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ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E
RASTREAMENTO
CONFERÊNCIA – PISCO – 8ª ETAPA
Profª Simone Almeida da Silva, MD, MFC, PhD
Profº Renato Walch, MD, MFC, Especialista em Dor
“Prevenção, em um contexto médico restrito, significa
evitar o desenvolvimento de um estado patológico. Em um
sentido mais amplo, refere-se à limitação da progressão
de doenças em qualquer fase de sua evolução.”
(Clark e MacMahon,1981)
O que a gente aprende na prática e
o que protocolos e diretrizes nos
orientam?
Dissonância
• “A dissonância cognitiva (conflito psicológico)
resultante entre as evidências científicas e as
crenças e atitudes acaba gerando um estresse
muito grande no médico e no paciente e,
muitas vezes, um problema ético” (p. 631).
STEIN, A. T.; ZELMANOWICZ, A. D. M.; FALAVIGNA, M. Rastreamento de Adultos para Tratamento Preventivo. In: DUNCAN, B.
B.;SCHMIDT, M. I., et al (Ed.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4a. Porto Alegre: Artmed,
2013. cap. 66, p.631-639.
O desafio da prevenção
• É necessário fazer prevenção?
– Quando?
– Como?
– Por quê?
• Os perigos do preventivismo
– Segurança e suporte
– Primum non nocere (em primeiro lugar, não causar dano)
– Custo-efetividade: Vamos pedir AngioRMN para todos?
História Natural de qualquer processo mórbido no homem
Prevenção
Prevenção
primária
Promoção da saúde Medidas Gerais que visam a redução, ou controle, da exposição
a determinados fatores de risco, e evitam diversas doenças
Proteção específica Medida Específica que visa a redução, ou controle, de fator de
risco específico, que evita uma determinada doença
Prevenção
secundária
Diagnóstico precoce e pronto
atendimento
Medidas que têm por objetivo curar ou evitar o progresso da
doença, evitar a propagação de doenças transmissíveis, evitar
complicações e sequelas, encurtar o período de incapacidade
Limitação da invalidez Tratamento adequado para interromper o processo mórbido e
evitar futuras complicações e sequelas.
Provisão de meios para limitar a invalidez e evitar a morte.
Prevenção
terciária
Reabilitação Reeducação e treinamento, físico, psíquico e social, para
utilização máxima das capacidades restantes e readaptação,
com o objetivo de proporcionar a melhor qualidade de vida
possível frente às novas condições.
Pré-
patogênesePatogênese
História Natural e níveis de prevenção
Nível de
prevenção
Fase da doença Alvo Exemplo
Promoção da
saúde
Condição de base que leva à
doença
População total
Grupos selecionados
Saneamento básico
Dieta
Proteção
específica
Fator causal específico População total
Grupos selecionados
Indivíduos saudáveis
Sal iodado
Redução exposição ao
chumbo
Imunização
Secundária Estágio inicial Pacientes Função pulmonar/tabagismo
Rastreamento
Terciária Estágio tardio Pacientes Transplante de fígado
Monitoramento DPOC
Níveis de prevenção
Indivíduos podem ser pouco beneficiados por
medidas preventivas, enquanto a população de
onde eles vêm pode se beneficiar muito, em
termos de redução de risco
Paradoxo da prevenção
Indivíduos podem ser muito beneficiados por
medidas preventivas, enquanto a população de
onde eles vêm pode se beneficiar pouco, em
termos de redução de risco
POPULACIONAL INDIVIDUAL
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
Dirigida a indivíduos
de ALTO RISCO devido
a alguma exposição
Dirigida a toda a
população com o objetivo
de reduzir o risco médio
♦ estimativa do efeito da intervenção  RAp
POPULACIONAL INDIVIDUAL
- Benefício potencialmente alto
- Mais motivação
- Fácil de envolver pessoal da
saúde
- Bom custo-benefício
- Benefício potencial para toda a
população
- Reconhece influências sociais
no comportamento individual
- Mais radical
Vantagens
Estratégias de prevenção
- Impacto limitado em saúde pública
- Difícil de identificar indivíduos com
alto risco
- Efeito temporário; necessário repetir
estratégia quando novos indivíduos
entram para o grupo de alto risco
- Não dá conta das influências no
comportamento
- Pequeno benefício para o
indivíduo
- Atenção igual aos indivíduos
com alto risco e àqueles com
baixo risco
- Difícil de motivar pacientes
e profissionais
Desvantagens
POPULACIONAL INDIVIDUAL
Estratégias de prevenção
Grau de Recomendação
DIRETRIZES E PROTOCOLOS
DIRETRIZES E PROTOCOLOS
DIRETRIZES E PROTOCOLOS
- Raciocínios diagnósticos: O maior motivo para que sejam realizados
testes/exames complementares é redefinir a probabilidade de uma
doença e eles devem ser empregados quando o resultado determina
diferente conduta.
