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Informação na CatástrofeProf. Dr. Ruy Ferreira
Palavras do diretor de jornalismo do iG, Luciano Suassuna, em sua coluna Análise, no site de notícias Último Segundo. [...] Mas a escassa presença de gente nas imagens do tsunami, aliada às desencontradas informações sobre a extensão do acidente nuclear na planta de Fukushima, indica um jeito muito particular dos japoneses lidarem com suas tragédias. No caso do tsunami a omissão significa respeito aos que não conseguiram escapar a tempo. Mas o vazamento nuclear não pode merecer o mesmo tratamento. Nesse caso, omissão é irresponsabilidade.” Suassuna foi ao ponto. Se governos estrangeiros indicam que a situação é pior que a informada oficialmente, as autoridades japonesas deveriam, no mínimo, abrir suas instalações para uma comissão independente dirimir a dúvida. Com o tempo, não se sabe quando, a história de Fukushima será contada em sua verdadeira magnitude. Por enquanto, pelo que se nota, a mídia tem preferido não mergulhar muito fundo nestes problemas.
Na guerra a primeira vítima é a verdade;  na tragédia do Japão a primeira é sua gente e a segunda é a informação
E a usina nuclear de Fukushima? Após o terremoto que aconteceu no Japão, parece que a série de problemas não tem mais fim, é um atrás do outro. O principal deles que agora está sendo muito discutido em todos os telejornais e jornais impressos é o caso da usina nuclear de Fukushima, a mais próxima ao epicentro. De acordo com o G1, sem eletricidade, houve um desligamento do sistema de refrigeração, e técnicos tentavam conter a pressão do vapor que se acumulava. Foi decretada uma zona de exclusão num raio de dez quilômetros de uma das usinas, e 50 mil moradores retirados da região. As autoridades aconselharam a evitar água da torneira que pode ser contaminada por radioatividade. O conselho está sendo seguido até em Tóquio, a mais de 300 quilômetros da usina. Consequências Duas explosões na central nuclear de Fukushima alimentaram nesta segunda-feira o temor de um desastre atômico. Se esse desastre acontecer, literalmente será a destruição do Japão.
Afinal, qual o perigo? A destruição do Japão
Como se informa o público? O AsahiShougakusei e o MainichiShougakusei informam o público mirim sobre os perigos em relação à contaminação de alimentos, sem alarmar as crianças. De forma clara e simples, os jornais explicam as circunstâncias em que ocorrem terremotos e o funcionamento de usinas nucleares, com quadros ilustrativos, infográficos e imagens.O editor-chefe do AsahiShougakusei, Hiroshi Oki explica: "Tentamos mostrar que não há necessidade de entrar em pânico, mas que é preciso tomar alguns cuidados".  O jornalista Maki Nakajima, do MainichiShougakusei, acrescentou: "As crianças são sensitivas, por isso tomei muito cuidado para que não ficassem inseguras", O Mainichi é o mais antigo do segmento, publicado desde 1936. Ambas as publicações relatam casos otimistas e mandam mensagens positivas para os sobreviventes nos abrigos.
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A credibilidade é a bóia salva-vida da imprensa.  Então, por que mentir, esconder a verdade ou distorcer e maquiar a realidade?
A quem interessa manter a população desinformada?
Quem ganha com isso?Nós, o povo, somos todos idiotas?
Entre o direito à informação e a liberdade de expressão há a censura... A informação é omitida, negada, diluída em doses homeopáticas, oferecida a conta-gotas, é a censura funcionando. Por fim, a História conta a verdade. O problema é o tempo decorrido entre o fato e a narrativa histórica. Sem falar no narrador... O exemplo japonês de 11 de Março de 2011  tem demonstrado isso em escala mundial
A tática da desinformação... RadiaçãoSegundo a agência KyodoNews, a TokyoElectricCompany (Tepco), que opera a usina Daiichi, os níveis de radiação na água encontrada no subsolo de um dos prédios do complexo estão 10 mil vezes maiores do que o recomendado pelas autoridades.A empresa disse acreditar que o suprimento de água potável não sofreu contaminação.Níveis de radiação ao redor da usina em Fukushima subiram abruptamenteO nível de radiação é bastante superior ao registrado na água do mar japonês, que atingiu esta quinta-feira o recorde de 4.385 vezes o limite legal.
