SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  35
Télécharger pour lire hors ligne
1

Calagem e adubação da cebola (Allium cepa L.)*
1

Paulo Espíndola Trani ( )
2
José Maria Breda Júnior ( )
3
Thiago Leandro Factor ( )
1

( ) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). petrani@iac.sp.gov.br
2
( ) COOPERBATATA, Vargem Grande do Sul (SP). breda@cooperbatata.com.br
3
( ) APTA - Polo Regional Nordeste Paulista, Mococa (SP). factor@apta.sp.gov.br
* Campinas (SP), janeiro de 2014

INTRODUÇÃO
No contexto da agricultura brasileira, a cebola posiciona-se como uma cultura de
elevada importância socioeconômica, caracterizando-se como típica de propriedades
pequenas e médias e de natureza familiar, sobretudo no Sul e no Nordeste brasileiro
(Oliveira, 2010). Estima-se mais de 100 mil produtores envolvidos com a exploração desta
hortaliça, gerando mais de 250 mil empregos diretos só no setor da produção (Vilela et al.,
2005).
Face à diversidade climática das diversas regiões do País, a cultura da cebola é
desenvolvida ao longo de todos os meses do ano, com maior ou menor intensidade,
dependendo do estado produtor. Em 2010/2011 foram cultivados no Brasil 60.020 mil
hectares e a produção foi de 1,36 milhão de toneladas, com produtividade média de
22,6 t ha-1 (Camargo Filho et al., 2011).
Os principais estados produtores em ordem decrescente de volume produzido em
2012 foram Santa Catarina, São Paulo, Bahia/Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e Goiás, com 338.860, 250.016, 169.440, 161.477, 147.472, 137.500,
114.735 toneladas, respectivamente (Senace, 2012).
A produção de cebola no Estado de São Paulo está concentrada em poucas regiões,
onde geralmente há intensificação e especialização na atividade. As principais regiões
2

produtoras de cebola em São Paulo são por ordem de importância, o Nordeste, Centro Norte
e Sudoeste Paulista, representada pelos principais municípios produtores de São José do
Rio Pardo, Monte Alto e Piedade, com aproximadamente 45%, 35% e 20% do total,
respectivamente (Factor et al., 2012).
A produtividade de cebola no Estado de São Paulo, nos últimos 10 anos de 30 t ha -1,
constitui-se em uma das mais altas do Brasil. Isso pode ser atribuído à soma de diferentes
fatores: utilização de híbridos de cebola bem adaptados às condições climáticas regionais;
calagem e adubação calculadas conforme análise de solo; avanços nos sistemas de
irrigação; novas técnicas de manejo do solo com destaque ao sistema de plantio direto e
outras práticas conservacionistas; pesquisa agronômica e assistência técnica intensiva
realizada por Cooperativas, Empresas Privadas e Órgãos Oficiais.

1. Coeficientes Técnicos e Custo de Produção
A Tabela 1 apresenta os coeficientes técnicos e o custo produção da cebola em 2011,
no sistema de semeadura direta na região de São José do Rio Pardo (SP) para
produtividade de 45 t ha-1. Verifica-se um significativo gasto de 27,5% referentes aos custos
com calcário, fertilizantes e sua aplicação ao solo quando comparado ao total das despesas
com a implantação, manejo e colheita da cebola. Torna-se, portanto, fundamental a
realização e interpretação da análise de solo e foliar, importantes e necessárias ferramentas
agronômicas para o cálculo correto da calagem e adubação.
3

Tabela 1. Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio direto na
região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1).
1 - Preparo do solo/Plantio
1.a – Operações
Roçagem
Calagem
Plantio
Conservação do solo
Aplicação de adubo orgânico*

Quantidade

1.b – Insumos
Calcário dolom. (PRNT 80%)
04-14-08 + B + Zn
Cama de frango de corte

Quantidade
3,0
1,5
5,0

Unidade
ton
ton
ton

2 - Tratos culturais
2.1. Operações
tratorista plantio
Ajudante plantio
aplic. Herbicida dessecante
aplic. Herbicida pré
aplic. Herbicida pós
Adubação de cobertura¨**
Pulverizações
Irrigação

Quantidade
0,25
0,25
0,50
0,50
1,00
8,00
7,00
3.000,00

Quantidade
1,50
5,00
2,00
0,60
1,00
24,00
10,00

2.2 – Insumos
12- 06-12 ***
Roundup
Ronstar
Fusilade
Totril
Mancozeb
Oxicloreto de cobre

4,0
2,0
2,0
1,5
6,0

(1 X)
(1 X)
2
(4 X)
(14 X)

(4 X)
(1 X)

2X
(8 X)
(5 X)

Unidade

Custo Unit.

R$/ha

h/maq
h/maq
h/maq
h/maq
h/maq

R$ 70,00
R$ 70,00
R$ 100,00
R$ 70,00
R$ 70,00
Subtotal
Custo Unit.
R$ 97,00
R$ 500,00
R$ 110,00
Subtotal

R$ 280,00
R$ 140,00
R$ 200,00
R$ 105,00
R$ 420,00
R$ 1.145,00
R$/ha
R$ 291,00
R$ 750,00
R$ 550,00
R$ 1.591,00

Unidade
diarias
diarias
h/maq
h/maq
h/maq
h/maq
h/maq
KW/h

Custo Unit.
R$ 40,00
R$ 30,00
R$ 70,00
R$ 70,00
R$ 70,00
R$ 70,00
R$ 70,00
R$ 0,32

R$/ha
R$ 10,00
R$ 7,50
R$ 35,00
R$ 35,00
R$ 70,00
R$ 560,00
R$ 490,00
R$ 960,00

Unidade
ton
litro
litro
litro
litro
Kg
Kg

Subtotal
Custo Unit.
R$ 830,00
R$ 6,00
R$ 57,80
R$ 50,00
R$ 106,30
R$ 14,00
R$ 15,00

R$ 2.167,50
R$/ha
R$ 1.245,00
R$ 30,00
R$ 115,60
R$ 30,00
R$ 106,30
R$ 336,00
R$ 150,00
4

Tabela 1 (cont.). Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio
direto na região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1).
Benomil
Azoxystrobin
Tebuconazole
Metalaxyl
Lambdacyhalotrin
Fenitrothion
Imidacloprid
NPK + micro foliar****
CaB foliar*****
Sementes

(1X)
(3X)
(1X)
(1X)
(4X)
( 4 X)
(4X)

1,00
3,00
1,00
2,50
0,60
0,60
1,40
20,00
40,00
4,00

3 – Colheita
3.a – Operações
Arranquio/enleiramento
“Toalete” (limpeza dos bulbos)
Transporte interno
Transporte interno

Quantidade

3.b – Insumos
Sacas
Barbante

Quantidade
1.300
10

20,00
40,00
6,00
10,00

Kg
fr (100 gr)
litro
Kg
litro
litro
litro
Litro
Litro
Kg
Unidade
diárias
diárias
diárias
h/maq
Unidade
Sacas
Unidd

R$ 27,64
R$ 45,00
R$ 54,30
R$ 66,67
R$ 54,30
R$ 74,26
R$ 93,50
R$ 9,40
R$ 6,80
R$ 1.000,00
Subtotal
Custo Unit.

R$ 27,64
R$ 135,00
R$ 54,30
R$ 166,68
R$ 32,58
R$ 44,56
R$ 130,90
R$ 188,00
R$ 272,00
R$ 4.000,00
R$ 7.064,55
R$/ha

R$ 30,00
R$ 30,00
R$ 30,00
R$ 70,00
Subtotal
Custo Unit.
R$ 1,20
R$ 2,20
Subtotal

R$ 600,00
R$ 1.200,00
R$ 180,00
R$ 700,00
R$ 2.680,00
R$/ha
R$ 1.560,00
R$ 22,00
R$ 1.582,00
45
R$ 25.650,00
R$ 16.230,05
R$ 9.419,95

-1

Produção Estimada (t ha )
Receita Bruta Estimada
Total do custo
Lucro

Total Geral

HT = hora trator; DH = dia homem; HM = hora máquina.
* Inclui o carregamento do adubo orgânico com a caçamba do trator e a aplicação em si.
** adubação de cobertura com aplicação mecanizada canteiro por canteiro.
-1
*** cobertura parcelada em 4 aplicações de 380 kg ha .
**** em média 6 pulverizações com 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação.
***** em média 13 pulverizações de 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação.
Fonte: Breda Jr., J.M., 2011
5

2. Características botânicas da cebola
A cebola é uma cultura anual para a produção de bulbos e bianual para produção de
sementes. É uma planta herbácea de folhas grandes subcilíndricas ocas (tubulares), lisas e
cerosas, dificultando de certo modo a absorção de nutrientes via foliar (Jones & Mann,
1963).

A parte comerciável é um bulbo tunicado, grande, concêntrico, formado pelo

entumecimento das bainhas das folhas sobrepondo-se umas às outras, constituindo um
órgão de reserva onde são acumulados hidratos de carbono. O caule é um disco comprimido
na parte inferior do bulbo, de onde saem as raízes fasciculadas, pouco ramificadas que
exploram um volume de solo equivalente a 25 cm de diâmetro e 60 cm de profundidade,
sendo que nos 30 cm superiores do solo é que há maior concentração de raízes
(Mascarenhas, 1980). A avaliação do sistema radicular da cebola foi realizada no Brasil
pioneiramente por Prado (1940, 1941) que realizou em Campinas, no IAC, trabalhos sobre o
desenvolvimento radicular da cebola propagada por mudas, concluindo o seguinte: as raízes
concentram seu maior volume até os 30 cm, embora boa parte destas atinja 40 a 50 cm de
profundidade (e até 70 a 80 cm) em solo com condições físicas e químicas uniformes em
todo seu perfil (Figuras 1 e 2). Observou também que as raízes da cebola “caminham”
durante seu desenvolvimento inicial, quase em paralelo à superfície do solo por uns 25 cm e
5 cm de profundidade para depois descerem perpendicularmente (Figura 3).
Estas características acima descritas têm implicações peculiares quanto à aplicação e
o suprimento de nutrientes.
6

Figura 1. Raízes de cebola por ocasião da colheita do bulbo, desenvolvidas em um solo
uniforme sem impedimentos físicos e químicos. IAC, Campinas,1940. Foto: Olympio T. Prado.
7

Figura 2. Plantas jovens de cebola mostrando maior concentração de raízes nos primeiros
30 cm de profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado.

Figura 3. Plantas de cebola com boa concentração de raízes até os 25 cm laterais e 30 cm
em profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado.
8

3. Nutrição Mineral
A determinação da quantidade de nutrientes e sua aplicação na forma e momento
mais adequados para as espécies vegetais são influenciadas pelas características da planta,
do solo e do ambiente de cultivo. Além das características botânicas da cebola, deve-se
conhecer a função dos nutrientes, os sintomas de deficiência e toxidez, as formas de
absorção e transporte destes, a curva de crescimento, a disponibilidade e eficiência de
recuperação de cada nutriente adicionado no solo, para se calcular a necessidade de
calagem e adubação.

3.1 Funções dos nutrientes e principais sintomas de deficiência
Inúmeras literaturas descrevem a função dos nutrientes nas plantas e os principais
sintomas de deficiência na cebola, além de outras culturas, destacando-se Haag et al (1968,
1970), Malavolta et al (1974); Scaife & Turner (1983); Piggott (1988); Barker & Pilbeam
(2007); Mendes et al (2008).

3.1.1 Nitrogênio (N)
O nitrogênio é componente da estrutura de aminoácidos, proteínas, clorofila, enzimas,
coenzimas, RNA, DNA, além de vitaminas como a niacina, tiamina, riboflavina. Os
metabólitos que contêm N são em grande parte ativadores enzimáticos, além de
participarem dos processos de absorção de íons, fotossíntese, respiração, sínteses
bioquímicas e crescimento vegetativo.
Na cebola, os principais sintomas de deficiência de N constituem-se na diminuição do
ritmo de crescimento, as folhas mais velhas amarelecem, secam e caem. As poucas folhas
novas mostram-se finas e delicadas e os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido.

3.1.2 Fósforo (P)
O fósforo é parte essencial da estrutura dos ésteres de carboidratos, fosfolipídeos,
9

coenzimas e ácidos nucleicos (ATP e ADP). O fósforo contribui para o desenvolvimento do
sistema radicular. Desempenha também um papel fundamental na respiração, seja no
desdobramento inicial da glicose, seja no armazenamento, na transferência e utilização da
energia gerada no processo.
Quando a planta de cebola apresenta deficiência de P, suas folhas mais velhas
mostram-se amareladas e secam facilmente. As folhas intermediárias e as mais novas
apresentam coloração verde-escura. Os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido.

3.1.3 Potássio (K)
O potássio atua nos processos osmóticos, na síntese de proteínas e na manutenção
de sua estabilidade, na abertura e fechamento dos estômatos, na permeabilidade da
membrana e no controle do pH da célula.
Sua deficiência se caracteriza pelo murchamento das folhas; as mais velhas
apresentam coloração amarelada, progredindo para o secamento das pontas, reduzindo
também o desenvolvimento dos bulbos.

3.1.4 Cálcio (Ca)
O cálcio é componente da parede celular, sendo indispensável para manutenção da
estrutura das membranas celulares, em particular do plasmalema, sendo indispensável para
a germinação do grão de pólen e para o crescimento do tubo polínico no processo de
polinização e fecundação.
Plantas de cebola com deficiência de Ca apresentam as folhas novas com aspecto
aparentemente normal, porém tombam repentinamente sem se fraturarem e após alguns
dias secam a partir do ápice no sentido da base. Com a progressão da carência, o fenômeno
se repete nas folhas intermediárias e nas folhas velhas.

3.1.5 Magnésio (Mg)
O magnésio está presente na molécula de clorofila, sendo importante ativador de
10

diversas enzimas, participando dos processos de fotossíntese, respiração, síntese de
compostos orgânicos, absorção iônica e trabalho mecânico, como aprofundamento e
expansão da raiz. A absorção de P (na forma de H2PO4-) é máxima na presença de Mg2+,
tendo o papel de carregador de fósforo, provavelmente, pela sua participação na ativação de
ATPases.
Em situação de deficiência de Mg, as folhas mais velhas tornam-se uniformemente
amareladas ao longo do seu comprimento, sem evoluir para a morte. Há o secamento do
ápice das folhas e os bulbos produzidos são pequenos.

