1. Para analisar o documento PRIORIDADES DE FORMAÇÃO CONTÍNUA - REFERENCIAL RBE 2009 foi necessário cruzar outros documentos, não só para compreender em que contexto surgiam estas “prioridades” bem como para interpretar as informações que aí constavam. <br />O Ministério da Educação, através da Portaria n.º 756/2009, de 14 de Julho, estabelece as regras de designação de docentes para a função de professor bibliotecário e para a função de coordenador interconcelhio das bibliotecas escolares; mais precisamente a partir do Artigo 5º para o procedimento dos professores bibliotecários. Nele são mencionadas as formações, referidas no Anexo II da Portaria e que remete para os diferentes Cursos de Doutoramento, Mestrado, Pós-Graduação ou Licenciatura, ministradas em diferentes Universidades, Institutos e Politécnicos, que atribuem pontuação no concurso ao cargo de professor bibliotecário. <br />Existem ainda outras formações contínuas relevantes para o concurso de professor bibliotecário, as Acções de Formação Contínua na Área das Bibliotecas, que englobam um total de 636 formações, promovidas ao longo de vários anos. A lista disponível está actualizada com a data de 16.07.2010, mas muito provavelmente será actualizada anualmente, integrando novas formações que tenham sido desenvolvidas a nível nacional, tentando abranger o maior número de professores. Pelo facto de existirem muitos professores bibliotecários sem experiência e/ou sem formação, as acções em áreas temáticas de biblioteca não abrem “vaga” para outros docentes, uma vez que é necessário organizar e promover acções de formação para habilitar os professores bibliotecários em serviço.<br />As Acções de Formação Contínua na área das Bibliotecas englobam quatro áreas, a saber: <br />Área A / Integração da Biblioteca Escolar no Projecto Educativo de Escola;<br />ÁREA B-1 / Desenvolvimento da Biblioteca Escolar na Escola: Organização e Gestão da Biblioteca Escolar;<br />ÁREA B–2 / Desenvolvimento da Biblioteca Escolar na Escola: Organização da Formação – O Tratamento Documental;<br />ÁREA B–3 / Desenvolvimento da Biblioteca Escolar na Escola: Gestão das Colecções;<br />ÁREA B–4 / O Desenvolvimento da Biblioteca Escolar na Escola: Avaliação dos Recursos e dos Serviços;<br />ÁREA C / A Biblioteca Escolar e as literacias do século XXI – Leitura e Literacia;<br />ÁREA D / A Biblioteca Escolar e os ambientes digitais.<br />Destas quatro Áreas, a que maior percentagem de formação abrange é a Área B com 43% de formações; seguida da Área C com 26; da Área D com 20%; e a Área que engloba menor número de formações é a que tem por tema a Integração da Biblioteca Escolar no Projecto Educativo de Escola. <br />Assim, e em análise aos gráficos apresentados pode-se afirmar que a maioria das formações contempladas relacionam-se com o Desenvolvimento da Biblioteca Escolar na Escola. Sendo que 24% insere-se na Organização e Gestão da Biblioteca Escolar, 16% na Organização da Formação–O Tratamento Documental, e 1% para as sub-áreas Gestão das Colecções e Avaliação dos Recursos e dos Serviços, equitativamente.<br />Ao analisar estas áreas de Acções de Formação Contínua Das Bibliotecas e as Prioridades de Formação Contínua, definidas para 2009 por despacho do Secretário de Estado da Educação, do Pessoal Docente e Não Docente dos Estabelecimentos de Ensino Não Superior, encontram-se várias relações nas diferentes áreas existentes. As áreas em que não se estabelecem semelhanças são aquelas em que são mais específicas no ramo técnico das bibliotecas - Tratamento Documental e Gestão das Colecções. Ainda de referir que em todos os documentos analisados, as formações em competências de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são muito valorizadas. Esta situação deve-se ao facto do Plano Tecnológico Educativo ter sido implementado em Portugal para promover a utilização da tecnologia nos processos de ensino e de aprendizagem, sendo necessária uma eficiente formação nesta área, dos agentes da comunidade educativa. A Formação de docentes no domínio da aplicação pedagógica das TIC é umas das estratégias fundamentais para promover a mudança de práticas nas escolas e enfrentar os desafios com que as mesmas são hoje confrontadas.<br />Em jeito de conclusão e após análise dos referidos documentos, é possível afirmar que o professor bibliotecário tem de possuir competências técnicas de gestão de recursos físicos e humanos, de informação e biblioteconomia, um alargado conjunto de competências pedagógicas e igualmente relevância na dimensão social da escola. É através de um conjunto de formações que também se pretende que o professor bibliotecário, interagindo com os outros professores da escola/agrupamento seja um desmultiplicador da formação, contribuindo para elevar o sucesso educativo, levando as bibliotecas escolares a serem um meio privilegiado de formação e aprendizagem para todos.<br />20 de Julho de 2010<br />