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Falsos mitos da autocompreensão

  A partir da obra de Joan Férres: TELEVISÃO
                 SUBLIMINAR.
          Por: Prof. Me. Joaquim Sérgio Borgato
O MITO DA LIBERDADE HUMANA
Para que as pessoas sejam livres não basta que não
 sofram nenhum tipo de coação física.
É imprescindível que sejam internamente capazes de
 escolher.
A liberdade seria medida, pois, pela capacidade de
 adotar crenças e comportamentos autônomos,
 independentes, baseados mais em convicções do que
 em imitações, na reflexão mais do que no
 doutrinamento ou na emoção, em atitudes
 conscientes e autocríticas mais do que em atitudes
 inconscientes.
O MITO DA LIBERDADE HUMANA
Não se pode falar em liberdade quando se permite
 fazer o que se deseja, mas se leva a desejar o que
 interessa que se deseje.
Sam Keen (1994, p. 132), “toda cultura é uma
 conspiração para convencer seus membros para que
 adequem seus desejos ao que se considera correta e
 bom.
O mito da racionalidade humana
Blaise Pascal concluiu que “a arte de persuadir
 consiste tanto em agradar como em convencer,
 porque os homens se governam mais pelo capricho
 do que pela razão”.
...”todo nosso raciocínio se reduz a ceder ao
 sentimento”.
Segundo Pascal, os homens tendem a acreditar no
 que desejam acreditar.
O mito da racionalidade humana
Costuma-se viver com a ingênua convicção da
 primazia da razão sobre o sentimento.
O homem tem a capacidade de raciocinar, e a utiliza
 com freqüência, mas com maior freqüência do que
 pensa atua movido por impulsos inconscientes e
 pouco ou nada racionais.
O mito da racionalidade humana
“A racionalidade é um fetiche do século XX; nossa
 cultura não nos permite admitir a verdadeira
 irracionalidade como uma explicação de nossa
 conduta. E, no entanto, a maioria dos sistemas
 religiosos e políticos, assim como aspectos da conduta
 humana, tais como a lealdade, o amor e o afeto, são
 todos irracionais. (E. Dichter, 1963, p.49).
O mito da racionalidade humana
Uma personalidade de reconhecido prestigio no
 âmbito da comunicação persuasiva, P. Martineau,
 assegura: “A razão é seletiva, em outras palavras, não
 é racional. Raramente mudaremos as crenças das
 pessoas com argumentos racionais.”
O mito da racionalidade humana
O mito da racionalidade humana leva a esquecer o
 caráter dual da pessoa e suas contradições internas,
 que seguido são uma conseqüência do conflito entre
 a emoção e a razão, entre o pensamento e o desejo.
Conspiração das emoções


São muitas as investigações que demonstram a
 capacidade das emoções para burlar a racionalidade.
 Exemplo:
As pessoas mais bonitas e atraentes tem mais chances
 de serem perdoadas ou terem penas mais leve em
 casos de jurados.
Os processos da racionalização
A consciência humana não pode suportar uma
 excessiva falta de lógica. Quando nas decisões
 humanas é a emoção quem domina, a necessidade de
 ser racionais leva o inconsciente a recorrer a uma
 estratégia que os psicólogos conhecem como
 racionalização. É um mecanismo de defesa.
O mito da consciência
A pessoa vive na ingênua convicção de que controla
 conscientemente suas decisões e crenças. A
 consciência é uma das mais sublimes capacidades
 humanas, mas na realidade a pessoa, com maior
 freqüência do que pensa, age movida por estímulo ou
 impulsos inconscientes.
O mito da percepção objetiva
Na vida cotidiana, tende-se a considerar que o que
 alguém percebe é necessariamente autêntico (“vi com
 meus próprios olhos”), esquecendo uma vez mais a
 complexidade do psiquismo humano.
Os fatores cognitivos exercem, pois, uma influência
 determinante nas informações que chegam as áreas
 visuais.
É a mente que realiza a operação de estruturar as
 formas, conferindo-lhes significação.
O mito da percepção objetiva
As percepções humanas são, pois, menos objetivas,
 menos racionais e menos conscientes do que se
 pensa.
Perceber é antes de tudo selecionar e interpretar.
O mito da percepção objetiva
Paul Watzlawick (1992c, p.7) dizia que “a mais
 perigosa maneira de se enganar a si mesmo é achar
 que só existe uma realidade.”
A percepção da realidade está condicionada não
 apenas por esquemas culturais como também por
 esquemas emocionais.
Bibliografia
FÉRRES, Joan. Televisão subliminar: socializando
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 Alegre: Artmed, 1998.

