O documento discute tumores hipofisários, incluindo sua localização na glândula hipófise, sintomas neurológicos e hormonais, classificação e tratamentos cirúrgico e clínico.
1. TUMORES HIPOFISÁRIOS
Tainara de Souza¹
¹Acadêmica da Universidade Federal de Santa Catarina- Campus
Araranguá.
RESUMO: A glândula hipófise está situada na base do cérebro, é
responsável pela síntese de diversos hormônios no corpo humano.
Quando ocorre um crescimento celular anormal nessa glândula dá-se o
nome de tumor hipofisário. Tumores hipofisários são tumores benignos
da glândula hipófise que provocam sintomas neurológicos e hormonais.
Os sintomas neurológicos são decorrentes de compressão ou invasão de
estruturas adjacentes, tais como o nervo ótico e nervos localizados ao
lado da hipófise. Esses tumores são classificados em funcionantes e nãofuncionantes, essa classificação dependerá de diversão características
funcionais e estruturais. Embora seja um tumor benigno, são necessários
tratamentos que visam remover o tumor. O tratamento pode ser cirúrgico
ou clínico, o que vai definir a forma de tratamento é a classificação do
tumor.
Palavras chave: Hipófise, tumor, hormônios, tratamento
ABSTRACT: The pituitary gland is located at the base of the brain and is
responsible for the synthesis of various hormones in the body. When an
abnormal cell growth in this gland gives the name of pituitary tumor.
Pituitary tumors are benign tumors of the pituitary gland that cause
neurological symptoms and hormonal. Neurological symptoms are due to
compression or invasion of adjacent structures such as the optic nerve and
nerves located next to the pituitary. These tumors are classified as
functioning and nonfunctioning, this classification depends fun functional
and structural characteristics. Although it is a benign tumor, it is necessary
treatments aimed at removing the tumor. The treatment can be both
surgical and medical, which will define the form of treatment, is tumor
classification.
Keywords: Pituitary tumor, hormone and treatment
2. INTRODUÇÃO
A glândula hipófise se localiza muito próximo a nervos cranianos, devido a
essa proximidade, tumores na hipófise podem causam um amplo espectro
de sintomas tanto hormonais quanto neurológicos. Problemas ou
disfunções na hipófise são fáceis de diagnosticar porque eles podem
causar muitos sintomas, embora muitas vezes sejam confundidos com
outras doenças. O diagnóstico é dependente da análise dos sintomas,
sinais no exame físico, exames de sangue e de Ressonância Magnética. Já
o acesso direto à hipófise só pode ser alcançado através de cirurgia. Essa
disfunção frequente da hipófise, os tumores, por não serem muito
suspeitados, podem passar despercebidos por um bom tempo.
As metas do tratamento dos adenomas hipofisários incluem a reversão da
hipersecreção hormonal e suas manifestações clínicas, bem como a
regressão de uma eventual sintomatologia neurológica ou neuro-ocular
provocada pela compressão tumoral sobre o quiasma óptico e outras
estruturas para-selares. A função residual da hipófise anterior deve ser
preservada ou, se previamente comprometida, restaurada. Além disso,
deve-se procurar prevenir uma posterior recidiva tumoral. (VILAR, et al,
2000)
DISCUSSÃO
Um tumor da hipófise é um crescimento anormal das células da glândula.
Os tumores hipofisários podem produzir hormônios específicos, como a
prolactina (provocando infertilidade, diminuição da libido e osteoporose),
hormônio de crescimento (causando acromegalia), ACTH (causando a
Doença de Cushing), TSH (causando hipotireoidismo), ou serem nãofuncionantes e por isso não produzirem hormônio nenhum. Estes tumores
se comportam de acordo com sua célula de origem e são nomeados para
o tipo específico de célula afetada.
Por exemplo, se um tumor se origina em uma célula produtora de
prolactina, o paciente desenvolve um prolactinoma. Altos níveis de
prolactina no sangue suprimem a produção dos hormônios da hipófise
(hormônio luteinizante e hormônio folículo estimulante), que estimulam a
produção de estrogênio ou testosterona. Homens com estes tumores têm
3. baixos níveis de testosterona e perdem o apetite sexual e, eventualmente,
as suas características masculinas, como pêlos faciais, massa muscular,
desenvolvem disfunção erétil e baixa contagem de espermatozóides. As
mulheres com tumores produtores de prolactina muitas vezes não
ovulam, experimentam baixos níveis de estrogênio, e deixam de ter ciclos
menstruais. Em ambos os casos, os pacientes com hormônios sexuais
baixo desenvolvem osteoporose. É importante lembrar que a maioria dos
tumores da hipófise são benignos e câncer é muito raro. Eles têm padrões
variáveis de crescimento e afetam pessoas diferentes de formas muito
diferentes. Alguns são pequenos e ocasionais, enquanto outros são
pequenos, mas causam excesso de hormônios. Outros podem crescer
rapidamente levando a compressão das outras estruturas próximas. O
ponto importante é que eles precisam de detecção e tratamento
precoces.
