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UNIG-UNIVERSIDADE IGUAÇÚ
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL
SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM
A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Santo André
2
2014
3
UNI-UNIVERSIDADE IGUAÇÚ
PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL
SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM
A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à UNIG-Universidade
Iguaçu como parte dos requisitos
para obtenção do certificado de Pós-
Graduação (Lato Sensu) em
Educação Infantil, sob a orientação
da Profª Ms Mara Regina Alcasas de
Arruda.
Santo André
2014
4
BANCA EXAMINADORA
SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM
A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
_______________________________
Orientador
Profª Ms Mara Regina Alcasas de Arruda
______________________________
Convidado
Profª Ms Marcus Tadeu Meneghelo
______________________________
Suplente
Profª Esp.Aidil Soares Navarro
Santo André, 26 de Janeiro de 2014.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a DEUS que está presente em todos os momentos
de minha vida, me guiando, fortalecendo, abençoando e dedicando sua atenção a
minha pessoa.
A minha orientadora Mara Regina, por sua orientação.
Aos meus pais, José Jesus e Givalda que são base na formação do meu
caráter e anjos que estão sempre a me orientar.
Ao meu esposo Marcos e meus filhos Letícia e Gustavo que com sua infinita
paciência e amor, me compreenderam e apoiaram nos momentos necessários de
minha ausência.
Enfim, a todos que direta e indiretamente contribuíram com esse sonho, aqui
vai o meu muito obrigado.
6
DEDICATÓRIA
Primeiramente dedico a DEUS, depois
aos meus pais por terem me proporcionado
base fundamental para minha formação
pessoal e profissional e por fim a minha família
que é minha base de inspiração. A vocês
dedico mais esta vitória, que hoje, sem sombra
de dúvida, foi outra conquista importante na
minha vida.
7
“É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma
criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das
motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos
objetos externos”.
(VYGOSTSKY).
8
RESUMO
O atual trabalho de pesquisa tem como objetivo refletir sobre a importância da
brinquedoteca na Educação Infantil.
Uma brinquedoteca na escola proporciona ao aluno benefícios ao seu
desenvolvimento social e no processo de aprendizagem, desenvolve hábitos
importantes de responsabilidade, organização e cooperação. A utilização da
brinquedoteca valoriza o brinquedo como fonte de desenvolvimento, descontração e
harmonia. Durante a permanência da criança neste espaço, o papel do professor
será de coordenar, orientar, informar os devidos cuidados com os respectivos
brinquedos, mantê-los limpos, conservados em sua utilização, mas principalmente
saber proporcionar a liberdade para o aluno escolher com o qual deseja brincar e
poder explorar os materiais entre as atividades propostas.
A alegria e a descontração deles neste momento de interação são bem perceptíveis
no rosto dos alunos quando estão brincando.
Nos últimos anos, temos assistido as mudanças nos padrões do que é oferecido às
crianças em relação ao ato de brincar. Na vida escolar e no cotidiano das crianças
ha cada vez menos tempo para a brincadeira, os brinquedos industrializados e a
televisão ficaram mais importantes do que as brincadeiras baseadas na criatividade
e nas interações sociais.
O empobrecimento das famílias leva a criança a trabalhar mais cedo ou impede a
aquisição de brinquedos e também as mudanças do uso na ocupação do solo
urbano, a expansão da violência e as alterações nas relações sociais reduziram o
espaço físico disponível para as crianças especialmente nas cidades de grande
porte.
A brincadeira não é um mero passatempo, ela auxilia no desenvolvimento das
crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. É possível
superar os problemas existentes e oferecer melhores condições de desenvolvimento
a elas ampliando e valorizando o espaço e as oportunidades de brincadeira.
Assim sendo, pode-se dizer que a brinquedoteca surge na necessidade de um
espaço onde a criança possa se envolver socialmente e vivenciar atividades em um
ambiente totalmente lúdico.
Com o intuito de valorizar o brincar, o espaço se faz como uma ação interdisciplinar
facilitando o acesso das crianças ao direito de brincar e se desenvolver, sem exigir
investimentos elevados.
Palavras-chave: Brinquedoteca, Espaço Lúdico, Ludicidade e Aprendizagem.
9
SUMÁRIO
Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina
dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem.....................................................................43
ANEXOS ....................................................................................................................38
10
INTRODUÇÃO
Optei por este tema, pois, a Brinquedoteca faz parte de um espaço criado na
escola onde trabalho e deve ser utilizado por todos os grupos nos horários e dias
estipulados dentro do cronograma de aula desenvolvido para utilização durante o
decorrer deste ano letivo.
Decidi investigar e entender mais sobre o assunto para tentar aplicar os reais
objetivos que estão por trás deste importante espaço.
Observo que nestes momentos em que frequentam a brinquedoteca, o local
tem proporcionado aos nossos alunos momentos muito agradáveis nos quais eles
aprendem a partilhar, a emprestar e a conviver em harmonia e vem transformando o
comportamento social, criando hábitos de respeito, companheirismo e cooperação.
Desde os primórdios temos notícias de que os homens já brincavam, os
estudos de impressões arqueológicas e pinturas ruprestes apontam que na
Antiguidade se fazia uso dos brinquedos.
A criança, quando brinca, está aprendendo a lidar com as suas emoções, a
buscar a satisfação de seus desejos, vencendo as frustrações, estamos ensinando-a
a agir estrategicamente, diante das forças que operam no ambiente. Com alegria
despertamos nela gosto pela vida e o enfrentamento dos desafios com segurança e
confiança.
É brincando que exercitamos habilidades essenciais à saúde de nossas
relações, trata-se do exercício de habilidades necessárias ao domínio e ao bom uso
da nossa inteligência emocional.
Considerando o exposto acima, este trabalho de pesquisa tem como principal
objetivo refletir sobre o valor da brinquedoteca na educação infantil. Para isso
discutiremos o porquê brincar na escola e a importância do brincar para aprender.
Entendendo que o brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança,
uma vez que contempla o envolvimento afetivo, o convívio social e a operação
11
mental, pensa-se na brinquedoteca como um espaço preparado para estimular a
criança a brincar, possibilitando o acesso a variados brinquedos dentro de um
ambiente lúdico. Um lugar para explorar, sentir e experimentar, imaginar e que
também se constrói normas e se cria alternativas para resolver os conflitos surgidos
no ato de brincar. No trabalho pedagógico desenvolvido na brinquedoteca, temos
por objetivos:
 Proporcionar um espaço lúdico valorizando o ato de brincar;
 Resgatar o espaço e o tempo de brincar;
 Possibilitar o acesso a brinquedos;
 Orientar sobre a adequação e utilização dos brinquedos;
 Desenvolver hábitos de responsabilidade;
 Resgatar brincadeiras, incentivando sua valorização como
atividade geradora de desenvolvimento intelectual, emocional e social;
 Propiciar a construção de conhecimentos;
 Estimular o desenvolvimento da concentração e atenção;
 Oportunizar a expansão de habilidades e potencialidades;
 Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e a sensibilidade;
 Incentivar a autonomia e o sentimento de autoestima;
 Repassar aos professores e às famílias informações sobre
conhecimentos a respeito da importância do brincar e sobre o
desenvolvimento do aluno na brinquedoteca.
O método utilizado no presente estudo foi de literatura e pesquisa bibliográfica
de fontes secundárias.
12
13
1- BRINQUEDOTECA
A Brinquedoteca é um espaço lúdico onde a criança brinca livremente
estimulando sua criatividade e o desenvolvimento de suas habilidades motrizes,
imaginativas e cognitivas. É uma nova instituição neste século que surgiu para
garantir à criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar. São espaços que
se caracterizam por possuir um conjunto de brinquedos, jogos, brincadeiras
oferecendo assim um ambiente agradável alegre e colorido.
A primeira ideia de Brinquedoteca surgiu em l934, em Los Angeles. Nasceu
para tentar resolver o problema de que as crianças de uma escola roubavam
brinquedos de uma loja próxima. Com esse fato iniciou-se um serviço de
empréstimos de brinquedos, tal serviço existe até hoje e é chamado Los Angeles
Toyloam, porém sua expansão se deu, realmente, a partir da década de sessenta
(Cunha, 1992).
No Brasil, constata-se também o reflexo desse movimento, surgindo em l973,
a Ludoteca da APAE, que funcionava sob a forma de rodízio de brinquedos entre as
crianças. Em 1981, foi criada a primeira Brinquedoteca Brasileira, na Escola
Indivinópolis, proporcionando o lazer, brincar atendendo diretamente a criança r
dando incentivo a um movimento de expansão da ideia a outras pessoas e
instituições.
Em 1984, foi criada Associação Brasileira de Brinquedoteca, o que fez crescer
o movimento no Brasil inúmero eventos foram realizados, começando a surgir a
Brinquedotecas em diferentes estados brasileiros. Desde então a associação
Brasileira tem se mantido atuante na divulgação, no incentivo e na orientação a
pessoa e instituições. Sendo assim, pode-se afirmar que este tipo de espaço lúdico
o maior objetivo é promover momentos de prazer e alegria para as pessoas que a
visitam e descubram por meio do brincar suas possibilidades lúdicas.
Segundo o dicionário Larousse (1992, p. 699) o termo lúdico vem do Latim -
Ludus e traduz-se por jogo, brinquedo, divertimento, passatempo, relativo ao jogo
enquanto componente do comportamento humano.
14
No espaço da brinquedoteca é nítido então que se pode proporcionar um
ambiente em que a criança brinque sem pressões estimulando sua capacidade de
concentração e atenção, o favorecimento do equilíbrio emocional para o
desenvolvimento da sociabilidade e criatividade, dar oportunidade para brincar e
participar incentivando a valorização do brinquedo com atividades geradoras de
desenvolvimento intelectual, emocional e social etc.
Segundo Cunha (1997, p.14) diz:
A principal implicação educacional da brinquedoteca é a valorização
da atividade lúdica, que tem como consequência o respeito às
necessidades afetivas da criança. Promovendo o respeito à criança,
contribui para diminuir a opressão dos sistemas educacionais
extremamente rígidos. Além de resgatar o direito à infância, a
brinquedoteca tenta salvar a criatividade e a espontaneidade da
criança, tão ameaçadas pela tecnologia educacional de massa.
Assim, todo o espaço lúdico é decorado para estimular magia, sensações e
emoções nas pessoas que a visitam. Seu ambiente pode ser dividido em pequenos
núcleos como: o canto do “Faz de conta” onde se encontram objetos de casinha
(utensílios de cozinha, lavanderia, quarto e sala) as bonecas, carrinhos de bebê,
banheira, dentre outros objetos; Canto da pintura o qual estimulamos suas
habilidades artísticas por meio de desenhos, pintura, utilização de massa de
modelar; Canto das Invenções onde ocorre a construção de objetos e formas
através da criatividade e os espaços de jogos livres, como: sinuca, totó, boliche,
amarelinha, cama elástica, jogos e brinquedos estruturados e não estruturados, de
playground (castelo, escorregador, polvo etc.). Jogos e brinquedos específicos para
deficientes visuais e adaptados para este grupo com materiais alternativos.
Montessori, Pestalozzi, Froebel, Dewey e Piaget são apenas alguns dos mais
importantes filósofos da educação que sempre defenderam a colaboração do lúdico
para o processo de socialização e da educação.
A aprendizagem precisa ser significativa, por isso o UNIBERO estabelece
como meta a organização de uma Brinquedoteca trazendo para o mundo lúdico das
crianças da comunidade jogos, socializa-se e vive a realidade da existência de seu
15
próprio corpo, cria seu mundo, desperta a vontade de construção anterior, adquiri
consciência e sai em busca do outro pela necessidade que tem de companhia.
Pretende-se que a Brinquedoteca venha contribuir para a formação integral,
educando e colaborando para a germinação de um novo homem possuidor de
autonomias, criativo e critico capaz de construir uma nova humanidade. A
introdução da brincadeira no contexto infantil inicia-se, timidamente, com a criação
dos jardins de infância, fruto da expansão da proposta froebeliana que influência a
educação infantil de todos os países.
A difusão não é uniforme, pois depende de valores selecionados,
apropriações de elementos da teoria e forma como seus discípulos a traduzem. A
apropriação resume o modo pelo qual cada realidade interpreta um dado teórico que
reflete a orientação cultural de cada país.
Bloch e Choi (1999) indicam a presença do brincar supervisionado nas
creches que surgem ainda no século XIX, durante a guerra civil, estimulados pelo
movimento de assentamento das famílias, pelo crescente aumento de pobres
urbanos, fruto de deslocamentos sócios causados pela industrialização, urbanização
e intensa integração.
Nessa época a América, sendo uma sociedade relativamente homogênea,
busca ideias como liberdade individual, ordem social e unidade nacional. Com a
penetração dos imigrantes a partir da educação, predominam crenças acerca da
diferença de necessidades de crianças pobres e de elite, de que as crianças
aprendem melhor por meio de brincar.
Considerado por Blow (1991) psicólogo da infância, Froebel introduz o brincar
para educar e desenvolver a criança. Sua teoria metafísica pressupõe que o brincar
permite o estabelecimento de relações entre objetos culturais e a natureza,
unificados pelo mundo espiritual. Ele concebe o brincar como atividade livre e
espontânea, responsável pelo desenvolvimento físico, moral, cognitivo, os dons ou
brinquedos, objetos que subsidiam atividades infantis. Entende também que a
criança necessita de orientação para o seu desenvolvimento.
16
A teoria Froebeliana proporciona subsídios para a compreensão da
brincadeira como ação livre da criança e o uso dos dons, objetos como suporte da
ação docente, conhecidos hoje como materiais pedagógicos, permite a aquisição de
habilidade e conhecimentos, justificando os jogos educativos.
Essa evolução dos materiais cria a necessidade de adequar o espaço da
brincadeira, sem que se perca a característica do brincar com, a ação livre, iniciada
e mantida pela criança.
A prática pedagógica brasileira por longo tempo não referenda a associação
intima entre materiais, espaços e brincadeiras. A revisão curricular dos anos 80,
reafirmando o valor do folclore, de brinquedos e brincadeiras tradicionais, permite a
instalação de brinquedotecas como instituições que emprestam brinquedos e
oferecem novos espaços de exploração lúdica levando as instituições a voltarem à
atenção para brincá-lo infantil.
A introdução de brinquedotecas dentro de instituições de educação infantis,
tradicionalmente de orientação conteudistas ou sanitárias e higiênicas, certamente
contribuem para os profissionais repensarem o papel da brincadeira para as
crianças dessa faixa etária.
A prática pedagógica nas creches e pré-escolas parece referendar grandes
espaços vazios de brinquedos e objetos culturais que estimulam o imaginário infantil
e permitem a expressão de temáticas de faz de conta. Predominam, sempre, salas e
corredores desprovidos de objetos em que se podem apenas correr, pular, rolar,
trombar com outros.
Muitas vezes, uma bola ou alguns brinquedos dispersos estimulam a posse e
a manipulação sem vinculação com, qualquer intenção de brincar da criança ou,
ainda o oposto, salas repletas de mesas e cadeiras em que se desenvolvem
atividades coletivas, consideradas “pedagógicas”, sob a supervisão do professor.
Os brinquedos estão geralmente guardados em estantes ou armários, longe
do acesso das crianças e quando disponíveis, não há quantidade suficiente, se
estimulam ações lúdicas que propiciam a expressão do imaginário.
17
A brinquedoteca é mais que um simples depósito de brinquedos, seu objetivo
é estimular a criança a brincar, oferecendo a ela um acervo de brinquedos e
brincadeiras de diversos tipos, através de pessoal treinado para este atendimento.
