O documento descreve um projeto para familiarizar uma comunidade indígena com tecnologias educacionais. O projeto visa utilizar recursos como vídeos, computadores e uma máquina digital para registrar a cultura do povo e editar um livro. Ele também conta a lenda do "Ficante", um homem famoso da região conhecido por sua bravura e habilidade em brigas.
1. Público Alvo: Escola Diferenciada de Ensino Fundamental
e Médio Povo Caceteiro e povo da aldeia
Localização: Aldeia Mundo Novo – Monsenhor Tabosa –
Crateús - CE
2. Justificativa
O Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE da 13ª CREDE
– Crateús-CE reconhecendo a necessidade da comunidade
indígena da Aldeia Mundo Novo – Monsenhor Tabosa
torna-se familiarizada com os avanços tecnológicos de
forma a utilizar como recursos didáticos e de
comunicação.
A finalidade maior é o uso das tecnologias existentes na
escola: vídeos, televisão, computadores, máquina digital,
DVD,VOIP...etc. Além disso, fazer o registro de suas
histórias para que sua cultura permaneça viva em um livro
a ser editado.
3. Objetivo Geral
Familiarizar a comunidade indígena com os
avanços tecnológicos para utilização destes como
ferramentas no ambiente de aprendizagem.
4. Objetivos Específicos
Difundir registros da cultura potyguara a partir da
ótica do próprio povo, através da elaboração de um
livro;
Buscar uma visão moderna de integração dos
diferentes recursos na sala de aula: Vídeo, televisão,
computadores, Câmara digital dentre outras;
5. Metodologia
Capacitação em Informática Educativa de
professores, alunos e comunidade da aldeia Mundo
Novo no usando SO Windows e os aplicativos: Word,
Excel, Paint, Correio Eletrônico e Internet.
Elaboração do projeto e criação dos originais para
edição de um livro registrando e resgatando a cultura
do “povo caceteiro” na contação de histórias,
costumes, crenças e lendas ainda hoje cultuadas pelo
povo da região.
6. LENDA DO FICANTE
O Ficante foi a figura mais falante na serra e sertão. Ele chegou emMonsnehor Tabosa na era
de um (1901). E le ficou conhecia tudo tudo: Boa Viagem, Oiti dos Melo, Catolé, Águas Belas,
Sorocaba, Vídeo e principalmente o local Chupador, município de Monsenhor Tabosa a casa dos
visinhos, Saco do Belcchior e saco dos Veados. Ficando era um homem cheio de bravuras. O Ficante
era um ótimo caceteiro, ele brigava de pedra, cacete e até de dente, ele morava no mato andava com
a “ casa na cabeça” como diz o ditado. Ele carregava toda sua bagagem em um saco de estopa: rede,
roupa, o prato e uma colger. Quando chegava em uma casa ficava no terreiro, fazia o fogo, asava as
caças e só pedia farinha na casa para misturar com a caça assada. E também dormia fora das casas,
armava sua rede nas latadas das casas.
O Ficante era alto, magro, só tinha tres dedos no pé e o pé dele era bem comprido e fino,
moreno do nariz comprido parecido com o Manoel Lopes.
O Ficante era perigoso demais, era o assombro do povo da região. Eu vou contar um caso
interessante de sua vida.
Certo dia o ficante estava sentado em Monsnehor Tabosa, cochilando, escorado no cacete e
chegou o cabra e disse: -Olha o pau Ficante!
Quando fechor a boca, o cabra já estava rolando no chão, ai o Ficante disse:
Ô cabra mole!
7. Mais corajoso que Ficante aqui na região era o Joaquim Preto meu avô. Meu avô também
sabia da mão direita como Ficante. O povo sabe também. Todos sabem da mão direita. Joaquim
Preto era homem de ação e sabia da mão direita. Se eu fosse contar a història do ficante passaria
muitos dias e não terminaria. Até a serra grande o Ficante conhecia tudo, aquele índio era puro, dos
que morava no mato mesmo. Ele morreu na localidade “cabeça verde” no municipio de Tamboril em
1952. Morreu de velho com a metade do corpo dentro de uma loca de pedra e os quartos de fora. Ele
andava muito aqui no Mundo Novo, gostava de caçar nestes talhados aqui. Naquele tempo, ainda
tinha um mourão de pau ficante no centro da terra para amarrar quem viesse a festa aqui e fosse
bancar o valentão. os tios da teka pegavam e amarravam o cabra até o outro dia. Na próxima festa o
cabra já vinha direito.
A segurança daqui era o povo daqui mesmo. O povo daqui sabem da mão direita.
História contada
pelo Senhor
Darico e escrita
pela professora
Teka.