- Validade de um teste/exame é feita sempre em comparação a outro,
considerado o “padrão-ouro” para o diagnóstico de determinada patologia.
A partir dos resultados do teste e da comparação com o “padrão-ouro”,
define-se a seguinte tabela:
Doentes Não doentes
Teste positivo a b
Teste negativo c d
Conceitos fundamentais para a análise crítica das evidências
- Raciocínios diagnósticos:
• Sensibilidade: é a capacidade do teste de detectar as pessoas com
a doença, ou seja:
a/a+c.
• Especificidade: é a capacidade do teste de detectar os não
doentes, ou seja:
d/b+d.
Doentes Não doentes
Teste positivo a b
Teste negativo c d
- Raciocínios diagnósticos:
• Valor preditivo positivo: é probabilidade de o indivíduo ter a doença quando
o teste for positivo, ou seja:
a/a+b.
• Valor preditivo negativo: é a probabilidade do indivíduo não ter a doença
quando o teste for negativo, ou seja:
d/d+c.
Doentes Não doentes
Teste positivo a b
Teste negativo c d
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• Caçar a doença?
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apresentar a doença?
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  • 1. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E RASTREAMENTO CONFERÊNCIA – PISCO – 8ª ETAPA Profª Simone Almeida da Silva, MD, MFC, PhD Profº Renato Walch, MD, MFC, Especialista em Dor
  • 2. “Prevenção, em um contexto médico restrito, significa evitar o desenvolvimento de um estado patológico. Em um sentido mais amplo, refere-se à limitação da progressão de doenças em qualquer fase de sua evolução.” (Clark e MacMahon,1981)
  • 3. O que a gente aprende na prática e o que protocolos e diretrizes nos orientam?
  • 4.
  • 5. Dissonância • “A dissonância cognitiva (conflito psicológico) resultante entre as evidências científicas e as crenças e atitudes acaba gerando um estresse muito grande no médico e no paciente e, muitas vezes, um problema ético” (p. 631). STEIN, A. T.; ZELMANOWICZ, A. D. M.; FALAVIGNA, M. Rastreamento de Adultos para Tratamento Preventivo. In: DUNCAN, B. B.;SCHMIDT, M. I., et al (Ed.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4a. Porto Alegre: Artmed, 2013. cap. 66, p.631-639.
  • 6. O desafio da prevenção • É necessário fazer prevenção? – Quando? – Como? – Por quê? • Os perigos do preventivismo – Segurança e suporte – Primum non nocere (em primeiro lugar, não causar dano) – Custo-efetividade: Vamos pedir AngioRMN para todos?
