1. Diagramador maluco
Particularmente interessante para quem está desenvolvendo o trabalho de
conhecimento e produção do texto jornalístico, esta atividade envolve também outras
possibilidades de objetivos, como o de desenvolver a leitura de diferentes tipos de
significantes (palavras, imagens, gráficos), o da ressignificação dos textos e o da
intertextualidade. Mas se você anda com a corda no pescoço em
termos de tempo, espere uma época mais propícia: serão necessários no mínimo dois
períodos de aula, ainda que parte do trabalho, como a escolha da reportagem, seja feita
em casa.
1. Na aula anterior ao início da atividade, solicite o material necessário: um
envelope e uma notícia de jornal, devidamente recortada em três partes: 1 a.) título,
2a.) texto e 3a.) ilustração (foto, gráfico ou desenho). Frise que é muito importante que
os alunos escolham uma reportagem que lhes agrade e com a qual se identifiquem.
2. Em aula, divida a turma em grupos de três alunos. Cada trio organizará o seu
material, colocando dentro de cada envelope um título/manchete, um texto e uma
imagem, todos de reportagens diferentes. Cada trio terá, então, três envelopes.
3. Cada grupo cederá os seus envelopes e receberá outros três, encaminhando-se a
seguinte dinâmica: o grupo A manda seus três envelopes para o grupo B, o B para o C,
e assim sucessivamente, até que todos tenham envelopes organizados por colegas de
um outro grupo.
4. Agora individualmente, os alunos deverão trabalhar de acordo com a seguinte
proposta: colar em folhas diferentes cada uma das partes contidas no envelope. Estarão
faltando, respectivamente, a) a imagem e o texto da reportagem, b) a manchete e a
imagem e c) a manchete e o texto.
5. Prontas as colagens, o aluno deverá completar a reportagem com as partes que
lhes faltam (sem mostrar para os colegas), resultando em três reportagens completas
(isto significa que deverá ptoduzir duas manchetes, duas ilustrações e dois textos -
devendo cada reportagem, ao final, conter as três partes). Mãos à obra, é hora de soltar
as feras do imaginário.
6. Pronta a tarefa, os alunos farão uma exposição das reportagens, buscando
identificar, rios trabalhos dos colegas, as partes que completam, verdadeiramente, cada
um dos recortes que recebeu. Neste momento, o conhecimento prévio dos alunos entra
em ação, revelando suas vivências e o seu grau de conhecimento de mundo. Caso
2. algum aluno não decifre os elementos que compõem o original de uma (ou de mais de
uma) de suas reportagens, solicite ao autor dos recortes, na função de monitor, a
checagem dos resultados.
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3. Sugestão:
Peça, junto com o material solicitado, que os alunos tragam fotografias
pessoais sobre diferentes circunstâncias para ilustrarem o trabalho no lugar da
imagem. Vai ser, no mínimo, engraçado!
Aproveitando as idéias de Gianni Rodari, autor da "Gramática da Fanta-
sia", não pretendemos que este seja o modo mais útil de se ler um jornal, nem
que este deva ser introduzido nas escolas apenas para ser retalhado. O papel é
uma coisa séria, assim como a liberdade de imprensa. Mas o jogo não fere o
respeito pelo papel impresso; ao contrário, pode servir para encorajar o respei-
to a ele. E, afinal, inventar histórias também é coisa séria.