3.1.6 Enxofre (S)
O enxofre é constituinte importante de alguns aminoácidos, como a cistina, metionina,
cisteína e triptofano, precursores de compostos sulfurados voláteis responsáveis pelo aroma
característico da cebola.
As folhas de plantas deficientes apresentam-se finas e deformadas, com
amarelecimento das folhas novas, ocorrendo reduzido crescimento radicular. Apesar das
poucas folhas, há, relativamente, uma boa formação de bulbos.

3.1.7 Boro (B)
É ativador enzimático e atua nos processos de absorção iônica, transporte de
carboidratos, síntese de lignina, celulose, ácidos nucleicos e proteínas. Tem importante
função na translocação de açúcares e no metabolismo de carboidratos, no florescimento, no
crescimento do tubo polínico, nos processos de frutificação, no metabolismo do N e na
atividade de hormônios. Intervém na absorção e no metabolismo dos cátions, principalmente
do Ca++.
Em condição de deficiência, inicialmente, as folhas mais novas adquirem uma
tonalidade verde-azulada. Estas tornam-se mosqueadas e enrugadas. Surge fendilhamento
nas folhas mais velhas, que ficam quebradiças. Há a paralisação do crescimento e morte
das folhas, a partir do ápice.
11

A deficiência de B ocasiona ainda a má formação das películas (cascas) externas da
cebola, necrose interna principalmente nas escamas do centro e região meristemática,
menor consistência e menor poder de conservação pós-colheita. Bulbos tratados com B, em
pré-colheita, apresentam incremento na coloração, aumento da resistência das cascas e
menor perda de massa durante o armazenamento.

3.1.8 Cobre (Cu)
O cobre é constituinte da estrutura de proteínas e de diversas enzimas que atuam nos
processos de fotossíntese, respiração, regulação hormonal, fixação de N e metabolismo de
compostos secundários. É essencial no balanço de nutrientes que regulam a transpiração na
planta.
Os principais sintomas de deficiência são folhas de coloração amarelo-parda, com
necrose nas margens e retorcidas. O bulbo torna-se amarelo e fino, faltando solidez e
firmeza. Na cebola, a aplicação de Cu intensifica a coloração da casca melhorando também
a resistência desta e propicia menor perda de peso dos bulbos durante o armazenamento.
Vale observar que uma fonte indireta de fornecimento deste micronutriente para as plantas é
o oxicloreto de cobre, produto que controla a ferrugem e outros agentes patogênicos da
cebola. À medida que este for substituído por outros agrotóxicos deverá ser necessário o
fornecimento de cobre através de fertilizantes aplicados ao solo, em pré-plantio e também
via foliar durante o período de crescimento da cebola e formação de bulbos.

3.1.9 Manganês
O manganês participa de diversas reações bioquímicas atuando como ativador de
enzimas envolvidas nos processos de respiração e na síntese de aminoácidos e lignina.
Atua também nas reações de oxi-redução e transporte de elétrons nas células vegetais.
O manganês é um micronutriente ainda pouco pesquisado para a cebola no Brasil e
poderá ter sua demanda aumentada nos próximos anos, à medida que os agrotóxicos que o
12

contém e o fornece indiretamente às plantas (como o Mancozeb) forem sendo substituídos
por outros produtos.
As plantas de cebola deficientes em Mn mostram folhas externas com faixas estreitas
(”riscos”) cloróticas e esbranquiçadas seguindo-se o aparecimento de necroses. O
crescimento das plantas é severamente reduzido.

3.1.10 Molibdênio
O molibdênio atua como catalizador de reações de oxi-redução em mais de 60
enzimas presentes nas células vegetais. Este micronutriente tem um importante papel no
metabolismo do nitrogênio nas plantas, onde participa, por exemplo, no processo de redução
do NO3-- para NO2-- ativando a enzima reductase do nitrato.
Em plantas adultas de cebola deficientes em Mo ocorre a morte das extremidades
(pontas) das folhas e abaixo destas aparecem partes flácidas ou murchas, enquanto a parte
basal ainda permanece verde.
Considera-se 0,1 mg de Mo por kg de matéria seca das folhas como um valor mínimo
necessário (nível crítico) às necessidades nutricionais da cebola.
O molibdênio é necessário em pequenas quantidades, cerca de 0,1 kg (100 gramas)
de Mo por ha, via solo, para proporcionar boas produções de hortaliças em geral. A
aplicação de Mo em pulverização para a cebola, é citada no item “adubação foliar”.

3.1.11 Zinco (Zn)
É constituinte de diversas enzimas que atuam nos processos de respiração, controle
hormonal e síntese de proteínas. É necessário para a síntese e conservação de auxinas,
hormônios vegetais envolvidos no crescimento.
Quando as plantas de cebola são deficientes em Zn, há o aparecimento de folhas
13

retorcidas, atrofiadas e com riscas (faixas estreitas) amareladas.

3.1.12 Outros nutrientes e elementos úteis
O ferro é um micronutriente presente em quantidades significativas na maioria dos
solos cultivados com cebola no Estado de São Paulo e não há relatos de sua deficiência
nesta cultura.
Quanto ao níquel (Ni), ainda não existe no Brasil pesquisa agronômica sobre sua
ação em cebola, já sendo, porém, recomendado para algumas outras espécies hortícolas.
O silício (Si) é um elemento útil, mas não essencial às plantas. Proporciona em
algumas culturas melhor resistência a certas doenças fúngicas, porém nada foi relatado para
a cultura da cebola a esse respeito. O Si é componente de fertilizantes como o termofosfato
e o F.T.E. (Fritted Trace Elements). .

3.2 Acúmulo de matéria seca e absorção de nutrientes
Empresas privadas, empresas públicas e cooperativas estão constantemente
desenvolvendo novos híbridos e cultivares adaptadas às diferentes condições climáticas,
com diferentes exigências nutricionais. Nesse sentido, são necessários estudos envolvendo
as curvas de absorção de nutrientes dos diferentes genótipos lançados, no sentido de
aprimorar as recomendações de calagem e adubação.
As curvas de absorção de nutrientes e o acúmulo de matéria seca em função da
idade da planta possibilitam conhecer os períodos de maior exigência dos nutrientes e de
produção de massa de matéria seca, obtendo-se informações seguras quanto às épocas
mais convenientes de aplicação de fertilizantes (Haag & Minami, 1988).
De acordo com Porto et al. (2007) o crescimento da planta de cebola é lento até
próximo à metade do ciclo. A partir daí, segundo Gamiely et al. (1991), iniciam-se a
bulbificação e a translocação de fotoassimilados e outros compostos para o bulbo. Nessa
fase, há um rápido acúmulo de matéria seca no bulbo (Brewster, 1994).
14

Santos et al. (2007) avaliaram o acúmulo de matéria seca e o teor de nutrientes em
cebola, cultivares Alfa São Francisco e Franciscana IPA 10, em um Vertissolo localizado em
Juazeiro/BA e observaram que o acúmulo máximo de matéria seca nas folhas foi lento até
aos 40 dias após o transplantio, sendo que o maior acúmulo de matéria seca ocorreu aos
80 dias. Já Porto et al. (2006) estudando a marcha de absorção na cebola em um híbrido
Superex

em São José do Rio Pardo/SP, observaram crescimento muito lento até 70 dias

após a semeadura, sendo que maiores incrementos na matéria seca da parte aérea e do
bulbo ocorrem, respectivamente, nos períodos de 70 a 110 dias e de 90 a 130 dias do ciclo,
mostrando assim diferenças marcantes entre regiões, sistemas de produção e materiais
genéticos no que tange o acúmulo de massa e teor de nutrientes.
Vidigal et al. (2002) observaram, ao final do ciclo da cebola, os acúmulos na parte
aérea dos macronutrientes (em kg ha-1): N: 55; P: 7; K: 74; Ca: 38; Mg: 5; S: 8; e os
micronutrientes (em g ha-1): B:139; Cu: 301; Fe: 605; Mn: 528; Zn:110. Os acúmulos nos
bulbos dos macronutrientes foram (em kg ha-1): N: 70; P:15; K: 57; Ca: 25; Mg: 4; S:12; e os
micronutrientes (em g ha-1): B:150; Cu: 30; Fe: 749; Mn: 280; Zn: 266. O acúmulo total (parte
aérea + bulbos) de macronutrientes foi (em kg ha-1): N: 125; P: 22; K: 131;Ca: 63; Mg: 9;
S: 20 e os micronutrientes (em g ha-1): B: 289; Cu: 331; Fe: 1354; Mn: 808; Zn: 376.
Ainda Vidigal et al. (2010), estudando a absorção de nutrientes pela cultura da cebola
no sistema de semeadura direta e transplante de mudas, verificaram que independente do
sistema de cultivo o crescimento inicial foi lento, intensificando a partir dos 56 e 74 dias após
a semeadura, para o cultivo em semeadura direta e transplantio de mudas, respectivamente.
Os nutrientes foram absorvidos pela cebola na seguinte ordem: K > N > Ca > S > P > Mg e
Fe > Mn > Cu > Zn.
May et al. (2008) no sistema de semeadura direta verificou que a cebola híbrida
Optima extraiu aos 150 dias após a semeadura, os macronutrientes (em kg ha-1): N: 79; P:
13; K: 76; Ca: 59; Mg:12 e S: 24. A cebola híbrida Superex extraiu os macronutrientes (em
kg ha-1): N: 65; P: 10; K: 68; Ca: 66; Mg: 13; S: 25.
15

Apesar de se observar praticamente a mesma sequência de absorção de nutrientes
verifica-se diferenças nas quantidades absorvidas destes entre os genótipos utilizados,
mesmo quando cultivou-se a cebola no mesmo solo e período do ano.
As diferentes quantidades extraídas de nutrientes pela cebola, apresentadas em
diversos trabalhos, podem ser atribuídas à diversidade de fertilidade dos solos, diferentes
épocas de plantio, diferentes características climáticas (principalmente as temperaturas
durante o ciclo), diferentes sistemas de propagação (semeadura direta, mudas e bulbinhos)
e exigências nutricionais distintas conforme a cultivar. Torna-se, portanto, importante a
realização de pesquisa regional e local sobre nutrição mineral da cebola com a finalidade de
se aprimorar as recomendações de adubação e os períodos de aplicação dos fertilizantes
para a cebola.

3.3 Interpretação da análise foliar
A análise química foliar consiste na determinação dos teores de elementos em tecidos
vegetais (principalmente folhas) visando o diagnóstico do estado nutricional da cultura.
Auxilia ainda na interpretação dos efeitos da adubação anteriormente efetuada e a estimar
indiretamente o grau de fertilidade do solo. A análise foliar permite também distinguir os
sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles provocados por nutrição
inadequada (Trani et al, 1983).
Na cultura da cebola a folha a ser coletada é a mais jovem, desde que completamente
expandida, coletando-se uma folha por planta, num total de 40 folhas por gleba homogênea.
O período de coleta indicado é na metade do ciclo da cultura, ou seja, 40-50 dias após o
transplante. Após a coleta, deve-se acondicionar as amostras em sacos de papel,
identificando-as e enviando-as, imediatamente, para laboratório de análise química de tecido
vegetal.
A seguir é apresentada a faixa de teores adequados de macro e micronutrientes
(tabela 2).
16

Tabela 2. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em cebola.
N

P

K

Ca

Mg

S

-1

---------------------------------------------------g kg ---------------------------------------------------

25– 40

2–5

B

30 – 50

15 – 30

Cu

Fe

3–5

5–8

Mn

Zn

-1

---------------------------------------------------mg kg -------------------------------------------------

30 – 50

10 – 30

60 – 300

50 – 200

30 – 100

Fonte: adaptado de Trani e Raij, 1997

4. Amostragem do solo para análise.
O produtor deve coletar as amostras de solo sempre com a devida antecedência para
que haja tempo da aplicação e efeito do calcário e do fertilizante orgânico. O terreno a ser
plantado deve ser percorrido ao acaso, em zigue-zague, e coletadas de 12 a 20 subamostras, com um trado ou enxadão, na profundidade entre 0 e 20 cm. As sub-amostras
devem ser misturadas em um recipiente limpo e a amostra composta com 300 a 400
gramas, enviada de preferência aos laboratórios que participam do programa de controle de
qualidade de solo, coordenado pelo IAC. Ressalte-se que as áreas representativas de cada
amostra composta não devem ser superiores a 10 - 20 ha. Em áreas cultivadas com
diferentes espécies vegetais, intensamente corrigidas e adubadas recomenda-se a cada 5
anos realizar também uma análise física do solo, coletando-se duas amostras compostas
distintas: a primeira representativa da camada de 0 - 20 cm e a segunda de 20 - 40 cm de
profundidade. Com base nos resultados da análise física e química é possível aprimorar o
manejo do solo

5. Calagem
A maioria dos solos brasileiros apresenta características químicas inadequadas para o
cultivo intensivo de plantas, tais como: elevada acidez, altos teores de hidrogênio e alumínio
trocáveis além da deficiência de cálcio e magnésio. A calagem é prática fundamental para a
17

correção da acidez do solo e para o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas. A cultura
da cebola situa-se entre as hortaliças mais sensíveis à acidez do solo. Assim sendo, os
solos em que será cultivado cebola devem ser corrigidos, para se

alcançar 80% de

saturação por bases, além de um pH (Ca Cl2) próximo a 6,0.
Dentre os corretivos da acidez do solo, os calcários são os mais comercializados. Os
calcários podem ser classificados em função do teor de óxido de magnésio (MgO) como
calcíticos, magnesianos ou dolomíticos. Aqueles que apresentam menos de 5% de MgO são
denominados

calcíticos; de 5-12% de MgO,

magnesianos e acima de 12% de MgO,

dolomíticos.
Os calcários comuns tem PRNT (poder relativo de neutralização total) aproximado de
70% e devem ser incorporados ao solo de 60 a 90 dias antes da semeadura ou do plantio da
cebola para ocorrer completa correção da acidez do solo.
Os calcários finamente moídos denominados “Filler” (com PRNT entre 80 e 90%) e os
calcários parcialmente calcinados (PRNT de 90 a 100%) apresentam ação mais rápida na
correção da acidez do solo (30 a 40 dias após a aplicação).
Recomenda-se a incorporação do corretivo até 25 a 30 cm de profundidade, para
possibilitar o pleno desenvolvimento das raízes da cebola. Logo após a incorporação do
calcário, irrigar o local para que se atinja umidade suficiente necessária à reação deste junto
ao solo. A distribuição do calcário deve ser a mais uniforme possível e sobre a área total do
terreno (Figura 4).
Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato de cálcio bi-hidratado) não corrige o pH do
solo. Tem como principal função fornecer cálcio e enxofre às culturas e também arrastar para
longe do alcance das raízes, o alumínio trocável do solo. Sua aplicação deve ser criteriosa,
pois o excesso de gesso agrícola poderá acarretar a lixiviação para maiores profundidades,
além do Al+++, de cátions como o K+ e o Mg++.
18

Figura 4. Aplicação de calcário sobre a área total do terreno para posterior incorporação ao
solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr.

