SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  17
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 MEMORIAL DO CONVENTO, de José Saramago   (Sistematização ) A minha ideia, quando concebi o Memorial do Convento  estava  limitada à construção do convento  e é  depois que verifico que nessa mesma época um padre tinha a ideia de fazer uma máquina de voar . Então este facto modificou-o completamente... A partir daí, o romance tinha que ser diferente, completamente diferente. E toda a oposição entre o que cai e o que sobe, entre o pesado e o leve, o que quer voar e o que impede que voe; toda essa relação entre liberdade e autoridade, entre invenção e convenção, ganha uma dimensão que antes não estava nos meus propósitos e que modifica completamente o romance. Com essa figura que está entre os dois mundos, o que significa que está num terceiro, o mundo mais próximo da natureza, isto é, ao ser natural, se é que existe. Acho que não existe.  Todos somos seres culturais, por um olhar, por um entendimento , conseguimos ir mais fundo que a superfície das coisas. E isso, esse aspecto complexo, é o que impede que o Memorial seja lido em linha recta, porque exige constantemente outras leituras e outras interpretações.  José Saramago, citado por José Joaquín Parra Banon,  Pensamento Arquitectónico na Obra de José Saramago , in manual  Plural , 12º ano, Lisboa Ed.
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Contexto  histórico Espaço Físico Social Psicológico Narrador Heterodiegético Omnisciente … Linguagem e  Estilo Intertextextos Bíblia Os Lusíadas Cultura popular Códigos  Temático Ideológicos Critica Social Dimensão  Simbólica Personagens Históricas Fictícias Estrutura Acção História Ficção Tempo Da Diagése Do Enunciado Memorial do  Convento
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 CONTEXTO:  esplendor  e  sombra  do Portugal joanino .  João V,  o Magnânimo   (1706-1750): Riquezas oriundas do Brasil;  Desenvolvimento das Ciências e das Reformas; Literatura Barroca: as academias e o gosto gongórico; Interesse pelas Artes: Música, Pintura, Arquitectura,... .  Profundos  contrastes sociais ; . Vigência do temível tribunal da  Inquisição  (Santo Ofício); .  Devassidão  escandalosa do monarca; .  Impressões negativas  de viajantes estrangeiros; .  Juízos críticos  de escritores portugueses (de Camilo Castelo Branco a Oliveira Martins).
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Estrutura externa . 25 capítulos - não estão numerados ou titulados . ACÇÃO - Estrutura Interna  A intriga situa-se na 1ª metade do séc. XVIII e desenvolve-se em diversas linhas de acção: História: ●  a vida na corte de D. João V e na cidade de Lisboa; ●  a construção do Convento de Mafra; Ficção: ●  a história de amor de Baltasar e Blimunda; ●  a construção da passarola voadora, sob orientação do Padre Bartolomeu de Gusmão.
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 NARRADOR Geralmente, é  HETERODIEGÉTICO   (surge na terceira pessoa e não participa na acção) PORÉM, por vezes assume a primeira pessoa do singular e até do plural  Homodiegético Geralmente, assume uma  focalização OMNISCIENTE Tem uma perspectiva transcendente em relação às personagens o que lhe permite um conhecimento total do  passado, presente e futuro Outras vezes, o narrador assume momentaneamente a perspectiva das personagens que vivem a acção, conferindo mais vivacidade e verosimilhança à narrativa  Focalização Interna   Identidade do narrador principal :  cronista anónimo, culto e crítico, identificado com o povo; polifonia de vozes: narradores secundários (focalização interna); características maiores do discurso do narrador.
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 TEMPO -   O   tempo diegético ou tempo da história tempo em que decorre a acção (tempo cronológico) A acção inicia-se em  1711 : "(. ..) S.  Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze  (. . .)"  .  1717 ,  tem lugar a  bênção da primeira pedra  do Convento de Mafra.  Baltasar e Blimunda regressam a Lisboa  para trabalhar na passarola do padre Bartolomeu de Gusmão .  1729 ,  celebra-se o  casamento  de D. José com Mariana Vitória e de Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando (VI de Espanha) .  1730 , mais propriamente no dia 22 de Outubro, o dia do  quadragésimo primeiro aniversário do rei , realiza-se a  sagração do Convento de Mafra A acção termina em  1739 ,  no momento em que Blimunda vê  Baltasar a ser queimado em Lisboa, num auto-de-fé . O fluir do tempo é sugerido pelas transformações sofridas pelas personagens e por alguns espaços e objectos ao longo da obra.
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 O tempo do discurso é revelado através da  forma como o narrador relata os acontecimentos .  Este pode apresentá-los de  Forma linear  ou através de:  .  Analepses:   retroceder   no tempo em relação ao momento da narrativa em que se encontra: coesão da narrativa desejo dos franciscanos de possuírem um Convento em Mafra já em 1624.  .  Prolepses:   antecipar   situações: crítica social visão globalizante de tempos distintos por parte do narrador  TEMPO -   O   tempo do discurso ou da escrita