Nível de radiação a que estamos expostos e seus efeitos
[... ]  ONU recomendou ao Japão que considere a ideia de expandir para além de 20 km o perímetro de evacuação ao redor das usinas afetadas pelo terremoto seguido de tsunami no último dia 11.O pedido ocorreu depois de a pequena cidade de Iitate, a 40 km da usina de Fukushima, ter apresentado altos índices de radiação, ainda que o governo diga que os níveis não apresentem perigo imediato para a saúde humana.Mas a ampliação foi por enquanto rejeitada pelas autoridades japonesas, disse YoshihiroSugiyama, da agência nuclear do país. "No momento, não achamos que seja necessário evacuar residentes (dessas áreas). Acreditamos que eles podem ficar calmos." Quem é o “não achamos” e o “acreditamos”??
MortesAté o momento, o número de mortos em consequência da tragédia no Japão chega a 11 mil. Cerca de 16 mil estão desaparecidos.Também nesta quinta, a Kyodo informou que o medo da contaminação pela radiação impediu que as autoridades japonesas coletassem cerca de mil corpos de vítimas do terremoto e do tsunami em uma área dentro do perímetro de 20 km da usina de Fukushima.Citando uma fonte policial, a agência disse que as autoridades estão estudando a melhor forma de resgatar e proteger os corpos, de forma a evitar que parentes se contaminem ao fazerem a identificação deles nos necrotérios. O governo pediu ainda que as cidades trabalhem coordenadamente para tornar a retirada imediata possível, caso seja decidido um esvaziamento emergencial da região. Ué!!!!! Mas, o “nós” não disse que para o povo não há perigo?
Racionalizando sobre a notícia A radiação na água do subsolo das usinas subiu 10.000 vezes além do normal. Mas, a água potável não foi contaminada. Como isso é possível, se é a mesma água?  Níveis de radiação ao redor da usina em Fukushima subiram abruptamente. Subiu de 1,02 para 400 milisievert por hora! Na natureza esse número é 300 por ano. O nível de radiação é bastante superior ao registrado na água do mar japonês, que atingiu esta quinta-feira o recorde de 4.385 vezes o limite legal. Qual o efeito disso na flora e fauna marinha do mundo? Lembrando que 5.000 milisievert por mês é letal para nós.
Continuando a racionalização sobre a notícia ONU recomendou ao Japão que considere a ideia de expandir para além de 20 km o perímetro de evacuação ao redor das usinas. O pedido ocorreu depois de a pequena cidade de Iitate, a 40 km da usina de Fukushima, ter apresentado altos índices de radiação, ainda que o governo diga que os níveis não apresentem perigo imediato para a saúde humana. Por que a ONU está preocupada e o governo não? A Física é a mesma.  E por que o governo não vai até a cidade retirar os defuntos? Por que os defuntos podem contaminar os parentes durante o funeral se não há risco de contaminação? Por que as empresas não estão repondo bens nas lojas? Cruel!  O governo pediu ainda que as cidades trabalhem coordenadamente para tornar a retirada imediata possível, caso seja decidido um esvaziamento emergencial da região.  Então há preparativos para um esvaziamento da região!
