Este documento fornece informações sobre vários tipos de câncer, incluindo câncer de colo uterino, cólon e reto, mama, próstata, pulmão e leucemia. Ele discute o que são esses cânceres, fatores de risco, sintomas, diagnóstico, tratamento e incidência para cada um. O documento também descreve atividades realizadas pelo grupo sobre o tema, como visitas, inquéritos, entrevistas e uma exposição.
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Cancro na Vida das Pessoas - Livro
1. 2009/2010 CANCRO NA VIDA DAS PESSOAS
Sensibilização Para o Cancro
Ana Moreira
Escola Secundária de Felgueiras
Andreia Guimarães
Área de Projecto
Bruno Magalhães
12ºC
Cátia Sampaio
Serafim Pinto
2. Cancro na Vida das Pessoas
Índice
Prefácio .................................................................................................1
O cancro ................................................................................................3
Tipos de tumores ................................................................ 3
Como diferenciar tumores benignos de tumores
malignos…………. .................................................................... 5
Cancro genético .................................................................. 7
Como se desenvolve o cancro ............................................ 8
Cancro do colo do útero........................................................................9
O que é?.............................................................................. 9
Factores de risco ............................................................... 12
Sintomas ........................................................................... 15
Diagnóstico ....................................................................... 16
Tratamento ....................................................................... 17
Incidência .......................................................................... 20
Cancro do cólon e/ou recto ............................................................... 22
O que é?............................................................................ 22
Factores de risco ............................................................... 24
Sintomas ........................................................................... 25
Diagnóstico ....................................................................... 26
3. Cancro na Vida das Pessoas
Tratamento ....................................................................... 28
Incidência .......................................................................... 29
Cancro da mama ................................................................................ 31
O que é?............................................................................ 31
Factores de risco ............................................................... 32
Sintomas ........................................................................... 33
Diagnóstico ....................................................................... 34
Tratamento ....................................................................... 41
Incidência .......................................................................... 47
Cancro da próstata ............................................................................. 49
O que é?............................................................................ 49
Factores de risco ............................................................... 50
Sintomas ........................................................................... 51
Diagnóstico ....................................................................... 52
Tratamento ....................................................................... 53
Incidência .......................................................................... 55
Cancro dos pulmões ........................................................................... 59
O que é?............................................................................ 59
Factores de risco ............................................................... 60
Sintomas ........................................................................... 61
Diagnóstico ....................................................................... 61
4. Cancro na Vida das Pessoas
Tratamento. ...................................................................... 63
Incidência .......................................................................... 65
Leucemia ............................................................................................ 66
O que é?............................................................................ 66
Factores de risco ............................................................... 68
Sintomas ........................................................................... 70
Diagnóstico ....................................................................... 71
Tratamento ....................................................................... 72
Incidência .......................................................................... 73
Actividades desenvolvidas ................................................................. 74
Visita ao IPO ...................................................................... 74
Exposição .......................................................................... 76
Visita ao Hospital de Dia de Guimarães............................ 80
Inquérito ........................................................................... 81
Tratamento de dados ....................................................... 84
Entrevista a doente oncológico ...................................... 100
Entrevista a familiar de doente oncológico .................... 103
Entrevista a médico oncológico ...................................... 105
Glossário........................................................................................... 110
Bibliografia ....................................................................................... 122
Agradecimentos ............................................................................... 123
5. Cancro na Vida das Pessoas
Prefácio
Somos um grupo de alunos do 12º ano da Escola Secundária de Felgueiras
(2009/2010) e decidimos ter como tema do nosso projecto (no âmbito da
disciplina de Área de Projecto) “Cancro na Vida das Pessoas”. Seleccionamos
este assunto devido, principalmente, ao nosso interesse em desmistificar a
interpretação que as pessoas dão à palavra “cancro”. Mas também porque é
um assunto muito corrente e tem vindo a aumentar a incidência de pessoas
com esta doença ao longo dos anos. Com isto, é preciso alertar as pessoas
1
6. Cancro na Vida das Pessoas
para os principais factores de risco da doença, para a realização dos exames
de rotina, dos diagnósticos, dos cuidados a ter com a alimentação, etc. Mas
acima de tudo, informar que, hoje em dia, existem várias formas de
tratamento para superar esta doença.
Não devemos agrupar a palavra “cancro” com a palavra “morte”. E com
este projecto é isso que pretendemos: alertar mas também desmitificar esse
“mito”. Portanto, definimos como produto final a produção deste livro para a
concretização dos nossos objectivos, juntamente com um blogue
(http://cancronavidadaspessoas.blogs.sapo.pt) e um vídeo com as actividades
desenvolvidas ao longo do ano lectivo se encontra em anexo.
2
7. Cancro na Vida das Pessoas
O cancro
A palavra Cancro é utilizada para identificar um vasto conjunto de doenças
que são os tumores1 malignos. Os tumores são muito diversos, havendo
causas, formas de evolução e tratamentos diferentes para cada tipo. Há,
porém, uma característica comum a todos eles: a divisão e o crescimento
descontrolado das células.
Tipos de tumores
Nem todos os tumores correspondem a cancro. Os tumores podem ser
benignos ou malignos.
Os tumores benignos não são cancro:
Regra geral podem ser removidos;
As células destes tumores não se “espalham”, ou seja, não se
disseminam para os tecidos vizinhos ou para outras partes do
organismo;
Raramente põem a vida em risco.
1
Ver glossário
3
8. Cancro na Vida das Pessoas
Os tumores malignos são cancro:
Podem ser removidos, embora muitas vezes voltem a crescer;
As células destes tumores podem invadir e danificar os tecidos e
órgãos circundantes. Podem ainda libertar-se do tumor primitivo
e entrar na corrente sanguínea ou no sistema linfático – este é o
processo de metastização2 das células cancerígenas, a partir do
tumor primário, formando novos tumores noutros órgãos;
Podem colocar a vida em risco.
O nome dado à maioria dos cancros provém do tumor inicial. Por exemplo,
o cancro do pulmão tem início no pulmão e o cancro da mama tem início na
mama.
Quando o cancro metastiza, o novo tumor tem o mesmo tipo de células
anormais do tumor primário. Por exemplo, se o cancro da mama metastizar
para os ossos, as células cancerígenas nos ossos serão células de cancro da
mama; neste caso, estamos perante um cancro da mama metastizado, e não
um tumor ósseo, devendo ser tratado como cancro da mama.
2
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4
9. Cancro na Vida das Pessoas
Como diferenciar tumores benignos de tumores
malignos
Tumor benigno Tumor maligno
Tamanho
Pequeno (<6mm)
Grande (>6mm)
Crescimento Lento Rápido
Ulceração
Não Sim
Sangramento
Não Sim
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10. Cancro na Vida das Pessoas
Infiltração
Não Sim
Delimitação
Bem delimitado Mal delimitado
Simetria
Simétrico Assimétrico
Cor
Uma tonalidade Diferentes tipos de
cores
Inflamação
Não Sim
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11. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro genético
Uma célula normal pode tornar-se numa célula cancerígena após
ocorrerem uma série de alterações genéticas. Algumas dessas alterações
passam de pais para filhos e na altura do nascimento estão presentes em
todas as células do organismo.
O cancro “familiar” é raro. No entanto, alguns tipos de cancro ocorrem
frequentemente em algumas famílias do que no resto da população. Vários
casos do mesmo tipo de tumor, numa família, podem estar ligados a
alterações genéticas herdadas, que podem aumentar a probabilidade de
desenvolver cancro. Na maioria das vezes, os casos de múltiplos tumores na
mesma família, são apenas coincidência.
Se tem, ou pensa ter história familiar de cancro, deve questionar o médico
acerca dos testes genéticos. Só assim podem ser investigadas certas alterações
genéticas hereditárias, que aumentam a probabilidade de desenvolver cancro.
No entanto, herdar uma alteração genética não significa, necessariamente,
que vai desenvolver cancro: significa que tem maior probabilidade de
desenvolver a doença.
7
12. Cancro na Vida das Pessoas
Como se desenvolve o cancro
A primeira etapa deste processo é a iniciação, em que uma mudança do
material genético da célula, causada por um agente carcinogénico3 ou por um
promotor, a prepara para se transformar em célula cancerígena.
A última etapa é a promoção, na qual a célula
modificada transforma-se em cancerosa. Assim,
vários factores são necessários para causar o
cancro.
As mutações génicas são, geralmente, muito
difíceis de detectar. Contudo, algumas mudanças
no tamanho e na forma de um cromossoma
assinala um certo tipo de cancro. Porém, o mais
Fig. 1 provável é a existência de várias modificações
cromossómicas para que se desenvolvam alguns tipos de cancro.
3
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8
13. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro do colo do útero
O que é?
O cancro do colo do
útero localiza-se no cérvix –
a zona inferior do útero que
o liga à vagina. Os ovários,
trompas de Falópio e útero
constituem o sistema
reprodutor feminino.
