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Benchmarking da cadeia de suprimentos
                                                                            Aline Ribeiro


Introdução

        O quão eficiente é o supply chain da minha empresa? A estrutura de custos
logísticos está adequada? Os indicadores de nível de serviço logístico estão próximos
das melhores práticas?
        Essas são algumas das perguntas para as quais grande parte dos executivos de
logística gostariam de respostas. A logística se tornou uma ferramenta fundamental para
redução de custos e melhoria do nível de serviço. Dessa forma, a busca por excelência
logística já faz parte dos objetivos do mais alto executivo de grande parte das empresas.
        O desenvolvimento de estudos internos e a contratação de consultorias
especializadas são alguns dos mecanismos que podem permitir a uma empresa melhorar
seus processos, reduzir custos e/ou melhorar o nível de serviço das atividades logísticas.
No entanto, é no benchmarking que várias empresas buscam alcançar, de maneira
rápida, níveis de eficiência mais altos.
        Pesquisa realizada nos EUA com 125 empresasi pertencentes a diversos setores
da economia mostrou que, aproximadamente 65% delas estão envolvidas em atividades
de benchmarking. Além disso, 34% têm planos ou interesse de iniciar um programa
desse tipo e apenas 1% não se mostrou interessada em benchmarking. Esses resultados
são confirmados, também nos EUA, pela Fortune 1000, onde 65% dessas empresas
utilizam o benchmarking como estratégia competitiva.
        Este artigo apresenta a estrutura básica de um processo de benchmarking,
chamando atenção para as decisões críticas relacionadas ao planejamento desta
iniciativa.

                                O que é benchmarking


       Benchmarking constitui um processo sistemático de comparações entre
processos semelhantes e, a partir delas, a promoção de melhorias que permitam que uma
determinada atividade tenha excelência quando comparada com outras equivalentes em
empresas do mesmo setor ou de outros setores da economia. O benchmarking auxilia
empresas a definir metas, estimula novas idéias e oferece um método formalizado de
gerenciamento de mudança.
       Para ser completo, o benchmarking de um processo de supply chain deve
envolver a análise de componentes individuais da cadeia, bem como a análise do
desempenho da cadeia como um todo.
       Embora o foco possa variar, um processo padrão de benchmarking passa,
necessariamente, pela identificação e priorização dos processos alvos de benchmarking,
pela seleção dos indicadores de desempenho a serem comparados em cada processo,
pela seleção de empresas leading-edge nos processos selecionados, pela comparação
entre os processos e, finalmente, pela análise dos fatores que motivaram as diferenças
encontradas. A etapa de implementação deve estar suportada pelo planejamento dos
passos necessários à modificação dos processos (Figura 1).




                                                                                        1
Figura 1 – Processo genérico de benchmarking

        A experiência bem sucedida de benchmarking da Xerox na década de 70
mostrou ao mundo os benefícios potenciais desta iniciativa. Os resultados obtidos
(aumento na receita de US$ 265 milhões somente nos dois primeiros anos) salvaram a
empresa da falência e popularizaram o benchmarking.
        Na época, a Xerox passava por uma acirrada competição com a indústria
japonesa, que oferecia produtos de baixo custo, alta qualidade e com um excelente
suporte técnico. A saída encontrada pela Xerox foi o benchmarking de empresas de
outros setores. O primeiro processo-alvo foi o de processamento de pedidos e, a partir
daí, não parou mais. A Xerox adotou o benchmarking como estratégia competitiva e, até
o ano de 1983, mais de 230 processos já haviam passado pela comparação.
        Os benefícios, no entanto, não vêm facilmente. É preciso investimento em tempo
e recursos de diversas áreas, pois muitos processos permeiam diversas funções.

                           O processo de benchmarking


       O processo de benchmarking do supply chain deve passar tanto pela análise da
sua eficiência global, quanto pela forma de retratar o efeito conjunto de todos os
componentes logísticos, como também pela análise dos componentes individuais do
supply chain, como transporte, estoque, armazenagem e infra-estrutura de
gerenciamento e sistemas de informação. Dessa forma, garante-se que a mudança na
forma de operação de determinado componente logístico resulte, necessariamente, em
um supply chain mais eficiente.
       De maneira geral, a realização e implementação de um processo de
benchmarking passa pelos passos descritos na Figura 2.




                                                                                    2
Passos para a Realização e Implementação de um Processo de Benchmarking de Supply Chain


     1o Passo
                                                                               Identificar indicadores
                                                            Mapear e medir                                  Pesquisar fontes
                                          Selecionar o(s)                       a serem utilizados na
  Planejamento        Definir objetivos                      os processos                                    potenciais de
                                           processo(s)                           comparação entre
                                                                 atuais                                      benchmarking
                                                                                      processos

     2o Passo
                        Selecionar        Selecionar time   Selecionar time
  Formação dos
                      coordenadores        para manuseio    para realização    Treinamento dos times
     Times
                        dos times         das informações     das visitas


    3o Passo
                                                                                                            Preparar plano de
                                                                                Identificar soluções
   Obtenção e        Coletar dados dos    Comparação dos    Analisar os gaps                              implementação (listar
                                                                                   que geraram
 Análise de Dados        parceiros          Processos       de desempenho                                processos, estabelecer
                                                                                    benefícios
                                                                                                           cronogramas, etc.)