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 As procissões e os autos-de-fé caracterizam Lisboa como um espaço caótico , dominado por rituais religiosos cujo efeito exorcizante esconjura um mal momentâneo que motiva  a exaltação absurda  que envolve os  habitantes . A  violência das touradas ou dos autos-de-fé apraz ao povo  que,  obscuro e ignorante ,  se diverte  sensualmente com as imagens de morte,  esquecendo a miséria  em que vive. ESPAÇO Físico Lisboa e Mafra Social Procissão da penitência Autos-de-fé Tourada Procissão do corpo de Deus Trabalho no convento Psicológico Sonhos  Pensamentos
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 PERSONAGENS -   Caracterização e perfil simbólico .  D. João V :  o rei megalómano e devasso; . D. Maria Ana :  a rainha triste e apagada; .  Baltasar Mateus , “Sete-Sóis”:  o soldado maneta, o trabalhador; . Blimunda da Jesus , “Sete-Luas”:  a amante, a mulher intuitiva e a vidente; .  Pe. Bartolomeu Lourenço :  o padre heterodoxo e o génio inventivo; . Dominico Scarlatti:  o músico que representa a arte que, aliada ao sonho, cura Blimunda. .  Povo:   Espoliado, rude, violento , o povo atravessa toda a narrativa, numa construção de figuras que, embora corporizadas por Baltasar e Blimunda, tipificam a  massa colectiva e anónima  que  construiu, de facto, o convento. Bipolarização alegórica das relações: construção do  palácio-convento  (Poder Absolutista do Trono e do Altar) construção da  passarola  (Poder do Saber e o Sonho da “trindade terrestre”)
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 . Título:  relato de memórias / feitos memoráveis . Passarola:  o sonho de voar; a leveza; a superação da condição humana. . Convento e “mãe da pedra”:  a opressão dos pobres, por parte dos poderosos; o peso da condição humana. . Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas:  a totalidade e perfeição; o amor e a complementaridade entre masculino e feminino –  Associados à simbologia da Lua e do Sol .  Os números: três:  Bartolomeu, Baltasar e Blimunda -  o trio  que representa a amizade e a unidade: respectivamente, o saber; o trabalho e a magia. sete:  totalidade e perfeição (a primeira pedra do convento foi benzida no dia 17/11/1717, às 7 horas; Domenico Scarlatti esteve 7 anos em Lisboa; Blimunda passou por Lisboa sete vezes, procurando Baltasar; o nome dos protagonistas) nove:  gestação, renovação (Blimunda procura Baltasar durante nove anos). DIMENSÃO SIMBÓLICA
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 DIMENSÃO SIMBÓLICA (cont.) . A música:  poder mágico que eleva o homem e revela poderes curativos. A música do cravo de Scarlatti simboliza o ultrapassar, por parte do homem, de uma materialidade excessiva e o atingir da plenitude da vida. Por isso Scarlatti representa simbolicamente o transcendente que advém da música e que, ligado à clarividência de Blimunda, instaura o domínio do maravilhoso na obra Memorial do Convento.  . As nuvens / vontades:  Os poderes de Blimunda exercem-se, sobretudo, na captação da  nuvem fechada.  Devido aos seus poderes, Blimunda acolhe as vontades humanas dos moribundos, junta-as nas duas esferas para com elas e com estas, gerar energia vital (“o ar que Deus respira”), que, em conjunto com o âmbar e o íman, movem a passarola. Estas vontades poderão significar que a vontade, ou melhor, as vontades dos homens, unidas por uma mesma causa ou num mesmo sonho, serão capazes de  vencer a ignorância, o fanatismo, a intolerância, libertando o homem, projectando-o para uma nova idade, abrindo-lhe perspectivas de um mundo diferente.   . O sangue:  compromisso que resulta do Amor indestrutível / peso do poder instituído e do domínio exercido pela Inquisição, com o contentamento geral de uma sociedade cruel / preço do sacrifício, das vítimas inocentes que perderam a vida para que o Convento fosse uma realidade
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Crítica  e Sátira Social  -  à religião, ao clero, às ordens religiosas, ao povo, às terríveis discrepâncias sociais, à prepotência real,  ... Caricatura da sociedade portuguesa da época de D. João V :  revelando-se antimonárquico e com um humanismo fechado à transcendência.  .  Crítica  cheia de ironia e sarcasmo à  opulência do rei  e de  alguns nobres   por oposição à  extrema pobreza do povo .  «Esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo  para um lado e de escasso para o outro»;  «A tropa andava descalça e rota, roubava os lavradores». .  Crítica  ao  adultério  e a  corrupção dos costumes  são factores de sátira ao longo da obra.  . Crítica ao poder religioso:  nas questões religiosas, não só usa a ironia, como também se revela frontal nas apreciações à Inquisição e aos santos que a ela se ligaram. .  Crítica ao próprio povo , porque, sedento de crueldade, oscila na sua preferência entre o auto-de-fé e as touradas  A religião é o ópio do povo,  o entretenimento dos poderosos
