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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA - PARFOR
CAMPUS XIII - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
MARIA DE LOURDES DE JESUS SOUZA
MARIA IZABEL ALMEIDA SILVA OLIVEIRA
TÂNIA SOARES SANTANA
Práticas leitoras de turmas do 9º ano
ITABERABA - BA
2014
MARIA DE LOURDES DE JESUS SOUZA
MARIA IZABEL ALMEIDA SILVA OLIVEIRA
TÂNIA SOARES SANTANA
Práticas leitoras de turmas do 9º ano
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Letras Vernáculas da Universidade do
Estado da Bahia Campus XIII como requisito para
a obtenção do título de Graduadas em Letras.
Orientadora: Profa. Dra. Valquíria C. M. Borba
ITABERABA - BA
2014
RESUMO
A formação em Letras nos fez refletir sobre alguns aspectos referentes ao
trabalho com leitura realizado nas escolas que consequentemente tem como
objetivo a formação de leitores competentes, mas que muitas vezes, não é
alcançado, ou então, torna-se difícil de ser concretizado trazendo muitas
inquietações e com isso, nos questionamos a cerca de quais práticas de leitura são
aplicadas em sala de aula que desenvolvem no educando o gosto pela leitura e
demais competências que elas lhes propiciam. O nosso estudo tomou como base a
análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa
especificamente no que se refere à análise de práticas de leitura. A escolha dos
PCN se deu pelo fato de ser um documento oficial cuja finalidade é auxiliar o
professor em sua prática pedagógica. Esse trabalho de conclusão de curso tem
como proposta analisar e verificar se as práticas pedagógicas de leitura em sala de
aula, utilizadas por professoras de 9º ano, estão associadas às práticas
apresentadas pelos PCN. Foi escolhida uma escola do Município de Ipirá para
realizar esse trabalho. A partir dos dados coletados, através de um questionário
respondido por duas educadoras que se dispuseram fazer parte dessa pesquisa,
fez-se uma análise comparativa das práticas propostas pelos Parâmetros
Curriculares e as desenvolvidas em sala de aula por essas professoras
participantes. Conforme dados encontrados, percebemos que as professora fazem
um trabalho diário de leitura, mas a escola não dispõe de subsídios para execução
de projetos de leitura e ambientes favoráveis para sua inserção no mundo da leitura.
Palavras chave: Leitura. Práticas leitoras. PCN.
ABSTRACT
Training in Letters made us reflect on some aspects related to the work done
with reading in schools that eventually aims to produce competent readers, but that
often is not achieved, or else it becomes difficult to achieve bringing many concerns
and with that, we wondered about which reading practices are applied in the
classroom to develop in the student a taste for reading and other skills that they
provide them. Our study was based on analysis of the National Curriculum
Parameters Portuguese Speaking specifically with regard to the analysis of reading
practices. The choice of NCP was given because it is an official document whose
purpose is to assist the teacher in their teaching. This work completion of course is to
analyze and verify that the pedagogical practices of reading in the classroom, used
by teachers of Year 9, are associated with the practices presented by the NCP. A
school in the Municipality of Ipirá was chosen to perform this work. From the data
collected through a questionnaire answered by two educators who were willing to be
part of this research, we did a comparative analysis of practices proposed by the
Curriculum Standards and developed in the classroom by those participating
teachers. According to data found, we realize that the teacher is a daily job, but the
school does not offer grants for implementing projects and reading favorable
environments for their insertion into the world of reading.
Keywords: Reading. Reading practices. PCN.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................05
1 A LEITURA.............................................................................................................08
1.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA..............................................................................09
1.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA..............................................................................14
2 AS PRÁTICAS LEITORAS NA ESCOLA...............................................................17
2.1 ATIVIDADES DE LEITURA: ORIENTAÇÕES DOS PCN....................................18
3 METODOLOGIA ....................................................................................................22
3.1 OBJETIVOS........................................................................................................22
3.1.1 Objetivo geral...................................................................................................22
3.1.2 Objetivos específicos.........................................................................................22
3.2 SUJEITOS............................................................................................................22
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA..........................................................................23
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...............................................................26
CONCLUSÃO...........................................................................................................36
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
INTRODUÇÃO
O ato de ler não se restringe apenas à decodificação de letras, à decifração
do que está escrito, mas vai além; contempla a compreensão e dá sentido a tudo o
que nos cerca. Portanto, a escola deve estar atenta aos mecanismos presentes no
processo de ensino aprendizagem da leitura para que obtenha êxito nessa tarefa. O
reconhecimento da importância da leitura é imprescindível para a formação de
leitores, pois é uma prática que todos desenvolvem independente de quaisquer
situações e, cabe à escola criar possibilidades para que a leitura lhes seja acessível.
Sendo a leitura o ponto primordial para a inserção do indivíduo na sociedade
letrada, é também essencial o papel da escola na formação de leitores, pois é
através da leitura que se passa a adquirir novos conhecimentos e informações
importantes para a interação no meio sociocultural como cidadão consciente. Formar
leitores competentes é um dos objetivos mais almejados de uma instituição escolar e
por que não dizer; na educação. Muitos são os meio utilizados e sugeridos para o
alcance de tal objetivo, mas que na maioria não tem tido êxito.
Segundo dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos),
observa-se que entre 2009 a 2012 houve uma regressão no desempenho dos
estudantes brasileiros em relação à leitura. Em 2012, o país somou dois pontos a
menos em leitura do que a sua pontuação na avaliação anterior, que aconteceu em
2009 e fez 86 pontos abaixo da média dos países da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ficando em 55º lugar no ranking da
leitura. Com base nos dados da pesquisa, outro fator nos chama a atenção: 49,2%
dos alunos brasileiros não alcança o nível 2 de desempenho na avaliação que tem o
nível 6 como teto, o que permite chegar à conclusão de que eles não conseguem
compreender nuances da linguagem, não são capazes de deduzir informações do
texto e nem de estabelecer relações entre diferentes partes do texto.
Diante do exposto, as dificuldades de aprendizagem em leitura são patentes e
preocupantes, uma vez que o papel da escola é formar leitores capazes de
compreender o que leem. No entanto, a maioria dos alunos é capaz de decodificar
qualquer texto, mas poucos conseguem compreendê-los e posicionar-se perante a
leitura. É importante ainda, enfatizar que as possíveis causas que provocam essas
dificuldades devem ser vistas como um conjunto de fatores que estão dentro e fora
da escola. No que se refere ao âmbito escolar, levantamos alguns questionamentos
como: Quais práticas de leitura são aplicadas na sala de aula, em particular nas
turmas de 9º ano? Estas práticas estão associadas às propostas dos PCN?
Os PCN (1997, p.55) dizem que, se o objetivo da escola é formar cidadãos
capazes de compreender os diversos textos com que se defrontam, é preciso que se
organize o trabalho educativo para que pratiquem e aprendam isso na escola. Diz
ainda, que esse trabalho não deve estar pautado em práticas centradas na
decodificação, mas que deve proporcionar ao aluno diversas oportunidades de
leitura. Assim, propomos, através deste trabalho, identificar e analisar se as práticas
pedagógicas de ensino de leitura utilizadas pelos professores do Ensino
Fundamental II, em turmas de 9º ano, de uma escola pública do Município de Ipirá-
BA, estão condizentes com as propostas apresentadas pelos PCN de Língua
Portuguesa. O estudo baseia-se na realização de um questionário contendo 15
questões, (ver APÊNDICE A) com duas professoras de Língua Portuguesa dessa
unidade escolar. O questionário possui questões tanto objetivas quanto subjetivas,
com perguntas direcionadas para o trabalho pedagógico de leitura realizado pelas
docentes entrevistadas.
Esta investigação é relevante uma vez que a leitura é de fundamental
importância para o indivíduo em sua inserção na sociedade letrada, pois, é através
dela, a leitura, que ele passa a adquirir novos conhecimentos e informações
essenciais para que possa interagir nessa sociedade como cidadão consciente.
Vale, então, ressaltar que a finalidade da escola é ampliar os conhecimentos de
escrita e leitura que o indivíduo traz consigo, dando-lhe oportunidade de ter contado
com os mais diversos materiais de leitura como: jornais, revistas, livros, rótulos,
receitas, etc., auxiliando-o no desenvolvimento da mesma, de forma que ao finalizar
o 9º ano, no tocante ao ato de ler, o aluno seja capaz de compreender, aprender, ler
nas entrelinhas, discutir e analisar textos, explorando as mais diversas
possibilidades que esta prática se propõe.
Dessa forma, com intuito de identificar as práticas de professores do Ensino
Fundamental II de uma Escola Municipal de Ipirá frente à leitura, elaboramos o
presente trabalho por meio de quatro capítulos a seguir relacionados:
No primeiro capítulo, será apresentada a fundamentação teórica a partir da
exploração de concepções de leitura e estratégias de leitura, trazendo à tona
discussões com alguns teóricos, proporcionando uma visão ampla da temática
pesquisada.
Já o segundo capítulo, contextualizamos a questão da pesquisa, refletindo
sobre as práticas pedagógicas de leitura segundo orientações dos PCN.
O terceiro capítulo, abordamos os procedimentos metodológicos adotados
para a efetivação da pesquisa a partir de alguns teóricos, que possibilitou evidenciar
o lócus, os objetivos, os sujeitos envolvidos e os instrumentos.