21/03/2011 - 22h54 FUMAÇA COBRE REATORES 2 e 3 EM FUKUSHIMA.DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Colunas de fumaça branca subiam na manhã desta terça-feira (noite de segunda no Brasil) dos reatores 2 e 3 da central de Fukushima Daiichi, epicentro da crise nuclear provocada pelo tsunami que atingiu o nordeste do Japão há 11 dias, informou a agência de notícias Kyodo.  Os trabalhos de reparo no sistema de refrigeração dos reatores foram interrompidos, do mesmo modo que a operação para esfriar o sistema com a ajuda de canhões d'água, revelou a Kyodo. CONTAMINAÇÃO NA ÁGUA DO MAR A Tepco, companhia operadora da usina nuclear de Fukushima, informou nesta segunda-feira que foram encontrados níveis mais altos do que o normal de elementos radioativos na água do mar de regiões próximas à usina japonesa. Porta-vozes da empresa indicaram durante a madrugada ter detectado uma amostra de que os níveis de iodo 131 são 126,7 vezes superiores ao limite estabelecido, enquanto os de césio 134 estão 24,8 vezes mais elevados e os de césio 137 se multiplicam por 16,5 vezes. Apesar de tudo, a companhia indicou que tais níveis não representam risco para a saúde humana, mas no entanto acrescentou que fará uma investigação sobre os frutos do mar desta região e seu consumo humano.
OMS ALERTA SOBRE ALIMENTOS  A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a contaminação por radiação nos alimentos no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado.  O governo japonês já identificou níveis maiores de radiação do que o normal em espinafre e leite na região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofre vazamento após danos causados pelo terremoto do último dia 11. Há preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água. "É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros [...] é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação." O governo japonês ordenou nesta segunda-feira a suspensão da venda de leite e espinafre em quatro prefeituras próximas à usina nuclear. Segundo o secretário de Gabinete japonês, YukioEdano, a medida é válida para as prefeituras de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma.
O governo japonês já alertara no fim de semana que havia encontrado níveis acima do normal de radiação por iodo em leite e espinafre a até 120 km da usina, mas garantiu que os alimentos não chegaram ao mercado. O Ministério de Saúde do Japão já havia pedido aos moradores próximos da usina nuclear que não bebessem água de torneira, contaminada com altos níveis de iodo radioativo. Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores. Autoridades municipais, contudo, identificaram níveis acima do normal de iodo radioativo em um crisântemo. O que estava restrito a um prédio, agora se expandiu para 20 km, depois para a água, para o mar, para o ar e já chega a Tókio. Afinal, qual a gravidade da tragédia? O Japão vai acabar, eu pergunto?
TRABALHADORES DE FUKUSHIMA SÃO HOSPITALIZADOS POR RADIAÇÃO EXCESSIVA. Tóquio, 24 mar (EFE).- Dois operários da usina nuclear de Fukushima foram hospitalizados nesta quinta-feira por terem sido expostos à radiação excessiva enquanto trabalhavam para levar cabos elétricos ao reator número 3, informou a emissora de televisão "NHK". Os dois funcionários, junto com um terceiro trabalhador que não precisou ser levado ao hospital, receberam radiação entre 170 e 180 milisievert, segundo a "NHK", que cita fontes da Agência de Segurança Nuclear do Japão. Os feridos eram terceirizados da TokyoElectric Power Company (Tepco), a empresa operadora da central, e trabalhavam para estender o cabo elétrico ao edifício de turbinas que se encontra em frente ao reator 3. [...]Em seis horas, as equipes militares e de bombeiros injetaram entre quatro e cinco toneladas de água na piscina, segundo a Agência de Segurança Nuclear.O reator 3, que desde a terça-feira voltou a ter luz na sala de controle, é o único dos seis da central que usa como combustível uma mistura de urânio e plutônio (MOX).
O papel da tecnologia na catástrofe 1. Garantir a livre expressão e difusão O Tsunami do Japão virou motivo para pregação de quinta e revelação de ignorantes. Desde do último dia 11, a rede está sendo invadida por fanáticos religiosos que aproveitaram a desgraça para soltar as suas sandices aos quatro cantos. Twitter, Orkut, Blogs, Facebook, YouTube, em todas as redes foi possível ver os sinais do fanatismo.  Houve até Jornais Virtuais vinculados a uma igreja neo-pentencostal brasileira, que apresentou esse desastre como “Castigo aos infiéis”.   Extraído de: http://ahduvido.com.br/fanaticos-religiosos-se-revelam-na-internet-apos-tsunami-no-japao/
O papel da tecnologia na catástrofe 2. Desmistificar a desinformação O  jornal Zero Hora (RS) entrevistou um especialista que afirmou que o tsunami do Japão não põe em risco a costa do Brasil. Até o repórter devia saber disso, se tivesse estudado Geografia. Basta olhar um mapa mundi. O jornal Folha de São Paulo noticiou que o terremoto no Japão estoura equipamento de geólogo em Campinas.  Má fé da jornalista pois o equipamento artesanal não tinha escala suficiente para aquele terremoto.
