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O CONSUMO DE MEXILHÃO
PROVENIENTE DA BAÍA DE
GUANABARA
Akira Okada Junior
Bacharel em Ecologia (UFRJ); Licenciando (UFRJ); Técnico de laboratório;
apresentador do projeto.
Cíntia da Silva Cardoso
Bacharel em Biologia Marinha (Famath); Licenciada (Famath); Mestranda em
Oceanografia (UERJ); Consultoria ambiental com zooplâncton; Professora de ciências;
Coordenadora do projeto.
Gustavo Nobio
Técnico em Meio Ambiente (FUNCEFET); Sustentabilista e comunicador ambiental
(SenhorEco.org); Apresentador do projeto.
Contato: SenhorEco@SenhorEco.org
Projeto Ambiental Acadêmico | Rio de Janeiro | Maio/2014
1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
A Baía de Guanabara, assim como muitos estuários, recebem um enorme aporte
de efluentes industriais e esgoto doméstico, elevando assim a concentração de nutrientes
dissolvidos, nutrientes particulados e de coliformes fecais. O resultado disto é de um
local não adequado para a balneabilidade e para o consumo de frutos do mar. O bivalve
mexilhão, um filtrador que consegue reter muitos destes resíduos dissolvidos da coluna
d'água, é um bom indicador da qualidade de água. Por isso, este animal não é indicado
para o consumo em locais poluídos (Jorge et al., 2002).
Apesar da poluição, os moluscos, em especial o mexilhão, têm encontrado
condições de desenvolvimento e sobrevivência em vários pontos da região. O litoral do
Rio de Janeiro oferece uma série de acidentes geográficos fora das áreas mais poluídas,
que são favoráveis à implantação do cultivo de moluscos que poderiam beneficiar
economicamente as comunidades de pesca artesanal e garantir uma melhor condição
sanitária do produto (Teper, 1998).
Devido à sua fisiologia, boa parte das partículas ingeridas pelo mexilhão
acumula-se em seus tecidos, chegando a apresentar taxas de acúmulo de bactérias e
metais pesados de 100 a 1000 vezes superior à quantidade presente na água circundante,
tornando-se impróprio ao consumo humano (Magalhães; Ferreira, 1997)
2. JUSTIFICATIVA
Diante do que foi apresentado quanto ao valor biológico do mexilhão, o presente
Projeto tem com relevância levar tais informações ao público de Niterói a
problematização quanto ao consumo deste bivalve, já que isto pode acarretar diversos
problemas de saúde para os consumidores.
3. HORIZONTE DO PROJETO
O horizonte do projeto tem como público-alvo os consumidores de mexilhão da
praia de Icaraí, em Niterói - RJ. A duração prevista é de 5 horas de educação ambiental.
4. BASE TEÓRICA
O presente trabalho tem como foco o mexilhão Perna perna, muito comum no
sul e no sudeste da costa brasileira (Marques; Pereira, 1988 apud TAVARES et al.,
1998). Uma de suas características principais é a presença de duas conchas (valvas)
interligadas por um músculo que controla a aberturas destas valvas, auxiliando assim na
proteção, na alimentação e na respiração (Ludorff; Meyer, 1973). Também, não há a
presença de uma região encefálica e nem a presença de órgãos para a visão (Ludorff;
Meyer, 1973). Este grupo utiliza da filtração da água como método de alimentação.
(Ferreira; Magalhães, 1997). Porém, o animal não escolhe o alimento pela qualidade, e
sim pelo tamanho por isso, muitos patógenos são bioacumulados no tecido deste grupo,
sendo de grande risco para o consumo.
Apesar dos riscos envolvidos no consumo dos mexilhões, muitas pessoas
alimentam-se de tais frutos do mar sem o devido cuidado, ou os vendem como uma
fonte alternativa de renda (Cordeiro et al, 2007). A extração da carne (cocção) se dá
com o enfraquecimento do músculo, que une as valvas, com temperaturas altas. Este
pré-aquecimento não é o suficiente para eliminar totalmente os patógenos presentes no
organismos do indivíduo (Wood, 1979).
A mitilicultura (cultivo de mexilhões) é de grande importância para a
aquicultura. Em 2006, segundo os dados da FAO (2008), a produção global da
aquicultura foi de 27,8 milhões de toneladas, enquanto que a de moluscos foi de 14,1
milhões de toneladas, sendo uma atividade que está crescendo cada vez mais. A
eficiência do cultivo do Perna perna está no controle dos fatores bióticos abióticos
como a temperatura, a salinidade, a circulação da água, a densidade dos indivíduos e a
quantidade de alimento disponível (Galvão et al., 2006).