Há duas formas de organizar a brinquedoteca para possibilitar o acesso das
crianças aos brinquedos: através de empréstimo, para brincar em casa
(brinquedoteca circulante) ou então oferecendo instalações onde as crianças vão
brincar.
Além de promover o acesso a brinquedos e a brincadeiras, a brinquedoteca,
pode ter também como objetivo o auxilio no treinamento de criança hospitalizada,
quando instalada em um hospital, por exemplo.
As atividades, as instalações, o tipo de brinquedo, o atendimento e os
serviços disponíveis na brinquedoteca variam de uma situação para outra. As
necessidades e características do público a ser atendido devem ser observadas com
cuidado no processo de planejamento da implantação da brinquedoteca ou rede de
brinquedoteca, pois determinarão à configuração do espaço, o acervo, o treinamento
do pessoal e as atividades realizadas.
1.1- A importância do brincar
O brincar é a essência da infância.
Antigamente, a criança não tinha existência social e era considerada
miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo,
nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança
iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda
familiar.
Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na
humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram
vistos como fúteis e tinham como objetivo a distração e o recreio. Cada período da
história humana e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas a que mais
predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em
miniatura, dando à criança uma visão negativa.
18
Aproximadamente no século XVIII, diferentes estudiosos de varias áreas do
conhecimento começaram a se preocupar em dar uma conotação diferente para a
infância, estas ideias foram consolidadas no início do século XX, quando psicólogos
e pedagogos começaram a considerar a criança como uma pessoa especial com
especificidades, características e necessidades próprias. Foi preciso que houvesse
uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse
associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como
decorrência à valorização dos jogos e brinquedos.
O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento
infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de
consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes que
podemos destacar sobre o brincar são:
 Que as atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois
permitem a formação do autoconceito positivo;
 O brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que
através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive
socialmente e opera mentalmente;
 O jogo, brinquedo e a brincadeira são produtos de cultura e seus usos
permitem a inserção da criança na sociedade;
 Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde,
a habitação e a educação;
 Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo,
intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma
conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a
expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade,
integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento;
 O brincar é essencial para a saúde motriz e mental;
 O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto
possibilita a mediação entre o real e o imaginário.
19
O ato de brincar é de grande importância para a criança independente da sua
faixa etária de idade, pois o lúdico contribui para estimular de várias funções
cognitivas, motrizes, linguísticas e imaginativas. De acordo com Winnicott (1975)
citado por Souza (2008) o brincar é universal, uma forma básica de viver, e é
somente no brincar que o indivíduo pode ser criativo, ou seja, o individuo se liberta,
soltando sua imaginação.
Segundo, o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1994), a criança e o
adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento. Por meio destas afirmações podemos confirmar a
importância no ato do brincar e a importância da brinquedoteca.
A educação infantil é um dos poucos lugares onde o lúdico é valorizado,
sendo aceitável utilizar a brincadeira e o jogo como elemento estratégico para
desenvolver ensino e aprendizagem. É através da brincadeira que a criança
interage, comunica-se com os demais participantes daquele meio, seja em casa e/ou
na escola, nesta última a brincadeira deve ser usada como um instrumento para
educar a criança.
É necessário que a escolha de brinquedos obedeça a critérios bem
fundamentados, seja compatível com a idade da criança e possa ser capaz de
estimular seu desenvolvimento.
Na faixa etária de 1 a 2 anos sugere-se brinquedos para os seguintes tipos de
atividades: Manuais – cubos de encaixe, blocos de construção com base grande.
Dramatização – bichinhos de pelúcia, bonecas, carrinhos de plástico, conjuntinhos
de mobília, panelinhas. Ritmo e música – chocalho, guizos, violinha.
De 3 a 4 anos, sugerem-se brinquedos para as seguintes atividades:
Manuais – blocos de construção, lápis de cor e papel sem pauta, quebra-
cabeça simples. Dramatização – bonecas, moveizinhos, panelinhas, pratinhos;
objetos de vestuário para dramatizar. Ritmo e música – tambores, apitos,
cornetinhas, sanfonas; cânticos que associem a marcha; palmas; brinquedos de
20
roda, de bola, de boneca. Livros – resistentes com gravuras coloridas, de histórias
simples, com repetições frequentes (como três porquinhos).
De 5 a 6 anos, sugerem-se brinquedos para atividades:
Manuais – blocos de construção de vários tamanhos, lápis de cor, papel sem
pauta, massa para modelagem, cola, papeis coloridos, tesoura com ponta, giz de
várias cores. Dramatização – bonecas, mobília, louças, panelinhas e talhares de
brinquedos, palhaços de circo (bonecas), frutas e legumes de plástico, miniaturas de
animais, navios, aviões. Ritmo e música – tambores, reco-reco, corneta, sanfoninha,
violinha, xilofone etc. Livros – histórias simples, com ilustrações coloridas, gênero
“chapeuzinho vermelho” etc.
21
2- TIPOS DE BRINQUEDOTECA
Inicialmente, o empréstimo de brinquedo foi a principal característica das
brinquedotecas. Mas sua difusão aconteceu rapidamente e outros serviços adotados
por instituição diversificaram sua dinâmica, criando tipos variados.
As Brinquedotecas classificam-se em função de diferentes fatores, entre eles,
a situação. Geográfica, as tradições e as culturas de cada povo, o sistema
educacional, os materiais e espaços disponíveis, os valores e as crenças e os
serviços prestados, entretanto, independente primordial que assegure o direito das
crianças de brincar.
A Brinquedoteca Escolar, que se encontra dentro da instituição de ensino na
maior parte das escolas brasileiras, busca assegurar o desenvolvimento integral da
criança, com cantos. Ex: canto do faz de conta, do construtor, da leitura é importante
reconhecermos que não é apenas um lugar cheio de brinquedos e jogos, mais do
que isso, é um setor pedagógico na qual se preocupa em privilegiar o brincar como
principal método na construção de identidade e autonomia das crianças pequenas.
Enquanto a criança brinca, naquele prazeroso momento, ela estará adquirindo
várias habilidades, expressando seus sentimentos, exercendo a linguagem, trocando
informações e experiências com os demais companheiros e assim desenvolvendo
sua aprendizagem.
A Brinquedoteca, hospitalar não e muito diferente da escolar, pois apresenta
requisitos de interação e também prioriza o brincar da criança.
As crianças que residem em hospitais, certamente tem um lado emocional
mais afetado, uma carência talvez maior e um desejo de brincar tão bem mais
aguçado do que as que estão do lado de fora, com suas famílias. Por isso é
importantíssimo que esse espaço ofereça prazer, comodidade e segurança para as
crianças.
A implantação de uma brinquedoteca é possível com pequenos investimentos
que variam em função do tamanho do seu acervo e das instalações. Alem do espaço
22
para as brincadeiras, deve haver espaço para sanitários, depósitos e administração.
O espaço para as crianças pode ser composto de várias salas ou um salão único
dividido em vários ambientes ou “cantos” para atividades diferentes através de
tapetes, tipos de piso, biombos ou pela disposição de mobília e dos brinquedos.
A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidades
filantrópicas, particulares e de empresas. Este apoio pode se entender não só à
doação de brinquedos e equipamentos, mas também ao empréstimo de instalações
e orientação na implantação do projeto e no treinamento de funcionários.
Uma vez instalada, a brinquedoteca não apresenta custos elevados de
operação. O principal item normalmente é o custo de pessoal. E preciso reserva de
recursos para material de escritório, limpeza, energia elétrica, água e também para
assepsia e reforma de brinquedos.
Os tipos mais comuns de brinquedoteca são as de:
 Escolas: geralmente são escolas que trabalham com Educação
infantil e procuram suprir as necessidades de matérias para o
desenvolvimento da aprendizagem. Caracterizam-se pela montagem de um
acervo, sendo utilizada a própria sala de aula como espaço para brincar: Logo
após a utilização, os brinquedos retomam a sala do acervo. Sua dinâmica é
semelhante à de biblioteca.
 De bairro. Montadas com a participação da comunidade e de
associações, sendo frequentadas pelas crianças da comunidade;
 Dos hospitais ou clínicas: esse tipo colabora no tratamento de
crianças com problemas, para amenizar traumas da internação ou como
terapia;
 De universidades: montadas por profissionais de educação, com
finalidade principal de pesquisa e formação de recursos humanos;
 Circulantes: também chamada de ambulantes, moveis
itinerantes. Esse tipo pode ser adaptado a um ônibus ou instalado dentro de
um circo. A finalidade é levar a Brinquedoteca á diferentes lugares;
23
 Biblioteca: funciona somente como setor de empréstimo;
 Rodízio; não tem lugar definido, um grupo de criança troca
brinquedos sob forma de rodízio, levando para casa o brinquedo emprestado
por um tempo determinado, um novo encontro é marcado e os brinquedos
são novamente trocados.
 Temporárias: são montadas em locais onde acontecem grandes
eventos, para oferecer um espaço para a criança, enquanto os pais
participam da programação.
O espaço ocupado pela brinquedoteca pode ser simples ou sofisticado. O
importante é que, por meio das instalações, móveis, decoração e disposição dos
brinquedos, as crianças sintam vontade de brincar e expressar, individualmente ou
em grupos. Ou seja, deve estimular a criatividade e as práticas sociais dos
envolvidos.
Apesar de sua difusão ganhar espaço a cada dia, poucos estudos são
encontrados na literatura relatando os aspectos essenciais para a criação e
manutenção de uma brinquedoteca.
Sabe-se que, na grande maioria dos casos, as mesmas são criadas, mantidas
ou nascem de uma atividade espontânea de seus criadores e com isso pouco de
sistemático existe escrito sobre tais experiências.
No planejamento da utilização temporal do espaço, deve-se resguardar um
horário para a formação continuada, avaliação e planejamento para continuo
andamento. A brinquedoteca nunca deve ficar descontextualizada, ou seja, grande
parte das atividades e direcionamentos assumidos neste ambiente estará em
consonância com aspectos fundamentais da instituição, por exemplo, caso se avalie
que determinadas crianças estão com dificuldades de socialização na sala de aula, o
contexto de brinquedoteca é exatamente adequado para serem dirigidas atividades
que facilitem o desenvolvimento de atividades para fins de desenvolver a
socialização.
24
25
3- TIPOS DE BRINCADEIRAS
A brincadeira deve ser uma das principais ocupações das crianças. É o
laboratório onde elas aprendem como funciona o mundo, quem é, quem poderia ser
e o que podem ou não podem fazer.
Mas nem todas as brincadeiras são iguais, nem pelo seu estilo nem pelos
seus efeitos. Se observar atentamente os diferentes tipos de brincadeiras de uma
criança, verá como enfrenta o mundo.
 Brincadeira simbólica
 Brincadeira paralela
 Brincadeira de imaginação
 Brincadeira de colaboração
 Brincadeira simbólica
Para um bebê ou uma criança pequena, um lego é um lego. Se lhe derem
mais do que um, pode acontecer que faça uma coluna ou que puxe um de cada
lado. Mas quando estiver perto de fazer dois anos, começará a fazer muitas mais
coisas com os legos: uma casa, um carro ou qualquer outra coisa.
Os brinquedos convertem-se em símbolos de outros objetos. Uma menina
pode tentar alimentar a sua boneca como se fosse outro bebê. Se a observar
atentamente, pode acontecer que a veja a pegar na boneca ou no ursinho de pelúcia
é do mesmo modo que você pega nela.
Este tipo de representação simbólica demonstra o complexo que começa a
ser o seu cérebro. Também lhe permite preparar-se para enfrentar os
acontecimentos que a rodeiam e que por vezes a assustam. Por exemplo, se o
pediatra tiver que examinar os ouvidos da menina para ver se existe uma infecção, e
a menina for sensível ao choro, pode começar por olhar para os ouvidos da boneca
que ela tiver trazido. Deste modo, a pequena sabe de antemão o que vão lhe fazer,
o que contribui para eliminar a sua ansiedade.
26
Brincadeira paralela: As crianças pequenas necessitam de companheiros de
brincadeiras, embora brinquem com eles de forma bastante diferente do que o
fazem as crianças mais velhas. Deixe dois bebês de 18 meses com brinquedos
parecidos no mesmo quarto e verá que não parecem prestar muita atenção um ao
outro. Mas se os observar atentamente, em breve notará que se um pegar num
caminhão, o outro faz o mesmo. Se o primeiro bebê olhar para esse caminhão e
disser 'não' (uma das palavras preferidas de uma criança desta idade), é provável
que o segundo o imite e grite igualmente 'não!'. Se os bebês já forem
suficientemente grandes para emitir palavras, talvez os ouça a manter o que parece
ser uma conversa sem sentido. 'Cãozinho, vai carro'. 'Esse caminhão grande!' 'Tem
fome cãozinho?' 'Caminhão meu. Brum, brummmm!
De forma diferente à que acontece com as crianças mais velhas, que se
relacionam e comunicam diretamente, as crianças pequenas brincam em paralelo.
Embora possa parecer que brincam de forma independente, as crianças desta idade
não deixam de observar a conduta do outro. A brincadeira paralela costuma ser o
primeiro passo para estabelecer vínculos sociais fortes dentro e fora da família. Os
companheiros de brincadeiras paralelas são os primeiros amigos da criança.
Brincadeira de imaginação: Entre as crianças pequenas, a linha entre a
fantasia e a realidade é maravilhosamente difusa. As crianças em idade pré-escolar
ou um pouco menores podem lutar com dragões ou voar até à lua, tudo isto sem sair
do quarto. Se quiser construir um forte para uma criança desta idade, não necessita
de mais do que duas cadeiras e uma manta para cobri-las. As brincadeiras de
simulação são muito recomendáveis uma vez que superam os limites dos
acontecimentos da vida real, e permitem à criança explorar novas ideias e
experimentar a vida a partir de uma perspectiva diferente.
A partir dos três anos de idade, as brincadeiras de simulação costumam
incluir amigos imaginários. Estes amigos simulados costumam fazer coisas que a
criança não pode ou que não se atreve a fazer. Um amigo imaginário pode ser muito
exigente ou grosseiro com os adultos e com as crianças mais velhas. Pode ter
poderes mágicos ou uma imensa força ou sabedoria, desta maneira a criança
experimenta a vida de uma perspectiva diferente e brinca com a noção do poder.
27
Também é uma forma de culpar outro quando a criança entorna sumo no
tapete.
Embora o aparecimento de um companheiro imaginário preocupe por vezes
os pais, não há motivo para isso, de fato deveria ser motivo de alegria. Os estudos
realizados pelo Dr. Jerome Singer na Universidade de Yale demonstram que os pré-
escolares que tiveram amigos imaginários tendem a mostrar maior imaginação e um
vocabulário mais rico do que o resto dos seus companheiros. Além disso, costumam
ser mais felizes e dar-se melhor com os seus companheiros, é interessante observar
que algumas destas crianças nunca revelaram aos pais a existência do amigo
imaginário.
Brincadeira de colaboração: Os pré-escolares passam da brincadeira solitária
e em paralelo para a brincadeira de colaboração. É neste momento que a criança
aprende a dominar importantes aptidões sociais, como a linguagem falada, a
partilhar, a respeitar a sua vez, a obedecer a normas e a negociar. Todas estas
condutas são muito difíceis para uma criança aprender, ao fim nesta idade a criança
acredita que é o centro do universo.
