfato, 100 mM, isento de cloretos (Cl-) 
pH 6,5 a 3 °C. 
2 Purificada no Laboratório de Química-Física desta Faculdade
12 
3.2 Instrumentação 
Na pesagem dos compostos utilizou-se uma balança analítica Kern ABS 120- 4 
(±2x10-5 g) e uma balança semi-analítica Kern EMB 600-2 (± 1x10-2 g). 
Na medição dos espetros de UV/vis recorreu-se a um espetrofotómetro UV/Vis de 
feixe simples Vary Cary 50 Bio, utilizando uma célula de quartzo da Starna com um passo 
ótico de 1 cm, no intervalo de 200-1000 nm de comprimento de onda. 
As centrifugações das amostras, quando necessário, foram realizadas numa centrífu-ga 
SIGMA 2-16K, utilizando dois rotores, um para tubos de falcon e outro para tubos ep-pendorff, 
ver Tabela 3-I. 
Tabela 3-I Características dos rotores utilizados. 
Rotor 19776H (SIGMA) Rotor 12154H (SIGMA) 
Raiomáx 9,3 cm 8,2 cm 
Raiomin 3,1 cm 5,0 cm 
Ângulo 25º 45º 
RPMmáx 14000 rpm/min 26000 rpm/min 
RFCmáx 20379 g 61973 g 
Sempre que foi necessário realizar centrifugações iguais mas em rotores diferentes 
ou equipamentos diferentes, analisou-se o tempo de centrifugação requerido para sedimen-tar 
o mesmo material, quando a amostra é submetida a uma dada frequência de 
rotação.[23] Assim sendo, o cálculo do tempo de sedimentação de uma partícula é calcula-do 
integrando a equação 4, 
휈! = !" 
!" (4) 
onde t define a velocidade terminal e r é uma coordenada medida sobre a trajetória da par-tícula 
ao longo do eixo do tubo. Sabendo que a aceleração radial pode ser calculada por ω2r 
e considerando partículas esféricas, obtemos a equação 5, através da qual podemos deter-minar, 
por comparação o novo tempo requerido.[23]
13 
푡 = ! 
! 휂 ! 
!!(!!!!)!! 푙푛 !"#$!á! 
!"#$!"# 
(5) 
A medição de potencial ζ, da polidispersão e/ou formação de agregados e do tama-nho 
das partículas, foi realizada através do equipamento Zeta Sizer ZS da Malvern Intru-mentsTM, 
com um laser de 4 mW de He-Ne (633 nm) com um ângulo de dispersão fixo de 
173º. A medição de potencial ζ ou de tamanho hidrodinâmico de cada amostra corresponde 
à média de três medições consecutivas com um intervalo de 5 segundos, limitando a volta-gem 
do equipamento a 50 mV. 
As imagens de microscopia eletrónica (T.E.M.) foram obtidas num microscópio HI-TACHI 
H-81003. A análise das imagens obtidas foi realizada através do ImageJ4 e R5. 
Para os estudos de estabilidade coloidal das AuNSs foi utilizado o espetrofotómetro 
já referido e um potenciómetro Crison pH-meter BASIC 20+ com um elétrodo combinado 
de vidro Crison (5208). 
3.3 Procedimentos laboratoriais 
3.3.1 Síntese de núcleos de crescimento (seeds) de ouro 
A síntese de AuNPs (esféricas) foi efetuada segundo o método da redução do citra-to.[ 
12] Para tal, mediu-se 125 mL de água Milli-Q para um balão de três tubuladuras, à 
qual se adicionou 86,4 μL da solução stock de HAuCl4 (1,445 M), e uma barra magnética 
para agitação. Colocou-se o balão mergulhado num banho de parafina e procedeu-se à 
montagem do dispositivo de refluxo. Ligou-se a placa de aquecimento a aproximadamente 
130 °C e esperou-se que a solução entrasse em ebulição. Após a solução se encontrar em 
ebulição adicionou-se rapidamente, uma solução aquosa de citrato de sódio (12,5 mL de 
H2O + 0,142 g de citrato de sódio). No momento da adição, a mistura das duas soluções 
adquiriu uma cor negra passando depois para uma cor vermelha. Deixou-se reagir durante 
15 minutos e deixou-se arrefecer à temperatura ambiente. 
3 Propriedade do Departamento de Engenharia dos Materiais do Instituto Superior Técnico de Lisboa. 
4 Software de Análise e tratamento de imagem (http://rsbweb.nih.gov/ij). 
5 Software de estatística computacional e gráfica (http://www.r-project.org).
14 
3.3.2 Funcionalização de AuNPs com PVP 
A funcionalização de AuNPs foi feita segundo o método de Liz-Marzán [13], no qual 
se adiciona uma quantidade de PVP de aproximadamente 60 moléculas do polímero por 
nm2 de área superficial de partícula. 
Deste modo, calculou-se a área superficial total das nanopartículas de ouro da solu-ção 
coloidal. Para tal, foi necessário calcular a área superficial e o volume de cada partícu-la, 
bem como a concentração de partículas. 
Para calcular a área superficial e o volume de cada partícula recorreu-se às equações 
6 e 7. O raio utilizado nestas equações foi calculado através do diâmetro médio das partí-culas. 
Este diâmetro foi, por sua vez, obtido atendendo à razão entre a absorvância da ban-da 
plasmónica e a absorvância a 450 nm das partículas, equação 8.[24] 
퐴!"#!$% = 4휋푟! (6) 
푉!"#!$% = ! 
! 휋푟! (7) 
푑 = 푒 
!"#!"# 
!"#!"!!" 
!!,!"#$ 
!,!!!" (8) 
A concentração de AuNPs foi calculada pela razão entre a quantidade total de Au da 
solução (que corresponde à quantidade de Au inicial) e a quantidade de Au que existe em 
cada partícula, equação 9, onde 퐴푢 ! é calculada pela equação 10. O cálculo de 푛!"/!" é 
feito pela equação 11, onde 푉!" é o volume da partícula (equação 7), 휌!" corresponde à 
massa específica de Au e 푀푀!" corresponde à massa molar de Au. 
퐴푢푁푃푠 = !" !×!!"#"!"#$ 
!!"/!" 
(9) 
퐴푢 ! = !"#!""!"×!,!×!"!!! 
!,! (10) 
푛!"/!" = !!"×!!" 
!!!" 
(11)
Sabendo então a concentração total de AuNPs e a área superficial de cada partícula, a 
multiplicação deste dois valores representa a área superficial total de ouro da solução. Nes-te 
ponto, calculou-se a quantidade de PVP necessária para a funcionalização das partículas 
(60 moléculas de PVP por nm2), equação 12. 
15 
푛!"! = !!"!#$ !" !"#$%×!!"!×!"!"#é!"#$% !" !"! 
!,!""×!"!" ×푀푀!"! (12) 
Tendo, então, sido calculada a quantidade de PVP a adicionar à solução coloidal de 
AuNPs, procedeu-se à dissolução da quantidade referida de PVP em 5 mL de H2O e adici-onou- 
se, gota a gota, a solução preparada à solução coloidal de AuNPs em agitação vigo-rosa. 
Após duas horas em agitação vigorosa, deixou-se a funcionalização decorrer durante 
a noite em agitação moderada. 
3.3.3 Síntese de AuNSs 
A síntese de AuNSs foi feita segundo o método de síntese de Liz-Marzán. [13, 14] 
Centrifugaram-se diferencialmente AuNPs preparadas como foi descrito na secção 
anterior, ressuspendendo o sedimento em 3 mL de etanol absoluto filtrado, de modo a ob-ter 
diferentes soluções de AuNPs homogéneas, cada uma com tamanhos médios de partícu-las 
diferentes. 
Dissolveu-se 1,5 g de PVP em 15 mL de DMF, com ultra-sons. De seguida, em agi-tação 
vigorosa, adicionaram-se 82 μL de solução de HAuCl4 50 mM, e esperaram-se 2 a 3 
minutos antes de se adicionarem as AuNPs preparadas anteriormente. Após a adição destes 
núcleos de crescimento (seeds) deixou-se o sistema em agitação vigorosa até não ocorre-rem 
mais mudanças de cor. Deixou-se reagir durante a noite, sem agitação e ao abrigo da 
luz. 
Caracterizou-se a solução coloidal de AuNSs espetrofotometricamente, tendo-se 
usado para a obtenção da linha de base uma solução de DMF/PVP idêntica à da síntese. 
A quantidade de seeds adicionada depende do tamanho das estrelas que quisermos 
obter, dado que quanto menor o rácio 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#!, menor será o tamanho das es-trelas. 
O volume de solução de seeds adicionado foi calculado pela equação 13, onde 
퐻퐴푢퐶푙! !"#$% é calculada tendo em conta o volume de solução de HAuCl4 (50 mM) adi-cionado 
e o volume de DMF e 퐴푢 !""#! é calculada segundo a equação 10.
16 
푉!""#! = 
!á!"# 
!"#$%! !"#$% 
×!!"# 
!" !""#! 
(13) 
3.3.4 Centrifugação das AuNSs 
Foram realizadas duas séries de centrifugações das AuNSs, ambas a 10000 rpm du-rante 
20 minutos (a 20 °C) no rotor 19776H. Sempre que foi necessário a utilização de um 
equipamento diferente, recorreu-se à equação 5 para calcular o novo tempo requerido. 
O sobrenadante da amostra centrifugada, foi desprezado e o sedimento foi ressus-pendido 
em etanol absoluto filtrado, na primeira série, e em água Milli-Q na segunda série. 
3.3.5 Determinação da concentração e da área superficial das AuNSs 
Foi necessário fazer uma estimativa da concentração e da área superficial das AuNSs 
para o seu processo de funcionalização. Para tal foi necessário assumir duas premissas: 
1. A reação de síntese de AuNSs é completa, isto é, não se formam novas par-tículas, 
nem as partículas existentes são destruídas. Assim o número de es-trelas 
na solução será igual ao numero de seeds adicionado. 
2. O ouro adicionado para a formação das pontas das estrelas (tips) é comple-tamente 
reduzido e distribui-se igualmente por todas as partículas. 
Deste modo, a concentração de AuNSs em DMF, é igual à concentração de seeds que 
são adicionadas durante a síntese. Dado que durante as centrifugações há perda de material, 
utilizou-se este pressuposto para calcular o coeficiente de extinção molar a 400 nm das 
AuNSs obtidas directamente da síntese e determinou-se a concentração das soluções de 
AuNSs após centrifugação medição de absorvância a 400 nm. 
Partindo da segunda premissa calculou-se a quantidade de ouro que se deposita em 
cada partícula para a formação das tips, dividindo as moles de ouro adicionadas pelas mo-les 
de seeds. 
Sabendo a quantidade de ouro que cada AuNS tem, dividiu-se essa quantidade pela 
quantidade de ouro total existente na solução, que se obtém atendendo à absorvância a 400 
nm, ver equação 8. Estes cálculos foram repetidos a cada centrifugação. 
Para calcular a área superficial das estrelas assumiu-se, hipoteticamente, que o cres-cimento 
é esférico. Este cálculo dá-nos uma aproximação de uma área entre o núcleo da 
partícula e a área superficial real da partícula.
! é o 
Assim, recorreu-se à equação 14 [6] para calcular o raio da partícula, onde 푟!"#$ 
! é o volume da seed, 푚!" é a massa de ouro adicionada para o 
17 
volume da partícula, 푟!""# 
crescimento das tips, 휌!" é a massa específica do outro e 푛!""#! é a quantidade de seeds 
adicionadas. Tendo a aproximação do raio da partícula, através da equação 4, obtemos uma 
aproximação da sua área superficial. 
! = 푟!""# 
푟!!"# 
! + 3 
4 
!!" 
!!!"!!""#! 
(14) 
3.3.6 Funcionalização de AuNSs com o péptido CALNN e MUA 
As estrelas foram funcionalizadas com 4 a 6 moléculas de agente de revestimento 
por nm2 de área superficial. Após o cálculo da quantidade necessária de agente de revesti-mento 
para funcionalizar a solução coloidal de AuNSs, prepararam-se as respetivas solu-ções 
dos agentes de revestimento: o CALNN e 11-MUA. 
As soluções de CALNN foram preparadas através de diluições de uma solução stock 
com uma concentração de 4,68 mM. As soluções de 11-MUA foram também preparadas 
através de diluições de uma solução previamente preparada com uma concentração de 10 
mM. 
Adicionaram-se diferentes volumes das soluções de CALNN e 11-MUA, às partícu-las 
e deixaram-se reagir durante a noite. As soluções coloidais de AuNSs resultantes foram 
caracterizadas espetrocfotometricamente, e foram feitas medições de potencial ζ. As dife-rentes 
concentrações de agentes de revestimento que se adicionaram às partículas encon-tram- 
se na secção de resultados. 
3.3.7 Formação dos bionanoconjugados com tirosinase 
A formação de bionanoconjugados ocorre pela adsorção da enzima à superfície da 
partícula após esta ser previamente funcionalizada com péptido. Neste projeto a enzima 
que foi utilizada foi a tirosinase (TYR). 
Os estudos de adsorção da enzima às partículas foram feitos realizando uma isotér-mica 
de Langmuir, na qual se avalia a o ponto de saturação de ligação da enzima à partícu-la. 
Foram adicionadas às partículas diferentes concentrações de enzimas acima e abaixo de 
uma valor de referência.
Esse valor de referência foi estimado dividindo a maior área seccional da enzima pe-la 
área superficial da partícula, ou seja, calculando a quantidade máxima de enzima que se 
conseguiria adsorver à superfície da partícula. 
Preparou-se, então, uma solução de TYR em tampão fosfato (isento de cloreto) a par-tir 
da diluição de uma solução stock com uma concentração de 20,8 μM. 