     4o Passo
                                                             Implementar a
  Implementação                                                                Monitorar o processo e
                      Definir objetivos   Fazer orçamento     mudança do
   da Mudança                                                                  comunicar resultados
                                                               processo



Figura 2 – Passos necessários para realização e implementação de um processo de
                                 benchmarking

        O Planejamento constitui o primeiro passo e também o mais crítico da condução
do benchmarking. Por isto, devem ser dedicados tempo e recursos na discussão dessa
etapa. O conteúdo dessas discussões deve partir da definição dos objetivos do
benchmarking, o que significa, antes de mais nada, definir se o objetivo são mudanças
radicais ou incrementais, e que tipo de benchmarking utilizar.
        A decisão seguinte consiste da seleção dos processos que sofrerão
benchmarking. Se o objetivo definido for reduzir custo e melhorar o atendimento, então
devem ser selecionados processos que potencialmente tenham espaço para ambos os
resultados. Caso contrário, devem ser escolhidos aqueles que tenham maior potencial
para redução de custo ou melhoria de serviço. A maioria dos processos estará voltada
somente para um dos dois resultados.
        A seleção dos indicadores de cada processo e a seleção das empresas leading-
edge finalizam a etapa de planejamento do benchmarking.
        A etapa de Seleção dos Times deve garantir o comprometimento da equipe, a
divisão de tarefas e que o cronograma definido seja passível de ser cumprido dado
determinado tamanho de equipe e número/complexidade de processos a serem
analisados (problema que ocorre com muitas empresas que se propõem a fazer
benchmarking).
        A Obtenção e Análise de Dados também exige alguns cuidados, principalmente
na coleta de dados dos parceiros e comparação de processos. Garantir que os dados
quantitativos coletados sejam comparáveis não costuma ser tarefa fácil. Como forma de
evitar armadilhas, é importante avaliar não apenas indicadores de bottom-line, mas
também aqueles indicadores operacionais, que permitem entender melhor as
características dos processos (ex: número de SKUs, de pedidos/dia, etc.)ii.
        A Implementação da Mudança exige, necessariamente, a alocação de um líder
nas áreas onde as mudanças de processos serão implementadas. De preferência, esses
líderes devem ter envolvimento nas etapas anteriores, como forma de garantir o


                                                                                                                         3
ownership da iniciativa. A definição de objetivos deve contemplar os indicadores que
medirão o sucesso da implementação e a condução da implementação propriamente dita
deve ficar sob responsabilidade local do líder do processo e supervisão de um gerente
sênior.
        Pela dimensão e complexidade do assunto, este artigo trata apenas das questões
relacionadas ao planejamento do benchmarking (mais especificamente, nas atividades
marcadas em laranja na Figura 2). As decisões dessa etapa são críticas e podem
viabilizar ou não bons resultados de iniciativas como esta.

                               Planejamento do benchmaking


    1) Definição dos Objetivos
        A primeira decisão relacionada ao escopo diz respeito ao tipo de benchmarking
que será realizado.
        Essa decisão deve depender da forma como a empresa está estruturada, dos
objetivos que se pretende alcançar (mudanças radicais versus incrementais) ou mesmo
do grau de colaboração e estágio de desenvolvimento de empresas do mesmo setor ou
de outros setores. A Figura 3 apresenta como essas variáveis devem ser consideradas e
as dificuldades impostas a cada um dos tipos de benchmaking.

                       Como Escolher o Tipo de Benchmarking a ser Utilizado

      Tipo                Definição                      Quando Usar                  Armadilhas e Barreiras

                                                                                  • Dificuldade de comunicação
                                                  Quando a empresa está em
                  Comparação de práticas e                                        interna.
                                                      uma fase inicial de
                 indicadores de desempenho                                        • Pesquisas mostram que os
    Interno                                         benchmarking e possui
                 de unidades similares dentro                                     resultados deste tipo de
                                                 unidades de negócio similares
                   da mesma organização.                                          benchmarking não são muito
                                                     em outras localidades.
                                                                                  significativos.

                                                                                  • Dificuldade na obtenção de
                                                 Pode ser feito com ou sem o      dados confiáveis, atualizados e
                 Comparação das práticas e
                                                 conhecimento do competidor.      comparáveis.
     Entre       indicadores internos com o
                                                  No entanto, é mais utilizado    • Pesquisas mostram que os
  Competidores   de competidores dentro de
                                                  quando existe facilidade de     resultados deste tipo de
                      um mesmo setor.
                                                    acesso ao competidor.         benchmarking não são muito
                                                                                  significativos.
                                                                                  • Nem sempre é conclusivo e
                 Identificação do ranking da
                                                                                  não apresenta “como”
                   empresa em relação a             Quando seu objetivo for a
                                                                                  melhorar.
                  determinado indicador de        comparação de custo ou outro
   Funcional                                                                      • Pode gerar complacência
                 desempenho.Comparação           indicador de desempenho entre
                                                                                  quando os resultados mostram
                 pode ser feita dentro de um       organizações semelhantes.
                                                                                  a empresa como no 1 no
                  mesmo setor ou fora dele.
                                                                                  raking.

                                                     Quando a empresa busca
                     Aprender com outras           idéias inovadoras.Quando já
                   empresas que possuem           foram utilizados outros meios   • Necessita um certo nível de
    Processo
                  processos similares, mas          na tentativa de melhorar os   abstração e criatividade.
                    não são competidores.             processos e está sendo
                                                 buscada uma mudança radical.

                                                                                  • Deve ser pensada uma forma
                    Formação de um grupo                                          de se proteger informações
                     fechado de empresas         Quando os membros do grupo       sensíveis. Só estarão
  Colaborativo    (competidores ou de outras     possuem níveis de eficiência     disponívelis informações do
                 indústrias) com o objetivo de             altos.                 próprio grupo, não
                   compartilhar informações.                                      necessariamente das melhores
                                                                                  práticas.