  • 7. História Natural de qualquer processo mórbido no homem Prevenção
  • 8. Prevenção primária Promoção da saúde Medidas Gerais que visam a redução, ou controle, da exposição a determinados fatores de risco, e evitam diversas doenças Proteção específica Medida Específica que visa a redução, ou controle, de fator de risco específico, que evita uma determinada doença Prevenção secundária Diagnóstico precoce e pronto atendimento Medidas que têm por objetivo curar ou evitar o progresso da doença, evitar a propagação de doenças transmissíveis, evitar complicações e sequelas, encurtar o período de incapacidade Limitação da invalidez Tratamento adequado para interromper o processo mórbido e evitar futuras complicações e sequelas. Provisão de meios para limitar a invalidez e evitar a morte. Prevenção terciária Reabilitação Reeducação e treinamento, físico, psíquico e social, para utilização máxima das capacidades restantes e readaptação, com o objetivo de proporcionar a melhor qualidade de vida possível frente às novas condições. Pré- patogênesePatogênese História Natural e níveis de prevenção
  • 9. Nível de prevenção Fase da doença Alvo Exemplo Promoção da saúde Condição de base que leva à doença População total Grupos selecionados Saneamento básico Dieta Proteção específica Fator causal específico População total Grupos selecionados Indivíduos saudáveis Sal iodado Redução exposição ao chumbo Imunização Secundária Estágio inicial Pacientes Função pulmonar/tabagismo Rastreamento Terciária Estágio tardio Pacientes Transplante de fígado Monitoramento DPOC Níveis de prevenção
  • 10. Indivíduos podem ser pouco beneficiados por medidas preventivas, enquanto a população de onde eles vêm pode se beneficiar muito, em termos de redução de risco Paradoxo da prevenção Indivíduos podem ser muito beneficiados por medidas preventivas, enquanto a população de onde eles vêm pode se beneficiar pouco, em termos de redução de risco
  • 11. POPULACIONAL INDIVIDUAL ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO Dirigida a indivíduos de ALTO RISCO devido a alguma exposição Dirigida a toda a população com o objetivo de reduzir o risco médio ♦ estimativa do efeito da intervenção  RAp
  • 12. POPULACIONAL INDIVIDUAL - Benefício potencialmente alto - Mais motivação - Fácil de envolver pessoal da saúde - Bom custo-benefício - Benefício potencial para toda a população - Reconhece influências sociais no comportamento individual - Mais radical Vantagens Estratégias de prevenção
  • 13. - Impacto limitado em saúde pública - Difícil de identificar indivíduos com alto risco - Efeito temporário; necessário repetir estratégia quando novos indivíduos entram para o grupo de alto risco - Não dá conta das influências no comportamento - Pequeno benefício para o indivíduo - Atenção igual aos indivíduos com alto risco e àqueles com baixo risco - Difícil de motivar pacientes e profissionais Desvantagens POPULACIONAL INDIVIDUAL Estratégias de prevenção
  • 14.
  • 15.
  • 17.
  • 21.
  • 22. - Raciocínios diagnósticos: O maior motivo para que sejam realizados testes/exames complementares é redefinir a probabilidade de uma doença e eles devem ser empregados quando o resultado determina diferente conduta. - Validade de um teste/exame é feita sempre em comparação a outro, considerado o “padrão-ouro” para o diagnóstico de determinada patologia. A partir dos resultados do teste e da comparação com o “padrão-ouro”, define-se a seguinte tabela: Doentes Não doentes Teste positivo a b Teste negativo c d Conceitos fundamentais para a análise crítica das evidências
  • 23. - Raciocínios diagnósticos: • Sensibilidade: é a capacidade do teste de detectar as pessoas com a doença, ou seja: a/a+c. • Especificidade: é a capacidade do teste de detectar os não doentes, ou seja: d/b+d. Doentes Não doentes Teste positivo a b Teste negativo c d
  • 24. - Raciocínios diagnósticos: • Valor preditivo positivo: é probabilidade de o indivíduo ter a doença quando o teste for positivo, ou seja: a/a+b. • Valor preditivo negativo: é a probabilidade do indivíduo não ter a doença quando o teste for negativo, ou seja: d/d+c. Doentes Não doentes Teste positivo a b Teste negativo c d
  • 33. Principais Recomendações Sangue oculto X Colonoscopia X Sigmoidoscopia
  • 34. Principais Recomendações Sangue oculto X Colonoscopia X Sigmoidoscopia
  • 35. Principais Recomendações Sangue oculto X Colonoscopia X Sigmoidoscopia
  • 36. Rastreio • Caçar a doença? • Ou achar pessoas que possivelmente podem apresentar a doença?