O documento resume um trágico incidente ocorrido em Santa Maria-RS onde várias vítimas faleceram. O autor diz que não é possível apontar culpados e que devemos confiar na sabedoria de Deus. Também enfatiza a importância de apoiar as famílias enlutadas e tirar lições sobre segurança para evitar futuros acidentes.
2. Agora que a poeira assentou, dirijo-me aos leitores que me
perguntaram sobre o lamentável e duro episódio de Santa Maria-RS.
Também, como qualquer ser humano, comovi-me às lágrimas diante do
episódio tão comovente e cortante ao coração.
3. As especulações foram muitas, as notícias fartamente
exploradas, muita bobagem foi dita tentando explicar o
acontecimento. O fato é que vários fatores, e nem é preciso
repetir aqui, desencadearam a tragédia. E não adianta agora
procurar culpados, é um fato consumado. Deixemos que o
tempo responda às nossas dúvidas doídas.
4. O que é importante nesse momento é a vibração amiga
em favor dos pais, cortados pela dor que não podemos
imaginar. A prece em favor deles é, aliás, nosso dever,
para que sintam ao menos o conforto da solidariedade.
5. Não temos condições de fechar a questão, pois nos faltam
informações que fogem à alçada de simples mortais e limitada
condição humana. Por mais que tentemos explicar, sempre
faltará um componente cuja origem desconhecemos.
6. Aliás, todos desconhecemos a história de cada
vítima, de cada família, de cada jovem que ali
sucumbiu. E não me refiro à história presente, mas
à bagagem trazida de outras experiências.
7. As razões, pois, são muitas. Estão presentes no episódio
quadros de provas (degraus de crescimento para pais e
filhos), de consequências do passado (também para pais e
filhos) e necessidade de aprendizados (igualmente para todos
os envolvidos), que não temos como definir quais
especificamente, nem para quem.
8. É muita leviandade declarar que todas as vítimas estão
pagando erros do passado. Claro que há casos assim, mas
como definir? Muitos deles podem inclusive ter solicitado
passarem por tais situações para algum aprendizado que não
temos como alcançar.
9. E muitas vezes alguns casos foram para despertar
familiares, a sociedade, e há casos em que não havia tais
necessidades citadas, mas foram vividas por
circunstâncias que nos escapam completamente.
10. Como, pois, querer explicar fechando a questão?
Não temos acesso às razões de Deus, que são
sábias, justas e misericordiosas.
11. Aliás, a misericórdia de Deus está sempre presente em
qualquer situação, socorrendo os filhos. Estes,
normalmente, em casos assim, nada sentem, porque são
amplamente amparados por equipes espirituais
especificamente preparadas para essa finalidade.
12. Deus permite tais casos para nos despertar dessa
letargia de insensibilidade, para promover o progresso
moral que surge espontâneo na solidariedade e
igualmente impacta a sociedade com providências
normalmente esquecidas pela leviandade humana, de
cidadãos ou autoridades.
13. O que nos deve nortear o pensamento e a
emoção é pensar na Bondade de Deus, que
nunca abandona seus filhos. As vítimas e
suas famílias estão amparados, apesar do
momento muito doloroso.
14. Confiar, pois, aguardar o tempo, sem guardarmos
revolta. E ao mesmo tempo nos lembrarmos
carinhosamente de todos eles, já acolhidos
bondosamente em estâncias superiores de socorro.
15. Se algo podemos fazer, isso sim, é manter atenção
aos locais que frequentamos ou dirigimos, como
funcionários ou proprietários, para sempre pensar na
questão da segurança pessoal daqueles que ali
frequentam, pois o episódio igualmente nos mostra
isso.
16. Em linhas gerais, notemos que o episódio provocou impacto
material e moral
em toda a sociedade brasileira. É a sabedoria de Deus que
permite tais fatos, nunca por capricho ou abandono, mas como
lições necessárias ao nosso crescimento.
17. . O impacto maior fica por conta da quantidade de vítimas,
mas o corpo nada mais é que uma veste. O espírito é o ser
principal e que sobrevive à morte do corpo. Há razões que
podemos especular, mas nunca poderemos fechar questão
pois nos faltam itens históricos que não temos acesso.
Então, respeitemos a ocorrência, tirando as lições que nos
cabem. Estamos todos aprendendo.
18. Todos voltarão um dia à pátria de origem. Todo dia tem gente
voltando ou chegando.
19. Aprendamos a enxergar além das aparências e unamos os
pensamentos em prece em favor de todos os envolvidos
nesse triste episódio da história brasileira, que, embora muito
dolorido no presente, deixa lições vivas para todos, para um
futuro de felicidade e harmonia.
20. E não nos deixemos impressionar por especulações em
21. Texto – Orson Peter Carrara
Música – Concierto de Aranjuez
Imagens – Internet
Formatação- Suely dos Anjos
sulanjos@uol.com.br