                                                                                                             4
Figura 3 – Tipos de benchmarking

        Não existe informação disponível sobre o tipo de benchmarking mais utilizado.
No entanto, pesquisasiii mostram que empresas que utilizaram benchmarking interno ou
com competidores da mesma indústria não obtiveram resultados tão positivos quanto
aquelas que selecionaram empresas de outros setores e líderes em determinados
processos. A abordagem do benchmarking colaborativo, no entanto, tem aumentado sua
popularidade devido à maior facilidade de coleta de informações.
        O benchmarking interno já foi utilizado por empresas como a Xerox, nas
iniciativas de vendas em suas divisões mundiais, ou a CARE USA, empresa de ajuda
humanitária sem fins lucrativos que, após sofrer redução de verbas, investiu
maciçamente no compartilhamento de experiências bem sucedidas entre suas 37
unidades de apoio espalhadas no mundo todo. Como pode ser observado, esse tipo de
benchmarking é mais utilizado em empresas com atividades similares replicadas em
várias regiões.
        É claro que existem níveis de dificuldade diferentes para cada tipo de
benchmarking escolhido, havendo uma relação clara entre dificuldade e retorno.
Exemplo disso é o benchmarking de processo. Apesar de pesquisas terem apontado uma
alta ocorrência de casos de sucesso, esse tipo de benchmarking requer uma dedicação
enorme de tempo e pessoal qualificado na identificação de empresas com processos
operacionalmente comparáveis, na padronização dos indicadores de desempenho e na
identificação dos fatores que motivaram os gaps, de forma a garantir que as diferenças
de desempenho encontradas são fruto de uma melhor forma de executar o processo em
questão, e não de diferenças inerentes à indústria.

    2) Seleção dos Processos
        Essa decisão está relacionada à definição dos componentes do supply chain que
serão o foco da análise. Um passo anterior à seleção dos processos objetos de
benchmarking deve ser o mapeamento e entendimento do funcionamento dos processos
atuais.
        Nesse sentido, um dos grandes problemas com a utilização do benchmarking
está na comparabilidade dos processos a serem avaliados. Ou seja, como definir os
limites de um processo e seus parâmetros de desempenho de forma que o escopo de
análise seja o mesmo na empresa promotora da iniciativa e na empresa best-in-class?
        Na tentativa de solucionar este problema, o Supply-Chain Counciliv desenvolveu
o SCOR Model (Supply-Chain Operations Reference Model), modelo que busca, pelo
estabelecimento de processos-padrões, métricas comuns e apresentação das melhores
práticas, viabilizar e incentivar melhorias contínuas na cadeia de suprimentos.
        É importante destacar que essa metodologia é uma tentativa de padronização de
processos e, apesar de não existir uma única alternativa ou, ao menos, uma alternativa
mais indicada, ela é utilizada por diversas empresas de grande porte, inclusive por
empresas de desenvolvimento de ERPs.
        Essa metodologia sugere a divisão das atividades da empresa em cinco macro-
processos (Plan, Source, Make, Deliver e Return), cada um deles sendo responsável por
um conjunto de micro-processos, conforme apresentado na Figura 4.




                                                                                    5
Figura 4 – Atividades relacionadas a cada macro-processo do modelo SCOR

        O macro-processo de planejamento permeia todos os demais, que envolvem
atividades estritamente operacionais e relacionadas ao dia-a-dia da operação.
        Questões relacionadas à gestão de estoques e da armazenagem, por exemplo,
fazem parte da forma como o macro-processo de Entrega (Delivery) será suportado.
Esses micro-processos de apoio fazem parte do macro-processo denominado, na
metodologia, como Enable.
        Para cada um dos micro-processos listados na tabela anterior, são estabelecidos
atributos de desempenho e, quando aplicável, dicas de melhores práticas.
        A decisão de quais micro-processos selecionar passa pela análise de questões
como:
                  i.   Importância do processo para o cliente;
                 ii.   Custo de cada processo em relação ao custo total do suply-chain;
                iii.   Percepção do potencial de redução de custo.
        Devem ser atribuídas notas e pesos a cada uma dessas questões para que seja
possível a formação de um ranking de importância. O número de processos a serem
escolhidos deve ser contraposto ao tempo e número de recursos disponíveis para a
realização da tarefa.
        Segundo pesquisa realizada com empresas norte-americanasv, as áreas mais
comumente selecionadas para benchmarking são:
                  i.     Processamento de pedido (31% das respostas);
                 ii.     Operações de armazenagem (26% das respostas);
                iii.     Operações de transporte (24% das respostas);
                iv.      Produção (21% das respostas).

                                                                                     6
3) Definição dos indicadores de desempenho a serem analisados
        A importância da análise conjunta dos impactos das mudanças em processos
individuais e no desempenho do supply chain como um todo devem estar refletidos em
indicadores para ambas as perspectivas.
        A seleção desses indicadores deve levar em consideração dois drivers principais:
custo e nível de serviço. Nesse sentido, entender as necessidades e expectativas dos
clientes e o impacto de determinadas decisões no custo dos processos analisados ajudam
na escolha de indicadores relevantes.
        Pesquisavi realizada na Europa com 29 empresas de três setores diferentes em
cinco países apontou indicadores típicos na avaliação da eficiência do supply chain e de
seus componentes (Figura 5).

                         Indicadores de Desempenho mais Comumente Utilizados*

 Análise dos Componentes Individuais do Supply Chain                  Análise Integrada do Supply Chain

 Frequência de entrega                                      Tempo de ciclo do pedido (Data de entrega no cliente
 Tamanho do pedido                                           – Data de recebimento do pedido)
 Percentual de pedidos especiais                            Lead-time de entrega (Data de entrega no cliente –
 Número de reclamações                                       Data de saída do produto)
 Giro de estoque                                            Percentual de pedidos entregues depois da data
 Número de ocorrências de falta de estoque                   combinada
 Número de ocorrências de falta de estoque no cliente       Percentual de pedidos entregues depois da data
 % de ocupação do veículo                                    requerida
 Acurácia da previsão de vendas                             Percentual dos pedidos entregues on-time e in-full
 Eficiência dos sistemas de suporte logísticos (ex.         Custo do supply chain em relação ao custo total do
 Acurácia das informações; Existência de controle de          produto
 processos; Existência de sistemas de rastreamento)          Composição dos custos logísticos (ex. Transporte,
  Indicadores de nível de serviço por processo               estoque e armazenagem)
 (Exemplo em Armazenagem: Taxa de erro no picking)           Grau de fragmentação da responsabilidade sobre o
  Indicadores físicos (Ex. Densidade do produto; Valor       supply chain
 por m3 do produto)



                    Figura 5 – Indicadores de desempenho mais utilizados
       A metodologia SCOR, por sua vez, aponta para cinco grupos de atributos aos
quais os indicadores de desempenho devem estar relacionados (Figura 6).