O útero está localizado
Fig. 2
entre a bexiga e o recto, é
oco, com a forma de uma pêra,
apropriada para o crescimento de bebés. Pode ser dividido em três partes: a
parte inferior mais estreita que o liga à vagina é o colo ou cérvix, no meio vai
alargando é o corpo e a parte superior arredondada é o fundo. As trompas
estão ligadas ao fundo e a estas os ovários. Tem uma camada de tecido
interna chamada de endométrio 4 e uma camada muscular externa o
4
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9
14. Cancro na Vida das Pessoas
miométrio5. A camada interna fica mais espessa todos os meses para preparar
o útero para uma possível gravidez. Caso não aconteça, a camada mais
espessa ao sair pela vagina provoca sangramento que é a menstruação.
O cancro ou tumor do útero é maligno e é mais frequente no colo do útero
e endométrio. O colo do útero sofre alterações ao longo da vida de uma
mulher (puberdade, durante o parto, menopausa). A área que une a região
externa do colo do útero (exocolo do útero) e a porção interna (endocolo) é
muito sensível. É aqui que se inicia a maior parte dos cancros do colo do útero.
O que é que provoca o cancro do colo do útero?
Ao contrário de muitos outros tumores malignos, o cancro do colo do
útero é provocado por um vírus. Este vírus é denominado Papilomavírus
Humano. O Papilomavírus Humano é muito comum e facilmente transmissível.
Qualquer actividade sexual que envolva o contacto íntimo ou genital com uma
pessoa infectada pode levar à transmissão do Papilomavírus Humano e não é
necessária a penetração e os preservativos não garantem protecção.
Como prevenir?
5
Ver glossário
10
15. Cancro na Vida das Pessoas
A vacinação contra o cancro do colo do útero como prevenção primária,
em combinação com o rastreio para detecção precoce, maximizam a eficácia
do programa de combate ao cancro do colo do útero.
Vacinação
Uma vez que o cancro do colo
do útero é causado por um vírus, é
um dos poucos tumores malignos
em que pode ser administrada uma
vacina preventiva. A vacinação pode
reduzir significativamente a
Fig. 3
incidência de resultados anormais
nos rastreios, a necessidade das
mulheres se submeterem a exames
adicionais, ou a remoção cirúrgica das células cancerosas.
A vacina funciona através da injecção de partículas tipo-vírus (VLP – vírus-
like particles) que imitam de forma muito próxima este vírus, induzindo uma
imunidade forte e persistente contra uma futura infecção por Papilomavírus
Humano. As VLP correspondem a cápsides6 vazias de Papilomavírus Humano.
Não incluem quaisquer genes virais e por isso não podem levar ao
desenvolvimento de doença.
6
Ver glossário
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16. Cancro na Vida das Pessoas
Rastreio
O rastreio do cancro do colo do útero não previne a doença mas ajuda a
detectar a presença de células anormais causadas pelo Papilomavírus
Humano. O rastreio deve ser mantido dado que as raparigas ou mulheres
podem ter sido infectadas antes da vacinação e a vacinação não oferece uma
protecção contra todos os tipos de cancro do colo do útero.
Uma citologia negativa não garante que o cancro do colo do útero não irá
desenvolver-se no futuro. Em casos raros, mulheres rastreadas regulamente
podem vir a desenvolver cancro do colo do útero nos três anos após um
exame citológico negativo.
Factores de risco
Não é conhecida a causa do cancro do colo do útero, mas alguns factores
de risco aumentam a probabilidade de uma mulher desenvolver este cancro:
Vírus do papiloma humano (HPV): a infecção por HPV é o
principal factor de risco para o cancro do colo do útero. O HPV é
um conjunto de vírus que pode infectar o colo do útero. As
infecções por HPV são muito frequentes. Estes vírus podem ser
transmitidos de pessoa para pessoa através de contacto sexual,
sendo que a maioria dos adultos já foi num dado momento da sua
vida infectada com HPV. Alguns tipos de HPV podem provocar
12
17. Cancro na Vida das Pessoas
alterações nas células do colo do útero, alterações essas que
podem originar verrugas, cancro e outras complicações genitais.
Não realizar o exame de Papanicolau regularmente: o cancro do
colo do útero é mais frequente em mulheres que não realizam
periodicamente o exame de Papanicolau. Este exame possibilita a
detecção de células pré-cancerígenas. O tratamento das
alterações cervicais pré-cancerígenas previne, muitas vezes, o
desenvolvimento de cancro.
Sistema imunitário enfraquecido (o sistema de defesa natural do
organismo): as mulheres infectadas com VIH (o vírus que provoca
SIDA) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário,
apresentam risco aumentado de desenvolver cancro do colo do
útero. Nestas mulheres, os médicos recomendam o rastreio
regular do cancro do colo do útero.
Idade: o cancro do colo do útero ocorre com maior frequência a
partir dos 40 anos de idade.
História sexual: as mulheres que tenham tido muitos parceiros
sexuais apresentam risco aumentado para o desenvolvimento do
cancro do colo do útero. As mulheres que tenham tido relações
sexuais com homens que, por sua vez, tenham tido muitas
parceiras sexuais, apresentam também maior risco de
desenvolver cancro do colo do útero. Em ambos os casos, o risco é
13
18. Cancro na Vida das Pessoas
acrescido, uma vez que estas mulheres têm maior risco de
infecção por HPV.
Tabagismo: as
mulheres fumadoras
com infecção por
HPV apresentam um
risco acrescido de
desenvolver cancro
Fig. 4
do colo do útero.
Tomar a pílula durante longos períodos de tempo: tomar a pílula
durante longos períodos de tempo (5 anos ou mais) pode
aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero, em
mulheres infectadas por HPV.
Ter muitos filhos: estudos efectuados sugerem que as mulheres
infectadas por HPV que tenham muitos filhos, podem apresentar
risco acrescido para o desenvolvimento de cancro do colo do
útero.
Hormonas: há maior probabilidade de surgir em mulheres com
excesso de estrogénio, baixos níveis de progesterona e obesas.
14
19. Cancro na Vida das Pessoas
Alguns estrogénios são produzidos pelo tecido adiposo (gordo)
pelo que as obesas têm maior quantidade de estrogénios no
organismo do que as magras.
Raça: as pessoas brancas têm maior taxa de cancro do colo do
útero do que os de raça negra.
Antecedentes familiares: se houver antecedentes de familiares
com a doença aumenta a probabilidade de sofrer cancro.
Sintomas
Em mulheres jovens pode surgir menorreia (menstruação muito
abundante) ou hemorragia (sangramento) no espaço de tempo
entre duas menstruações;
Em mulheres após a menopausa pode ser sinal o corrimento
vaginal de sangue;
Hemorragia após relação sexual, irrigação vaginal ou exame
pélvico;
Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que o
anterior;
Dor pélvica;
15
20. Cancro na Vida das Pessoas
Dor durante as relações sexuais
Pode haver outros problemas de saúde a provocar as hemorragias, sem ser
o cancro.
Diagnóstico
O exame que permite um
diagnóstico é feito pelo
ginecologista. Este faz um
exame que consiste em
introduzir um cotonete grande
pela vagina até à parede interna
do útero para retirar uma
Fig. 5
amostra (exame Papanicolau).
Se uma mulher apresentar um dos sintomas típicos ou um resultado do
exame de Papanicolau que possa sugerir a presença de células pré-
cancerígenas ou de cancro do colo do útero, o médico irá certamente sugerir
outros procedimentos para obter o diagnóstico, nomeadamente:
16
21. Cancro na Vida das Pessoas
Colposcopia7;
Biópsia8;
O prognóstico depende do estado em que se encontra o tumor quando é
diagnosticado. Cerca de 80% dos casos encontrados numa fase inicial têm
cura, pelo que as consultas anuais, principalmente após os 40 anos, são
fundamentais para detectar cedo a doença.
Tratamento
Se o tumor estiver numa fase inicial o tratamento passa pela cirurgia
retirando o útero (histerectomia parcial) ou histerectomia total se houver
necessidade de retirar útero, trompas de Falópio e ovários. De acordo com o
cirurgião e o tamanho do cancro, o doente pode ser aconselhado a retirar
também, como medida preventiva, os gânglios linfáticos da pelve e abdómen.
Se houver suspeitas ou verificar que o cancro está espalhado (metástases ou
raízes) o cirurgião encaminha o doente para o médico de oncologia, que
poderá indicar a necessidade de fazer tratamentos de radioterapia e depois
quimioterapia.
7
Ver glossário
8
Ver glossário
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22. Cancro na Vida das Pessoas
Durante os tratamentos são realizados exames para verificar a sua eficácia
ou se é necessário mudar de tratamento.
O tratamento do cancro do colo do útero pode envolver cirurgia,
radioterapia ou quimioterapia. Algumas pessoas fazem uma combinação de
tratamentos.