Partilhar - Quando um pré-escolar quer alguma coisa, a ideia de deixar que
outra pessoa a tenha é quase que insuportável. Aprender a partilhar é, todavia mais
complexo devido ao fato desta palavra se utilizar de forma confusa. (Se pedirmos a
uma criança que partilhe os seus brinquedos, em breve ser-lhe-ão devolvidos, mas
se lhe pedirmos que partilhe as bolachas, nunca as voltará a ver.) É mais fácil para
os pré-escolares partilharem se estiverem acostumados a brincar com os pais a dar-
lhes coisas que lhe são devolvidas depois.
Respeitar a sua vez - Os desejos de um pré-escolar são urgentes e imediatos.
Quando quer alguma coisa, quere-a AGORA! Às vezes obrigam-no a exercitar a
paciência ao atrasar a gratificação ao ser obrigado a imaginar como estarão a
passar as crianças que estão a brincar. Por isso ser-lhe-á muito útil à capacidade de
empatia que tenha adquirido em casa e durante a brincadeira paralela.
Cumprir as regras - Todas as crianças querem ganhar. A maior parte delas
fará tudo o que puder para consegui-lo, mesmo que tenha que fazer algumas
28
batotas. Embora os adultos o possam permitir, os companheiros delas,
especialmente na escola ou na infantaria, não o farão, o que os obrigará a aprender
uma boa (e dura) lição sobre a importância de cumprir as regras.
Negociar - Quem é o primeiro? Como se decide a que se brinca? Quem é o
polícia e quem é o ladrão? A brincadeira em colaboração obriga a criança a dar além
de receber, a arranjar um compromisso sobre o que quer: algo difícil de aceitar
quando se é o centro do universo. Mas quando a criança souber negociar, partilhar,
brincar por turnos e cumprir regras, terá percorrido uma boa parte do caminho para
se souber desvencilhar no pátio do colégio, no alojamento da faculdade e na sala de
reuniões da empresa.
A brincadeira na educação infantil é caracterizada da seguinte forma:
brinquedo educativo, brincadeira tradicional, brincadeira de faz de conta e a
brincadeira de construção.
Portanto observe e acompanhe todos os dias as crianças enquanto brincam.
Deste modo, poderá conhecer em profundidade o seu desenvolvimento social e a
sua capacidade intelectual, além disso, é muito divertido.
29
4- BRINQUEDISTA
Com o surgimento da Brinquedoteca tornou-se necessário pensar num
profissional específico para entender a necessidade desta nova instituição. Ao
configurar este serviço usamos o termo brinquedista para determinar esta função
que já é bastante conhecido.
O brinquedista é aquele profissional que trabalha com a criança, fazendo a
mediação criança / brinquedo. Sendo assim, o mais importante dentro da
brinquedoteca, antes de qualquer coisa, deve- se ao educador, ou seja, antes de ser
especialista em brinquedo, ele deve ter em sua formação conhecimentos de ordem
psicológica, pedagógica, sociológica, literária, artística, enfim elementos que lhe
deem uma visão de mundo e um conhecimento sólido sobre a criança, os
brinquedos, os jogos, as brincadeiras, a escola, o homem e a sociedade em seus
diversificados momentos de desenvolvimento.
Precisa-se na brinquedoteca de um educador / brinquedista, unindo esses
dois polos é fundamental para o equilíbrio teórico/prático, pois a primazia do
educador sobre o brinquedista poderá resultar num pedagogista. Por outro lado, a
primazia do brinquedista sobre o educador poderá transformar o trabalho nas
brinquedotecas em espontaneísta, sem caráter científico, transformando-as em
depósitos de crianças e brinquedos, onde tudo ou nada pode acontecer.
Ambas as tendências já se percebem nas brinquedotecas brasileiras: existem
aquelas que, em nome de uma liberdade para criança, transformam o trabalho num
caos, com brinquedos desorganizados, crianças soltas e sem apoio, apenas alguém
olha de longe como espectador, conferindo ao brinquedista o papel de “babá de
luxo”. Por outro lado, há brinquedotecas muito organizadas, e o brinquedo torna-se
uma tarefa escolar para a criança.
O desafio é chegar ao equilíbrio entre esses dois modelos. A adequação entre
eles é uma questão que resulta da não fragmentação dos processos teóricos
pressupostos e que embasam nosso fazer cotidiano. Onde buscar informações?
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Entendemos que os cursos de formação de profissionais para Educação
Infantil deveriam estar inseridos conteúdos teóricos e práticos consistentes para
atuarem também em brinquedotecas. Contudo, pela realidade destes cursos, fica
claro que os currículos não contemplam disciplinas de caráter lúdico suficientes para
tal formação. No Brasil não existe um curso institucionalizado para o
educador/brinquedista.
Não se pode ignorar, entretanto que tendo em vista o fato de que as
brinquedotecas são laboratórios vivos e que pelo seu trabalho atraem crianças, pais,
professores, especialistas e pessoas interessadas no assunto, podemos afirmar que
elas vêm se transformando em polos de capacitação, oferecendo cursos,
seminários, estágios e treinamento em serviço.
Em função dessa realidade, é necessário fazer um trabalho de sensibilização
nas universidades e agências de recursos humanos para Educação Infantil, a fim de
que se possa repensar seus currículos, adequados às novas necessidades e criar
cursos específicos para formar o educador/brinquedista, preenchendo a lacuna
desta área e formando um profissional sério que estuda, pensa, pesquisa,
experimenta, dando um caráter de cientificidade o seu trabalho. E ao mesmo tempo,
que sejam pessoas dispostas a demonstrar sua sensibilidade, entusiasmo, que
chora, ri, canta e que principalmente ama brincar.
31
5- COMO MONTAR UMA BRINQUEDOTECA
O planejamento do ambiente da brinquedoteca deve ser um projeto em
conjunto. Quando a instituição já possui um espaço reservado, este deve ser
visitado por todos os membros da equipe, sendo seu planejamento uma produção
da opinião de todos os envolvidos, onde devem ser considerados os objetivos
propostos e o público que será atendido.
Pode-se dividir o movimento de preparação da brinquedoteca em equipe e
espaço. Só uma equipe bem estruturada e afinada em seus objetivos garantirá a
preparação de um espaço corrente. Ela não deve ser projeto apenas de uma pessoa
que vai oferecer o serviço, o gestor, por exemplo, mas sim, deve ser um projeto
construído em conjunto com a participação e direção dos professores, incluírem as
sugestões das crianças que utilizam o espaço desde os movimentos iniciais e
principalmente para depois de sua implantação.
É muito importante considerar que o ambiente da brinquedoteca precisa
incentivar as crianças a brincar e explorar o ambiente, assim se faz necessário uma
atenção especial à organização, as cores a decoração das paredes, podendo ainda
utilizar o espaço do recreio. Grande parte das atividades e direcionamentos
assumidos neste ambiente deve estar em consonância com aspectos fundamentais
da instituição em que está inserida.
O contexto de brinquedoteca é extremamente adequado para serem
divididas em atividades para fins de desenvolver não só a socialização, mas também
abordar e trabalhar questões diversas que possam vir a aparecer nos momentos em
que estiverem neste local.
Uma brinquedoteca não exige uma infraestrutura sofisticada e pode ser
montada numa sala, com as adaptações necessárias para garantir o conforto e a
segurança dos usuários. Móveis, decoração, brinquedos e jogos devem ser
escolhidos levando em consideração as especificidades do segmento ao qual a
brinquedoteca se destina.
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Tudo o que for colocado à disposição dos alunos na brinquedoteca, deve ter o
certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro),
uma garantia de que os objetos não oferecem riscos ao serem manipulados.
Embora todo o espaço tenha que ter um planejamento cuidadoso, o professor
deve evitar o direcionamento das atividades e não deve definir previamente quem
vai brincar com o quê, ou por quanto tempo, mas sim, deixar que as crianças façam
suas escolhas.
O ideal é reservar períodos maiores do que a duração de uma aula para as
atividades na brinquedoteca e deixá-la sempre aberta a fim de que seja bem
explorada por todos que devem ser responsáveis pela organização do espaço.
Ao gestor, cabe garantir que essa sala esteja sempre bem equipada e em
segurança e que os educadores valorizem o espaço, contemplando a importância do
brincar nos momentos de formação em serviço de professores e funcionários.
É importante salientar que brincadeiras ativam o cérebro da criança,
desenvolvimento motor, criatividade, capacidade de concentração e socialização.
Os cuidados para a montagem de uma brinquedoteca geralmente são:
 Orientação pedagógica;
 Ambiente arejado;
 Aquisição de brinquedos de qualidade;
 Segurança;
 Higiene;
 Área atrativa aos olhos das crianças com decoração adequada;
 Renovação de brinquedos de tempos em tempos.
 Reposição de brinquedos com frequência de acordo com os estragos
ocasionados pelo uso;
A importância de uma Brinquedoteca bem montada é a ampliação do
conhecimento da criança ao mundo criando oportunidades de convívio e respeito ao
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próximo e aos brinquedos que não são seus e sim de uso coletivo, cuidando da
mesma forma como se fossem seus.
Alguns brinquedos que são apreciados pelas crianças e devem fazer parte de
uma brinquedoteca são eles:
 Utensílios médico;
 Bonecas de todos os tipos e tamanhos;
 Carrinhos;
 Instrumentos musicais;
 Casinhas de bonecas com portas e janelas que abrem e fecham;
 Cabanas ou barracas;
 Objetos que lembrem supermercados como carrinhos de compras e
máquinas registradoras;
 Objetos de casa como fogão, geladeira, pia, comidas imitando a realidade;
 Mamadeiras, roupinhas de bebê;
 Lousa com giz;
 Fantasias diversas;
 Bichinhos de pelúcia, fantoches;
 Brinquedos pedagógicos de montar;
 Quebra – cabeças;
 Lap – top, celulares e outros objetos que imita a realidade;
 Ferramentas e muitos outros;
A brinquedoteca deve ser um espaço colorido, com mobiliário multifuncional e
adequado ao tamanho das crianças, paredes forradas por painéis e quadros de
avisos, pisos com tapetes, almofadas e baús, prateleiras de brinquedos
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convencionais, eletrônicos e reciclados, além de sacos para guardar cordas, panos e
bolas.
Essas ideias podem ser melhoradas com aquisição de um espaço próprio
dentro da escola onde só funcione a brinquedoteca. Sem que haja outros utensílios
nesse espaço. Um espaço como a brinquedoteca é um ambiente que possibilita
ricas vivências, pois neste meio a criança poderá fazer escolhas, poderá expressar
seu conhecimento de mundo, ampliar este conhecimento e criar utilizando as
diversas possibilidades que um ambiente organizado desta forma oportuniza.
Contudo, é importante ressaltar que para a criação deste ambiente não basta
apenas à criatividade do professor, pois nem todas as instituições têm a estrutura
necessária para que o educador tenha essa possibilidade de organização em sua
sala, ou de um espaço coletivo na instituição.
Para concretizar o plano de uma brinquedoteca, o professor não pode apenas
utilizar materiais como sucatas que precisarão de reformas constantes, pode
também procurar parcerias com a comunidade e comércios locais. Ou seja, a
construção desse importante espaço educativo, dependendo da realidade em que a
instituição encontra-se, infelizmente implica muitas dificuldades e desafios.
Uma brinquedoteca deve contar com atrativos que estimulem a criança a
brincar, possibilitando o acesso a uma variedade de brinquedos, dentro de um
ambiente especialmente lúdico. Porém quanto melhor ficar o ambiente mais
interessante ficará para as crianças sendo um espaço.
A brinquedoteca nada mais é que um lugar encantado, um espaço dedicado
especificamente a estimular crianças e jovens a desenvolverem sua criatividade e
coordenação motora enquanto estão rodeados por um ambiente colorido, alegre e
repleto de brinquedos e atividades sendo livres para brincar a vontade enquanto
exploram com segurança e apoio pedagógico, um mundo lúdico só deles.
Pode-se dizer então que, a brinquedoteca é uma provável substituição ao
playground, em um espaço indoor com mais oportunidade de brincadeiras e
interação com outras crianças, jovens e até adultos, já que possibilita brincar com
diversos tipos de brinquedos e experimentar os mais variados jogos.
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Sendo um espaço de bem-estar, este local deve priorizar o brincar livre e
espontâneo, fazendo com que as crianças se sintam felizes e relaxadas. Problemas
de comportamentos inadequados deverão ser tratados com especialistas.
É importante frisar que os profissionais de recreação, o brinquedista e
educador devem ser capacitados para exercer essas atividades.
Na Brinquedoteca a criança vivencia diversas atividades lúdicas, na verdade a
criança passa a se conhecer melhor, a dominar suas angústias e a representar o
mundo exterior, usando para isso o brinquedo. Pois enquanto a criança brinca,
naquele prazeroso momento ela estará adquirindo várias habilidades, expressando
seus sentimentos, exercendo a linguagem, trocando informações e experiências
com os demais companheiros e assim desenvolvendo sua aprendizagem.
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6- DIFERENTES CITAÇÕES SOBRE A BRINQUEDOTECA
Com as leituras para meu trabalho, pude perceber a importância da
brinquedoteca sobre a visão de diferentes autores e em pesquisa localizei um blog
que mencionava diferentes citações sobre o tema as quais achei interessante utilizar
para apresentar um pouquinho dos diferentes pensamentos que se interligam sobre
este assunto.
Os brinquedos são convites para a interação; portanto, devem
merecer nossa atenção especial. Eles podem seduzir disseminar
ideologias, introduzir bons ou maus hábitos e desenvolver
habilidades. Certamente os brinquedos também podem ser ótimos
recursos pedagógicos (Cunha, 1992)
No entanto, enquanto o prazer não pode ser visto como uma
característica definidora do brinquedo parece-me que as teorias que
ignoram o fato de que o brinquedo preenche necessidades da
criança, nada mais são do que uma intelectualização pedante da
atividade de brincar. Referindo-se ao desenvolvimento da criança em
termos mais gerais, muitos teóricos ignoram, erroneamente, as
necessidades das crianças – entendidas em seu sentido mais amplo,
que inclui tudo aquilo que é motivo para a sua ação. (Vygotsky 1998,
p.121)
[...]ainda hoje existe, em LOS Angeles (EUA), a brinquedoteca
chamada de "Toy Loan" ou " Toy Libraries", tendo como propósito
emprestar brinquedos, caracterizado como recurso comunitário
utilizado atualmente. (Friedmann,1998,p.174)
A brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a
vida social das crianças. Caracteriza-se por ser transmitida de forma
expressiva de uma geração a outra ou aprendida nos grupos infantis,
na rua, nos parques, escolas, festas, etc., incorporada pelas crianças
de forma espontânea, variando as regras de uma cultura a outra (ou
de um grupo a outro); muda a forma, mas não o conteúdo da
brincadeira; o conteúdo refere-se aos objetivos básicos da
brincadeira; a forma é a organização da brincadeira no que diz
respeito aos objetos ou brinquedos, espaço, temática, números de
jogadores, etc.(Friedmann, 1992, p. 26)
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[...] a Brinquedoteca escolar é um espaço que permite o brincar
livremente, com todos os estímulos à manifestação de suas
pontecialidades e necessidades lúdicas, com presença de muitos
variados e diversos materiais, permitem a expressão da criatividade
infantil. (Almeida Casarin, 2002,p.1)
A brinquedoteca poderá funcionar, assim, como um lugar em que
pais e filhos se relacionem melhor e desfaçam dúvidas quanto à
compra deste ou daquele brinquedo. Assim, dando à criança a
liberdade para explorar diversos tipos de brinquedos, estaremos
proporcionando o desenvolvimento de sua habilidade de reconhecer
objetos e ações, de distingui-los entre si, de tomar consciência de
suas similaridades e diferenças e, finalmente, de abstrair, classificar
e simbolizar. E tudo isso virá, naturalmente, de uma rica e ativa vida
de brincadeiras. (Bontempo, 1992)
A brinquedoteca é um espaço onde o conhecimento a ser adquirido
tem possibilidade de ser trabalhado em suas significações e o
conhecimento já adquirido tem a possibilidade de ser ressignificado,
permitindo dessa forma o desenvolvimento integral, harmonioso e a
aprendizagem infinita da criança, sob a mediação do profissional
deste espaço, o educador-brinquedista.( Noffs 2001, p. 173)
[...} brincar é o ponto fundamental para o desenvolvimento de uma
aprendizagem que valorize o desejo de aprender e tendo a criança
como um ser integral” (FRIEDMANN apud RAUSCHKOLB e
SCHEIFLER, 1997,150).