                                          Atributos de Desempenho

                                                    Confiabilidade

                                                      Velocidade

                                                     Flexibilidade

                                                          Custo
                                                 Eficiência no
                                            Gerenciamento de Ativos

                Figura 6 – Atributos de desempenho segundo a metodologia SCOR



                                                                                                              7
A partir desses atributos, são listados indicadores pertinentes a cada micro-
processo do supply-chain.
        Apesar da padronização de processos e métricas garantir que os indicadores de
desempenho avaliados sejam exatamente os mesmos entre as empresas envolvidas no
benchmarking, ela não é suficiente para garantir que seus valores sejam comparáveis.
Ou seja, se a empresa best-in-class possui um custo de transporte equivalente a 20% do
custo total da cadeia de suprimentos, não significa que seja possível a uma empresa do
mesmo setor chegar a um percentual equivalente ou mesmo próximo dele. Isso ocorre
porque existem variações que influenciam nesse custo, como por exemplo:
                 Número de depósitos avançados (menores distâncias de entrega);
                 Nível de fracionamento dos pedidos;
                 Prazos de entrega acordados.
       Assim, a comparabilidade dos resultados encontrados para os indicadores de
desempenho analisados depende de fatores como: o número de instalações, a estratégia
de nível de serviço, o perfil dos clientes, entre outras questões que dependem tanto do
mercado quanto de decisões internas da empresa.
       Exemplo disso pode ser constatado na Figura 7, com a análise da variação dos
custos de componentes do supply-chain entre empresas do mesmo setor. Cada círculo
corresponde a uma empresa pesquisada.




       Figura 7 – Distribuição dos componentes de custo do supply-chainvii

       Nesse contexto, a avaliação cuidadosa dos gaps e dos seus possíveis
motivadores constitui, mais do que uma análise interessante, uma necessidade como
forma de garantir a viabilidade da implementação de determinada solução.


                                                                                     8
A seleção de fontes de benchmarking que sejam as mais aderentes possíveis ao
ambiente da empresa proponente também constitui uma excelente forma de reduzir as
distorções inerentes a qualquer iniciativa nessa área.

    4) Drivers para seleção de fontes de benchmarking
          Uma das perguntas feitas em pesquisa realizada com empresas americanas em
     viii
1993 buscou identificar os principais drivers utilizados na seleção das empresas que
seriam usadas como fonte de benchmarking. Em uma escala de 1 (menos importante) a
7 (mais importante), foram obtidas as seguintes respostas:
                  i.     Facilidade de acesso (média: 5.4);
                 ii.     Líder do setor (média: 5.35);
               iii.      Evidência de práticas inovadoras (média: 5.34);
                iv.      Facilidade de coleta de dados (média: 5.04);
                 v.      Custos envolvidos no processo da empresa objeto de análise
                     (média: 4.82).

        Ainda segundo a pesquisa, as empresas fonte de benchmarking são, na maioria,
competidores do mesmo setor. No entanto, parecem haver experiências em diversos
tipos de benchmarking:
                 i.    Competidores (64% das respostas);
                ii.    Interno (56% das respostas);
               iii.    Empresas líderes em outros setores (49% das respostas) .

                                      Conclusão


        A larga utilização do benchmarking como estratégia competitiva é inspirada em
casos de sucesso como o da AT&T, que registrou a redução de 40% em seu tempo de
ciclo, ou da Oryz Energy, que conseguiu reduzir custos de pessoal e transporte em,
respectivamente, 21% e 32% em despesas operacionais.
        No entanto, apesar de ser conhecido como uma forma rápida de aumentar a
eficiência e/ou melhorar o nível de serviço, o benchmarking requer um cuidado especial
na sua etapa de planejamento.
        O tipo de benchmarking (interno, entre competidores, funcional, por processo e
colaborativo) a ser utilizado, a seleção dos processos que serão objeto de benchmarking,
a definição de indicadores de desempenho que servirão como base de comparação entre
esses processos e a seleção das empresas best-in-class, são tarefas críticas para o
sucesso da iniciativa.
        O grande desafio da utilização do benchmarking está relacionado à dificuldade
de se garantir a comparabilidade dos processos. Isso se dá basicamente por dois
motivos:
        1. Diferenças na segmentação dos processos e forma de cálculo dos indicadores
            de desempenho;
        2. Diferenças estruturais das empresas, relacionadas às características
            particulares como número de instalações, perfil dos clientes e estratégia de
            nível de serviço, entre outras.
        Iniciativas de padronização de processos e indicadores de desempenho (os
sistemas de ERP constituem uma forma de padronizar as decisões operacionais) vêm a
reduzir o primeiro gap. Já o segundo é mais difícil de ser contornado. Nesses casos, é
necessária uma boa dose de abstração e capacidade analítica que permita identificar o


                                                                                      9
que pode ser depreendido de positivo em processos que não necessariamente deveriam
ser os mesmos.

Bibliografia
ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J.; STANK, Theodore P. Benchmarking
programs: Opportunities for enhancing performance. Journal of Business Logistics. Oak
Brook; 1995.
European Commission; Benchmarking Logistics. 1998. http://www.benchmarking-in-
europe.com
Supply-Chain Council. Supply-Chain Operations Reference Model (SCOR). Version
6.0. 2003. www.supply-chain.org
BAGCHI, Prabir K. Logistics Benchmarking as a Competitive Strategy: some insights.
Logistics. Information Management. v. 10, n 1. 1997.
LANKFORD, William. M. Benchmarking: Understanding the Basics. The Coastal
Business Journal. v.1, n.1.
LETTS, Christine W.; RYAN, William P.; GROSSMAN, Allen. Benchmarking: How
non Profits are Adapting a Business Planning Tool for Enhanced Performance. www.
tgci.com/magazine/99winter
i
 Fonte: ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J; STANK, Theodore P; Benchmarking programs: Opportunities
for Enhancing Performance. Journal of Business Logistics. Vol. 16. Issue 2. 1995.