Cirurgia
18
23. Cancro na Vida das Pessoas
A maioria das mulheres com cancro no útero faz uma cirurgia, para
remoção do útero (histerectomia), através de uma incisão no abdómen. O
médico remove, ainda, as trompas de falópio e ambos os ovários; este
procedimento é designado por salpingo-ooforectomia bilateral. O médico
pode, também, remover os gânglios9 linfáticos na região do tumor, para ver se
há envolvimento
tumoral. Se as
células
cancerígenas
tiverem
"chegado" aos
gânglios
linfáticos, pode
significar que a
Fig. 6 doença já
metastizou para
outras partes do
corpo. Se as células cancerígenas não tiverem metastizado além do
endométrio, pode não ser necessário qualquer tratamento adicional. O
internamento no hospital, pode variar de alguns dias a uma semana.
Após uma histerectomia, geralmente a mulher apresenta alguma dor e
sente-se extremamente cansada. A maioria das pessoas volta à sua actividade
normal 4 a 8 semanas após a cirurgia. No entanto, pode ser necessário mais
9
Ver glossário
19
24. Cancro na Vida das Pessoas
tempo. Depois da cirurgia, algumas mulheres podem ter náuseas e vómitos, e
algumas apresentam problemas de bexiga e intestino. No início, o médico
pode restringir a dieta a líquidos, seguida de uma introdução, gradual, de
alimentos sólidos.
Pessoas que tenham feito uma histerectomia, deixam de ter período
menstrual, e deixa de ser viável engravidar. Quando os ovários são removidos,
a menopausa ocorre repentinamente. Neste caso, os afrontamentos e outros
sintomas da menopausa, causados pela cirurgia, podem ser mais acentuados e
graves do que os provocados por uma menopausa natural. Para algumas
mulheres, a histerectomia pode afectar a sua intimidade sexual, pode ter
sentimentos de perda, que tornem difícil a intimidade.
Radioterapia10
Quimioterapia11
Terapêutica hormonal12
Incidência
10
Ver glossário
11
Ver glossário
12
Ver glossário
20
25. Cancro na Vida das Pessoas
São diagnosticadas anualmente cerca de 500.000 cancros do colo do útero
em todo o mundo e 250.000 mulheres morem por esta doença neste período
de tempo (o equivalente a quase 685 mulheres por dia ou 30 por hora). Na
Europa, são anualmente diagnosticados cerca de 33.500 cancros do colo do
útero e 15.000 mulheres morrem em consequência da doença por ano (o
equivalente a 40 mulheres por dia e duas mulheres por hora).
Apesar do rastreio para a detecção numa fase inicial, o cancro do colo do
útero permanece a segunda maior causa de morte (a seguir ao cancro da
mama) entre mulheres jovens (idades compreendidas entre os 15 – 44), na
Europa.
O cancro do colo o útero é causado exclusivamente pelo Papilomavírus
Humano. Estima-se que aproximadamente 70% de pessoas sexualmente
activas serão expostas ao Papilomavírus Humano num determinado momento
das suas vidas, frequentemente na adolescência ou na fase de jovens adultos.
21
26. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro do cólon e/ou recto
O que é?
O Cancro do Cólon e/ou
do Recto é, também,
chamado Cancro Colo-Rectal.
A maioria dos cancros
Colo-Rectal, desenvolvem-se
Fig. 7
a partir de lesões benignas no
intestino grosso ou cólon,
conhecidas como adenomas13
ou póliposadenomatosos
14
(pólipos ).
Esta evolução é geralmente sem sintomas, nalguns casos, as lesões podem
aumentar de tamanho e pode ocorrer no organismo uma série de
transformações nas células. Esta situação pode resultar em alterações na
13
Ver glossário
14
Ver glossário
22
27. Cancro na Vida das Pessoas
função, estrutura e forma das células levando a tumores malignos, ou até
mesmo ao Cancro.
Tumores benignos:
- Não invadem os tecidos circundantes nem metastizam, devendo
ser removidos por colonoscopia15.
- Se não forem removidos podem-se converter em tumores
malignos.
Tumores malignos:
- Podem-se espalhar a outras partes do corpo (principalmente
fígado e pulmão), onde se formam novos tumores (metástases).
15
Ver glossário
23
28. Cancro na Vida das Pessoas
Factores de risco
Em estudos efectuados, foram já identificados os seguintes factores de
risco para Cancro Colo-Rectal:
Idade: a probabilidade de ter cancro colo-rectal aumenta com a
idade. Mais de 90% dos diagnósticos desta doença, são
efectuados em pessoas com mais
Fig. 8
de 50 anos.
Pólipos colo-rectais: os
pólipos são saliências do
tecido da parede do cólon
ou do recto. São comuns em Fig. 9 Pólipo do cólon com 5 mm
de diâmetro
pessoas com mais de 50
anos. A maioria dos pólipos
é benigna (não
cancerígena), mas alguns
pólipos podem tornar-se cancerígenos (adenomas). Detectar e
remover os pólipos, pode reduzir o risco de Cancro Colo-Rectal.
24
29. Cancro na Vida das Pessoas
História familiar: os familiares próximos (pais, irmãos ou filhos) de
uma pessoa com história de cancro colo-rectal, têm maior
probabilidade de desenvolver a doença, especialmente se o
familiar teve a doença ainda jovem. Se muitos familiares tiverem
história de cancro colo-rectal, então o risco ainda é maior.
Alterações genéticas: se houver alterações em determinados
genes, aumenta o risco de desenvolver Cancro Colo-Rectal.
Sintomas
Os principais sintomas do Cancro Colo-Rectal são:
Alteração dos hábitos intestinais;
Diarreia, obstipação ou sensação de que o intestino não esvazia
completamente;
Sangue nas fezes;
Fezes menores que o habitual;
Desconforto abdominal generalizado (dores de gases, inchaço,
enfartamento)
Perda de peso inexplicada;
25
30. Cancro na Vida das Pessoas
Cansaço constante;
Náuseas e vómitos.
Na maioria das vezes, estes sintomas não estão relacionados com um
cancro, e podem, ser provocados por tumores benignos ou outros problemas.
Normalmente, as fases iniciais do cancro não causam dor. Se tem estes
sintomas, não espere até ter dor para consultar o médico, o qual deverá
confirmar se são provocados por um tumor ou por qualquer outra causa.
Diagnóstico
O médico pode recorrer a diversos métodos para determinar a existência
ou não de Cancro Colo-Rectal:
Exame rectal digital ou toque rectal: o médico insere um dedo
protegido por uma dedeira ou luva, no recto, para sentir se
existem nódulos. Muitos cancros Colo-Rectais são detectados
deste modo;
26
31. Cancro na Vida das Pessoas
Pesquisa de sangue oculto nas fezes: recorrendo a uma tira
indicadora colorida, este teste é utilizado para detectar se existe
sangue nas fezes que não seja visível a olho nu;
Clister opaco: trata-se de um tipo
especial de radiografia, precedida da
administração dum enema (clister)
com um material radio-opaco
(bário), que permite o exame de
todo o intestino grosso, destacando
o perfil da parede do intestino (e
qualquer possível tumor), na Fig. 10
película
radiográfica;
Recto-
Fig. 11
Sigmoidoscopia
flexível: utiliza-
se um aparelho constituído por um tubo fino e flexível, com um
canal oco por onde é possível passar pinças para execução de
biópsias, e que tem acoplada uma câmara, que permite estudar o
27
32. Cancro na Vida das Pessoas
interior do recto e o segmento final do cólon (sigmoide) sob visão
directa;
Recto-Sigmoidoscopia rígida: em vez de um tubo flexível, este
método utiliza um tubo iluminado rígido. Tal como na
sigmoidoscopia flexível, este método pode ser utilizado para a
colheita de biópsias;
Colonoscopia: semelhante à
anterior, mas permite
avaliar todo o cólon. Esta
técnica também pode ser
utilizada para remover
pólipos e recolher amostras
Fig. 12
de tecido para biopsia. Pode
ser administrado a doente um sedativo fraco antes do
procedimento, a fim de reduzir o desconforto.
Tratamento
Cirurgia:
28
33. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro colo-rectal em fase inicial: se o cancro não se
espalhou por outras partes do corpo, recorre-se à
cirurgia para tentar curar o cancro;
Cancro metastático: se o cancro se espalhou, mas apenas
de forma limitada, pode tentar-se a cirurgia. A cirurgia
também é utilizada por vezes, porque o cancro está a
bloquear a passagem das fezes (obstrução). Esta
intervenção não irá curar o cancro, mas poderá aliviar os
sintomas e evitar algumas complicações graves.
Radioterapia;
Quimioterapia.
Infelizmente, quando o cancro se espalhou pelo corpo, a probabilidade de
cura é reduzida. A quimioterapia é normalmente administrada a pessoas com
cancro neste estádio a fim de prolongar o mais possível o tempo de vida,
reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A isto chama-se
tratamento paliativo.
Incidência
29
34. Cancro na Vida das Pessoas
O cancro Colo-Rectal (CCR) é a segunda maior causa de morte por
cancro em todo o mundo e é o terceiro tipo de cancro mais
frequente em ambos os sexos;
Um em cada 20 portugueses pode vir a ter este tipo de cancro;
Em Portugal, a mortalidade por cancro colo-rectal progrediu 5%
ao ano nos últimos 10 anos;
Todos os anos mais de 4.000 portugueses são atingidos por este
cancro;
A idade média das pessoas diagnosticadas de CCR situa-se entre
os 60 e os 70 anos, embora esta doença possa afectar pessoas de
qualquer idade;
Nos grupos etários entre os 60 e os 80 anos há três vezes mais
casos de cancro colo-rectal recém-diagnosticados que em
qualquer outro.