E no quarto capítulo, consta a análise e interpretação dos resultados, em que
utilizamos o questionário para identificar as práticas pedagógicas de leitura de
professores, do 9º ano, do Ensino Fundamental II, de uma Escola Municipal do
Município de Ipirá, verificando se as mesmas estão pautadas nos PCN de Língua
Portuguesa.
Para finalizar, apresentaremos as considerações finais, em que ressaltamos a
relevância das práticas leitoras utilizadas pelos sujeitos da pesquisa, que têm
contribuído para a formação de leitores e cidadãos críticos, conscientes e
autônomos.
1 A LEITURA
O ato de ler é tão amplo quanto à extensão do mundo. Propiciar ao aluno
adentrar nesse mundo de sonho, de realidade e ficção e de alma faz com que todos
os professores se sintam mais humanos e conscientes do processo de formação
cidadã e de responsabilidade social. Trabalhar a leitura em todos os níveis é
possibilitar um mundo mais justo, mais consciente, mais humano e solidário.
Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência da leitura em nossa
vida bloqueia as possibilidades de se mergulhar no mundo das palavras e de certa
forma, nos exclui dos acontecimentos, da interpretação, da imaginação e da ficção
arquitetada pelo autor, seja diante de quaisquer tipologias textuais.
O processo de desenvolvimento da leitura acontece primeiramente a partir do
convívio com as pessoas que fazem parte do nosso contexto social. Ao nascer, a
criança emite sons primeiramente sem sentido, para depois aprender a significá-los.
Nessa aprendizagem da fala, que se dá da maturação biológica com a interação do
ser humano com o outro, encontramos significados, valores, modos diferenciados de
conhecer o mundo. Com isso, ler é considerar tudo aquilo que envolve o universo do
leitor; sua experiência de vida, pois ao ler, ele estabelece uma relação entre os
conceitos prévios que possui com o conteúdo do texto, construindo assim, sentidos.
Se ao considerar como leitura as experiências e vivências do leitor, ela se
torna uma prática ampla e presente na vida do indivíduo. Por que então, se tem
necessidade de se apropriar da leitura? Certamente, com ela, apreendemos as
ideias que circulam na sociedade, seus valores, suas disputas, os lugares que cada
um ocupa no tecido social e como se dá a mobilidade das ideias e das pessoas.
É importante ressaltar que o conhecimento prévio tem uma grande relevância
na leitura, pois contribui para que se dê significado ao texto lido. A leitura pressupõe
uma série de procedimentos complexos nos quais o leitor faz constantes
interpretações, até chegar à compreensão global do texto.
Como afirma Freire (1996, p.123):
[...] Respeitar a leitura de mundo do educando significa tomá-la como ponto
de partida para a compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e
da humana, de modo especial, como um dos impulsos fundantes da
produção do conhecimento [...]
Cabe à escola oferecer oportunidades de realizar e refletir sobre atividades e
procedimentos adequados para ajudar os alunos a desenvolverem as habilidades
enfocadas no contexto, visto que, um dos objetivos mais importantes da leitura é o
ler para aprender, queremos também enfatizar a importância dos questionamentos/
desafios no processo da leitura que implica ascender a curiosidade pelo mundo.
Pois segundo Lajolo (2001, p.7) “Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à
medida que se vive”.
Com isso, desmistifica-se a ideia de que a leitura é uma prática escolarizada e
que o papel da escola é de ensinar a ler. Sabemos que a leitura não é apenas uma
prática escolar; ela se processa em outros ambientes fora da escola. Segundo Pietri
(2009, p.11), “uma pessoa pode aprender a ler sem ter ido à escola, ou, mesmo
quem tenha aprendido a ler na escola, pode desenvolver habilidades de leitura
diferentes daquelas que a escola lhe apresentou [...]”.
Portanto, ler é atribuir sentido ao texto, relacionando-o a outros textos
significativos propondo outras leituras, inclusive as leituras de mundo que o indivíduo
possui antes mesmo de chegar à escola. Ao ler, o sujeito entrelaça informações,
dando margem à sua dedução e à sua imaginação. Com isso, a leitura vai depender
do que estará diante do leitor, que será relacionado com a sua capacidade de
imaginação integrante do contexto que está sendo lido.
Sabendo que a leitura não é uma prática escolar e que esta se propaga
também em outros ambientes, vejamos a seguir o que dizem alguns autores sobre
algumas concepções de leitura na próxima seção.
1.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA
Ao ingressar na escola o individuo já leva consigo conhecimentos adquiridos
ao longo de sua trajetória e a escola aprimora esses conhecimentos através do
acesso às informações, leituras e pesquisas científicas, inclusive em encontro de
experiências que envolvam o conhecimento intelecto.
E é na escola que a prática da leitura, se faz necessária, pois através da
leitura é possível ampliar a visão de mundo podendo o leitor interagir com o texto
fazendo recortes das informações que lhe são pertinentes.
Segundo Solé, confirmando o que foi dito “a leitura é um processo de
interação entre o leitor e o texto; neste processo tenta-se satisfazer [obter uma
informação pertinente para] os objetivos que guiam sua leitura”. (Solé, 1987 apud
Solé, 1998).
Ainda para a autora:
Para ler necessitamos, simultaneamente, manejar com destreza as
habilidades de decodificação e apontar ao texto nossos objetivos, ideias e
experiências prévias; precisamos nos envolver em um processo de previsão
e inferência contínua, que se apoia na informação proporcionada pelo texto
e na nossa própria bagagem, [...] (SOLÉ, 1998, p.23).
Sendo assim, a leitura é um processo do qual é necessário além de dominar a
decodificação dos símbolos linguísticos o individuo precisa ter conhecimentos
prévios necessários para a realização de novas aprendizagens.
Segundo Alleinde & Condemarim, (2002 apud Koch & Elias, 2011, p.24) “Já é
de nosso conhecimento que a compreensão de um texto varia segundo as
circunstâncias de leituras e depende de vários fatores, complexos e inter-
relacionados entre si”, fatores esses com aspectos materiais como: o tamanho, a
clareza dos textos, a cor, textura do papel, constituição de parágrafos longos, o uso
de letras maiúsculas ou minúsculas os excessos de observações e também os
fatores linguísticos que podem dificultar a compreensão como: estrutura sintática, o
uso de muitos elementos subordinados, orações supersimplificadas, ausências de
sinais de pontuação ou inadequação no uso desses sinais.
Não se deve, portanto esquecer que quando o leitor executa uma leitura com
um determinado objetivo, se torna mais fácil a sua compreensão e o entendimento
com o texto lido, pois existem leituras para se manter informado, realizar trabalho
acadêmico, consultar (dicionário), e também tudo que caem em nossas mãos
(panfletos) e o que são apresentado aos nossos olhos (placas, cartazes e outros).
Segundo Koch & Elias (2011, p.19),
[...] destacamos a concepção de leitura como uma atividade baseada na
interação autor-texto-leitor. Se por um lado nesse processo, necessário se
faz considerar a materialidade linguística do texto, elemento sobre o qual e
a partir do qual se constitui a interação, por outro lado é preciso também
levar em conta os conhecimentos do leitor, condição fundamental para o
estabelecimento da interação, com maior ou menor intensidade,
durabilidade, qualidade.
Desse modo, no momento em que o leitor escolhe um texto e pratica a
atividade de leitura com determinado objetivo, ele oferece um sentido para o texto
ativando seu conhecimento de acordo com o meio social que vive. Sendo assim, é o
objetivo dado à leitura que norteia o entendimento do texto.
Segundo os PCN (1997, p. 53):
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre
a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc.
Ler, assim, é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas
não só semânticos, culturais, ideológicos e filosóficos. Tudo o que se ensina na
escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para o avanço do
conhecimento permitindo ao leitor tomar decisões diante das dificuldades de
compreensão em busca de esclarecimentos do que está sendo lido.
Percebemos, portanto que a leitura não é um ato isolado de um indivíduo
diante do escrito de outro indivíduo, esta implica não só a decodificação de sinais,
mas também a compreensão do signo linguístico enquanto fenômeno social. A
leitura é uma atividade que se realiza individualmente, mas que se insere num
contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão desde a
decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido
para o texto lido. Abrange, pois, desde capacidades desenvolvidas no processo de
alfabetização até capacidades que habilitam o aluno à participação ativa nas
práticas sociais letradas que contribuem para o seu letramento.
No processo ensino aprendizagem, a leitura é um fator relevante e a
formação de leitores competentes está associada ao contexto sociocultural do
educando, pois é nesse contexto que ao longo da sua jornada, será adquirida uma
gama de conhecimentos que contribuirá para o seu desenvolvimento em sala de
aula e consequentemente para a sua formação leitora.
Segundo Lerner (2002, p.73),
Ler é entrar outros mundos possíveis. É indagar a realidade para
compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura
crítica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania
no mundo da cultura escrita [...].
A educação deve incentivar a transformação do homem e do mundo. E, para
que essa transformação se estabeleça é necessário que o homem se movimente de
um lugar significativo para outro, isto é, pratique em sua vida o exercício dialético da
liberação. No ato de liberar-se, de tomar consciência da sua necessidade, é que o
ato de ler passa a ganhar a sua significação maior e primeira.
Saber ler textos escritos e escrever ainda é privilégio de poucos.
Historicamente o aprendizado sempre se baseou em disciplina rígida, por meio de
método analítico caracterizado pelo processo passo a passo. Primeiro, decorava-se,
depois se soletrava e por fim, decodificavam-se palavras isoladas, frases, até chegar
a textos contínuos. Segundo Martins (2007, p. 23),
Apesar de séculos de civilização, as coisas hoje não são muito diferentes.