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 « A escrita de Saramago é uma escrita torrencial» Maria Leonor Carvalhão Buesu LINGUAGEM E ESTILO “ Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-se dentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve.  No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala .” José Saramago, in  Conversas, Mário Ventura,  Publ. Dom Quixote, 1986 A linguagem de Saramago reinventa a escrita, combinando características do discurso literário com o discurso oral, construindo uma narrativa marcada por uma cumplicidade, uma espécie de « pacto de leitura » entre o narrador e o narratário. . Presença constante de marcas de coloquialidade construídas pela relação narrador/narratário; . Intervenção frequente do narrador através de comentários, o que dificulta a identificação das vozes intervenientes; . Tom simultaneamente cómico, trágico e épico; . Discurso reflexivo também construído pelo emprego de aforismos, provérbios e ditados populares.
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 LINGUAGEM E ESTILO (cont.) .  Ausência de pontuação convencional  - a vírgula é o sinal de pontuação de maior relevância, marcando as intervenções das personagens, o ritmo e as pausas;  .  Mistura de discursos  – discurso directo, indirecto, indirecto livre e monólogo interior – que aponta para uma reminiscência da tradição oral, em que contador e ouvintes interagem;  .  Utilização predominante do presente  – marca do fluir constante do narrador entre o passado e o presente;  .  Coexistência de segmentos narrativos e descritivos sem delimitação clara;   .  Características de mimetismo do estilo barroco : Processos ou figuras de sintaxe : período longo, paralelismos, inversões frásicas (anástrofe, hipérbato), enumerações, etc. Figuras conceptuais : comparação, metáfora, personificação, antítese, antonomásia, hipérbole, hipotipose, etc.; jogos de palavras e de conceitos ( cultismo e  conceptismo  barrocos) Influência da sabedoria popular : abundância do discurso sentencioso; expressões e provérbios populares .  Omnipresença da ironia, mais ou menos cáustica e corrosiva .  Paródia lexical  (uso de termos arcaicos e ridicularizadores) .  Paródia sintáctica  (de construções típicas do barroco)
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 LINGUAGEM E ESTILO  - exemplo "Por uma hora ficaram os dois sentados, sem falar. Apenas uma vez Baltasar se levantou para pôr alguma lenha na fogueira que esmorecia, e uma vez Blimunda espevitou o morrão da candeia que estava comendo a luz e então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis dizer, Por que foi que perguntaste o meu nome, e Blimunda respondeu, Porque minha mãe o quis saber e queria que eu o soubesse, Como sabes, se com ela não pudeste falar, Sei que sei, não sei como sei, não faças perguntas a que não posso responder, faze como fizeste, vieste e não perguntaste porquê, E agora, Se não tens onde viver melhor, fica aqui, Hei-de ir para Mafra, tenho lá família, Mulher, Pais e uma irmã, Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires, Por que queres tu que eu fique, Porque é preciso, Não é razão que me convença, Se não quiseres ficar, vai-te embora, não te posso obrigar, Não tenho forças que me levem daqui, deitaste-me um encanto, Não deitei tal, não disse uma palavra, não te toquei, Olhaste-me por dentro, Juro que nunca te olharei por dentro, Juras que não o farás e já o fizeste, Não sabes de que estás a falar, não te olhei por dentro, Se eu ficar, onde durmo, Comigo."  [pág. 56]
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 INTERTEXTUALIDADE  - manifestações e significado . Memória  (tradição literária) e recriação intertextual . Variedade do intertexto saramaguiano : - Intertexto histórico (crónicas e fontes historiográficas) - Intertexto cultural (relatos de viajantes estrangeiros) - Intertexto bíblico-religioso (alusões e referências bíblicas, dogmas de fé, milagres, rituais e práticas religiosas:  " começam a cabecear as damas mas resistem como sábias, senão como virgens e enfim se retiram (. . .)“ - relacionar com a parábola das virgens prudentes que se lê no Evangelho.  - Intertexto artístico (música, arquitectura e escultura do período barroco) - Intertexto literário (autores /obras da tradição literária): .  Literatura e mitologia clássicas   (Vénus/Vulcano, ...) .  Literatura portuguesa clássica   (Vieira, António José da Silva, Tomás Pinto Brandão, Nicolau Tolentino, Camões:  “ que, entre portugueses traidores houve muitas vezes" (82); "tão claramente vista à luz do dia"  , etc.;  .  Literatura portuguesa moderna e contemporânea   (F. Pessoa, G. Junqueiro, etc.) .  Literatura Popular   (expressões, provérbios, contos tradicionais) . Significados da ampla intertextualidade/interdiscursividade saramaguiana
|  Português – 12º ano  | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Fontes sitográficas usadas  Leituras recomendadas: .  AZINHEIRA, Teresa / Coelho, Conceição –  Uma Leitura de “Memorial do Convento”, Lisboa, Bertrand, 1995. . FALCÃO, Alzira –  Como Abordar... “Memorial do Convento” (Proposta de estudo em 15 aulas),  Lisboa, Areal Editores. . JÚLIO, Mª Joaquina Nobre –  “Memorial do Convento” José Saramago , Lisboa, Replicação, 1999. . MONIZ, António –  Para uma Leitura de “Memorial do Convento” de José Saramago , Lxª, Presença, 1995. . MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário,  Preparação para o Exame nacional 2010, Português 12ºano , Porto Editora, 2010. http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/luar.htm http://esodportug.no.sapo.pt/secundario/teste_12/memorial_convento.pdf http://www.notapositiva.com/pt/textapoiobs/portugues/12memorialconvento.htm http:// www.lithis.net /74