6. Adubação Orgânica
A aplicação do adubo orgânico deve ocorrer de 15 a 30 dias antes da semeadura ou
transplante de mudas. Recomenda-se aplicar 15 t ha-1 de esterco bovino bem curtido ou 5 t
ha-1 de esterco de galinha (ou cama de frango) curtido, ou ainda 150 a 200 kg ha-1 de torta
de mamona pré- fermentada. As maiores quantidades de adubos orgânicos são
recomendadas em solos arenosos e pobres em matéria orgânica. A distribuição dos adubos
orgânicos deve ser realizada em área total do terreno e posterior incorporação ao solo dos
canteiros (Figura 5).
19

Figura 5. Aplicação de fertilizante orgânico com a antecedência de 15 a 30 dias antes do
plantio ou da semeadura da cebola. São José do Rio Pardo (SP), 2013 . Foto: José Maria Breda
Jr.

Dentre os fertilizantes orgânicos recomendados destaca-se o composto (Figura 6),
oriundo da fermentação de diferentes materiais e cuja quantidade a aplicar deve ser
calculada conforme o teor de nutrientes, principalmente o teor de N presente em maior
quantidade nos fertilizantes orgânicos.
20

Figura 6. O composto orgânico proporciona entre outros benefícios a melhoria da estrutura
do solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr.
7. Adubação Mineral de Plantio
Aplicar e incorporar de 7 a 10 dias antes da semeadura, conforme a análise do solo
os seguintes nutrientes (Tabela 3):

Tabela 3. Recomendação de nutrientes em pré- plantio de cebola conforme análise química
de solo.
P resina, mg dm

-3

+

K trocável, mmolc dm

-3

Zn, mg dm

-3

Nitrogênio
0-25
N, kg ha
30 a 60

-1

26-60

61-120

>120

-1

------------P2O5, kg ha ---------320

240

120

60

0-1,5

1,6-3,0

3,1-6,0

>6,0

0-0,5

-1

-----------K2O, kg ha ----------160

120
-1

60

0,6-1,2

------Zn, kg ha

30

4
-1

-1

2

>1,2

-----1

Aplicar junto com o NPK em pré-plantio 30 a 60 kg ha de S ha, 1 a 2 kg ha de B , sendo as maiores doses
-1
nos solos deficientes em boro ou pobres em matéria orgânica. Acrescentar ainda 2 a 4 kg ha de cobre (Cu) e
-1
1 a 2 kg ha de manganês (Mn), em solos deficientes nestes micronutrientes.
21

Recomenda-se a utilização de 1/4 a 1/5 do fósforo em pré-plantio na forma de
termofosfato que contém, além do fósforo, cálcio, magnésio, micronutrientes e silício.
As doses de nutrientes a serem aplicadas antes da semeadura ou do plantio, podem
também variar conforme o sistema de distribuição dos fertilizantes, em área total do canteiro
ou nos sulcos de semeadura. Caso a análise de solo indique a necessidade de elevadas
doses de K2O em pré-plantio, aplicar fórmulas em área total do canteiro e não em sulcos,
para “diluir” o efeito do K presente nas mesmas. Caso seja somente possível a aplicação
direcionada das fórmulas NPK nos sulcos, evitar aquelas com cloreto de potássio ou
deverão contê-lo em pequenas quantidades. A concentração excessiva de K pode acarretar
a salinização do solo devido ao cloro do KCl e prejudicar a germinação das sementes de
cebola.
O produtor de cebola que distribui os fertilizantes diretamente em sulcos ou linhas
deve sempre regular a máquina para que o adubo fique situado 2,5 cm abaixo e 2,5 cm ao
lado das sementes, diminuindo assim, a possibilidade de “queima” das mesmas.

8. Adubação mineral de cobertura
As maiores ou menores quantidades de N, P, K em cobertura dependerão da
avaliação da cultura antecedente, da fertilização orgânica anterior, do estande de plantas de
cebola e da produtividade desejada ou esperada. Outros fatores a considerar são: o estado
vegetativo das plantas no campo, a exigência nutricional da cultivar de cebola utilizada e o
sistema de plantio utilizado.
No sistema de transplante de mudas aplicar 80 a 120 kg ha-1 de N e 40 a 120 kg ha-1
de K2O, parcelando os totais em duas aplicações aos 20 a 30 e aos 45 a 55 dias após o
transplante. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura,
junto com o N e o K, não ultrapassando 30 a 40 kg ha-1 de P2O5. O sistema de transplante
de mudas proporciona menor quantidade de plantas por ha em relação ao sistema de
22

semeadura direta e requer consequentemente menor quantidade de nutrientes. A Figura 7
mostra uma propriedade agrícola no sistema familiar, onde as cebolas foram produzidas
através do transplante de mudas e irrigação por aspersão, sendo adotado o sistema de
adubação em cobertura acima mencionado.

Figura 7. Colheita de cebola em propriedade agrícola familiar no sistema de produção por
transplante de mudas. Os fertilizantes em cobertura foram aplicados em linhas ao lado das
plantas. A água foi fornecida através do sistema de aspersão. São José do Rio Pardo (SP),
2006. Foto: Paulo E. Trani
No sistema de semeadura direta aplicar 80 a 160 kg ha-1 de N e 40 a 160 kg ha-1 de
K2O dividindo este total em 5 aplicações aos 25, 40, 55, 70 e 85 dias após a emergência das
plantas. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura, junto
com o N e o K, não ultrapassando 40 a 60 kg ha-1 de P2O5.
A utilização de fórmulas de fertilizantes de cobertura contendo P (como 20-05-20; 1204-12) juntamente com N e K tem sido praticada há décadas para diversas espécies de
hortaliças, inclusive para a cebola e mostrado na prática, efeitos benéficos, ainda não
quantificados, quanto à maior produção e melhor qualidade dos produtos colhidos.
23

A alta solubilidade de alguns fertilizantes fosfatados presentes em formulações de
cobertura, como o DAP e o MAP, proporciona rápida absorção de P pelas raízes de
hortaliças de ciclo médio (120 a 160 dias para a cebola, alho e tomate) e até aquelas de
ciclo rápido (30 a 40 dias para a alface / rúcula e 80 a 90 dias, para a cenoura / beterraba).
Vale ressaltar que o fósforo solúvel presente em quantidades adequadas no solo “estimula” a
absorção de nitrogênio pelas plantas. Outro aspecto a se destacar refere-se à tecnologia de
fertilizantes, onde fórmulas de cobertura fabricadas com adubos fosfatados em sua
composição por vezes são menos higroscópicas em relação às fórmulas que contém apenas
fertilizantes nitrogenados e potássicos.
Factor et al (2009), utilizando a uréia como fonte nitrogenada, observaram maiores
produtividades e melhor classificação de bulbos de cebola com a aplicação de 200 kg ha-1
de nitrogênio, sendo 40 kg ha-1 no plantio e 160 kg ha-1 em cobertura aos 30, 50 e 70 dias
após a semeadura.
Em relação à adubação potássica para a cultura da cebola em semeadura direta
(híbrido Optima), maior produtividade total e de bulbos classe 3 (50-70 mm) de melhor valor
comercial, foram obtidas com adubação de 189 kg ha-1 e 165 kg ha-1 de K2O,
respectivamente (Factor et al., 2011).
Quando da aplicação de nutrientes em cobertura por fertirrigação adotada nos
sistemas de gotejamento e pivô central (Figura 8) e especialmente para cultivos adensados
de cebola (Figura 9) recomenda-se aumentar o número de parcelamentos das doses de
nutrientes calculadas conforme o estado nutricional da cultura, e nas diferentes fases de
desenvolvimento, o que deverá ser monitorado com a análise foliar.
Os fertilizantes destinados aos sistemas de fertirrigação devem ser altamente
solúveis. É importante o conhecimento de suas características químicas tais como índice
salino, condutividade elétrica e índice de acidez e alcalinidade, as quais podem interferir nas
condições físico-químicas do solo e no desenvolvimento das plantas submetidas à adubação
radicular (Trani & Trani, 2011).
24

Figura 8. Fertirrigação de cebola através de água fornecida por pivô central. São José do
Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani

Figura 9. Sistema adensado de produção de cebola em época próxima à colheita de bulbos,
em São José do Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani
Ao se avaliar a necessidade de complementar as quantidades de nutrientes acima
recomendadas em cobertura, tomar cuidado com o nitrogênio, pois o excesso deste
25

nutriente pode prolongar o ciclo da cebola, causar maior porcentagem de bulbos bifurcados,
plantas taludas (“pescoço grosso”), maior suscetibilidade a doenças foliares e ainda
acarretar baixa conservação dos bulbos após a colheita. É importante a avaliação e
definição das melhores relações N / K em cada tipo de solo para que se obtenha boas
produtividades aliadas à qualidade dos bulbos colhidos.
Com relação ao enxofre este nutriente encontra-se geralmente presente nas fórmulas
de plantio de baixa e média concentrações de NPK, na forma de superfosfato simples (10 a
12% S) e de sulfato de amônio (24% S). Caso o produtor utilize em pré-plantio fórmulas com
alta concentração de NPK onde o S normalmente não está presente pode-se utilizar do
gesso agrícola ou ainda realizar a cobertura da cebola com fórmulas de baixa e média
concentração que permitem espaço para fertilizantes com S em sua composição. O enxofre
em excesso poderá afetar o sabor e aroma da cebola, pois está relacionado à formação de
componentes que aumentam a pungência dos bulbos.

9. Adubação foliar
Recomenda-se pulverizar as plantas, próximo à colheita com solução de sulfato de
potássio a 1%. Com relação ao magnésio, recomenda-se 3 a 4 pulverizações com sulfato de
magnésio heptaidratado a 0,8% distribuídas de maneira uniforme durante o ciclo da cebola.
Ainda, durante o desenvolvimento da cultura e sempre após as adubações nitrogenadas,
aplicar molibdato de sódio a 0,05% (0,5 g por litro de água). Quanto ao boro, pulverizá-lo na
forma de ácido bórico a 0,1-0,2% (corresponde a 1-2 g por litro de água) complementando a
aplicação via solo. Vale lembrar que a cebola possui folhas cerosas recomendando-se a
mistura dos fertilizantes com espalhante adesivo.

10. Adubação verde
A adubação verde e/ou a cobertura vegetal é uma prática agrícola milenar para
aumentar a capacidade produtiva do solo. Consiste no cultivo de plantas, em rotação /
sucessão / consorciação com as culturas, que melhoram significativamente os atributos
26

químicos, físicos e biológicos do solo.
As

plantas

denominadas

“adubos

verdes”

tem

características

recicladoras,

recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras de solo. Dentre os benefícios
da adubação verde destacam-se: a) aumento da capacidade de armazenamento de água no
solo; b) controle de nematóides fitoparasitos; c) descompactação, estruturação e aeração do
solo; d) diminuição de amplitude da variação térmica do solo; e) fornecimento de nitrogênio
fixado direto da atmosfera quando leguminosas; f) intensificação da atividade biológica do
solo; g) melhoria do aproveitamento e eficiência dos adubos e corretivos; h) produção de
fitomassa para formação da cobertura morta e manutenção da matéria orgânica no solo;
i) proteção do solo contra os agentes da erosão e radiação solar; j) rápida cobertura do solo
e grande produção de massa verde em curto espaço de tempo; k) reciclagem de nutrientes
lixiviados em profundidade. A Tabela 4 mostra os principais adubos verdes recomendados
para a cultura da cebola e suas características agronômicas.
Tabela 4. Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos verdes/
plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca.
Nome
comum
Braquiaria
ruziziensis
Crotalaria
juncea*
Crotalaria
espectabilis*
Guandu*
Milheto
Milho
Mucuna
anã*
Sorgo

Matéria
fresca

P

K

Ca

Mg

(t ha )

Matéria
seca
-1
(t ha )

25 - 40

6 - 10

14 - 24

1,0 - 3,6

14 - 28

2,4 - 6,8

30 - 45

8 - 12

11 - 44

0,9 - 3,7

6 - 34

3,3 - 23

15 - 30

4-8

20 - 33

0,7 - 2,5

8 - 18

4,3 - 18

30 - 50

8 - 16

13 - 33

0,9 - 2,5

4,7 - 28

5,7 - 17,9

1,9 - 4,9

22 - 38

6 - 12

8 - 34

1,3 - 4,9

11 - 38

1,3 - 4,1

1,3 - 5,0

25 - 38

8 - 12

20 - 40

2,0 - 4,0

17 - 35

2,5 – 8,0

1,5 - 5,0

10 - 20

2-5

27 - 35

1,6 - 5,3

16- 48

19 - 24

-1

N

-1

--------------------- g kg de matéria seca ------------------1,8 - 4,8
2,5 - 8,0
3,7 - 5,0

4,6 - 6,5

35 - 60
10 - 20
5 - 12
1,0 - 3,0
8 - 28
2-4
2,5 - 5,0
forrageiro
Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011
*após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola no máximo 30 kg N/ha.
27

Tabela 4 (cont.) Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos
verdes/plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca.
Nome

Matéria
fresca

comum

(t ha )

Matéria
seca
-1
(t ha )

25 - 40

6 - 10

0,9 - 1,7

12 - 30

5 - 14

50 - 280

25 - 60

30 - 45

8 - 12

1,2 - 2,7

15 - 25

6 - 14

23 - 179

16 - 44

15 - 30

4–8

1,5 - 1,6

34 - 41

8 - 10

53 - 126

23 - 30

30 - 50

8 - 16

1, 9 -2,1

22 - 25

5 - 12

26 - 99

15 - 66

22 - 38

6 - 12

1,5 - 2,7

7 – 35

5 - 16

27 - 101

24 - 98

25 - 38

8 - 12

1,5 - 3,0

10 - 25

6 - 20

20 - 200

15 - 100

10 - 20

2-5

2,6 - 2,9

35

9 - 28

179 - 358

61 - 85

Braquiaria
ruziziensis
Crotalaria
juncea*
Crotalaria
espectabilis*
Guandu*
Milheto
Milho
Mucuna
Anã*

-1

S
-1

g kg m.s.