Muitos educadores não conseguiram superar a prática formalista e
mecânica, enquanto para a maioria dos educandos aprender a ler se
resume à descoberta de signos linguísticos, ainda prevalece a pedagogia do
sacrifício, do aprender por aprender sem se colocar o porquê, como e para
que, impossibilitando, portanto, compreender verdadeiramente a função da
leitura, o seu papel na vida do indivíduo e da sociedade.
A autora diz ser fundamental que, conhecendo os limites de sua ação, os
educadores repensem sua prática profissional e passem a agir objetiva e
corretamente em face dos desequilíbrios e desafios que a realidade apresenta.
Segundo Silva (2000), é por meio da leitura que se tem acesso à cidadania, a
melhores posições no mercado de trabalho, assim, uma mensagem escrita deixa de
ser o mero conteúdo informativo para se transformar no pretexto (condição) para
formação da consciência crítica. Mais especificamente aponta o autor, o documento
escrito deixa de ser simples instrumento para transformar-se num veículo de
comunicação da tradição histórica e cultural passada e presente.
Quanto a isso, Paulo Freire diz que o ato de ler não se esgota na
decodificação pura e simplesmente da palavra escrita, mas pelo contrário, se alonga
na inteligência do mundo: “[...] A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí
que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura
daquela” (FREIRE, 1981, p. 4).
Para Freire, a leitura do mundo está com o sujeito bem antes de ele ingressar
na escola, defendendo, assim, uma compreensão crítica do ato de ler que não é
visto apenas na decodificação pura pela palavra ou linguagem escrita, mas que
implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Segundo ele, para
haver leitura é necessário a compreensão e esta não se dá apenas através da
decifração das letras.
O leitor ao experimentar o ato da leitura, segundo Silva (2000), executa um
ato de compreender o mundo. Dentro dessa visão, o propósito básico de qualquer
leitura é a compreensão dos significados mediatizados ou fixados pelo discurso
escrito, ou seja, a compreensão dos horizontes inscritos por um determinado autor
numa determinada obra.
O “compreender”, para o autor, deve ser visto como uma forma de ser,
emergindo através das atitudes do leitor diante do texto como uma percepção ou
panorama dentro do qual os significados são ativos. Nesse sentido, não basta
decodificar representações indicadas por sinais ou signos. O leitor (que assume o
modo de compreensão) porta-se diante do texto, transformando-o e transformando-
se.
Com o autor ausente no momento da comunicação, a atenção do leitor volta-
se aos horizontes expressos através da mensagem escrita. Assim, o encontro
proporcionado pela leitura deve ser entendido como a comunicação entre o leitor e
os signos linguísticos que formam a trama-tecido do texto.
Ao tratar da prática de leitura Penteado (2001) faz referência às ideias de
Fauget, que concebe o ato de ler como a arte de colher ideias. Ler, para esse
pensador, é interpretar símbolos gráficos de maneira a compreendê-los, portanto, a
leitura constitui uma das cinco atividades fisiológicas básicas: pensar, falar, ouvir,
escrever e ler. Ainda observa que as atividades linguísticas são relacionadas entre
si; o pensamento é expresso pela fala, transmitido pela audição, gravado pela
escrita e interpretado pela leitura. E diz que ler é uma das principais habilidades que
são aprendidas na escola.
Contudo, existe uma diferença entre a capacidade de ler (decodificar) e ler
compreensivamente e aponta que a compreensão do texto está ligada à
personalidade e à cultura do indivíduo, assim, há a necessidade do autor e leitor
falarem a mesma língua para chegar juntos a uma ampla área de compreensão,
Silva (2000, p. 45) afirma:
[...] Compreender a mensagem, compreender-se na mensagem – eis aí os
três propósitos fundamentais da leitura que em muito ultrapassaram
quaisquer aspectos, utilitários, ou meramente “livrescos” da comunicação
leitor-texto.
Num processo de interlocução com texto, Penteado (2001) afirma haver uma
verdadeira associação entre as ideias do autor e do leitor, porque quando há
compreensão parcial não há compreensão, e, assim, não chegamos a compreender
o que o autor pretende transmitir.
O conhecimento adquirido pelo indivíduo nas suas relações com o mundo,
através de suas percepções e vivências específicas, torna-se o instrumento
necessário à compreensão do material escrito, que deve ser considerado como fonte
de conhecimentos. E se a experiência cultural for tomada como um
comprometimento do indivíduo com sua existência verifica-se a importância que a
leitura exerce na vida do mesmo.
Na sessão seguinte abordaremos estratégias de leitura segundo alguns
teóricos.
1.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA
Atividades de leitura são sempre consideradas uma interação entre
leitor/texto, neste processo o leitor busca recursos com objetivo de guiar sua leitura.
De modo que o leve a examiná-lo e conseguir uma boa compreensão e
entendimento alcançando a finalidade do que está sendo lido. Para o leitor extrair
informações do texto é necessário que faça uma leitura com objetivo e depende do
seu conhecimento prévio para dar-lhe significação.
A respeito do que Solé (1998, p.22) afirma:
Ainda que o conteúdo de um texto permaneça invariável, é possível que
dois leitores com finalidades diferentes extariam informações distintas do
mesmo. Assim, os objetivos da leitura são elementos que devem ser
levados em conta quando se trata de ensinar as crianças a ler e a
compreender.
Quando se fala de formar leitores capazes de compreender o que leem, isso
não é proposta só da escola, ou seja, não são só as práticas de leitura utilizadas
pelo professor que são responsáveis pelo desenvolvimento da leitura, pois as
pessoas que convivem com materiais escritos podem desenvolver a leitura muito
antes do período de escolarização. Nem o objetivo da leitura e nem o conhecimento
prévio do leitor irá conseguir formar cidadãos leitores. Mas para o leitor alcançar o
objetivo desejado da leitura é preciso desenvolver estratégias individuais de
compreensão de texto.
Segundo Solé (1998 p. 23) os pesquisadores afirmam que o processo de
leitura acontece pelo agrupamento dos modelos hierárquicos ascendentes e
descendentes. Sendo que o ascendente considera que o leitor, perante o texto
processa seus elementos começando pelas letras, as palavras e frases e atribui
grande importância às habilidades de decodificação considerando que o leitor pode
compreender o texto. Já o modelo descendente não procede letra por letra, mas faz
uso do conhecimento prévio e recursos cognitivos do leitor para fixá-lo. Contudo,
quanto maior for o conhecimento prévio do leitor maior a possibilidade de
compreensão.
No momento que o leitor tem contato com qualquer material escrito ele
começa a fazer análise, junto, ele inicia suas estratégias para realizar sua atividade
de leitura. Segundo Solé (1998 p. 25) “isto pode ser difícil de explicar, pois se trata
de um processo interno, inconsciente, do qual temos prova...”, desse modo, o leitor
ao ter contato com o mundo da escrita irá desenvolver sua leitura por meio de
estratégia de maneira inata, porém faz uso de seu conhecimento adquirido ao longo
de sua vivência.
No momento de produção de sentido das leituras que são realizadas pelo
individuo é colocadas em pratica várias estratégias sociocognitivas. Ativando assim
alguns conhecimentos que já estão armazenados na memória de cada um com a
finalidade de desenvolver o processamento textual. Segundo Koch (2011, p.40) o
processamento textual é estratégico, isso significa que o leitor, diante de um texto,
realiza simultaneamente vários passos interpretativos, efetivos, eficientes, flexíveis e
extremamente rápidos para que o leitor elabore hipótese de interpretação
significativa sobre o texto.
Dessa forma é necessário que o leitor ao escolher o material para praticar a
leitura tenha conhecimento de qual informação pretenda extrair do texto. Pois é
nesse primeiro momento que o leitor começa a adquirir estratégias para almejar seu
objetivo. Lembramos que o professor também pode e deve, em suas aulas de
leitura, fazer uso de práticas que leve o aluno a observar os gêneros textuais e
através de cada um criar estratégias para construir uma interpretação.
Para compreender melhor o processamento textual Koch (2002) diz que esse
processo acontece por meio de três grandes sistemas de conhecimentos como:
conhecimento linguístico que abrange conhecimento gramatical e lexical, podendo
assim, compreender a organização do material; o conhecimento enciclopédico ou
conhecimento de mundo refere-se ao conhecimento de mundo sobre suas vivências
pessoais permitindo a produção de sentido da leitura e conhecimento interacional se
refere às formas de interação por meio da linguagem que engloba outros
conhecimentos como: elocucional que permite reconhecer os objetivos pretendidos
pelo texto, comunicacional que abrange a seleção de variantes linguísticas,
adequação do gênero e a quantidade de informação necessária para que o leitor
seja capaz de reconstruir o objetivo da produção do texto, metacomunicativa que
permite o locutor assegurar a compreensão do texto e a superestrutural que permite
a identificação do texto com exemplares adequados a diversos eventos da vida
social.
Veremos a seguir algumas práticas que irão contribuir para o
desenvolvimento da leitura na sala de aula
2 AS PRÁTICAS LEITORAS NA ESCOLA
As práticas leitoras são instrumentos utilizados pelo professor para que o
aluno possa ler e compreender um texto. É a partir desses recursos que o aluno
interage com o mundo apropriando-se dos materiais envolvidos nas práticas
oferecidas pelo professor, e de acordo com o conhecimento prévio constrói e amplia
seus saberes no mundo da leitura.