Contenu connexe

Tendances

Memorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José SaramagoMemorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José SaramagoDina Baptista
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Conventoguest304ad9
 
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólicaMemorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólicananasimao
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III12º A Golegã
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaSamuel Neves
 
Memorial do convento - Capítulo XIX
Memorial do convento - Capítulo XIXMemorial do convento - Capítulo XIX
Memorial do convento - Capítulo XIXripmitchlucker
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimoDina Baptista
 
Power point "Frei Luís de Sousa"
Power point "Frei Luís de Sousa"Power point "Frei Luís de Sousa"
Power point "Frei Luís de Sousa"gracacruz
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frasesnando_reis
 
Memorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IVMemorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IV12º A Golegã
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasAna Tapadas
 
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)Memorial do convento dimensão crítica da história (1)
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)José Galvão
 
Capítulo XVI - MC
Capítulo XVI - MCCapítulo XVI - MC
Capítulo XVI - MC12anogolega
 
Memorial do convento - Personagens
Memorial do convento - PersonagensMemorial do convento - Personagens
Memorial do convento - PersonagensMiguelavRodrigues
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxLaraCosta708069
 

Tendances (20)

Memorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José SaramagoMemorial do Convento, de José Saramago
Memorial do Convento, de José Saramago
 
Memorial do Convento
Memorial do ConventoMemorial do Convento
Memorial do Convento
 
Capítulo i
Capítulo iCapítulo i
Capítulo i
 
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólicaMemorial do Convento-Dimensão simbólica
Memorial do Convento-Dimensão simbólica
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
 
Valor aspetual
Valor aspetualValor aspetual
Valor aspetual
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Memorial do convento - Capítulo XIX
Memorial do convento - Capítulo XIXMemorial do convento - Capítulo XIX
Memorial do convento - Capítulo XIX
 
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimocaracterísticas temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
características temáticas de Fernando Pessoa - ortónimo
 
Capítulo ii
Capítulo iiCapítulo ii
Capítulo ii
 
Power point "Frei Luís de Sousa"
Power point "Frei Luís de Sousa"Power point "Frei Luís de Sousa"
Power point "Frei Luís de Sousa"
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frases
 
Memorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IVMemorial do Convento - Cap. IV
Memorial do Convento - Cap. IV
 
Educação n' os maias
Educação n' os maiasEducação n' os maias
Educação n' os maias
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Miguel Torga - Poemas
Miguel Torga - PoemasMiguel Torga - Poemas
Miguel Torga - Poemas
 
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)Memorial do convento dimensão crítica da história (1)
Memorial do convento dimensão crítica da história (1)
 
Capítulo XVI - MC
Capítulo XVI - MCCapítulo XVI - MC
Capítulo XVI - MC
 
Memorial do convento - Personagens
Memorial do convento - PersonagensMemorial do convento - Personagens
Memorial do convento - Personagens
 
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptxSíntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
Síntese_ José Saramago - O ano da morte de Ricardo Reis.pptx
 

En vedette

Memorial convento- José Saramago
Memorial convento- José SaramagoMemorial convento- José Saramago
Memorial convento- José Saramagobecresforte
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoDulce Gomes
 
Simbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do ConventoSimbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do ConventoRui Couto
 
Leitura memorial convento
Leitura memorial conventoLeitura memorial convento
Leitura memorial conventoElisabete
 
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.Elisabete
 
Capítulo XXII - MC
Capítulo XXII - MCCapítulo XXII - MC
Capítulo XXII - MC12anogolega
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento12anogolega
 
Memorial do convento capitulo xviii
Memorial do convento capitulo xviiiMemorial do convento capitulo xviii
Memorial do convento capitulo xviii12anogolega
 
Captulo ii(memorial do convento)
Captulo ii(memorial do convento)Captulo ii(memorial do convento)
Captulo ii(memorial do convento)12anogolega
 
Capítulo i power point(1)
Capítulo i   power point(1)Capítulo i   power point(1)
Capítulo i power point(1)12anogolega
 

En vedette (14)

Memorial convento- José Saramago
Memorial convento- José SaramagoMemorial convento- José Saramago
Memorial convento- José Saramago
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do convento
 
Simbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do ConventoSimbologia de Memorial do Convento
Simbologia de Memorial do Convento
 
Leitura memorial convento
Leitura memorial conventoLeitura memorial convento
Leitura memorial convento
 
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
A Passarola (sonho/utopia) em Memorial do Convento.
 
Capítulo IV
Capítulo IVCapítulo IV
Capítulo IV
 
Capítulo XXII - MC
Capítulo XXII - MCCapítulo XXII - MC
Capítulo XXII - MC
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
Memorial do convento capitulo xviii
Memorial do convento capitulo xviiiMemorial do convento capitulo xviii
Memorial do convento capitulo xviii
 
Captulo ii(memorial do convento)
Captulo ii(memorial do convento)Captulo ii(memorial do convento)
Captulo ii(memorial do convento)
 
Capítulo i power point(1)
Capítulo i   power point(1)Capítulo i   power point(1)
Capítulo i power point(1)
 
Capítulo viii
Capítulo viiiCapítulo viii
Capítulo viii
 
Portugues mc
Portugues mcPortugues mc
Portugues mc
 
4. inquisição
4. inquisição4. inquisição
4. inquisição
 

Similaire à Memorial do Convento, de José Saramago II

enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptx
enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptxenc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptx
enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptxFlorbelaGraa2
 
apontamentos memorial.docx
apontamentos memorial.docxapontamentos memorial.docx
apontamentos memorial.docxMartaDenis2
 
Resumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do conventoResumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do conventoRaffaella Ergün
 
Memorial categoriasdaobra
Memorial categoriasdaobraMemorial categoriasdaobra
Memorial categoriasdaobraritasantos123
 
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)Teresa Ferreira
 
Uma leitura de Memorial do Convento
Uma leitura de Memorial do ConventoUma leitura de Memorial do Convento
Uma leitura de Memorial do Conventoancrispereira
 
Memorial de um convento
Memorial  de um conventoMemorial  de um convento
Memorial de um conventoMarcos Alex
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do conventoMarcos Alex
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88luisprista
 
Renascimento e Epopeia
Renascimento e EpopeiaRenascimento e Epopeia
Renascimento e EpopeiaDina Baptista
 
Fi.js mc
Fi.js mcFi.js mc
Fi.js mcfabio-g
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaDina Baptista
 

Similaire à Memorial do Convento, de José Saramago II (20)

enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptx
enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptxenc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptx
enc12_memorial_convento_sintese_unidade_p327(1).pptx
 
apontamentos memorial.docx
apontamentos memorial.docxapontamentos memorial.docx
apontamentos memorial.docx
 
ROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdfROMANCE memorial.pdf
ROMANCE memorial.pdf
 
Resumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do conventoResumos de Português: Memorial do convento
Resumos de Português: Memorial do convento
 
Memorial categoriasdaobra
Memorial categoriasdaobraMemorial categoriasdaobra
Memorial categoriasdaobra
 
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
Real vs. Ficcional (MEMORIAL DO CONVENTO)
 
Uma leitura de Memorial do Convento
Uma leitura de Memorial do ConventoUma leitura de Memorial do Convento
Uma leitura de Memorial do Convento
 
Jose Saramago
Jose Saramago Jose Saramago
Jose Saramago
 
1. génese do romance
1. génese do romance1. génese do romance
1. génese do romance
 
Memorial de um convento
Memorial  de um conventoMemorial  de um convento
Memorial de um convento
 
Memorial do convento
Memorial do conventoMemorial do convento
Memorial do convento
 
2. a contracapa
2. a contracapa2. a contracapa
2. a contracapa
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 87-88
 
Literatura.ppt
Literatura.pptLiteratura.ppt
Literatura.ppt
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Renascimento e Epopeia
Renascimento e EpopeiaRenascimento e Epopeia
Renascimento e Epopeia
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Figueiredo
FigueiredoFigueiredo
Figueiredo
 
Fi.js mc
Fi.js mcFi.js mc
Fi.js mc
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
 

Plus de Dina Baptista

Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi
Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi
Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi Dina Baptista
 
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitais
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitaisO ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitais
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitaisDina Baptista
 
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...Dina Baptista
 
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊS
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊSREPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊS
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊSDina Baptista
 
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficaz
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficazA importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficaz
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficazDina Baptista
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Dina Baptista
 
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)Dina Baptista
 
Análise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralAnálise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Jantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralJantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Os Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoOs Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoDina Baptista
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoDina Baptista
 
Repreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesRepreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesDina Baptista
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIIDina Baptista
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasDina Baptista
 
Contos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoContos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoDina Baptista
 
Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Dina Baptista
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade Dina Baptista
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosDina Baptista
 

Plus de Dina Baptista (20)

Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi
Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi
Projeto de leitura (12.º ano) - O Conto "Mortos à mesa" de António Tabucchi
 
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitais
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitaisO ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitais
O ensino da língua portuguesa e o desafio dos géneros textuais digitais
 
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
Uma nova perspetiva do conto: o Storytelling na estratégia da comunicação emp...
 
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊS
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊSREPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊS
REPENSAR AS TÉCNICAS E METODOLOGIAS DO ENSINO DO PORTUGUÊS
 
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficaz
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficazA importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficaz
A importância do conteúdo na web: para uma estratégia comunicacional eficaz
 
Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)Camões Lírico (10.ºano/Português)
Camões Lírico (10.ºano/Português)
 
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)
Textos de caráter autobiograficos (M1 - 10.ºano/Português)
 
Análise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel CentralAnálise do Jantar no Hotel Central
Análise do Jantar no Hotel Central
 
Jantar no Hotel Central
Jantar no Hotel CentralJantar no Hotel Central
Jantar no Hotel Central
 
Os Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacaoOs Maias_ sistematizacao
Os Maias_ sistematizacao
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel Central
 
Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
Repreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particularesRepreensões gerais e particulares
Repreensões gerais e particulares
 
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e IIISermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
Sermão de Santo António aos Peixes - Cap. II e III
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
 
Contos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismoContos do séculoXX | neo-realismo
Contos do séculoXX | neo-realismo
 
Manuel Alegre
Manuel AlegreManuel Alegre
Manuel Alegre
 
Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4Poesia do século XX- 4
Poesia do século XX- 4
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade   Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Mário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de VasconcelosMário Cesariny de Vasconcelos
Mário Cesariny de Vasconcelos
 

Dernier

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxMARIADEFATIMASILVADE
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.denisecompasso2
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptjricardo76
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfamarianegodoi
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...marcelafinkler
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...MariaCristinaSouzaLe1
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 