A brinquedoteca é sempre um lugar prazeroso, onde os jogos,
brinquedos e brincadeiras fazem a magia do ambiente. Todas elas
têm como objetivo comum o desenvolvimento das atividades lúdicas
e a valorização do ato de brincar, independente do tipo de
brinquedoteca e do lugar onde está instalada, sejam num bairro,
numa escola, no hospital, numa clínica ou numa universidade. Cada
um destes ambientes tem sua função definida e usam os jogos e
brinquedos como estratégias para atingir seus fins, portanto cada
brinquedoteca apresenta o perfil da comunidade que lhe dá origem.
Santos (1997, p.97)
Pensa que a missão da brinquedoteca é ter disponível muitos
brinquedos e ensinar o manejo do jogo ou explicar as regras se for
necessário, mas a criança deve frequentá-la por vontade própria e
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pelo prazer de jogar, ou de encontrar amigos para jogar (BORJA
apud SANTOS, 1997, 85)
39
Os “games, jogos virtuais, não tem a mesma dimensão simbólica de
uma brincadeira com carrinhos ou bonecas”. (MEIRA, 2003, p.2).
Carneiro (2008, apud LIMA & DELMÔNICO, 2010, p.) descreve que,
"as brincadeiras voltam-se para o individualismo e a competitividade,
o uso dos brinquedos eletrônicos, a televisão passaram a disputar a
atenção das crianças", acarretando problemas de sociabilização,
integração e interação entre as pessoas, e principalmente entre as
crianças.
Diferentemente de Cunha (2007, op. Cit.) para Vygotsky (apud,
REGO 2011, p.80) "brinquedo não é o objeto em si, mas sim o ato de
brincar". Ou seja, não adianta encher a criança de brinquedos, dos
mais sofisticados e diversos possíveis, se a mesma não tem
oportunidade de criar seus próprios brinquedos, usando sua
imaginação, fantasias e explorar suas potencialidades.
Observando estes diferentes autores, podemos dizer que a brinquedoteca é
capaz de fazer com que as crianças por menores que sejam, e aqui dizendo em
especial da educação infantil, elas se desenvolvem em seu dia a dia brincando.
Nesses processos de desenvolvimento, cada criança no seu tempo elabora, planeja,
cria fantasia, erra e toma iniciativa para fazer novamente. Desta forma ela vai
criando segurança, independência e aprendendo que ela é capaz de resolver seus
próprios conflitos sem a interferência de um adulto.
Assim, as crianças que se tornarão adultos capazes de analisar situações e
tomarem decisões assertivas com mais facilidade.
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em nome da educação formal, cada vez mais cedo nossa sociedade tem
manipulado e monopolizado as crianças em atividade dirigidas, vigiando e quando-.
as em nome de objetos que visam atingir os resultados determinados pelos adultos.
Por isso, resgatar espaços, meios e tempo para as crianças brincarem
espontaneamente são sem dúvida, um dos nossos maiores compromissos e desafios
atuais, principalmente na área da educação.
Entretanto, na operacionalização desse resgate, temos de considerar que os
espaços livres usados anteriormente nas brincadeiras das crianças, estão sendo
ocupados hoje em dia por fábricas, edifícios, posto de gasolina, carros entre outros.
Antes, a rua era o principal lugar de encontros sociais, a criança pobre ou rica tinha
o seu universo e o utilizava à vontade. Aos poucos, as ruas, as praças deixaram de
ser o lugar de encontro e de aprendizado coletivo para se tornarem simples
passagens, ocupadas por desconhecidos, lugar sujo, cheio de perigo sendo preciso
afastar as crianças destes lugares.
Em síntese, a ocupação do espaço é uma supervalorização da escolarização,
para responder as exigências mercadológicas da industrialização proporcionaram a
saturação do tempo da criança com deveres e fazeres, restando muito pouco para
as atividades lúdicas e espontâneas.
A brinquedoteca pode, também, ter efeitos positivos para o processo de
aprendizado, através de jogos, brinquedos e brincadeiras que estimulem o
desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.
A brinquedoteca contribui para o processo de socialização das crianças,
oferecendo - lhes oportunidades de realizar livremente atividades individuais ou
coletivas. A interação entre crianças e adultos, abre-lhe oportunidades, de conhecer
novos aspectos do mundo.
41
Não descartando a importância da orientação e do estabelecimento de
diretrizes pedagógicas para a operação de brinquedoteca. Vale lembrar que mesmo
a oportunidade de brincar livremente játraz efeitos positivos para o desenvolvimento
das crianças.
A brinquedoteca é também um espaço de formação de educadores, pois
oferece condições de interação e observação das crianças. Dependendo do foco em
que a brinquedoteca é criada, ela é muito importante pois, pode também por
permitir que crianças com menos privilégios financeiros possa ter acesso a
brinquedos variados para brincar, nem que seja apenas por alguns instantes.
Quando se utiliza brinquedos e brincadeiras tradicionais, a brinquedoteca
resgata e reserva o patrimônio e a identidade cultural da sociedade.
Pode–se assim dizer que a brinquedoteca é um espaço destinado ao resgate
da ludicidade, do brincar espontâneo da criança e valorizando o brincar. Sendo
assim fica caracterizado a sua importância nos espaços escolares principalmente na
primeira infância, uma vez que por meio deste espaço e ambiente acolhedor que a
mesma deve proporcionar. A brinquedoteca tem a função de oportunizar a vivência
de diversas situações que as auxiliem no seu desenvolvimento, pois, a criança
aprende e se desenvolve afetivamente, cognitivamente, fisicamente e socialmente
com a interação tanto com os objetos, quanto com os iguais e os adultos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOM TEMPO, E. Brincar, fantasiar, criar e aprender. In Oliveira, V.b. de. O Brincar e
a criança do nascimento aos seis anos. 2 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
BRANDÃO, HELENA, FROESELER, MARIA DAS GRAÇAS, E.G. O Livro dos jogos
e das brincadeiras para todas as idades. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000.
CUNHA, Nylse. H. S. Brinquedoteca: espaço criado para atender necessidades
lúdicas e afetivas. Revista do Professor, Porto Alegre-RS. V. 1, n°44.p. 3-50,
outubro/dezembro, 1995.
CUNHA, Nylse Helena da Silva. A brinquedoteca brasileira. In: _, Santa Marli Pires
dos (org.). Brinquedoteca: O lúdico em diferentes contextos. 8º ed, Petrópolis:
Vozes, 2002.
Fonte: Artigo realizado por Lawrence Kutner, Prof. Dr., com o Prof. Dieter Wolk.
http://www.dodot.pt.
O Brinquedista e a dimensão lúdica. Disponível em:
<http://brinquedoteca.siteinteligente.com/si/site/0018007?idioma=portugues>
Professor da Pré-Escola (Vol. 1), Monique Deheinzelin e Zélia Vitória Cavalcanti
Lima, 198 págs., Ed. Globo, tel. (11) 3767-7863,
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/oito-questoes-como-
trabalhar-brinquedos-602333.shtml?page=1
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico: - 4ª
ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora
Cortez, 1996.
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Acervo itinerante de brinquedos | Plano de Aula - Educação
Infantil ...revistaescola.abril.com.br/.../acervo-itinerante-brinquedos-602355.shtm
ANEXOS
Em uma reportagem na Revista Nova Escola sobre oito questões de como
trabalhar com brinquedos
Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar
esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem
1) Como trabalhar bem sem uma brinquedoteca?
Ela não garante um trabalho bem-feito. Além disso, não é interessante que os
brinquedos fiquem restritos a um ambiente. As crianças precisam encontrá-los em
vários lugares e momentos. A preocupação maior deve ser em relação à
organização do local e ao acesso dos pequenos aos itens. De nada adianta ter uma
brinquedoteca se ela sempre estiver fechada ou se a turma só usá-la
esporadicamente. Se ela existir, o acesso deve ser livre, assim como a circulação de
brinquedos pela escola.
2) O que fazer se não existem brinquedos para todos?
É importante organizá-los para que sejam compartilhados, garantindo que
todos brinquem. Os educadores devem planejar intercâmbios de objetos entre as
turmas e a interação entre elas, inclusive reunindo crianças de idades
diferentes (leia a atividade permanente). A garotada tem muito a ganhar: há trocas
de ideias e o brincar se torna mais rico.
3) Armas de brinquedo devem fazer parte do acervo?
Mais do que decidir por incluir armas ou outros objetos, o importante é que as
crianças possam elaborar ideias sobre o bem e o mal. Nas brincadeiras, o vilão é tão
importante quanto o mocinho, portanto os pequenos têm de lidar com ambos no
universo lúdico.
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4) Há itens adequados para meninos e para meninas?
Não. Se o brincar é um modo de representar, experimentar e conhecer as
culturas, não faz sentido imaginar que panelinhas são só para meninas, e carrinhos,
para meninos. Todos precisam ter acesso a qualquer item sem distinção e ficar
livres para escolher com o que brincar. Elaine Eleutério, coordenadora pedagógica
da CEINF Lafayete Câmara, em Campo Grande, explica que, quando os meninos,
por exemplo, se negam a participar das brincadeiras de casinha por acreditarem que
isso não é coisa de homem, os educadores entram em cena. "Questionamos a
validade da afirmação com os pequenos. Dizemos que existem homens que fazem
as tarefas domésticas e perguntamos se a turma conhece alguém que faça isso no
dia a dia", diz.
5) É interessante usar sucata para incrementar o acervo?
Sim, não há problema em reaproveitar materiais. Ao eleger quais vão ser
usados, é necessário questionar a utilidade que eles terão. Não se trata de
aproveitar qualquer coisa para montar brinquedos, e sim criar brinquedos com
objetos interessantes, de qualidade, bonitos e que não sejam perigosos. O ideal é
deixar à disposição itens de uso não evidente, como rolos de papel-alumínio, e
estimular os pequenos a conferir utilidade a ele, montando lunetas, binóculos ou
cornetas, por exemplo.
6) Deve-se permitir levar brinquedos de casa?
Sim. As crianças gostam de fazer isso para mostrar aos outros quem são e do
que gostam. Também o fazem para ter por perto um objeto pessoal com o qual se
identificam e têm familiaridade. Combinados com a turma e com as famílias sobre
emprestar os objetos para os colegas brincarem, ter cuidado para não danificá-los,
misturá-los ao acervo, perder os esquecê-los ajuda a evitar problemas. É válido
elaborar uma lista coletiva do que não é legal levar, dos brinquedos que não se quer
emprestar, que tenham peças muito pequenas ou que já existam na escola e
divulgá-la para os pais. Estipular um dia para que todos levem seus brinquedos pode
ser uma alternativa interessante desde que não seja esse o único dia que eles
tenham para brincar.
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7) Quais objetos fazem as vezes dos brinquedos?
Há muitos que podem enriquecer a brincadeira. Quem acha que os pequenos
precisam de algo específico são os adultos. O acervo pode ter coisas perenes, como
caixas de madeira e tecidos. "Eles podem ser usados para construir diversos itens",
explica Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Lupas, fitas métricas e lanternas são ótimos para estimular a meninada a estudar e
explorar o ambiente.
8) Como evitar que a turma destrua os brinquedos?
Primeiramente, é fundamental compreender que mesmo os objetos de
qualidade não são eternos. Depois, brinquedo desgastado é sinônimo de brinquedo
usado. Explique às crianças que cuidados são essenciais para manter os itens em
bom estado para serem usados por outros colegas que chegarão à pré-escola no
futuro, por exemplo. Novos brinquedos no acervo, principalmente aqueles que o
grupo não conhece, pedem atenção. Ninguém sabe como cuidar do que nunca viu e
que não sabe como funciona.
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Plano de Aula: Acervo itinerante de brinquedos
Objetivos
-Integrar turmas de diferentes faixas etárias com brincadeiras simbólicas.
- Desenvolver competências relacionadas ao brincar.
Conteúdo
- Utilização do acervo de brinquedos.
Anos
Pré-escola.
Tempo estimado
Duas ou três vezes por semana, o ano todo.
Material necessário
Caixas de papelão, baús, caixas plásticas, peças de vestuário (como luvas, gravatas
e roupas), bonecas de várias etnias, carrinhos de vários tamanhos, utensílios de
cozinha, itens de escritório, hospital e cabeleireiros, blocos de construção, maletas e
frasqueiras. Outras indicações em www.ne.org.br: digite na busca "acervo de
brinquedos".
Flexibilização
Mesmo que a criança ainda não seja alfabetizada, identificar as caixas em braile é
um passo importante para que ela tome contato com o sistema de escrita. Outra
sugestão é encapar as caixas de brinquedos com tecidos de texturas bem
diferentes. Ao organizar o acervo, acompanhe a criança para que ela saiba onde
estão guardados os brinquedos e as fantasias. Esta é uma atividade que deve ser
feita periodicamente, cada vez que o acervo for reorganizado. A criança sempre
deve saber quando as caixas forem mudadas de lugar. Uma boa atividade é fazer
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com que as crianças cegas ensinem as demais a localizar os brinquedos do acervo
através das sensações, sem o uso da visão. Improvise vendas com pedaços de
tecido. Isso vai fazer com que todos se integrem, desde cedo.
Desenvolvimento
1ª etapa
Convide seus colegas para preparar um acervo itinerante de brinquedos. O objetivo
é que ele seja aproveitado por diferentes turmas e em locais variados. Organizem os
materiais em caixas e identifiquem o conteúdo. Se forem de papelão, encapem-nas
com tecidos coloridos. Planejem o local em que o acervo ficará lembrando que as
crianças precisam ter fácil acesso às caixas. Cuide para que os materiais de
cabeleireiro e as fantasias, por exemplo, fiquem próximos de um espelho para
facilitar seu uso. Uma planilha deve acompanhar esses brinquedos e ser preenchida
por todos os educadores. Nela devem constar questões como dias, horários de
utilização e observações sobre a manutenção dos itens para garantir a segurança da
turma em relação a determinados objetos desgastados e quebrados.
2ª etapa
Apresente às crianças o que há disponível e como o material deve ser conservado e
guardado depois do uso. Combine que é importante elas avisarem se algo quebrar
para que seja consertado ou substituído. É importante mudar os materiais
periodicamente para que os pequenos encontrem novos desafios. Tenha em mente
que não basta deixá-los brincar, mas estar junto para fazer intervenções: se você
percebe que a atividade poderia estar mais rica se tivesse algum novo material,
entregue-o aos pequenos. Para observar todos e suas atividades, organize com
outros professores como será a divisão de tarefas de forma que haja supervisão.