Segundo Pietri (2009, p. 33) a escola é a principal instituição responsável
pelas práticas de leitura, porém podem se desenvolver independentemente fora
dela. Os textos que entram na escola não são produzidos especificamente para a
escola, mas passam por um processo de apropriação didática. Os materiais escritos
que circulam na escola são utilizados de acordo os objetivos propostos pela
instituição, porém o professor, sendo o mediador na prática da leitura, deve
selecionar os materiais adequados ao nível de conhecimento do aluno. Segundo os
PCN (1997, p. 55):
A escola deve oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores
proficientes e práticas de leitura eficazes. Essa pode ser a única
oportunidade de esses alunos interagirem significativamente com textos
cuja finalidade não seja apenas a resolução de pequenos problemas do
cotidiano. É preciso, portanto, oferecer-lhes os textos de mundo: não se
forma bons leitores solicitando aos alunos que leiam apenas durante as
atividades na sala de aula, apenas livro didático, apenas porque o professor
pede.
Desse modo o professor ao utilizar só os materiais didáticos como práticas de
leituras não estarão formando um leitor que saiba produzir e ler textos com
proficiência. É necessário, portanto, observar as práticas leitoras utilizadas na escola
para que os alunos possam se apropriar também do que a sociedade lhe oferece, ou
seja, dos diversos gêneros que circulam na sociedade letrada.
Sendo o livro didático o único material que o professor dispõe em sala de aula
e para que as atividades de leitura não fiquem submissas a ele, Pietri (2009, p.84)
afirma que o professor não deve considerar o manual do professor como
responsável definitivo sobre o texto a ser lido, pois o livro didático pode se tornar
mais interessante por oferecer uma coletânea fragmentada com base em estratégia
de facilitação e podem também funcionar como discussões a serem desenvolvidas.
Assim, lembramos que a leitura é de suma importância para a vida do indivíduo,
cabendo à escola indicar diretrizes que estimulem e valorizem a leitura.
O professor é peça fundamental na mediação entre o leitor e o texto e este
deve ser um praticante ativo da leitura. É necessário que o seus alunos os vejam
envolvido com a leitura, pois cabe a ele desenvolver o gosto pela mesma, mas para
isso é preciso leituras estimulantes, reflexivas e diversificadas. Como já mencionado,
o professor não deve se ater só ao livro didático, mas buscar outros materiais que
ensinem seus alunos a compreenderem melhor o mundo que os cercam.
É imprescindível que o professor proporcione oportunidades a seus alunos
para que compreenda a importância da leitura e que esta proporciona lazer e
conhecimento. Para isso é preciso que articule praticas de leitura e textos
adequados para atingirem os objetivos de cada momento tornando-as significativas
na vida de cada um e devem ser motivados a frequentarem espaços de leitura. O
aluno deve perceber que essas atividades têm significação para eles e objetivos a
que se quer chegar. E para que estas sejam interessantes é preciso, também, que
sejam desafiadoras de forma que ajude o aluno a desfrutar lendo, utilizando a leitura
como instrumento privilegiado na construção de seu conhecimento. Os PCN então,
nos afirmam que “é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de
aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam”.
Portanto, os PCN afirmam que para tornar os alunos bons leitores
desenvolvendo a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura a escola
deve mobilizá-los internamente através de praticas pedagógicas eficientes (aprender
a ler e também ler para aprender), fazê-los também a achar que a leitura é algo
interessante, desafiador oportunizando a uma conquista plena em sua autonomia e
independência, porém requer esforço, confiança e condição para poderem se
desafiar a “aprender fazendo”.
Veremos a seguir algumas atividades de leituras propostas pelos PCN.
2.1 ATIVIDADES DE LEITURA: ORIENTAÇÕES DOS PCN
Segundo os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (1997), a
finalidade do trabalho com leitura nas escolas é a formação de leitores competentes,
ou seja, a pessoa que lê deve ser capaz de, por iniciativa própria, selecionar dentre
os vários trechos que circulam socialmente, aqueles que atendam a sua
necessidade.
Além de compreender o que lê, o leitor deve ainda ser capaz de identificar no
texto, elementos implícitos, estabelecer relações entre o texto que lê e outros já
lidos; deve ainda, estar atento para as diversas interpretações que um texto pode ter
e isso acontece dependendo da visão e conhecimento que cada um tem,
principalmente, o conhecimento de mundo.
Sabemos que o objetivo do trabalho com a leitura vai além da ideia de apenas
formar leitores competentes, mas contempla também, a formação de escritores
competentes, ou seja, que tenham condições de produzir textos com eficácia. A
formação de escritores é uma consequência do trabalho feito com leitura.
Para tornar-se um leitor competente, os PCN sugerem que haja uma prática
constante de leitura de textos, sendo organizado um trabalho que envolva uma
diversidade de textos, principalmente os que circulam socialmente. O interessante é
que este trabalho não deve envolver somente os alunos que já leem, mas a todos,
inclusive, aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.
Nessa formação de leitores é imprescindível que a escola e/ou educadores
oportunize ao aluno, condições favoráveis para a prática de leitura, não devendo se
restringir apenas aos recursos materiais. Os recursos materiais, como os livros e
demais materiais impressos são têm sido determinantes para o desenvolvimento do
gosto pela leitura, mas deve-se levar em consideração a maneira como esses
recursos são utilizados. Para este desenvolvimento os PCN (1997, p.58-59)
prescrevem algumas condições consideradas favoráveis para a prática pedagógica
de leitura: E essas condições de forma resumida são:
• dispor de uma boa biblioteca na escola;
• dispor de um acervo de livros de classe e outros materiais de leitura;
• organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia [...];
• planejar as atividades diárias de leitura [...];
• oportunizar aos alunos a escolha de suas leituras [...];
• possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola [...];
• construir na escola uma política de formação de leitores nos quais todos
possam contribuir com sugestões [...]
Além dessas condições destacam-se também algumas propostas didáticas
para que a formação de leitores aconteça de fato. Para o enriquecimento do trabalho
com leitura, propõe-se a realização de leitura diária, leitura colaborativa, projetos de
leitura, atividades sequenciadas de leitura, atividades permanentes de leitura, leitura
feita pelo professor. Contudo, “uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo,
necessária, porque ler ensina a ler e a escrever” (BRASIL, 1997, p.65).
Segue então a descrição das sugestões de leitura propostas pelos PCN para
trabalhar com os alunos.
As leituras diárias podem ser realizadas de forma silenciosa, individualmente,
em voz alta (grupo ou individual), e pela escuta de alguém que ler. Para melhor
entendimento o aluno deve ler o texto diversas vezes silenciosamente com
antecedência, havendo diferentes interpretações deve ser negociada o significado
das interpretações e o professor deve se posicionar apenas quando necessário.
A leitura colaborativa é uma atividade em que o professor ler com a classe,
durante a leitura os alunos são questionados sobre pistas linguísticas que
possibilitam a atribuição de determinado sentido. Essa é uma excelente estratégia
didática para o trabalho de formação de leitores onde os alunos envolvidos possam
explicar para seus parceiros as estratégias utilizadas para atribuir sentido ao texto.
Projeto de leitura, esta atividade tem como característica básica ser
compartilhada por todos os envolvidos, que se expressam no produto final. Além
disso, os projetos permitem dispor de tempo flexível, pois esse tempo é necessário
para conquistar seus objetivos. Essa atividade é uma situação em que linguagem
oral, linguagem escrita, leitura e produção de texto se inter-relacionam de forma
contextualizada. Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar
a necessidade de ler, em determinados casos, a própria leitura oral e suas
convenções.
Atividades sequenciadas de leitura são situações didáticas adequadas para
promover o gosto de ler e privilegiada para desenvolver o comportamento do leitor,
ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da
pratica de leitura: formação de critério para selecionar o material a ser lidas,
constituição de padrões de gosto pessoal, rastreamento da obra, etc. e funciona de
forma parecida com projeto, porém não tem um produto final predeterminado, nesse
caso o objetivo explicito é a leitura em si.
Atividades permanentes de leitura são situações didáticas propostas com
regularidade e voltada para a formação de atitude favorável à leitura. Exemplos
dessa atividade: os alunos escolhem o que desejam ler, levam para casa por um
tempo e se revezam para fazer leitura em voz alta na classe. Estas podem ser
realizadas semanalmente ou quinzenalmente por um ou mais alunos de cada vez.
Outro exemplo é a roda de leitores, os alunos tomam emprestados um livro do
acervo da classe ou da biblioteca da escola para ler em casa no dia combinado uma
parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, sugere títulos ou
contam uma pequena parte da história.
Além das atividades de leitura realizadas pelos alunos e coordenadas pelo
professor há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. É o caso da
leitura compartilhada de livros em capítulos, que possibilitam aos alunos o acesso a
textos bastante longos (e às vezes difíceis) que, por sua qualidade e beleza, podem
vir a encantá-los, ainda que nem sempre sejam capazes de lê-los sozinhos. A leitura
em voz alta pelo professor não é uma prática muito comum na escola. E, quanto
mais avançam as séries, mais em comum se tronam, o que não deveriam acontecer,
pois, muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos de
leitura com objetivo de: ampliar a visão de mundo, estimular o desejo de outras
leituras, possibilitar a vivencia de emoções e de imaginações, permitir a
compreensão de funcionamento comunicativo, possibilitar ao leitor compreender a
relação entre fala e a escrita, favorecer a aquisição de velocidade na leitura e outros.