Dernier (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 

Memorial do Convento, de José Saramago II

  • 1. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 MEMORIAL DO CONVENTO, de José Saramago (Sistematização ) A minha ideia, quando concebi o Memorial do Convento estava limitada à construção do convento e é depois que verifico que nessa mesma época um padre tinha a ideia de fazer uma máquina de voar . Então este facto modificou-o completamente... A partir daí, o romance tinha que ser diferente, completamente diferente. E toda a oposição entre o que cai e o que sobe, entre o pesado e o leve, o que quer voar e o que impede que voe; toda essa relação entre liberdade e autoridade, entre invenção e convenção, ganha uma dimensão que antes não estava nos meus propósitos e que modifica completamente o romance. Com essa figura que está entre os dois mundos, o que significa que está num terceiro, o mundo mais próximo da natureza, isto é, ao ser natural, se é que existe. Acho que não existe. Todos somos seres culturais, por um olhar, por um entendimento , conseguimos ir mais fundo que a superfície das coisas. E isso, esse aspecto complexo, é o que impede que o Memorial seja lido em linha recta, porque exige constantemente outras leituras e outras interpretações. José Saramago, citado por José Joaquín Parra Banon, Pensamento Arquitectónico na Obra de José Saramago , in manual Plural , 12º ano, Lisboa Ed.
  • 2. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Contexto histórico Espaço Físico Social Psicológico Narrador Heterodiegético Omnisciente … Linguagem e Estilo Intertextextos Bíblia Os Lusíadas Cultura popular Códigos Temático Ideológicos Critica Social Dimensão Simbólica Personagens Históricas Fictícias Estrutura Acção História Ficção Tempo Da Diagése Do Enunciado Memorial do Convento
  • 3. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 CONTEXTO: esplendor e sombra do Portugal joanino . João V, o Magnânimo (1706-1750): Riquezas oriundas do Brasil; Desenvolvimento das Ciências e das Reformas; Literatura Barroca: as academias e o gosto gongórico; Interesse pelas Artes: Música, Pintura, Arquitectura,... . Profundos contrastes sociais ; . Vigência do temível tribunal da Inquisição (Santo Ofício); . Devassidão escandalosa do monarca; . Impressões negativas de viajantes estrangeiros; . Juízos críticos de escritores portugueses (de Camilo Castelo Branco a Oliveira Martins).
  • 4. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Estrutura externa . 25 capítulos - não estão numerados ou titulados . ACÇÃO - Estrutura Interna A intriga situa-se na 1ª metade do séc. XVIII e desenvolve-se em diversas linhas de acção: História: ● a vida na corte de D. João V e na cidade de Lisboa; ● a construção do Convento de Mafra; Ficção: ● a história de amor de Baltasar e Blimunda; ● a construção da passarola voadora, sob orientação do Padre Bartolomeu de Gusmão.
  • 5. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 NARRADOR Geralmente, é HETERODIEGÉTICO (surge na terceira pessoa e não participa na acção) PORÉM, por vezes assume a primeira pessoa do singular e até do plural Homodiegético Geralmente, assume uma focalização OMNISCIENTE Tem uma perspectiva transcendente em relação às personagens o que lhe permite um conhecimento total do passado, presente e futuro Outras vezes, o narrador assume momentaneamente a perspectiva das personagens que vivem a acção, conferindo mais vivacidade e verosimilhança à narrativa Focalização Interna Identidade do narrador principal : cronista anónimo, culto e crítico, identificado com o povo; polifonia de vozes: narradores secundários (focalização interna); características maiores do discurso do narrador.
  • 6. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 TEMPO - O tempo diegético ou tempo da história tempo em que decorre a acção (tempo cronológico) A acção inicia-se em 1711 : "(. ..) S. Francisco andava pelo mundo, precisamente há quinhentos anos, em mil duzentos e onze (. . .)" . 1717 , tem lugar a bênção da primeira pedra do Convento de Mafra. Baltasar e Blimunda regressam a Lisboa para trabalhar na passarola do padre Bartolomeu de Gusmão . 1729 , celebra-se o casamento de D. José com Mariana Vitória e de Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando (VI de Espanha) . 1730 , mais propriamente no dia 22 de Outubro, o dia do quadragésimo primeiro aniversário do rei , realiza-se a sagração do Convento de Mafra A acção termina em 1739 , no momento em que Blimunda vê Baltasar a ser queimado em Lisboa, num auto-de-fé . O fluir do tempo é sugerido pelas transformações sofridas pelas personagens e por alguns espaços e objectos ao longo da obra.
  • 7. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 O tempo do discurso é revelado através da forma como o narrador relata os acontecimentos . Este pode apresentá-los de Forma linear ou através de: . Analepses: retroceder no tempo em relação ao momento da narrativa em que se encontra: coesão da narrativa desejo dos franciscanos de possuírem um Convento em Mafra já em 1624. . Prolepses: antecipar situações: crítica social visão globalizante de tempos distintos por parte do narrador TEMPO - O tempo do discurso ou da escrita