B

Cu

Mn

Zn

-1

----------- mg kg de matéria seca----------

Sorgo

10 - 20
0,2 - 0,4
4 - 20
4 - 20
10 - 190
14 - 50
35 - 60
forrageiro
Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011
*após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola, no máximo 30 kg N/ha.

Os seguintes consórcios de espécies de primavera/verão e quantidades de sementes
são recomendados para a cultura da cebola:
- Milheto + Crotalaria juncea (40 + 10 a 15 kg/ha).
- Milheto + Guandu + Crotalaria juncea (40 + 20 + 7 a 10 kg/ha).
- Crotalaria espectabilis (7 a 8 kg/ha) + Crotalaria ocroleuca (7 a 8 kg/ha) + Milheto
(30 kg/ha).
As Figuras 10; 11; 12; 13 e 14 mostram alguns dos benefícios da adubação verde,
acima mencionados.
28

Figura 10. Área de milheto já dessecada para posterior semeadura direta na palha em São
José do Rio Pardo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

Figura 11. Área da esquerda com Crotalaria juncea visando controle de nematóides, e área
da direita com milho como rotação de cultura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.
29

Figura 12. Supressão de plantas daninhas indesejáveis nas áreas de produção de cebola
utilizando a Crotalaria juncea como adubo verde. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

Figura 13. “Mix” de 40 kg/ha de milheto com 12 kg/ha de Crotalaria juncea aos 55 dias após
a semeadura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.
30

Figura 14. Área com “mix” de milheto e Crotalaria juncea, aos 55 dias após a semeadura.
Após apenas uma “passada” de gradão observa-se a reestruturação do solo e a facilidade
de manejo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.

11. Conclusões
A calagem e adubação são práticas agronômicas fundamentais para se obter altas
produtividades e qualidade de bulbos de cebola. O cálculo correto das quantidades de
calcário e fertilizantes a serem aplicados no plantio e em cobertura deve sempre levar em
conta a análise de solo e a análise foliar. É também importante a utilização de cultivares
selecionadas para o clima de cada região. Verifica-se ainda que os diferentes manejos
incluindo novas maneiras de propagação da cebola (como a semeadura direta), sistemas de
irrigação (como o pivô central), calagem e adubação, ajustados para tais manejos,
proporcionam um significativo acréscimo na produtividade e qualidade de cebola em
diferentes regiões do Estado de São Paulo.
As Figuras 15 e 16 mostram boas produtividades e qualidade de cebola, alcançadas
graças ao melhoramento genético e à nutrição mineral que foram aprimoradas em anos
31

recentes pela Pesquisa Agronômica e divulgados pela Assistência Técnica para esta cultura,
no Estado de São Paulo e no Brasil.

Figura 15. Campo de experimentação de cebola mostrando alta produtividade e qualidade
dos bulbos graças ao melhoramento genético, à calagem e adubação baseadas na análise
de solo e análise foliar. Parceria IAC - Asgrow/SVS - Paulínia (SP), 2004. Foto: Paulo E. Trani.

Figura 16. Alta produtividade de cebola em área onde foram adotadas boas práticas
conservacionistas proporcionando a manutenção da fertilidade do solo. São José do Rio
Pardo (SP), 2006. Foto: Paulo E. Trani.
32

12. Referências Bibliográficas
BARKER, A.V.; PILBEAM, D.J. Handbook of Plant Nutrition. Boca Raton: CRC Press, 2007.
613p.
BREWSTER, J.L. Onions and other vegetables alliums. Wallingford: CAB

International,

1994. 236p.
CAMARGO FILHO, W.P.; CAMARGO F.P. Evolução do mercado brasileiro de cebola,
regiões produtoras, cultivares, cultivos e disponibilidade, 1950-2010. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51, 2011. Viçosa-MG, 2011. Anais... Brasília: CBO,
2011.
FACTOR, T.L.; BREDA JÚNIOR, J.M.; LIMA JÚNIOR, S. Panorama da produção e
comercialização de cebola no Estado de São Paulo em 2012. Palestra Proferida no XXIV
Seminário Nacional de Cebola, Fernandes Pinheiro, Paraná. 2012.
FACTOR, T.L.; LIMA JÚNIOR, S.; PURQUERIO, L.F.V.; SILVEIRA, J.M.C.; CALORI, A.H.;
GUIMARÃES, R.S.; SANTELLO, M.; RONCHI, R.S.M. Produtividade da cebola em plantio
direto em função de doses e parcelamento da adubação potássica. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51, 2011. Anais... Viçosa: ABH, 2011b. p.3979-3986.
FACTOR, T.L.; LIMA JÚNIOR, S.; PURQUERIO, L.F.V.; TIVELLI, S.W.; TRANI, P.E.;
BREDA JÚNIOR, J.M.; ROCHA, M.A.V. Manejo da adubação nitrogenada na produção de
cebola em plantio direto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA. 49., 2009.
Anais… Águas de Lindóia: ABH, 2009. p.S613-S620.
GAMIELY, S.; RANDLE, W.M.; MILLS, H.A.; SMITTLE, D.A.; BANNA, G.I. Onion: plant
growth, bulb quality, and water uptake following ammonium and nitrate nutrition.
HortScience, v.26, p.1061-1063, 1991.
HAAG, H.P.; HOMA, P.; KIMOTO, T. Nutrição mineral de hortaliças; IV. Deficiência de
macronutrientes em cebola. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Piracicaba, v.25, p.203-212, 1968.
33

HAAG, H.P.; HOMA, P.; KIMOTO, T. Nutrição mineral de hortaliças. VIII.

Absorção de

nutrientes pela cultura da cebola. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Piracicaba, v.27, p.143-153, 1970.
HAAG, H.P.; MINAMI, K. Nutrição mineral de hortaliças. Campinas: Fundação Cargill, 1988.
538p.
JONES, H.A.; MANN, L.H. Onion and their allies. New York: Interscience, 1963. 286p.
MALAVOLTA, E.; HAAG, H.P.; MELLO, F.A.F.; BRASIL SOBRINHO, M.O.C. Nutrição
Mineral e Adubação de Plantas Cultivadas. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1974.
752p.
MASCARENHAS, M.H.T. Origem e botânica da cebola. Belo Horizonte: Informe
Agropecuário. v.6, p.15-16, 1980.
MAY, A.; CECÍLIO FILHO, A.B.; PORTO, D.R.Q.; VARGAS, P.F.; BARBOSA, J.C. Acúmulo
de macronutrientes por duas cultivares de cebola produzidas em sistema de semeadura
direta. Bragantia, v.67, p.507-512, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S000687052008000200027.
MENDES, A.M.S.; FARIA, C.M.B.; SILVA, D.J.; RESENDE, G.M.; OLIVEIRA NETO, M.B.;
SILVA, M.S.L. Nutrição mineral e adubação da cultura da cebola no Submédio do Vale do
São Francisco. Circular Técnica - EMBRAPA, Petrolina, n.86, 2008.
OLIVEIRA,

V.R.

Cultivo

da

cebola

(Allium

cepa

L.).

Apostila.

Disponível

em:

http://pt.scribd.com/doc/127799835/Cultivo-da-Cebola-pdf. Acesso em: 25/10/2010.
PIGGOTT, T.J. Vegetable crops. In: REUTER, D.J.; ROBINSON, J.B. (Ed). Plant analysis:
an interpretation manual. Melbourne: Inkata Press, 1988. p.150-187.
PORTO, D.R.Q.; CECÍLIO FILHO, A.B.; MAY, A.; BARBOSA, J.C. Acúmulo de
macronutrientes pela cebola ‘Optima’, em cultura estabelecida por semeadura direta.
Horticultura Brasileira, v.24, p.470-475, 2007.
34

PRADO, O.T. Estudo sobre o desenvolvimento das raízes da cebola na Fazenda Santa
Elisa, Campinas: Instituto Agronômico, Relatórios do período 1938-1940 e 1941 (não
publicado).
SANTOS, E.E.F.; FERNANDES, D.M.; SILVA, D.J.; BULL, L.T. Acúmulo de macronutrientes
por cultivares de cebola, em um Vertissolo no médio São Francisco. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado. Conquistas e desafios da
ciência do solo brasileira: Anais.... Porto Alegre: SBCS, 2007. (1 CD-ROM)
SCAIFE, A.; TURNER, M. Vegetables. In: ROBINSON, J.B.D. (Ed.). Diagnosis of mineral
disorders in plants. London: (University of Bristol), v.2, p.46-50, 1983.
SENACE (Seminário Nacional de Cebola) 2012. Quadro nacional de oferta de cebola 2012.
Fernandes Pinheiro/PR. Dados informados durante o XXIV Seminário Nacional de Cebola,
Fernandes Pinheiro, Paraná, 2012.
TRANI, P.E.; HIROCE, R.; BATAGLIA, O.C. Análise Foliar: Amostragem e Interpretação.
Campinas: Fundação Cargill, 1983. 18p.
TRANI, P.E.; RAIJ, B. van. Hortaliças. In: Recomendações de adubação e calagem para o
Estado de São Paulo. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI,
A.M.C. (Ed.). 2 ed. rev. atual. Campinas: Instituto Agronômico/ Fundação IAC, 1997. p.157185 (Boletim Técnico 100)
TRANI, P.E.; TRANI, A.L. Fertilizantes: cálculo de fórmulas comerciais. Campinas: Instituto
Agronômico, Série Tecnologia APTA, 2011. 29p. (Boletim Técnico IAC, 208)
VIDIGAL S.M.; MOREIRA M.A.; PEREIRA P.R.G. Crescimento e absorção de nutrientes
pela cebola cultivada no verão por semeadura direta e por transplantio de mudas.
Bioscience Journal, v.26, p.59-70, 2010.
VIDIGAL, S.M.; PEREIRA, P.R.G.; PACHECO, D.D. Nutrição mineral e adubação da cebola.
Informe Agropecuário, v.23, p.36-50, 2002.
35

VILELA, N.J.; MAKISHIMA, N.; OLIVEIRA, V.R.; COSTA, N.D.; MADAIL, J.C.M.; CAMARGO
FILHO, W.P.; BOEING, G.; MELO, P.C.T. Desafios e oportunidades para o agronegócio de
cebola no Brasil. Horticultura Brasileira, v.23, p.1029-1033, 2005.
WUTKE, E.B.; TRANI, P.E.; AMBROSANO, E.J.; DRUGOVICH, M. Adubação Verde no
Estado de São Paulo. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI,
2010. 89p. (Boletim Técnico, 249).

Contenu connexe

Tendances

Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do ArrozManejo de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do ArrozGeagra UFG
 
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.Geagra UFG
 
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJA
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJAMORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJA
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJAGeagra UFG
 
Cartilha cenoura passo a passo projeto novo
Cartilha cenoura passo a passo projeto novoCartilha cenoura passo a passo projeto novo
Cartilha cenoura passo a passo projeto novoBruno No Stress
 
Antracnose e Morte Descendente da Mangueira
Antracnose e Morte Descendente da MangueiraAntracnose e Morte Descendente da Mangueira
Antracnose e Morte Descendente da MangueiraAnderson Santos
 
A cultura da goiaba
A cultura da goiabaA cultura da goiaba
A cultura da goiabaLaura Salles
 
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Geagra UFG
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaGeagra UFG
 
Morfologia e Ecofisiologia da Soja
Morfologia e Ecofisiologia da SojaMorfologia e Ecofisiologia da Soja
Morfologia e Ecofisiologia da SojaGeagra UFG
 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃOMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃOGeagra UFG
 
Plantio da cenoura
Plantio da cenouraPlantio da cenoura
Plantio da cenouraKelwin Souza
 
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios Geagra UFG
 
Adubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarAdubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarGeagra UFG
 
Cultivo de bananeiras notas de aula.
Cultivo de bananeiras   notas de aula. Cultivo de bananeiras   notas de aula.
Cultivo de bananeiras notas de aula. CETEP, FTC, FASA..
 

Tendances (20)

Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do ArrozManejo de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz
 
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.
Manejo de mancha branca, cercosporiose, bipolares e diplodia no milho.
 
Cultura da Cenoura
Cultura da CenouraCultura da Cenoura
Cultura da Cenoura
 
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJA
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJAMORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJA
MORFOLOGIA E FENOLOGIA DA CULTURA DA SOJA
 
Cartilha cenoura passo a passo projeto novo
Cartilha cenoura passo a passo projeto novoCartilha cenoura passo a passo projeto novo
Cartilha cenoura passo a passo projeto novo
 
Melhoramento genético do pimentão
Melhoramento genético do pimentãoMelhoramento genético do pimentão
Melhoramento genético do pimentão
 
Apresentação abacaxi
Apresentação abacaxiApresentação abacaxi
Apresentação abacaxi
 
Antracnose e Morte Descendente da Mangueira
Antracnose e Morte Descendente da MangueiraAntracnose e Morte Descendente da Mangueira
Antracnose e Morte Descendente da Mangueira
 
A cultura da goiaba
A cultura da goiabaA cultura da goiaba
A cultura da goiaba
 
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologia
 
Morfologia e Ecofisiologia da Soja
Morfologia e Ecofisiologia da SojaMorfologia e Ecofisiologia da Soja
Morfologia e Ecofisiologia da Soja
 
Pimentão apresentação
Pimentão   apresentaçãoPimentão   apresentação
Pimentão apresentação
 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃOMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJÃO
 
Plantio da cenoura
Plantio da cenouraPlantio da cenoura
Plantio da cenoura
 
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios
Adubação Foliar - Nutrição/Fitormônios
 
Pivo Central 3ºC
Pivo Central 3ºCPivo Central 3ºC
Pivo Central 3ºC
 
Adubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e FoliarAdubação de Cobertura e Foliar
Adubação de Cobertura e Foliar
 
Adubação
AdubaçãoAdubação
Adubação
 
Cultivo de bananeiras notas de aula.
Cultivo de bananeiras   notas de aula. Cultivo de bananeiras   notas de aula.
Cultivo de bananeiras notas de aula.
 