Veremos a seguir como foi desenvolvida a pesquisa sobre “As práticas de
leitura aplicadas em sala de aula” da escola referida tendo como base as propostas
de práticas de leitura dos PCN.
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi a descritiva da qual
registramos, analisamos e interpretamos os fatos através da pesquisa de campo
utilizando um questionário, pois acreditamos que este método epistemológico nos
permite analisar a totalidade dos dados, direcionando o olhar para os detalhes
significativos das práticas de leitura aplicadas na sala de aula.
3.1 OBJETIVOS
3.1.1 Objetivo geral
 Analisar as práticas pedagógicas de ensino de leitura no 9º ano de uma
Escola Municipal de Ipirá - BA.
3.1.2 Objetivos específicos
 Identificar quais são as práticas pedagógicas de leitura desenvolvidas no 9º
ano;
 Verificar se essas práticas pedagógicas estão de acordo com as orientações
dos PCN.
3.2 SUJEITOS
Escolhemos como sujeito desta pesquisa, duas professoras de Língua
Portuguesa, que atuam no Ensino Fundamental II, em turmas do 9º ano, de uma
Escola Municipal de Ipirá. Elas trabalham em turnos opostos e aceitaram de forma
voluntária participar desta pesquisa contribuindo para o alcance do nosso objetivo.
Seus nomes não serão explicitados por uma questão ética e para evitar quaisquer
formas de constrangimento; uma vez que, as informações obtidas serão usadas
apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa. Vale
salientar que elas assinaram um termo de consentimento (ver APÊNDICE B)
autorizando a publicação das informações na pesquisa.
As professoras serão identificadas como: Professora 01 e Professora 02.
A escola em estudo atende às classes do Ensino Fundamental II, nos turnos
matutino e vespertino. Abriga alunos não só da comunidade local, mas também de
povoados vizinhos.
Vale salientar que a comunidade na qual a escola está inserida, possui
poucos recursos sócios econômicos e culturais, baixa renda e a defasagem
idade/série é muito grande. Segundo o PPP (Projeto Politico Pedagógico), a referida
escola tem como missão: “Oferecer ensino de qualidade oportunizando ao educando
a construção de conhecimentos sistematizados necessários à vida e ao
desenvolvimento do cidadão crítico-transformador, capaz de interagir no contexto
em que está inserido, valorizando o respeito e a igualdade entre todos”. Dentre seus
principais objetivos destaca-se a melhoria da qualidade do processo ensino-
aprendizagem e o estabelecimento de ações integradas entre a escola e toda a rede
de ensino com o objetivo de favorecer a aprendizagem da leitura e da escrita.
3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA
Foi entregue para as professoras participantes da pesquisa, um questionário
contendo 15 questões, tanto objetivas quanto subjetivas, com perguntas voltadas
para a prática pedagógica de leitura realizada pelas docentes entrevistadas. As
informações coletadas permitiu-nos como investigadoras, analisar e verificar se as
práticas de ensino utilizadas por elas, na escola em que trabalham, estão pautadas
nas orientações dos PCN de Língua Portuguesa no que se refere à formação de
leitores. O questionário foi estruturado da seguinte forma:
1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não,
há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como
funciona?
2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura?
Onde ficam? Como são usados?
Sim ( ) Não ( )
3. A escola possibilita o empréstimo de livros?
Sim ( ) Não ( )
4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a
classe?
Sim ( ) Não ( )
5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor,
obra, gênero?
Sim ( ) Não ( )
Explique como se dá a dinâmica desta escolha.
6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você:
( ) Sugere um só para que toda a classe leia;
( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler.
Explique como se dá esta dinâmica de escolha.
7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais?
Quais? Por que a escolha destes?
Sim ( ) Não ( )
8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de
leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como
funciona?
Sim ( ) Não ( )
9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula?
10. Que estratégias de leitura você desenvolve?
11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura
tornando-o um bom leitor?
12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje?
13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência?
14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara
fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo
informações que situem a leitura?
Sim ( ) Não ( )
15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim,
cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma
como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo, apresentamos o questionário com a análise das respostas
dadas pelas professoras participantes da pesquisa, verificando assim se as práticas
utilizadas por elas em sala de aula são condizentes com as propostas dos PCN.
Notificamos que as respostas foram transcritas na integra como as professoras
escreveram.
1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não,
há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como
funciona?
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – O espaço destinado à Biblioteca é frequentado por
alunos no contra turno, geralmente para leituras. No
entanto, esse mesmo espaço é às vezes usado como sala
de reforço para alunos do Programa MAIS EDUCAÇÃO.
A Professora 02 (NÃO) – Na escola tem uma sala que funciona como sala
de leitura. Não tem uma pessoa para orientar o aluno, não
é uma sala prazerosa. Portanto, não atrai o aluno à leitura.
A primeira pergunta teve como objetivo, saber se na escola onde as professoras que
participaram da pesquisa trabalham, tinha biblioteca ou não e como era utilizada. A
professora 01 responde (SIM), mas usa a expressão “O espaço destinado à
Biblioteca” enquanto, a professora 02, responde (NÃO) e diz que existe uma sala
que funciona como sala de leitura. O que nos faz entender que biblioteca não tem,
mas que existe um espaço destinado à prática leitora. As duas tem o mesmo
discurso quanto a inadequação desse ambiente, uma vez que não há um
profissional para mediar o trabalho entre o aluno e o acesso ao acervo literário; o
referido espaço é ocupado com turmas de reforço o que torna inviável a visitação e o
trabalho de pesquisa e de leitura; o ambiente também é visto como desmotivador,
pois não atrai o aluno à leitura.
2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura?
Onde ficam? Como são usados?
Sim ( ) Não ( )
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – O material destinado à leitura como livros e
revistas ficam no espaço da Biblioteca escolar, e são
usados por alunos da mesma unidade escolar.
A Professora 02 (SIM) – A escola dispõe de uma sala com livros. Eles ficam
numa estante e são usados pelo professor. O professor
leva os livros para a sala quando vai usar. Também são
guardados dicionários.
A resposta da professora 02 nos chama a atenção ao dizer que os livros ficam
expostos na estante e o professor os leva para a sala de aula, confirmando que o
aluno não tem acesso a esse espaço que a Professora 01 nomeia como “biblioteca
escolar”. Esse acesso a que nos referimos se dá ao fato do aluno poder ir e utilizar o
acervo de forma espontânea ou mesmo orientado pelo professor, pois o espaço é
destinado à outra atividade – reforço escolar, impossibilitando a presença dos
demais alunos que não participam do Programa Mais Educação. Certamente, o
trabalho da professora de levar os livros para a sala advenha dessa circunstância.
Diante desses entraves, lembramos que a ampliação do acervo da biblioteca deve
ser uma tarefa contínua e planejada pela escola de forma que o aluno seja atraído
para esse espaço.
3. A escola possibilita o empréstimo de livros?
Sim ( ) Não ( )
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM)
A Professora 02 (SIM)
Quanto ao empréstimo de livros, os PCN (1997, p.59) trazem à tona a seguinte
reflexão: “Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura junto com
outras pessoas de casa [...]”.
4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a
classe?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, como é a dinâmica desta atividade?
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – Eu como professora do 7º ao 9º ano, costumo ler
determinados textos dos mais variados gêneros para a
turma, e a seguir, promovo uma discussão a respeito do
mesmo.
A Professora 02 (SIM) – Sempre que possível, inicio a aula com textos para
reflexão.
Em ambas as respostas, as professoras 01 e 02 deixam transparecer a necessidade
de utilizar textos em suas aulas promovendo a discussão e reflexão dos mesmos.
Para os PCN (1997, p.58), é de suma importância a organização de momentos de
leitura em que o professor também seja leitor e envolva-se com esse momento para
que o aluno possa ver nele o gosto pela leitura e assim desejar fazê-la. Nesta
mesma linha de pensamento, LENER (2002, P.95) afirma:
Realmente, para comunicar às crianças os comportamentos que são típicos
do leitor, é necessário que o professor os encarne na sala de aula, que
proporcione a oportunidade a seus alunos de participar em atos de leitura
que ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação “de leitor
para leitor”.
5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor,
obra, gênero?
Sim ( ) Não ( )
Explique como se dá a dinâmica desta escolha.
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – Apresento vários autores e gêneros diferentes,
peço que cada aluno escolha um livro observando os
detalhes que mais lhe chamou a atenção como capa,
diagramação, etc.
A Professora 02 (SIM) – Sempre que possível, alguns livros são sugeridos
pelo professor, pois nosso aluno ainda não convive com
livros (casa). Por isso, sugiro alguns livros da biblioteca
(sala de leitura) e trago muitos de casa.
Além de ler e compreender o que lê, é interessante também que o leitor tenha a
oportunidade de escolher suas leituras. Ele precisa ter conta com a diversidade
textual, explorar o que lhe é apresentado e ter liberdade para decidir o que quer ler.
Isso deve acontecer não só fora da escola, mas dentro dela também, e, observa-se
que ambas as professoras tem oportunizado a seus alunos essa liberdade de
escolha. A professora 02, nos chama a atenção para o fato de seus alunos não
terem contato com livros em casa, bastando-lhe o espaço escolar para esse trabalho
de leitura.
6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você:
( ) Sugere um só para que toda a classe leia;
( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler.
