O número de empresas inadimplentes aumentou 8,33% em maio de 2015 na comparação anual. O setor de serviços, incluindo bancos e financeiras, concentra 70,69% das dívidas e teve alta de 12,85% no número de empresas devedoras. Dívidas com atrasos entre 91 e 180 dias tiveram o maior crescimento.
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Inadimplência de empresas sobe 8,33% em maio
1. Número de empresas inadimplentes
aumenta 8,33% em maio na variação anual
Setor de Serviços concentra 70,69% das dívidas de pessoas jurídicas, englobando
Bancos e Financeiras. Pendências com vencimentos entre 91 e 180 dias têm maior alta
O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou a terceira aceleração
consecutiva em maio. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL),
a quantidade de empresas inadimplentes apresentou crescimento de 8,33% em
maio de 2015 na comparação com o mesmo mês do ano passado. A alta é a maior
desde julho de 2013 e representa uma aceleração da inadimplência com relação aos
números do início do ano quando o indicador oscilava em torno dos 6%.
Na comparação com o mês anterior, o indicador cresceu 1,41% em maio de 2015.
Para os especialistas, esse avanço da inadimplência das empresas é reflexo da piora
do cenário macroeconômico, que afeta a capacidade de pagamento das famílias e
das empresas. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que a
dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está
relacionada à atual conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção
industrial, além da elevada inflação e altas taxas juros: "O resultado reflete um
cenário econômico com menor atividade da economia e maior restrição ao crédito,
ambos fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das
empresas.”
Destaque: dívidas entre 3 e 6 meses
A abertura dos dados por tempo de atraso das dívidas revela que, em maio, o
número de devedores cresceu em todas as faixas, como reflexo da queda da
recuperação de crédito e da entrada de novos inadimplentes. O principal destaque do
indicador são as empresas com dívidas em atraso entre 91 e 180 dias que cresceram
14,82%, além da alta anual de 13,89% verificada nas dívidas em atraso entre 3 e 5
anos.
Nordeste tem maior alta na variação anual
Também houve aumento no número de empresas devedoras nas cinco regiões do
Brasil, na comparação com maio de 2014: o Nordeste e Sudeste lideraram a alta,
2. com variação de 8,27% e 8,15%, respectivamente; e a região Sul registrou o menor
crescimento, de 4,89%.
Porém, a maior parte das empresas devedoras está concentrada no Sudeste:
43,49% do total de empresas inadimplentes. De acordo com os especialistas, isso
ocorre porque a região responde também pela maior parte do PIB brasileiro. O
Nordeste apresenta a segunda maior participação no total de empresas
inadimplentes, com 19,43%.
Inadimplência das empresas do setor de Serviços cresce 12,85%
O número de empresas devedoras também cresceu em todos os setores, na
comparação com maio de 2014. O destaque ficou por conta do setor de Serviços,
englobando Bancos e Financeiras, e que, como nos meses anteriores, liderou o
avanço da inadimplência, com um crescimento de 12,85%. O segundo maior avanço
ficou por conta da Indústria, com crescimento 9,63% das empresas devedoras,
seguido de Comércio e Agricultura que tiveram, respectivamente, variação de 7,53%
e 4,08%.
O indicador mostra que quase metade das empresas devedoras está concentrada no
setor de Comércio (49,42%). “Tal resultado se deve ao importante papel que este
setor apresenta na logística da distribuição de produtos. Em muitos casos, são os
grandes atacadistas que financiam as vendas”, explica a economista do SPC Brasil. A
Agricultura é o setor com menor participação no total de empresas devedoras:
apenas 0,67% do total.
Quantidade de dívidas em atraso sobe 8,22% em maio
Além do aumento no número de empresas inadimplentes, a aceleração atingiu
também a quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 8,22%
em maio deste ano, em relação a maio do ano passado. Foi a maior variação desde
agosto de 2013. A aceleração se segue após o indicador ter registrado o menor
crescimento na série histórica em janeiro, com uma alta de 3,49%.
Na comparação mensal, frente a abril, a quantidade de dívidas cresceu 1,62%. O
indicador mostra que 70,00% das dívidas registradas nas bases do SPC Brasil, em
nome de pessoas jurídicas, têm pelo menos um ano de atraso. Porém, as dívidas
mais antigas, com 3 a 5 anos de atraso, têm um crescimento bem acima da média e
a segunda maior participação no total de dívidas.
Na comparação com maio de 2014, o setor credor que mais viu as pendências de
pessoas jurídicas aumentarem foi a Agricultura, que registrou crescimento de
21,27%, ainda que tenha a menor participação no total das dívidas de pessoas
jurídicas, de 0,13%.
3. O setor credor que concentra a maior parte das dívidas de pessoas jurídicas é o setor
de Serviços, que engloba Bancos e Financeiras, com expressivos 70,69% do total,
seguido de Comércio, com 16,02%.
Na divisão por regiões, foi o Sul que obteve um maior crescimento no número de
dívidas, com um aumento de 2,15%.
Metodologia
Os indicadores de inadimplência das empresas sumarizam todas as informações
disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A
abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26
estados da federação, além do Distrito Federal.
Baixe a série histórica em:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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