Adicionaram-se diferentes volumes da solução de TYR às partículas, deixaram-se 
incubar durante a noite à temperatura ambiente. As soluções coloidais resultantes foram 
caracterizadas espetrofotometricamente e foram feitas medições de potencial ζ e tamanho 
hidrodinâmico. Os detalhes dos volumes e da concentração das soluções estão especifica-dos 
18 
na secção de resultados. 
3.3.8 Caracterização das nanopartículas 
3.3.8.1 Espetrofotometria de UV/Vis 
Os ensaios foram realizados em células de quartzo, numa gama de comprimento de 
onda entre os 200 nm e os 1000 nm. 
3.3.8.2 Medições de potencial ζ 
Transferiu-se lentamente para uma célula apropriada para medições ζ (poliestireno 
com eléctrodos metálicos, Malvern) 0,7 mL de AuNPs, de forma a garantir que a amostra 
não contivesse bolhas de ar e que os elétrodos estivessem completamente imersos. Colo-cou- 
se a célula no compartimento do Zeta Sizer Nano ZS, e ajustou-se, para cada medição, 
a voltagem (fixada a 50 mV), o número de medições e a temperatura. 
3.3.8.3 Medições de tamanho hidrodinâmico 
Transferiu-se para uma célula descartável apropriada para medições de tamanho hi-drodinâmico 
(plástico, Malvern) 1 mL de AuNPs. Colocou-se a célula no compartimento 
do Zeta Sizer Nano ZS, e ajustou-se, para cada medição, o número de medições e a tempe-ratura.
19 
3.3.8.4 Microscopia Eletrónica (T.E.M.) 
Na preparação de amostras para T.E.M. depositou-se cerca de 10 μL de AuNPs nu-ma 
rede de cobre revestida com carbono/”formvar” de 200 mesh de TAAB, deixando-se 
secar ao ar, à temperatura ambiente, tendo sempre o cuidado de proteger a amostra de 
quaisquer contaminantes. A observação das amostras no microscópio eletrónico ficou ao 
cuidado do Doutor Pedro Quaresma. 
3.3.9 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs 
Foram feitos estudos de estabilidade coloidal para as AuNSs em função da variação 
do pH e da variação da concentração iónica, esta última através da variação da concentra-ção 
de cloreto de sódio (NaCl). 
Para os estudos da estabilidade em função da variação do pH, prepararam-se várias 
alíquotas de 2 mL de AuNSs e adicionaram-se diferentes volumes de HCl e NaOH, sob 
agitação magnética, de forma a obter uma gama de pH compreendida entre 3 e 10. Três 
minutos após o pH da solução estabilizar, esta foi caracterizada espetrofotometricamente. 
Para os estudos da estabilidade em função da variação da concentração de cloreto de 
sódio, prepararam-se várias alíquotas de 2 mL de AuNSs , adicionou-se solução de NaCl 
para obter diferentes concentrações deste sal e, três minutos após a adição, as soluções fo-ram 
caracterizadas espetrofotometricamente. Os detalhes das concentrações de sal adicio-nadas 
encontram-se na secção de resultados.
4 Resultados 
4.1 Síntese e funcionalização de AuNPs esféricas pelo método da redu-ção 
20 
do citrato 
Foi utilizado o método de Turkevich [12], o método mais simples e vulgar, para sin-tetizar 
AuNPs com baixa dispersão de tamanho. Este método consiste na redução do sal de 
Au+3 a Au0 (ouro metálico) pelo citrato de sódio, usando água como solvente. 
Através da análise espetrofotométrica da amostra da solução de AuNPs que foi sinte-tizada, 
Figura 4-1, observamos uma banda plasmónica bem definida a 520 nm, tal como se-ria 
de esperar.[6] Além disso, pudemos também verificar que a banda plasmónica é bastan-te 
estreita, o que é indicativo que a solução contém uma dispersão de tamanhos bastante 
reduzida, isto é, é homogénea e bem estabilizada pelo agente de revestimento. 
Estimou-se um diâmetro das AuNPs de 14,3 nm pelo método de Haiss [24], a partir 
da razão 퐴!"#!" 퐴!"#, ver secção 3.3.2,. A concentração das partículas estimada, tal co-mo 
está descrito na mesma secção, foi de 6,2 x 10-9 M. 
Pelas imagens de T.E.M da solução, Figura 4-1, verificou-se que as partículas exibem 
uma forma esférica e, através do tratamento estatístico das imagens, obteve-se um valor do 
diâmetro médio das partículas de 13,7 ± 1,5 nm, que está de acordo com o calculado a par-tir 
da razão 퐴!"#!" 퐴!"#. 
As medições de D.L.S., indicaram que o raio hidrodinâmico das AuNPs é de 16,0 ± 
3,6 nm com um potencial ζ de -45 ± 19 mV, um valor concordante com o apresentado na 
literatura.[25] 
Na Tabela 4-I apresentam-se os resultados da caracterização das AuNPs obtidas 
diretamente da síntese e após funcionalização com PVP. 
Tabela 4-I Comparação do dimâmetro médio das AuNPs antes e após a funcionalização com PVP obtidos 
por três técnicas diferentes. 
퐴!"#!" 퐴!"# T.E.M D.L.S. 
AuNPs 14,3 nm 13,7 ± 1,5 nm 16,0 ± 3,6 nm 
AuNPs + PVP 19,1 nm - 18,7 ± 1,4 nm
Figura 4-1 A - espetro de extinção da solução de AuNPs sintetizada pelo método da redução do citrato antes e após a 
funcionalização com o PVP; B- espetro de extinção das seeds, em etanol, após 1 a 4 centrifugações, normalizado ao 
máximo de absorção; C - imagem obtida por T.E.M. da solução de AuNPs antes da funcionalização com PVP e respetiva 
análise estatística do tamanho das partículas. 
21 
4.2 Funcionalização das esferas com o PVP 
Após a funcionalização das partículas com PVP, a análise espetrofotométrica revelou 
uma pequena diminuição na absorvância, Figura 4-1. Esta diferença está certamente relacio-nada 
com a mudança do agente de revestimento, de citrato para PVP, que provoca uma al-teração 
do índice de refração. O diâmetro das partículas medido por D.L.S. foi de 18,7 ± 
1,4 nm, ver Tabela 4-I. Este aumento do diâmetro da partícula é expectável, já que o PVP é 
um polímero de grandes dimensões, relativamente ao citrato. No que diz respeito ao 
potencial ζ obteve-se um valor de –37,2 ± 13 mV. Este valor é significativamente menor 
do que o obtido para as partículas revestidas com citrato, o que está de acordo com o facto 
do agente de revestimento ser neutro.
22 
4.3 Síntese de núcleos de crescimento de ouro 
Apesar da solução de AuNPs ser bastante homogénea, existem em solução partículas 
de diferentes tamanhos, que variam aproximadamente entre os 15 e 20 nm. Para se obte-rem 
suspensões de partículas mais homogéneas, foram realizadas séries de centrifugações 
diferenciais, com o mesmo tempo de rotação, mas com crescentes forças centrípetas, tal 
como está descrito na Tabela 4-II. Os espetros das solução obtidas destas centrifugações en-contram- 
se na Figura 4-2. Apresentam-se também, na Tabela 4-II os resultados corresponden-tes 
à caracterização de cada uma das soluções coloidais obtidas na centrifugação diferenci-al. 
Apresentam-se também os tamanhos pelo método de Haiss [24]. Embora este método 
não seja diretamente aplicável a partículas revestidas com PVP, dado que foi desenvolvido 
para partículas revestidas de citrato, verificou-se apenas pequenas alterações no espetro das 
partículas originais após mudança do agente de revestimento, pelo que é legítimo utilizar a 
mesma metodologia para estimar o tamanho das partículas revestidas com PVP, embora 
seja de esperar que estes diâmetros estejam afetados de um maior erro. 
Figura 4-2 A- espetro de extinção de solução das seeds, em etanol, após sofrerem as respetivas 
centrifugações; B - espetro de extinção das AuNSs, em etanol, sintetizadas com as seeds diferenciais.
Centrifugação 1 2 3 4 
RPM 5000 7000 10000 12000 
Tempo / min 20 20 20 20 
Banda Plasmónica 526,0 524,0 522,9 524,0 
Diâmetro médio / nm 19,3 18,9 17,9 15,9 
23 
Tabela 4-II Descrição das centrifugações diferenciais das AuNPs. 
4.4 Síntese de AuNSs 
Foram sintetizadas amostras de 7 mL de AuNSs com um rácio 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#! 
de 9, ver secção 3.3.3, com as AuNPs de diferentes tamanhos obtidas através das 
centrifugações diferenciais, descritas na subsecção anterior. 
O espetro de UV/vis das amostras de AuNSs representados na Figura 4-2, apresentam 
duas bandas típicas de AuNSs: uma próxima dos 550 nm, que corresponde à banda de 
absorção do núcleo da partícula, e outra compreendida entre 650 e 700 nm que 
corresponde à banda de absorção das tips. 
Verificou-se também que as AuNSs sintetizadas com seeds de tamanhos diferentes 
apresentam a banda correspondente ao núcleo a comprimentos de onda semelhantes, mas 
desvios significativos da banda correspondente às tips. 
Rodríguez-Oliveros et al. [2] relacionaram o comprimento de onda da banda 
plasmónica com o número de tips das estrelas, Figura 4-3, concluindo que a banda 
plasmónica sofre um desvio para comprimentos de onda maiores com o aumento do 
número e razão de aspeto das tips. Comparando os seus resultados e a observação do 
espetro obtido, Figura 4-2 e das imagens de T.E.M., Figura 4-5, podemos inferir que as 
AuNSs sintetizadas tem 5 a 6 tips no plano Π. 
Como a amostra sintetizada com as seeds da centrigugação 3, seeds com um 
diâmetro aproximado a 18 nm, foi a que apresentou uma melhor separação entre a banda 
do núcleo e a banda das tips, a continuação do trabalho experiemental foi baseado na 
reprodução dessas seeds. 
O passo seguinte foi, com as seeds da centrifugação 3, sintetizar amostras de AuNSs 
com rácios 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#! de 11 e 15 e compará-las com a amostra de rácio 9. A 
caracterização espetrofotométrica e de T.E.M. destas amostras encontra-se na Figura 4-2 e 4- 
5 respetivamente.
Figura 4-3 Representação esquemática da uma AuNS de 4 tips no plano 횷 e 2 tips no plano 횺, e espetro de 
electromagnetic field distribution on the surface of the nanostars at the LSPRs, from which the 
absorption cross section is worked out, as needed to determine the steady-state temperature of 
a metallic NP. 
2. LSPRs of gold nanostars 
Let us consider a NS whose geometrical shape is described as a deformable parametric surface 
called Supershape [20], which depends on certain parameters that basically modify the sphere 
formula in spherical coordinates. Particularly, we fix a configuration of parameters that allow 
us to change the number of tips in a star-like volume, preserving its shape. In order not to 
introduce too much complexity in the system under study, we only vary the number of tips in 
the plane ! (see Fig. 1(a)) from n = 1 to n = 6. In the perpendicular plane ", the symmetry 
of the number of star tips is kept constant in such a way that two opposing tips, one pointing 
upwards and the other one downwards. We will refer to the nanostar with n tips in the plane ! 
as Sn. Such star-like shapes indeed closely resemble those of fabricated colloidal NSs [13]. 
AuNSs Calculado T.E.M 
Rácio 9 38,8 nm 36,1 ± 6,05 nm 
Rácio 11 41,2 nm 39,7 ± 5,30 nm 
Rácio 15 45,3 nm 47,6 ± 9,09 nm 
In Fig. 1(b) the absorption cross section is plotted for NSs made of gold described by the 
dielectric constant reported in reference [21]. The incident field is a plane wave impinging 
from the bottom, its plane of incidence being the plane ", Fig. 1(a). NSs have arms 40 nm long, 
and increasing number of tips. The LSPRs for Au-NSs are red-shifted when the number of tips 
in the plane ! increases from S1 to S6: #LSP (nm)=521, 548, 560, 587, 628, 688, respectively. In 
Fig. 2(a-f) we have plotted the norm of the surface electric field (SF) of the NSs in logarithmic 
scale. As a general result, the SF is accumulated on the vertex of the NSs, thereby providing 
large field enhancements, about |E|2 ! 104. Incidentally, these values make nanostars suitable 
for SERS applications [11, 13]. Essentially, such SF patterns results from the dipolar character 
on the plane ! of the corresponding lowest-energy LSPR. In addition, SF enhancements at the 
LSPR grow for increasing number of tips from S1 to S6, in agreement also with the absorption 
cross section in Fig. 1(b), that shows the same trend from S1 to S6; except for S2, which has 
an absorption cross section and SF slightly larger than expected, presumably due to its 2-tip 
symmetry along the polarization axis, specially suited to match the dipolar LSPR pattern. In 
this regard, the NS asymmetry on the plane " along the polarization axis reduces its quality as 
dipole-like resonant cavity. 
3. Temperature profile of optically heated gold nanostars 
From the point of view of the applicability for thermal therapy, such large absorption cross 
sections make Au NSs good candidates to be used as heat sources. 
24 
Fig. 1. (a) Schematic representation of a 4-fold nanostar, with two relevant symmetry 
planes: the plane extinção ! where de AuNSs the number com of diferentes tips is varied números and the de polarization tips. 
plane ". (b) 
Absorption cross sections for Au nanostars with different number of tips from S1 to S6, 
along with that for the equivalent Au nanosphere. 
Pelas imagens de T.E.M. observou-se que as diferentes suspensões tem uma boa 
dispersão de tamanho e que o diâmetro médio das partículas corresponde ao calculado 
através da equação 11 descrita na secção 3.3.5, Tabela 4-III. 
Tabela 4-III Comparação do diâmetro calculado com o obtido por T.E.M das AuNSs sintetizadas com 
diferentes rácios. 