En vedette

Calagem e adubação da beterraba
Calagem e adubação da beterrabaCalagem e adubação da beterraba
Calagem e adubação da beterrabaRural Pecuária
 
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Revista Cafeicultura
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Rural Pecuária
 
EstatíStica Aula 000
EstatíStica Aula 000EstatíStica Aula 000
EstatíStica Aula 000educacao f
 

En vedette (10)

O Segredo Da Cebola
O Segredo Da CebolaO Segredo Da Cebola
O Segredo Da Cebola
 
Projeto - Produção de cebola
Projeto - Produção de cebolaProjeto - Produção de cebola
Projeto - Produção de cebola
 
Calagem e adubação da beterraba
Calagem e adubação da beterrabaCalagem e adubação da beterraba
Calagem e adubação da beterraba
 
Cebola
CebolaCebola
Cebola
 
Cebola
CebolaCebola
Cebola
 
A Cebola
A CebolaA Cebola
A Cebola
 
Couve
CouveCouve
Couve
 
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...Adubação cafeeiro  - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
Adubação cafeeiro - MANEJO DA FERTILIDADE DOS SOLOS E ADUBAÇÃO EQUILIBRADA P...
 
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
Calagem e adubação da alface, almeirão, agrião d’água, chicória, coentro, esp...
 
EstatíStica Aula 000
EstatíStica Aula 000EstatíStica Aula 000
EstatíStica Aula 000
 

Similaire à Calagem e adubação da cebola

Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoEuvaldo Junior
 
Adubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas
Adubação Orgânica de Hortaliças e FrutíferasAdubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas
Adubação Orgânica de Hortaliças e FrutíferasRural Pecuária
 
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferas
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferasAdubação orgânica de hortaliças e frutíferas
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferasfaccamp
 
Page1 13-134
Page1 13-134Page1 13-134
Page1 13-134mvezzone
 
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...Francihele Müller
 
Calagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do PepinoCalagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do PepinoRural Pecuária
 
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*Rural Pecuária
 
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...Paulo Antonio de Souza Gonçalves
 
001 fundamentos planta - apostila técnica
001   fundamentos planta - apostila técnica001   fundamentos planta - apostila técnica
001 fundamentos planta - apostila técnicaSaymon Acchile'
 
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃODIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃOAna Aguiar
 
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...Paulo Antonio de Souza Gonçalves
 
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...Paulo Antonio de Souza Gonçalves
 
Adubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroAdubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroGeagra UFG
 
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobUtilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobJose Carvalho
 

Similaire à Calagem e adubação da cebola (20)

Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completo
 
36 tomate orgânico
36 tomate orgânico36 tomate orgânico
36 tomate orgânico
 
Adubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas
Adubação Orgânica de Hortaliças e FrutíferasAdubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas
Adubação Orgânica de Hortaliças e Frutíferas
 
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferas
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferasAdubação orgânica de hortaliças e frutíferas
Adubação orgânica de hortaliças e frutíferas
 
Page1 13-134
Page1 13-134Page1 13-134
Page1 13-134
 
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE  CULTURAS SOB PLANTIO DI...
PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTURAS SOB PLANTIO DI...
 
Calagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do PepinoCalagem e Adubação do Pepino
Calagem e Adubação do Pepino
 
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*
Calagem e adubação para hortaliças sob cultivo protegido*
 
Cartilha
CartilhaCartilha
Cartilha
 
Artigo_Bioterra_V22_N2_09
Artigo_Bioterra_V22_N2_09Artigo_Bioterra_V22_N2_09
Artigo_Bioterra_V22_N2_09
 
32 2-2008 01
32 2-2008 0132 2-2008 01
32 2-2008 01
 
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...
Altas diluições de Solanum lycopersicum e Camellia sinensis no manejo fitossa...
 
001 fundamentos planta - apostila técnica
001   fundamentos planta - apostila técnica001   fundamentos planta - apostila técnica
001 fundamentos planta - apostila técnica
 
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃODIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO
 
Tecnicas
TecnicasTecnicas
Tecnicas
 
Tecnicas
TecnicasTecnicas
Tecnicas
 
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...
Uso de enxofre na cultura da cebola em sistemas orgânico e convencional para ...
 
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...
Avaliação do extrato de quitosana no manejo de tripes, Thrips tabaci, míldio,...
 
Adubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do AlgodeiroAdubação na cultura do Algodeiro
Adubação na cultura do Algodeiro
 
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sobUtilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
Utilização de substratos orgânicos na produção de pimentão, sob
 

Plus de Rural Pecuária

Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Rural Pecuária
 
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).Rural Pecuária
 
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Rural Pecuária
 
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Rural Pecuária
 
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalTecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalRural Pecuária
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...Rural Pecuária
 
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Rural Pecuária
 
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorBoas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorRural Pecuária
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaRural Pecuária
 
Dez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoDez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoRural Pecuária
 
Criação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasCriação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasRural Pecuária
 
Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Rural Pecuária
 
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Rural Pecuária
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...Rural Pecuária
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Rural Pecuária
 
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovadoSilício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovadoRural Pecuária
 
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelManual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelRural Pecuária
 
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesInfiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesRural Pecuária
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteRural Pecuária
 
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Rural Pecuária
 

Plus de Rural Pecuária (20)

Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
 
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
 
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
 
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
 
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalTecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
 
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
 
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorBoas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
 
Dez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoDez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milho
 
Criação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasCriação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras Leiteiras
 
Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica
 
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
 
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovadoSilício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
 
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelManual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
 
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesInfiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corte
 