Diversos estudos indicaram patogenias associadas ao consumo do mexilhão, tais
como toxinas, bactérias e doenças associadas a metais encontrados no animal,
reforçando assim a preocupação quanto ao consumo de mexilhão selvagem. De acordo
com Mathias et al (2006), toxinas liberadas na coluna d´água por certas algas, podem se
acumular nos bivalves e promover a PSP (Síndrome do Envenenamento Paralisante pelo
consumo de Moluscos, do inglês, Paralytic Shellfish Poison) quando ingeridos. A
principal toxina responsável por isso é a saxitoxina, que causa problemas neurológicos
graves. Na Tabela 1, foram listados diferentes metais encontrados em mexilhões que
vivem em regiões contaminadas por efluentes industriais não tratados. Algumas das
doenças causadas são gravíssimas, e o seus tratamentos não estão ao alcance de toda a
população e nem da ciência.
Fonte: JORGE et al., 2002.
Outros estudos indicam a presença de bactérias na carne do mexilhão, tais como
Vibrio, Salmonela, Clostridium e Escherichia coli. A bactéria Vibrio pode estar presente
em moluscos crus ou naqueles submetidos a um ineficiente cocção. Os principais
sintomas são manifestações gastrintestinais e extra-intestinais, com infecção cutânea e
otites (Thompson; Iida; Swings, 2004). Outros sintomas já listados são: diarréia, náusea,
vômito, cefaléia, febre e calafrios (Lee et al, 2008).
Moluscos consumidos sem a preparação adequada também são responsáveis por
promoverem a incidência de febre tifóide e hepatite, nos países do hemisfério norte e
sul. Os responsáveis por isso são a Salmonella spp. e o Vibrio parahemolyticus (Kai;
Ruivo, 1988).
A bactéria Clostridium perfringens provoca dores abdominais, náusea e diarréia
aguda (Forsythe, 2002). Enquanto que a Clostridium botulinum é responsável pela
doença botulismo, esta que pode ser fatal. Para evitar ambas as bactérias é necessário a
preparação com altas temperaturas, e para o Clostridium botulinum também necessário
uma baixa acidez para eliminar seus esporos (Forsythe, 2002).
A bactéria Escherichia coli, do grupo coliformes, é responsável por transmitir
certas doenças (Hobbs; Roberts, 1998). De acordo com Scanlan (1991), E. coli é de um
modo geral um comensal do intestino de animais de sangue quente, tal como o homem,
e quando presente nos alimentos indica contaminação fecal. A ocorrência desta bactéria
é muito comum em moluscos filtradores que estão em ambientes poluídos, segundo a
EPAGRI, 1994.
O Codex Alimentarius, através da CAC-RCP 52 (2003), indica que tanto para a
água de cultivo quanto para os moluscos frescos, a E. coli é muito útil para indicar a
presença de contaminação fecal. Desta forma, o grupo coliformes são amplamente
utilizados para indicar a presença de possíveis patógenos entéricos em água fresca
(Forsythe, 2002).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através da portaria nº 45
de 19 de setembro de 1997, considera aprovado para consumo o alimento com o índice
de coliformes fecais igual a 10.000 como o número mais provável (NMP) por 100g.
Enquanto que nos Estados Unidos e no Japão este índice cai para 230 NMP/100g
(Secretaria de Saúde do Japão, 1967, apud Akaboschi et al, 1976; EPA, 1976).
Em um estudo com os mexilhões da praia das Flechas e da praia do Adão, ambas
de Niterói-RJ, foram encontrados valores altos de coliformes, mas aceitáveis de acordo
com nossa legislação (Tabela 2).
Tabela 2: Número mais provável (NMP) de coliformes fecais no tecido dos mexilhões
das Praias das Flexas e do Adão.
Mexilhões in natura,
oriundos da praia das
Flechas
Mexilhões pré-cozidos,
oriundos da praia das
Flechas:
Mexilhões in natura,
oriundos da praia de Adão:
Coliformes Totais = 3.300
NMP / 100 g
Coliformes Fecais = 1.100
NMP / 100 g
Coliformes Totais = 2.300
NMP / 100 g
Coliformes Fecais = 500
NMP / 100 g
Coliformes Totais = 2.200
NMP / 100 g
Coliformes Fecais = 1.100
NMP / 100 g
Fonte: JORGE et al., 2002.
Comerciantes do mercado São Pedro de Niterói, RJ, foram entrevistados para a
compreensão da procedência do pescado e o resultado encontra-se na Tabela 3.
Tabela 3: Entrevista com comerciantes do Mercado de São Pedro em Niterói, RJ.