30
35. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro da mama
O que é?
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e
corresponde à segunda causa de morte, por cancro, nas mulheres.
O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa
sociedade, não só por ser muito frequente, mas porque atinge um órgão com
muito simbolismo na maternidade e na feminilidade.
Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da
mama, são no homem.
A investigação continua a esclarecer questões
relacionadas com o cancro da mama: são descobertos
novos dados acerca das suas causas e novos modos de
prevenir, detectar e tratar esta doença. Assim, as
Fig. 13
pessoas com cancro da mama podem esperar uma
melhor qualidade de vida e menor hipótese de morrer devido a esta doença.
31
36. Cancro na Vida das Pessoas
Factores de risco
Não é conhecida nenhuma causa específica para o cancro da mama. Mas,
sabe-se que embates violentos na mama não provocam, por si só, cancro da
mama. No entanto, é conveniente ter cuidado.
Podemos enumerar alguns factores de risco para esta doença:
Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o
aumento da idade, sendo menos comum antes da menopausa;
História pessoal com cancro da mama: uma mulher que já tenha
tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta
doença na outra mama;
História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está
aumentado se houver história familiar de cancro da mama;
Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em
mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres
Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas;
Outros.
32
37. Cancro na Vida das Pessoas
Sintomas
O cancro da mama pode causar alterações físicas detectáveis, que devem
ser observadas com atenção:
Aparecimento de nódulo ou endurecimento da mama ou debaixo
do braço;
Mudança no tamanho ou no formato da mama;
Alteração na coloração ou sensibilidade da pele da mama ou
auréola;
Secreção contínua por um dos ductos;
Retracção da pele mama ou do mamilo (mamilo virado para
dentro);
Inchaço significativo
Apesar dos estádios iniciais do cancro não causarem dor, se sentir dor na
mama ou qualquer outro sintoma que não desapareça, deve consultar o
médico. Na maioria das vezes, estes sintomas não estão associados a cancro,
mas é importante ser vista pelo médico, para que qualquer problema possa
ser diagnosticado e tratado atempadamente.
33
38. Cancro na Vida das Pessoas
Diagnóstico
Pode dizer-se que o diagnóstico começa com a observação de qualquer
alteração no funcionamento geral do organismo. É fundamental que o
diagnóstico do cancro da mama seja feito o mais precocemente possível, pois
isto aumenta as hipóteses de cura, evita que o cancro se metastize para outras
partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação.
Para um diagnóstico precoce do cancro da mama, é necessário que todas
as mulheres:
Façam o auto-exame mensalmente, após o período menstrual;
Vão ao médico especialista em patologia mamária uma vez por
ano;
Sejam interessadas em programas de rastreio.
Auto-exame da mama
O auto-exame da mama deverá ser feito mensalmente, para avaliar
quaisquer alterações nas mamas. Quando faz este exame, é importante
lembrar que as mamas são diferentes, de mulher para mulher, e que podem
surgir alterações, devidas à idade, ao ciclo menstrual, gravidez, menopausa, ou
34
39. Cancro na Vida das Pessoas
à toma de pílulas contraceptivas ou outras hormonas. É normal sentir que as
mamas são um pouco irregulares e não lisas. Também é comum que as mamas
se apresentem inchadas e sensíveis, no período antes da menstruação.
A melhor altura para realizar o auto-exame da mama é aproximadamente
uma semana depois da menstruação (no fim do período menstrual). Se não
tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o auto-
exame sempre no mesmo dia de cada mês.
Passo 1. Observação
Para realizar o auto-exame de forma
correcta, deverá colocar-se de pé, em frente a
um espelho, com os braços caídos ao longo do
corpo. É importante estar relaxada e certificar-
se de que pode fazer o auto-exame
calmamente, sem interrupções.
1º Braços levantados;
Fig. 14
2º Braços ao longo do corpo
3º De perfil
35
Fig. 15 Fig. 16
40. Cancro na Vida das Pessoas
O que se deve observar:
Mamas
Mamilos
O que se deve observar no mamilo e na
mama:
Tamanho
Forma
Cor
Fig. 17
Eczemas
Passo 2. Palpação
A palpação deve ser feita deitada com
uma almofada debaixo do ombro ou no
duche.
36
Fig. 18
41. Cancro na Vida das Pessoas
Deve-se palpar a mama esquerda com a
mão direita e vice-versa, em pequenos
movimentos circulares.
Fig. 19
Na axila, ao palpar deve-se verificar a
existência de caroços em ambos os lados.
Fig. 20
Alterações mais frequentes detectadas no auto-exame:
Da mama: nódulo, inchaço, espessamento, volume e forma, dor;
Do mamilo: tamanho, forma, cor, corrimento;
Da pele: retracção, depressão, textura casca de laranja.
37
42. Cancro na Vida das Pessoas
O exame clínico da mama pode confirmar ou esclarecer o auto-exame
realizado pela mulher. O médico submeterá a mulher a um cuidadoso exame
clínico e fará algumas perguntas sobre a história familiar.
Podem-se salientar os seguintes exames:
Mamografia16
Ultrassonografia (ecografia)17
Biópsia
Receptores hormonais
É importante conhecer alguns dos termos utilizados para descrever os
cancros da mama, porque o tratamento e prognóstico variam de doente para
doente e em função do tipo de tumor.
Adenocarcinoma: quase todos os tumores malignos da mama
têm origem nos ductos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos
16
Ver glossário
17
Ver glossário
38
43. Cancro na Vida das Pessoas
glandulares. Os dois tipos mais frequentes são o carcinoma ductal
e o carcinoma lobular.
In situ: este termo define o cancro da mama precoce, quando se
encontra limitado aos ductos (carcinoma ductal in situ) ou lóbulos
(carcinoma lobular in situ), sem invasão dos tecidos mamários
vizinhos ou de outros órgãos.
Carcinoma ductal in situ (CDIS): o carcinoma ductal in situ é o
tumor da mama não invasivo mais frequente. Praticamente
todas as mulheres com CDIS podem ser curadas.
Carcinoma lobular in situ (CLIS): embora não seja um
verdadeiro cancro, o CLIS é por vezes classificado como um
cancro da mama não invasivo.
Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o cancro invasor da mama
mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos
vizinhos. Cerca de 80% dos cancros da mama invasores são
carcinomas ductais.
Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nas unidades
produtoras de leite, ou seja, nos lóbulos. À semelhança do CDI
pode disseminar-se (metastizar) para outras partes do corpo.
Cerca de 10% dos cancros da mama invasores são carcinomas
lobulares.
39
44. Cancro na Vida das Pessoas
Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo
mas infrequente, correspondendo a cerca de 1% a 3% de todos os
cancros da mama.
Outros tipos mais raros de cancro da mama são o Carcinoma Medular, o
Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filoide Maligno, entre
outros.
O cancro da mama é também classificado em estádios:
Estádio 0: corresponde ao carcinoma ductal in situ.
Estádio I: quando o tumor tem até 2cm, sem qualquer evidência de se ter
espalhado pelos gânglios linfáticos próximos.
Estádio II: inclui tumores de até 5cm, mas com envolvimento de gânglios
linfáticos ou então, um tumor primário com mais de 5cm, sem metástases.
Estádio III: quando o tumor tem mais de 5cm e há envolvimento dos gânglios
linfáticos da axila do lado da mama afectada.
Estádio IV: quando existem metástases distantes, como no fígado, ossos,
pulmão, pele ou outras partes do corpo.
Uma vez identificado o estádio, é possível ao médico planear o tratamento
mais adequado.
40
45. Cancro na Vida das Pessoas
Tratamento
O cancro da mama tem boas opções de tratamento. A escolha depende:
Do estádio da doença;
Do tipo de tumor;
Do estado geral de saúde do doente.
O especialista em patologia mamária é a pessoa mais indicada para avaliar
e escolher o tratamento mais adequado a cada caso.
A cirurgia é o tratamento inicial mais comum e o principal tratamento
local. O tumor da mama será removido, assim como os gânglios linfáticos da
axila (esses gânglios filtram a linfa que flui da mama para outras partes do
corpo e é através deles que o cancro pode alastrar-se).
Existem vários tipos de cirurgia para o cancro da mama, e eles vão ser
indicados de acordo com a fase evolutiva do tumor:
41
46. Cancro na Vida das Pessoas
Tumorectomia - é a cirurgia que remove apenas o tumor. Em
seguida, aplica-se a terapia por radiação. Às vezes, os gânglios
linfáticos das axilas são retirados como medida preventiva. É
aplicada em tumores mínimos.
Quadrantectomia - (tratamento que conserva a mama) é a
cirurgia que retira o tumor, uma parte do tecido normal que o
envolve e o tecido que recobre o peito abaixo do tumor.