A classificação dos tumores hipofisários é baseada nas suas características
funcionais e morfológicas. Estas neoplasias são denominadas
"funcionantes" quando produzem hormônios em quantidade suficiente
para induzir manifestações clínicas, compreendendo, em ordem
decrescente de frequência: tumores lacto tróficos (prolactinomas),
tumores somatotróficos, tumores adrenocorticotróficos, e os raros
tumores produtores de hormônios glicoprotéicos: gonadotrofinomas e
tirotrofinomas. Os adenomas hipofisários também podem produzir mais
de um hormônio, sendo mais freqüente a associação de hormônio de
crescimento (GH) e prolactina (PRL). As neoplasias hipofisárias que não
secretam quantidades mensuráveis de hormônios intactos para a
circulação, não levando, portanto a quadro de hipersecreção hormonal,
são denominados adenomas clinicamente não secretores ou "não
funcionantes".
Morfologicamente, os tumores hipofisários são classificados como
microadenomas (adenomas geralmente circunscritos com diâmetro
inferior a 10 mm) e macroadenomas (diâmetro superior a 10 mm,
podendo ser circunscritos à sela turca, expansivos ou invasivos) (HARDY J.
et al 1973) (Marcello D.;MELMED,Shlomo,2005). Os microadenomas são
diagnosticados pelo quadro clínico ligado à sua hipersecreção hormonal
ou, quando não-secretores, por achado incidental, através de imagem de
cabeça realizada com outro propósito, como trauma de crânio, ou através
4. de autópsia. Os macroadenomas são também diagnosticados por hiper ou
hipo-secreção hormonal, quando presentes, ou através de manifestações
neurológicas, principalmente as visuais e cefaléia, e também por achado
incidental (incidentaloma). Podem levar à hipofunçãohipofisária por
comprimir a haste e, com isso, interferir no aporte dos hormônios
hipotalâmicos para a adeno-hipófise, ou por destruir tecido hipofisário.
Embora não existam diferenças histológicas características com os
adenomas não invasivos, os tumores invasivos apresentam crescimento
mais rápido, provocam erosão selar e infiltram estruturas vizinhas, tais
como a dura mater, o osso e seio esfenoidais e o seio cavernoso
(Scheithauer BW et al 1986) (Marcello D.;MELMED,Shlomo,2005). A
morfologia dos adenomas hipofisários é verificada através de imagem e
confirmada cirúrgica e anátomo-patologicamente. É importante frisar que
o grau de invasão tumoral nem sempre é facilmente caracterizado: os
adenomas hipofisários não possuem cápsula; na verdade, existe uma
"pseudocápsula" constituída de células adeno-hipofisárias e de rede de
reticulina condensada pertencentes ao lobo anterior não-adenomatoso.
Desta forma, embora os macroadenomas sejam mais associados com
invasão dural, também microadenomas podem ser invasivos (Scheithauer
BW et al 1986) (Marcello D.;MELMED,Shlomo,2005).
O problema com os transtornos da hipófise é que eles nem sempre
são fáceis de diagnosticar porque eles podem causar um amplo espectro
de sintomas, e muitas vezes são confundidos com outras doenças. Devido
à sua localização perto do cérebro, os sintomas podem parecer tanto
hormonais e/ou neurológicos, tornando o diagnóstico da doença
hipofisária difícil. O diagnóstico é dependente da análise dos sintomas,
sinais no exame físico, exames de sangue e de Ressonância Magnética. Já
o acesso direto à hipófise só pode ser alcançado através de cirurgia. Essa
disfunção frequente da hipófise, os tumores, por não serem muito
suspeitados, podem passar despercebidos por um bom tempo. As
manifestações mais comuns de massas selares são perda visual (macro) e
cefaleia (micro ou macro). (Abucham J. et al 1985) (Julio; VIEIRA, Teresa C.
2005)Outros achados comuns: diminuição da libido e/ou em homens;
irregularidade menstrual e amenorreia em mulheres; fadiga; galactorréia.
5. Em acromegálicos: aumento de extremidades, artralgia, apnéia do
sono, hiperidrose, pregas cutâneas, etc.
Tratamento Cirúrgico
Objetivo: Remoção do tumor, alivio do efeito de massa, melhora do CV,
redução da hipersecreção hormonal e preservação da função pituitária
normal. ( Colao A, Di Sarno A, Marzullo P, Di Somma C, Cerbone G, Landi
ML, et al 2000) (Julio; VIEIRA, Teresa C. 2005).
Um neurocirurgião experiente oferece a melhor possibilidade de alcançar
estes objetivos, que são mais frequentemente em micro adenomas. A
maioria dos macros adenomas irá necessitar tratamento adicional.
Tratamento Clinico
Prolactinoma/Acromegalia/Doença Cushing
Adenomas não funcionantes, craniofaringeoma, cisto de Rathke e doença
infiltrativa: não dispõe de tratamento medicamentoso eficaz. A ressecção
cirúrgica seguida de Rdt é a conduta em pacientes com doença residual
significante ou recorrência. ( Colao A, Di Sarno A, Marzullo P, Di Somma C,
Cerbone G, Landi ML, et al 2000) (Julio; VIEIRA, Teresa C. 2005).
CONCLUSÃO
Pode-se concluir por esse estudo, que o diagnóstico precoce é de extrema
importância para o tratamento de pessoas com tumores na hipófise, o
tratamento cirúrgico trás muitas possibilidades de melhora ou remoção
total do tumor embora o tratamento clínico não seja tão eficiente, ele
continua a ser utilizado.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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