O documento descreve a história política do Chile no século XX, desde a Guerra Fria até os governos de Salvador Allende e Augusto Pinochet. Detalha a ascensão do governo militar após o golpe de 1973 e a repressão durante a ditadura, assim como a retomada da democracia nos anos 1990.
2. Séc. XX
Guerra fria
Socialismo x capitalismo
Golpes militares em vários países da América latina são
patrocinados pelos EUA
3. Gabriel González Videla (1946- 1952)
Sobe ao poder com apoio dos liberais e esquerdistas, prometendo
desenvolver as formas produtivas e recuperar o setor social.
Entretanto, assume uma posição radicalmente anticomunista e
mantém o privilégio da burguesia, frustrando seus eleitores.
TIAR (1947) – Assinado o Tratado Interamericano de Assistência
Recíproca. Representou a aproximação dos militares estadunidenses
dos latino-americanos, como parte da efetivação da Doutrina Truman.
Lei
da Defesa da Democracia (1948) – chamada de “Lei
Maldita”, serviu para promover perseguições políticas à líderes
sindicais e à partidos de esquerda.
4. 1957 – Formação do Partido Democrata Cristão (PDC), em
oposição ao crescimento da esquerda e aproximação do
Partido Socialista (PS) e do Partido Comunista (PC).
Eduardo Frei (1964 – 1970)
Moderado. Seu governo se baseava em empréstimos
externos; iniciou uma reforma educacional e uma reforma
agrária, embora essas medidas tenham sido consideradas e
superficiais.
Nacionalizou a mineração de cobre.
O descontentamento da população levou à cisão do PDC:
parte dele passou a integrar a Unidade Popular (UP) junto
de outros partidos esquerdistas.
5. Salvador Allende (1970 – 1973)
Representante da ala política esquerdista desde 1951 com a Frente
Popular.
Ganha as eleições como candidato da UP, que propunha nacionalizar a
economia, aprofundar a reforma agrária, retomar o crescimento
econômico, ampliar a oferta de emprego e melhorar a qualidade de vida
das camadas populares.
Pretendia uma transição pacífica para o Socialismo; nacionaliza
bancos, empresas e a mineração (responsável por 80% da receita do
país); o estado passa a controlar cerca de 60% da economia.
Dificuldades econômicas, o crescimento da inflação e a indisposição
tanto com a esquerda radical quanto com a direita; associados à
constante intervenção americana na política interna chilena e os
boicotes à economia promovidos pela CIA culminaram na abertura de
espaço para o golpe militar e o fim do governo de Allende.
6. Sob a liderança do general Augusto Pinochet, o governo
passa a perseguir a esquerda nacional e atender aos
interesses norte-americanos.
Assim como nas demais ditaduras na América Latina, o
período foi marcado por perseguições políticas, mortes,
tortura e censura das liberdades individuais.
7. Embora tenha havido uma queda inicial na economia, as
medidas liberais de Pinochet são responsáveis pelo
chamado “Milagre Chileno”, iniciado em 1977.
Em 1978, Pinochet promulga um decreto anistiando todos
aqueles que cometeram ou encobriram crimes desde o
início da ditadura.
Em 1980 é promulgada uma nova constituição, que
legitimava o governo ditatorial de Pinochet.
O Chile passa a colaborar com a Operação Condor, plano
desenvolvido pela CIA em parceria com os regimes
militares latino-americanos para reprimir a oposição e
eliminar líderes de esquerda e a influência de caráter
marxista nos países do Cone Sul.
8. As recorrentes violações aos direitos humanos ocasionam
reprovação internacional (inclusive do próprio EUA).
Em 1981, se inicia uma nova crise econômica que
enfraquece o governo. Embora se alcance a estabilidade
novamente em 1985, a diminuição drástica dos gastos
sociais aumenta as disparidades socioeconômicas no país e
agrava o descontentamento populacional.
Com articulações politicas por parte dos oposicionistas ao
governo militar iniciadas após a constituição de 1980, foi
realizado um plebiscito em 1987 que terminou por decretar
a proibição a Pinochet de continuar no governo.
Eleito em 1989, Patricio Aylwin promete recuperar a
liberdade democrática e punir os militares envolvidos com
a ditadura.
9. Durante o governo de Patricio Aylwin (1990 - 1994),
limita-se a anistia, levando-se em consideração que os
crimes da ditadura são crimes contra a humanidade e não
prescrevem. Também é criada a Comissão Nacional de
Verdade e Reconciliação, que buscava investigar e
esclarecer as ações do governo de Pinochet.
Durante o governo de Eduardo Frei Ruiz-Tagle (1994 -
2000), há a retomada das relações chilenas com outros
países, enfraquecidas durante o período de ditadura.
10. Uma lista oficial estima 3.225 mortos e desaparecidos e 37.055
presos políticos torturados durante os 17 anos de ditadura.
Há 700 militares em juízo, acusados de cometer crimes contra a
humanidade. As penas recentes, no entanto, tem enfraquecido.
Atualmente, o Chile apresenta uma das economias mais
promissoras e estáveis da América Latina.
É o principal produtor mundial de cobre, com cerca de um terço
da oferta mundial do metal.
Em 2013, a favorita à presidência Michelle
Bachelet, socialista, tenta a reeleição contra Evelyn
Matthei, democrata. As duas evocam a lembrança da
ditadura, tendo tido pais generais que ficaram em lados opostos
após o golpe, e explicitam uma ideologia ainda dividida no país.