Fonte: JORGE et al., 2002.
5. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste Projeto é conscientizar os consumidores de mexilhão
proveniente da Baía de Guanabara sobre os possíveis danos causados à saúde pela
ingestão deste bivalve.
6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para alcançar o objetivo geral se faz necessário:
1. Pesquisar os patógenos associados aos mexilhões;
2. Fazer um levantamento das pesquisas feitas com mexilhões da Baía de
Guanabara;
3. Compreender a legislação envolvida no processo: que podem impedir a coleta
do mexilhão;
4. Entrevistar os “consumidores” de mexilhão da Baía de Guanabara através de
questionário;
5. Elaborar cartilhas explicativas.
7. MATRIZ LÓGICA DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO
Horizonte do projeto
Público-alvo: Consumidores de mexilhão.
Local de atuação: Praia de Icaraí.
Duração prevista: 5 horas.
Metodologia
METODOLOGIA
Objetivo Geral: Conscientizar os consumidores de mexilhão da baía de Guanabara.
Objetivos específicos Ação Mês
Situação
inicial
Resultados
esperados
Indicadores
1. Pesquisar os patógenos
associados aos mexilhões
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Artigos
2. Fazer um levantamento
das pesquisas feitas com
mexilhões da baía de
Guanabara
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Artigos
3. Compreender a legislação sobre
os níveis de contaminantes
encontrados nos mexilhões
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Leis
4. Elaborar cartilhas explicativas -Pensar no conteúdo
-Confeccionar o texto
- Imprimir
2 Coleta de
informações e
arte gráfica
Cartilha auto-
explicativa
com textos e
figuras
Lista de figuras
e tópicos
5. Entrevistar os “consumidores”
de mexilhão da baía de Guanabara
através de questionário
-Aplicar questionário 3 Elaboração de
perguntas
Questionário
com 6
perguntas
Respostas do
questionário
Objetivo Geral: Conscientizar os consumidores de mexilhão da baía de Guanabara.
Objetivos específicos Ação Mês
Situação
inicial
Resultados
esperados
Indicadores
1. Pesquisar os patógenos
associados aos mexilhões
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Artigos
2. Fazer um levantamento
das pesquisas feitas com
mexilhões da baía de
Guanabara
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Artigos
3. Compreender a legislação sobre
os níveis de contaminantes
encontrados nos mexilhões
Busca de informações na
literatura
1 Conhecimento
superficial
Conhecimento
aprofundado
Lista de Leis
4. Elaborar cartilhas explicativas -Pensar no conteúdo
-Confeccionar o texto
- Imprimir
2 Coleta de
informações e
arte gráfica
Cartilha auto-
explicativa
com textos e
figuras
Lista de figuras
e tópicos
5. Entrevistar os “consumidores”
de mexilhão da baía de Guanabara
através de questionário
-Aplicar questionário 3 Elaboração de
perguntas
Questionário
com 6
perguntas
Respostas do
questionário
Como instrumentos de conscientização, serão utilizadas cartilhas auto-
explicativas para entregar ao público alvo, assim como banner, destacando os principais
efeitos causados pelo consumo do mexilhão contaminado, stand e amostra de mexilhão
para que a equipe técnica faça uma explicação expositiva e oral sobre o problema do
consumo desse bivalve.
A pesquisa será realizada nas praias de Icaraí, Niterói - RJ. A pesquisa será feita
a partir da consulta de dados dos órgãos ambientais oficiais e independentes, entrevistas
com a comunidade pesqueira local e com consumidores da região.
8. INSUMOS REQUERIDOS
Recursos humanos: 3 pessoas/pesquisadores.
Recursos materiais: descritos no item anterior.
9. PARCERIAS POSSÍVEIS
As possíveis parcerias serão: SenhorEco.org; INEA; Prefeitura de Niterói;
Associação Livre de Maricultores de Jurujuba; Prefeitura do Rio; Federação dos
Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ); Fundação Instituto de Pesca do
Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ).
10. CRONOGRAMA
ATIVIDADES
MÊS
1 2 3 4 5 6
Levantamento bibliográfico X X X
Redação do Projeto X X X
Busca por parcerias X
Apresentar o Projeto às
Parcerias
X
Confecção de banner e
cartilhas
X
Compra do Stand X
Elaboração do questionário X
Realização do Projeto X
ATIVIDADES
MÊS
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Realização do Projeto X
11. ORÇAMENTO
• 250 panfletos: R$ 88,99
• 1 banner: R$ 70,00
• 1 stand pequeno: R$ 350,00
• O quilo do mexilhão: R$ 7,00
• O litro da gasolina (veículo da equipe): R$ 3,19 / R$ 300,00 por mês.
