O estudo foi realizado no contexto do sistema educativo português, onde os exames nacionais assumem as funções de certificação e de seleção no acesso ao ensino superior. O artigo está centrado no nível de complexidade do trabalho prático na avaliação externa das ciências (i.e. exames nacionais) do ensino secundário. O nível de complexidade foi avaliado através do nível de exigência conceptual, que incluiu a complexidade dos conhecimentos científicos e das capacidades cognitivas e o grau de relação entre teoria e prática. O estudo analisa ainda a relação entre o currículo e os exames, para estudar processos de recontextualização ocorridos na construção dos exames. O estudo está fundamentado psicológica e sociologicamente, em particular na teoria do discurso pedagógico de Bernstein. Usou-se uma metodologia mista. Na análise dos exames nacionais, apenas foram consideradas as questões que apelavam à avaliação do trabalho prático, ou seja, as questões que mobilizavam capacidades de processos científicos.