Comparando estas amostras, selecionaram-se as AuNSs de rácio 15, dado que apre-sentam 
uma maior separação entre a banda do núcleo e a banda das tips (Figura 4‑2-B), 
para continuar o trabalho experimental. Deste modo, procedeu-se à síntese de um stock de 
AuNSs. Após a síntese de 120 mL de AuNSs de rácio 15, voltou-se a caracterizar a solu-ção 
coloidal espetrofotometricamente e por T.E.M., Figura 4‑4 e 4-5-D respetivamente. 
O diâmetro médio esperado para as particulas foi de 45,3 nm, um tamanho que não 
difere muito do tamanho obtido por análise de imagens de T.E.M. que foi de 50,2 ± 8,5 nm. 
A funcionalização das AuNSs em solução aquosa implica a lavagem do DMF, ver 
secção 3.3.4. Após cada lavagem, caracterizou-se espetrofotometricamente a solução para 
determinar a sua concentração de partículas, ver secção 3.3.5. 
86' 5HFHLYHG6HSUHYLVHG'HFDFFHSWHG'HFSXEOLVKHG'HF 
(C) 2012 OSA 2 January 2012 / Vol. 20, No. 1 / OPTICS EXPRESS 623
Pela observação do espetro da Figura 4‑4, calculou-se que houve uma perda de partí-culas, 
cerca de 14%, durante a lavagem de DMF para etanol, e uma perca de cerca de 16 % 
durante a lavagem de etanol para água. Observa-se pela figura que para diferentes solven-tes 
há desvios da banda plasmónica, facto que se poderá dever ao diferentes índice de re-fração 
para cada solvente. As concentrações das soluções após cada lavagem, apresentam-se 
25 
na Tabela 4-IV. 
Tabela 4-IV Concentração do stock de 120 mL AuNSs antes e após as centrifugações. 
1ª centrifugação 2ª centrifugação 
Solvente DMF Etanol H2O milli-Q 
[AuNP’s] / nM 8,33x10-2 7,15x10-2 6,97x10-2 
AuNSs (DMF) 
AuNSs (Etanol) 
AuNSs (Água) 
395 400 405 410 
0.25 
0.245 
0.24 
0.235 
400 500 600 700 800 900 1000 
 (nm) 
0.8 
0.6 
0.4 
0.2 
0 
Abs 
Figura 4-4 Espetro de extinção das amostras do stock de 120 mL de AuNSs em DMF, etanol e água.
Figura 4-5 Imagens de T.E.M. e análise estatística do diâmetro médio das soluções de AuNSs sintetizadas a 
partir de seeds com 18 nm de diâmetro. A - 7 mL de AuNSs de rácio 9; B - 7 mL de AuNSs de rácio 11; C - 
7 mL de AuNSs de rácio 15; D - 120 mL de AuNSs de rácio 15. 
26
27 
4.5 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs 
O propósito do estudo da estabilidade coloidal de AuNSs foi de perceber quais os li-mites 
de pH e concentração de NaCl aos quais as AuNSs são estáveis em solução. Por ou-tro 
lado, as partículas funcionalizadas são mais sensíveis a variações de pH e de força ióni-ca, 
e portanto a alteração destes parâmetros, na gama em que as partículas sem funcionali-zação 
são estáveis, permite de uma forma qualitativa avaliar se a funcionalização ocorreu. 
No estudo do efeito do pH na solução de AuNSs, para uma gama de pH entre 3 e 10 
verificou-se por espetrofotometria de UV/vis, Figura 4-6-A, que as alterações da banda 
plasmónica não são significativas, podendo-se inferir que dentro desta gama de pH as 
AuNSs são muito estáveis. As pequenas diferenças no deslocamentos das bandas poderá 
ser efeito da alteração do índice de refração, à medida que se altera o pH da solução. 
No estudo do efeito da variação da concentração iónica seria de esperar que, com o 
aumento da concentração de NaCl, o estado de agregação aumentasse, mas tal não foi veri-ficado. 
Pela observação dos espetros, Figura 4-6-B, deparamo-nos com resultados anómalos. 
Estudos simultâneos feitos pela Mestre Leonor Soares indicam que o aumento da concen-tração 
de NaCl promove uma destruição das tips das AuNSs. As imagens T.E.M., realiza-das 
pela própria, revelam partículas com formas mais arredondadas à medida que se adici-ona 
sal às AuNSs. 
4.6 Funcionalização das AuNSs 
De forma a averiguar se as AuNSs são passíveis de serem funcionalizadas com agen-tes 
de revestimento tiolados, foram conduzidos testes nos quais se funcionalizaram AuNSs 
com dois agentes de revestimento diferentes: o péptico CALNN e o polímero 11-MUA. 
Sabendo de antemão a concentração, volume e área superficial das partículas, e adi-cionando 
cerca de 6 ligandos por nm2 de área superficial, a concentração de agente de re-vestimento 
numa amostra de 1,5 mL de partículas é 4,0 nM, ver secção 3.3.6. 
O potencial ζ das amostras antes, após e 6 dias depois da funcionalização com os 
agentes de revestimento encontram-se na Tabela 4-V e na Figura 4-7, onde também se encon-tra 
o espetro UV/vis das amostras.
Figura 4-6 Espetros de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs após a variação com o pH (A) e com 
a força iónica (B). Imagens de T.E.M.6 de AuNs sem adição de NaCl (C), com 0,5M de NaCl (D) e 3M de 
NaCl (E). 
28 
6 Imagens T.E.M. cedidas gentilmente pela Mestre Leonor Soares.
Figura 4-7 A – espetro de extinção de aliquotas de 1,5 mL de AuNSs funcionalizadas com CALNN e 11- 
MUA antes e após a diminuição do pH; B – espetro de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs 
funcionalizadas antes e após a diminuição do pH; distribuição do potencial ζ das AuNSs funcionalizadas com 
o CALNN logo após a funcionalização (C e D) e 6 dias depois (E e F), com o 11-MUA (G e H) e da 
funcionalização de 10 mL de AuNSs com CALNN (I e J). 
29
30 
Tabela 4-V Medições de Potencial ζ das AuNSs antes e após a funcionalização. 
Para além de se verificar que houve funcionalização através da alteração do potencial 
ζ, já que este sofreu um aumento, diminuiu-se o pH das amostras e caracterizaram-se espe-trofotometricamente. 
Ao diminuir o pH ocorre uma protonação do agente de revestimento 
que leva à agregação das partículas, Figura 4-7(A). A agregação de AuNSs é visível no espe-tro 
UV/Vis quando há um aumento da absorvância a comprimentos de onda superiores ao 
comprimento de onda da banda correspondente às tips, um fenómeno que é devido ao aco-plamento 
das plasmónicas de superfície. Assim, pudemos confirmar que houve funcionali-zação. 
A fase que se seguiu no trabalho experimental, foi a reprodução da funcionalização 
das AuNSs numa escala maior, isto é, procedeu-se à funcionalização de 10 mL de AuNSs. 
A caracterização espetrofotométrica e de potencial ζ encontra-se na Figura 4-7(I-J) e na Tabe-la 
4-V. Relativamente ao potencial ζ verificou-se que este se alterou (aumentou), mas rela-tivamente 
ao espetro de absorção após a dimimuição do pH não se verifica grandes altera-ções, 
apenas um pequeno desvio. Estes resultados não invalidam que ocorra funcionaliza-ção, 
mas poderão querer dizer que o processo de agregação não segue uma padrão linear à 
medida que se aumenta a escala de funcionalização, ou que durante o processo de funcio-nalização 
a homogeneidade do péptido na solução de AuNSs seja menor a uma escala 
maior. 
CALNN 1 CALNN 2 MUA 1 MUA 2 
Potencial ζ inicial / mV - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 
Potencial ζ após / mV - 33,03 ± 24,9 - 19,87 ± 29,6 - 9,00 ± 10 - 10,93 ± 10,7 
Potencial ζ (6 dias) / mV - 15,67 ± 12,2 - 21,97 ± 21,8 - - 
Potencial ζ 10 mL / mV - 33,47 ± 26,8 - 29,13 ± 30,4 - -
31 
4.7 Formação de bionanoconjugados de tirosinase 
Para a formação dos bionanoconjugados com tirosinase, calculou-se, como descrito 
na secção 3.3.7, uma aproximação do valor máximo de enzima que se liga a cada partícula: 
194 unidades enzimáticas por AuNSs, ou seja, aproximadamente 1,6 ng de enzima por ml 
de solução de AuNSs. Como também está descrito nessa mesma secção, foram preparadas 
várias alíquotas de AuNSs em que se adicionaram concentrações de enzima acima e abaixo 
do valor calculado, Tabela 4-VI. Os resultados das medições de potencial ζ e de D.L.S. en-contram- 
se também descritos na Tabela 4-VI e no gráfico da Figura 4-8. A caracterização es-petrofotométrica 
também foi realizada, e os seus resultados encontra-se na Figura 4-9. 
Os resultados obtidos não foram os resultados esperados. Esperava-se que o potenci-al 
ζ fosse aumentando com o aumento da concentração de enzima até atingir um ponto de 
saturação de ligação à partícula. 
Relativamente às medições de D.L.S., os resultados também não foram os esperados, 
já que era esperado um aumento do raio hidrodinâmico da partícula à medida que mais en-zima 
se liga à partícula. Destes resultados pode-se presumir que há ocorrência de alguma 
agregação, pois a amostra 1, sem adição de enzima, revela um diâmetro médio aproxima-damente 
o dobro do diâmetro médio das AuNSs. 
No que diz respeito ao resultados espetrofotométricos, embora revelem ligeiras alte-rações, 
sem ocorrer agregação das partículas, estes parecer ser também inconclusivos. 
Tabela 4-VI Resultados do potencial ζ e de D.L.S. de soluções de AuNSs com diferentes concentrações de 
enzima. 
1 2 3 4 5 6 7 8 
AuNPs / mL 1 1 1 1 1 1 1 1 
VTYR / μL 0 13 33 44 65 131 327 600 
Vtampão / μL 400 400 400 400 400 400 400 400 
푉!!!/ μL 600 587 567 556 535 469 273 0 
overnight 
Potencial ζ / mV 
- 21,3 ± 
25 
- 12 ± 
14,9 
- 10,2 ± 
19,6 
- 14,6 ± 
20,3 
- 15,5 ± 
17,5 
- 15,8 ± 
16,9 
- 15,7 ± 
21,8 
- 18,6 ± 
21,2 
Diâmetro / nm 
86,3 ± 
0,51 
37, 1 ± 
0,51 
67,5 ± 
0,51 
37,5 ± 
0,51 
34,2 ± 
0,58 
81,91 ± 
0,47 
66,2 ± 
0,60 
88,6 ± 
0,44
0 100 200 300 400 500 600 
TYR (μL) 
0 
-5 
-10 
-15 
-20 
-25 
Potencial % (mV) 
100 
80 
60 
40 
20 
Figura 4-8 Representação gráfica do potencial ζ e do diâmetro médio das partículas em função da quantida-de 
de enzima adicionada. 
32 
0.4 
0.3 
0.2 
0.1 
Figura 4-9 Espetro de extinção das AuNSs em função da quantidade de enzima adicionada. 
Diâmetro médio (nm) 
Potencial % 
D.L.S. 
300 400 500 600 700 800 900 1000 
 (nm) 
0 
Abs 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7
33 
5 Considerações finais 
Os métodos de síntese de AuNPs e de AuNS já se encontram muito bem optimizados, 
contudo, ao longo da realização do trabalho experimental, verificou-se que a centrifugação 
diferencial de AuNPs com PVP permite obter soluções de seeds mais homogéneas relati-vamente 
ao tamanho. Isto torna-se muito relevante durante a síntese de AuNSs, pois permi-te 
um maior controlo do tamanho e forma final das AuNSs, bem como uma maior reprodu-tibilidade. 
No que se refere à estabilidade coloidal das AuNSs verificou-se que estas são muito 
estáveis numa gama de pH entre 3 e 10, o que permite de uma forma rápida validar a fun-cionalização 
das partículas através da agregação destas quando se diminui o pH. 
A uma pequena escala (alíquotas de 1,5 mL) verifica-se que as AuNSs são passíveis 
de serem funcionalizadas, mas tal não se verificou quando se aumentou a escala para 10 
mL. Para se ter a certeza de que a funcionalização ocorreu seria imprescindível a utilização 
de outras técnicas mais sensíveis como a espetroscopia fotoeletrónica de raios-X (XPS). 
Já relativamente aos estudos de estabilidade coloidal de AuNSs com a variação da 
força iónica é necessário realizar estudos mais profundos para perceber a forma como o sal 
(NaCl) destrói as tips. 
Quanto à formação de bionanoconjugados, os resultados revelaram-se inconclusivos, 
sendo necessário estudos mais aprofundados para perceber se ocorre realmente adsorção da 
enzima à superfície das partículas e como é que estes bionanoconjugados se comportam. 
Assim, em estudos futuros, seria interessante repetir a preparação dos bionanoconjugados a 
concentrações menores de tampão fosfato e com concentrações menor de enzima, pois é 
presumível que à gama de concentrações utilizadas a enzima já se encontre no seu ponto de 
saturação de ligação à partícula.
