O documento descreve um projeto para combater o analfabetismo funcional entre estudantes do ensino médio e universitário através da criação de um blog e produção de vídeos sobre seus bairros. O projeto inclui oficinas sobre equipamento de filmagem e edição e terá avaliação formativa baseada na participação dos alunos.
Projeto combate analfabetismo funcional com vídeos e blog
1. UNIVERSIDAD AMERICANA
UNIVERSIDADE AMERICANA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
História e Filosofia da Educação
Ana Paula Pombeiro da Paixão
Betânia Luz Lima
Professor Ms Osvaldo Olivera
Janeiro - 2011
2. UNIVERSIDAD AMERICANA
Projeto Você na Tela
1. Enunciado Básico
O analfabetismo funcional
2. Descrição
O analfabetismo funcional é um problema que assola grande parte dos
brasileiros. Em uma sociedade na qual a informação é extremamente valorizada,
é necessário saber perceber e interpretar os acontecimentos ao seu redor.
A atividade aqui descrita tem o objetivo de ampliar a visão do analfabeto
funcional; de voltar seu olhar para o mundo ao seu redor e induzi-lo a
desenvolver uma visão crítica dos acontecimentos à sua volta.
Iremos enfocar os alunos de ensino médio e universitário, com a meta de
não só capacitá-los, como torna-los multiplicadores do projeto.
3. Caminho selecionado
Criação de blog e filmagem, edição e compartilhamento de vídeos.
4. Responsáveis
Ana Paula Pombeiro da Paixão
Betânia Luz Lima
5. Marco Teórico
A UNESCO define analfabeto funcional como toda pessoa que sabe
escrever seu próprio nome, assim como lê e escreve frases simples, efetua
cálculos básicos, porém é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a
escrita em atividades cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e
profissional. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das
3. UNIVERSIDAD AMERICANA
palavras, colocar ideias no papel por meio da escrita, nem fazer operações
matemáticas mais elaboradas.
Mas como resolver essa situação? Como baixar esses números
alarmantes? Sem dúvida nenhuma que a educação é o caminho. Alfabetizar mais
crianças com melhor qualidade. Essa é a questão: qualidade e não quantidade.
Infelizmente, hoje vemos que o Brasil optou pela quantidade a qualquer
custo. E o resultado disso é a enorme quantidade de analfabetos funcionais com
diploma. O nosso país deveria se esforçar em alfabetizar com qualidade. Não é
aumentando para 9 anos o Ensino Fundamental que a qualidade do ensino irá
melhorar.
Também não é ampliando o horário escolar que teremos o problema
resolvido. Se os alunos não forem incentivados à leitura, a atividades que
trabalhem com inteligência, pensamento lógico e capacidade de relacionar temas
diferentes, nenhum esforço do governo será válido.
Segundo pesquisa da Eurodata TV Worldwide, realizada em nove países
entre setembro de 2004 e maio de 2005, a televisão tem se configurado como a
principal fonte de entretenimento/informação para as crianças, na faixa etária
dos dois aos onze anos de idade. As brasileiras, segundo esse estudo, são as que
ficam mais tempo expostas a essa mídia: permanecem 3 horas e 31 minutos por
dia diante de um aparelho televisor, consumindo sua programação. Em seguida,
estão as crianças americanas, com 3 horas e 16 minutos de consumo diário de
programação televisiva. Dados à parte, o que releva reconhecer é o fato de que
não se pode ignorar o lugar ocupado pela mídia TV e pelo conjunto de
elementos que ela veicula desde o seu aparecimento, nas significativas mudanças
que afetam as esferas subjetivas e intersubjetivas da sociabilidade atual.
Nessa sociedade globalizada, com e pelas suas redes midiáticas, o
desenvolvimento acelerado e o uso dos Meios de Comunicação de Massa
(MCM) afetaram significativamente todos os espaços da vida social, inclusive o
da formação escolar. Essa aldeia global tem entre suas características principais
o atravessamento universal pelos efeitos e as possibilidades da comunicação-
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informação. A crescente expansão dos multimeios apresenta novas questões e
desafios para o âmbito das atividades educacionais. Cumpre, pois, reconhecer o
lugar central que eles ocupam na constituição do mundo e de suas instituições,
entre elas a escola. Dito de outra forma: urge pensar a respeito de qual é o
espaço da escola, do professor e dos MCM neste novo cenário social no qual
mídia, tecnologia e educação, ainda que digam respeito a elementos de estatutos
distintos, possam ser afinados de tal forma que sejam postos a serviço da
formação de indivíduos originais, críticos, solidários, cooperativos e respeitosos
para com as diferenças individuais e culturais.