3ª etapa
Reúna turmas de diferentes idades para brincar com o acervo, levando em conta o
48
tempo, o espaço e a variedade das atividades. Em dias quentes, por exemplo,
ofereça a oportunidade de as crianças utilizarem a torneira para misturar água e
areia e fazer comidinhas, por exemplo. Atente para apenas fazer sugestões e não
engessar as brincadeiras. Preocupe-se também com a integração entre os
pequenos. Os maiores podem ajudar os menores a vestir fantasias, pensar em
diferentes maneiras de brincar com os bonecos, formar um time de futebol etc.
Avaliação
Observe as crianças e faça registros individuais sobre elas durante as brincadeiras.
Veja como reagem às suas intervenções, de que maneira se apropriaram dos
materiais, como obedecem aos combinados e de que forma interagem com turmas
de diferentes idades. Planeje como poderá enriquecer a atividade, seja oferecendo
novos materiais, seja ensinando brincadeiras diferentes.
Consultoria: Circe Guarnieri - Professora-assistente de direção da EMEB Mariana Benvinda da
Costa, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

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A importância da Brinquedoteca na Educação Infantil

  • 1. UNIG-UNIVERSIDADE IGUAÇÚ PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Santo André
  • 3. 3 UNI-UNIVERSIDADE IGUAÇÚ PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIG-Universidade Iguaçu como parte dos requisitos para obtenção do certificado de Pós- Graduação (Lato Sensu) em Educação Infantil, sob a orientação da Profª Ms Mara Regina Alcasas de Arruda. Santo André 2014
  • 4. 4 BANCA EXAMINADORA SOLANGE ALVES DOS SANTOS PASSAGEM A BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL _______________________________ Orientador Profª Ms Mara Regina Alcasas de Arruda ______________________________ Convidado Profª Ms Marcus Tadeu Meneghelo ______________________________ Suplente Profª Esp.Aidil Soares Navarro Santo André, 26 de Janeiro de 2014.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS que está presente em todos os momentos de minha vida, me guiando, fortalecendo, abençoando e dedicando sua atenção a minha pessoa. A minha orientadora Mara Regina, por sua orientação. Aos meus pais, José Jesus e Givalda que são base na formação do meu caráter e anjos que estão sempre a me orientar. Ao meu esposo Marcos e meus filhos Letícia e Gustavo que com sua infinita paciência e amor, me compreenderam e apoiaram nos momentos necessários de minha ausência. Enfim, a todos que direta e indiretamente contribuíram com esse sonho, aqui vai o meu muito obrigado.
  • 6. 6 DEDICATÓRIA Primeiramente dedico a DEUS, depois aos meus pais por terem me proporcionado base fundamental para minha formação pessoal e profissional e por fim a minha família que é minha base de inspiração. A vocês dedico mais esta vitória, que hoje, sem sombra de dúvida, foi outra conquista importante na minha vida.
  • 7. 7 “É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos”. (VYGOSTSKY).
  • 8. 8 RESUMO O atual trabalho de pesquisa tem como objetivo refletir sobre a importância da brinquedoteca na Educação Infantil. Uma brinquedoteca na escola proporciona ao aluno benefícios ao seu desenvolvimento social e no processo de aprendizagem, desenvolve hábitos importantes de responsabilidade, organização e cooperação. A utilização da brinquedoteca valoriza o brinquedo como fonte de desenvolvimento, descontração e harmonia. Durante a permanência da criança neste espaço, o papel do professor será de coordenar, orientar, informar os devidos cuidados com os respectivos brinquedos, mantê-los limpos, conservados em sua utilização, mas principalmente saber proporcionar a liberdade para o aluno escolher com o qual deseja brincar e poder explorar os materiais entre as atividades propostas. A alegria e a descontração deles neste momento de interação são bem perceptíveis no rosto dos alunos quando estão brincando. Nos últimos anos, temos assistido as mudanças nos padrões do que é oferecido às crianças em relação ao ato de brincar. Na vida escolar e no cotidiano das crianças ha cada vez menos tempo para a brincadeira, os brinquedos industrializados e a televisão ficaram mais importantes do que as brincadeiras baseadas na criatividade e nas interações sociais. O empobrecimento das famílias leva a criança a trabalhar mais cedo ou impede a aquisição de brinquedos e também as mudanças do uso na ocupação do solo urbano, a expansão da violência e as alterações nas relações sociais reduziram o espaço físico disponível para as crianças especialmente nas cidades de grande porte. A brincadeira não é um mero passatempo, ela auxilia no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. É possível superar os problemas existentes e oferecer melhores condições de desenvolvimento a elas ampliando e valorizando o espaço e as oportunidades de brincadeira. Assim sendo, pode-se dizer que a brinquedoteca surge na necessidade de um espaço onde a criança possa se envolver socialmente e vivenciar atividades em um ambiente totalmente lúdico. Com o intuito de valorizar o brincar, o espaço se faz como uma ação interdisciplinar facilitando o acesso das crianças ao direito de brincar e se desenvolver, sem exigir investimentos elevados. Palavras-chave: Brinquedoteca, Espaço Lúdico, Ludicidade e Aprendizagem.
  • 9. 9 SUMÁRIO Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem.....................................................................43 ANEXOS ....................................................................................................................38
  • 10. 10 INTRODUÇÃO Optei por este tema, pois, a Brinquedoteca faz parte de um espaço criado na escola onde trabalho e deve ser utilizado por todos os grupos nos horários e dias estipulados dentro do cronograma de aula desenvolvido para utilização durante o decorrer deste ano letivo. Decidi investigar e entender mais sobre o assunto para tentar aplicar os reais objetivos que estão por trás deste importante espaço. Observo que nestes momentos em que frequentam a brinquedoteca, o local tem proporcionado aos nossos alunos momentos muito agradáveis nos quais eles aprendem a partilhar, a emprestar e a conviver em harmonia e vem transformando o comportamento social, criando hábitos de respeito, companheirismo e cooperação. Desde os primórdios temos notícias de que os homens já brincavam, os estudos de impressões arqueológicas e pinturas ruprestes apontam que na Antiguidade se fazia uso dos brinquedos. A criança, quando brinca, está aprendendo a lidar com as suas emoções, a buscar a satisfação de seus desejos, vencendo as frustrações, estamos ensinando-a a agir estrategicamente, diante das forças que operam no ambiente. Com alegria despertamos nela gosto pela vida e o enfrentamento dos desafios com segurança e confiança. É brincando que exercitamos habilidades essenciais à saúde de nossas relações, trata-se do exercício de habilidades necessárias ao domínio e ao bom uso da nossa inteligência emocional. Considerando o exposto acima, este trabalho de pesquisa tem como principal objetivo refletir sobre o valor da brinquedoteca na educação infantil. Para isso discutiremos o porquê brincar na escola e a importância do brincar para aprender. Entendendo que o brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança, uma vez que contempla o envolvimento afetivo, o convívio social e a operação
  • 11. 11 mental, pensa-se na brinquedoteca como um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a variados brinquedos dentro de um ambiente lúdico. Um lugar para explorar, sentir e experimentar, imaginar e que também se constrói normas e se cria alternativas para resolver os conflitos surgidos no ato de brincar. No trabalho pedagógico desenvolvido na brinquedoteca, temos por objetivos:  Proporcionar um espaço lúdico valorizando o ato de brincar;  Resgatar o espaço e o tempo de brincar;  Possibilitar o acesso a brinquedos;  Orientar sobre a adequação e utilização dos brinquedos;  Desenvolver hábitos de responsabilidade;  Resgatar brincadeiras, incentivando sua valorização como atividade geradora de desenvolvimento intelectual, emocional e social;  Propiciar a construção de conhecimentos;  Estimular o desenvolvimento da concentração e atenção;  Oportunizar a expansão de habilidades e potencialidades;  Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e a sensibilidade;  Incentivar a autonomia e o sentimento de autoestima;  Repassar aos professores e às famílias informações sobre conhecimentos a respeito da importância do brincar e sobre o desenvolvimento do aluno na brinquedoteca. O método utilizado no presente estudo foi de literatura e pesquisa bibliográfica de fontes secundárias.
  • 12. 12
  • 13. 13 1- BRINQUEDOTECA A Brinquedoteca é um espaço lúdico onde a criança brinca livremente estimulando sua criatividade e o desenvolvimento de suas habilidades motrizes, imaginativas e cognitivas. É uma nova instituição neste século que surgiu para garantir à criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar. São espaços que se caracterizam por possuir um conjunto de brinquedos, jogos, brincadeiras oferecendo assim um ambiente agradável alegre e colorido. A primeira ideia de Brinquedoteca surgiu em l934, em Los Angeles. Nasceu para tentar resolver o problema de que as crianças de uma escola roubavam brinquedos de uma loja próxima. Com esse fato iniciou-se um serviço de empréstimos de brinquedos, tal serviço existe até hoje e é chamado Los Angeles Toyloam, porém sua expansão se deu, realmente, a partir da década de sessenta (Cunha, 1992). No Brasil, constata-se também o reflexo desse movimento, surgindo em l973, a Ludoteca da APAE, que funcionava sob a forma de rodízio de brinquedos entre as crianças. Em 1981, foi criada a primeira Brinquedoteca Brasileira, na Escola Indivinópolis, proporcionando o lazer, brincar atendendo diretamente a criança r dando incentivo a um movimento de expansão da ideia a outras pessoas e instituições. Em 1984, foi criada Associação Brasileira de Brinquedoteca, o que fez crescer o movimento no Brasil inúmero eventos foram realizados, começando a surgir a Brinquedotecas em diferentes estados brasileiros. Desde então a associação Brasileira tem se mantido atuante na divulgação, no incentivo e na orientação a pessoa e instituições. Sendo assim, pode-se afirmar que este tipo de espaço lúdico o maior objetivo é promover momentos de prazer e alegria para as pessoas que a visitam e descubram por meio do brincar suas possibilidades lúdicas. Segundo o dicionário Larousse (1992, p. 699) o termo lúdico vem do Latim - Ludus e traduz-se por jogo, brinquedo, divertimento, passatempo, relativo ao jogo enquanto componente do comportamento humano.
  • 14. 14 No espaço da brinquedoteca é nítido então que se pode proporcionar um ambiente em que a criança brinque sem pressões estimulando sua capacidade de concentração e atenção, o favorecimento do equilíbrio emocional para o desenvolvimento da sociabilidade e criatividade, dar oportunidade para brincar e participar incentivando a valorização do brinquedo com atividades geradoras de desenvolvimento intelectual, emocional e social etc. Segundo Cunha (1997, p.14) diz: A principal implicação educacional da brinquedoteca é a valorização da atividade lúdica, que tem como consequência o respeito às necessidades afetivas da criança. Promovendo o respeito à criança, contribui para diminuir a opressão dos sistemas educacionais extremamente rígidos. Além de resgatar o direito à infância, a brinquedoteca tenta salvar a criatividade e a espontaneidade da criança, tão ameaçadas pela tecnologia educacional de massa. Assim, todo o espaço lúdico é decorado para estimular magia, sensações e emoções nas pessoas que a visitam. Seu ambiente pode ser dividido em pequenos núcleos como: o canto do “Faz de conta” onde se encontram objetos de casinha (utensílios de cozinha, lavanderia, quarto e sala) as bonecas, carrinhos de bebê, banheira, dentre outros objetos; Canto da pintura o qual estimulamos suas habilidades artísticas por meio de desenhos, pintura, utilização de massa de modelar; Canto das Invenções onde ocorre a construção de objetos e formas através da criatividade e os espaços de jogos livres, como: sinuca, totó, boliche, amarelinha, cama elástica, jogos e brinquedos estruturados e não estruturados, de playground (castelo, escorregador, polvo etc.). Jogos e brinquedos específicos para deficientes visuais e adaptados para este grupo com materiais alternativos. Montessori, Pestalozzi, Froebel, Dewey e Piaget são apenas alguns dos mais importantes filósofos da educação que sempre defenderam a colaboração do lúdico para o processo de socialização e da educação. A aprendizagem precisa ser significativa, por isso o UNIBERO estabelece como meta a organização de uma Brinquedoteca trazendo para o mundo lúdico das crianças da comunidade jogos, socializa-se e vive a realidade da existência de seu
  • 15. 15 próprio corpo, cria seu mundo, desperta a vontade de construção anterior, adquiri consciência e sai em busca do outro pela necessidade que tem de companhia. Pretende-se que a Brinquedoteca venha contribuir para a formação integral, educando e colaborando para a germinação de um novo homem possuidor de autonomias, criativo e critico capaz de construir uma nova humanidade. A introdução da brincadeira no contexto infantil inicia-se, timidamente, com a criação dos jardins de infância, fruto da expansão da proposta froebeliana que influência a educação infantil de todos os países. A difusão não é uniforme, pois depende de valores selecionados, apropriações de elementos da teoria e forma como seus discípulos a traduzem. A apropriação resume o modo pelo qual cada realidade interpreta um dado teórico que reflete a orientação cultural de cada país. Bloch e Choi (1999) indicam a presença do brincar supervisionado nas creches que surgem ainda no século XIX, durante a guerra civil, estimulados pelo movimento de assentamento das famílias, pelo crescente aumento de pobres urbanos, fruto de deslocamentos sócios causados pela industrialização, urbanização e intensa integração. Nessa época a América, sendo uma sociedade relativamente homogênea, busca ideias como liberdade individual, ordem social e unidade nacional. Com a penetração dos imigrantes a partir da educação, predominam crenças acerca da diferença de necessidades de crianças pobres e de elite, de que as crianças aprendem melhor por meio de brincar. Considerado por Blow (1991) psicólogo da infância, Froebel introduz o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua teoria metafísica pressupõe que o brincar permite o estabelecimento de relações entre objetos culturais e a natureza, unificados pelo mundo espiritual. Ele concebe o brincar como atividade livre e espontânea, responsável pelo desenvolvimento físico, moral, cognitivo, os dons ou brinquedos, objetos que subsidiam atividades infantis. Entende também que a criança necessita de orientação para o seu desenvolvimento.
  • 16. 16 A teoria Froebeliana proporciona subsídios para a compreensão da brincadeira como ação livre da criança e o uso dos dons, objetos como suporte da ação docente, conhecidos hoje como materiais pedagógicos, permite a aquisição de habilidade e conhecimentos, justificando os jogos educativos. Essa evolução dos materiais cria a necessidade de adequar o espaço da brincadeira, sem que se perca a característica do brincar com, a ação livre, iniciada e mantida pela criança. A prática pedagógica brasileira por longo tempo não referenda a associação intima entre materiais, espaços e brincadeiras. A revisão curricular dos anos 80, reafirmando o valor do folclore, de brinquedos e brincadeiras tradicionais, permite a instalação de brinquedotecas como instituições que emprestam brinquedos e oferecem novos espaços de exploração lúdica levando as instituições a voltarem à atenção para brincá-lo infantil. A introdução de brinquedotecas dentro de instituições de educação infantis, tradicionalmente de orientação conteudistas ou sanitárias e higiênicas, certamente contribuem para os profissionais repensarem o papel da brincadeira para as crianças dessa faixa etária. A prática pedagógica nas creches e pré-escolas parece referendar grandes espaços vazios de brinquedos e objetos culturais que estimulam o imaginário infantil e permitem a expressão de temáticas de faz de conta. Predominam, sempre, salas e corredores desprovidos de objetos em que se podem apenas correr, pular, rolar, trombar com outros. Muitas vezes, uma bola ou alguns brinquedos dispersos estimulam a posse e a manipulação sem vinculação com, qualquer intenção de brincar da criança ou, ainda o oposto, salas repletas de mesas e cadeiras em que se desenvolvem atividades coletivas, consideradas “pedagógicas”, sob a supervisão do professor. Os brinquedos estão geralmente guardados em estantes ou armários, longe do acesso das crianças e quando disponíveis, não há quantidade suficiente, se estimulam ações lúdicas que propiciam a expressão do imaginário.