Explique como se dá esta dinâmica de escolha.
RESPOSTAS
A Professora 01 (Sugere títulos diferentes para a classe ler.) – A partir da
observação de cada título, peço para escolher aquele que
mais chamou atenção, quer seja pela capa, autor,
imagens, diagramação, etc.
A Professora 02 (Sugere títulos diferentes para a classe ler.) – Fazendo
empréstimos de livros para leitura em casa. Esses livros
estão no espaço de leitura (sala) e também são levados
por mim (minha casa).
Os PCN (1997, p. 59) traz uma indicação muito interessante quanto à apresentação
de títulos para os alunos: o professor deve colocar diante do leitor uma variedade de
livros para que ele tenha esse contado com diversos títulos, e consequentemente, a
oportunidade de escolha.
O educador precisa garantir ao educando o acesso à diversidade textual, pois esse
contato vai permitir que ele perceba a leitura como prática social remetendo-o a
outras leituras, a outros textos, a outros autores e a outras obras. Quanto ao
empréstimo de livros proporcionado pelo professor é também muito válido, uma vez
que levando o livro para casa, o aluno vai decidir o momento e o lugar onde realizará
a leitura sentindo se livre para essa prática.
7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais?
Quais? Por que a escolha destes?
Sim ( ) Não ( )
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – Além do que o livro didático oferece, costumo
complementar com reportagens, propagandas, panfletos
entre outros. A escolha desses gêneros se deve ao fato de
serem textos que circulam nos diferentes meios sociais.
A Professora 02 (SIM) – Textos literários, textos jornalísticos, textos não
verbais, gênero da tradição oral, etc. A escolha destes
gêneros é para que o aluno entre em contato com textos
variados, desenvolvendo, assim, capacidades de leitura.
Percebe-se o cuidado das professoras quanto à utilização de diferentes gêneros
textuais em suas aulas, pois como está explicito no discurso de ambas, eles vão
despertar nos educandos o interesse e a percepção da função social que eles
desempenham.
8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de
leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como
funciona?
Sim ( ) Não ( )
RESPOSTAS
A Professora 01 (NÃO) – Esse ano ainda não trabalhamos com projetos de
leitura envolvendo professores das demais áreas.
A Professora 02 (NÃO)
De acordo às respostas, na escola, atualmente, não há uma politica de formação de
leitores com base em projetos de leitura que vise o envolvimento do conjunto da
unidade escolar. A respeito de projetos literários, os PCN indicam que:
Os projetos são excelentes situações para que os alunos produzam textos
de forma contextualizada – além de que, dependendo de como se
organizam, exigem leitura, escuta de leituras, produção de textos orais,
pesquisa ou outras atividades. Podem ser de curta ou média duração,
envolver ou não outras áreas do conhecimento e resultar em diferentes
produtos: uma coletânea de textos de um mesmo gênero (poemas, contos
de assombração ou de fadas, lendas, etc.), um livro sobre um tema
pesquisado, uma revista sobre vários temas estudados, um mural, uma
cartilha sobre cuidados com a saúde, um jornal mensal, um folheto
informativo, um panfleto, os cartazes de divulgação de uma festa na escola
ou um único cartaz (Brasil 1997, p. 71).
9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula?
RESPOSTAS
A Professora 01 Leitura oral, compartilhada, leitura silenciosa, leitura pelo
professor, com ênfase na entonação.
A Professora 02 Usando diferentes gêneros textuais (livro), familiarizar os
alunos aos textos, ouvi-los.
No tocante à formação de leitores, os PCN (1997) apontam para a necessidade de
se oferecer ao aluno condições favoráveis para o desenvolvimento das práticas de
leitura, tanto no que se refere aos recursos materiais (o acervo da escola, a
biblioteca ou sala de leitura, os momentos de leitura em sala de aula, etc.) quanto ao
uso deles na prática de leitura. Sabemos que o trabalho de leitura deve ser diário e
que há várias maneiras dela ser processada como expressa a Professora 01: leitura
oral, compartilhada, leitura silenciosa, leitura pelo professor, com ênfase na
entonação tais práticas são necessárias para a formação de leitores: a leitura
autônoma que envolve a oportunidade de o aluno ler silenciosamente; a leitura
colaborativa a que o professor lê com a classe; a leitura compartilhada feita pelo
professor, que não é uma prática comum nas escolas, mas necessária, porém não
especifica qual suporte utiliza para realização das leituras. A Professora 02 destaca
ainda a necessidade de o leitor familiarizar-se com o texto e aponta também a
premência de ouvi-lo e destaca a utilização do livro didático como prática de leitura.
10. Que estratégias de leitura você desenvolve?
RESPOSTAS
A Professora 01 Para uma apresentação oral de leitura, primeiramente
lemos e discutimos sobre o título, subtítulo, ilustrações,
para a partir daí se ter uma ideia do que se trata realmente
o texto.
A Professora 02  Estimular o desejo de leituras.
 Aproximar o aluno dos textos, principalmente do
livro didático.
No que diz respeito às estratégias os PCN (1997) enfatiza que o leitor competente
estabelece estratégias adequadas para selecionar dentre os textos que circulam os
que lhes são necessários. A professora 01 ao desenvolver suas atividades de leitura
dá pistas para que o aluno utilize-se “de estratégias tais como: seleção, antecipação,
inferências e verificação”. (KOCH, 2011) A professora 02 não descreve o que será
utilizado para que o aluno desenvolva a construção de sentido dos textos lidos
citando apenas objetivos a serem alcançados pela leitura.
11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura
tornando-o um bom leitor?
RESPOSTAS
A Professora 01 Colocando a disposição dos alunos materiais que possam
despertar neles o prazer de ler como: revistas, livros de
textos curtos, anedotas, notícias do momento, etc.
A Professora 02 Tento apresentar textos de interesse do aluno, faço leitura
em voz alta (facilita a compreensão do aluno), jogo de
incorporação à leitura. Escolhemos textos: um aluno inicia
a leitura em voz alta, seguindo uma ordem: um novo aluno
começa a ler.
Em suas respostas, percebemos que as professoras focalizam o trabalho
pedagógico de leitura, dando ênfase à diversidade textual, buscando despertar no
aluno, o gosto e o interesse pela leitura. Além desse acervo diversificado, nota-se
também que existe uma programação de leitura que começa com a escolha do
material a ser trabalhado, e termina com a execução da prática de leitura.
De acordo os PCN (1997, p. 42),
[...] é preciso, portanto, oferecer-lhes os textos do mundo. Eis a primeira e
talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o
trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas
certamente não se formarão leitores competentes.
Percebemos, portanto que as professoras trabalham de acordo os PCN na formação
de um bom leitor.
12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje?
RESPOSTAS
A Professora 01 Na verdade, a maioria dos jovens não tem dado o
verdadeiro valor à leitura. A maioria deles, não lê por
prazer, e sim por obrigação, para ter uma nota.
A Professora 02 Muito se discute a pouca atenção que os jovens dão aos
livros e ao hábito de leitura. É preciso investir nos jovens
porque eles estão sem senso crítico, mal informados e
distantes dos problemas sociais.
De acordo a professora 01, os jovens não dão muita importância à leitura, já
professora 02 diz ser necessário investir nos jovens, e para os PCN (1997 p. 41).
A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para
que possa constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que
faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder do
seu ponto de vista, a objetivos de realização imediata.
13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência?
RESPOSTAS
A Professora 01 Ler com competência é ler com fluência, compreender o
que lê, identificar o que não está implícito, estabelecer
relações com o que se lê com situações da vida real.
A Professora 02 Ler para atribuir significados e refletir sobre as influencias
que nos cercam.
Nos conceitos expressos pelas professoras, percebemos que os mesmos estão em
consonância com o que tanto os PCN quanto alguns autores afirmam sobre o
significado de ler com competência. A professora 01 dialoga com LERNER (2002,
p.27) quando ela fala do desafio de formar cidadãos críticos capazes de “ler as
entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explícita ou
implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem [...]”.
14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara
fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo
informações que situem a leitura?
Sim ( ) Não ( )
RESPOSTAS
A Professora 01 (SIM) – Essa preparação é importante, pois tem a função
de ativar os conhecimentos prévios dos alunos com
relação a leitura que vai ser feita.
A Professora 02 (SIM)
Segundo as professoras explicitam os objetivos das leituras em sala de aula
preparando seus alunos para a construção de sentidos significativos fazendo elo
com o conhecimento prévio. Observando os PCN.
15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim,
cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma
como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula.
RESPOSTAS
A Professora 01 As atividades de leitura normalmente são desenvolvidas
com os textos que o livro didático oferece, no entanto,
quando é possível é levado para a sala de aula outros
materiais de leitura. Mas, no geral, a maioria dos textos
trabalhados é oriundos do livro do aluno, pois a escola não
oferece outros recursos com frequência.
A leitura no livro didático, geralmente é iniciada pela
professora, após instigar sobre o tema, título, imagens,
fazendo sempre uma associação entre esses elementos.
Os alunos costumam continuar oralmente a leitura,
fazendo uma breve parada nos tópicos principais, para que
haja melhor compreensão do que foi lido.
Ao terminar a leitura, é proposta uma discussão livre sobre
o enredo, aspectos pertinentes ao gênero, e a seguir são
desenvolvidas atividades de compreensão, análise,
mudança do foco narrativo, ilustrações entre outros; a
depender do gênero trabalhado.