O papel da tecnologia na catástrofe 2. Desmistificar a desinformação (continuação) O canal Terra informou que o devastador terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter que abalou nesta sexta-feira o Japão pode ter deslocado em quase 10 centímetros o eixo de rotação da Terra, segundo um estudo preliminar do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália. "As mudanças no eixo da terra devido a um sismo são tão ínfimas, que não se podem medir, e por isso não são comprováveis", disse o professor RainerKind, do Centro de Pesquisa Geográfica de Potsdam, um dos mais reputados a nível mundial.
O papel da tecnologia na catástrofe 3. Quebrar o monopólio da informação Com o advento das redes sociais, do twitter e da blogosfera a informação deixou de pertencer a algum poderoso e passou a ser disseminada e comentada por qualquer um. Por um lado, nada mais é confiável. Por outro, tanta informação disponível desinforma mais que informa. Entretanto, o poder vindo do monopólio está diminuindo a cada dia. Já não se pode enganar todo mundo o tempo todo!

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  • 2. Palavras do diretor de jornalismo do iG, Luciano Suassuna, em sua coluna Análise, no site de notícias Último Segundo. [...] Mas a escassa presença de gente nas imagens do tsunami, aliada às desencontradas informações sobre a extensão do acidente nuclear na planta de Fukushima, indica um jeito muito particular dos japoneses lidarem com suas tragédias. No caso do tsunami a omissão significa respeito aos que não conseguiram escapar a tempo. Mas o vazamento nuclear não pode merecer o mesmo tratamento. Nesse caso, omissão é irresponsabilidade.” Suassuna foi ao ponto. Se governos estrangeiros indicam que a situação é pior que a informada oficialmente, as autoridades japonesas deveriam, no mínimo, abrir suas instalações para uma comissão independente dirimir a dúvida. Com o tempo, não se sabe quando, a história de Fukushima será contada em sua verdadeira magnitude. Por enquanto, pelo que se nota, a mídia tem preferido não mergulhar muito fundo nestes problemas.
  • 3. Na guerra a primeira vítima é a verdade; na tragédia do Japão a primeira é sua gente e a segunda é a informação
  • 4. E a usina nuclear de Fukushima? Após o terremoto que aconteceu no Japão, parece que a série de problemas não tem mais fim, é um atrás do outro. O principal deles que agora está sendo muito discutido em todos os telejornais e jornais impressos é o caso da usina nuclear de Fukushima, a mais próxima ao epicentro. De acordo com o G1, sem eletricidade, houve um desligamento do sistema de refrigeração, e técnicos tentavam conter a pressão do vapor que se acumulava. Foi decretada uma zona de exclusão num raio de dez quilômetros de uma das usinas, e 50 mil moradores retirados da região. As autoridades aconselharam a evitar água da torneira que pode ser contaminada por radioatividade. O conselho está sendo seguido até em Tóquio, a mais de 300 quilômetros da usina. Consequências Duas explosões na central nuclear de Fukushima alimentaram nesta segunda-feira o temor de um desastre atômico. Se esse desastre acontecer, literalmente será a destruição do Japão.
  • 5. Afinal, qual o perigo? A destruição do Japão
  • 6. Como se informa o público? O AsahiShougakusei e o MainichiShougakusei informam o público mirim sobre os perigos em relação à contaminação de alimentos, sem alarmar as crianças. De forma clara e simples, os jornais explicam as circunstâncias em que ocorrem terremotos e o funcionamento de usinas nucleares, com quadros ilustrativos, infográficos e imagens.O editor-chefe do AsahiShougakusei, Hiroshi Oki explica: "Tentamos mostrar que não há necessidade de entrar em pânico, mas que é preciso tomar alguns cuidados". O jornalista Maki Nakajima, do MainichiShougakusei, acrescentou: "As crianças são sensitivas, por isso tomei muito cuidado para que não ficassem inseguras", O Mainichi é o mais antigo do segmento, publicado desde 1936. Ambas as publicações relatam casos otimistas e mandam mensagens positivas para os sobreviventes nos abrigos.