ii
     Mais informações estarão disponíveis na seção “Definição dos Indicadores de Desempenho a Serem Analisados”.
iii
  Pesquisa realizada em 1993 com 125 empresas norte-americanas com experiência em benchmarking. Fonte:
ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J; STANK, Theodore P; Benchmarking programs: Opportunities for
Enhancing Performance. Journal of Business Logistics. v. 16. Issue 2. 1995.
iv
  Associação norte-americana sem fins lucrativos criada em 1996 e composta de 69 empresas que se reunem
ocasionalmente para discutir padrões e melhores práticas de supply-chain. www.supply-chain.org.
v
     Fonte: DALE, Rogers S. “Benchmarking programs: Opportunities for enhancing performance”. 1995.
vi
      Fonte: European Commission; Benchmarking Logistics. 1998. http://www.benchmarking-in-europe.com
vii
       Fonte: European Commission; Benchmarking Logistics. 1998.
viii
   A amostra consiste em 125 respostas, segundo DALE, Rogers S. “Benchmarking programs: Opportunities for
enhancing performance”.




                                                                                                              10

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Benchmarking da cadeia de suprimentos em 7 passos

  • 1. Benchmarking da cadeia de suprimentos Aline Ribeiro Introdução O quão eficiente é o supply chain da minha empresa? A estrutura de custos logísticos está adequada? Os indicadores de nível de serviço logístico estão próximos das melhores práticas? Essas são algumas das perguntas para as quais grande parte dos executivos de logística gostariam de respostas. A logística se tornou uma ferramenta fundamental para redução de custos e melhoria do nível de serviço. Dessa forma, a busca por excelência logística já faz parte dos objetivos do mais alto executivo de grande parte das empresas. O desenvolvimento de estudos internos e a contratação de consultorias especializadas são alguns dos mecanismos que podem permitir a uma empresa melhorar seus processos, reduzir custos e/ou melhorar o nível de serviço das atividades logísticas. No entanto, é no benchmarking que várias empresas buscam alcançar, de maneira rápida, níveis de eficiência mais altos. Pesquisa realizada nos EUA com 125 empresasi pertencentes a diversos setores da economia mostrou que, aproximadamente 65% delas estão envolvidas em atividades de benchmarking. Além disso, 34% têm planos ou interesse de iniciar um programa desse tipo e apenas 1% não se mostrou interessada em benchmarking. Esses resultados são confirmados, também nos EUA, pela Fortune 1000, onde 65% dessas empresas utilizam o benchmarking como estratégia competitiva. Este artigo apresenta a estrutura básica de um processo de benchmarking, chamando atenção para as decisões críticas relacionadas ao planejamento desta iniciativa. O que é benchmarking Benchmarking constitui um processo sistemático de comparações entre processos semelhantes e, a partir delas, a promoção de melhorias que permitam que uma determinada atividade tenha excelência quando comparada com outras equivalentes em empresas do mesmo setor ou de outros setores da economia. O benchmarking auxilia empresas a definir metas, estimula novas idéias e oferece um método formalizado de gerenciamento de mudança. Para ser completo, o benchmarking de um processo de supply chain deve envolver a análise de componentes individuais da cadeia, bem como a análise do desempenho da cadeia como um todo. Embora o foco possa variar, um processo padrão de benchmarking passa, necessariamente, pela identificação e priorização dos processos alvos de benchmarking, pela seleção dos indicadores de desempenho a serem comparados em cada processo, pela seleção de empresas leading-edge nos processos selecionados, pela comparação entre os processos e, finalmente, pela análise dos fatores que motivaram as diferenças encontradas. A etapa de implementação deve estar suportada pelo planejamento dos passos necessários à modificação dos processos (Figura 1). 1
  • 2. Figura 1 – Processo genérico de benchmarking A experiência bem sucedida de benchmarking da Xerox na década de 70 mostrou ao mundo os benefícios potenciais desta iniciativa. Os resultados obtidos (aumento na receita de US$ 265 milhões somente nos dois primeiros anos) salvaram a empresa da falência e popularizaram o benchmarking. Na época, a Xerox passava por uma acirrada competição com a indústria japonesa, que oferecia produtos de baixo custo, alta qualidade e com um excelente suporte técnico. A saída encontrada pela Xerox foi o benchmarking de empresas de outros setores. O primeiro processo-alvo foi o de processamento de pedidos e, a partir daí, não parou mais. A Xerox adotou o benchmarking como estratégia competitiva e, até o ano de 1983, mais de 230 processos já haviam passado pela comparação. Os benefícios, no entanto, não vêm facilmente. É preciso investimento em tempo e recursos de diversas áreas, pois muitos processos permeiam diversas funções. O processo de benchmarking O processo de benchmarking do supply chain deve passar tanto pela análise da sua eficiência global, quanto pela forma de retratar o efeito conjunto de todos os componentes logísticos, como também pela análise dos componentes individuais do supply chain, como transporte, estoque, armazenagem e infra-estrutura de gerenciamento e sistemas de informação. Dessa forma, garante-se que a mudança na forma de operação de determinado componente logístico resulte, necessariamente, em um supply chain mais eficiente. De maneira geral, a realização e implementação de um processo de benchmarking passa pelos passos descritos na Figura 2. 2