A Professora 02 As atividades de leitura não são desenvolvidas a partir de
projetos. Ainda o trabalho de leitura na minha escola é
muito individual. Não tem um incentivo coletivo. Acredito
que a partir do momento que toda a escola envolver num
projeto de leitura e escrita, nosso aluno desenvolve o
comportamento leitor e escritor e amplia a sua leitura com
competência.
Ambas as professoras afirmam não ter projetos de leitura na escola, os textos
utilizados em sala de aula são desenvolvidos a partir do livro didático descrevendo
apenas a prática de leitura utilizada diariamente e que o trabalho de leitura é
individual. Segundo os PCN (1997, p. 47).
A característica básica de um projeto é que ele tem um objetivo
compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final
em função do qual todos trabalham. [...] são excelentes situações para
contextualizar a necessidade de ler e, em determinados casos, a própria
leitura oral e suas convenções.
Percebemos então que as professoras desenvolvem as atividades de leitura de
forma eficiente, porém a escola não oferece condições que levem a integração da
comunidade escolar no processo de leitura.
CONCLUSÃO
Nesse trabalho, focalizamos especialmente, as práticas de leitura utilizadas
por duas professoras de 9º ano que trabalham em uma escola pública do Município
de Ipirá. O intuito foi verificar se essas práticas estão condizentes com as sugestões
propostas pelos PCN.
No processo de elaboração do projeto e de análise das respostas dadas pelas
professoras ao questionário que elaboramos, constatamos e nos surpreendemos
que diante das adversidades encontradas para a realização da ação pedagógica, no
que se referem ao ato de ler, as professoras se preocupam com o trabalho de
incentivo à leitura, fazem uso da diversidade textual buscando sempre atrair o
interesse de seus alunos e despertar neles o gosto pela leitura. Foi detectado que na
escola onde atuam, possui um espaço com acervo literário, porém, não está
devidamente apropriado para o atendimento ao público leitor, não há um profissional
para mediar o trabalho nesse espaço de leitura. Para que o aluno tenha acesso ao
acervo literário, o professor leva os livros para a sala de aula, que funciona como
ambiente de leitura e também, promove o empréstimo dos mesmos. Nota-se que
assegurar ao aluno o acesso ao material leitor não é o suficiente para garantir a sua
formação leitora e com isso, elas, leem para eles, concede-lhes oportunidade para
que leiam, opinem e escolham suas leituras, além de utilizar diversos procedimentos
para o desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, como a leitura em voz alta
pelo professor, a leitura silenciosa, a leitura colaborativa, dentre outros
procedimentos.
Em relação a projetos de incentivo à leitura, a escola não possui e o trabalho
é feito individualmente. Segundo os PCN (1997), para desenvolver no aluno o gosto
e o compromisso com a leitura, a escola deve mobilizá-lo internamente e,
entendemos que os projetos são situações em que a leitura será processada de
forma contextualizada e possibilitará ao educando, a oportunidade de desenvolver
um comportamento leitor.
Pode-se dizer que o trabalho pedagógico de leitura desenvolvido por essas
professoras que participaram da pesquisa, está em consonância com os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), que enfatiza a necessidade de
não se restringir apenas aos recursos materiais, mas oferecer condições favoráveis
para o uso deles.
Ao término dessa pesquisa, chegamos à conclusão de que a observância dos
Parâmetros Curriculares Nacionais é de grande valia, uma vez que se trata de um
documento de referência para auxiliar o professor na sua prática, possibilitando-o
rever e refletir a sua atuação em sala de aula principalmente no que se refere ao uso
dos recursos de leitura utilizados para desenvolver no aluno o interesse e o gosto
pelo ato de ler, alcançando assim, o tão desejado objetivo de formar leitores
competentes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. v. 2 Brasília:
MEC/ SEF, 1997.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1998.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
35. ed. São Paulo: Cortez, 1981.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KOCH, Ingedore Villaça & Vanda Maria Elias. Ler e compreender o sentido do
texto, 3ª edição, São Paulo: Cortez, 2011.
KOCH, Ingedore Villaça. Desenvolvendo os segredos do texto, São Paulo:
Cortez, 2002.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição. Editora
Ática. São Paulo, 2001.
LERNER. Delia. Ler e escreve na escola: o real, o possível e o necessário.
Tradução Ernani Rosa. Porto alegre. Artmed, 2002.
MARTINS, M.H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2007.
PENTEADO, S. R. Whilaker. A técnica da comunicação humana. São Paulo:
Pioneira, 2001.
PIETRI, Emerson. Prática de leitura e elementos para a atuação docente. 2ª edição . Rio de
Janeiro:Ediouro,2009.
Pisa:desempenhodoBrasilpioraemleiturae'empaca'emciências
Em: educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em-
leitura-e-empaca-em-ciencias.htm 03/12/201308h00 > Atualizada 01/04/201409h56,
Acesso 24/05/2014,12:24.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000.
SOLÉ, Izabel. Estratégias de leitura. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 1998.
APÊNDICE
APÊNDICE A – Questionário aplicado às professoras
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA - PARFOR
CAMPUS XIII - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 9º ANO
1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não,
há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como
funciona?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura?
Onde ficam? Como são usados?
Sim ( ) Não ( )
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. A escola possibilita o empréstimo de livros?
Sim ( ) Não ( )
4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a
classe?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, como é a dinâmica desta atividade?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor,
obra, gênero?
Sim ( ) Não ( )
Explique como se dá a dinâmica desta escolha.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você:
( ) Sugere um só para que toda a classe leia;
( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler.
Explique como se dá esta dinâmica de escolha.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais?
Quais? Por que a escolha destes?
Sim ( ) Não ( )
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de
leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como
funciona?
Sim ( ) Não ( )
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. Que estratégias de leitura você desenvolve?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura
tornando-o um bom leitor?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara
fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo
informações que situem a leitura?
Sim ( ) Não ( )
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim,
cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma
como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A presente pesquisa tem como objetivo verificar se as Práticas de Leitura desenvolvidas em turmas de
9º ano estão condizentes com as propostas pelos PCN de Língua Portuguesa. Os dados serão coletados entre
professores de nono ano do Ensino Fundamental, de uma Escola Municipal de Ipirá.
Você está sendo convidado, como voluntário, a participar desta pesquisa. Para isso, você terá que
responder a um questionário contendo 15 questões.
Além disso, o estudo não envolve risco algum. Todos os resultados coletados durante sua participação
serão codificados com um número de identificação, ou seja, seu nome não será divulgado.
Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que autorizo a minha participação
neste projeto de pesquisa, pois fui informado(a), de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de
constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos procedimentos que serei submetido, todos acima
listados.
Fui, igualmente, informado:
a) Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos
procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa;
b) Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo, sem que
isto traga prejuízo à continuação de meu cuidado e tratamento;
c) Da garantia de que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações obtidas
serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa;
d) Do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar
a minha vontade em continuar participando;
e) De que se existirem gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa.
As Pesquisadoras Responsáveis por esta pesquisa são Maria de Lourdes de Jesus Souza, Maria Izabel Almeida
Silva Oliveira e Tânia Soares Santana Silva, (Fone: (75) 9127-8081).
O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o voluntário da pesquisa e outra
com as pesquisadoras responsáveis.
Data __ / __ / ____
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Nomes e assinaturas dos responsáveis pela obtenção do presente consentimento
___________________________________________________________________
Nome e assinatura do voluntário

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Trabalho monografico pronto

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - PARFOR CAMPUS XIII - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO MARIA DE LOURDES DE JESUS SOUZA MARIA IZABEL ALMEIDA SILVA OLIVEIRA TÂNIA SOARES SANTANA Práticas leitoras de turmas do 9º ano ITABERABA - BA 2014
  • 2. MARIA DE LOURDES DE JESUS SOUZA MARIA IZABEL ALMEIDA SILVA OLIVEIRA TÂNIA SOARES SANTANA Práticas leitoras de turmas do 9º ano Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Letras Vernáculas da Universidade do Estado da Bahia Campus XIII como requisito para a obtenção do título de Graduadas em Letras. Orientadora: Profa. Dra. Valquíria C. M. Borba ITABERABA - BA 2014
  • 3. RESUMO A formação em Letras nos fez refletir sobre alguns aspectos referentes ao trabalho com leitura realizado nas escolas que consequentemente tem como objetivo a formação de leitores competentes, mas que muitas vezes, não é alcançado, ou então, torna-se difícil de ser concretizado trazendo muitas inquietações e com isso, nos questionamos a cerca de quais práticas de leitura são aplicadas em sala de aula que desenvolvem no educando o gosto pela leitura e demais competências que elas lhes propiciam. O nosso estudo tomou como base a análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa especificamente no que se refere à análise de práticas de leitura. A escolha dos PCN se deu pelo fato de ser um documento oficial cuja finalidade é auxiliar o professor em sua prática pedagógica. Esse trabalho de conclusão de curso tem como proposta analisar e verificar se as práticas pedagógicas de leitura em sala de aula, utilizadas por professoras de 9º ano, estão associadas às práticas apresentadas pelos PCN. Foi escolhida uma escola do Município de Ipirá para realizar esse trabalho. A partir dos dados coletados, através de um questionário respondido por duas educadoras que se dispuseram fazer parte dessa pesquisa, fez-se uma análise comparativa das práticas propostas pelos Parâmetros Curriculares e as desenvolvidas em sala de aula por essas professoras participantes. Conforme dados encontrados, percebemos que as professora fazem um trabalho diário de leitura, mas a escola não dispõe de subsídios para execução de projetos de leitura e ambientes favoráveis para sua inserção no mundo da leitura. Palavras chave: Leitura. Práticas leitoras. PCN.