  • 17. 17 A brinquedoteca é mais que um simples depósito de brinquedos, seu objetivo é estimular a criança a brincar, oferecendo a ela um acervo de brinquedos e brincadeiras de diversos tipos, através de pessoal treinado para este atendimento. Há duas formas de organizar a brinquedoteca para possibilitar o acesso das crianças aos brinquedos: através de empréstimo, para brincar em casa (brinquedoteca circulante) ou então oferecendo instalações onde as crianças vão brincar. Além de promover o acesso a brinquedos e a brincadeiras, a brinquedoteca, pode ter também como objetivo o auxilio no treinamento de criança hospitalizada, quando instalada em um hospital, por exemplo. As atividades, as instalações, o tipo de brinquedo, o atendimento e os serviços disponíveis na brinquedoteca variam de uma situação para outra. As necessidades e características do público a ser atendido devem ser observadas com cuidado no processo de planejamento da implantação da brinquedoteca ou rede de brinquedoteca, pois determinarão à configuração do espaço, o acervo, o treinamento do pessoal e as atividades realizadas. 1.1- A importância do brincar O brincar é a essência da infância. Antigamente, a criança não tinha existência social e era considerada miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar. Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivo a distração e o recreio. Cada período da história humana e cada cultura têm uma visão diferente de infância, mas a que mais predominou foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto, um ser em miniatura, dando à criança uma visão negativa.
  • 18. 18 Aproximadamente no século XVIII, diferentes estudiosos de varias áreas do conhecimento começaram a se preocupar em dar uma conotação diferente para a infância, estas ideias foram consolidadas no início do século XX, quando psicólogos e pedagogos começaram a considerar a criança como uma pessoa especial com especificidades, características e necessidades próprias. Foi preciso que houvesse uma profunda mudança da imagem da criança na sociedade para que se pudesse associar uma visão positiva a suas atividades espontâneas, surgindo como decorrência à valorização dos jogos e brinquedos. O aparecimento do jogo e do brinquedo como fator do desenvolvimento infantil proporcionou um campo amplo de estudos e pesquisas e hoje é questão de consenso a importância do lúdico. Dentre as contribuições mais importantes que podemos destacar sobre o brincar são:  Que as atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permitem a formação do autoconceito positivo;  O brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente;  O jogo, brinquedo e a brincadeira são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;  Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;  Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento;  O brincar é essencial para a saúde motriz e mental;  O jogo simbólico permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a mediação entre o real e o imaginário.
  • 19. 19 O ato de brincar é de grande importância para a criança independente da sua faixa etária de idade, pois o lúdico contribui para estimular de várias funções cognitivas, motrizes, linguísticas e imaginativas. De acordo com Winnicott (1975) citado por Souza (2008) o brincar é universal, uma forma básica de viver, e é somente no brincar que o indivíduo pode ser criativo, ou seja, o individuo se liberta, soltando sua imaginação. Segundo, o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1994), a criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Por meio destas afirmações podemos confirmar a importância no ato do brincar e a importância da brinquedoteca. A educação infantil é um dos poucos lugares onde o lúdico é valorizado, sendo aceitável utilizar a brincadeira e o jogo como elemento estratégico para desenvolver ensino e aprendizagem. É através da brincadeira que a criança interage, comunica-se com os demais participantes daquele meio, seja em casa e/ou na escola, nesta última a brincadeira deve ser usada como um instrumento para educar a criança. É necessário que a escolha de brinquedos obedeça a critérios bem fundamentados, seja compatível com a idade da criança e possa ser capaz de estimular seu desenvolvimento. Na faixa etária de 1 a 2 anos sugere-se brinquedos para os seguintes tipos de atividades: Manuais – cubos de encaixe, blocos de construção com base grande. Dramatização – bichinhos de pelúcia, bonecas, carrinhos de plástico, conjuntinhos de mobília, panelinhas. Ritmo e música – chocalho, guizos, violinha. De 3 a 4 anos, sugerem-se brinquedos para as seguintes atividades: Manuais – blocos de construção, lápis de cor e papel sem pauta, quebra- cabeça simples. Dramatização – bonecas, moveizinhos, panelinhas, pratinhos; objetos de vestuário para dramatizar. Ritmo e música – tambores, apitos, cornetinhas, sanfonas; cânticos que associem a marcha; palmas; brinquedos de
  • 20. 20 roda, de bola, de boneca. Livros – resistentes com gravuras coloridas, de histórias simples, com repetições frequentes (como três porquinhos). De 5 a 6 anos, sugerem-se brinquedos para atividades: Manuais – blocos de construção de vários tamanhos, lápis de cor, papel sem pauta, massa para modelagem, cola, papeis coloridos, tesoura com ponta, giz de várias cores. Dramatização – bonecas, mobília, louças, panelinhas e talhares de brinquedos, palhaços de circo (bonecas), frutas e legumes de plástico, miniaturas de animais, navios, aviões. Ritmo e música – tambores, reco-reco, corneta, sanfoninha, violinha, xilofone etc. Livros – histórias simples, com ilustrações coloridas, gênero “chapeuzinho vermelho” etc.
  • 21. 21 2- TIPOS DE BRINQUEDOTECA Inicialmente, o empréstimo de brinquedo foi a principal característica das brinquedotecas. Mas sua difusão aconteceu rapidamente e outros serviços adotados por instituição diversificaram sua dinâmica, criando tipos variados. As Brinquedotecas classificam-se em função de diferentes fatores, entre eles, a situação. Geográfica, as tradições e as culturas de cada povo, o sistema educacional, os materiais e espaços disponíveis, os valores e as crenças e os serviços prestados, entretanto, independente primordial que assegure o direito das crianças de brincar. A Brinquedoteca Escolar, que se encontra dentro da instituição de ensino na maior parte das escolas brasileiras, busca assegurar o desenvolvimento integral da criança, com cantos. Ex: canto do faz de conta, do construtor, da leitura é importante reconhecermos que não é apenas um lugar cheio de brinquedos e jogos, mais do que isso, é um setor pedagógico na qual se preocupa em privilegiar o brincar como principal método na construção de identidade e autonomia das crianças pequenas. Enquanto a criança brinca, naquele prazeroso momento, ela estará adquirindo várias habilidades, expressando seus sentimentos, exercendo a linguagem, trocando informações e experiências com os demais companheiros e assim desenvolvendo sua aprendizagem. A Brinquedoteca, hospitalar não e muito diferente da escolar, pois apresenta requisitos de interação e também prioriza o brincar da criança. As crianças que residem em hospitais, certamente tem um lado emocional mais afetado, uma carência talvez maior e um desejo de brincar tão bem mais aguçado do que as que estão do lado de fora, com suas famílias. Por isso é importantíssimo que esse espaço ofereça prazer, comodidade e segurança para as crianças. A implantação de uma brinquedoteca é possível com pequenos investimentos que variam em função do tamanho do seu acervo e das instalações. Alem do espaço
  • 22. 22 para as brincadeiras, deve haver espaço para sanitários, depósitos e administração. O espaço para as crianças pode ser composto de várias salas ou um salão único dividido em vários ambientes ou “cantos” para atividades diferentes através de tapetes, tipos de piso, biombos ou pela disposição de mobília e dos brinquedos. A montagem da brinquedoteca pode ser realizada com apoio de entidades filantrópicas, particulares e de empresas. Este apoio pode se entender não só à doação de brinquedos e equipamentos, mas também ao empréstimo de instalações e orientação na implantação do projeto e no treinamento de funcionários. Uma vez instalada, a brinquedoteca não apresenta custos elevados de operação. O principal item normalmente é o custo de pessoal. E preciso reserva de recursos para material de escritório, limpeza, energia elétrica, água e também para assepsia e reforma de brinquedos. Os tipos mais comuns de brinquedoteca são as de:  Escolas: geralmente são escolas que trabalham com Educação infantil e procuram suprir as necessidades de matérias para o desenvolvimento da aprendizagem. Caracterizam-se pela montagem de um acervo, sendo utilizada a própria sala de aula como espaço para brincar: Logo após a utilização, os brinquedos retomam a sala do acervo. Sua dinâmica é semelhante à de biblioteca.  De bairro. Montadas com a participação da comunidade e de associações, sendo frequentadas pelas crianças da comunidade;  Dos hospitais ou clínicas: esse tipo colabora no tratamento de crianças com problemas, para amenizar traumas da internação ou como terapia;  De universidades: montadas por profissionais de educação, com finalidade principal de pesquisa e formação de recursos humanos;  Circulantes: também chamada de ambulantes, moveis itinerantes. Esse tipo pode ser adaptado a um ônibus ou instalado dentro de um circo. A finalidade é levar a Brinquedoteca á diferentes lugares;
  • 23. 23  Biblioteca: funciona somente como setor de empréstimo;  Rodízio; não tem lugar definido, um grupo de criança troca brinquedos sob forma de rodízio, levando para casa o brinquedo emprestado por um tempo determinado, um novo encontro é marcado e os brinquedos são novamente trocados.  Temporárias: são montadas em locais onde acontecem grandes eventos, para oferecer um espaço para a criança, enquanto os pais participam da programação. O espaço ocupado pela brinquedoteca pode ser simples ou sofisticado. O importante é que, por meio das instalações, móveis, decoração e disposição dos brinquedos, as crianças sintam vontade de brincar e expressar, individualmente ou em grupos. Ou seja, deve estimular a criatividade e as práticas sociais dos envolvidos. Apesar de sua difusão ganhar espaço a cada dia, poucos estudos são encontrados na literatura relatando os aspectos essenciais para a criação e manutenção de uma brinquedoteca. Sabe-se que, na grande maioria dos casos, as mesmas são criadas, mantidas ou nascem de uma atividade espontânea de seus criadores e com isso pouco de sistemático existe escrito sobre tais experiências. No planejamento da utilização temporal do espaço, deve-se resguardar um horário para a formação continuada, avaliação e planejamento para continuo andamento. A brinquedoteca nunca deve ficar descontextualizada, ou seja, grande parte das atividades e direcionamentos assumidos neste ambiente estará em consonância com aspectos fundamentais da instituição, por exemplo, caso se avalie que determinadas crianças estão com dificuldades de socialização na sala de aula, o contexto de brinquedoteca é exatamente adequado para serem dirigidas atividades que facilitem o desenvolvimento de atividades para fins de desenvolver a socialização.
  • 24. 24
  • 25. 25 3- TIPOS DE BRINCADEIRAS A brincadeira deve ser uma das principais ocupações das crianças. É o laboratório onde elas aprendem como funciona o mundo, quem é, quem poderia ser e o que podem ou não podem fazer. Mas nem todas as brincadeiras são iguais, nem pelo seu estilo nem pelos seus efeitos. Se observar atentamente os diferentes tipos de brincadeiras de uma criança, verá como enfrenta o mundo.  Brincadeira simbólica  Brincadeira paralela  Brincadeira de imaginação  Brincadeira de colaboração  Brincadeira simbólica Para um bebê ou uma criança pequena, um lego é um lego. Se lhe derem mais do que um, pode acontecer que faça uma coluna ou que puxe um de cada lado. Mas quando estiver perto de fazer dois anos, começará a fazer muitas mais coisas com os legos: uma casa, um carro ou qualquer outra coisa. Os brinquedos convertem-se em símbolos de outros objetos. Uma menina pode tentar alimentar a sua boneca como se fosse outro bebê. Se a observar atentamente, pode acontecer que a veja a pegar na boneca ou no ursinho de pelúcia é do mesmo modo que você pega nela. Este tipo de representação simbólica demonstra o complexo que começa a ser o seu cérebro. Também lhe permite preparar-se para enfrentar os acontecimentos que a rodeiam e que por vezes a assustam. Por exemplo, se o pediatra tiver que examinar os ouvidos da menina para ver se existe uma infecção, e a menina for sensível ao choro, pode começar por olhar para os ouvidos da boneca que ela tiver trazido. Deste modo, a pequena sabe de antemão o que vão lhe fazer, o que contribui para eliminar a sua ansiedade.
  • 26. 26 Brincadeira paralela: As crianças pequenas necessitam de companheiros de brincadeiras, embora brinquem com eles de forma bastante diferente do que o fazem as crianças mais velhas. Deixe dois bebês de 18 meses com brinquedos parecidos no mesmo quarto e verá que não parecem prestar muita atenção um ao outro. Mas se os observar atentamente, em breve notará que se um pegar num caminhão, o outro faz o mesmo. Se o primeiro bebê olhar para esse caminhão e disser 'não' (uma das palavras preferidas de uma criança desta idade), é provável que o segundo o imite e grite igualmente 'não!'. Se os bebês já forem suficientemente grandes para emitir palavras, talvez os ouça a manter o que parece ser uma conversa sem sentido. 'Cãozinho, vai carro'. 'Esse caminhão grande!' 'Tem fome cãozinho?' 'Caminhão meu. Brum, brummmm! De forma diferente à que acontece com as crianças mais velhas, que se relacionam e comunicam diretamente, as crianças pequenas brincam em paralelo. Embora possa parecer que brincam de forma independente, as crianças desta idade não deixam de observar a conduta do outro. A brincadeira paralela costuma ser o primeiro passo para estabelecer vínculos sociais fortes dentro e fora da família. Os companheiros de brincadeiras paralelas são os primeiros amigos da criança. Brincadeira de imaginação: Entre as crianças pequenas, a linha entre a fantasia e a realidade é maravilhosamente difusa. As crianças em idade pré-escolar ou um pouco menores podem lutar com dragões ou voar até à lua, tudo isto sem sair do quarto. Se quiser construir um forte para uma criança desta idade, não necessita de mais do que duas cadeiras e uma manta para cobri-las. As brincadeiras de simulação são muito recomendáveis uma vez que superam os limites dos acontecimentos da vida real, e permitem à criança explorar novas ideias e experimentar a vida a partir de uma perspectiva diferente. A partir dos três anos de idade, as brincadeiras de simulação costumam incluir amigos imaginários. Estes amigos simulados costumam fazer coisas que a criança não pode ou que não se atreve a fazer. Um amigo imaginário pode ser muito exigente ou grosseiro com os adultos e com as crianças mais velhas. Pode ter poderes mágicos ou uma imensa força ou sabedoria, desta maneira a criança experimenta a vida de uma perspectiva diferente e brinca com a noção do poder.