  • 3. Passos para a Realização e Implementação de um Processo de Benchmarking de Supply Chain 1o Passo Identificar indicadores Mapear e medir Pesquisar fontes Selecionar o(s) a serem utilizados na Planejamento Definir objetivos os processos potenciais de processo(s) comparação entre atuais benchmarking processos 2o Passo Selecionar Selecionar time Selecionar time Formação dos coordenadores para manuseio para realização Treinamento dos times Times dos times das informações das visitas 3o Passo Preparar plano de Identificar soluções Obtenção e Coletar dados dos Comparação dos Analisar os gaps implementação (listar que geraram Análise de Dados parceiros Processos de desempenho processos, estabelecer benefícios cronogramas, etc.) 4o Passo Implementar a Implementação Monitorar o processo e Definir objetivos Fazer orçamento mudança do da Mudança comunicar resultados processo Figura 2 – Passos necessários para realização e implementação de um processo de benchmarking O Planejamento constitui o primeiro passo e também o mais crítico da condução do benchmarking. Por isto, devem ser dedicados tempo e recursos na discussão dessa etapa. O conteúdo dessas discussões deve partir da definição dos objetivos do benchmarking, o que significa, antes de mais nada, definir se o objetivo são mudanças radicais ou incrementais, e que tipo de benchmarking utilizar. A decisão seguinte consiste da seleção dos processos que sofrerão benchmarking. Se o objetivo definido for reduzir custo e melhorar o atendimento, então devem ser selecionados processos que potencialmente tenham espaço para ambos os resultados. Caso contrário, devem ser escolhidos aqueles que tenham maior potencial para redução de custo ou melhoria de serviço. A maioria dos processos estará voltada somente para um dos dois resultados. A seleção dos indicadores de cada processo e a seleção das empresas leading- edge finalizam a etapa de planejamento do benchmarking. A etapa de Seleção dos Times deve garantir o comprometimento da equipe, a divisão de tarefas e que o cronograma definido seja passível de ser cumprido dado determinado tamanho de equipe e número/complexidade de processos a serem analisados (problema que ocorre com muitas empresas que se propõem a fazer benchmarking). A Obtenção e Análise de Dados também exige alguns cuidados, principalmente na coleta de dados dos parceiros e comparação de processos. Garantir que os dados quantitativos coletados sejam comparáveis não costuma ser tarefa fácil. Como forma de evitar armadilhas, é importante avaliar não apenas indicadores de bottom-line, mas também aqueles indicadores operacionais, que permitem entender melhor as características dos processos (ex: número de SKUs, de pedidos/dia, etc.)ii. A Implementação da Mudança exige, necessariamente, a alocação de um líder nas áreas onde as mudanças de processos serão implementadas. De preferência, esses líderes devem ter envolvimento nas etapas anteriores, como forma de garantir o 3
  • 4. ownership da iniciativa. A definição de objetivos deve contemplar os indicadores que medirão o sucesso da implementação e a condução da implementação propriamente dita deve ficar sob responsabilidade local do líder do processo e supervisão de um gerente sênior. Pela dimensão e complexidade do assunto, este artigo trata apenas das questões relacionadas ao planejamento do benchmarking (mais especificamente, nas atividades marcadas em laranja na Figura 2). As decisões dessa etapa são críticas e podem viabilizar ou não bons resultados de iniciativas como esta. Planejamento do benchmaking 1) Definição dos Objetivos A primeira decisão relacionada ao escopo diz respeito ao tipo de benchmarking que será realizado. Essa decisão deve depender da forma como a empresa está estruturada, dos objetivos que se pretende alcançar (mudanças radicais versus incrementais) ou mesmo do grau de colaboração e estágio de desenvolvimento de empresas do mesmo setor ou de outros setores. A Figura 3 apresenta como essas variáveis devem ser consideradas e as dificuldades impostas a cada um dos tipos de benchmaking. Como Escolher o Tipo de Benchmarking a ser Utilizado Tipo Definição Quando Usar Armadilhas e Barreiras • Dificuldade de comunicação Quando a empresa está em Comparação de práticas e interna. uma fase inicial de indicadores de desempenho • Pesquisas mostram que os Interno benchmarking e possui de unidades similares dentro resultados deste tipo de unidades de negócio similares da mesma organização. benchmarking não são muito em outras localidades. significativos. • Dificuldade na obtenção de Pode ser feito com ou sem o dados confiáveis, atualizados e Comparação das práticas e conhecimento do competidor. comparáveis. Entre indicadores internos com o No entanto, é mais utilizado • Pesquisas mostram que os Competidores de competidores dentro de quando existe facilidade de resultados deste tipo de um mesmo setor. acesso ao competidor. benchmarking não são muito significativos. • Nem sempre é conclusivo e Identificação do ranking da não apresenta “como” empresa em relação a Quando seu objetivo for a melhorar. determinado indicador de comparação de custo ou outro Funcional • Pode gerar complacência desempenho.Comparação indicador de desempenho entre quando os resultados mostram pode ser feita dentro de um organizações semelhantes. a empresa como no 1 no mesmo setor ou fora dele. raking. Quando a empresa busca Aprender com outras idéias inovadoras.Quando já empresas que possuem foram utilizados outros meios • Necessita um certo nível de Processo processos similares, mas na tentativa de melhorar os abstração e criatividade. não são competidores. processos e está sendo buscada uma mudança radical. • Deve ser pensada uma forma Formação de um grupo de se proteger informações fechado de empresas Quando os membros do grupo sensíveis. Só estarão Colaborativo (competidores ou de outras possuem níveis de eficiência disponívelis informações do indústrias) com o objetivo de altos. próprio grupo, não compartilhar informações. necessariamente das melhores práticas. 4