• Aluguel de projetor de slides/microfone/caixa de som: R$ 300,00
• Trabalho voluntário dos envolvidos
Total: R$ 2622,18
12. ANEXOS
Anexo I: Árvore de causa e efeito
Anexo II: Questionário
1. Com que frequência você consome mexilhões?
2. Você sabe a procedência dos mexilhões que costuma comprar?
3. Você consumiria mexilhões da praia de Icaraí ou das Flexas?
4. Você já passou mal após consumir mexilhões?
5. Você sabia que o mexilhão é um organismo filtrador?
6. Você sabe o que é magnificação trófica?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORDEIRO, D.; LOPES, T. G. G.; OETTERER, M.; PORTO, E. GALVÃO, J. A.
2007. Qualidade do Mexilhão Perna perna Submetido ao Processo Combinado de
Cocção, Congelamento e Armazenamento. Boletim CEPPA, Curitiba, v. 25, n.1, p.
165-179, jan.-jun. 2007.
EPAGRI, 1994. Manual do cultivo do mexilhão Perna perna. Florianópolis, 1994.
140 p.
FAO, 2008. The state of world fisheries and aquaculture, 2008. Disponível em:
<ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/011/i0250e/i0250e.pdf> Acesso em: 13 jul. 2009.
FERREIRA, J. F.; MAGALHÃES, A. R. M. Mexilhões: Biologia e Cultivo. Apostila
UFSC. 1997.
FORSYTHE, S. J. Microbiologia da Segurança Alimentar. Porto Alegre :Artmed,
2002. 424 p.
GALVÃO, J. A. ; FURLAN, É. F. ; SALÁN, E. O. ; PORTO, E. ; OETTERER, M.
2006. Características Físico-químicas e Microbiológicas (Staphylococcus aureus e
Bacillus cereus) da Água e dos Mexilhões Cultivados na Região de Ubatuba, SP.
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.30, n.6, p. 1124-1129, nov./dez., 2006.
HOBBS; ROBERTS, 1998 / HOBBS, B. C.; ROBERTS, D. Toxinfecções e controle
higiênico-sanitário de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1998.
SCANLAN, C. M. 1991. Introdución a la bacteriologia veterinária. Zaragoza:
Acribia, 1991. 555 p.
JORGE, L. C; GARCIA, L. M.; MARTINS, V. B; KOSAWA, A; PAULS, E. 2002.
Interações dos processos sócio-ambientais nas bacias das Enseadas de Icaraí e São
Francisco, Niterói (RJ). 2. Organismos Aquáticos como Bioindicadores da Qualidade
Ambiental com enfoque no mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1798), em Niterói-RJ.
Mundo & Vida, vol.3 (2) 2002.
KAI, M.; RUIVO, U. 1988. Trabalhos apresentados no Seminário sobre Controle
de Qualidade na Industria do Pescado. São Paulo: Loyola, 1988. 303p.
LEE, J.; JUNG, D.; EOM, S.; OH, S.; KIM, Y.; KWAK, H. KIM, Y. Occurrence of
Vibrio parahaemolyticus in oysters from Korean retail outlets. Food Control, v. 19, p.
990 – 994, 2008.
LUDORFF, W; MEYER, V. El Pescado Y Los Produtos de La Pesca. 2ª Ed.
Zaragoza: Acribia, 1973, 342 p.
MARQUES, H. L.A. 1988. Criação Comercial de Mexilhões. São Paulo: APUD
TAVARES, M.; MELLO, M. R. P.; CAMPOS, N. C.; MORAIS, C.; OSTINI, S.
Proximate composition and caloric value of the mussel Perna perna, cultivated in
Ubatuba, São Paulo State, Brazil. Food Chemistry, v. 62, n. 4, p. 473-475, 1998.
SECRETARIA DA SAÚDE DO JAPÃO, Leis de controle sanitário na alimentação,
Tókio, Japão, Vol.100 (nº 14): 5-7. AKABOSCHI et al, 1976; EPA, 1976). /
AKABOSHI S, BASTOS AA, SINKE C. 1976. Nota sobre as técnicas de depuração
de ostras para comercialização. São Paulo, SITC, vol.1, pp. 1-20.
THOMPSON, F. L.; IIDA, T.; SWINGS, J. Biodiversity of Vibrios. Microbiol. Mol.
Biol. Rev., v. 68, n. 3.; p. 403-431, 2004.
WOOD, P. C. Manual de Higiene de los Mariscos. Zaragoza: Acribia,
1979. 79 p.