  • 27. 27 Também é uma forma de culpar outro quando a criança entorna sumo no tapete. Embora o aparecimento de um companheiro imaginário preocupe por vezes os pais, não há motivo para isso, de fato deveria ser motivo de alegria. Os estudos realizados pelo Dr. Jerome Singer na Universidade de Yale demonstram que os pré- escolares que tiveram amigos imaginários tendem a mostrar maior imaginação e um vocabulário mais rico do que o resto dos seus companheiros. Além disso, costumam ser mais felizes e dar-se melhor com os seus companheiros, é interessante observar que algumas destas crianças nunca revelaram aos pais a existência do amigo imaginário. Brincadeira de colaboração: Os pré-escolares passam da brincadeira solitária e em paralelo para a brincadeira de colaboração. É neste momento que a criança aprende a dominar importantes aptidões sociais, como a linguagem falada, a partilhar, a respeitar a sua vez, a obedecer a normas e a negociar. Todas estas condutas são muito difíceis para uma criança aprender, ao fim nesta idade a criança acredita que é o centro do universo. Partilhar - Quando um pré-escolar quer alguma coisa, a ideia de deixar que outra pessoa a tenha é quase que insuportável. Aprender a partilhar é, todavia mais complexo devido ao fato desta palavra se utilizar de forma confusa. (Se pedirmos a uma criança que partilhe os seus brinquedos, em breve ser-lhe-ão devolvidos, mas se lhe pedirmos que partilhe as bolachas, nunca as voltará a ver.) É mais fácil para os pré-escolares partilharem se estiverem acostumados a brincar com os pais a dar- lhes coisas que lhe são devolvidas depois. Respeitar a sua vez - Os desejos de um pré-escolar são urgentes e imediatos. Quando quer alguma coisa, quere-a AGORA! Às vezes obrigam-no a exercitar a paciência ao atrasar a gratificação ao ser obrigado a imaginar como estarão a passar as crianças que estão a brincar. Por isso ser-lhe-á muito útil à capacidade de empatia que tenha adquirido em casa e durante a brincadeira paralela. Cumprir as regras - Todas as crianças querem ganhar. A maior parte delas fará tudo o que puder para consegui-lo, mesmo que tenha que fazer algumas
  • 28. 28 batotas. Embora os adultos o possam permitir, os companheiros delas, especialmente na escola ou na infantaria, não o farão, o que os obrigará a aprender uma boa (e dura) lição sobre a importância de cumprir as regras. Negociar - Quem é o primeiro? Como se decide a que se brinca? Quem é o polícia e quem é o ladrão? A brincadeira em colaboração obriga a criança a dar além de receber, a arranjar um compromisso sobre o que quer: algo difícil de aceitar quando se é o centro do universo. Mas quando a criança souber negociar, partilhar, brincar por turnos e cumprir regras, terá percorrido uma boa parte do caminho para se souber desvencilhar no pátio do colégio, no alojamento da faculdade e na sala de reuniões da empresa. A brincadeira na educação infantil é caracterizada da seguinte forma: brinquedo educativo, brincadeira tradicional, brincadeira de faz de conta e a brincadeira de construção. Portanto observe e acompanhe todos os dias as crianças enquanto brincam. Deste modo, poderá conhecer em profundidade o seu desenvolvimento social e a sua capacidade intelectual, além disso, é muito divertido.
  • 29. 29 4- BRINQUEDISTA Com o surgimento da Brinquedoteca tornou-se necessário pensar num profissional específico para entender a necessidade desta nova instituição. Ao configurar este serviço usamos o termo brinquedista para determinar esta função que já é bastante conhecido. O brinquedista é aquele profissional que trabalha com a criança, fazendo a mediação criança / brinquedo. Sendo assim, o mais importante dentro da brinquedoteca, antes de qualquer coisa, deve- se ao educador, ou seja, antes de ser especialista em brinquedo, ele deve ter em sua formação conhecimentos de ordem psicológica, pedagógica, sociológica, literária, artística, enfim elementos que lhe deem uma visão de mundo e um conhecimento sólido sobre a criança, os brinquedos, os jogos, as brincadeiras, a escola, o homem e a sociedade em seus diversificados momentos de desenvolvimento. Precisa-se na brinquedoteca de um educador / brinquedista, unindo esses dois polos é fundamental para o equilíbrio teórico/prático, pois a primazia do educador sobre o brinquedista poderá resultar num pedagogista. Por outro lado, a primazia do brinquedista sobre o educador poderá transformar o trabalho nas brinquedotecas em espontaneísta, sem caráter científico, transformando-as em depósitos de crianças e brinquedos, onde tudo ou nada pode acontecer. Ambas as tendências já se percebem nas brinquedotecas brasileiras: existem aquelas que, em nome de uma liberdade para criança, transformam o trabalho num caos, com brinquedos desorganizados, crianças soltas e sem apoio, apenas alguém olha de longe como espectador, conferindo ao brinquedista o papel de “babá de luxo”. Por outro lado, há brinquedotecas muito organizadas, e o brinquedo torna-se uma tarefa escolar para a criança. O desafio é chegar ao equilíbrio entre esses dois modelos. A adequação entre eles é uma questão que resulta da não fragmentação dos processos teóricos pressupostos e que embasam nosso fazer cotidiano. Onde buscar informações?
  • 30. 30 Entendemos que os cursos de formação de profissionais para Educação Infantil deveriam estar inseridos conteúdos teóricos e práticos consistentes para atuarem também em brinquedotecas. Contudo, pela realidade destes cursos, fica claro que os currículos não contemplam disciplinas de caráter lúdico suficientes para tal formação. No Brasil não existe um curso institucionalizado para o educador/brinquedista. Não se pode ignorar, entretanto que tendo em vista o fato de que as brinquedotecas são laboratórios vivos e que pelo seu trabalho atraem crianças, pais, professores, especialistas e pessoas interessadas no assunto, podemos afirmar que elas vêm se transformando em polos de capacitação, oferecendo cursos, seminários, estágios e treinamento em serviço. Em função dessa realidade, é necessário fazer um trabalho de sensibilização nas universidades e agências de recursos humanos para Educação Infantil, a fim de que se possa repensar seus currículos, adequados às novas necessidades e criar cursos específicos para formar o educador/brinquedista, preenchendo a lacuna desta área e formando um profissional sério que estuda, pensa, pesquisa, experimenta, dando um caráter de cientificidade o seu trabalho. E ao mesmo tempo, que sejam pessoas dispostas a demonstrar sua sensibilidade, entusiasmo, que chora, ri, canta e que principalmente ama brincar.
  • 31. 31 5- COMO MONTAR UMA BRINQUEDOTECA O planejamento do ambiente da brinquedoteca deve ser um projeto em conjunto. Quando a instituição já possui um espaço reservado, este deve ser visitado por todos os membros da equipe, sendo seu planejamento uma produção da opinião de todos os envolvidos, onde devem ser considerados os objetivos propostos e o público que será atendido. Pode-se dividir o movimento de preparação da brinquedoteca em equipe e espaço. Só uma equipe bem estruturada e afinada em seus objetivos garantirá a preparação de um espaço corrente. Ela não deve ser projeto apenas de uma pessoa que vai oferecer o serviço, o gestor, por exemplo, mas sim, deve ser um projeto construído em conjunto com a participação e direção dos professores, incluírem as sugestões das crianças que utilizam o espaço desde os movimentos iniciais e principalmente para depois de sua implantação. É muito importante considerar que o ambiente da brinquedoteca precisa incentivar as crianças a brincar e explorar o ambiente, assim se faz necessário uma atenção especial à organização, as cores a decoração das paredes, podendo ainda utilizar o espaço do recreio. Grande parte das atividades e direcionamentos assumidos neste ambiente deve estar em consonância com aspectos fundamentais da instituição em que está inserida. O contexto de brinquedoteca é extremamente adequado para serem divididas em atividades para fins de desenvolver não só a socialização, mas também abordar e trabalhar questões diversas que possam vir a aparecer nos momentos em que estiverem neste local. Uma brinquedoteca não exige uma infraestrutura sofisticada e pode ser montada numa sala, com as adaptações necessárias para garantir o conforto e a segurança dos usuários. Móveis, decoração, brinquedos e jogos devem ser escolhidos levando em consideração as especificidades do segmento ao qual a brinquedoteca se destina.
  • 32. 32 Tudo o que for colocado à disposição dos alunos na brinquedoteca, deve ter o certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), uma garantia de que os objetos não oferecem riscos ao serem manipulados. Embora todo o espaço tenha que ter um planejamento cuidadoso, o professor deve evitar o direcionamento das atividades e não deve definir previamente quem vai brincar com o quê, ou por quanto tempo, mas sim, deixar que as crianças façam suas escolhas. O ideal é reservar períodos maiores do que a duração de uma aula para as atividades na brinquedoteca e deixá-la sempre aberta a fim de que seja bem explorada por todos que devem ser responsáveis pela organização do espaço. Ao gestor, cabe garantir que essa sala esteja sempre bem equipada e em segurança e que os educadores valorizem o espaço, contemplando a importância do brincar nos momentos de formação em serviço de professores e funcionários. É importante salientar que brincadeiras ativam o cérebro da criança, desenvolvimento motor, criatividade, capacidade de concentração e socialização. Os cuidados para a montagem de uma brinquedoteca geralmente são:  Orientação pedagógica;  Ambiente arejado;  Aquisição de brinquedos de qualidade;  Segurança;  Higiene;  Área atrativa aos olhos das crianças com decoração adequada;  Renovação de brinquedos de tempos em tempos.  Reposição de brinquedos com frequência de acordo com os estragos ocasionados pelo uso; A importância de uma Brinquedoteca bem montada é a ampliação do conhecimento da criança ao mundo criando oportunidades de convívio e respeito ao
  • 33. 33 próximo e aos brinquedos que não são seus e sim de uso coletivo, cuidando da mesma forma como se fossem seus. Alguns brinquedos que são apreciados pelas crianças e devem fazer parte de uma brinquedoteca são eles:  Utensílios médico;  Bonecas de todos os tipos e tamanhos;  Carrinhos;  Instrumentos musicais;  Casinhas de bonecas com portas e janelas que abrem e fecham;  Cabanas ou barracas;  Objetos que lembrem supermercados como carrinhos de compras e máquinas registradoras;  Objetos de casa como fogão, geladeira, pia, comidas imitando a realidade;  Mamadeiras, roupinhas de bebê;  Lousa com giz;  Fantasias diversas;  Bichinhos de pelúcia, fantoches;  Brinquedos pedagógicos de montar;  Quebra – cabeças;  Lap – top, celulares e outros objetos que imita a realidade;  Ferramentas e muitos outros; A brinquedoteca deve ser um espaço colorido, com mobiliário multifuncional e adequado ao tamanho das crianças, paredes forradas por painéis e quadros de avisos, pisos com tapetes, almofadas e baús, prateleiras de brinquedos
  • 34. 34 convencionais, eletrônicos e reciclados, além de sacos para guardar cordas, panos e bolas. Essas ideias podem ser melhoradas com aquisição de um espaço próprio dentro da escola onde só funcione a brinquedoteca. Sem que haja outros utensílios nesse espaço. Um espaço como a brinquedoteca é um ambiente que possibilita ricas vivências, pois neste meio a criança poderá fazer escolhas, poderá expressar seu conhecimento de mundo, ampliar este conhecimento e criar utilizando as diversas possibilidades que um ambiente organizado desta forma oportuniza. Contudo, é importante ressaltar que para a criação deste ambiente não basta apenas à criatividade do professor, pois nem todas as instituições têm a estrutura necessária para que o educador tenha essa possibilidade de organização em sua sala, ou de um espaço coletivo na instituição. Para concretizar o plano de uma brinquedoteca, o professor não pode apenas utilizar materiais como sucatas que precisarão de reformas constantes, pode também procurar parcerias com a comunidade e comércios locais. Ou seja, a construção desse importante espaço educativo, dependendo da realidade em que a instituição encontra-se, infelizmente implica muitas dificuldades e desafios. Uma brinquedoteca deve contar com atrativos que estimulem a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Porém quanto melhor ficar o ambiente mais interessante ficará para as crianças sendo um espaço. A brinquedoteca nada mais é que um lugar encantado, um espaço dedicado especificamente a estimular crianças e jovens a desenvolverem sua criatividade e coordenação motora enquanto estão rodeados por um ambiente colorido, alegre e repleto de brinquedos e atividades sendo livres para brincar a vontade enquanto exploram com segurança e apoio pedagógico, um mundo lúdico só deles. Pode-se dizer então que, a brinquedoteca é uma provável substituição ao playground, em um espaço indoor com mais oportunidade de brincadeiras e interação com outras crianças, jovens e até adultos, já que possibilita brincar com diversos tipos de brinquedos e experimentar os mais variados jogos.
  • 35. 35 Sendo um espaço de bem-estar, este local deve priorizar o brincar livre e espontâneo, fazendo com que as crianças se sintam felizes e relaxadas. Problemas de comportamentos inadequados deverão ser tratados com especialistas. É importante frisar que os profissionais de recreação, o brinquedista e educador devem ser capacitados para exercer essas atividades. Na Brinquedoteca a criança vivencia diversas atividades lúdicas, na verdade a criança passa a se conhecer melhor, a dominar suas angústias e a representar o mundo exterior, usando para isso o brinquedo. Pois enquanto a criança brinca, naquele prazeroso momento ela estará adquirindo várias habilidades, expressando seus sentimentos, exercendo a linguagem, trocando informações e experiências com os demais companheiros e assim desenvolvendo sua aprendizagem.
  • 36. 36 6- DIFERENTES CITAÇÕES SOBRE A BRINQUEDOTECA Com as leituras para meu trabalho, pude perceber a importância da brinquedoteca sobre a visão de diferentes autores e em pesquisa localizei um blog que mencionava diferentes citações sobre o tema as quais achei interessante utilizar para apresentar um pouquinho dos diferentes pensamentos que se interligam sobre este assunto. Os brinquedos são convites para a interação; portanto, devem merecer nossa atenção especial. Eles podem seduzir disseminar ideologias, introduzir bons ou maus hábitos e desenvolver habilidades. Certamente os brinquedos também podem ser ótimos recursos pedagógicos (Cunha, 1992) No entanto, enquanto o prazer não pode ser visto como uma característica definidora do brinquedo parece-me que as teorias que ignoram o fato de que o brinquedo preenche necessidades da criança, nada mais são do que uma intelectualização pedante da atividade de brincar. Referindo-se ao desenvolvimento da criança em termos mais gerais, muitos teóricos ignoram, erroneamente, as necessidades das crianças – entendidas em seu sentido mais amplo, que inclui tudo aquilo que é motivo para a sua ação. (Vygotsky 1998, p.121) [...]ainda hoje existe, em LOS Angeles (EUA), a brinquedoteca chamada de "Toy Loan" ou " Toy Libraries", tendo como propósito emprestar brinquedos, caracterizado como recurso comunitário utilizado atualmente. (Friedmann,1998,p.174) A brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças. Caracteriza-se por ser transmitida de forma expressiva de uma geração a outra ou aprendida nos grupos infantis, na rua, nos parques, escolas, festas, etc., incorporada pelas crianças de forma espontânea, variando as regras de uma cultura a outra (ou de um grupo a outro); muda a forma, mas não o conteúdo da brincadeira; o conteúdo refere-se aos objetivos básicos da brincadeira; a forma é a organização da brincadeira no que diz respeito aos objetos ou brinquedos, espaço, temática, números de jogadores, etc.(Friedmann, 1992, p. 26)
  • 37. 37 [...] a Brinquedoteca escolar é um espaço que permite o brincar livremente, com todos os estímulos à manifestação de suas pontecialidades e necessidades lúdicas, com presença de muitos variados e diversos materiais, permitem a expressão da criatividade infantil. (Almeida Casarin, 2002,p.1) A brinquedoteca poderá funcionar, assim, como um lugar em que pais e filhos se relacionem melhor e desfaçam dúvidas quanto à compra deste ou daquele brinquedo. Assim, dando à criança a liberdade para explorar diversos tipos de brinquedos, estaremos proporcionando o desenvolvimento de sua habilidade de reconhecer objetos e ações, de distingui-los entre si, de tomar consciência de suas similaridades e diferenças e, finalmente, de abstrair, classificar e simbolizar. E tudo isso virá, naturalmente, de uma rica e ativa vida de brincadeiras. (Bontempo, 1992) A brinquedoteca é um espaço onde o conhecimento a ser adquirido tem possibilidade de ser trabalhado em suas significações e o conhecimento já adquirido tem a possibilidade de ser ressignificado, permitindo dessa forma o desenvolvimento integral, harmonioso e a aprendizagem infinita da criança, sob a mediação do profissional deste espaço, o educador-brinquedista.( Noffs 2001, p. 173) [...} brincar é o ponto fundamental para o desenvolvimento de uma aprendizagem que valorize o desejo de aprender e tendo a criança como um ser integral” (FRIEDMANN apud RAUSCHKOLB e SCHEIFLER, 1997,150). A brinquedoteca é sempre um lugar prazeroso, onde os jogos, brinquedos e brincadeiras fazem a magia do ambiente. Todas elas têm como objetivo comum o desenvolvimento das atividades lúdicas e a valorização do ato de brincar, independente do tipo de brinquedoteca e do lugar onde está instalada, sejam num bairro, numa escola, no hospital, numa clínica ou numa universidade. Cada um destes ambientes tem sua função definida e usam os jogos e brinquedos como estratégias para atingir seus fins, portanto cada brinquedoteca apresenta o perfil da comunidade que lhe dá origem. Santos (1997, p.97) Pensa que a missão da brinquedoteca é ter disponível muitos brinquedos e ensinar o manejo do jogo ou explicar as regras se for necessário, mas a criança deve frequentá-la por vontade própria e
  • 38. 38 pelo prazer de jogar, ou de encontrar amigos para jogar (BORJA apud SANTOS, 1997, 85)
  • 39. 39 Os “games, jogos virtuais, não tem a mesma dimensão simbólica de uma brincadeira com carrinhos ou bonecas”. (MEIRA, 2003, p.2). Carneiro (2008, apud LIMA & DELMÔNICO, 2010, p.) descreve que, "as brincadeiras voltam-se para o individualismo e a competitividade, o uso dos brinquedos eletrônicos, a televisão passaram a disputar a atenção das crianças", acarretando problemas de sociabilização, integração e interação entre as pessoas, e principalmente entre as crianças. Diferentemente de Cunha (2007, op. Cit.) para Vygotsky (apud, REGO 2011, p.80) "brinquedo não é o objeto em si, mas sim o ato de brincar". Ou seja, não adianta encher a criança de brinquedos, dos mais sofisticados e diversos possíveis, se a mesma não tem oportunidade de criar seus próprios brinquedos, usando sua imaginação, fantasias e explorar suas potencialidades. Observando estes diferentes autores, podemos dizer que a brinquedoteca é capaz de fazer com que as crianças por menores que sejam, e aqui dizendo em especial da educação infantil, elas se desenvolvem em seu dia a dia brincando. Nesses processos de desenvolvimento, cada criança no seu tempo elabora, planeja, cria fantasia, erra e toma iniciativa para fazer novamente. Desta forma ela vai criando segurança, independência e aprendendo que ela é capaz de resolver seus próprios conflitos sem a interferência de um adulto. Assim, as crianças que se tornarão adultos capazes de analisar situações e tomarem decisões assertivas com mais facilidade.