Mastectomia - intervenção cirúrgica em que se realiza a remoção
da mama. Há vários tipos de mastectomia:
Fig. 21
Mastectomia parcial - remoção do tumor da mama e
algum tecido normal à volta do tumor.
42
47. Cancro na Vida das Pessoas
Mastectomia simples - a mama é removida, na sua
totalidade, pelo cirurgião.
Mastectomia profilática - uma ou mesmo ambas as
mamas são por vezes removidas nos doentes que
apresentam alto risco de vir a ter cancro, a fim de evitar
que isso aconteça
Mastectomia radical - remoção de todo o tecido da
mama, todos os gânglios linfáticos da axila a dos
músculos peitorais
Mastectomia radical modificada - Remoção da mama e
dos gânglios linfáticos da axila, através da cirurgia, mas
com conservação do músculo grande peitoral.
Seguidos de cirurgia vêm os seguintes tratamentos, quando indicados pelo
médico:
Radioterapia
Quimioterapia
Hormonoterapia
Reabilitação
43
48. Cancro na Vida das Pessoas
Reconstrução mamária
Algumas mulheres com cancro da mama, que fazem uma mastectomia,
decidem fazer a reconstrução da mama, durante a cirurgia ou mais tarde;
outras preferem usar uma prótese. Outras, ainda, decidem não fazer nada.
Qualquer das opções tem vantagens e desvantagens e, essencialmente, o que
está bem para uma, pode não estar para outra. Cada pessoa tem várias
opções.
Reconstrução imediata - feita durante a cirurgia de remoção do tumor,
através da colocação de um expansor que mais tarde permitirá receber uma
prótese definitiva, ou a reconstrução com tecidos da paciente (retalho
Fig. 22 Reconstrução imediata com Fig. 23 Reconstrução com retalho
expansor abdominal
44
49. Cancro na Vida das Pessoas
abdominal ou dorsal).
Fig. 24 Reconstrução com retalho dorsal
Reconstrução mamária diferida - feita através dos mesmos métodos, mas
algum tempo depois da cirurgia de remoção do tumor.
A prática de exercícios físicos após a cirurgia ajuda a restabelecer os
movimentos e a recuperar a força no braço e no ombro. Auxilia, também, na
diminuição da dor e da rigidez nas costas e no pescoço.
Os exercícios são cuidadosamente programados e devem ser iniciados logo
que o médico permita, o que costuma ocorrer um ou dois dias após a
operação. Inicialmente, os exercícios são suaves e podem ser feitos na cama.
45
50. Cancro na Vida das Pessoas
1. Exercícios que promovam a mobilidade da cervical
Flexão / extensão – “olhar para o chão / olhar para o tecto”
Inclinação lateral (direita / esquerda) – “levar a cabeça ao
ombro direito / esquerdo”
Rotação (direita / esquerda) – “olhar para a direita /
esquerda”
Fig. 25
2. Exercícios que promovam a mobilidade do ombro
Flexão / extensão – “trazer os dois braços para a frente e para
cima”
Abdução / adução – “ trazer os dois braços para os lados e para
cima”
46
51. Cancro na Vida das Pessoas
Descoaptação – “ balançar os dois braços”
Antepulsão / retropulsão – “com os dois braços à frente, simular
que empurra uma parede”
Rotação interna – “apertar o soutien” / rotação externa – “apertar
o colar”
3. Exercícios de relaxamento
Executados no final do grupo de exercícios, servem para
descontrair as estruturas e o próprio indivíduo.
Fig. 26
Incidência
47
52. Cancro na Vida das Pessoas
O cancro da mama é o cancro mais comum nas mulheres americanas,
sendo responsável por 27% dos casos de cancro das mulheres, e a sua
incidência está a crescer gradualmente
Em Portugal existem cerca de 3000 a 3500 novos casos de cancro de mama
por ano, uma média de 9 a 10 novos casos por dia e em cada 100 casos de
cancro da mama, 99 são em mulheres e 1 em homens.
A incidência do cancro da mama aumenta ao longo da vida sendo que aos
30 anos há uma incidência de 1 em cada 3000 mulheres e aos 80 anos de 1
para cada 10 mulheres.
48
53. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro da próstata
O que é?
Cancro da próstata é uma doença na qual o seu desenvolvimento ocorre
numa glândula do sistema reprodutor masculino. Este cancro ocorre quando
as células da próstata sofrem mutações e começam a multiplicar-se sem
controlo. Estas células podem espalhar-se desde a próstata até outras partes
do corpo, assim como os ossos, gânglios linfático e pulmões. O cancro de
próstata na coluna pode também comprimir a medula espinhal, causando
fraqueza nas pernas e incontinência urinária. Sabemos também que o cancro
da próstata pode causar dor, dificuldade em urinar, disfunção eréctil e outros
sintomas.
O que é a próstata?
A próstata faz parte do sistema
reprodutor masculino. Localiza-se à frente
do recto e sobre a bexiga. O tamanho de
uma próstata saudável, é semelhante ao
Fig. 27
49
54. Cancro na Vida das Pessoas
de uma avelã, e tem a forma de um "donut". A uretra (tubo através do qual
fluí a urina), passa através da próstata. Se a próstata aumentar muito de
tamanho, comprime a uretra, podendo causar problemas urinários, pois
diminui ou pára o fluxo da urina, desde a bexiga até ao pénis.
Factores de risco
Os mecanismos que levam ao aparecimento do cancro da próstata não
estão completamente esclarecidos, mas acredita-se que resultem de
influências entre a herança genética de cada indivíduo e a interacção desses
factores com causas ambientais.
Idade: é o factor de risco mais importante, em especial a partir
dos 50 anos, com a maioria dos diagnósticos a serem feitos depois
dos 65 anos.
Raça: por razões que não estão ainda esclarecidas, este tumor é
muito mais comum em países da América do Norte e da Europa
Ocidental (e nestes, nos indivíduos negros) do que, por exemplo
na Ásia, África ou América do Sul.
Histórico familiar: o risco do homem ter cancro da próstata é
mais elevado do que a média, se o pai ou irmão já tiveram a
doença.
50
55. Cancro na Vida das Pessoas
Dieta: alguns estudos sugerem que os homens que fazem uma
dieta rica em gordura de animal, ou em carne, correm mais riscos
de sofrer de3 cancro da próstata.
Determinadas alterações da próstata: apresentar células
anómalas, chamadas neoplasias intra-epitelial da próstata de grau
elevado, pode aumentar o risco de contrair doença.
Sintomas
Geralmente, os sintomas do cancro da próstata podem incluir:
Problemas urinários;
Incapacidade em iniciar e manter um jacto contínuo de urina;
Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite;
Fluxo de urina fraco ou intermitente;
Dificuldade em ter uma erecção;
Sangue na urina ou no sémen;
Dor frequente na zona inferior nas costas, nas ancas ou na zona
superior das coxas.
51
56. Cancro na Vida das Pessoas
Diagnóstico
O diagnóstico de certeza implica recolher, por biopsia, uma pequena
amostra de tecido prostático, que, ao microscópio e com o auxílio de outras
técnicas, permita identificar as células malignas e classificar o tumor de acordo
com a sua agressividade e extensão. Esta avaliação é decisiva para delinear o
tratamento indicado em cada
caso.
Para o diagnóstico é
especialmente importante
considerar a presença dos
sinais e sintomas da doença;
testes laboratoriais como o
“prostatic specific anting” ,
uma substancia produzida na
próstata mas também
Fig. 28
encontrada no sangue e cuja a
elevação permite, de uma forma precoce, suspeitar de Cancro da próstata; a
avaliação morfológica pormenorizada da por ecografia transrectal.
Todos estes métodos podem ajudar no diagnóstico precoce do cancro da
próstata e também para uma maior probabilidade de sucesso no tratamento,
mas são, infelizmente, falíveis. É, por isso, importante salientar que, em alguns
casos, estas informações podem ser muito tardias e noutros casos, não serem
52
57. Cancro na Vida das Pessoas
suficientemente precisas para evitar intervenções que procuram confirmar a
existência de um tumor que afinal não existe.
Por outro lado, não permitem distinguir os tumores mais agressivos, em
que o tratamento poderá ser mais útil, daqueles em que, pela lentidão da
evolução do tumor, o tratamento não confere benefícios significativos, mas
apenas contribui com efeitos laterais que limitam a qualidade de vida da
pessoa em causa.
No fim dos tratamentos possíveis se não for diagnosticado o cancro, o
médico pode receitar medicamentos para que os sintomas causados por uma
próstata aumentada sejam reduzidos. Caso contrario, isto é, se realmente for
detectado o cancro, o patologista refere qual o grau do tumor, revelando-nos
assim se o tecido tumoral difere muito do tecido prostático normal. Sugere-
nos a velocidade provável de crescimento do tumor. Os tumores de alto grau
tendem a crescer mais rapidamente.
Tratamento
O tratamento é variável, dependendo do estado da neoplasia, que de certo
modo pode ser dividido em tumor localizado e tumor metastático.
O tratamento do tumor localizado pode ser cirúrgico ou radioterápico.