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
 

Calagem e adubação da cebola

  • 1. 1 Calagem e adubação da cebola (Allium cepa L.)* 1 Paulo Espíndola Trani ( ) 2 José Maria Breda Júnior ( ) 3 Thiago Leandro Factor ( ) 1 ( ) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). petrani@iac.sp.gov.br 2 ( ) COOPERBATATA, Vargem Grande do Sul (SP). breda@cooperbatata.com.br 3 ( ) APTA - Polo Regional Nordeste Paulista, Mococa (SP). factor@apta.sp.gov.br * Campinas (SP), janeiro de 2014 INTRODUÇÃO No contexto da agricultura brasileira, a cebola posiciona-se como uma cultura de elevada importância socioeconômica, caracterizando-se como típica de propriedades pequenas e médias e de natureza familiar, sobretudo no Sul e no Nordeste brasileiro (Oliveira, 2010). Estima-se mais de 100 mil produtores envolvidos com a exploração desta hortaliça, gerando mais de 250 mil empregos diretos só no setor da produção (Vilela et al., 2005). Face à diversidade climática das diversas regiões do País, a cultura da cebola é desenvolvida ao longo de todos os meses do ano, com maior ou menor intensidade, dependendo do estado produtor. Em 2010/2011 foram cultivados no Brasil 60.020 mil hectares e a produção foi de 1,36 milhão de toneladas, com produtividade média de 22,6 t ha-1 (Camargo Filho et al., 2011). Os principais estados produtores em ordem decrescente de volume produzido em 2012 foram Santa Catarina, São Paulo, Bahia/Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, com 338.860, 250.016, 169.440, 161.477, 147.472, 137.500, 114.735 toneladas, respectivamente (Senace, 2012). A produção de cebola no Estado de São Paulo está concentrada em poucas regiões, onde geralmente há intensificação e especialização na atividade. As principais regiões
  • 2. 2 produtoras de cebola em São Paulo são por ordem de importância, o Nordeste, Centro Norte e Sudoeste Paulista, representada pelos principais municípios produtores de São José do Rio Pardo, Monte Alto e Piedade, com aproximadamente 45%, 35% e 20% do total, respectivamente (Factor et al., 2012). A produtividade de cebola no Estado de São Paulo, nos últimos 10 anos de 30 t ha -1, constitui-se em uma das mais altas do Brasil. Isso pode ser atribuído à soma de diferentes fatores: utilização de híbridos de cebola bem adaptados às condições climáticas regionais; calagem e adubação calculadas conforme análise de solo; avanços nos sistemas de irrigação; novas técnicas de manejo do solo com destaque ao sistema de plantio direto e outras práticas conservacionistas; pesquisa agronômica e assistência técnica intensiva realizada por Cooperativas, Empresas Privadas e Órgãos Oficiais. 1. Coeficientes Técnicos e Custo de Produção A Tabela 1 apresenta os coeficientes técnicos e o custo produção da cebola em 2011, no sistema de semeadura direta na região de São José do Rio Pardo (SP) para produtividade de 45 t ha-1. Verifica-se um significativo gasto de 27,5% referentes aos custos com calcário, fertilizantes e sua aplicação ao solo quando comparado ao total das despesas com a implantação, manejo e colheita da cebola. Torna-se, portanto, fundamental a realização e interpretação da análise de solo e foliar, importantes e necessárias ferramentas agronômicas para o cálculo correto da calagem e adubação.
  • 3. 3 Tabela 1. Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio direto na região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1). 1 - Preparo do solo/Plantio 1.a – Operações Roçagem Calagem Plantio Conservação do solo Aplicação de adubo orgânico* Quantidade 1.b – Insumos Calcário dolom. (PRNT 80%) 04-14-08 + B + Zn Cama de frango de corte Quantidade 3,0 1,5 5,0 Unidade ton ton ton 2 - Tratos culturais 2.1. Operações tratorista plantio Ajudante plantio aplic. Herbicida dessecante aplic. Herbicida pré aplic. Herbicida pós Adubação de cobertura¨** Pulverizações Irrigação Quantidade 0,25 0,25 0,50 0,50 1,00 8,00 7,00 3.000,00 Quantidade 1,50 5,00 2,00 0,60 1,00 24,00 10,00 2.2 – Insumos 12- 06-12 *** Roundup Ronstar Fusilade Totril Mancozeb Oxicloreto de cobre 4,0 2,0 2,0 1,5 6,0 (1 X) (1 X) 2 (4 X) (14 X) (4 X) (1 X) 2X (8 X) (5 X) Unidade Custo Unit. R$/ha h/maq h/maq h/maq h/maq h/maq R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 100,00 R$ 70,00 R$ 70,00 Subtotal Custo Unit. R$ 97,00 R$ 500,00 R$ 110,00 Subtotal R$ 280,00 R$ 140,00 R$ 200,00 R$ 105,00 R$ 420,00 R$ 1.145,00 R$/ha R$ 291,00 R$ 750,00 R$ 550,00 R$ 1.591,00 Unidade diarias diarias h/maq h/maq h/maq h/maq h/maq KW/h Custo Unit. R$ 40,00 R$ 30,00 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 70,00 R$ 0,32 R$/ha R$ 10,00 R$ 7,50 R$ 35,00 R$ 35,00 R$ 70,00 R$ 560,00 R$ 490,00 R$ 960,00 Unidade ton litro litro litro litro Kg Kg Subtotal Custo Unit. R$ 830,00 R$ 6,00 R$ 57,80 R$ 50,00 R$ 106,30 R$ 14,00 R$ 15,00 R$ 2.167,50 R$/ha R$ 1.245,00 R$ 30,00 R$ 115,60 R$ 30,00 R$ 106,30 R$ 336,00 R$ 150,00
  • 4. 4 Tabela 1 (cont.). Coeficientes técnicos e custo produção de cebola no sistema de plantio direto na região de São José do Rio Pardo (SP) em 2011 (produtividade de 45 t ha-1). Benomil Azoxystrobin Tebuconazole Metalaxyl Lambdacyhalotrin Fenitrothion Imidacloprid NPK + micro foliar**** CaB foliar***** Sementes (1X) (3X) (1X) (1X) (4X) ( 4 X) (4X) 1,00 3,00 1,00 2,50 0,60 0,60 1,40 20,00 40,00 4,00 3 – Colheita 3.a – Operações Arranquio/enleiramento “Toalete” (limpeza dos bulbos) Transporte interno Transporte interno Quantidade 3.b – Insumos Sacas Barbante Quantidade 1.300 10 20,00 40,00 6,00 10,00 Kg fr (100 gr) litro Kg litro litro litro Litro Litro Kg Unidade diárias diárias diárias h/maq Unidade Sacas Unidd R$ 27,64 R$ 45,00 R$ 54,30 R$ 66,67 R$ 54,30 R$ 74,26 R$ 93,50 R$ 9,40 R$ 6,80 R$ 1.000,00 Subtotal Custo Unit. R$ 27,64 R$ 135,00 R$ 54,30 R$ 166,68 R$ 32,58 R$ 44,56 R$ 130,90 R$ 188,00 R$ 272,00 R$ 4.000,00 R$ 7.064,55 R$/ha R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 70,00 Subtotal Custo Unit. R$ 1,20 R$ 2,20 Subtotal R$ 600,00 R$ 1.200,00 R$ 180,00 R$ 700,00 R$ 2.680,00 R$/ha R$ 1.560,00 R$ 22,00 R$ 1.582,00 45 R$ 25.650,00 R$ 16.230,05 R$ 9.419,95 -1 Produção Estimada (t ha ) Receita Bruta Estimada Total do custo Lucro Total Geral HT = hora trator; DH = dia homem; HM = hora máquina. * Inclui o carregamento do adubo orgânico com a caçamba do trator e a aplicação em si. ** adubação de cobertura com aplicação mecanizada canteiro por canteiro. -1 *** cobertura parcelada em 4 aplicações de 380 kg ha . **** em média 6 pulverizações com 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação. ***** em média 13 pulverizações de 3 L do adubo foliar por ha, cada aplicação. Fonte: Breda Jr., J.M., 2011
  • 5. 5 2. Características botânicas da cebola A cebola é uma cultura anual para a produção de bulbos e bianual para produção de sementes. É uma planta herbácea de folhas grandes subcilíndricas ocas (tubulares), lisas e cerosas, dificultando de certo modo a absorção de nutrientes via foliar (Jones & Mann, 1963). A parte comerciável é um bulbo tunicado, grande, concêntrico, formado pelo entumecimento das bainhas das folhas sobrepondo-se umas às outras, constituindo um órgão de reserva onde são acumulados hidratos de carbono. O caule é um disco comprimido na parte inferior do bulbo, de onde saem as raízes fasciculadas, pouco ramificadas que exploram um volume de solo equivalente a 25 cm de diâmetro e 60 cm de profundidade, sendo que nos 30 cm superiores do solo é que há maior concentração de raízes (Mascarenhas, 1980). A avaliação do sistema radicular da cebola foi realizada no Brasil pioneiramente por Prado (1940, 1941) que realizou em Campinas, no IAC, trabalhos sobre o desenvolvimento radicular da cebola propagada por mudas, concluindo o seguinte: as raízes concentram seu maior volume até os 30 cm, embora boa parte destas atinja 40 a 50 cm de profundidade (e até 70 a 80 cm) em solo com condições físicas e químicas uniformes em todo seu perfil (Figuras 1 e 2). Observou também que as raízes da cebola “caminham” durante seu desenvolvimento inicial, quase em paralelo à superfície do solo por uns 25 cm e 5 cm de profundidade para depois descerem perpendicularmente (Figura 3). Estas características acima descritas têm implicações peculiares quanto à aplicação e o suprimento de nutrientes.
  • 6. 6 Figura 1. Raízes de cebola por ocasião da colheita do bulbo, desenvolvidas em um solo uniforme sem impedimentos físicos e químicos. IAC, Campinas,1940. Foto: Olympio T. Prado.
  • 7. 7 Figura 2. Plantas jovens de cebola mostrando maior concentração de raízes nos primeiros 30 cm de profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado. Figura 3. Plantas de cebola com boa concentração de raízes até os 25 cm laterais e 30 cm em profundidade. IAC, Campinas.1941. Foto: Olympio T. Prado.
  • 8. 8 3. Nutrição Mineral A determinação da quantidade de nutrientes e sua aplicação na forma e momento mais adequados para as espécies vegetais são influenciadas pelas características da planta, do solo e do ambiente de cultivo. Além das características botânicas da cebola, deve-se conhecer a função dos nutrientes, os sintomas de deficiência e toxidez, as formas de absorção e transporte destes, a curva de crescimento, a disponibilidade e eficiência de recuperação de cada nutriente adicionado no solo, para se calcular a necessidade de calagem e adubação. 3.1 Funções dos nutrientes e principais sintomas de deficiência Inúmeras literaturas descrevem a função dos nutrientes nas plantas e os principais sintomas de deficiência na cebola, além de outras culturas, destacando-se Haag et al (1968, 1970), Malavolta et al (1974); Scaife & Turner (1983); Piggott (1988); Barker & Pilbeam (2007); Mendes et al (2008). 3.1.1 Nitrogênio (N) O nitrogênio é componente da estrutura de aminoácidos, proteínas, clorofila, enzimas, coenzimas, RNA, DNA, além de vitaminas como a niacina, tiamina, riboflavina. Os metabólitos que contêm N são em grande parte ativadores enzimáticos, além de participarem dos processos de absorção de íons, fotossíntese, respiração, sínteses bioquímicas e crescimento vegetativo. Na cebola, os principais sintomas de deficiência de N constituem-se na diminuição do ritmo de crescimento, as folhas mais velhas amarelecem, secam e caem. As poucas folhas novas mostram-se finas e delicadas e os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido. 3.1.2 Fósforo (P) O fósforo é parte essencial da estrutura dos ésteres de carboidratos, fosfolipídeos,
  • 9. 9 coenzimas e ácidos nucleicos (ATP e ADP). O fósforo contribui para o desenvolvimento do sistema radicular. Desempenha também um papel fundamental na respiração, seja no desdobramento inicial da glicose, seja no armazenamento, na transferência e utilização da energia gerada no processo. Quando a planta de cebola apresenta deficiência de P, suas folhas mais velhas mostram-se amareladas e secam facilmente. As folhas intermediárias e as mais novas apresentam coloração verde-escura. Os bulbos apresentam-se com tamanho reduzido. 3.1.3 Potássio (K) O potássio atua nos processos osmóticos, na síntese de proteínas e na manutenção de sua estabilidade, na abertura e fechamento dos estômatos, na permeabilidade da membrana e no controle do pH da célula. Sua deficiência se caracteriza pelo murchamento das folhas; as mais velhas apresentam coloração amarelada, progredindo para o secamento das pontas, reduzindo também o desenvolvimento dos bulbos. 3.1.4 Cálcio (Ca) O cálcio é componente da parede celular, sendo indispensável para manutenção da estrutura das membranas celulares, em particular do plasmalema, sendo indispensável para a germinação do grão de pólen e para o crescimento do tubo polínico no processo de polinização e fecundação. Plantas de cebola com deficiência de Ca apresentam as folhas novas com aspecto aparentemente normal, porém tombam repentinamente sem se fraturarem e após alguns dias secam a partir do ápice no sentido da base. Com a progressão da carência, o fenômeno se repete nas folhas intermediárias e nas folhas velhas. 3.1.5 Magnésio (Mg) O magnésio está presente na molécula de clorofila, sendo importante ativador de
  • 10. 10 diversas enzimas, participando dos processos de fotossíntese, respiração, síntese de compostos orgânicos, absorção iônica e trabalho mecânico, como aprofundamento e expansão da raiz. A absorção de P (na forma de H2PO4-) é máxima na presença de Mg2+, tendo o papel de carregador de fósforo, provavelmente, pela sua participação na ativação de ATPases. Em situação de deficiência de Mg, as folhas mais velhas tornam-se uniformemente amareladas ao longo do seu comprimento, sem evoluir para a morte. Há o secamento do ápice das folhas e os bulbos produzidos são pequenos. 3.1.6 Enxofre (S) O enxofre é constituinte importante de alguns aminoácidos, como a cistina, metionina, cisteína e triptofano, precursores de compostos sulfurados voláteis responsáveis pelo aroma característico da cebola. As folhas de plantas deficientes apresentam-se finas e deformadas, com amarelecimento das folhas novas, ocorrendo reduzido crescimento radicular. Apesar das poucas folhas, há, relativamente, uma boa formação de bulbos. 3.1.7 Boro (B) É ativador enzimático e atua nos processos de absorção iônica, transporte de carboidratos, síntese de lignina, celulose, ácidos nucleicos e proteínas. Tem importante função na translocação de açúcares e no metabolismo de carboidratos, no florescimento, no crescimento do tubo polínico, nos processos de frutificação, no metabolismo do N e na atividade de hormônios. Intervém na absorção e no metabolismo dos cátions, principalmente do Ca++. Em condição de deficiência, inicialmente, as folhas mais novas adquirem uma tonalidade verde-azulada. Estas tornam-se mosqueadas e enrugadas. Surge fendilhamento nas folhas mais velhas, que ficam quebradiças. Há a paralisação do crescimento e morte das folhas, a partir do ápice.
  • 11. 11 A deficiência de B ocasiona ainda a má formação das películas (cascas) externas da cebola, necrose interna principalmente nas escamas do centro e região meristemática, menor consistência e menor poder de conservação pós-colheita. Bulbos tratados com B, em pré-colheita, apresentam incremento na coloração, aumento da resistência das cascas e menor perda de massa durante o armazenamento. 3.1.8 Cobre (Cu) O cobre é constituinte da estrutura de proteínas e de diversas enzimas que atuam nos processos de fotossíntese, respiração, regulação hormonal, fixação de N e metabolismo de compostos secundários. É essencial no balanço de nutrientes que regulam a transpiração na planta. Os principais sintomas de deficiência são folhas de coloração amarelo-parda, com necrose nas margens e retorcidas. O bulbo torna-se amarelo e fino, faltando solidez e firmeza. Na cebola, a aplicação de Cu intensifica a coloração da casca melhorando também a resistência desta e propicia menor perda de peso dos bulbos durante o armazenamento. Vale observar que uma fonte indireta de fornecimento deste micronutriente para as plantas é o oxicloreto de cobre, produto que controla a ferrugem e outros agentes patogênicos da cebola. À medida que este for substituído por outros agrotóxicos deverá ser necessário o fornecimento de cobre através de fertilizantes aplicados ao solo, em pré-plantio e também via foliar durante o período de crescimento da cebola e formação de bulbos. 3.1.9 Manganês O manganês participa de diversas reações bioquímicas atuando como ativador de enzimas envolvidas nos processos de respiração e na síntese de aminoácidos e lignina. Atua também nas reações de oxi-redução e transporte de elétrons nas células vegetais. O manganês é um micronutriente ainda pouco pesquisado para a cebola no Brasil e poderá ter sua demanda aumentada nos próximos anos, à medida que os agrotóxicos que o