  • 8. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 As procissões e os autos-de-fé caracterizam Lisboa como um espaço caótico , dominado por rituais religiosos cujo efeito exorcizante esconjura um mal momentâneo que motiva a exaltação absurda que envolve os habitantes . A violência das touradas ou dos autos-de-fé apraz ao povo que, obscuro e ignorante , se diverte sensualmente com as imagens de morte, esquecendo a miséria em que vive. ESPAÇO Físico Lisboa e Mafra Social Procissão da penitência Autos-de-fé Tourada Procissão do corpo de Deus Trabalho no convento Psicológico Sonhos Pensamentos
  • 9. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 PERSONAGENS - Caracterização e perfil simbólico . D. João V : o rei megalómano e devasso; . D. Maria Ana : a rainha triste e apagada; . Baltasar Mateus , “Sete-Sóis”: o soldado maneta, o trabalhador; . Blimunda da Jesus , “Sete-Luas”: a amante, a mulher intuitiva e a vidente; . Pe. Bartolomeu Lourenço : o padre heterodoxo e o génio inventivo; . Dominico Scarlatti: o músico que representa a arte que, aliada ao sonho, cura Blimunda. . Povo: Espoliado, rude, violento , o povo atravessa toda a narrativa, numa construção de figuras que, embora corporizadas por Baltasar e Blimunda, tipificam a massa colectiva e anónima que construiu, de facto, o convento. Bipolarização alegórica das relações: construção do palácio-convento (Poder Absolutista do Trono e do Altar) construção da passarola (Poder do Saber e o Sonho da “trindade terrestre”)
  • 10. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 . Título: relato de memórias / feitos memoráveis . Passarola: o sonho de voar; a leveza; a superação da condição humana. . Convento e “mãe da pedra”: a opressão dos pobres, por parte dos poderosos; o peso da condição humana. . Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas: a totalidade e perfeição; o amor e a complementaridade entre masculino e feminino – Associados à simbologia da Lua e do Sol . Os números: três: Bartolomeu, Baltasar e Blimunda - o trio que representa a amizade e a unidade: respectivamente, o saber; o trabalho e a magia. sete: totalidade e perfeição (a primeira pedra do convento foi benzida no dia 17/11/1717, às 7 horas; Domenico Scarlatti esteve 7 anos em Lisboa; Blimunda passou por Lisboa sete vezes, procurando Baltasar; o nome dos protagonistas) nove: gestação, renovação (Blimunda procura Baltasar durante nove anos). DIMENSÃO SIMBÓLICA
  • 11. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 DIMENSÃO SIMBÓLICA (cont.) . A música: poder mágico que eleva o homem e revela poderes curativos. A música do cravo de Scarlatti simboliza o ultrapassar, por parte do homem, de uma materialidade excessiva e o atingir da plenitude da vida. Por isso Scarlatti representa simbolicamente o transcendente que advém da música e que, ligado à clarividência de Blimunda, instaura o domínio do maravilhoso na obra Memorial do Convento. . As nuvens / vontades: Os poderes de Blimunda exercem-se, sobretudo, na captação da nuvem fechada. Devido aos seus poderes, Blimunda acolhe as vontades humanas dos moribundos, junta-as nas duas esferas para com elas e com estas, gerar energia vital (“o ar que Deus respira”), que, em conjunto com o âmbar e o íman, movem a passarola. Estas vontades poderão significar que a vontade, ou melhor, as vontades dos homens, unidas por uma mesma causa ou num mesmo sonho, serão capazes de vencer a ignorância, o fanatismo, a intolerância, libertando o homem, projectando-o para uma nova idade, abrindo-lhe perspectivas de um mundo diferente. . O sangue: compromisso que resulta do Amor indestrutível / peso do poder instituído e do domínio exercido pela Inquisição, com o contentamento geral de uma sociedade cruel / preço do sacrifício, das vítimas inocentes que perderam a vida para que o Convento fosse uma realidade
  • 12. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Crítica e Sátira Social - à religião, ao clero, às ordens religiosas, ao povo, às terríveis discrepâncias sociais, à prepotência real, ... Caricatura da sociedade portuguesa da época de D. João V : revelando-se antimonárquico e com um humanismo fechado à transcendência. . Crítica cheia de ironia e sarcasmo à opulência do rei e de alguns nobres por oposição à extrema pobreza do povo . «Esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo para um lado e de escasso para o outro»; «A tropa andava descalça e rota, roubava os lavradores». . Crítica ao adultério e a corrupção dos costumes são factores de sátira ao longo da obra. . Crítica ao poder religioso: nas questões religiosas, não só usa a ironia, como também se revela frontal nas apreciações à Inquisição e aos santos que a ela se ligaram. . Crítica ao próprio povo , porque, sedento de crueldade, oscila na sua preferência entre o auto-de-fé e as touradas A religião é o ópio do povo, o entretenimento dos poderosos