53
58. Cancro na Vida das Pessoas
O tratamento de tumor metastático baseia-se no bloqueio hormonal da
testosterona, inibindo assim o crescimento da massa tumoral sendo
frequentemente um tratamento adicional importante.
Para se tratar o cancro recorre-se a vários
métodos tais como:
Cirurgia: prostatectomia, que
consiste na recessão da
próstata;
Hormonoterapia;
Fig. 29
Radioterapia
Quimioterapia
A crioterapia prostática é uma alternativa à cirurgia, minimamente
invasiva, e com raras complicações.
A crioterapia é uma técnica alternativa à cirurgia e à radioterapia que
consiste na destruição de células anormais através do seu congelamento. Para
tal aplica-se nitrogénio líquido a -125° C através da introdução por via
percutânea de uma sonda metálica ecoguiada. Este líquido congela o tecido
circundante através da formação de cristais de gelo intra e extracelularmente,
produzindo uma série de reacções e consequentemente a necrose tecidual.
54
59. Cancro na Vida das Pessoas
As indicações da criocirurgia são muitos semelhantes às da braquiterapia,
tendo um interesse especial quando há extensão extracapsular. Neste tipo de
situação, ao alargar-se o volume de tecido a tratar, os nervos erectores ficam
comprometidos, atingindo 80% os casos com disfunção eréctil.
De um modo geral as complicações são raras, havendo uma taxa de
incontinência que ronda os 3% e as complicações mais graves incluem
congelamento e perfuração do recto, bexiga, uretra. A dificuldade da
criocirurgia é ter certeza de que as margens cirúrgicas estão seguras (livres de
tumor), uma vez que não se obtém material para exame anátomo-patológico.
Incidência
As taxas de incidência deste tipo de cancro variam: o cancro é menos
comum no sul e no este da Ásia e mais comum na Europa e Estados Unidos. O
cancro é menos comum entre homens asiáticos e mais comum entre homens
negros. Este tipo de cancro desenvolve-se mais frequentemente em homens
acima dos 50 anos de idade. Ocorre apenas em homens, já que a próstata é
uma glândula exclusiva deste sexo. É o tipo de cancro mais comum em
homens nos Estados Unidos, país em que é a segunda maior causa de mortes
masculinas por cancro. Entretanto, muitos homens que desenvolvem cancro
de próstata não apresentam sintomas e acabam por morrer devido a outras
causas.
55
60. Cancro na Vida das Pessoas
Formas de prevenir o cancro da próstata
Como em todas as doenças oncológicas, existem alguns factores que
podem ser considerados como tendo uma acção preventiva.
O estilo de vida e a dieta parecem ter, de algum modo, uma influência
preventiva. Como por exemplo uma alimentação rica em antioxidantes,
vitaminas A, D, E e selénio, que podem ser encontrados na dieta mediterrânica
(pão, cereais, fruta, cenoura, espinafres, melancia, alho e cebola), tomate
cozinhado e vinho tinto parecem ter algum papel protector contra o cancro da
próstata.
Estima-se que 40% dos homens
com mais de 50 anos sofrerá de
cancro da próstata no futuro. Com
esta perspectiva, é importante que
os homens com mais de 45 anos
façam regularmente análises e
Fig. 30
recorram também a outros meios de
diagnóstico como o toque rectal e ecografia para despistar a doença.
56
61. Cancro na Vida das Pessoas
Todas as doenças da próstata são malignas?
Não. Pois os tipos de patologia prostática mais frequentes são:
Infecção: situação de infecção da glândula, que se manifesta por grande
dificuldade em urinar, ardor ou dor à micção, febre e queda do estado geral,
por vezes de surgimento súbito que obriga a terapêutica com antibióticos. É,
por vezes, o primeiro sinal de doença prostática.
Hipertrofia benigna da próstata (HBP): uma patologia que surge a partir
dos 50 anos. É uma doença benigna que tem como consequências a
diminuição do jacto urinário, urinar frequentemente e em pequenas
quantidades de dia e de noite, urgência miccional ou mesmo grande
dificuldade em começar a micção. Trata-se da doença mais frequente da
próstata, benigna, que pode requerer tratamento médico ou cirúrgico.
Cancro da próstata: em fase inicial não tem qualquer sintoma, podendo
ser detectado em associação com um quadro de HBP ou porque em análises
de rotina foi detectado um aumento de valores de PSA ou alteração do toque
rectal que leva à realização de uma biopsia prostática.
57
62. Cancro na Vida das Pessoas
Diferentes estádios da doença:
A-1: Se o tumor é de
dimensões reduzidas, então
localiza-se apenas dentro da
próstata.
B-2: Apesar do cancro já ter
atingido uma dimensão maior,
continua a limitar-se à cápsula
da glândula da próstata.
Fig. 31
C-3: O tumor começou a
infiltrar-se e a espalhar-se para
os tecidos vizinhos.
D-4: O cancro evoluiu para os ossos, fígado e pulmões.
Curiosidades
Segundo peritos da Universidade da Califórnia, o sumo de romã trava o
crescimento das células que originam o cancro da próstata. Os doentes
submetidos a radioterapia ou a cirurgia à próstata registaram notáveis
melhoras quanto ao tratamento foi complementado com sumo de romã.
58
63. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro dos pulmões
O que é?
O cancro do pulmão é uma doença
grave, caracterizada por uma neoplasia
que se expande mais ou menos
rapidamente.
Os tumores que têm início no
pulmão, dividem-se em dois grupos
principais: cancro do pulmão de não-
pequenas células e cancro do pulmão de
pequenas células, dependendo de qual o Fig. 32
aspecto das células envolvidas, quando
observadas ao microscópio. Estes dois tipos de cancro do pulmão, crescem e
metastizam de formas diferentes, ou seja, têm um comportamento distinto e,
como tal, são também tratados de forma diferente.
O cancro do pulmão de não-pequenas células, é mais comum que o cancro
do pulmão de pequenas células e, geralmente, cresce e metastiza mais
lentamente, ou seja, tem um comportamento menos agressivo.
59
64. Cancro na Vida das Pessoas
O cancro do pulmão de pequenas células é menos comum que o cancro do
pulmão de não-pequenas células. Este tipo de tumor cresce mais
rapidamente, e é mais provável que metastize para outros órgãos.
Factores de risco
Envelhecimento;
Tabaco;
Luz solar;
Radiação ionizante;
Determinados
químicos e outras
Fig. 33
substâncias;
Alguns vírus e
bactérias;
Determinadas hormonas;
Álcool;
Dieta pobre, falta de actividade física ou excesso de peso.
60
65. Cancro na Vida das Pessoas
Sintomas
Tosse que não desaparece e piora com o passar do tempo ou
acompanhada de sangue;
Dor constante no peito;
Falta de ar, asma ou rouquidão;
Problemas recorrentes, como pneumonia ou bronquite;
Inchaço do pescoço e rosto;
Perda de apetite ou de peso
Fadiga.
Diagnóstico
Broncoscopia: o médico
insere um broncoscópio (um
tubo fino e iluminado),
dentro da boca ou nariz e
"empurra-o" através da
61
Fig. 34
66. Cancro na Vida das Pessoas
traqueia, para ver as passagens de ar. Através deste tubo, o
médico pode recolher células ou pequenas amostras de tecido.
A broncoscopia é indicada em várias situações:
Para identificar problemas das vias aéreas, que podem se
expressar por escarros com sangue, tosse ou falta de ar.
Realizar biópsias quando a radiografia de tórax ou a
tomografia mostram manchas anormais, não
diagnosticadas por outros meios.
Para remover corpos estranhos que bloqueiam as vias
aéreas.
Para controlar sangramento (ver hemoptise).
Para diagnosticar e avaliar a extensão em casos de
tumores de pulmão.
Toractomia: a cirurgia para abrir
o peito é, algumas vezes,
necessária para diagnosticar o
cancro do pulmão.
Fig. 35
Aspiração por agulha: é inserida
uma agulha no tumor, através do
peito, para remoção de uma
62
67. Cancro na Vida das Pessoas
amostra de tecido.
Toracocentese: usando uma agulha, o médico remove uma
amostra do fluido que envolve os pulmões, para procurar células
cancerígenas.
Tratamento
Quimioterapia;
Radioterapia;
Cirurgia: a cirurgia é uma operação para remoção do tumor. O
tipo de cirurgia realizada depende da localização do tumor, no
pulmão. Uma operação para remoção de apenas uma pequena
parte do pulmão, chama-se ressecção segmentar ou em cunha.
Quando o cirurgião remove um lobo inteiro do pulmão, o
procedimento chama-se lobectomia. A pneumectomia
corresponde à remoção total de um pulmão. Alguns tumores não
são operáveis, ou seja, não podem ser removidos por cirurgia,
devido ao seu tamanho ou localização; por outro lado, algumas
pessoas não podem ser submetidas a cirurgia, por outros motivos
médicos.)
Terapêutica fotodinâmica (PDT).