  • 5. Figura 3 – Tipos de benchmarking Não existe informação disponível sobre o tipo de benchmarking mais utilizado. No entanto, pesquisasiii mostram que empresas que utilizaram benchmarking interno ou com competidores da mesma indústria não obtiveram resultados tão positivos quanto aquelas que selecionaram empresas de outros setores e líderes em determinados processos. A abordagem do benchmarking colaborativo, no entanto, tem aumentado sua popularidade devido à maior facilidade de coleta de informações. O benchmarking interno já foi utilizado por empresas como a Xerox, nas iniciativas de vendas em suas divisões mundiais, ou a CARE USA, empresa de ajuda humanitária sem fins lucrativos que, após sofrer redução de verbas, investiu maciçamente no compartilhamento de experiências bem sucedidas entre suas 37 unidades de apoio espalhadas no mundo todo. Como pode ser observado, esse tipo de benchmarking é mais utilizado em empresas com atividades similares replicadas em várias regiões. É claro que existem níveis de dificuldade diferentes para cada tipo de benchmarking escolhido, havendo uma relação clara entre dificuldade e retorno. Exemplo disso é o benchmarking de processo. Apesar de pesquisas terem apontado uma alta ocorrência de casos de sucesso, esse tipo de benchmarking requer uma dedicação enorme de tempo e pessoal qualificado na identificação de empresas com processos operacionalmente comparáveis, na padronização dos indicadores de desempenho e na identificação dos fatores que motivaram os gaps, de forma a garantir que as diferenças de desempenho encontradas são fruto de uma melhor forma de executar o processo em questão, e não de diferenças inerentes à indústria. 2) Seleção dos Processos Essa decisão está relacionada à definição dos componentes do supply chain que serão o foco da análise. Um passo anterior à seleção dos processos objetos de benchmarking deve ser o mapeamento e entendimento do funcionamento dos processos atuais. Nesse sentido, um dos grandes problemas com a utilização do benchmarking está na comparabilidade dos processos a serem avaliados. Ou seja, como definir os limites de um processo e seus parâmetros de desempenho de forma que o escopo de análise seja o mesmo na empresa promotora da iniciativa e na empresa best-in-class? Na tentativa de solucionar este problema, o Supply-Chain Counciliv desenvolveu o SCOR Model (Supply-Chain Operations Reference Model), modelo que busca, pelo estabelecimento de processos-padrões, métricas comuns e apresentação das melhores práticas, viabilizar e incentivar melhorias contínuas na cadeia de suprimentos. É importante destacar que essa metodologia é uma tentativa de padronização de processos e, apesar de não existir uma única alternativa ou, ao menos, uma alternativa mais indicada, ela é utilizada por diversas empresas de grande porte, inclusive por empresas de desenvolvimento de ERPs. Essa metodologia sugere a divisão das atividades da empresa em cinco macro- processos (Plan, Source, Make, Deliver e Return), cada um deles sendo responsável por um conjunto de micro-processos, conforme apresentado na Figura 4. 5
  • 6. Figura 4 – Atividades relacionadas a cada macro-processo do modelo SCOR O macro-processo de planejamento permeia todos os demais, que envolvem atividades estritamente operacionais e relacionadas ao dia-a-dia da operação. Questões relacionadas à gestão de estoques e da armazenagem, por exemplo, fazem parte da forma como o macro-processo de Entrega (Delivery) será suportado. Esses micro-processos de apoio fazem parte do macro-processo denominado, na metodologia, como Enable. Para cada um dos micro-processos listados na tabela anterior, são estabelecidos atributos de desempenho e, quando aplicável, dicas de melhores práticas. A decisão de quais micro-processos selecionar passa pela análise de questões como: i. Importância do processo para o cliente; ii. Custo de cada processo em relação ao custo total do suply-chain; iii. Percepção do potencial de redução de custo. Devem ser atribuídas notas e pesos a cada uma dessas questões para que seja possível a formação de um ranking de importância. O número de processos a serem escolhidos deve ser contraposto ao tempo e número de recursos disponíveis para a realização da tarefa. Segundo pesquisa realizada com empresas norte-americanasv, as áreas mais comumente selecionadas para benchmarking são: i. Processamento de pedido (31% das respostas); ii. Operações de armazenagem (26% das respostas); iii. Operações de transporte (24% das respostas); iv. Produção (21% das respostas). 6
  • 7. 3) Definição dos indicadores de desempenho a serem analisados A importância da análise conjunta dos impactos das mudanças em processos individuais e no desempenho do supply chain como um todo devem estar refletidos em indicadores para ambas as perspectivas. A seleção desses indicadores deve levar em consideração dois drivers principais: custo e nível de serviço. Nesse sentido, entender as necessidades e expectativas dos clientes e o impacto de determinadas decisões no custo dos processos analisados ajudam na escolha de indicadores relevantes. Pesquisavi realizada na Europa com 29 empresas de três setores diferentes em cinco países apontou indicadores típicos na avaliação da eficiência do supply chain e de seus componentes (Figura 5). Indicadores de Desempenho mais Comumente Utilizados* Análise dos Componentes Individuais do Supply Chain Análise Integrada do Supply Chain Frequência de entrega  Tempo de ciclo do pedido (Data de entrega no cliente Tamanho do pedido – Data de recebimento do pedido) Percentual de pedidos especiais  Lead-time de entrega (Data de entrega no cliente – Número de reclamações Data de saída do produto) Giro de estoque  Percentual de pedidos entregues depois da data Número de ocorrências de falta de estoque combinada Número de ocorrências de falta de estoque no cliente  Percentual de pedidos entregues depois da data % de ocupação do veículo requerida Acurácia da previsão de vendas  Percentual dos pedidos entregues on-time e in-full Eficiência dos sistemas de suporte logísticos (ex.  Custo do supply chain em relação ao custo total do Acurácia das informações; Existência de controle de produto processos; Existência de sistemas de rastreamento)  Composição dos custos logísticos (ex. Transporte,  Indicadores de nível de serviço por processo estoque e armazenagem) (Exemplo em Armazenagem: Taxa de erro no picking)  Grau de fragmentação da responsabilidade sobre o  Indicadores físicos (Ex. Densidade do produto; Valor supply chain por m3 do produto) Figura 5 – Indicadores de desempenho mais utilizados A metodologia SCOR, por sua vez, aponta para cinco grupos de atributos aos quais os indicadores de desempenho devem estar relacionados (Figura 6). Atributos de Desempenho Confiabilidade Velocidade Flexibilidade Custo Eficiência no Gerenciamento de Ativos Figura 6 – Atributos de desempenho segundo a metodologia SCOR 7