  • 13. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 « A escrita de Saramago é uma escrita torrencial» Maria Leonor Carvalhão Buesu LINGUAGEM E ESTILO “ Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-se dentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve. No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala .” José Saramago, in Conversas, Mário Ventura, Publ. Dom Quixote, 1986 A linguagem de Saramago reinventa a escrita, combinando características do discurso literário com o discurso oral, construindo uma narrativa marcada por uma cumplicidade, uma espécie de « pacto de leitura » entre o narrador e o narratário. . Presença constante de marcas de coloquialidade construídas pela relação narrador/narratário; . Intervenção frequente do narrador através de comentários, o que dificulta a identificação das vozes intervenientes; . Tom simultaneamente cómico, trágico e épico; . Discurso reflexivo também construído pelo emprego de aforismos, provérbios e ditados populares.
  • 14. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 LINGUAGEM E ESTILO (cont.) . Ausência de pontuação convencional - a vírgula é o sinal de pontuação de maior relevância, marcando as intervenções das personagens, o ritmo e as pausas; . Mistura de discursos – discurso directo, indirecto, indirecto livre e monólogo interior – que aponta para uma reminiscência da tradição oral, em que contador e ouvintes interagem; . Utilização predominante do presente – marca do fluir constante do narrador entre o passado e o presente; . Coexistência de segmentos narrativos e descritivos sem delimitação clara; . Características de mimetismo do estilo barroco : Processos ou figuras de sintaxe : período longo, paralelismos, inversões frásicas (anástrofe, hipérbato), enumerações, etc. Figuras conceptuais : comparação, metáfora, personificação, antítese, antonomásia, hipérbole, hipotipose, etc.; jogos de palavras e de conceitos ( cultismo e conceptismo barrocos) Influência da sabedoria popular : abundância do discurso sentencioso; expressões e provérbios populares . Omnipresença da ironia, mais ou menos cáustica e corrosiva . Paródia lexical (uso de termos arcaicos e ridicularizadores) . Paródia sintáctica (de construções típicas do barroco)
  • 15. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 LINGUAGEM E ESTILO - exemplo "Por uma hora ficaram os dois sentados, sem falar. Apenas uma vez Baltasar se levantou para pôr alguma lenha na fogueira que esmorecia, e uma vez Blimunda espevitou o morrão da candeia que estava comendo a luz e então, sendo tanta a claridade, pôde Sete-Sóis dizer, Por que foi que perguntaste o meu nome, e Blimunda respondeu, Porque minha mãe o quis saber e queria que eu o soubesse, Como sabes, se com ela não pudeste falar, Sei que sei, não sei como sei, não faças perguntas a que não posso responder, faze como fizeste, vieste e não perguntaste porquê, E agora, Se não tens onde viver melhor, fica aqui, Hei-de ir para Mafra, tenho lá família, Mulher, Pais e uma irmã, Fica, enquanto não fores, será sempre tempo de partires, Por que queres tu que eu fique, Porque é preciso, Não é razão que me convença, Se não quiseres ficar, vai-te embora, não te posso obrigar, Não tenho forças que me levem daqui, deitaste-me um encanto, Não deitei tal, não disse uma palavra, não te toquei, Olhaste-me por dentro, Juro que nunca te olharei por dentro, Juras que não o farás e já o fizeste, Não sabes de que estás a falar, não te olhei por dentro, Se eu ficar, onde durmo, Comigo." [pág. 56]
  • 16. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 INTERTEXTUALIDADE - manifestações e significado . Memória (tradição literária) e recriação intertextual . Variedade do intertexto saramaguiano : - Intertexto histórico (crónicas e fontes historiográficas) - Intertexto cultural (relatos de viajantes estrangeiros) - Intertexto bíblico-religioso (alusões e referências bíblicas, dogmas de fé, milagres, rituais e práticas religiosas: " começam a cabecear as damas mas resistem como sábias, senão como virgens e enfim se retiram (. . .)“ - relacionar com a parábola das virgens prudentes que se lê no Evangelho. - Intertexto artístico (música, arquitectura e escultura do período barroco) - Intertexto literário (autores /obras da tradição literária): . Literatura e mitologia clássicas (Vénus/Vulcano, ...) . Literatura portuguesa clássica (Vieira, António José da Silva, Tomás Pinto Brandão, Nicolau Tolentino, Camões: “ que, entre portugueses traidores houve muitas vezes" (82); "tão claramente vista à luz do dia" , etc.; . Literatura portuguesa moderna e contemporânea (F. Pessoa, G. Junqueiro, etc.) . Literatura Popular (expressões, provérbios, contos tradicionais) . Significados da ampla intertextualidade/interdiscursividade saramaguiana
  • 17. | Português – 12º ano | Memorial do Convento - José Saramago Dina Baptista | www.sebentadigital.com EB 2,3/S de Vale de Cambra 2009010 Fontes sitográficas usadas Leituras recomendadas: . AZINHEIRA, Teresa / Coelho, Conceição – Uma Leitura de “Memorial do Convento”, Lisboa, Bertrand, 1995. . FALCÃO, Alzira – Como Abordar... “Memorial do Convento” (Proposta de estudo em 15 aulas), Lisboa, Areal Editores. . JÚLIO, Mª Joaquina Nobre – “Memorial do Convento” José Saramago , Lisboa, Replicação, 1999. . MONIZ, António – Para uma Leitura de “Memorial do Convento” de José Saramago , Lxª, Presença, 1995. . MOREIRA, Vasco e PIMENTA, Hilário, Preparação para o Exame nacional 2010, Português 12ºano , Porto Editora, 2010. http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/luar.htm http://esodportug.no.sapo.pt/secundario/teste_12/memorial_convento.pdf http://www.notapositiva.com/pt/textapoiobs/portugues/12memorialconvento.htm http:// www.lithis.net /74