Dois em cada dez brasileiros possuem compras no crediário, sendo os produtos mais comuns eletrodomésticos, eletrônicos, calçados e roupas. Cartão de crédito é o método de pagamento mais usado, seguido por crediário. Empréstimos pessoais, consignados e financiamentos também são populares.
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Dois em cada dez brasileiros têm alguma compra no crediário
1. Dois em cada dez brasileiros têm
alguma compra no crediário, revela
estudo do SPC Brasil
Levantamento mapeia as diversas modalidades de crédito existentes no mercado e
mostra que 28% dos brasileiros já tomaram empréstimo consignado
Bastante utilizada pelos brasileiros em décadas passadas e num período em que
havia menos pessoas com acesso à conta corrente e poupança no país, as compras
no crediário ainda fazem parte do cotidiano de uma parcela considerável da
população. Um estudo realizado em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso Feliz’ mostra
que dois em cada dez consumidores (19%) possuem, atualmente, ao menos uma
compra cujo pagamento é feito por meio de boleto ou carnê. A modalidade fica atrás
do cartão de crédito, que é usado por 52% do total de consumidores entrevistados.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, “o crediário é para uma
parte da população brasileira, sobretudo entre a classe C não bancarizada e os que
vivem fora dos grandes centros urbanos, a única via para conseguir realizar compras
de valores mais elevados”.
Os produtos mais adquiridos com o crediário, de acordo com o levantamento, são
eletrodomésticos (44%), eletrônicos (37%), calçados (31%) e roupas (30%).
Questionados sobre as principais vantagens desta modalidade, a maior parte dos
consumidores cita a possibilidade de dividir o pagamento de suas compras em várias
vezes (37%), poder parcelar uma compra mesmo sem ter cartão ou cheque (14%) e
ter prazo para realizar o pagamento (13%). “Parcelar as compras é um benefício do
crediário, mas que deve ser utilizado com cautela. O consumidor deve evitar fazer
muitas prestações simultâneas para não perder o controle do seu orçamento”, diz o
educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.
Preocupação com a menor taxa de juros
O estudo também investigou outras modalidades de crédito utilizadas pelos
brasileiros na hora de realizar suas compras. O ranking das modalidades mais
2. utilizadas, excluindo o cartão de crédito –, traz o empréstimo pessoal (37%), o
empréstimo consignado (28%), o financiamento (22%) e o cheque pré-datado (9%).
Cinco em cada dez consumidores ouvidos pela pesquisa (54%) garantiram que ao
parcelar um produto sempre escolhem a forma de pagamento que cobra a menor
taxa de juros. Os consumidores da classe C revelam-se um pouco mais desatentos
com a cobrança de juros do que a média geral, uma vez que para esse grupo de
entrevistados o percentual cai para 49%. “É importante que os brasileiros
demonstrem preocupação com a cobrança de juros, mas muitas vezes o consumidor
não sabe fazer a comparação para concluir qual a opção mais vantajosa”, afirma
Marcela Kawauti.
O estudo mostra que nem todos os brasileiros se preocupam com o peso dos juros
no ato da compra. Dentre os consumidores ouvidos pelo levantamento, 16%
argumentam que nem sempre podem escolher a forma de pagamento mais barata e,
por isso, acabam adquirindo a modalidade para a qual conseguem aprovação,
independentemente da taxa de juros. O percentual aumenta para 21% na Classe C.
Há ainda aqueles que analisam apenas se o valor da parcela cabe no bolso,
ignorando o valor total desembolsado (13%).
Três em cada dez já usaram crédito consignado
O estudo constatou ainda que é significativo o número de brasileiros que estão
endividados com empréstimos. Praticamente quatro em cada dez consumidores
residentes nas capitais (37%) disseram estar pagando, atualmente, parcelas de
empréstimos pessoais contraídos no passado, sendo que a maior parte foi adquirida
junto aos bancos (20%). Outros 28% de consumidores já recorreram ao empréstimo
consignado em algum momento de suas vidas e a principal finalidade foi o
pagamento de dívidas (48%). “O crédito consignado é uma alternativa a ser
considerada em situações de sufoco, como no pagamento do rotativo do cartão de
crédito, que cobra um dos juros bastante elevados, ou em situações de emergência.
O alerta é que a pessoa que toma esse tipo de crédito precisa aprender a conviver
com um salário ou renda menor”, explica Vignoli.
3. Minoria usa cheque
Outra modalidade também avaliada pela pesquisa foi o financiamento. Dentre os
entrevistados, 22% disseram estar pagando algum financiamento nos dias de hoje,
com percentuais maiores para os brasileiros das classes A e B (30%). A compra de
automóveis (36%), a aquisição da casa própria, como casa ou apartamento (21%) e
de motocicletas (16%) são os produtos mais comprados desta maneira.
Tendo caído em desuso com a popularização dos cartões de crédito e de débito, 69%
dos entrevistados que possuem conta corrente disseram não possuir talão de
cheques. A segurança e o controle proporcionado pelos cartões são mencionados
pela maioria (69%) como a principal justificativa para não utilizarem essa forma de
pagamento. Dentre a minoria dos brasileiros que ainda usa cheques pré-datados
pelo menos uma vez por ano para fazer compras (9%), as principais aquisições são
roupas (17%), acessórios para carro e motos (13%) e móveis (12%).
Metodologia
Foram ouvidas 642 pessoas das 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a
18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de
3,8 pontos percentuais e a confiança é de 95%. Os dados foram pós-ponderados
para ficarem representativos ao universo estudado.
Baixe a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando ao lado direito superior no link
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
Informações à imprensa
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