YENG, P. S.; BOOR, K. J. Epidemiology, pathogenesis, and prevention of foodborne
Vibrio infections. Foodborne Pathog.Dis., v. 1, n. 2, p. 74-88 , 2004.

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Riscos da ingestão de mexilhão da Baía de Guanabara

  • 1. O CONSUMO DE MEXILHÃO PROVENIENTE DA BAÍA DE GUANABARA Akira Okada Junior Bacharel em Ecologia (UFRJ); Licenciando (UFRJ); Técnico de laboratório; apresentador do projeto. Cíntia da Silva Cardoso Bacharel em Biologia Marinha (Famath); Licenciada (Famath); Mestranda em Oceanografia (UERJ); Consultoria ambiental com zooplâncton; Professora de ciências; Coordenadora do projeto. Gustavo Nobio Técnico em Meio Ambiente (FUNCEFET); Sustentabilista e comunicador ambiental (SenhorEco.org); Apresentador do projeto. Contato: SenhorEco@SenhorEco.org Projeto Ambiental Acadêmico | Rio de Janeiro | Maio/2014
  • 2. 1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO A Baía de Guanabara, assim como muitos estuários, recebem um enorme aporte de efluentes industriais e esgoto doméstico, elevando assim a concentração de nutrientes dissolvidos, nutrientes particulados e de coliformes fecais. O resultado disto é de um local não adequado para a balneabilidade e para o consumo de frutos do mar. O bivalve mexilhão, um filtrador que consegue reter muitos destes resíduos dissolvidos da coluna d'água, é um bom indicador da qualidade de água. Por isso, este animal não é indicado para o consumo em locais poluídos (Jorge et al., 2002). Apesar da poluição, os moluscos, em especial o mexilhão, têm encontrado condições de desenvolvimento e sobrevivência em vários pontos da região. O litoral do Rio de Janeiro oferece uma série de acidentes geográficos fora das áreas mais poluídas, que são favoráveis à implantação do cultivo de moluscos que poderiam beneficiar economicamente as comunidades de pesca artesanal e garantir uma melhor condição sanitária do produto (Teper, 1998). Devido à sua fisiologia, boa parte das partículas ingeridas pelo mexilhão acumula-se em seus tecidos, chegando a apresentar taxas de acúmulo de bactérias e metais pesados de 100 a 1000 vezes superior à quantidade presente na água circundante, tornando-se impróprio ao consumo humano (Magalhães; Ferreira, 1997) 2. JUSTIFICATIVA Diante do que foi apresentado quanto ao valor biológico do mexilhão, o presente Projeto tem com relevância levar tais informações ao público de Niterói a problematização quanto ao consumo deste bivalve, já que isto pode acarretar diversos problemas de saúde para os consumidores. 3. HORIZONTE DO PROJETO O horizonte do projeto tem como público-alvo os consumidores de mexilhão da praia de Icaraí, em Niterói - RJ. A duração prevista é de 5 horas de educação ambiental.
  • 3. 4. BASE TEÓRICA O presente trabalho tem como foco o mexilhão Perna perna, muito comum no sul e no sudeste da costa brasileira (Marques; Pereira, 1988 apud TAVARES et al., 1998). Uma de suas características principais é a presença de duas conchas (valvas) interligadas por um músculo que controla a aberturas destas valvas, auxiliando assim na proteção, na alimentação e na respiração (Ludorff; Meyer, 1973). Também, não há a presença de uma região encefálica e nem a presença de órgãos para a visão (Ludorff; Meyer, 1973). Este grupo utiliza da filtração da água como método de alimentação. (Ferreira; Magalhães, 1997). Porém, o animal não escolhe o alimento pela qualidade, e sim pelo tamanho por isso, muitos patógenos são bioacumulados no tecido deste grupo, sendo de grande risco para o consumo. Apesar dos riscos envolvidos no consumo dos mexilhões, muitas pessoas alimentam-se de tais frutos do mar sem o devido cuidado, ou os vendem como uma fonte alternativa de renda (Cordeiro et al, 2007). A extração da carne (cocção) se dá com o enfraquecimento do músculo, que une as valvas, com temperaturas altas. Este pré-aquecimento não é o suficiente para eliminar totalmente os patógenos presentes no organismos do indivíduo (Wood, 1979). A mitilicultura (cultivo de mexilhões) é de grande importância para a aquicultura. Em 2006, segundo os dados da FAO (2008), a produção global da aquicultura foi de 27,8 milhões de toneladas, enquanto que a de