  • 8. A partir desses atributos, são listados indicadores pertinentes a cada micro- processo do supply-chain. Apesar da padronização de processos e métricas garantir que os indicadores de desempenho avaliados sejam exatamente os mesmos entre as empresas envolvidas no benchmarking, ela não é suficiente para garantir que seus valores sejam comparáveis. Ou seja, se a empresa best-in-class possui um custo de transporte equivalente a 20% do custo total da cadeia de suprimentos, não significa que seja possível a uma empresa do mesmo setor chegar a um percentual equivalente ou mesmo próximo dele. Isso ocorre porque existem variações que influenciam nesse custo, como por exemplo:  Número de depósitos avançados (menores distâncias de entrega);  Nível de fracionamento dos pedidos;  Prazos de entrega acordados. Assim, a comparabilidade dos resultados encontrados para os indicadores de desempenho analisados depende de fatores como: o número de instalações, a estratégia de nível de serviço, o perfil dos clientes, entre outras questões que dependem tanto do mercado quanto de decisões internas da empresa. Exemplo disso pode ser constatado na Figura 7, com a análise da variação dos custos de componentes do supply-chain entre empresas do mesmo setor. Cada círculo corresponde a uma empresa pesquisada. Figura 7 – Distribuição dos componentes de custo do supply-chainvii Nesse contexto, a avaliação cuidadosa dos gaps e dos seus possíveis motivadores constitui, mais do que uma análise interessante, uma necessidade como forma de garantir a viabilidade da implementação de determinada solução. 8
  • 9. A seleção de fontes de benchmarking que sejam as mais aderentes possíveis ao ambiente da empresa proponente também constitui uma excelente forma de reduzir as distorções inerentes a qualquer iniciativa nessa área. 4) Drivers para seleção de fontes de benchmarking Uma das perguntas feitas em pesquisa realizada com empresas americanas em viii 1993 buscou identificar os principais drivers utilizados na seleção das empresas que seriam usadas como fonte de benchmarking. Em uma escala de 1 (menos importante) a 7 (mais importante), foram obtidas as seguintes respostas: i. Facilidade de acesso (média: 5.4); ii. Líder do setor (média: 5.35); iii. Evidência de práticas inovadoras (média: 5.34); iv. Facilidade de coleta de dados (média: 5.04); v. Custos envolvidos no processo da empresa objeto de análise (média: 4.82). Ainda segundo a pesquisa, as empresas fonte de benchmarking são, na maioria, competidores do mesmo setor. No entanto, parecem haver experiências em diversos tipos de benchmarking: i. Competidores (64% das respostas); ii. Interno (56% das respostas); iii. Empresas líderes em outros setores (49% das respostas) . Conclusão A larga utilização do benchmarking como estratégia competitiva é inspirada em casos de sucesso como o da AT&T, que registrou a redução de 40% em seu tempo de ciclo, ou da Oryz Energy, que conseguiu reduzir custos de pessoal e transporte em, respectivamente, 21% e 32% em despesas operacionais. No entanto, apesar de ser conhecido como uma forma rápida de aumentar a eficiência e/ou melhorar o nível de serviço, o benchmarking requer um cuidado especial na sua etapa de planejamento. O tipo de benchmarking (interno, entre competidores, funcional, por processo e colaborativo) a ser utilizado, a seleção dos processos que serão objeto de benchmarking, a definição de indicadores de desempenho que servirão como base de comparação entre esses processos e a seleção das empresas best-in-class, são tarefas críticas para o sucesso da iniciativa. O grande desafio da utilização do benchmarking está relacionado à dificuldade de se garantir a comparabilidade dos processos. Isso se dá basicamente por dois motivos: 1. Diferenças na segmentação dos processos e forma de cálculo dos indicadores de desempenho; 2. Diferenças estruturais das empresas, relacionadas às características particulares como número de instalações, perfil dos clientes e estratégia de nível de serviço, entre outras. Iniciativas de padronização de processos e indicadores de desempenho (os sistemas de ERP constituem uma forma de padronizar as decisões operacionais) vêm a reduzir o primeiro gap. Já o segundo é mais difícil de ser contornado. Nesses casos, é necessária uma boa dose de abstração e capacidade analítica que permita identificar o 9
  • 10. que pode ser depreendido de positivo em processos que não necessariamente deveriam ser os mesmos. Bibliografia ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J.; STANK, Theodore P. Benchmarking programs: Opportunities for enhancing performance. Journal of Business Logistics. Oak Brook; 1995. European Commission; Benchmarking Logistics. 1998. http://www.benchmarking-in- europe.com Supply-Chain Council. Supply-Chain Operations Reference Model (SCOR). Version 6.0. 2003. www.supply-chain.org BAGCHI, Prabir K. Logistics Benchmarking as a Competitive Strategy: some insights. Logistics. Information Management. v. 10, n 1. 1997. LANKFORD, William. M. Benchmarking: Understanding the Basics. The Coastal Business Journal. v.1, n.1. LETTS, Christine W.; RYAN, William P.; GROSSMAN, Allen. Benchmarking: How non Profits are Adapting a Business Planning Tool for Enhanced Performance. www. tgci.com/magazine/99winter i Fonte: ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J; STANK, Theodore P; Benchmarking programs: Opportunities for Enhancing Performance. Journal of Business Logistics. Vol. 16. Issue 2. 1995. ii Mais informações estarão disponíveis na seção “Definição dos Indicadores de Desempenho a Serem Analisados”. iii Pesquisa realizada em 1993 com 125 empresas norte-americanas com experiência em benchmarking. Fonte: ROGERS, Dale S.; DAUGHERTY, Patricia J; STANK, Theodore P; Benchmarking programs: Opportunities for Enhancing Performance. Journal of Business Logistics. v. 16. Issue 2. 1995. iv Associação norte-americana sem fins lucrativos criada em 1996 e composta de 69 empresas que se reunem ocasionalmente para discutir padrões e melhores práticas de supply-chain. www.supply-chain.org. v Fonte: DALE, Rogers S. “Benchmarking programs: Opportunities for enhancing performance”. 1995. vi Fonte: European Commission; Benchmarking Logistics. 1998. http://www.benchmarking-in-europe.com vii Fonte: European Commission; Benchmarking Logistics. 1998. viii A amostra consiste em 125 respostas, segundo DALE, Rogers S. “Benchmarking programs: Opportunities for enhancing performance”. 10