34 
6 Referências Bibliográficas 
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Funcionalização de nanoestrelas de ouro

  • 1. I UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE CIÊNCIAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR Relatório de Estágio da Licenciatura em Bioquímica Preparação de nanobioconjugados de nanoestrelas de ouro e tirosi-nase para o desenvolvimento de sensores. Rui Pedro Fernandes Ribeiro 2013
  • 2. Preparação de nanobioconjugados de nanoestrelas de ouro e tirosi-nase II para o desenvolvimento de sensores. REQUIMTE, Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Uni-versidade do Porto, 4169-007 Porto, Portugal Orientadora Professora Doutora Eulália Pereira Co-orientadora Mestre Leonor Soares Porto, 2013
  • 3. III Agradecimentos À Professora Doutora Eulália Pereira, minha orientadora, gostaria de agradecer a oportunidade de estagiar no seu grupo de investigação, a confiança e motivação depositada em mim, bem como os conhecimentos transmitidos e a sua enorme disponibilidade. A todos os elementos do grupo de investigação agradeço pelo companheirismo e ex-celente ambiente de trabalho, em especial à Mestre Leonor Soares, minha co-orientadora, e ao Doutor Pedro Quaresma, pela amizade, simpatia e paciência e pelo constante apoio na elaboração deste projeto. Quero agradecer-lhes por tudo o que aprendi durante estes largos meses: as técnicas, as dicas e os conselhos sábios que levo comigo e me ajudarão na minha carreira científica, mas também os grandes momentos de descontração que se misturaram com o trabalho. Aos meus amigos, por toda amizade que aqui é impossível descrever, em especial, à minha grande amiga Francisca Dias que nos últimos quatro anos me ajudou a descobrir o verdadeiro gosto pela ciência, pois quando se tem espírito científico não há limites para o conhecimento. Aos meus pais deixo aqui o meu sentido agradecimento, e quero dizer-lhes que des-cobri que tenho mais deles em mim do que imaginava: ao meu pai, com quem partilho a mesma boa disposição e curiosidade pelo mundo que nos rodeia e à minha mãe, de quem herdei o espírito de sacrifício, resistência e perfecionismo. Obrigado pelo apoio e força in-condicionais que me motivam todos os dias a ser mais e melhor. À minha restante família agradeço por me ter acompanhado todos os dias da minha vida, em especial à minha prima Ana a quem mais uma vez agradeço por me ter dado mui-to mais do que me apercebi, e à minha avó Eduarda que, nos últimos dozes anos tem sido um pilar essencial na minha vida. A todos vocês, obrigado por terem entrado na minha vida, me terem inspirado e ilu-minado com a vossa presença!
  • 4. IV Abreviaturas A AuNPs nanopartículas de ouro AuNSs nanoestrelas de outro Ala alanina Asn asparagina C CALNN pentapéptido de carga neutra (Cis- Ala-Leu-Asn-Asn) Cis cisteína D D.L.S. Dispersão dinâmica de luz (Dynamic light scattering) ou espetroscopia de correlação fotónica L Leu leucina M M concentração molar 11-MUA ácido 11-mercaptoundecanóico N NPs nanopartículas P PVP polivinilpirrolidona S seeds núcleos de crescimento
  • 5. V T T.E.M. Microscopia de transmissão eletrónica tips pontas das nanoestrelas TYR tirosinase U UV/vis Ultravioleta/visível λ comprimento de onda
  • 6. VI ÍNDICE 1 Introdução 1 1.1 Nanotecnologia 1 1.2 Nanopartículas de Ouro 2 1.2.1 Características e propriedades 2 1.2.2 Técnicas de síntese 2 1.3 Interação nanopartícula-­‐proteina 4 1.4 Técnicas de caracterização e análise de nanopartículas e da interação destas com péptidos e proteínas 7 1.4.1 Espetrofotometria UV/Vis 7 1.4.2 Medidas de dispersão dinâmica de luz (D.L.S.) 7 1.4.3 Medidas de potencial zeta (Potencial ζ) 8 1.4.4 Microscopia eletrónica de transmissão (T.E.M.) 9 2 Objetivos 10 3 Materiais e Métodos 11 3.1 Reagentes e Solventes 11 3.2 Instrumentação 12 3.3 Procedimentos laboratoriais 13 3.3.1 Síntese de núcleos de crescimento (seeds) de ouro 13 3.3.2 Funcionalização de AuNPs com PVP 14 3.3.3 Síntese de AuNSs 15 3.3.4 Centrifugação das AuNSs 16 3.3.5 Determinação da concentração e da área superficial das AuNSs 16 3.3.6 Funcionalização de AuNSs com o péptido CALNN e MUA 17 3.3.7 Formação dos bionanoconjugados com tirosinase 17 3.3.8 Caracterização das nanopartículas 18 3.3.9 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs 19 4 Resultados 20 4.1 Síntese e funcionalização de AuNPs esféricas pelo método da redução do citrato 20 4.2 Funcionalização das esferas com o PVP 21
  • 7. 4.3 Síntese de núcleos de crescimento de ouro 22 4.4 Síntese de AuNSs 23 4.5 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs 27 4.6 Funcionalização das AuNSs 27 4.7 Formação de bionanoconjugados de tirosinase 31 5 Considerações finais 33 6 Referências Bibliográficas 34 VII
  • 8. VIII Índice de Figuras Figura 1-1 Ilustração representativa da escala nano [3]. 1 Figura 1-2 Representação gráfica da concentração atómica em função do tempo ilustrando os fenómenos de nucleação e crescimento (adaptado de Xia et al. [9]). 3 Figura 1-3 Representação do mecanismo proposto para a reação entre DMF-PVP e HAuCl4 (adaptado de Kedia et al. [15]). 4 Figura 1-4 Coroa de proteínas na NP. A ligação da proteína à partícula pode levar a uma série de consequências, nomeadamente alterações conformacionais, que podem levar a mudanças na atividade biológica, fibrilação, ou estabilização de determinada conformação. (adaptado de Yang et al. [16]). 5 Figura 1-5 Fórmula de estrutura dos agentes de revestimento utilizados: PVP, 11-MUA e CALNN. 6 Figura 1-6 Estrutura cristalográfica da tirosinase de Agaricus bisporus (PDB-2Y9W). 7 Figura 1-7 Representação do potencial elétrico em função da distância da superfície de AuNPs (adaptado de Wikipédia [22]). 8 Figura 4-2 A- espetro de extinção de solução das seeds, em etanol, após sofrerem as respetivas centrifugações; B - espetro de extinção das AuNSs, em etanol, sintetizadas com as seeds diferenciais. 22 Figura 4-3 Representação esquemática da uma AuNS de 4 tips no plano 횷 e 2 tips no plano 횺, e espetro de extinção de AuNSs com diferentes números de tips. 24 Figura 4-4 Espetro de extinção das amostras do stock de 120 mL de AuNSs em DMF, etanol e água. 25 Figura 4-5 Imagens de T.E.M. e análise estatística do diâmetro médio das soluções de AuNSs sintetizadas a partir de seeds com 18 nm de diâmetro. A - 7 mL de AuNSs de rácio 9; B - 7 mL de AuNSs de rácio 11; C - 7 mL de AuNSs de rácio 15; D - 120 mL de AuNSs de rácio 15. 26 Figura 4-6 Espetros de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs após a variação com o pH (A) e com a força iónica (B). Imagens de T.E.M. de AuNs sem adição de NaCl (C), com 0,5M de NaCl (D) e 3M de NaCl (E). 28 Figura 4-7 A – espetro de extinção de aliquotas de 1,5 mL de AuNSs funcionalizadas com CALNN e 11-MUA antes e após a diminuição do pH; B – espetro de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs funcionalizadas antes e após a diminuição do pH; distribuição do potencial z das AuNSs funcionalizadas com o CALNN logo após a
  • 9. funcionalização (C e D) e 6 dias depois (E e F), com o 11-MUA (G e H) e da funcionalização de 10 mL de AuNSs com CALNN (I e J). 29 Figura 4-8 Representação gráfica do potencial z e do diâmetro médio das partículas em função da quantidade de enzima adicionada. 32 Figura 4-9 Espetro de extinção das AuNSs em função da quantidade de enzima adicionada. 32 IX
  • 10. X Índice de Tabelas Tabela 3-I Características dos rotores utilizados. 12 Tabela 4-I Comparação do dimâmetro médio das AuNPs antes e após a funcionalização com PVP obtidos por três técnicas diferentes. 20 Tabela 4-II Descrição das centrifugações diferenciais das AuNPs. 23 Tabela 4-III Comparação do diâmetro calculado com o obtido por T.E.M das AuNSs sintetizadas com diferentes rácios. 24 Tabela 4-IV Concentração do stock de 120 mL AuNSs antes e após as centrifugações. 25 Tabela 4-V Medições de Potencial z das AuNSs antes e após a funcionalização. 30 Tabela 4-VI Resultados do potencial z e de D.L.S. de soluções de AuNSs com diferentes concentrações de enzima. 31
  • 11. XI Resumo A combinação de nanomateriais inorgânicos com produtos biológicos permite a cria-ção de nanomateriais biologicamente ativos com potenciais aplicações na indústria, medi-cina e até mesmo a nível ambiental, já que a produção destes materiais fundamenta-se hoje em dia no conceito de Química Verde, que pode ser definida como o uso de metodologias que visam a redução de reagentes ou produção de produtos que possam ser nocivos ao ho-mem ou ao ambiente. O trabalho desenvolvido neste projeto teve como objetivo a preparação de bioconju-gados com possível aplicação no desenvolvimento de biossensores e em biorremediação. Este relatório descreve a síntese e funcionalização de núcleos de crescimento e de na-noestrelas de ouro e utilização destas para a preparação e estudo de bionanoconjugados com tirosinase. Os núcleos de crescimento são nanoesferas de ouro sintetizadas pelo método da redu-ção do citrato e funcionalizadas com PVP. Estes núcleos de crescimento são posteriormen-te utilizados na síntese de nanoestrelas de ouro. Para tornar a superfície das nanoestrelas biocompatível com materiais biológicos co-mo proteínas, estas foram funcionalizadas com o péptido tiolado CALNN, e outro agente de revestimento também tiolado, 11-MUA, servindo este último apenas como controlo. Após a funcionalização das nanoestrelas estas são mais aptas à adsorção de biomolé-culas à superfície, podendo ser utilizadas como biossensores, catalisadores de reações bio-lógias ou como transportadores de fármacos. Para a formação destes bionanoconjugados foi utilizada a enzima tirosinase que realiza duas reações de catálise distintas. Ao longo de todo o trabalho experimental, foram utilizadas diversas técnicas de carac-terização de nanopartículas como a espetrofotometria UV/vis, a microscopia de transmis-são eletrónica e medidas de dispersão dinâmica de luz e de potencial zeta.
  • 12. 1 1 Introdução 1.1 Nanotecnologia Define-se nanociência como o estudo das propriedades da matéria numa escala entre 1 e 100 nm (Figura 1-1) e nanotecnologia como a manipulação de materiais a essa escala, de forma a produzir materiais que sejam úteis para o desenvolvimento humano. A nanotecno-logia é um campo bastante multidisciplinar abrangendo áreas como a engenharia de mate-riais, eletrónica e mecânica, bem como a biologia, física e química. Uma nova área de estudos que tem sido intensamente explorada pelos cientistas é a nanomedicina, ou seja a aplicação da nanotecnologia, nanomateriais e nanodispositivos para o diagnóstico e terapêutica de doenças. Por exemplo, muitos cientistas tentam desen-volver nanobiossensores, que quando inseridos no corpo humano podem continuadamente monitorizar níveis de glucose no sangue [1], transportadores de fármacos baseados em na-nopartículas, ou utilizar as próprias nanopartículas para terapia termal contra o cancro [2]. Portanto, a expansão do conhecimento em nanociência e nanotecnologias é de crucial importância para o próprio conhecimento científico, mas também para o desenvolvimento de uma melhor sociedade e qualidade de vida. Figura 1-1 Ilustração representativa da escala nano [3].