63
68. Cancro na Vida das Pessoas
Tratamento do cancro do pulmão de não-pequenas células
O cancro do pulmão de não-pequenas células, pode ser tratado de diversas
formas. A escolha do tratamento depende, principalmente, do tamanho,
localização e extensão do tumor. A cirurgia, é o tratamento mais comum para
este tipo de cancro do pulmão. A criocirurgia, um tratamento que congela e
destrói o tecido cancerígeno, pode ser usada para controlar os sintomas, nos
estádios mais avançados do cancro do pulmão de não-pequenas células. A
radioterapia e a quimioterapia, também podem ser usadas para atrasar o
progresso da doença e para controlar os sintomas.
Tratamento do cancro do pulmão de pequenas células
O cancro do pulmão de pequenas células, metastiza rapidamente. Em
muitos casos, quando a doença é diagnosticada, as células cancerígenas já se
disseminaram para outras partes do organismo. Para atingir as células
cancerígenas, em todo o organismo, quase sempre é feita quimioterapia. O
tratamento também pode incluir radioterapia, dirigida ao tumor no pulmão ou
a tumores noutras partes do corpo, tal como o cérebro. Alguns doentes fazem
radioterapia ao cérebro, apesar de não ter sido encontrado qualquer tumor.
Este tratamento, chamado radioterapia profilática ao crânio, é feito para
prevenir que se formem tumores no cérebro. A cirurgia, faz parte do plano de
64
69. Cancro na Vida das Pessoas
tratamentos de um pequeno número de pessoas com cancro do pulmão de
pequenas células.
Incidência
A mortalidade por Cancro dos pulmões é muitíssimo elevada.
Em Portugal, todos os anos morrem cerca de 3100 pessoas com cancro do
pulmão, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial.
Fig. 36
65
70. Cancro na Vida das Pessoas
Leucemia
O que é?
A leucemia é um tipo de
cancro que tem início nas
células do sangue. A leucemia
é um cancro que tem início nas
células do sangue. Nas pessoas
com leucemia, a medula óssea
Fig. 37 produz glóbulos brancos
anómalos; estas células
anómalas são células de leucemia. No início, as células de leucemia funcionam
quase normalmente. Com o tempo, ultrapassam, em número, os glóbulos
brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Torna-se, assim, difícil o
sangue conseguir realizar a sua função. A produção de glóbulos brancos
anómalos é causada por uma mutação somática nas células que originam os
glóbulos brancos.
66
71. Cancro na Vida das Pessoas
Células normais: as células do sangue formam-se na medula
óssea. A medula óssea é a substância mole que existe no interior
dos ossos. As células do sangue, quando imaturas, chamam-se
células estaminais. A maioria das células sanguíneas, amadurecem
(maturam) na medula óssea e seguem, depois, para os vasos
sanguíneos.
Células de Leucemia: nas pessoas com leucemia, a medula óssea
produz glóbulos brancos anómalos. No início, as células de
leucemia funcionam quase normalmente. Com o tempo,
ultrapassam, em número, os glóbulos brancos, os glóbulos
vermelhos e as plaquetas. Torna-se, assim, difícil o sangue
conseguir realizar a sua função.
Os principais tipos de leucemia:
Leucemia mielóide aguda: este é o tipo mais comum de leucemia,
ocorre em crianças e adultos.
Leucemia mielóide crónica: este tipo de leucemia afecta
principalmente os adultos. É associada a uma anomalia do
cromossoma chamado de cromossoma Filadélfia, que cria um
gene anormal chamada BCR-ABL. Este gene produz uma proteína
anormal chamada tirosina quinase, que os médicos e
pesquisadores acreditam ser a causa das células da leucemia
67
72. Cancro na Vida das Pessoas
crescerem e desenvolverem. Uma pessoa com esta leucemia pode
ter poucos ou nenhuns sintomas durante meses ou anos antes de
entrar na fase em que as células de leucemia crescem mais
rapidamente.
Leucemia linfocítica aguda: este é o tipo mais comum de
leucemia em crianças jovens.
Leucemia linfocítica crónica: surge geralmente em adultos e os
sintomas podem estar ausentes por anos. É mais comum no povo
judeu de origem russa ou do Leste Europeu.
Factores de risco
Os principais factores de risco para o desenvolvimento da leucemia são:
Níveis muito elevados de radiação - pessoas expostas a níveis
muito elevados de radiação, apresentam maior probabilidade de
desenvolver leucemia.
Trabalhar com determinados químicos - a exposição a níveis
elevados de benzeno, no local de trabalho, pode causar leucemia.
Também o formaldeído é usado na indústria química, os
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73. Cancro na Vida das Pessoas
trabalhadores expostos ao formaldeído, também podem ter um
risco mais elevado de ter leucemia.
Quimioterapia - uma pessoa com cancro,
tratada com determinados fármacos anti-
cancerígenos, anos mais tarde pode vir a
desenvolver leucemia. Por exemplo, a
classe terapêutica anti-cancerígena dos
agentes alquilantes, está associada ao
Fig. 38
desenvolvimento secundário de leucemia,
muitos anos depois do tratamento.
Síndrome de Down e outras doenças genéticas - algumas
doenças genéticas, causadas por cromossomas anormais, podem
aumentar o risco de leucemia.
Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1) - este vírus causa um tipo
raro de leucemia linfocítica crónica, conhecida como leucemia das
células T humanas. No entanto, a leucemia não é contagiosa.
Síndrome mielodisplásico - uma pessoa com esta doença do
sangue, tem um risco elevado de desenvolver leucemia.
69
74. Cancro na Vida das Pessoas
Sintomas
Os principais sintomas da leucemia são:
Febres e suores nocturnos;
Infecções frequentes;
Sensação de fraqueza ou cansaço;
Dor de cabeça;
Sangrar e fazer nódoas negras
(hematomas) facilmente:
gengivas que sangram, manchas
arroxeadas na pele, ou pequenas
pintas vermelhas sob a pele;
Fig. 39
Dor nos ossos e articulações;
Inchaço ou desconforto no abdómen (em consequência do
aumento do baço);
Gânglios inchados, especialmente os do pescoço e das axilas;
Perda de peso;
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75. Cancro na Vida das Pessoas
Diagnóstico
Exame físico: o médico observa a pessoa, para verificar se existem
alterações, por exemplo, dos gânglios linfáticos, do baço e do
fígado.
Análises sanguíneas: o
laboratório faz a contagem
de células do sangue. A
leucemia causa uma
grande elevação da
Fig. 40
contagem dos glóbulos
brancos, ou diminuição dos mesmos. Também provoca níveis
baixos de plaquetas e hemoglobina. Através da análise do sangue,
no laboratório, também pode verificar-se se a leucemia afectou o
fígado e os rins.
Biópsia: uma biópsia corresponde à remoção do tecido ósseo,
para verificação da existência de células cancerígenas. O médico
remove uma porção de medula óssea, do osso da bacia, a amostra
é analisada ao microscópio, por um patologista. A biópsia é o
único método seguro de saber se as células tumorais se
encontram na medula óssea.
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76. Cancro na Vida das Pessoas
Citogenética: em laboratório, são feitas análises aos cromossomas
de células colhidas de amostras de sangue periférico, de medula
óssea ou de gânglios linfáticos.
Punção lombar: o médico remove algum líquido cefalo-raquidiano
(líquido que preenche o espaço dentro e em redor do cérebro e
da espinal medula). O procedimento é realizado com anestesia
local. O líquido é analisado, num laboratório, para detecção de
possíveis células tumorais ou outros sinais de patologias.
Radiografia ao tórax: os raios-X são importantes para avaliar
indirectamente os pulmões e o coração.
Tratamento
Quimioterapia;
Imunoterapia;
Radioterapia;
Transplante de células estaminais.
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77. Cancro na Vida das Pessoas
Incidência
A maioria dos casos aparecem em adultos e pessoas com mais de 60 anos,
mas a leucemia linfóide aguda tem uma taxa crescente de crianças.
Anualmente, cerca de 10000 casos em adultos são diagnosticados como
leucemia mielóide aguda, 8000 são leucemia linfocítica crónica, 500 são de
leucemia mielóide crônica e cerca de 3500 são formas de leucemia linfocítica
aguda.
Todos os tipos de leucemia são mais encontrados nos homens do que nas
mulheres.
73
78. Cancro na Vida das Pessoas
Actividades desenvolvidas
Visita ao IPO
No dia 20 de Janeiro de 2010, pelas 14 horas, fomos visitar o Instituto
Português do Oncologia do Porto (IPOP). O nosso objectivo com esta visita era
obtermos mais informações sobre o cancro, conhecer as instalações, o
funcionamento, relação entre os profissionais e doentes.
Fomos recebidos no Centro de Ensino e Formação por profissionais
que nos encaminharam para ouvirmos uma palestra prestada pelas
enfermeiras que nos acompanharam ao longo da visita. Antes de tudo, todos
os grupos presentes na visita se apresentaram, referindo o nome do projecto
que estavam a desenvolver e expondo algumas das actividades que se
propunham a realizar ao longo do ano lectivo. Relativamente à palestra supra
mencionada, as enfermeiras falaram sobre o cancro de uma forma geral em
formato power point. Mencionaram os principais factores de risco, alguns
sintomas, os tipos de tratamento existentes, os tipos de cancro mais
frequentes e alertaram-nos para os comportamentos de risco que,
principalmente os jovens, cometem nos dias que correm. Tais como o
tabagismo e excessiva exposição solar.
