33% das compras feitas por impulso são de supermercado
Número de inadimplentes cresce 6,58% em março, maior ritmo em 15 meses.
1. Número de inadimplentes cresce 6,58% em março, maior
ritmo em 15 meses, dizem CNDL e SPC Brasil
Setor bancário e comércio lideram parcelas em atraso, com 66% das dívidas
não pagas
O número de pessoas físicas inadimplentes na base de registros do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aumentou 6,58% em março de 2014, em
relação ao mesmo período do ano passado. Esta é a segunda maior alta já
registrada para meses de março, de acordo com a série histórica do SPC, que
contabiliza os registros desde janeiro de 2011. A partir deste dado, o SPC Brasil
e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) estimam que, ao fim
de março, havia no Brasil cerca de 52,5 milhões de consumidores
inadimplentes.
De acordo com os economistas da CNDL e do SPC Brasil, a inadimplência do
consumidor vem acelerando desde o segundo semestre de 2013, coincidindo
com a escalada dos juros básicos e, consequentemente, com o encarecimento
do crédito.
Pessoas físicas inadimplentes na base do SPC Brasil
Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior
Fonte: SPC Brasil. Os dados não refletem apenas o aumento do número de pessoas físicas inadimplentes no Brasil,
mas também o aumento do registro das pessoas inadimplentes nas bases de dados do SPC Brasil.
Na avaliação da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, o resultado de
março reflete o atual cenário econômico de desaquecimento da economia
2. brasileira e de alta de juros, que aumenta a dificuldade das famílias em honrar
compromissos.
Já na comparação com o mês imediatamente anterior (fevereiro de 2014), o
número de consumidores inadimplentes subiu +1,31%, o crescimento mais
elevado desde janeiro de 2011, início da série histórica. O resultado, segundo
economistas, é resultado das compras não planejadas, contraídas em forma de
parcelas no Natal do ano passado, assim como nas liquidações de janeiro. “As
dívidas vencidas em dezembro e em janeiro ainda não foram pagas, o que
explica o forte aumento do número de compromissos em atraso vencidos entre
31 e 90 dias. Isso sem mencionar o comprometimento do orçamento familiar
com pagamentos de despesas típicas de início de ano como IPTU e IPVA”,
explica Luiza.
Número de dívidas atrasadas
O número de dívidas em atraso na base de dados do SPC em março cresceu
0,75% em relação a fevereiro. A alta foi a segunda menor para março nos
últimos cinco anos. Na comparação com março de 2013, entretanto, a alta foi
de 3,81%, maior ritmo de crescimento em 13 meses.
Houve uma forte queda mensal no número de dívidas vencidas há menos de 30
dias entre março e fevereiro deste ano e uma alta expressiva (6,29%) de no
número de dívidas vencidas há menos de 90 dias.
Gráfico 9 – Quantidade de dívidas em atraso por faixa de tempo de atraso
Variação em março de 2014, em relação a fevereiro de 2014
3. “Fica claro que os gastos de começo de ano pesaram no bolso do brasileiro, que
passou a enfrentar mais dificuldades para cumprir seus compromissos
financeiros, especialmente as parcelas contraídas durante o Natal e o início de
janeiro”, explica a economista.
Setor credor
A alta de 0,75% da quantidade de dívida em atraso, na comparação mensal,
foi puxada por uma elevação expressiva (1,33%) do número de dívidas
atrasadas devidas ao comércio. O segundo maior impacto nessa comparação
veio da alta (0,51%) do número de dívidas que têm o setor de bancos,
seguradoras e planos de saúde como credor. Ao contrário do que ocorreu em
fevereiro, o número de dívidas cujos credores são empresas de serviços básicos
(água e luz, por exemplo) caiu em março, na comparação com o mês anterior.
Gráfico 12 – Dívidas em atraso PF Gráfico 13 – Dívidas em atraso PF
Variação mensal por setor credor (mar/14) Participação por setor credor em mar/14
Fonte: SPC Brasil. O nome do setor credor é uma simplificação da classificação CNAE. Para mais
detalhes, veja a seção de metodologia.
Na comparação anual, os mesmos dois setores acima mencionados (comércio e
bancos) também puxaram a alta, respectivamente com 2,30% e 4,19% de
crescimento, até pelo seu peso na base: em março de 2014, os dois setores,
juntos, representavam 66% do total das dívidas em atraso registradas (Gráfico
13).
4. Gráfico 14 – Dívidas em atraso, com abertura por setor credor (de acordo com a seção CNAE)
Variação com relação ao mesmo mês do ano anterior - %
Metodologia
O novo indicador SPC Brasil e CNDL de inadimplência do consumidor tem
abrangência nacional e calcula tanto o número de brasileiros inadimplentes
quanto o de dívidas atrasadas.
Baixe o material completo e a série histórica em
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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