  • 13. 2 1.2 Nanopartículas de Ouro 1.2.1 Características e propriedades As soluções coloidais de AuNPs possuem geralmente cores intensas, que variam de acordo com o tamanho e a morfologia das partículas. Por sua vez, o tamanho e a morfolo-gia das partículas depende do processo de síntese, podendo-se obter partículas isotrópicas (esferas) ou anisotrópicas (estrelas, triângulos, cubos,etc). O controlo destes dois parâmetros durante a síntese de NPs, representa hoje em dia um dos maiores desafios que a nanoquímica enfrenta, uma vez que estes têm uma grande influência nas propriedades óticas das partículas. Na origem física de tais propriedades encontra-se o fenómeno de ressonância plas-mónica de superfície (SPR). Este fenómeno ocorre quando a radiação eletromagnética inte-rage com os eletrões presentes na banda de condução do metal, promovendo a sua oscila-ção e induzindo a formação de dipolos na nanopartícula. Assim, metais que possuem eletrões de condução livres, ou seja, eletrões das orbitais d, como é o caso dos metais no-bres (ouro e prata), apresentam uma absorção forte na zona do visível do espetro de extin-ção.[ 4, 5] As soluções coloidais de AuNPs isotrópicas (esféricas) com diâmetros de 5-20 nm apresentam no espetro UV/vis uma única banda plasmónica típica a 520 nm.[6] As nano-partículas anisotrópicas apresentam normalmente mais do que uma banda plasmónica, por exemplo, as nanoestrelas de Au (AuNSs), devido á sua anisotropia intrínseca, exibem duas bandas de absorção. A ressonância plasmónica de AuNSs resulta da hibridação da excita-ção colectiva dos eletrões do núcleo da partícula e cada ponta (tip) individual da partícula. Nos espetros experimentais observam-se então duas bandas distintas, uma compreendida entre os 700 e 800 nm e uma mais fraca compreendida entre os 500 e 600 nm.[7] 1.2.2 Técnicas de síntese A síntese de nanoestruturas é baseada em duas abordagens: “bottom-up” (de baixo para cima) e “top-down” (de cima para baixo). Na abordagem “bottom-up” a produção de nanoestruturas ocorre através da deposição espontânea e ordenada (self-assembly) de áto-mo a átomo ou molécula a molécula formando estruturas bem definidas. Na abordagem “top-down” as nanoestruturas são produzidas a partir de uma estrutura macroscópica que vai sendo desbastada, isto é transformada, até se obter o tamanho e forma desejados.[8]
  • 14. A abordagem utilizada na síntese química de AuNPs é a “bottom-up”, na qual um sal do metal pretendido, que serve como percursor, é decomposto ou reduzido para gerar áto-mos metálicos (átomos com numero de oxidação zero) que são a base de construção da 3 partícula. Embora o processo de nucleação ainda não seja completamente conhecido, o modelo mais aceite é o modelo de LaMer, proposto nos anos 50, Figura 1-2. Este modelo propõe que a concentração dos átomos disponíveis para a nucleação aumenta à medida que o percursor metálico é decomposto ou reduzido e, assim que a concentração dos átomos atinge a con-centração de nucleação mínima os átomos começam a agregar em pequenos núcleos que vão crescendo de forma acelerada até se esgotar o percursor. [9-11] De forma a controlar o tamanho e a morfologia das partículas, recorre-se frequente-mente a agentes de revestimento que se ligam à superfície das partículas estabilizando-as e evitando assim a seu crescimento e a agregação. Figura 1-2 Representação gráfica da concentração atómica em função do tempo ilustrando os fenómenos de nucleação e crescimento (adaptado de Xia et al. [9]). 1.2.2.1 Síntese de AuNPs esféricas A síntese de AuNPs esféricas foi efetuada segundo o método da redução do citrato, inicialmente descrito por Turkevich et al. [12], no qual uma solução do sal ácido tetraclo-roáurico (III) (percursor metálico) em solução aquosa e de citrato de sódio (agente redutor e agente de revestimento) é levada à ebulição, sendo o sal de ouro reduzido a ouro metálico (Au0). Como o citrato de sódio é adicionado em excesso, à medida que este reduz o sal de
  • 15. ouro e fica na sua forma ionizada, vai sendo adsorvido à superfície da AuNP tornando-a negativa, o que previne a agregação das partículas, devido às repulsões eletrostáticas. 4 1.2.2.2 Síntese de AuNSs A síntese de AuNSs foi efetuada segundo o método descrito por Liz-Marzán [13, 14], que envolve a adição de AuNPs de 15 nm revestidas com PVP (seeds) a uma solução de sal ácido tetracloroáurico (III) (percursor metálico) em DMF (agente redutor) na presença de concentrações de PVP elevadas. Foi proposto um mecanismo de redução do sal de ouro que se apresenta na Figura 1-3 e que se baseia na formação de um composto de coordenação instável PVP − DMF! − AuCl! ! .[15] Figura 1-3 Representação do mecanismo proposto para a reação entre DMF-PVP e HAuCl4 (adaptado de Kedia et al. [15]). 1.3 Interação nanopartícula-proteina A interação entre nanopartículas e proteínas constitui, atualmente, um desafio da na-notecnologia, uma vez que estes nanobioconjugados têm comportamentos complexos que diferem dos comportamentos das proteínas e das partículas não conjugadas. A adsorção da proteína à superfície da partícula pode ocorrer por interações de van der Waals, pontes de hidrogénio, interações eletrostáticas, interações hidrofóficas e emparelhamento
  • 16. π−π. Dependendo do tipo de ligação, quando há adsorção de proteína à superfície da nano-partículas forma-se uma primeira camada de adsorpção, denominada “hard corona” que pode ser mais ou menos densa, e eventualmente uma camada adicional, mais fracamente adsorvida, denominada "soft corona" (Figura 1-4). [16] A interação direta NP-proteína pode alterar a estrutura e conformação da proteína ad-sorvida perdendo a sua função biológica e podendo-se tornar tóxica.[17] Uma estratégia para preservar a estrutura e conformação da proteína, é a utilização de agentes de revesti-mento, p.ex. péptidos, pré-adsorvidos à nanopartículas, tornando a superfície mais bio-compatível.[ 5 16] Figura 1-4 Coroa de proteínas na NP. A ligação da proteína à partícula pode levar a uma série de conse-quências, nomeadamente alterações conformacionais, que podem levar a mudanças na atividade biológica, fibrilação, ou estabilização de determinada conformação. (adaptado de Yang et al. [16]). Os agentes de revestimento utilizados, são em regra, moléculas bifuncionais, em que uma das extremidades da molécula tem a função de ligação à partícula, normalmente ex-tremidades tioladas (-SH) ou aminadas (-NH2), e a outra extremidade tem a função de re-conhecimento molecular para outras moléculas específicas. Estes agentes de revestimento podem ser biomoléculas como péptidos, proteínas ou ácidos nucleicos, conferindo às partí-culas as suas propriedades biológicas No presente trabalho foram utilizados como agentes de revestimento o polímero po-livinilpirrolidona (PVP), o ácido 11-mercaptoundecanóico (11-MUA), que é um hidrocar-boneto linear bifuncional com um grupo tiol numa extremidade e um grupo carboxílico na
  • 17. outra, e um péptido, o CALNN que tem um grupo tiol no resíduo de cisteína da posição N-terminal e que ficará com o terminal carboxilato dirigido para o exterior (Figura 1-5). Para a formação de bionanoconjugados foi utilizada a enzima tirosinase (Figura 1-6) que faz parte de uma família de metaloproteínas de cobre encontradas em fungos, plantas e mamíferos, que catalisam duas reações distintas: a o-hidroxilação de monofenóis e a oxi-dação- 6 redução de o-difenóis a o-quinonas. [18] Figura 1-5 Fórmula de estrutura1 dos agentes de revestimento utilizados: PVP, 11-MUA e CALNN. 1 Ilustrações produzidas recorrendo ao software ChemBioDraw da PerkinElmer Inc.
  • 18. 7 Figura 1-6 Estrutura cristalográfica da tirosinase de Agaricus bisporus (PDB-2Y9W). 1.4 Técnicas de caracterização e análise de nanopartículas e da intera-ção destas com péptidos e proteínas 1.4.1 Espetrofotometria UV/Vis A espetrofotometria UV/vis é uma técnica que é utilizada para determinar de um modo quantitativo a concentração de substâncias em solução que absorvem radiação quan-do são expostas à luz na gama do visível e ultravioleta, segundo a lei de Lambert-Beer, equação 1, que relaciona matematicamente a absorvância, A, com a concentração, c, onde ε representa o coeficiente de extinção molar e 푙 o percurso ótico, isto é, a distância que a luz atravessa na amostra. 퐴 = 휀. 푐. 푙 (1) Ao longo de todo o trabalho experimental, as soluções coloidais de nanopartículas foram sendo caracterizadas por esta técnica, não só para determinação da concentração das partículas, mas também para verificar a formação de nanopartículas formadas durante das sínteses e verificação da estabilidade coloidal. 1.4.2 Medidas de dispersão dinâmica de luz (D.L.S.) A técnica de dispersão dinâmica de luz (D.L.S.) é uma técnica, que permite medir o raio hidrodinâmico de nanopartículas em solução. Nesta técnica a solução de nanopartícu-las é iluminada por um laser monocromático e a sua intensidade de dispersão é detetada por um dispositivo detetor de fotões com um ângulo de dispersão fixo ou variável. Devido
  • 19. ao movimento Browniano das partículas a intensidade de dispersão é dependente do tempo quando observada numa escala temporal de microsegundos. Estas flutuações são medidas usando um método de autocorrelação em que cada intensidade de dispersão num dado momento é comparada com a intensidade de dispersão noutro dado momento, um processo que se vai repetindo ao longo do tempo. Tais flutuações são relacionadas com o tamanho das partículas pela equação de Sto-kes- Einstein, equação 2, onde d(H) é o raio hidrodinâmico, D o coeficiente de difusão translacional, k a constante de Boltzman, T a temperatura absoluta e η a viscosidade. [19, 20] 8 푑 퐻 = !" !!"# (2) 1.4.3 Medidas de potencial zeta (Potencial ζ) Numa solução iónica, as nanopartículas com carga tem à sua superfície uma camada de iões de carga oposta fortemente ligada, formando uma camada denominada camada de Stern, Figura 1-7. Devido ao movimento Browniano ou a força aplicadas, as partículas mo-vem- se, e com elas há deslocamento de iões. Estes iões que se movem com as partículas formam uma camada difusa que se distingue dos restantes iões em solução. O potencial eletrostático entre estas camadas de iões que se movem com as partículas e os restantes iões em solução é chamado de potencial ζ, Figura 1-7.[21] Figura 1-7 Representação do potencial elétrico em função da distância da superfície de AuNPs (adaptado de Wikipédia [22]).
  • 20. A medição de potencial ζ é feita aplicando um campo elétrico á solução coloidal e medindo a molilidade eletroforética das partículas por D.L.S.. A determinação baseia-se na aplicação da equação de Henry (equação 3), onde UE é a mobilidade eletroforética, ε a constante dielétrica, η a viscosidade do solvente, ζ o potencial zeta e f(kR) a função de Henry.[21] 9 푈! = !!" !! 푓(푘푅) (3) São consideradas partículas fortemente catiónicas, partículas com um potencial ζ su-perior a +30 mV, neutras partículas entre -10 mV e +10 mV, e partículas fortemente anió-nicas (ouro coloidal) abaixo dos -30 mV. A medição do potencial ζ pode variar entre medições pois é sensível ao pH, tempera-tura, força iónica e agente de revestimento. [21] 1.4.4 Microscopia eletrónica de transmissão (T.E.M.) Na microscopia eletrónica transmissão um feixe de eletrões altamente energético in-cide numa amostra de espessura fina interagindo e passando através dela. Forma-se uma imagem quando o feixe transmitido é enviado através de lentes que ampliam e focam a imagem, que é depois reproduzida num ecrã fluorescente. Esta é uma técnica que permite analisar a estrutura e composição de materiais de origem não biológica (como nanopartícu-las) ou biológica.
  • 21. 10 2 Objetivos O trabalho desenvolvido teve como objetivo principal a preparação de nanopartículas de ouro com formas anisométricas (estrelas) para preparação de bioconjugados com tirosi-nase, com possível aplicação no desenvolvimento biossensores e em biorremediação. Mais especificamente pretendeu-se sintetizar nanopartículas metálicas como suspen-sões coloidais, com posterior funcionalização das mesmas com agentes adequados, adap-tando métodos publicados ou métodos já desenvolvidos neste grupo de investigação, e também, estudar a adsorção da tirosinase às nanopartículas funcionalizadas, utilizando me-dições de potencial ζ.
  • 22. 11 3 Materiais e Métodos 3.1 Reagentes e Solventes Todo o material de vidro utilizado no decorrer do trabalho experimental foi pré-lavado com Aqua Régia, uma mistura de ácido clorídrico com ácido nítrico concentrado, numa proporção de 3:1. Ao longo do trabalho experimental, foi utilizada, para a produção de soluções e enxaguamento de material, água ultra pura Milli-Q2 (18,2 MΩ.cm). Também foi utilizado, ao longo de todo o trabalho experimental, etanol (CH3CH2OH) absoluto (99,5%) da Panreac, previamente filtrado por um filtro para seringa com membrana de po-li( difluorovinidileno) (PVDF) com uma porosidade de 0,2 μm. As soluções utilizadas na síntese de AuNPs foram preparadas utilizando ácido te-tracloroáurico (III) (HAuCl4, solução a 30% (p:p) em HCl, 99,99% puro, Sigma-Aldrich). Na síntese de AuNPs pelo método da redução do citrato, utilizou-se citrato de sódio di-hidratado (Na3Cit) da Merck (p.a.). Na síntese de AuNSs pelo método de Liz-Marzán, uti-lizou- se N,N-dimetilformamida (HCON(CH3)2) da Merck. No processo de funcionalização de AuNPs e na síntese de AuNSs foi utilizado poli-vinilpirrolidona (PVP) (10000 MM) da Sigma-Aldrich. Para a funcionalização das AuNSs foram utilizados dois agentes de revestimento, o ácido 11-mercaptoundecanóico (11-MUA) (grau de pureza de 95%) da Sigma-Aldrich, e um péptido, o CALNN (ASLO Laboratory ApS, Dinamarca). Para o estudo da estabilidade coloidal das nanopartículas utilizou-se ácido clorídico (HCl) da Sigma-Aldrich, hidróxido de sódio (NaOH) da Pronolab (p.a.) e cloreto de potás-sio (KCl) da Merck (p.a.). A enzima, utilizada na adsorção às AuNSs foi a tirosinase (TYR) de cogumelo da Si-gma- Aldrich. A enzima foi mantida em tampão fosfato, 100 mM, isento de cloretos (Cl-) pH 6,5 a 3 °C. 2 Purificada no Laboratório de Química-Física desta Faculdade
  • 23. 12 3.2 Instrumentação Na pesagem dos compostos utilizou-se uma balança analítica Kern ABS 120- 4 (±2x10-5 g) e uma balança semi-analítica Kern EMB 600-2 (± 1x10-2 g). Na medição dos espetros de UV/vis recorreu-se a um espetrofotómetro UV/Vis de feixe simples Vary Cary 50 Bio, utilizando uma célula de quartzo da Starna com um passo ótico de 1 cm, no intervalo de 200-1000 nm de comprimento de onda. As centrifugações das amostras, quando necessário, foram realizadas numa centrífu-ga SIGMA 2-16K, utilizando dois rotores, um para tubos de falcon e outro para tubos ep-pendorff, ver Tabela 3-I. Tabela 3-I Características dos rotores utilizados. Rotor 19776H (SIGMA) Rotor 12154H (SIGMA) Raiomáx 9,3 cm 8,2 cm Raiomin 3,1 cm 5,0 cm Ângulo 25º 45º RPMmáx 14000 rpm/min 26000 rpm/min RFCmáx 20379 g 61973 g Sempre que foi necessário realizar centrifugações iguais mas em rotores diferentes ou equipamentos diferentes, analisou-se o tempo de centrifugação requerido para sedimen-tar o mesmo material, quando a amostra é submetida a uma dada frequência de rotação.[23] Assim sendo, o cálculo do tempo de sedimentação de uma partícula é calcula-do integrando a equação 4, 휈! = !" !" (4) onde t define a velocidade terminal e r é uma coordenada medida sobre a trajetória da par-tícula ao longo do eixo do tubo. Sabendo que a aceleração radial pode ser calculada por ω2r e considerando partículas esféricas, obtemos a equação 5, através da qual podemos deter-minar, por comparação o novo tempo requerido.[23]
  • 24. 13 푡 = ! ! 휂 ! !!(!!!!)!! 푙푛 !"#$!á! !"#$!"# (5) A medição de potencial ζ, da polidispersão e/ou formação de agregados e do tama-nho das partículas, foi realizada através do equipamento Zeta Sizer ZS da Malvern Intru-mentsTM, com um laser de 4 mW de He-Ne (633 nm) com um ângulo de dispersão fixo de 173º. A medição de potencial ζ ou de tamanho hidrodinâmico de cada amostra corresponde à média de três medições consecutivas com um intervalo de 5 segundos, limitando a volta-gem do equipamento a 50 mV. As imagens de microscopia eletrónica (T.E.M.) foram obtidas num microscópio HI-TACHI H-81003. A análise das imagens obtidas foi realizada através do ImageJ4 e R5. Para os estudos de estabilidade coloidal das AuNSs foi utilizado o espetrofotómetro já referido e um potenciómetro Crison pH-meter BASIC 20+ com um elétrodo combinado de vidro Crison (5208). 3.3 Procedimentos laboratoriais 3.3.1 Síntese de núcleos de crescimento (seeds) de ouro A síntese de AuNPs (esféricas) foi efetuada segundo o método da redução do citra-to.[ 12] Para tal, mediu-se 125 mL de água Milli-Q para um balão de três tubuladuras, à qual se adicionou 86,4 μL da solução stock de HAuCl4 (1,445 M), e uma barra magnética para agitação. Colocou-se o balão mergulhado num banho de parafina e procedeu-se à montagem do dispositivo de refluxo. Ligou-se a placa de aquecimento a aproximadamente 130 °C e esperou-se que a solução entrasse em ebulição. Após a solução se encontrar em ebulição adicionou-se rapidamente, uma solução aquosa de citrato de sódio (12,5 mL de H2O + 0,142 g de citrato de sódio). No momento da adição, a mistura das duas soluções adquiriu uma cor negra passando depois para uma cor vermelha. Deixou-se reagir durante 15 minutos e deixou-se arrefecer à temperatura ambiente. 3 Propriedade do Departamento de Engenharia dos Materiais do Instituto Superior Técnico de Lisboa. 4 Software de Análise e tratamento de imagem (http://rsbweb.nih.gov/ij). 5 Software de estatística computacional e gráfica (http://www.r-project.org).
