2. Delineamento da Pesquisa
quando tentamos conceituar o processo de
pesquisa, quase sempre o definimos como
aquele cercado de ritos especiais, cujo acesso é
particular a poucos iluminados. Fazem parte
desses ritos certa trajetória acadêmica, domínio
de sofisticadas técnicas de investigação, de
exame estatístico e desenvoltura informática... É
certo que esses aspectos são importantes, mas
não são as únicas coisas que contam.
3. A pesquisa é a parte intrínseca do processo de
apreensão/construção do conhecimento e, por
isso, é necessária a adoção de uma atitude
investigativa. compreendida como instituinte
desses processos, devemos perceber a prática
científica, a partir de uma multiplicidade de
horizontes (embora seja comum prendê-la à sua
construção empírica, experimental).
4. O POSITIVISMO
A palavra epistemologia (do grego episteme,
ciência, conhecimento; + logos, razão,
discurso) é um ramo da filosofia que estuda a
origem, a estrutura, os métodos e a validade do
conhecimento (daí ser também designada de
filosofia do conhecimento). Conforme o dicionário
Houaiss (2008, s.p.), a palavra significa “estudo
dos postulados, conclusões e métodos dos
diferentes ramos do saber científico, ou das
teorias e práticas em geral”.
5. O Positivismo, corrente inaugurada por Augusto
Comte (1798-1857), representa umas das bases
do Iluminismo, das crises social e moral do fim da
Idade Média e, também, do nascimento da
sociedade industrial. Entretanto, não podemos
deixar de mencionar o neopositivismo (também
conhecido como positivismo lógico), instaurado
pelo Círculo de Viena, que teve como um de seus
membros mais proeminentes Rudolf Carnap
(1891-1970), na qual traz muitas contribuições
para o que vamos conhecer como perspectiva
positivista da ciência.
6. Neopositivismo
a realidade é formada por partes isoladas e o
mundo se configura como um “amontoado de
coisas separadas, fixas” (TRIVIÑOS, 1987, p.
36);
é inaceitável outra realidade que não sejam
os fatos que possam ser observados;
7. as causas dos fenômenos não devem ser objeto
de interesse da ciência. À ciência cabe descobrir
como se produzem as relações entre os fatos,
buscando suprimir qualquer subjetividade nesta
descoberta (princípio da objetividade
científica);
não interessa, também à ciência, conhecer a
consequência de suas “descobertas”.
Triviños (1987) comenta que este propósito
engendrou o que ficou conhecido como
neutralidade da ciência. A partir dessa
compreensão, o papel do cientista é exprimir
a realidade, não julgá-la.
8. foi o neopositivismo que formulou o princípio da
verificação, a partir do qual, considera-se
como verdadeiro aquilo que é empiricamente
verificado
9. A FENOMENOLOGIA
A Fenomenologia representa uma tendência do
idealismo filosófico e traz, como um dos
conceitos fundamentais, a intencionalidade: A
psique está sempre dirigida para algo, “é
intencional”, diria Husserl, seu precursor e um de
seus maiores expoentes. Como esta
intencionalidade é, inexoravelmente, da
consciência em direção a um objeto, conclui-se
que não existe objeto sem o sujeito e, por
conseguinte, não existe a objetividade destacada
da subjetividade, tal e qual assinalava a
perspectiva positivista da
ciência.
10. A Fenomenologia husserliana nasce da tentativa
de fazer da filosofia uma ciência rigorosa e,
sendo assim, deveria ter como tarefa o
estabelecimento de categorias puras do
pensamento científico. Tratase, portanto, da
“ambição de uma filosofia que pretende ser uma
ciência exata” (TRIVIÑOS, 1987, p.43). Mais
tarde voltou-se para a investigação do “mundo
vivido”.
11. Como abordagem epistemológica para a
produção da ciência e do conhecimento, não
pretende explicar, nem analisar fatos, mas, antes
de qualquer coisa, descrever os fenômenos. É
uma abordagem que exalta a interpretação.
Como método, deve seguir dois passo: um é a
questionalidade do conhecimento; o futuro é a
redução fenomenológica.
12. O MARXISMO
A perspectiva marxista figura como uma
tendência do materialismo filosófico e tem como
base filosófica o materialismo dialético. Este
último tenta buscar explicações racionais, lógicas
e coerentes para os fenômenos da natureza, da
sociedade e do pensamento, a partir de uma
concepção científica da realidade enriquecida
pela prática social. Ter ressaltado a prática social
(portanto, histórica) como critério de verdade é,
sem sombra de dúvida, uma de suas ideias mais
originais, porque criou um forte argumento para
compreender que as verdades científicas
significam graus de conhecimento limitados pela
história.
13. de forma geral, podemos dizer que a concepção
materialista de ciência está pautada em três
aspectos:
1. o primeiro deles diz respeito à materialidade
do mundo, isto é, a compreensão de que
todos os fenômenos, objetos e processos são
materiais;2
2. 2. o segundo assinala que a matéria é
anterior à consciência, ou seja, o que existe
objetivamente é a matéria e a consciência é
apenas um reflexo desta;
3. 3. o terceiro aspecto refere-se à afirmação
de que o mundo é conhecível e o homem
realiza este conhecimento de forma gradativa.
14. Alguns pesquisadores compreendem que o
materialismo é a perspectiva epistemológica mais
condizente com as ciências sociais, porque se
configura em uma “forma mais criativa e versátil
de construir uma realidade também criativa e
versátil”.