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Os mitos da autocompreensão humana

  • 1. Falsos mitos da autocompreensão A partir da obra de Joan Férres: TELEVISÃO SUBLIMINAR. Por: Prof. Me. Joaquim Sérgio Borgato
  • 2. O MITO DA LIBERDADE HUMANA Para que as pessoas sejam livres não basta que não sofram nenhum tipo de coação física. É imprescindível que sejam internamente capazes de escolher. A liberdade seria medida, pois, pela capacidade de adotar crenças e comportamentos autônomos, independentes, baseados mais em convicções do que em imitações, na reflexão mais do que no doutrinamento ou na emoção, em atitudes conscientes e autocríticas mais do que em atitudes inconscientes.
  • 3. O MITO DA LIBERDADE HUMANA Não se pode falar em liberdade quando se permite fazer o que se deseja, mas se leva a desejar o que interessa que se deseje. Sam Keen (1994, p. 132), “toda cultura é uma conspiração para convencer seus membros para que adequem seus desejos ao que se considera correta e bom.
  • 4. O mito da racionalidade humana Blaise Pascal concluiu que “a arte de persuadir consiste tanto em agradar como em convencer, porque os homens se governam mais pelo capricho do que pela razão”. ...”todo nosso raciocínio se reduz a ceder ao sentimento”. Segundo Pascal, os homens tendem a acreditar no que desejam acreditar.
  • 5. O mito da racionalidade humana Costuma-se viver com a ingênua convicção da primazia da razão sobre o sentimento. O homem tem a capacidade de raciocinar, e a utiliza com freqüência, mas com maior freqüência do que pensa atua movido por impulsos inconscientes e pouco ou nada racionais.
  • 6. O mito da racionalidade humana “A racionalidade é um fetiche do século XX; nossa cultura não nos permite admitir a verdadeira irracionalidade como uma explicação de nossa conduta. E, no entanto, a maioria dos sistemas religiosos e políticos, assim como aspectos da conduta humana, tais como a lealdade, o amor e o afeto, são todos irracionais. (E. Dichter, 1963, p.49).
  • 7. O mito da racionalidade humana Uma personalidade de reconhecido prestigio no âmbito da comunicação persuasiva, P. Martineau, assegura: “A razão é seletiva, em outras palavras, não é racional. Raramente mudaremos as crenças das pessoas com argumentos racionais.”
  • 8. O mito da racionalidade humana O mito da racionalidade humana leva a esquecer o caráter dual da pessoa e suas contradições internas, que seguido são uma conseqüência do conflito entre a emoção e a razão, entre o pensamento e o desejo.
  • 9. Conspiração das emoções São muitas as investigações que demonstram a capacidade das emoções para burlar a racionalidade. Exemplo: As pessoas mais bonitas e atraentes tem mais chances de serem perdoadas ou terem penas mais leve em casos de jurados.
  • 10. Os processos da racionalização A consciência humana não pode suportar uma excessiva falta de lógica. Quando nas decisões humanas é a emoção quem domina, a necessidade de ser racionais leva o inconsciente a recorrer a uma estratégia que os psicólogos conhecem como racionalização. É um mecanismo de defesa.
  • 11. O mito da consciência A pessoa vive na ingênua convicção de que controla conscientemente suas decisões e crenças. A consciência é uma das mais sublimes capacidades humanas, mas na realidade a pessoa, com maior freqüência do que pensa, age movida por estímulo ou impulsos inconscientes.
  • 12. O mito da percepção objetiva Na vida cotidiana, tende-se a considerar que o que alguém percebe é necessariamente autêntico (“vi com meus próprios olhos”), esquecendo uma vez mais a complexidade do psiquismo humano. Os fatores cognitivos exercem, pois, uma influência determinante nas informações que chegam as áreas visuais. É a mente que realiza a operação de estruturar as formas, conferindo-lhes significação.
  • 13. O mito da percepção objetiva As percepções humanas são, pois, menos objetivas, menos racionais e menos conscientes do que se pensa. Perceber é antes de tudo selecionar e interpretar.
  • 14. O mito da percepção objetiva Paul Watzlawick (1992c, p.7) dizia que “a mais perigosa maneira de se enganar a si mesmo é achar que só existe uma realidade.” A percepção da realidade está condicionada não apenas por esquemas culturais como também por esquemas emocionais.
  • 15. Bibliografia FÉRRES, Joan. Televisão subliminar: socializando através de comunicações despercebidas. Porto Alegre: Artmed, 1998.