De seguida fomos conduzidos até ao Hospital de Dia para ficarmos a
conhecer a sala onde os doentes fazem a quimioterapia. A profissional
74
79. Cancro na Vida das Pessoas
responsável por esta secção do IPO tirou todas as dúvidas que lhe foram
dirigidas pelos grupos. Na sala onde é feita a quimioterapia, não pudemos
interagir com nenhum doente, de maneira a que não fosse causado qualquer
tipo de perturbação. Prosseguimos a visita para a zona onde é feita a
radioterapia onde uma médica, responsável por fazer os moldes para cada
doente, nos explicou como trabalha com todo o processo de moldagem.
Vimos também todos os exames que são necessários para que se possa
começar a realizar este tipo de tratamento e as respectivas máquinas para a
radioterapia.
Para finalizar a visita fomos ver o centro de investigação do IPO, onde
uma técnica nos decifrou como decorre uma investigação de cada caso de
cancro que aparece e a sua evolução.
Durante esta visita tivemos oportunidade de realizar a entrevista a
uma das enfermeiras que nos acompanhou.
Fig. 41
75
80. Cancro na Vida das Pessoas
Exposição
No dia 4 de Fevereiro de 2010, Dia Mundial da Luta Contra o Cancro
realizamos na biblioteca da escola, a exposição sobre os seis tipos de cancro
que trabalhamos.
Começamos por colocar de forma ordenada os cartazes nos locais mais
chamativos, os panfletos de forma organizada numa mesa, espalhamos pelos
seis blocos da escola cartazes do IPO com informação sobre o cancro,
colocamos livros bastante interessantes e com imensas curiosidades sobre o
tema e por fim um vídeo feito por nós que passou durante todo o dia.
Esta exposição tinha como objectivo alertar e sensibilizar a
comunidade escolar para esta doença que é cada vez mais comum nos dias de
hoje, a comunidade escolar mostrou-se interessada na nossa exposição e no
tema, principalmente funcionários e professores que elogiaram o nosso
trabalho e o tema escolhido para projecto final de 12ºano, deste modo
cumprimos mais um dos nossos objectivos.
Fig. 42 Fig. 43
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81. Cancro na Vida das Pessoas
Fig. 44 Fig. 45
Fig. 46 Fig. 47
Fig. 48 Fig. 49
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82. Cancro na Vida das Pessoas
Fig. 51
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83. Cancro na Vida das Pessoas
Fig. 57
Fig. 56
Fig. 58 Fig. 59
Fig. 60
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84. Cancro na Vida das Pessoas
Visita ao Hospital de Dia de Guimarães
No dia 8 de Abril de 2010, pelas 9h e 30 min fomos visitar o Hospital de dia
de Guimarães.
Esta visita tinha como objectivos conhecer as instalações, conhecer o tipo
de tratamento disponibilizado aos doentes e contactar com os funcionários
directamente ligados aos serviços de Oncologia, para recolher informações
sobre a forma como os mesmos lidam com os doentes.
Fomos recebidos por uma enfermeira que nos guiou ate á sala de reuniões
de oncologia onde esperamos ansiosamente pela Doutora Camila Coutinho,
médica oncológica que nos iria acompanhar na visita e nos daria toda a
informação que necessitávamos.
Após a chegada da Doutora Camila Coutinho, esta acompanhou nos numa
visita guiada ao piso de oncologia, onde visualizamos as salas de tratamento,
depois da visita fomos novamente para a sala de reuniões onde fizemos uma
entrevista á Doutora na qual esclarecemos bastantes dúvidas e adquirimos
ainda mais informação sobre o tema: O Cancro.
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Fig.61
85. Cancro na Vida das Pessoas
Inquérito
Somos um grupo de alunos do 12ºC e estamos a elaborar estes
inquéritos no âmbito da disciplina de Área de Projecto, com o objectivo de
avaliar os conhecimentos dos alunos da área de Ciências e Tecnologias do
11º ano, face ao tema: O Cancro.
Idade: ___
F M
1. Para ti, o que significa a palavra cancro?
_____________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. Que tipos de cancro conheces?
Cancro da mama Cancro do colo do útero
Cancro da próstata Cancro do cólon
81
86. Cancro na Vida das Pessoas
Cancro dos pulmões Leucemia
Outros:_______________________________________________________
3. Os factores de risco para esta doença, são:
Idade Alimentação
Falta de exercício físico Radiações
Tabaco Antecedentes com a doença
4. As pessoas com cancro podem manifestar sintomas?
Sim Não
4.1. Se sim, quais?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5. O cancro quando detectado tardiamente:
82
87. Cancro na Vida das Pessoas
É inofensivo
Pode provocar a morte
Pode causar desconforto
6. Que tipos de tratamentos conheces?
Quimioterapia Radioterapia
Hormonoterapia Imunoterapia
Cirurgia
7. Achas que há formas de prevenir o aparecimento de cancro?
Sim Não
7.1. Se sim, quais?
_____________________________________________________________
8. Que dúvidas gostarias de ver esclarecidas sobre o cancro?
Causas Sinais e sintomas
Formas de prevenção Diagnóstico
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88. Cancro na Vida das Pessoas
Outras:_______________________________________________________
Tratamento de dados
Este tratamento de dados destina-se à análise dos dados obtidos através
das respostas aos inquéritos realizados aos alunos de seis turmas do 11º ano
do curso de Ciências e Tecnologias, no âmbito da disciplina de Área de
Projecto.
Fig. 62 Gráfico representativo das idades dos inquiridos.
Através da figura 1, podemos verificar que 2% dos inquiridos tinham 15
anos, 68% tinha 16 anos, 20% tinha 17 anos, 5% tinha 18 anos, 3% tinha 19
anos e 2% tinha 20 anos.
84
89. Cancro na Vida das Pessoas
Fig. 63 Gráfico representativo dos tipos de cancro conhecidos pelos inquiridos do sexo
feminino.
Através da figura 2, podemos verificar que os tipos de cancro mais
conhecidos pelas inquiridas são o cancro da mama, o cancro da próstata e o
cancro do colo do útero, tendo estes uma percentagem de conhecimento de
100%. Quanto ao cancro dos pulmões há uma percentagem de conhecimento
de, aproximadamente, 96.6%. A leucemia tem uma percentagem de
conhecimento de 89.8% e o cancro do cólon é o menos conhecido pelas
inquiridas, tenho este uma percentagem de conhecimento de 73%.
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90. Cancro na Vida das Pessoas
Relativamente a outros tipos de cancro conhecidos, verificamos que
conhecem também o cancro da pele, cancro do pâncreas, cancro do esófago,
cancro do estômago, cancro da língua, cancro do fígado, cancro da bexiga,
cancro da faringe. O mais enunciado pelas inquiridas foi, sem dúvida, o cancro
da pele, com cerca de uma percentagem de 60%.
Fig. 64 Gráfico representativo dos tipos de cancro conhecidos pelos inquiridos do sexo
masculino.
Através da figura 3, podemos verificar que os tipos de cancro mais
conhecidos pelos inquiridos são o cancro da mama, o cancro do colo do útero
e o cancro dos pulmões, tendo estes uma percentagem de conhecimento de
100%. Quanto ao cancro da próstata, tem uma percentagem de 98%, a
leucemia apresenta uma percentagem de conhecimento de 86.7%. O cancro
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91. Cancro na Vida das Pessoas
do cólon é o que apresenta menor percentagem de conhecimento (à
semelhança do que acontece com as inquiridas), sendo esta de 80.4.%.
Relativamente a outros tipos de cancro conhecidos, verificamos que
conhecem também o cancro da pele, cancro do pâncreas, cancro do
estômago, cancro da língua, cancro do fígado, cancro da bexiga, cancro dos
testículos. O mais enunciado pelos inquiridos foi, sem dúvida, o cancro da
pele, com cerca de uma percentagem de 70%.
Fig. 65 Gráfico representativo dos factores de risco conhecidos pelos inquiridos do sexo
feminino.
Através da figura 4, podemos verificar que o tabaco e os antecedentes com
a doença são os factores de risco mais conhecido pelas inquiridas, tendo estes
uma percentagem de conhecimento de 96.6% e 98.3%, respectivamente.
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92. Cancro na Vida das Pessoas
Quanto às radiações, podemos verificar que, aproximadamente, 77.9% das
inquiridas conhece este factor de risco. A alimentação é considerada um factor
de risco por, aproximadamente, 37.3% das inquiridas. Quanto à idade e falta
de exercício são os factores de risco menos conhecidos, tendo estes uma
percentagem de 20.3% e 16.9%, respectivamente.
Fig. 66 Gráfico representativo dos factores de risco conhecidos pelos inquiridos do sexo
masculino.
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