McLuhan, no artigo “Aula sem paredes”, aborda a questão das perdas
substanciais que a escola tem ao tentar expurgar dos seus domínios e do seu
debate interno a inquestionável presença da mídia na sociedade, deixando de ver
e de ter nos meios e tecnologias de comunicação, aliados importantes na
construção de saberes. O teórico canadense assegura que os MCM,
especialmente a TV, ajudaram o homem “a recuperar a compreensão intensa da
linguagem facial e do gesto corporal” (McLuhan, 1971,p. 19), perdidos durante
séculos com a cultura linear, mecânica e estática da linguagem tipográfica.
Segundo ele, os MCM não têm nada de errado em sua natureza e não serviram
“para enfraquecer ou corromper níveis anteriormente alcançados de cultura
verbal e pictórica”, mas foram detratados “por não termos conseguido dominá-
los como novas linguagens a tempo de os assimilar à nossa herança cultural
total” (McLuhan, 1971, p. 19).
“No futuro, educar será sinônimo de aprender a querer progredir, a
melhorar; nesse dia educar não será sinônimo de formar e manter homens a
meio caminho de suas possibilidades de desabrochamento, mas, ao contrário,
abrir-se à essência e à plenitude da sua existência” (Herbert Marshall McLuhan, In
Mutations 1990).
6. Descrição da atividade a ser desenvolvida
1) Em um primeiro momento seriam realizadas oficinas para garantir que os
alunos saibam manejar os equipamentos. Essas oficinas devem ser adaptadas
de acordo com o perfil e heterogeneidade da turma. Ao todo serão realizadas
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três oficinas: uma de manejo da câmera fotográfica ou celular, salientando,
inclusive, os diferentes enfoques que se pode dar em cada cena a ser
escolhida; outra, de edição de vídeos e fotos , na qual desenvolvem a
sensibilidade para selecionar trechos de vídeos e fotos e transformá-los no
produto final; e a terceira, porém não menos importante, a de construção de
blog, para que conheçam a ferramenta e saibam operá-la para publicar seus
trabalhos.
2) Posteriormente, cada aluno levaria para casa ou usaria seu próprio
equipamento, câmeras fotográficas ou celulares, para capturarem imagens e
vídeos de acontecimentos e fatos interessantes dos locais onde vivem.
Podem focar os prós e contras da comunidade, cultura local, tradições do
bairro entre outros, o que lhe chamar mais atenção.
3) A edição dos vídeos seria feita em sala de aula, sob a supervisão do
professor, que exercerá a função mediador, para que os alunos possam
enxergar e interpretar o significado das imagens para eles.
4) A quarta etapa do projeto seria a construção do blog, usando a criatividade
dos alunos, da maneira como acreditassem ser mais conveniente. Ao término
da construção, os vídeos e fotos seriam postados, e cada aluno construiria a
legenda de seu vídeo e adicionaria tags, a fim de que demonstrem seu
entendimento do mundo ao redor.
5) A avaliação do curso será formativa, de acordo com a frequência,
participação e interesse nos trabalhos realizados.
7. Bibliografia
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=700, acesso em
25/01/2011
http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CB8QFjAA&ur
l=http%3A%2F%2Fwww.alaic.net%2Fponencias%2FUNIrev_Almeida.pdf&rct
=j&q=m%C3%ADdia%20educa%C3%A7%C3%A3o%20e%20cidadania&ei=L
xM_TeOTAtOtgQfe2KDtCA&usg=AFQjCNGy4smAas7VE7McmCk8MUa1iU
NbQ&sig2=VUfB5ZYZF07QaW1XL6p9Cw&cad=rja, consultado em
25/01/2011