  • 40. 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em nome da educação formal, cada vez mais cedo nossa sociedade tem manipulado e monopolizado as crianças em atividade dirigidas, vigiando e quando-. as em nome de objetos que visam atingir os resultados determinados pelos adultos. Por isso, resgatar espaços, meios e tempo para as crianças brincarem espontaneamente são sem dúvida, um dos nossos maiores compromissos e desafios atuais, principalmente na área da educação. Entretanto, na operacionalização desse resgate, temos de considerar que os espaços livres usados anteriormente nas brincadeiras das crianças, estão sendo ocupados hoje em dia por fábricas, edifícios, posto de gasolina, carros entre outros. Antes, a rua era o principal lugar de encontros sociais, a criança pobre ou rica tinha o seu universo e o utilizava à vontade. Aos poucos, as ruas, as praças deixaram de ser o lugar de encontro e de aprendizado coletivo para se tornarem simples passagens, ocupadas por desconhecidos, lugar sujo, cheio de perigo sendo preciso afastar as crianças destes lugares. Em síntese, a ocupação do espaço é uma supervalorização da escolarização, para responder as exigências mercadológicas da industrialização proporcionaram a saturação do tempo da criança com deveres e fazeres, restando muito pouco para as atividades lúdicas e espontâneas. A brinquedoteca pode, também, ter efeitos positivos para o processo de aprendizado, através de jogos, brinquedos e brincadeiras que estimulem o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos. A brinquedoteca contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo - lhes oportunidades de realizar livremente atividades individuais ou coletivas. A interação entre crianças e adultos, abre-lhe oportunidades, de conhecer novos aspectos do mundo.
  • 41. 41 Não descartando a importância da orientação e do estabelecimento de diretrizes pedagógicas para a operação de brinquedoteca. Vale lembrar que mesmo a oportunidade de brincar livremente játraz efeitos positivos para o desenvolvimento das crianças. A brinquedoteca é também um espaço de formação de educadores, pois oferece condições de interação e observação das crianças. Dependendo do foco em que a brinquedoteca é criada, ela é muito importante pois, pode também por permitir que crianças com menos privilégios financeiros possa ter acesso a brinquedos variados para brincar, nem que seja apenas por alguns instantes. Quando se utiliza brinquedos e brincadeiras tradicionais, a brinquedoteca resgata e reserva o patrimônio e a identidade cultural da sociedade. Pode–se assim dizer que a brinquedoteca é um espaço destinado ao resgate da ludicidade, do brincar espontâneo da criança e valorizando o brincar. Sendo assim fica caracterizado a sua importância nos espaços escolares principalmente na primeira infância, uma vez que por meio deste espaço e ambiente acolhedor que a mesma deve proporcionar. A brinquedoteca tem a função de oportunizar a vivência de diversas situações que as auxiliem no seu desenvolvimento, pois, a criança aprende e se desenvolve afetivamente, cognitivamente, fisicamente e socialmente com a interação tanto com os objetos, quanto com os iguais e os adultos.
  • 42. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOM TEMPO, E. Brincar, fantasiar, criar e aprender. In Oliveira, V.b. de. O Brincar e a criança do nascimento aos seis anos. 2 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. BRANDÃO, HELENA, FROESELER, MARIA DAS GRAÇAS, E.G. O Livro dos jogos e das brincadeiras para todas as idades. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000. CUNHA, Nylse. H. S. Brinquedoteca: espaço criado para atender necessidades lúdicas e afetivas. Revista do Professor, Porto Alegre-RS. V. 1, n°44.p. 3-50, outubro/dezembro, 1995. CUNHA, Nylse Helena da Silva. A brinquedoteca brasileira. In: _, Santa Marli Pires dos (org.). Brinquedoteca: O lúdico em diferentes contextos. 8º ed, Petrópolis: Vozes, 2002. Fonte: Artigo realizado por Lawrence Kutner, Prof. Dr., com o Prof. Dieter Wolk. http://www.dodot.pt. O Brinquedista e a dimensão lúdica. Disponível em: <http://brinquedoteca.siteinteligente.com/si/site/0018007?idioma=portugues> Professor da Pré-Escola (Vol. 1), Monique Deheinzelin e Zélia Vitória Cavalcanti Lima, 198 págs., Ed. Globo, tel. (11) 3767-7863, http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/oito-questoes-como- trabalhar-brinquedos-602333.shtml?page=1 SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico: - 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Cortez, 1996.
  • 43. 43 Acervo itinerante de brinquedos | Plano de Aula - Educação Infantil ...revistaescola.abril.com.br/.../acervo-itinerante-brinquedos-602355.shtm ANEXOS Em uma reportagem na Revista Nova Escola sobre oito questões de como trabalhar com brinquedos Conheça as respostas para oito dúvidas frequentes na hora de incorporar esses recursos à rotina dos pequenos para garantir diversão e aprendizagem 1) Como trabalhar bem sem uma brinquedoteca? Ela não garante um trabalho bem-feito. Além disso, não é interessante que os brinquedos fiquem restritos a um ambiente. As crianças precisam encontrá-los em vários lugares e momentos. A preocupação maior deve ser em relação à organização do local e ao acesso dos pequenos aos itens. De nada adianta ter uma brinquedoteca se ela sempre estiver fechada ou se a turma só usá-la esporadicamente. Se ela existir, o acesso deve ser livre, assim como a circulação de brinquedos pela escola. 2) O que fazer se não existem brinquedos para todos? É importante organizá-los para que sejam compartilhados, garantindo que todos brinquem. Os educadores devem planejar intercâmbios de objetos entre as turmas e a interação entre elas, inclusive reunindo crianças de idades diferentes (leia a atividade permanente). A garotada tem muito a ganhar: há trocas de ideias e o brincar se torna mais rico. 3) Armas de brinquedo devem fazer parte do acervo? Mais do que decidir por incluir armas ou outros objetos, o importante é que as crianças possam elaborar ideias sobre o bem e o mal. Nas brincadeiras, o vilão é tão importante quanto o mocinho, portanto os pequenos têm de lidar com ambos no universo lúdico.
  • 44. 44 4) Há itens adequados para meninos e para meninas? Não. Se o brincar é um modo de representar, experimentar e conhecer as culturas, não faz sentido imaginar que panelinhas são só para meninas, e carrinhos, para meninos. Todos precisam ter acesso a qualquer item sem distinção e ficar livres para escolher com o que brincar. Elaine Eleutério, coordenadora pedagógica da CEINF Lafayete Câmara, em Campo Grande, explica que, quando os meninos, por exemplo, se negam a participar das brincadeiras de casinha por acreditarem que isso não é coisa de homem, os educadores entram em cena. "Questionamos a validade da afirmação com os pequenos. Dizemos que existem homens que fazem as tarefas domésticas e perguntamos se a turma conhece alguém que faça isso no dia a dia", diz. 5) É interessante usar sucata para incrementar o acervo? Sim, não há problema em reaproveitar materiais. Ao eleger quais vão ser usados, é necessário questionar a utilidade que eles terão. Não se trata de aproveitar qualquer coisa para montar brinquedos, e sim criar brinquedos com objetos interessantes, de qualidade, bonitos e que não sejam perigosos. O ideal é deixar à disposição itens de uso não evidente, como rolos de papel-alumínio, e estimular os pequenos a conferir utilidade a ele, montando lunetas, binóculos ou cornetas, por exemplo. 6) Deve-se permitir levar brinquedos de casa? Sim. As crianças gostam de fazer isso para mostrar aos outros quem são e do que gostam. Também o fazem para ter por perto um objeto pessoal com o qual se identificam e têm familiaridade. Combinados com a turma e com as famílias sobre emprestar os objetos para os colegas brincarem, ter cuidado para não danificá-los, misturá-los ao acervo, perder os esquecê-los ajuda a evitar problemas. É válido elaborar uma lista coletiva do que não é legal levar, dos brinquedos que não se quer emprestar, que tenham peças muito pequenas ou que já existam na escola e divulgá-la para os pais. Estipular um dia para que todos levem seus brinquedos pode ser uma alternativa interessante desde que não seja esse o único dia que eles tenham para brincar.
  • 45. 45 7) Quais objetos fazem as vezes dos brinquedos? Há muitos que podem enriquecer a brincadeira. Quem acha que os pequenos precisam de algo específico são os adultos. O acervo pode ter coisas perenes, como caixas de madeira e tecidos. "Eles podem ser usados para construir diversos itens", explica Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Lupas, fitas métricas e lanternas são ótimos para estimular a meninada a estudar e explorar o ambiente. 8) Como evitar que a turma destrua os brinquedos? Primeiramente, é fundamental compreender que mesmo os objetos de qualidade não são eternos. Depois, brinquedo desgastado é sinônimo de brinquedo usado. Explique às crianças que cuidados são essenciais para manter os itens em bom estado para serem usados por outros colegas que chegarão à pré-escola no futuro, por exemplo. Novos brinquedos no acervo, principalmente aqueles que o grupo não conhece, pedem atenção. Ninguém sabe como cuidar do que nunca viu e que não sabe como funciona.
  • 46. 46 Plano de Aula: Acervo itinerante de brinquedos Objetivos -Integrar turmas de diferentes faixas etárias com brincadeiras simbólicas. - Desenvolver competências relacionadas ao brincar. Conteúdo - Utilização do acervo de brinquedos. Anos Pré-escola. Tempo estimado Duas ou três vezes por semana, o ano todo. Material necessário Caixas de papelão, baús, caixas plásticas, peças de vestuário (como luvas, gravatas e roupas), bonecas de várias etnias, carrinhos de vários tamanhos, utensílios de cozinha, itens de escritório, hospital e cabeleireiros, blocos de construção, maletas e frasqueiras. Outras indicações em www.ne.org.br: digite na busca "acervo de brinquedos". Flexibilização Mesmo que a criança ainda não seja alfabetizada, identificar as caixas em braile é um passo importante para que ela tome contato com o sistema de escrita. Outra sugestão é encapar as caixas de brinquedos com tecidos de texturas bem diferentes. Ao organizar o acervo, acompanhe a criança para que ela saiba onde estão guardados os brinquedos e as fantasias. Esta é uma atividade que deve ser feita periodicamente, cada vez que o acervo for reorganizado. A criança sempre deve saber quando as caixas forem mudadas de lugar. Uma boa atividade é fazer
  • 47. 47 com que as crianças cegas ensinem as demais a localizar os brinquedos do acervo através das sensações, sem o uso da visão. Improvise vendas com pedaços de tecido. Isso vai fazer com que todos se integrem, desde cedo. Desenvolvimento 1ª etapa Convide seus colegas para preparar um acervo itinerante de brinquedos. O objetivo é que ele seja aproveitado por diferentes turmas e em locais variados. Organizem os materiais em caixas e identifiquem o conteúdo. Se forem de papelão, encapem-nas com tecidos coloridos. Planejem o local em que o acervo ficará lembrando que as crianças precisam ter fácil acesso às caixas. Cuide para que os materiais de cabeleireiro e as fantasias, por exemplo, fiquem próximos de um espelho para facilitar seu uso. Uma planilha deve acompanhar esses brinquedos e ser preenchida por todos os educadores. Nela devem constar questões como dias, horários de utilização e observações sobre a manutenção dos itens para garantir a segurança da turma em relação a determinados objetos desgastados e quebrados. 2ª etapa Apresente às crianças o que há disponível e como o material deve ser conservado e guardado depois do uso. Combine que é importante elas avisarem se algo quebrar para que seja consertado ou substituído. É importante mudar os materiais periodicamente para que os pequenos encontrem novos desafios. Tenha em mente que não basta deixá-los brincar, mas estar junto para fazer intervenções: se você percebe que a atividade poderia estar mais rica se tivesse algum novo material, entregue-o aos pequenos. Para observar todos e suas atividades, organize com outros professores como será a divisão de tarefas de forma que haja supervisão. 3ª etapa Reúna turmas de diferentes idades para brincar com o acervo, levando em conta o
  • 48. 48 tempo, o espaço e a variedade das atividades. Em dias quentes, por exemplo, ofereça a oportunidade de as crianças utilizarem a torneira para misturar água e areia e fazer comidinhas, por exemplo. Atente para apenas fazer sugestões e não engessar as brincadeiras. Preocupe-se também com a integração entre os pequenos. Os maiores podem ajudar os menores a vestir fantasias, pensar em diferentes maneiras de brincar com os bonecos, formar um time de futebol etc. Avaliação Observe as crianças e faça registros individuais sobre elas durante as brincadeiras. Veja como reagem às suas intervenções, de que maneira se apropriaram dos materiais, como obedecem aos combinados e de que forma interagem com turmas de diferentes idades. Planeje como poderá enriquecer a atividade, seja oferecendo novos materiais, seja ensinando brincadeiras diferentes. Consultoria: Circe Guarnieri - Professora-assistente de direção da EMEB Mariana Benvinda da Costa, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.