  • 25. 14 3.3.2 Funcionalização de AuNPs com PVP A funcionalização de AuNPs foi feita segundo o método de Liz-Marzán [13], no qual se adiciona uma quantidade de PVP de aproximadamente 60 moléculas do polímero por nm2 de área superficial de partícula. Deste modo, calculou-se a área superficial total das nanopartículas de ouro da solu-ção coloidal. Para tal, foi necessário calcular a área superficial e o volume de cada partícu-la, bem como a concentração de partículas. Para calcular a área superficial e o volume de cada partícula recorreu-se às equações 6 e 7. O raio utilizado nestas equações foi calculado através do diâmetro médio das partí-culas. Este diâmetro foi, por sua vez, obtido atendendo à razão entre a absorvância da ban-da plasmónica e a absorvância a 450 nm das partículas, equação 8.[24] 퐴!"#!$% = 4휋푟! (6) 푉!"#!$% = ! ! 휋푟! (7) 푑 = 푒 !"#!"# !"#!"!!" !!,!"#$ !,!!!" (8) A concentração de AuNPs foi calculada pela razão entre a quantidade total de Au da solução (que corresponde à quantidade de Au inicial) e a quantidade de Au que existe em cada partícula, equação 9, onde 퐴푢 ! é calculada pela equação 10. O cálculo de 푛!"/!" é feito pela equação 11, onde 푉!" é o volume da partícula (equação 7), 휌!" corresponde à massa específica de Au e 푀푀!" corresponde à massa molar de Au. 퐴푢푁푃푠 = !" !×!!"#"!"#$ !!"/!" (9) 퐴푢 ! = !"#!""!"×!,!×!"!!! !,! (10) 푛!"/!" = !!"×!!" !!!" (11)
  • 26. Sabendo então a concentração total de AuNPs e a área superficial de cada partícula, a multiplicação deste dois valores representa a área superficial total de ouro da solução. Nes-te ponto, calculou-se a quantidade de PVP necessária para a funcionalização das partículas (60 moléculas de PVP por nm2), equação 12. 15 푛!"! = !!"!#$ !" !"#$%×!!"!×!"!"#é!"#$% !" !"! !,!""×!"!" ×푀푀!"! (12) Tendo, então, sido calculada a quantidade de PVP a adicionar à solução coloidal de AuNPs, procedeu-se à dissolução da quantidade referida de PVP em 5 mL de H2O e adici-onou- se, gota a gota, a solução preparada à solução coloidal de AuNPs em agitação vigo-rosa. Após duas horas em agitação vigorosa, deixou-se a funcionalização decorrer durante a noite em agitação moderada. 3.3.3 Síntese de AuNSs A síntese de AuNSs foi feita segundo o método de síntese de Liz-Marzán. [13, 14] Centrifugaram-se diferencialmente AuNPs preparadas como foi descrito na secção anterior, ressuspendendo o sedimento em 3 mL de etanol absoluto filtrado, de modo a ob-ter diferentes soluções de AuNPs homogéneas, cada uma com tamanhos médios de partícu-las diferentes. Dissolveu-se 1,5 g de PVP em 15 mL de DMF, com ultra-sons. De seguida, em agi-tação vigorosa, adicionaram-se 82 μL de solução de HAuCl4 50 mM, e esperaram-se 2 a 3 minutos antes de se adicionarem as AuNPs preparadas anteriormente. Após a adição destes núcleos de crescimento (seeds) deixou-se o sistema em agitação vigorosa até não ocorre-rem mais mudanças de cor. Deixou-se reagir durante a noite, sem agitação e ao abrigo da luz. Caracterizou-se a solução coloidal de AuNSs espetrofotometricamente, tendo-se usado para a obtenção da linha de base uma solução de DMF/PVP idêntica à da síntese. A quantidade de seeds adicionada depende do tamanho das estrelas que quisermos obter, dado que quanto menor o rácio 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#!, menor será o tamanho das es-trelas. O volume de solução de seeds adicionado foi calculado pela equação 13, onde 퐻퐴푢퐶푙! !"#$% é calculada tendo em conta o volume de solução de HAuCl4 (50 mM) adi-cionado e o volume de DMF e 퐴푢 !""#! é calculada segundo a equação 10.
  • 27. 16 푉!""#! = !á!"# !"#$%! !"#$% ×!!"# !" !""#! (13) 3.3.4 Centrifugação das AuNSs Foram realizadas duas séries de centrifugações das AuNSs, ambas a 10000 rpm du-rante 20 minutos (a 20 °C) no rotor 19776H. Sempre que foi necessário a utilização de um equipamento diferente, recorreu-se à equação 5 para calcular o novo tempo requerido. O sobrenadante da amostra centrifugada, foi desprezado e o sedimento foi ressus-pendido em etanol absoluto filtrado, na primeira série, e em água Milli-Q na segunda série. 3.3.5 Determinação da concentração e da área superficial das AuNSs Foi necessário fazer uma estimativa da concentração e da área superficial das AuNSs para o seu processo de funcionalização. Para tal foi necessário assumir duas premissas: 1. A reação de síntese de AuNSs é completa, isto é, não se formam novas par-tículas, nem as partículas existentes são destruídas. Assim o número de es-trelas na solução será igual ao numero de seeds adicionado. 2. O ouro adicionado para a formação das pontas das estrelas (tips) é comple-tamente reduzido e distribui-se igualmente por todas as partículas. Deste modo, a concentração de AuNSs em DMF, é igual à concentração de seeds que são adicionadas durante a síntese. Dado que durante as centrifugações há perda de material, utilizou-se este pressuposto para calcular o coeficiente de extinção molar a 400 nm das AuNSs obtidas directamente da síntese e determinou-se a concentração das soluções de AuNSs após centrifugação medição de absorvância a 400 nm. Partindo da segunda premissa calculou-se a quantidade de ouro que se deposita em cada partícula para a formação das tips, dividindo as moles de ouro adicionadas pelas mo-les de seeds. Sabendo a quantidade de ouro que cada AuNS tem, dividiu-se essa quantidade pela quantidade de ouro total existente na solução, que se obtém atendendo à absorvância a 400 nm, ver equação 8. Estes cálculos foram repetidos a cada centrifugação. Para calcular a área superficial das estrelas assumiu-se, hipoteticamente, que o cres-cimento é esférico. Este cálculo dá-nos uma aproximação de uma área entre o núcleo da partícula e a área superficial real da partícula.
  • 28. ! é o Assim, recorreu-se à equação 14 [6] para calcular o raio da partícula, onde 푟!"#$ ! é o volume da seed, 푚!" é a massa de ouro adicionada para o 17 volume da partícula, 푟!""# crescimento das tips, 휌!" é a massa específica do outro e 푛!""#! é a quantidade de seeds adicionadas. Tendo a aproximação do raio da partícula, através da equação 4, obtemos uma aproximação da sua área superficial. ! = 푟!""# 푟!!"# ! + 3 4 !!" !!!"!!""#! (14) 3.3.6 Funcionalização de AuNSs com o péptido CALNN e MUA As estrelas foram funcionalizadas com 4 a 6 moléculas de agente de revestimento por nm2 de área superficial. Após o cálculo da quantidade necessária de agente de revesti-mento para funcionalizar a solução coloidal de AuNSs, prepararam-se as respetivas solu-ções dos agentes de revestimento: o CALNN e 11-MUA. As soluções de CALNN foram preparadas através de diluições de uma solução stock com uma concentração de 4,68 mM. As soluções de 11-MUA foram também preparadas através de diluições de uma solução previamente preparada com uma concentração de 10 mM. Adicionaram-se diferentes volumes das soluções de CALNN e 11-MUA, às partícu-las e deixaram-se reagir durante a noite. As soluções coloidais de AuNSs resultantes foram caracterizadas espetrocfotometricamente, e foram feitas medições de potencial ζ. As dife-rentes concentrações de agentes de revestimento que se adicionaram às partículas encon-tram- se na secção de resultados. 3.3.7 Formação dos bionanoconjugados com tirosinase A formação de bionanoconjugados ocorre pela adsorção da enzima à superfície da partícula após esta ser previamente funcionalizada com péptido. Neste projeto a enzima que foi utilizada foi a tirosinase (TYR). Os estudos de adsorção da enzima às partículas foram feitos realizando uma isotér-mica de Langmuir, na qual se avalia a o ponto de saturação de ligação da enzima à partícu-la. Foram adicionadas às partículas diferentes concentrações de enzimas acima e abaixo de uma valor de referência.
  • 29. Esse valor de referência foi estimado dividindo a maior área seccional da enzima pe-la área superficial da partícula, ou seja, calculando a quantidade máxima de enzima que se conseguiria adsorver à superfície da partícula. Preparou-se, então, uma solução de TYR em tampão fosfato (isento de cloreto) a par-tir da diluição de uma solução stock com uma concentração de 20,8 μM. Adicionaram-se diferentes volumes da solução de TYR às partículas, deixaram-se incubar durante a noite à temperatura ambiente. As soluções coloidais resultantes foram caracterizadas espetrofotometricamente e foram feitas medições de potencial ζ e tamanho hidrodinâmico. Os detalhes dos volumes e da concentração das soluções estão especifica-dos 18 na secção de resultados. 3.3.8 Caracterização das nanopartículas 3.3.8.1 Espetrofotometria de UV/Vis Os ensaios foram realizados em células de quartzo, numa gama de comprimento de onda entre os 200 nm e os 1000 nm. 3.3.8.2 Medições de potencial ζ Transferiu-se lentamente para uma célula apropriada para medições ζ (poliestireno com eléctrodos metálicos, Malvern) 0,7 mL de AuNPs, de forma a garantir que a amostra não contivesse bolhas de ar e que os elétrodos estivessem completamente imersos. Colo-cou- se a célula no compartimento do Zeta Sizer Nano ZS, e ajustou-se, para cada medição, a voltagem (fixada a 50 mV), o número de medições e a temperatura. 3.3.8.3 Medições de tamanho hidrodinâmico Transferiu-se para uma célula descartável apropriada para medições de tamanho hi-drodinâmico (plástico, Malvern) 1 mL de AuNPs. Colocou-se a célula no compartimento do Zeta Sizer Nano ZS, e ajustou-se, para cada medição, o número de medições e a tempe-ratura.
  • 30. 19 3.3.8.4 Microscopia Eletrónica (T.E.M.) Na preparação de amostras para T.E.M. depositou-se cerca de 10 μL de AuNPs nu-ma rede de cobre revestida com carbono/”formvar” de 200 mesh de TAAB, deixando-se secar ao ar, à temperatura ambiente, tendo sempre o cuidado de proteger a amostra de quaisquer contaminantes. A observação das amostras no microscópio eletrónico ficou ao cuidado do Doutor Pedro Quaresma. 3.3.9 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs Foram feitos estudos de estabilidade coloidal para as AuNSs em função da variação do pH e da variação da concentração iónica, esta última através da variação da concentra-ção de cloreto de sódio (NaCl). Para os estudos da estabilidade em função da variação do pH, prepararam-se várias alíquotas de 2 mL de AuNSs e adicionaram-se diferentes volumes de HCl e NaOH, sob agitação magnética, de forma a obter uma gama de pH compreendida entre 3 e 10. Três minutos após o pH da solução estabilizar, esta foi caracterizada espetrofotometricamente. Para os estudos da estabilidade em função da variação da concentração de cloreto de sódio, prepararam-se várias alíquotas de 2 mL de AuNSs , adicionou-se solução de NaCl para obter diferentes concentrações deste sal e, três minutos após a adição, as soluções fo-ram caracterizadas espetrofotometricamente. Os detalhes das concentrações de sal adicio-nadas encontram-se na secção de resultados.