  • 7.
  • 8. A credibilidade é a bóia salva-vida da imprensa. Então, por que mentir, esconder a verdade ou distorcer e maquiar a realidade?
  • 9. A quem interessa manter a população desinformada?
  • 10. Quem ganha com isso?Nós, o povo, somos todos idiotas?
  • 11. Entre o direito à informação e a liberdade de expressão há a censura... A informação é omitida, negada, diluída em doses homeopáticas, oferecida a conta-gotas, é a censura funcionando. Por fim, a História conta a verdade. O problema é o tempo decorrido entre o fato e a narrativa histórica. Sem falar no narrador... O exemplo japonês de 11 de Março de 2011 tem demonstrado isso em escala mundial
  • 12. A tática da desinformação... RadiaçãoSegundo a agência KyodoNews, a TokyoElectricCompany (Tepco), que opera a usina Daiichi, os níveis de radiação na água encontrada no subsolo de um dos prédios do complexo estão 10 mil vezes maiores do que o recomendado pelas autoridades.A empresa disse acreditar que o suprimento de água potável não sofreu contaminação.Níveis de radiação ao redor da usina em Fukushima subiram abruptamenteO nível de radiação é bastante superior ao registrado na água do mar japonês, que atingiu esta quinta-feira o recorde de 4.385 vezes o limite legal.
  • 13. Nível de radiação a que estamos expostos e seus efeitos
  • 14. [... ] ONU recomendou ao Japão que considere a ideia de expandir para além de 20 km o perímetro de evacuação ao redor das usinas afetadas pelo terremoto seguido de tsunami no último dia 11.O pedido ocorreu depois de a pequena cidade de Iitate, a 40 km da usina de Fukushima, ter apresentado altos índices de radiação, ainda que o governo diga que os níveis não apresentem perigo imediato para a saúde humana.Mas a ampliação foi por enquanto rejeitada pelas autoridades japonesas, disse YoshihiroSugiyama, da agência nuclear do país. "No momento, não achamos que seja necessário evacuar residentes (dessas áreas). Acreditamos que eles podem ficar calmos." Quem é o “não achamos” e o “acreditamos”??
  • 15. MortesAté o momento, o número de mortos em consequência da tragédia no Japão chega a 11 mil. Cerca de 16 mil estão desaparecidos.Também nesta quinta, a Kyodo informou que o medo da contaminação pela radiação impediu que as autoridades japonesas coletassem cerca de mil corpos de vítimas do terremoto e do tsunami em uma área dentro do perímetro de 20 km da usina de Fukushima.Citando uma fonte policial, a agência disse que as autoridades estão estudando a melhor forma de resgatar e proteger os corpos, de forma a evitar que parentes se contaminem ao fazerem a identificação deles nos necrotérios. O governo pediu ainda que as cidades trabalhem coordenadamente para tornar a retirada imediata possível, caso seja decidido um esvaziamento emergencial da região. Ué!!!!! Mas, o “nós” não disse que para o povo não há perigo?
  • 16. Racionalizando sobre a notícia A radiação na água do subsolo das usinas subiu 10.000 vezes além do normal. Mas, a água potável não foi contaminada. Como isso é possível, se é a mesma água? Níveis de radiação ao redor da usina em Fukushima subiram abruptamente. Subiu de 1,02 para 400 milisievert por hora! Na natureza esse número é 300 por ano. O nível de radiação é bastante superior ao registrado na água do mar japonês, que atingiu esta quinta-feira o recorde de 4.385 vezes o limite legal. Qual o efeito disso na flora e fauna marinha do mundo? Lembrando que 5.000 milisievert por mês é letal para nós.