moluscos foi de 14,1 milhões de toneladas, sendo uma atividade que está crescendo cada vez mais. A eficiência do cultivo do Perna perna está no controle dos fatores bióticos abióticos como a temperatura, a salinidade, a circulação da água, a densidade dos indivíduos e a quantidade de alimento disponível (Galvão et al., 2006). Diversos estudos indicaram patogenias associadas ao consumo do mexilhão, tais como toxinas, bactérias e doenças associadas a metais encontrados no animal, reforçando assim a preocupação quanto ao consumo de mexilhão selvagem. De acordo com Mathias et al (2006), toxinas liberadas na coluna d´água por certas algas, podem se
  • 4. acumular nos bivalves e promover a PSP (Síndrome do Envenenamento Paralisante pelo consumo de Moluscos, do inglês, Paralytic Shellfish Poison) quando ingeridos. A principal toxina responsável por isso é a saxitoxina, que causa problemas neurológicos graves. Na Tabela 1, foram listados diferentes metais encontrados em mexilhões que vivem em regiões contaminadas por efluentes industriais não tratados. Algumas das doenças causadas são gravíssimas, e o seus tratamentos não estão ao alcance de toda a população e nem da ciência. Fonte: JORGE et al., 2002. Outros estudos indicam a presença de bactérias na carne do mexilhão, tais como Vibrio, Salmonela, Clostridium e Escherichia coli. A bactéria Vibrio pode estar presente em moluscos crus ou naqueles submetidos a um ineficiente cocção. Os principais sintomas são manifestações gastrintestinais e extra-intestinais, com infecção cutânea e otites (Thompson; Iida; Swings, 2004). Outros sintomas já listados são: diarréia, náusea, vômito, cefaléia, febre e calafrios (Lee et al, 2008). Moluscos consumidos sem a preparação adequada também são responsáveis por promoverem a incidência de febre tifóide e hepatite, nos países do hemisfério norte e sul. Os responsáveis por isso são a Salmonella spp. e o Vibrio parahemolyticus (Kai; Ruivo, 1988).
  • 5. A bactéria Clostridium perfringens provoca dores abdominais, náusea e diarréia aguda (Forsythe, 2002). Enquanto que a Clostridium botulinum é responsável pela doença botulismo, esta que pode ser fatal. Para evitar ambas as bactérias é necessário a preparação com altas temperaturas, e para o Clostridium botulinum também necessário uma baixa acidez para eliminar seus esporos (Forsythe, 2002). A bactéria Escherichia coli, do grupo coliformes, é responsável por transmitir certas doenças (Hobbs; Roberts, 1998). De acordo com Scanlan (1991), E. coli é de um modo geral um comensal do intestino de animais de sangue quente, tal como o homem, e quando presente nos alimentos indica contaminação fecal. A ocorrência desta bactéria é muito comum em moluscos filtradores que estão em ambientes poluídos, segundo a EPAGRI, 1994. O Codex Alimentarius, através da CAC-RCP 52 (2003), indica que tanto para a água de cultivo quanto para os moluscos frescos, a E. coli é muito útil para indicar a presença de contaminação fecal. Desta forma, o grupo coliformes são amplamente utilizados para indicar a presença de possíveis patógenos entéricos em água fresca (Forsythe, 2002). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através da portaria nº 45 de 19 de setembro de 1997, considera aprovado para consumo o alimento com o índice de coliformes fecais igual a 10.000 como o número mais provável (NMP) por 100g. Enquanto que nos Estados Unidos e no Japão este índice cai para 230 NMP/100g (Secretaria de Saúde do Japão, 1967, apud Akaboschi et al, 1976; EPA, 1976). Em um estudo com os mexilhões da praia das Flechas e da praia do Adão, ambas de Niterói-RJ, foram encontrados valores altos de coliformes, mas aceitáveis de acordo com nossa legislação (Tabela 2). Tabela 2: Número mais provável (NMP) de coliformes fecais no tecido dos mexilhões das Praias das Flexas e do Adão. Mexilhões in natura, oriundos da praia das Flechas Mexilhões pré-cozidos, oriundos da praia das Flechas: Mexilhões in natura, oriundos da praia de Adão:
  • 6. Coliformes Totais = 3.300 NMP / 100 g Coliformes Fecais = 1.100 NMP / 100 g Coliformes Totais = 2.300 NMP / 100 g Coliformes Fecais = 500 NMP / 100 g Coliformes Totais = 2.200 NMP / 100 g Coliformes Fecais = 1.100 NMP / 100 g Fonte: JORGE et al., 2002. Comerciantes do mercado São Pedro de Niterói, RJ, foram entrevistados para a compreensão da procedência do pescado e o resultado encontra-se na Tabela 3. Tabela 3: Entrevista com comerciantes do Mercado de São Pedro em Niterói, RJ. Fonte: JORGE et al., 2002. 5. OBJETIVO GERAL
  • 7. O objetivo geral deste Projeto é conscientizar os consumidores de mexilhão proveniente da Baía de Guanabara sobre os possíveis danos causados à saúde pela ingestão deste bivalve. 6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Para alcançar o objetivo geral se faz necessário: 1. Pesquisar os patógenos associados aos mexilhões; 2. Fazer um levantamento das pesquisas feitas com mexilhões da Baía de Guanabara; 3. Compreender a legislação envolvida no processo: que podem impedir a coleta do mexilhão; 4. Entrevistar os “consumidores” de mexilhão da Baía de Guanabara através de questionário; 5. Elaborar cartilhas explicativas. 7. MATRIZ LÓGICA DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO Horizonte do projeto Público-alvo: Consumidores de mexilhão. Local de atuação: Praia de Icaraí. Duração prevista: 5 horas. Metodologia METODOLOGIA Objetivo Geral: Conscientizar os consumidores de mexilhão da baía de Guanabara. Objetivos específicos Ação Mês Situação inicial Resultados esperados Indicadores 1. Pesquisar os patógenos associados aos mexilhões Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Artigos 2. Fazer um levantamento das pesquisas feitas com mexilhões da baía de Guanabara Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Artigos 3. Compreender a legislação sobre os níveis de contaminantes encontrados nos mexilhões Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Leis 4. Elaborar cartilhas explicativas -Pensar no conteúdo -Confeccionar o texto - Imprimir 2 Coleta de informações e arte gráfica Cartilha auto- explicativa com textos e figuras Lista de figuras e tópicos 5. Entrevistar os “consumidores” de mexilhão da baía de Guanabara através de questionário -Aplicar questionário 3 Elaboração de perguntas Questionário com 6 perguntas Respostas do questionário Objetivo Geral: Conscientizar os consumidores de mexilhão da baía de Guanabara. Objetivos específicos Ação Mês Situação inicial Resultados esperados Indicadores 1. Pesquisar os patógenos associados aos mexilhões Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Artigos 2. Fazer um levantamento das pesquisas feitas com mexilhões da baía de Guanabara Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Artigos 3. Compreender a legislação sobre os níveis de contaminantes encontrados nos mexilhões Busca de informações na literatura 1 Conhecimento superficial Conhecimento aprofundado Lista de Leis 4. Elaborar cartilhas explicativas -Pensar no conteúdo -Confeccionar o texto - Imprimir 2 Coleta de informações e arte gráfica Cartilha auto- explicativa com textos e figuras Lista de figuras e tópicos 5. Entrevistar os “consumidores” de mexilhão da baía de Guanabara através de questionário -Aplicar questionário 3 Elaboração de perguntas Questionário com 6 perguntas Respostas do questionário
  • 8. Como instrumentos de conscientização, serão utilizadas cartilhas auto- explicativas para entregar ao público alvo, assim como banner, destacando os principais efeitos causados pelo consumo do mexilhão contaminado, stand e amostra de mexilhão para que a equipe técnica faça uma explicação expositiva e oral sobre o problema do consumo desse bivalve. A pesquisa será realizada nas praias de Icaraí, Niterói - RJ. A pesquisa será feita a partir da consulta de dados dos órgãos ambientais oficiais e independentes, entrevistas com a comunidade pesqueira local e com consumidores da região. 8. INSUMOS REQUERIDOS Recursos humanos: 3 pessoas/pesquisadores. Recursos materiais: descritos no item anterior. 9. PARCERIAS POSSÍVEIS As possíveis parcerias serão: SenhorEco.org; INEA; Prefeitura de Niterói; Associação Livre de Maricultores de Jurujuba; Prefeitura do Rio; Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ); Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ). 10. CRONOGRAMA ATIVIDADES MÊS 1 2 3 4 5 6 Levantamento bibliográfico X X X Redação do Projeto X X X Busca por parcerias X Apresentar o Projeto às Parcerias X Confecção de banner e cartilhas X Compra do Stand X Elaboração do questionário X Realização do Projeto X ATIVIDADES MÊS 1 2 3 4 5 6 Levantamento bibliográfico X X X Redação do Projeto X X X Busca por parcerias X Apresentar o Projeto às Parcerias X Confecção de banner e cartilhas X Compra do Stand X Elaboração do questionário X Realização do Projeto X