  • 31. 4 Resultados 4.1 Síntese e funcionalização de AuNPs esféricas pelo método da redu-ção 20 do citrato Foi utilizado o método de Turkevich [12], o método mais simples e vulgar, para sin-tetizar AuNPs com baixa dispersão de tamanho. Este método consiste na redução do sal de Au+3 a Au0 (ouro metálico) pelo citrato de sódio, usando água como solvente. Através da análise espetrofotométrica da amostra da solução de AuNPs que foi sinte-tizada, Figura 4-1, observamos uma banda plasmónica bem definida a 520 nm, tal como se-ria de esperar.[6] Além disso, pudemos também verificar que a banda plasmónica é bastan-te estreita, o que é indicativo que a solução contém uma dispersão de tamanhos bastante reduzida, isto é, é homogénea e bem estabilizada pelo agente de revestimento. Estimou-se um diâmetro das AuNPs de 14,3 nm pelo método de Haiss [24], a partir da razão 퐴!"#!" 퐴!"#, ver secção 3.3.2,. A concentração das partículas estimada, tal co-mo está descrito na mesma secção, foi de 6,2 x 10-9 M. Pelas imagens de T.E.M da solução, Figura 4-1, verificou-se que as partículas exibem uma forma esférica e, através do tratamento estatístico das imagens, obteve-se um valor do diâmetro médio das partículas de 13,7 ± 1,5 nm, que está de acordo com o calculado a par-tir da razão 퐴!"#!" 퐴!"#. As medições de D.L.S., indicaram que o raio hidrodinâmico das AuNPs é de 16,0 ± 3,6 nm com um potencial ζ de -45 ± 19 mV, um valor concordante com o apresentado na literatura.[25] Na Tabela 4-I apresentam-se os resultados da caracterização das AuNPs obtidas diretamente da síntese e após funcionalização com PVP. Tabela 4-I Comparação do dimâmetro médio das AuNPs antes e após a funcionalização com PVP obtidos por três técnicas diferentes. 퐴!"#!" 퐴!"# T.E.M D.L.S. AuNPs 14,3 nm 13,7 ± 1,5 nm 16,0 ± 3,6 nm AuNPs + PVP 19,1 nm - 18,7 ± 1,4 nm
  • 32. Figura 4-1 A - espetro de extinção da solução de AuNPs sintetizada pelo método da redução do citrato antes e após a funcionalização com o PVP; B- espetro de extinção das seeds, em etanol, após 1 a 4 centrifugações, normalizado ao máximo de absorção; C - imagem obtida por T.E.M. da solução de AuNPs antes da funcionalização com PVP e respetiva análise estatística do tamanho das partículas. 21 4.2 Funcionalização das esferas com o PVP Após a funcionalização das partículas com PVP, a análise espetrofotométrica revelou uma pequena diminuição na absorvância, Figura 4-1. Esta diferença está certamente relacio-nada com a mudança do agente de revestimento, de citrato para PVP, que provoca uma al-teração do índice de refração. O diâmetro das partículas medido por D.L.S. foi de 18,7 ± 1,4 nm, ver Tabela 4-I. Este aumento do diâmetro da partícula é expectável, já que o PVP é um polímero de grandes dimensões, relativamente ao citrato. No que diz respeito ao potencial ζ obteve-se um valor de –37,2 ± 13 mV. Este valor é significativamente menor do que o obtido para as partículas revestidas com citrato, o que está de acordo com o facto do agente de revestimento ser neutro.
  • 33. 22 4.3 Síntese de núcleos de crescimento de ouro Apesar da solução de AuNPs ser bastante homogénea, existem em solução partículas de diferentes tamanhos, que variam aproximadamente entre os 15 e 20 nm. Para se obte-rem suspensões de partículas mais homogéneas, foram realizadas séries de centrifugações diferenciais, com o mesmo tempo de rotação, mas com crescentes forças centrípetas, tal como está descrito na Tabela 4-II. Os espetros das solução obtidas destas centrifugações en-contram- se na Figura 4-2. Apresentam-se também, na Tabela 4-II os resultados corresponden-tes à caracterização de cada uma das soluções coloidais obtidas na centrifugação diferenci-al. Apresentam-se também os tamanhos pelo método de Haiss [24]. Embora este método não seja diretamente aplicável a partículas revestidas com PVP, dado que foi desenvolvido para partículas revestidas de citrato, verificou-se apenas pequenas alterações no espetro das partículas originais após mudança do agente de revestimento, pelo que é legítimo utilizar a mesma metodologia para estimar o tamanho das partículas revestidas com PVP, embora seja de esperar que estes diâmetros estejam afetados de um maior erro. Figura 4-2 A- espetro de extinção de solução das seeds, em etanol, após sofrerem as respetivas centrifugações; B - espetro de extinção das AuNSs, em etanol, sintetizadas com as seeds diferenciais.
  • 34. Centrifugação 1 2 3 4 RPM 5000 7000 10000 12000 Tempo / min 20 20 20 20 Banda Plasmónica 526,0 524,0 522,9 524,0 Diâmetro médio / nm 19,3 18,9 17,9 15,9 23 Tabela 4-II Descrição das centrifugações diferenciais das AuNPs. 4.4 Síntese de AuNSs Foram sintetizadas amostras de 7 mL de AuNSs com um rácio 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#! de 9, ver secção 3.3.3, com as AuNPs de diferentes tamanhos obtidas através das centrifugações diferenciais, descritas na subsecção anterior. O espetro de UV/vis das amostras de AuNSs representados na Figura 4-2, apresentam duas bandas típicas de AuNSs: uma próxima dos 550 nm, que corresponde à banda de absorção do núcleo da partícula, e outra compreendida entre 650 e 700 nm que corresponde à banda de absorção das tips. Verificou-se também que as AuNSs sintetizadas com seeds de tamanhos diferentes apresentam a banda correspondente ao núcleo a comprimentos de onda semelhantes, mas desvios significativos da banda correspondente às tips. Rodríguez-Oliveros et al. [2] relacionaram o comprimento de onda da banda plasmónica com o número de tips das estrelas, Figura 4-3, concluindo que a banda plasmónica sofre um desvio para comprimentos de onda maiores com o aumento do número e razão de aspeto das tips. Comparando os seus resultados e a observação do espetro obtido, Figura 4-2 e das imagens de T.E.M., Figura 4-5, podemos inferir que as AuNSs sintetizadas tem 5 a 6 tips no plano Π. Como a amostra sintetizada com as seeds da centrigugação 3, seeds com um diâmetro aproximado a 18 nm, foi a que apresentou uma melhor separação entre a banda do núcleo e a banda das tips, a continuação do trabalho experiemental foi baseado na reprodução dessas seeds. O passo seguinte foi, com as seeds da centrifugação 3, sintetizar amostras de AuNSs com rácios 퐻퐴푢퐶푙! 퐴푢 !""#! de 11 e 15 e compará-las com a amostra de rácio 9. A caracterização espetrofotométrica e de T.E.M. destas amostras encontra-se na Figura 4-2 e 4- 5 respetivamente.
  • 35. Figura 4-3 Representação esquemática da uma AuNS de 4 tips no plano 횷 e 2 tips no plano 횺, e espetro de electromagnetic field distribution on the surface of the nanostars at the LSPRs, from which the absorption cross section is worked out, as needed to determine the steady-state temperature of a metallic NP. 2. LSPRs of gold nanostars Let us consider a NS whose geometrical shape is described as a deformable parametric surface called Supershape [20], which depends on certain parameters that basically modify the sphere formula in spherical coordinates. Particularly, we fix a configuration of parameters that allow us to change the number of tips in a star-like volume, preserving its shape. In order not to introduce too much complexity in the system under study, we only vary the number of tips in the plane ! (see Fig. 1(a)) from n = 1 to n = 6. In the perpendicular plane ", the symmetry of the number of star tips is kept constant in such a way that two opposing tips, one pointing upwards and the other one downwards. We will refer to the nanostar with n tips in the plane ! as Sn. Such star-like shapes indeed closely resemble those of fabricated colloidal NSs [13]. AuNSs Calculado T.E.M Rácio 9 38,8 nm 36,1 ± 6,05 nm Rácio 11 41,2 nm 39,7 ± 5,30 nm Rácio 15 45,3 nm 47,6 ± 9,09 nm In Fig. 1(b) the absorption cross section is plotted for NSs made of gold described by the dielectric constant reported in reference [21]. The incident field is a plane wave impinging from the bottom, its plane of incidence being the plane ", Fig. 1(a). NSs have arms 40 nm long, and increasing number of tips. The LSPRs for Au-NSs are red-shifted when the number of tips in the plane ! increases from S1 to S6: #LSP (nm)=521, 548, 560, 587, 628, 688, respectively. In Fig. 2(a-f) we have plotted the norm of the surface electric field (SF) of the NSs in logarithmic scale. As a general result, the SF is accumulated on the vertex of the NSs, thereby providing large field enhancements, about |E|2 ! 104. Incidentally, these values make nanostars suitable for SERS applications [11, 13]. Essentially, such SF patterns results from the dipolar character on the plane ! of the corresponding lowest-energy LSPR. In addition, SF enhancements at the LSPR grow for increasing number of tips from S1 to S6, in agreement also with the absorption cross section in Fig. 1(b), that shows the same trend from S1 to S6; except for S2, which has an absorption cross section and SF slightly larger than expected, presumably due to its 2-tip symmetry along the polarization axis, specially suited to match the dipolar LSPR pattern. In this regard, the NS asymmetry on the plane " along the polarization axis reduces its quality as dipole-like resonant cavity. 3. Temperature profile of optically heated gold nanostars From the point of view of the applicability for thermal therapy, such large absorption cross sections make Au NSs good candidates to be used as heat sources. 24 Fig. 1. (a) Schematic representation of a 4-fold nanostar, with two relevant symmetry planes: the plane extinção ! where de AuNSs the number com of diferentes tips is varied números and the de polarization tips. plane ". (b) Absorption cross sections for Au nanostars with different number of tips from S1 to S6, along with that for the equivalent Au nanosphere. Pelas imagens de T.E.M. observou-se que as diferentes suspensões tem uma boa dispersão de tamanho e que o diâmetro médio das partículas corresponde ao calculado através da equação 11 descrita na secção 3.3.5, Tabela 4-III. Tabela 4-III Comparação do diâmetro calculado com o obtido por T.E.M das AuNSs sintetizadas com diferentes rácios. Comparando estas amostras, selecionaram-se as AuNSs de rácio 15, dado que apre-sentam uma maior separação entre a banda do núcleo e a banda das tips (Figura 4‑2-B), para continuar o trabalho experimental. Deste modo, procedeu-se à síntese de um stock de AuNSs. Após a síntese de 120 mL de AuNSs de rácio 15, voltou-se a caracterizar a solu-ção coloidal espetrofotometricamente e por T.E.M., Figura 4‑4 e 4-5-D respetivamente. O diâmetro médio esperado para as particulas foi de 45,3 nm, um tamanho que não difere muito do tamanho obtido por análise de imagens de T.E.M. que foi de 50,2 ± 8,5 nm. A funcionalização das AuNSs em solução aquosa implica a lavagem do DMF, ver secção 3.3.4. Após cada lavagem, caracterizou-se espetrofotometricamente a solução para determinar a sua concentração de partículas, ver secção 3.3.5. 86' 5HFHLYHG6HSUHYLVHG'HFDFFHSWHG'HFSXEOLVKHG'HF (C) 2012 OSA 2 January 2012 / Vol. 20, No. 1 / OPTICS EXPRESS 623
  • 36. Pela observação do espetro da Figura 4‑4, calculou-se que houve uma perda de partí-culas, cerca de 14%, durante a lavagem de DMF para etanol, e uma perca de cerca de 16 % durante a lavagem de etanol para água. Observa-se pela figura que para diferentes solven-tes há desvios da banda plasmónica, facto que se poderá dever ao diferentes índice de re-fração para cada solvente. As concentrações das soluções após cada lavagem, apresentam-se 25 na Tabela 4-IV. Tabela 4-IV Concentração do stock de 120 mL AuNSs antes e após as centrifugações. 1ª centrifugação 2ª centrifugação Solvente DMF Etanol H2O milli-Q [AuNP’s] / nM 8,33x10-2 7,15x10-2 6,97x10-2 AuNSs (DMF) AuNSs (Etanol) AuNSs (Água) 395 400 405 410 0.25 0.245 0.24 0.235 400 500 600 700 800 900 1000 (nm) 0.8 0.6 0.4 0.2 0 Abs Figura 4-4 Espetro de extinção das amostras do stock de 120 mL de AuNSs em DMF, etanol e água.