  • 17. Continuando a racionalização sobre a notícia ONU recomendou ao Japão que considere a ideia de expandir para além de 20 km o perímetro de evacuação ao redor das usinas. O pedido ocorreu depois de a pequena cidade de Iitate, a 40 km da usina de Fukushima, ter apresentado altos índices de radiação, ainda que o governo diga que os níveis não apresentem perigo imediato para a saúde humana. Por que a ONU está preocupada e o governo não? A Física é a mesma. E por que o governo não vai até a cidade retirar os defuntos? Por que os defuntos podem contaminar os parentes durante o funeral se não há risco de contaminação? Por que as empresas não estão repondo bens nas lojas? Cruel! O governo pediu ainda que as cidades trabalhem coordenadamente para tornar a retirada imediata possível, caso seja decidido um esvaziamento emergencial da região. Então há preparativos para um esvaziamento da região!
  • 18. 21/03/2011 - 22h54 FUMAÇA COBRE REATORES 2 e 3 EM FUKUSHIMA.DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS Colunas de fumaça branca subiam na manhã desta terça-feira (noite de segunda no Brasil) dos reatores 2 e 3 da central de Fukushima Daiichi, epicentro da crise nuclear provocada pelo tsunami que atingiu o nordeste do Japão há 11 dias, informou a agência de notícias Kyodo. Os trabalhos de reparo no sistema de refrigeração dos reatores foram interrompidos, do mesmo modo que a operação para esfriar o sistema com a ajuda de canhões d'água, revelou a Kyodo. CONTAMINAÇÃO NA ÁGUA DO MAR A Tepco, companhia operadora da usina nuclear de Fukushima, informou nesta segunda-feira que foram encontrados níveis mais altos do que o normal de elementos radioativos na água do mar de regiões próximas à usina japonesa. Porta-vozes da empresa indicaram durante a madrugada ter detectado uma amostra de que os níveis de iodo 131 são 126,7 vezes superiores ao limite estabelecido, enquanto os de césio 134 estão 24,8 vezes mais elevados e os de césio 137 se multiplicam por 16,5 vezes. Apesar de tudo, a companhia indicou que tais níveis não representam risco para a saúde humana, mas no entanto acrescentou que fará uma investigação sobre os frutos do mar desta região e seu consumo humano.
  • 19. OMS ALERTA SOBRE ALIMENTOS A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a contaminação por radiação nos alimentos no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado. O governo japonês já identificou níveis maiores de radiação do que o normal em espinafre e leite na região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofre vazamento após danos causados pelo terremoto do último dia 11. Há preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água. "É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros [...] é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação." O governo japonês ordenou nesta segunda-feira a suspensão da venda de leite e espinafre em quatro prefeituras próximas à usina nuclear. Segundo o secretário de Gabinete japonês, YukioEdano, a medida é válida para as prefeituras de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma.
  • 20. O governo japonês já alertara no fim de semana que havia encontrado níveis acima do normal de radiação por iodo em leite e espinafre a até 120 km da usina, mas garantiu que os alimentos não chegaram ao mercado. O Ministério de Saúde do Japão já havia pedido aos moradores próximos da usina nuclear que não bebessem água de torneira, contaminada com altos níveis de iodo radioativo. Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores. Autoridades municipais, contudo, identificaram níveis acima do normal de iodo radioativo em um crisântemo. O que estava restrito a um prédio, agora se expandiu para 20 km, depois para a água, para o mar, para o ar e já chega a Tókio. Afinal, qual a gravidade da tragédia? O Japão vai acabar, eu pergunto?