  • 12. 12 contém e o fornece indiretamente às plantas (como o Mancozeb) forem sendo substituídos por outros produtos. As plantas de cebola deficientes em Mn mostram folhas externas com faixas estreitas (”riscos”) cloróticas e esbranquiçadas seguindo-se o aparecimento de necroses. O crescimento das plantas é severamente reduzido. 3.1.10 Molibdênio O molibdênio atua como catalizador de reações de oxi-redução em mais de 60 enzimas presentes nas células vegetais. Este micronutriente tem um importante papel no metabolismo do nitrogênio nas plantas, onde participa, por exemplo, no processo de redução do NO3-- para NO2-- ativando a enzima reductase do nitrato. Em plantas adultas de cebola deficientes em Mo ocorre a morte das extremidades (pontas) das folhas e abaixo destas aparecem partes flácidas ou murchas, enquanto a parte basal ainda permanece verde. Considera-se 0,1 mg de Mo por kg de matéria seca das folhas como um valor mínimo necessário (nível crítico) às necessidades nutricionais da cebola. O molibdênio é necessário em pequenas quantidades, cerca de 0,1 kg (100 gramas) de Mo por ha, via solo, para proporcionar boas produções de hortaliças em geral. A aplicação de Mo em pulverização para a cebola, é citada no item “adubação foliar”. 3.1.11 Zinco (Zn) É constituinte de diversas enzimas que atuam nos processos de respiração, controle hormonal e síntese de proteínas. É necessário para a síntese e conservação de auxinas, hormônios vegetais envolvidos no crescimento. Quando as plantas de cebola são deficientes em Zn, há o aparecimento de folhas
  • 13. 13 retorcidas, atrofiadas e com riscas (faixas estreitas) amareladas. 3.1.12 Outros nutrientes e elementos úteis O ferro é um micronutriente presente em quantidades significativas na maioria dos solos cultivados com cebola no Estado de São Paulo e não há relatos de sua deficiência nesta cultura. Quanto ao níquel (Ni), ainda não existe no Brasil pesquisa agronômica sobre sua ação em cebola, já sendo, porém, recomendado para algumas outras espécies hortícolas. O silício (Si) é um elemento útil, mas não essencial às plantas. Proporciona em algumas culturas melhor resistência a certas doenças fúngicas, porém nada foi relatado para a cultura da cebola a esse respeito. O Si é componente de fertilizantes como o termofosfato e o F.T.E. (Fritted Trace Elements). . 3.2 Acúmulo de matéria seca e absorção de nutrientes Empresas privadas, empresas públicas e cooperativas estão constantemente desenvolvendo novos híbridos e cultivares adaptadas às diferentes condições climáticas, com diferentes exigências nutricionais. Nesse sentido, são necessários estudos envolvendo as curvas de absorção de nutrientes dos diferentes genótipos lançados, no sentido de aprimorar as recomendações de calagem e adubação. As curvas de absorção de nutrientes e o acúmulo de matéria seca em função da idade da planta possibilitam conhecer os períodos de maior exigência dos nutrientes e de produção de massa de matéria seca, obtendo-se informações seguras quanto às épocas mais convenientes de aplicação de fertilizantes (Haag & Minami, 1988). De acordo com Porto et al. (2007) o crescimento da planta de cebola é lento até próximo à metade do ciclo. A partir daí, segundo Gamiely et al. (1991), iniciam-se a bulbificação e a translocação de fotoassimilados e outros compostos para o bulbo. Nessa fase, há um rápido acúmulo de matéria seca no bulbo (Brewster, 1994).
  • 14. 14 Santos et al. (2007) avaliaram o acúmulo de matéria seca e o teor de nutrientes em cebola, cultivares Alfa São Francisco e Franciscana IPA 10, em um Vertissolo localizado em Juazeiro/BA e observaram que o acúmulo máximo de matéria seca nas folhas foi lento até aos 40 dias após o transplantio, sendo que o maior acúmulo de matéria seca ocorreu aos 80 dias. Já Porto et al. (2006) estudando a marcha de absorção na cebola em um híbrido Superex em São José do Rio Pardo/SP, observaram crescimento muito lento até 70 dias após a semeadura, sendo que maiores incrementos na matéria seca da parte aérea e do bulbo ocorrem, respectivamente, nos períodos de 70 a 110 dias e de 90 a 130 dias do ciclo, mostrando assim diferenças marcantes entre regiões, sistemas de produção e materiais genéticos no que tange o acúmulo de massa e teor de nutrientes. Vidigal et al. (2002) observaram, ao final do ciclo da cebola, os acúmulos na parte aérea dos macronutrientes (em kg ha-1): N: 55; P: 7; K: 74; Ca: 38; Mg: 5; S: 8; e os micronutrientes (em g ha-1): B:139; Cu: 301; Fe: 605; Mn: 528; Zn:110. Os acúmulos nos bulbos dos macronutrientes foram (em kg ha-1): N: 70; P:15; K: 57; Ca: 25; Mg: 4; S:12; e os micronutrientes (em g ha-1): B:150; Cu: 30; Fe: 749; Mn: 280; Zn: 266. O acúmulo total (parte aérea + bulbos) de macronutrientes foi (em kg ha-1): N: 125; P: 22; K: 131;Ca: 63; Mg: 9; S: 20 e os micronutrientes (em g ha-1): B: 289; Cu: 331; Fe: 1354; Mn: 808; Zn: 376. Ainda Vidigal et al. (2010), estudando a absorção de nutrientes pela cultura da cebola no sistema de semeadura direta e transplante de mudas, verificaram que independente do sistema de cultivo o crescimento inicial foi lento, intensificando a partir dos 56 e 74 dias após a semeadura, para o cultivo em semeadura direta e transplantio de mudas, respectivamente. Os nutrientes foram absorvidos pela cebola na seguinte ordem: K > N > Ca > S > P > Mg e Fe > Mn > Cu > Zn. May et al. (2008) no sistema de semeadura direta verificou que a cebola híbrida Optima extraiu aos 150 dias após a semeadura, os macronutrientes (em kg ha-1): N: 79; P: 13; K: 76; Ca: 59; Mg:12 e S: 24. A cebola híbrida Superex extraiu os macronutrientes (em kg ha-1): N: 65; P: 10; K: 68; Ca: 66; Mg: 13; S: 25.
  • 15. 15 Apesar de se observar praticamente a mesma sequência de absorção de nutrientes verifica-se diferenças nas quantidades absorvidas destes entre os genótipos utilizados, mesmo quando cultivou-se a cebola no mesmo solo e período do ano. As diferentes quantidades extraídas de nutrientes pela cebola, apresentadas em diversos trabalhos, podem ser atribuídas à diversidade de fertilidade dos solos, diferentes épocas de plantio, diferentes características climáticas (principalmente as temperaturas durante o ciclo), diferentes sistemas de propagação (semeadura direta, mudas e bulbinhos) e exigências nutricionais distintas conforme a cultivar. Torna-se, portanto, importante a realização de pesquisa regional e local sobre nutrição mineral da cebola com a finalidade de se aprimorar as recomendações de adubação e os períodos de aplicação dos fertilizantes para a cebola. 3.3 Interpretação da análise foliar A análise química foliar consiste na determinação dos teores de elementos em tecidos vegetais (principalmente folhas) visando o diagnóstico do estado nutricional da cultura. Auxilia ainda na interpretação dos efeitos da adubação anteriormente efetuada e a estimar indiretamente o grau de fertilidade do solo. A análise foliar permite também distinguir os sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles provocados por nutrição inadequada (Trani et al, 1983). Na cultura da cebola a folha a ser coletada é a mais jovem, desde que completamente expandida, coletando-se uma folha por planta, num total de 40 folhas por gleba homogênea. O período de coleta indicado é na metade do ciclo da cultura, ou seja, 40-50 dias após o transplante. Após a coleta, deve-se acondicionar as amostras em sacos de papel, identificando-as e enviando-as, imediatamente, para laboratório de análise química de tecido vegetal. A seguir é apresentada a faixa de teores adequados de macro e micronutrientes (tabela 2).
  • 16. 16 Tabela 2. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em cebola. N P K Ca Mg S -1 ---------------------------------------------------g kg --------------------------------------------------- 25– 40 2–5 B 30 – 50 15 – 30 Cu Fe 3–5 5–8 Mn Zn -1 ---------------------------------------------------mg kg ------------------------------------------------- 30 – 50 10 – 30 60 – 300 50 – 200 30 – 100 Fonte: adaptado de Trani e Raij, 1997 4. Amostragem do solo para análise. O produtor deve coletar as amostras de solo sempre com a devida antecedência para que haja tempo da aplicação e efeito do calcário e do fertilizante orgânico. O terreno a ser plantado deve ser percorrido ao acaso, em zigue-zague, e coletadas de 12 a 20 subamostras, com um trado ou enxadão, na profundidade entre 0 e 20 cm. As sub-amostras devem ser misturadas em um recipiente limpo e a amostra composta com 300 a 400 gramas, enviada de preferência aos laboratórios que participam do programa de controle de qualidade de solo, coordenado pelo IAC. Ressalte-se que as áreas representativas de cada amostra composta não devem ser superiores a 10 - 20 ha. Em áreas cultivadas com diferentes espécies vegetais, intensamente corrigidas e adubadas recomenda-se a cada 5 anos realizar também uma análise física do solo, coletando-se duas amostras compostas distintas: a primeira representativa da camada de 0 - 20 cm e a segunda de 20 - 40 cm de profundidade. Com base nos resultados da análise física e química é possível aprimorar o manejo do solo 5. Calagem A maioria dos solos brasileiros apresenta características químicas inadequadas para o cultivo intensivo de plantas, tais como: elevada acidez, altos teores de hidrogênio e alumínio trocáveis além da deficiência de cálcio e magnésio. A calagem é prática fundamental para a
  • 17. 17 correção da acidez do solo e para o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas. A cultura da cebola situa-se entre as hortaliças mais sensíveis à acidez do solo. Assim sendo, os solos em que será cultivado cebola devem ser corrigidos, para se alcançar 80% de saturação por bases, além de um pH (Ca Cl2) próximo a 6,0. Dentre os corretivos da acidez do solo, os calcários são os mais comercializados. Os calcários podem ser classificados em função do teor de óxido de magnésio (MgO) como calcíticos, magnesianos ou dolomíticos. Aqueles que apresentam menos de 5% de MgO são denominados calcíticos; de 5-12% de MgO, magnesianos e acima de 12% de MgO, dolomíticos. Os calcários comuns tem PRNT (poder relativo de neutralização total) aproximado de 70% e devem ser incorporados ao solo de 60 a 90 dias antes da semeadura ou do plantio da cebola para ocorrer completa correção da acidez do solo. Os calcários finamente moídos denominados “Filler” (com PRNT entre 80 e 90%) e os calcários parcialmente calcinados (PRNT de 90 a 100%) apresentam ação mais rápida na correção da acidez do solo (30 a 40 dias após a aplicação). Recomenda-se a incorporação do corretivo até 25 a 30 cm de profundidade, para possibilitar o pleno desenvolvimento das raízes da cebola. Logo após a incorporação do calcário, irrigar o local para que se atinja umidade suficiente necessária à reação deste junto ao solo. A distribuição do calcário deve ser a mais uniforme possível e sobre a área total do terreno (Figura 4). Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato de cálcio bi-hidratado) não corrige o pH do solo. Tem como principal função fornecer cálcio e enxofre às culturas e também arrastar para longe do alcance das raízes, o alumínio trocável do solo. Sua aplicação deve ser criteriosa, pois o excesso de gesso agrícola poderá acarretar a lixiviação para maiores profundidades, além do Al+++, de cátions como o K+ e o Mg++.
  • 18. 18 Figura 4. Aplicação de calcário sobre a área total do terreno para posterior incorporação ao solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr. 6. Adubação Orgânica A aplicação do adubo orgânico deve ocorrer de 15 a 30 dias antes da semeadura ou transplante de mudas. Recomenda-se aplicar 15 t ha-1 de esterco bovino bem curtido ou 5 t ha-1 de esterco de galinha (ou cama de frango) curtido, ou ainda 150 a 200 kg ha-1 de torta de mamona pré- fermentada. As maiores quantidades de adubos orgânicos são recomendadas em solos arenosos e pobres em matéria orgânica. A distribuição dos adubos orgânicos deve ser realizada em área total do terreno e posterior incorporação ao solo dos canteiros (Figura 5).
  • 19. 19 Figura 5. Aplicação de fertilizante orgânico com a antecedência de 15 a 30 dias antes do plantio ou da semeadura da cebola. São José do Rio Pardo (SP), 2013 . Foto: José Maria Breda Jr. Dentre os fertilizantes orgânicos recomendados destaca-se o composto (Figura 6), oriundo da fermentação de diferentes materiais e cuja quantidade a aplicar deve ser calculada conforme o teor de nutrientes, principalmente o teor de N presente em maior quantidade nos fertilizantes orgânicos.
  • 20. 20 Figura 6. O composto orgânico proporciona entre outros benefícios a melhoria da estrutura do solo. São José do Rio Pardo (SP), 2013. Foto: José Maria Breda Jr. 7. Adubação Mineral de Plantio Aplicar e incorporar de 7 a 10 dias antes da semeadura, conforme a análise do solo os seguintes nutrientes (Tabela 3): Tabela 3. Recomendação de nutrientes em pré- plantio de cebola conforme análise química de solo. P resina, mg dm -3 + K trocável, mmolc dm -3 Zn, mg dm -3 Nitrogênio 0-25 N, kg ha 30 a 60 -1 26-60 61-120 >120 -1 ------------P2O5, kg ha ---------320 240 120 60 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0 0-0,5 -1 -----------K2O, kg ha ----------160 120 -1 60 0,6-1,2 ------Zn, kg ha 30 4 -1 -1 2 >1,2 -----1 Aplicar junto com o NPK em pré-plantio 30 a 60 kg ha de S ha, 1 a 2 kg ha de B , sendo as maiores doses -1 nos solos deficientes em boro ou pobres em matéria orgânica. Acrescentar ainda 2 a 4 kg ha de cobre (Cu) e -1 1 a 2 kg ha de manganês (Mn), em solos deficientes nestes micronutrientes.
  • 21. 21 Recomenda-se a utilização de 1/4 a 1/5 do fósforo em pré-plantio na forma de termofosfato que contém, além do fósforo, cálcio, magnésio, micronutrientes e silício. As doses de nutrientes a serem aplicadas antes da semeadura ou do plantio, podem também variar conforme o sistema de distribuição dos fertilizantes, em área total do canteiro ou nos sulcos de semeadura. Caso a análise de solo indique a necessidade de elevadas doses de K2O em pré-plantio, aplicar fórmulas em área total do canteiro e não em sulcos, para “diluir” o efeito do K presente nas mesmas. Caso seja somente possível a aplicação direcionada das fórmulas NPK nos sulcos, evitar aquelas com cloreto de potássio ou deverão contê-lo em pequenas quantidades. A concentração excessiva de K pode acarretar a salinização do solo devido ao cloro do KCl e prejudicar a germinação das sementes de cebola. O produtor de cebola que distribui os fertilizantes diretamente em sulcos ou linhas deve sempre regular a máquina para que o adubo fique situado 2,5 cm abaixo e 2,5 cm ao lado das sementes, diminuindo assim, a possibilidade de “queima” das mesmas. 8. Adubação mineral de cobertura As maiores ou menores quantidades de N, P, K em cobertura dependerão da avaliação da cultura antecedente, da fertilização orgânica anterior, do estande de plantas de cebola e da produtividade desejada ou esperada. Outros fatores a considerar são: o estado vegetativo das plantas no campo, a exigência nutricional da cultivar de cebola utilizada e o sistema de plantio utilizado. No sistema de transplante de mudas aplicar 80 a 120 kg ha-1 de N e 40 a 120 kg ha-1 de K2O, parcelando os totais em duas aplicações aos 20 a 30 e aos 45 a 55 dias após o transplante. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura, junto com o N e o K, não ultrapassando 30 a 40 kg ha-1 de P2O5. O sistema de transplante de mudas proporciona menor quantidade de plantas por ha em relação ao sistema de
  • 22. 22 semeadura direta e requer consequentemente menor quantidade de nutrientes. A Figura 7 mostra uma propriedade agrícola no sistema familiar, onde as cebolas foram produzidas através do transplante de mudas e irrigação por aspersão, sendo adotado o sistema de adubação em cobertura acima mencionado. Figura 7. Colheita de cebola em propriedade agrícola familiar no sistema de produção por transplante de mudas. Os fertilizantes em cobertura foram aplicados em linhas ao lado das plantas. A água foi fornecida através do sistema de aspersão. São José do Rio Pardo (SP), 2006. Foto: Paulo E. Trani No sistema de semeadura direta aplicar 80 a 160 kg ha-1 de N e 40 a 160 kg ha-1 de K2O dividindo este total em 5 aplicações aos 25, 40, 55, 70 e 85 dias após a emergência das plantas. Admite-se em solos com teores baixos de P, utilizá-lo também em cobertura, junto com o N e o K, não ultrapassando 40 a 60 kg ha-1 de P2O5. A utilização de fórmulas de fertilizantes de cobertura contendo P (como 20-05-20; 1204-12) juntamente com N e K tem sido praticada há décadas para diversas espécies de hortaliças, inclusive para a cebola e mostrado na prática, efeitos benéficos, ainda não quantificados, quanto à maior produção e melhor qualidade dos produtos colhidos.