  • 37. Figura 4-5 Imagens de T.E.M. e análise estatística do diâmetro médio das soluções de AuNSs sintetizadas a partir de seeds com 18 nm de diâmetro. A - 7 mL de AuNSs de rácio 9; B - 7 mL de AuNSs de rácio 11; C - 7 mL de AuNSs de rácio 15; D - 120 mL de AuNSs de rácio 15. 26
  • 38. 27 4.5 Estudo da estabilidade coloidal das AuNSs O propósito do estudo da estabilidade coloidal de AuNSs foi de perceber quais os li-mites de pH e concentração de NaCl aos quais as AuNSs são estáveis em solução. Por ou-tro lado, as partículas funcionalizadas são mais sensíveis a variações de pH e de força ióni-ca, e portanto a alteração destes parâmetros, na gama em que as partículas sem funcionali-zação são estáveis, permite de uma forma qualitativa avaliar se a funcionalização ocorreu. No estudo do efeito do pH na solução de AuNSs, para uma gama de pH entre 3 e 10 verificou-se por espetrofotometria de UV/vis, Figura 4-6-A, que as alterações da banda plasmónica não são significativas, podendo-se inferir que dentro desta gama de pH as AuNSs são muito estáveis. As pequenas diferenças no deslocamentos das bandas poderá ser efeito da alteração do índice de refração, à medida que se altera o pH da solução. No estudo do efeito da variação da concentração iónica seria de esperar que, com o aumento da concentração de NaCl, o estado de agregação aumentasse, mas tal não foi veri-ficado. Pela observação dos espetros, Figura 4-6-B, deparamo-nos com resultados anómalos. Estudos simultâneos feitos pela Mestre Leonor Soares indicam que o aumento da concen-tração de NaCl promove uma destruição das tips das AuNSs. As imagens T.E.M., realiza-das pela própria, revelam partículas com formas mais arredondadas à medida que se adici-ona sal às AuNSs. 4.6 Funcionalização das AuNSs De forma a averiguar se as AuNSs são passíveis de serem funcionalizadas com agen-tes de revestimento tiolados, foram conduzidos testes nos quais se funcionalizaram AuNSs com dois agentes de revestimento diferentes: o péptico CALNN e o polímero 11-MUA. Sabendo de antemão a concentração, volume e área superficial das partículas, e adi-cionando cerca de 6 ligandos por nm2 de área superficial, a concentração de agente de re-vestimento numa amostra de 1,5 mL de partículas é 4,0 nM, ver secção 3.3.6. O potencial ζ das amostras antes, após e 6 dias depois da funcionalização com os agentes de revestimento encontram-se na Tabela 4-V e na Figura 4-7, onde também se encon-tra o espetro UV/vis das amostras.
  • 39. Figura 4-6 Espetros de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs após a variação com o pH (A) e com a força iónica (B). Imagens de T.E.M.6 de AuNs sem adição de NaCl (C), com 0,5M de NaCl (D) e 3M de NaCl (E). 28 6 Imagens T.E.M. cedidas gentilmente pela Mestre Leonor Soares.
  • 40. Figura 4-7 A – espetro de extinção de aliquotas de 1,5 mL de AuNSs funcionalizadas com CALNN e 11- MUA antes e após a diminuição do pH; B – espetro de extinção da solução stock de 120 mL de AuNSs funcionalizadas antes e após a diminuição do pH; distribuição do potencial ζ das AuNSs funcionalizadas com o CALNN logo após a funcionalização (C e D) e 6 dias depois (E e F), com o 11-MUA (G e H) e da funcionalização de 10 mL de AuNSs com CALNN (I e J). 29
  • 41. 30 Tabela 4-V Medições de Potencial ζ das AuNSs antes e após a funcionalização. Para além de se verificar que houve funcionalização através da alteração do potencial ζ, já que este sofreu um aumento, diminuiu-se o pH das amostras e caracterizaram-se espe-trofotometricamente. Ao diminuir o pH ocorre uma protonação do agente de revestimento que leva à agregação das partículas, Figura 4-7(A). A agregação de AuNSs é visível no espe-tro UV/Vis quando há um aumento da absorvância a comprimentos de onda superiores ao comprimento de onda da banda correspondente às tips, um fenómeno que é devido ao aco-plamento das plasmónicas de superfície. Assim, pudemos confirmar que houve funcionali-zação. A fase que se seguiu no trabalho experimental, foi a reprodução da funcionalização das AuNSs numa escala maior, isto é, procedeu-se à funcionalização de 10 mL de AuNSs. A caracterização espetrofotométrica e de potencial ζ encontra-se na Figura 4-7(I-J) e na Tabe-la 4-V. Relativamente ao potencial ζ verificou-se que este se alterou (aumentou), mas rela-tivamente ao espetro de absorção após a dimimuição do pH não se verifica grandes altera-ções, apenas um pequeno desvio. Estes resultados não invalidam que ocorra funcionaliza-ção, mas poderão querer dizer que o processo de agregação não segue uma padrão linear à medida que se aumenta a escala de funcionalização, ou que durante o processo de funcio-nalização a homogeneidade do péptido na solução de AuNSs seja menor a uma escala maior. CALNN 1 CALNN 2 MUA 1 MUA 2 Potencial ζ inicial / mV - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 - 40,00 ± 19,0 Potencial ζ após / mV - 33,03 ± 24,9 - 19,87 ± 29,6 - 9,00 ± 10 - 10,93 ± 10,7 Potencial ζ (6 dias) / mV - 15,67 ± 12,2 - 21,97 ± 21,8 - - Potencial ζ 10 mL / mV - 33,47 ± 26,8 - 29,13 ± 30,4 - -
  • 42. 31 4.7 Formação de bionanoconjugados de tirosinase Para a formação dos bionanoconjugados com tirosinase, calculou-se, como descrito na secção 3.3.7, uma aproximação do valor máximo de enzima que se liga a cada partícula: 194 unidades enzimáticas por AuNSs, ou seja, aproximadamente 1,6 ng de enzima por ml de solução de AuNSs. Como também está descrito nessa mesma secção, foram preparadas várias alíquotas de AuNSs em que se adicionaram concentrações de enzima acima e abaixo do valor calculado, Tabela 4-VI. Os resultados das medições de potencial ζ e de D.L.S. en-contram- se também descritos na Tabela 4-VI e no gráfico da Figura 4-8. A caracterização es-petrofotométrica também foi realizada, e os seus resultados encontra-se na Figura 4-9. Os resultados obtidos não foram os resultados esperados. Esperava-se que o potenci-al ζ fosse aumentando com o aumento da concentração de enzima até atingir um ponto de saturação de ligação à partícula. Relativamente às medições de D.L.S., os resultados também não foram os esperados, já que era esperado um aumento do raio hidrodinâmico da partícula à medida que mais en-zima se liga à partícula. Destes resultados pode-se presumir que há ocorrência de alguma agregação, pois a amostra 1, sem adição de enzima, revela um diâmetro médio aproxima-damente o dobro do diâmetro médio das AuNSs. No que diz respeito ao resultados espetrofotométricos, embora revelem ligeiras alte-rações, sem ocorrer agregação das partículas, estes parecer ser também inconclusivos. Tabela 4-VI Resultados do potencial ζ e de D.L.S. de soluções de AuNSs com diferentes concentrações de enzima. 1 2 3 4 5 6 7 8 AuNPs / mL 1 1 1 1 1 1 1 1 VTYR / μL 0 13 33 44 65 131 327 600 Vtampão / μL 400 400 400 400 400 400 400 400 푉!!!/ μL 600 587 567 556 535 469 273 0 overnight Potencial ζ / mV - 21,3 ± 25 - 12 ± 14,9 - 10,2 ± 19,6 - 14,6 ± 20,3 - 15,5 ± 17,5 - 15,8 ± 16,9 - 15,7 ± 21,8 - 18,6 ± 21,2 Diâmetro / nm 86,3 ± 0,51 37, 1 ± 0,51 67,5 ± 0,51 37,5 ± 0,51 34,2 ± 0,58 81,91 ± 0,47 66,2 ± 0,60 88,6 ± 0,44
  • 43. 0 100 200 300 400 500 600 TYR (μL) 0 -5 -10 -15 -20 -25 Potencial % (mV) 100 80 60 40 20 Figura 4-8 Representação gráfica do potencial ζ e do diâmetro médio das partículas em função da quantida-de de enzima adicionada. 32 0.4 0.3 0.2 0.1 Figura 4-9 Espetro de extinção das AuNSs em função da quantidade de enzima adicionada. Diâmetro médio (nm) Potencial % D.L.S. 300 400 500 600 700 800 900 1000 (nm) 0 Abs 0 1 2 3 4 5 6 7
  • 44. 33 5 Considerações finais Os métodos de síntese de AuNPs e de AuNS já se encontram muito bem optimizados, contudo, ao longo da realização do trabalho experimental, verificou-se que a centrifugação diferencial de AuNPs com PVP permite obter soluções de seeds mais homogéneas relati-vamente ao tamanho. Isto torna-se muito relevante durante a síntese de AuNSs, pois permi-te um maior controlo do tamanho e forma final das AuNSs, bem como uma maior reprodu-tibilidade. No que se refere à estabilidade coloidal das AuNSs verificou-se que estas são muito estáveis numa gama de pH entre 3 e 10, o que permite de uma forma rápida validar a fun-cionalização das partículas através da agregação destas quando se diminui o pH. A uma pequena escala (alíquotas de 1,5 mL) verifica-se que as AuNSs são passíveis de serem funcionalizadas, mas tal não se verificou quando se aumentou a escala para 10 mL. Para se ter a certeza de que a funcionalização ocorreu seria imprescindível a utilização de outras técnicas mais sensíveis como a espetroscopia fotoeletrónica de raios-X (XPS). Já relativamente aos estudos de estabilidade coloidal de AuNSs com a variação da força iónica é necessário realizar estudos mais profundos para perceber a forma como o sal (NaCl) destrói as tips. Quanto à formação de bionanoconjugados, os resultados revelaram-se inconclusivos, sendo necessário estudos mais aprofundados para perceber se ocorre realmente adsorção da enzima à superfície das partículas e como é que estes bionanoconjugados se comportam. Assim, em estudos futuros, seria interessante repetir a preparação dos bionanoconjugados a concentrações menores de tampão fosfato e com concentrações menor de enzima, pois é presumível que à gama de concentrações utilizadas a enzima já se encontre no seu ponto de saturação de ligação à partícula.
  • 45. 34 6 Referências Bibliográficas 1. Wang, Z.L., Self-powered nanotech. Scientific American, 2008. 298(1): p. 82-87. 2. Rodríguez-Oliveros, R. and J.A. Sánchez-Gil, Gold nanostars as thermoplasmonic nanoparticles for optical heating. Optics express, 2012. 3. http://www.fda.gov/ucm/groups/fdagov-public/documents/image/ucm153737.jpg; (último acesso em 8 de julho de 2013) 4. Link, S., Z.L. Wang, and M.A. El-Sayed, Alloy Formation of Gold−Silver Nanoparticles and the Dependence of the Plasmon Absorption on Their Composition. Journal of Physical Chemistry. B, 1999. 103(18): p. 3529-3533. 5. Kelly, K.L., et al., The Optical Properties of Metal Nanoparticles: The Influence of Size, Shape, and Dielectric Environment. Journal of Physical Chemistry. B, 2003. 107(3): p. 668-677. 6. Bastús, N.G., J. Comenge, and V.c. Puntes, Kinetically controlled seeded growth synthesis of citrate-stabilized gold nanoparticles of up to 200 nm: size focusing versus Ostwald ripening. Langmuir, 2011. 27(17): p. 11098-11105. 7. Hao, F., et al., Plasmon Resonances of a Gold Nanostar. Nano Letters, 2007. 7(3): p. 729-732. 8. Eustis, S. and M.A. El-Sayed, Why gold nanoparticles are more precious than pretty gold: noble metal surface plasmon resonance and its enhancement of the radiative and nonradiative properties of nanocrystals of different shapes. Chemical Society Reviews, 2006. 35(3): p. 209-217. 9. Xia, Y., et al., Shape-controlled synthesis of metal nanocrystals: simple chemistry meets complex physics? Angewandte Chemie International Edition, 2009. 48(1): p. 60-103. 10. Manuel García-Ruiz, J., Nucleation of protein crystals. Journal of Structural Biology, 2003. 142(1): p. 22-31. 11. Chayen, N.E., Turning protein crystallisation from an art into a science. Current Opinion in Structural Biology, 2004. 14(5): p. 577-583. 12. Turkevich, J., P.C. Stevenson, and J. Hillier, A study of the nucleation and growth processes in the synthesis of colloidal gold. Discussions of the Faraday Society, 1951. 11: p. 55-75. 13. Senthil Kumar, P., et al., High-yield synthesis and optical response of gold nanostars. Nanotechnology, 2007. 19(1): p. 015606.
  • 46. 14. Barbosa, S., et al., Tuning size and sensing properties in colloidal gold nanostars. 35 Langmuir, 2010. 26(18): p. 14943-50. 15. Kedia, A. and P.S. Kumar, Precursor-Driven Nucleation and Growth Kinetics of Gold Nanostars. Journal of Physical Chemistry C, 2012. 16. Yang, S.T., et al., Biosafety and bioapplication of nanomaterials by designing protein-nanoparticle interactions. Small, 2013. 9(9-10): p. 1635-53. 17. Mout, R. and V.M. Rotello, Bio and Nano Working Together: Engineering the Protein-Nanoparticle Interface. Israel Journal of Chemistry, 2013: p. n/a-n/a. 18. Cortez, J., et al., Bionanoconjugates of tyrosinase and peptide-derivatised gold nanoparticles for biosensing of phenolic compounds. Journal of Nanoparticle Research, 2010. 13(3): p. 1101-1113. 19. Hackley, V. and J. Clogston, Measuring the Hydrodynamic Size of Nanoparticles in Aqueous Media Using Batch-Mode Dynamic Light Scattering, in Characterization of Nanoparticles Intended for Drug Delivery, S.E. McNeil, Editor. 2011, Humana Press. p. 35-52. 20. Jachimska, B., M. Wasilewska, and Z. Adamczyk, Characterization of Globular Protein Solutions by Dynamic Light Scattering, Electrophoretic Mobility, and Viscosity Measurements. Langmuir, 2008. 24(13): p. 6866-6872. 21. Clogston, J. and A. Patri, Zeta Potential Measurement, in Characterization of Nanoparticles Intended for Drug Delivery, S.E. McNeil, Editor. 2011, Humana Press. p. 63-70. 22. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gold_nanoparticle_Zeta-potential.png (último acesso em 8 de julho de 2013) 23. Bergethon, P.R., The Physical Basis of Biochemistry: The Foundations of Molecular Biophysics. SpringerLink: Springer e-Books. 2010: Springer New York. 24. Haiss, W., et al., Determination of Size and Concentration of Gold Nanoparticles from UV−Vis Spectra. Analytical Chemistry, 2007. 79(11): p. 4215-4221. 25. Brewer, S.H., et al., Probing BSA Binding to Citrate-Coated Gold Nanoparticles and Surfaces. Langmuir, 2005. 21(20): p. 9303-9307.