  • 21. TRABALHADORES DE FUKUSHIMA SÃO HOSPITALIZADOS POR RADIAÇÃO EXCESSIVA. Tóquio, 24 mar (EFE).- Dois operários da usina nuclear de Fukushima foram hospitalizados nesta quinta-feira por terem sido expostos à radiação excessiva enquanto trabalhavam para levar cabos elétricos ao reator número 3, informou a emissora de televisão "NHK". Os dois funcionários, junto com um terceiro trabalhador que não precisou ser levado ao hospital, receberam radiação entre 170 e 180 milisievert, segundo a "NHK", que cita fontes da Agência de Segurança Nuclear do Japão. Os feridos eram terceirizados da TokyoElectric Power Company (Tepco), a empresa operadora da central, e trabalhavam para estender o cabo elétrico ao edifício de turbinas que se encontra em frente ao reator 3. [...]Em seis horas, as equipes militares e de bombeiros injetaram entre quatro e cinco toneladas de água na piscina, segundo a Agência de Segurança Nuclear.O reator 3, que desde a terça-feira voltou a ter luz na sala de controle, é o único dos seis da central que usa como combustível uma mistura de urânio e plutônio (MOX).
  • 22. O papel da tecnologia na catástrofe 1. Garantir a livre expressão e difusão O Tsunami do Japão virou motivo para pregação de quinta e revelação de ignorantes. Desde do último dia 11, a rede está sendo invadida por fanáticos religiosos que aproveitaram a desgraça para soltar as suas sandices aos quatro cantos. Twitter, Orkut, Blogs, Facebook, YouTube, em todas as redes foi possível ver os sinais do fanatismo.  Houve até Jornais Virtuais vinculados a uma igreja neo-pentencostal brasileira, que apresentou esse desastre como “Castigo aos infiéis”.   Extraído de: http://ahduvido.com.br/fanaticos-religiosos-se-revelam-na-internet-apos-tsunami-no-japao/
  • 23. O papel da tecnologia na catástrofe 2. Desmistificar a desinformação O jornal Zero Hora (RS) entrevistou um especialista que afirmou que o tsunami do Japão não põe em risco a costa do Brasil. Até o repórter devia saber disso, se tivesse estudado Geografia. Basta olhar um mapa mundi. O jornal Folha de São Paulo noticiou que o terremoto no Japão estoura equipamento de geólogo em Campinas. Má fé da jornalista pois o equipamento artesanal não tinha escala suficiente para aquele terremoto.
  • 24. O papel da tecnologia na catástrofe 2. Desmistificar a desinformação (continuação) O canal Terra informou que o devastador terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter que abalou nesta sexta-feira o Japão pode ter deslocado em quase 10 centímetros o eixo de rotação da Terra, segundo um estudo preliminar do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália. "As mudanças no eixo da terra devido a um sismo são tão ínfimas, que não se podem medir, e por isso não são comprováveis", disse o professor RainerKind, do Centro de Pesquisa Geográfica de Potsdam, um dos mais reputados a nível mundial.
  • 25. O papel da tecnologia na catástrofe 3. Quebrar o monopólio da informação Com o advento das redes sociais, do twitter e da blogosfera a informação deixou de pertencer a algum poderoso e passou a ser disseminada e comentada por qualquer um. Por um lado, nada mais é confiável. Por outro, tanta informação disponível desinforma mais que informa. Entretanto, o poder vindo do monopólio está diminuindo a cada dia. Já não se pode enganar todo mundo o tempo todo!
  • 26. O papel da tecnologia na catástrofe 4. Gerar solidariedade em escala mundial Novas formas de ajudar as vítimas, como a vaquinha digital (http://www.vakinha.com.br/), onde grupos de amigos geram receitas para ajudar pessoas ou projetos específicos. Outro exemplo está no Google que abriu um canal de comunicação entre parentes e conhecidos (http://japan.person-finder.appspot.com/?small=yes ).
  • 27. Uma lição pedagógica dessa tragédia Passou da hora de nossos jornalistas não transcreverem citações ou declarações de qualquer pessoa sem que estas sejam colocadas no contexto e guardada a escala em que foram ditas, para que não se crie no público falsas expectativas, sejam elas de apreensão ou de esperança. Uma foto como essa ao lado dispensa comentários...
  • 28. Levantando o astral para ir embora... O Brasil não tem terremoto e tsunami, mas tem corruptos para dar com pau. Quem mata mais: Corrupto ou terremoto?