  • 9. 11. ORÇAMENTO • 250 panfletos: R$ 88,99 • 1 banner: R$ 70,00 • 1 stand pequeno: R$ 350,00 • O quilo do mexilhão: R$ 7,00 • O litro da gasolina (veículo da equipe): R$ 3,19 / R$ 300,00 por mês. • Aluguel de projetor de slides/microfone/caixa de som: R$ 300,00 • Trabalho voluntário dos envolvidos Total: R$ 2622,18 12. ANEXOS Anexo I: Árvore de causa e efeito
  • 10. Anexo II: Questionário 1. Com que frequência você consome mexilhões? 2. Você sabe a procedência dos mexilhões que costuma comprar? 3. Você consumiria mexilhões da praia de Icaraí ou das Flexas? 4. Você já passou mal após consumir mexilhões? 5. Você sabia que o mexilhão é um organismo filtrador? 6. Você sabe o que é magnificação trófica? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORDEIRO, D.; LOPES, T. G. G.; OETTERER, M.; PORTO, E. GALVÃO, J. A. 2007. Qualidade do Mexilhão Perna perna Submetido ao Processo Combinado de Cocção, Congelamento e Armazenamento. Boletim CEPPA, Curitiba, v. 25, n.1, p. 165-179, jan.-jun. 2007. EPAGRI, 1994. Manual do cultivo do mexilhão Perna perna. Florianópolis, 1994. 140 p. FAO, 2008. The state of world fisheries and aquaculture, 2008. Disponível em: <ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/011/i0250e/i0250e.pdf> Acesso em: 13 jul. 2009. FERREIRA, J. F.; MAGALHÃES, A. R. M. Mexilhões: Biologia e Cultivo. Apostila UFSC. 1997. FORSYTHE, S. J. Microbiologia da Segurança Alimentar. Porto Alegre :Artmed, 2002. 424 p. GALVÃO, J. A. ; FURLAN, É. F. ; SALÁN, E. O. ; PORTO, E. ; OETTERER, M. 2006. Características Físico-químicas e Microbiológicas (Staphylococcus aureus e Bacillus cereus) da Água e dos Mexilhões Cultivados na Região de Ubatuba, SP. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.30, n.6, p. 1124-1129, nov./dez., 2006. HOBBS; ROBERTS, 1998 / HOBBS, B. C.; ROBERTS, D. Toxinfecções e controle higiênico-sanitário de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1998. SCANLAN, C. M. 1991. Introdución a la bacteriologia veterinária. Zaragoza: Acribia, 1991. 555 p. JORGE, L. C; GARCIA, L. M.; MARTINS, V. B; KOSAWA, A; PAULS, E. 2002. Interações dos processos sócio-ambientais nas bacias das Enseadas de Icaraí e São Francisco, Niterói (RJ). 2. Organismos Aquáticos como Bioindicadores da Qualidade Ambiental com enfoque no mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1798), em Niterói-RJ. Mundo & Vida, vol.3 (2) 2002.
  • 11. KAI, M.; RUIVO, U. 1988. Trabalhos apresentados no Seminário sobre Controle de Qualidade na Industria do Pescado. São Paulo: Loyola, 1988. 303p. LEE, J.; JUNG, D.; EOM, S.; OH, S.; KIM, Y.; KWAK, H. KIM, Y. Occurrence of Vibrio parahaemolyticus in oysters from Korean retail outlets. Food Control, v. 19, p. 990 – 994, 2008. LUDORFF, W; MEYER, V. El Pescado Y Los Produtos de La Pesca. 2ª Ed. Zaragoza: Acribia, 1973, 342 p. MARQUES, H. L.A. 1988. Criação Comercial de Mexilhões. São Paulo: APUD TAVARES, M.; MELLO, M. R. P.; CAMPOS, N. C.; MORAIS, C.; OSTINI, S. Proximate composition and caloric value of the mussel Perna perna, cultivated in Ubatuba, São Paulo State, Brazil. Food Chemistry, v. 62, n. 4, p. 473-475, 1998. SECRETARIA DA SAÚDE DO JAPÃO, Leis de controle sanitário na alimentação, Tókio, Japão, Vol.100 (nº 14): 5-7. AKABOSCHI et al, 1976; EPA, 1976). / AKABOSHI S, BASTOS AA, SINKE C. 1976. Nota sobre as técnicas de depuração de ostras para comercialização. São Paulo, SITC, vol.1, pp. 1-20. THOMPSON, F. L.; IIDA, T.; SWINGS, J. Biodiversity of Vibrios. Microbiol. Mol. Biol. Rev., v. 68, n. 3.; p. 403-431, 2004. WOOD, P. C. Manual de Higiene de los Mariscos. Zaragoza: Acribia, 1979. 79 p. YENG, P. S.; BOOR, K. J. Epidemiology, pathogenesis, and prevention of foodborne Vibrio infections. Foodborne Pathog.Dis., v. 1, n. 2, p. 74-88 , 2004.