  • 23. 23 A alta solubilidade de alguns fertilizantes fosfatados presentes em formulações de cobertura, como o DAP e o MAP, proporciona rápida absorção de P pelas raízes de hortaliças de ciclo médio (120 a 160 dias para a cebola, alho e tomate) e até aquelas de ciclo rápido (30 a 40 dias para a alface / rúcula e 80 a 90 dias, para a cenoura / beterraba). Vale ressaltar que o fósforo solúvel presente em quantidades adequadas no solo “estimula” a absorção de nitrogênio pelas plantas. Outro aspecto a se destacar refere-se à tecnologia de fertilizantes, onde fórmulas de cobertura fabricadas com adubos fosfatados em sua composição por vezes são menos higroscópicas em relação às fórmulas que contém apenas fertilizantes nitrogenados e potássicos. Factor et al (2009), utilizando a uréia como fonte nitrogenada, observaram maiores produtividades e melhor classificação de bulbos de cebola com a aplicação de 200 kg ha-1 de nitrogênio, sendo 40 kg ha-1 no plantio e 160 kg ha-1 em cobertura aos 30, 50 e 70 dias após a semeadura. Em relação à adubação potássica para a cultura da cebola em semeadura direta (híbrido Optima), maior produtividade total e de bulbos classe 3 (50-70 mm) de melhor valor comercial, foram obtidas com adubação de 189 kg ha-1 e 165 kg ha-1 de K2O, respectivamente (Factor et al., 2011). Quando da aplicação de nutrientes em cobertura por fertirrigação adotada nos sistemas de gotejamento e pivô central (Figura 8) e especialmente para cultivos adensados de cebola (Figura 9) recomenda-se aumentar o número de parcelamentos das doses de nutrientes calculadas conforme o estado nutricional da cultura, e nas diferentes fases de desenvolvimento, o que deverá ser monitorado com a análise foliar. Os fertilizantes destinados aos sistemas de fertirrigação devem ser altamente solúveis. É importante o conhecimento de suas características químicas tais como índice salino, condutividade elétrica e índice de acidez e alcalinidade, as quais podem interferir nas condições físico-químicas do solo e no desenvolvimento das plantas submetidas à adubação radicular (Trani & Trani, 2011).
  • 24. 24 Figura 8. Fertirrigação de cebola através de água fornecida por pivô central. São José do Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani Figura 9. Sistema adensado de produção de cebola em época próxima à colheita de bulbos, em São José do Rio Pardo (2007). Foto: Paulo E. Trani Ao se avaliar a necessidade de complementar as quantidades de nutrientes acima recomendadas em cobertura, tomar cuidado com o nitrogênio, pois o excesso deste
  • 25. 25 nutriente pode prolongar o ciclo da cebola, causar maior porcentagem de bulbos bifurcados, plantas taludas (“pescoço grosso”), maior suscetibilidade a doenças foliares e ainda acarretar baixa conservação dos bulbos após a colheita. É importante a avaliação e definição das melhores relações N / K em cada tipo de solo para que se obtenha boas produtividades aliadas à qualidade dos bulbos colhidos. Com relação ao enxofre este nutriente encontra-se geralmente presente nas fórmulas de plantio de baixa e média concentrações de NPK, na forma de superfosfato simples (10 a 12% S) e de sulfato de amônio (24% S). Caso o produtor utilize em pré-plantio fórmulas com alta concentração de NPK onde o S normalmente não está presente pode-se utilizar do gesso agrícola ou ainda realizar a cobertura da cebola com fórmulas de baixa e média concentração que permitem espaço para fertilizantes com S em sua composição. O enxofre em excesso poderá afetar o sabor e aroma da cebola, pois está relacionado à formação de componentes que aumentam a pungência dos bulbos. 9. Adubação foliar Recomenda-se pulverizar as plantas, próximo à colheita com solução de sulfato de potássio a 1%. Com relação ao magnésio, recomenda-se 3 a 4 pulverizações com sulfato de magnésio heptaidratado a 0,8% distribuídas de maneira uniforme durante o ciclo da cebola. Ainda, durante o desenvolvimento da cultura e sempre após as adubações nitrogenadas, aplicar molibdato de sódio a 0,05% (0,5 g por litro de água). Quanto ao boro, pulverizá-lo na forma de ácido bórico a 0,1-0,2% (corresponde a 1-2 g por litro de água) complementando a aplicação via solo. Vale lembrar que a cebola possui folhas cerosas recomendando-se a mistura dos fertilizantes com espalhante adesivo. 10. Adubação verde A adubação verde e/ou a cobertura vegetal é uma prática agrícola milenar para aumentar a capacidade produtiva do solo. Consiste no cultivo de plantas, em rotação / sucessão / consorciação com as culturas, que melhoram significativamente os atributos
  • 26. 26 químicos, físicos e biológicos do solo. As plantas denominadas “adubos verdes” tem características recicladoras, recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras de solo. Dentre os benefícios da adubação verde destacam-se: a) aumento da capacidade de armazenamento de água no solo; b) controle de nematóides fitoparasitos; c) descompactação, estruturação e aeração do solo; d) diminuição de amplitude da variação térmica do solo; e) fornecimento de nitrogênio fixado direto da atmosfera quando leguminosas; f) intensificação da atividade biológica do solo; g) melhoria do aproveitamento e eficiência dos adubos e corretivos; h) produção de fitomassa para formação da cobertura morta e manutenção da matéria orgânica no solo; i) proteção do solo contra os agentes da erosão e radiação solar; j) rápida cobertura do solo e grande produção de massa verde em curto espaço de tempo; k) reciclagem de nutrientes lixiviados em profundidade. A Tabela 4 mostra os principais adubos verdes recomendados para a cultura da cebola e suas características agronômicas. Tabela 4. Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos verdes/ plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca. Nome comum Braquiaria ruziziensis Crotalaria juncea* Crotalaria espectabilis* Guandu* Milheto Milho Mucuna anã* Sorgo Matéria fresca P K Ca Mg (t ha ) Matéria seca -1 (t ha ) 25 - 40 6 - 10 14 - 24 1,0 - 3,6 14 - 28 2,4 - 6,8 30 - 45 8 - 12 11 - 44 0,9 - 3,7 6 - 34 3,3 - 23 15 - 30 4-8 20 - 33 0,7 - 2,5 8 - 18 4,3 - 18 30 - 50 8 - 16 13 - 33 0,9 - 2,5 4,7 - 28 5,7 - 17,9 1,9 - 4,9 22 - 38 6 - 12 8 - 34 1,3 - 4,9 11 - 38 1,3 - 4,1 1,3 - 5,0 25 - 38 8 - 12 20 - 40 2,0 - 4,0 17 - 35 2,5 – 8,0 1,5 - 5,0 10 - 20 2-5 27 - 35 1,6 - 5,3 16- 48 19 - 24 -1 N -1 --------------------- g kg de matéria seca ------------------1,8 - 4,8 2,5 - 8,0 3,7 - 5,0 4,6 - 6,5 35 - 60 10 - 20 5 - 12 1,0 - 3,0 8 - 28 2-4 2,5 - 5,0 forrageiro Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011 *após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola no máximo 30 kg N/ha.
  • 27. 27 Tabela 4 (cont.) Produção de massa vegetal de diferentes espécies de adubos verdes/plantas de cobertura e quantidade de macro e micronutrientes na matéria seca. Nome Matéria fresca comum (t ha ) Matéria seca -1 (t ha ) 25 - 40 6 - 10 0,9 - 1,7 12 - 30 5 - 14 50 - 280 25 - 60 30 - 45 8 - 12 1,2 - 2,7 15 - 25 6 - 14 23 - 179 16 - 44 15 - 30 4–8 1,5 - 1,6 34 - 41 8 - 10 53 - 126 23 - 30 30 - 50 8 - 16 1, 9 -2,1 22 - 25 5 - 12 26 - 99 15 - 66 22 - 38 6 - 12 1,5 - 2,7 7 – 35 5 - 16 27 - 101 24 - 98 25 - 38 8 - 12 1,5 - 3,0 10 - 25 6 - 20 20 - 200 15 - 100 10 - 20 2-5 2,6 - 2,9 35 9 - 28 179 - 358 61 - 85 Braquiaria ruziziensis Crotalaria juncea* Crotalaria espectabilis* Guandu* Milheto Milho Mucuna Anã* -1 S -1 g kg m.s. B Cu Mn Zn -1 ----------- mg kg de matéria seca---------- Sorgo 10 - 20 0,2 - 0,4 4 - 20 4 - 20 10 - 190 14 - 50 35 - 60 forrageiro Fonte: adaptado de Wutke et al, 2011 *após leguminosa diminuir a quantidade de N em pré-plantio de cebola, no máximo 30 kg N/ha. Os seguintes consórcios de espécies de primavera/verão e quantidades de sementes são recomendados para a cultura da cebola: - Milheto + Crotalaria juncea (40 + 10 a 15 kg/ha). - Milheto + Guandu + Crotalaria juncea (40 + 20 + 7 a 10 kg/ha). - Crotalaria espectabilis (7 a 8 kg/ha) + Crotalaria ocroleuca (7 a 8 kg/ha) + Milheto (30 kg/ha). As Figuras 10; 11; 12; 13 e 14 mostram alguns dos benefícios da adubação verde, acima mencionados.
  • 28. 28 Figura 10. Área de milheto já dessecada para posterior semeadura direta na palha em São José do Rio Pardo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013. Figura 11. Área da esquerda com Crotalaria juncea visando controle de nematóides, e área da direita com milho como rotação de cultura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.
  • 29. 29 Figura 12. Supressão de plantas daninhas indesejáveis nas áreas de produção de cebola utilizando a Crotalaria juncea como adubo verde. Foto: José Maria Breda Jr., 2013. Figura 13. “Mix” de 40 kg/ha de milheto com 12 kg/ha de Crotalaria juncea aos 55 dias após a semeadura. Foto: José Maria Breda Jr., 2013.
  • 30. 30 Figura 14. Área com “mix” de milheto e Crotalaria juncea, aos 55 dias após a semeadura. Após apenas uma “passada” de gradão observa-se a reestruturação do solo e a facilidade de manejo. Foto: José Maria Breda Jr., 2013. 11. Conclusões A calagem e adubação são práticas agronômicas fundamentais para se obter altas produtividades e qualidade de bulbos de cebola. O cálculo correto das quantidades de calcário e fertilizantes a serem aplicados no plantio e em cobertura deve sempre levar em conta a análise de solo e a análise foliar. É também importante a utilização de cultivares selecionadas para o clima de cada região. Verifica-se ainda que os diferentes manejos incluindo novas maneiras de propagação da cebola (como a semeadura direta), sistemas de irrigação (como o pivô central), calagem e adubação, ajustados para tais manejos, proporcionam um significativo acréscimo na produtividade e qualidade de cebola em diferentes regiões do Estado de São Paulo. As Figuras 15 e 16 mostram boas produtividades e qualidade de cebola, alcançadas graças ao melhoramento genético e à nutrição mineral que foram aprimoradas em anos
  • 31. 31 recentes pela Pesquisa Agronômica e divulgados pela Assistência Técnica para esta cultura, no Estado de São Paulo e no Brasil. Figura 15. Campo de experimentação de cebola mostrando alta produtividade e qualidade dos bulbos graças ao melhoramento genético, à calagem e adubação baseadas na análise de solo e análise foliar. Parceria IAC - Asgrow/SVS - Paulínia (SP), 2004. Foto: Paulo E. Trani. Figura 16. Alta produtividade de cebola em área onde foram adotadas boas práticas conservacionistas proporcionando a manutenção da fertilidade do solo. São José do Rio Pardo (SP), 2006. Foto: Paulo E. Trani.
  • 32. 32 12. Referências Bibliográficas BARKER, A.V.; PILBEAM, D.J. Handbook of Plant Nutrition. Boca Raton: CRC Press, 2007. 613p. BREWSTER, J.L. Onions and other vegetables alliums. Wallingford: CAB International, 1994. 236p. CAMARGO FILHO, W.P.; CAMARGO F.P. Evolução do mercado brasileiro de cebola, regiões produtoras, cultivares, cultivos e disponibilidade, 1950-2010. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51, 2011. Viçosa-MG, 2011. Anais... Brasília: CBO, 2011. FACTOR, T.L.; BREDA JÚNIOR, J.M.; LIMA JÚNIOR, S. Panorama da produção e comercialização de cebola no Estado de São Paulo em 2012. Palestra Proferida no XXIV Seminário Nacional de Cebola, Fernandes Pinheiro, Paraná. 2012. FACTOR, T.L.; LIMA JÚNIOR, S.; PURQUERIO, L.F.V.; SILVEIRA, J.M.C.; CALORI, A.H.; GUIMARÃES, R.S.; SANTELLO, M.; RONCHI, R.S.M. Produtividade da cebola em plantio direto em função de doses e parcelamento da adubação potássica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 51, 2011. Anais... Viçosa: ABH, 2011b. p.3979-3986. FACTOR, T.L.; LIMA JÚNIOR, S.; PURQUERIO, L.F.V.; TIVELLI, S.W.; TRANI, P.E.; BREDA JÚNIOR, J.M.; ROCHA, M.A.V. Manejo da adubação nitrogenada na produção de cebola em plantio direto. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA. 49., 2009. Anais… Águas de Lindóia: ABH, 2009. p.S613-S620. GAMIELY, S.; RANDLE, W.M.; MILLS, H.A.; SMITTLE, D.A.; BANNA, G.I. Onion: plant growth, bulb quality, and water uptake following ammonium and nitrate nutrition. HortScience, v.26, p.1061-1063, 1991. HAAG, H.P.; HOMA, P.; KIMOTO, T. Nutrição mineral de hortaliças; IV. Deficiência de macronutrientes em cebola. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, v.25, p.203-212, 1968.
  • 33. 33 HAAG, H.P.; HOMA, P.; KIMOTO, T. Nutrição mineral de hortaliças. VIII. Absorção de nutrientes pela cultura da cebola. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, v.27, p.143-153, 1970. HAAG, H.P.; MINAMI, K. Nutrição mineral de hortaliças. Campinas: Fundação Cargill, 1988. 538p. JONES, H.A.; MANN, L.H. Onion and their allies. New York: Interscience, 1963. 286p. MALAVOLTA, E.; HAAG, H.P.; MELLO, F.A.F.; BRASIL SOBRINHO, M.O.C. Nutrição Mineral e Adubação de Plantas Cultivadas. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1974. 752p. MASCARENHAS, M.H.T. Origem e botânica da cebola. Belo Horizonte: Informe Agropecuário. v.6, p.15-16, 1980. MAY, A.; CECÍLIO FILHO, A.B.; PORTO, D.R.Q.; VARGAS, P.F.; BARBOSA, J.C. Acúmulo de macronutrientes por duas cultivares de cebola produzidas em sistema de semeadura direta. Bragantia, v.67, p.507-512, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S000687052008000200027. MENDES, A.M.S.; FARIA, C.M.B.; SILVA, D.J.; RESENDE, G.M.; OLIVEIRA NETO, M.B.; SILVA, M.S.L. Nutrição mineral e adubação da cultura da cebola no Submédio do Vale do São Francisco. Circular Técnica - EMBRAPA, Petrolina, n.86, 2008. OLIVEIRA, V.R. Cultivo da cebola (Allium cepa L.). Apostila. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/127799835/Cultivo-da-Cebola-pdf. Acesso em: 25/10/2010. PIGGOTT, T.J. Vegetable crops. In: REUTER, D.J.; ROBINSON, J.B. (Ed). Plant analysis: an interpretation manual. Melbourne: Inkata Press, 1988. p.150-187. PORTO, D.R.Q.; CECÍLIO FILHO, A.B.; MAY, A.; BARBOSA, J.C. Acúmulo de macronutrientes pela cebola ‘Optima’, em cultura estabelecida por semeadura direta. Horticultura Brasileira, v.24, p.470-475, 2007.
  • 34. 34 PRADO, O.T. Estudo sobre o desenvolvimento das raízes da cebola na Fazenda Santa Elisa, Campinas: Instituto Agronômico, Relatórios do período 1938-1940 e 1941 (não publicado). SANTOS, E.E.F.; FERNANDES, D.M.; SILVA, D.J.; BULL, L.T. Acúmulo de macronutrientes por cultivares de cebola, em um Vertissolo no médio São Francisco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 31., 2007, Gramado. Conquistas e desafios da ciência do solo brasileira: Anais.... Porto Alegre: SBCS, 2007. (1 CD-ROM) SCAIFE, A.; TURNER, M. Vegetables. In: ROBINSON, J.B.D. (Ed.). Diagnosis of mineral disorders in plants. London: (University of Bristol), v.2, p.46-50, 1983. SENACE (Seminário Nacional de Cebola) 2012. Quadro nacional de oferta de cebola 2012. Fernandes Pinheiro/PR. Dados informados durante o XXIV Seminário Nacional de Cebola, Fernandes Pinheiro, Paraná, 2012. TRANI, P.E.; HIROCE, R.; BATAGLIA, O.C. Análise Foliar: Amostragem e Interpretação. Campinas: Fundação Cargill, 1983. 18p. TRANI, P.E.; RAIJ, B. van. Hortaliças. In: Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). 2 ed. rev. atual. Campinas: Instituto Agronômico/ Fundação IAC, 1997. p.157185 (Boletim Técnico 100) TRANI, P.E.; TRANI, A.L. Fertilizantes: cálculo de fórmulas comerciais. Campinas: Instituto Agronômico, Série Tecnologia APTA, 2011. 29p. (Boletim Técnico IAC, 208) VIDIGAL S.M.; MOREIRA M.A.; PEREIRA P.R.G. Crescimento e absorção de nutrientes pela cebola cultivada no verão por semeadura direta e por transplantio de mudas. Bioscience Journal, v.26, p.59-70, 2010. VIDIGAL, S.M.; PEREIRA, P.R.G.; PACHECO, D.D. Nutrição mineral e adubação da cebola. Informe Agropecuário, v.23, p.36-50, 2002.
  • 35. 35 VILELA, N.J.; MAKISHIMA, N.; OLIVEIRA, V.R.; COSTA, N.D.; MADAIL, J.C.M.; CAMARGO FILHO, W.P.; BOEING, G.; MELO, P.C.T. Desafios e oportunidades para o agronegócio de cebola no Brasil. Horticultura Brasileira, v.23, p.1029-1033, 2005. WUTKE, E.B.; TRANI, P.E.; AMBROSANO, E.J.; DRUGOVICH, M. Adubação Verde no Estado de São Paulo. Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, 2010. 89p. (Boletim Técnico, 249).