  • 4. ABSTRACT Training in Letters made us reflect on some aspects related to the work done with reading in schools that eventually aims to produce competent readers, but that often is not achieved, or else it becomes difficult to achieve bringing many concerns and with that, we wondered about which reading practices are applied in the classroom to develop in the student a taste for reading and other skills that they provide them. Our study was based on analysis of the National Curriculum Parameters Portuguese Speaking specifically with regard to the analysis of reading practices. The choice of NCP was given because it is an official document whose purpose is to assist the teacher in their teaching. This work completion of course is to analyze and verify that the pedagogical practices of reading in the classroom, used by teachers of Year 9, are associated with the practices presented by the NCP. A school in the Municipality of Ipirá was chosen to perform this work. From the data collected through a questionnaire answered by two educators who were willing to be part of this research, we did a comparative analysis of practices proposed by the Curriculum Standards and developed in the classroom by those participating teachers. According to data found, we realize that the teacher is a daily job, but the school does not offer grants for implementing projects and reading favorable environments for their insertion into the world of reading. Keywords: Reading. Reading practices. PCN.
  • 5. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................05 1 A LEITURA.............................................................................................................08 1.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA..............................................................................09 1.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA..............................................................................14 2 AS PRÁTICAS LEITORAS NA ESCOLA...............................................................17 2.1 ATIVIDADES DE LEITURA: ORIENTAÇÕES DOS PCN....................................18 3 METODOLOGIA ....................................................................................................22 3.1 OBJETIVOS........................................................................................................22 3.1.1 Objetivo geral...................................................................................................22 3.1.2 Objetivos específicos.........................................................................................22 3.2 SUJEITOS............................................................................................................22 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA..........................................................................23 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...............................................................26 CONCLUSÃO...........................................................................................................36 REFERÊNCIAS APÊNDICE
  • 6. INTRODUÇÃO O ato de ler não se restringe apenas à decodificação de letras, à decifração do que está escrito, mas vai além; contempla a compreensão e dá sentido a tudo o que nos cerca. Portanto, a escola deve estar atenta aos mecanismos presentes no processo de ensino aprendizagem da leitura para que obtenha êxito nessa tarefa. O reconhecimento da importância da leitura é imprescindível para a formação de leitores, pois é uma prática que todos desenvolvem independente de quaisquer situações e, cabe à escola criar possibilidades para que a leitura lhes seja acessível. Sendo a leitura o ponto primordial para a inserção do indivíduo na sociedade letrada, é também essencial o papel da escola na formação de leitores, pois é através da leitura que se passa a adquirir novos conhecimentos e informações importantes para a interação no meio sociocultural como cidadão consciente. Formar leitores competentes é um dos objetivos mais almejados de uma instituição escolar e por que não dizer; na educação. Muitos são os meio utilizados e sugeridos para o alcance de tal objetivo, mas que na maioria não tem tido êxito. Segundo dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), observa-se que entre 2009 a 2012 houve uma regressão no desempenho dos estudantes brasileiros em relação à leitura. Em 2012, o país somou dois pontos a menos em leitura do que a sua pontuação na avaliação anterior, que aconteceu em 2009 e fez 86 pontos abaixo da média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ficando em 55º lugar no ranking da leitura. Com base nos dados da pesquisa, outro fator nos chama a atenção: 49,2% dos alunos brasileiros não alcança o nível 2 de desempenho na avaliação que tem o nível 6 como teto, o que permite chegar à conclusão de que eles não conseguem compreender nuances da linguagem, não são capazes de deduzir informações do texto e nem de estabelecer relações entre diferentes partes do texto. Diante do exposto, as dificuldades de aprendizagem em leitura são patentes e preocupantes, uma vez que o papel da escola é formar leitores capazes de compreender o que leem. No entanto, a maioria dos alunos é capaz de decodificar qualquer texto, mas poucos conseguem compreendê-los e posicionar-se perante a leitura. É importante ainda, enfatizar que as possíveis causas que provocam essas dificuldades devem ser vistas como um conjunto de fatores que estão dentro e fora
  • 7. da escola. No que se refere ao âmbito escolar, levantamos alguns questionamentos como: Quais práticas de leitura são aplicadas na sala de aula, em particular nas turmas de 9º ano? Estas práticas estão associadas às propostas dos PCN? Os PCN (1997, p.55) dizem que, se o objetivo da escola é formar cidadãos capazes de compreender os diversos textos com que se defrontam, é preciso que se organize o trabalho educativo para que pratiquem e aprendam isso na escola. Diz ainda, que esse trabalho não deve estar pautado em práticas centradas na decodificação, mas que deve proporcionar ao aluno diversas oportunidades de leitura. Assim, propomos, através deste trabalho, identificar e analisar se as práticas pedagógicas de ensino de leitura utilizadas pelos professores do Ensino Fundamental II, em turmas de 9º ano, de uma escola pública do Município de Ipirá- BA, estão condizentes com as propostas apresentadas pelos PCN de Língua Portuguesa. O estudo baseia-se na realização de um questionário contendo 15 questões, (ver APÊNDICE A) com duas professoras de Língua Portuguesa dessa unidade escolar. O questionário possui questões tanto objetivas quanto subjetivas, com perguntas direcionadas para o trabalho pedagógico de leitura realizado pelas docentes entrevistadas. Esta investigação é relevante uma vez que a leitura é de fundamental importância para o indivíduo em sua inserção na sociedade letrada, pois, é através dela, a leitura, que ele passa a adquirir novos conhecimentos e informações essenciais para que possa interagir nessa sociedade como cidadão consciente. Vale, então, ressaltar que a finalidade da escola é ampliar os conhecimentos de escrita e leitura que o indivíduo traz consigo, dando-lhe oportunidade de ter contado com os mais diversos materiais de leitura como: jornais, revistas, livros, rótulos, receitas, etc., auxiliando-o no desenvolvimento da mesma, de forma que ao finalizar o 9º ano, no tocante ao ato de ler, o aluno seja capaz de compreender, aprender, ler nas entrelinhas, discutir e analisar textos, explorando as mais diversas possibilidades que esta prática se propõe. Dessa forma, com intuito de identificar as práticas de professores do Ensino Fundamental II de uma Escola Municipal de Ipirá frente à leitura, elaboramos o presente trabalho por meio de quatro capítulos a seguir relacionados: No primeiro capítulo, será apresentada a fundamentação teórica a partir da exploração de concepções de leitura e estratégias de leitura, trazendo à tona
  • 8. discussões com alguns teóricos, proporcionando uma visão ampla da temática pesquisada. Já o segundo capítulo, contextualizamos a questão da pesquisa, refletindo sobre as práticas pedagógicas de leitura segundo orientações dos PCN. O terceiro capítulo, abordamos os procedimentos metodológicos adotados para a efetivação da pesquisa a partir de alguns teóricos, que possibilitou evidenciar o lócus, os objetivos, os sujeitos envolvidos e os instrumentos. E no quarto capítulo, consta a análise e interpretação dos resultados, em que utilizamos o questionário para identificar as práticas pedagógicas de leitura de professores, do 9º ano, do Ensino Fundamental II, de uma Escola Municipal do Município de Ipirá, verificando se as mesmas estão pautadas nos PCN de Língua Portuguesa. Para finalizar, apresentaremos as considerações finais, em que ressaltamos a relevância das práticas leitoras utilizadas pelos sujeitos da pesquisa, que têm contribuído para a formação de leitores e cidadãos críticos, conscientes e autônomos.
  • 9. 1 A LEITURA O ato de ler é tão amplo quanto à extensão do mundo. Propiciar ao aluno adentrar nesse mundo de sonho, de realidade e ficção e de alma faz com que todos os professores se sintam mais humanos e conscientes do processo de formação cidadã e de responsabilidade social. Trabalhar a leitura em todos os níveis é possibilitar um mundo mais justo, mais consciente, mais humano e solidário. Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência da leitura em nossa vida bloqueia as possibilidades de se mergulhar no mundo das palavras e de certa forma, nos exclui dos acontecimentos, da interpretação, da imaginação e da ficção arquitetada pelo autor, seja diante de quaisquer tipologias textuais. O processo de desenvolvimento da leitura acontece primeiramente a partir do convívio com as pessoas que fazem parte do nosso contexto social. Ao nascer, a criança emite sons primeiramente sem sentido, para depois aprender a significá-los. Nessa aprendizagem da fala, que se dá da maturação biológica com a interação do ser humano com o outro, encontramos significados, valores, modos diferenciados de conhecer o mundo. Com isso, ler é considerar tudo aquilo que envolve o universo do leitor; sua experiência de vida, pois ao ler, ele estabelece uma relação entre os conceitos prévios que possui com o conteúdo do texto, construindo assim, sentidos. Se ao considerar como leitura as experiências e vivências do leitor, ela se torna uma prática ampla e presente na vida do indivíduo. Por que então, se tem necessidade de se apropriar da leitura? Certamente, com ela, apreendemos as ideias que circulam na sociedade, seus valores, suas disputas, os lugares que cada um ocupa no tecido social e como se dá a mobilidade das ideias e das pessoas. É importante ressaltar que o conhecimento prévio tem uma grande relevância na leitura, pois contribui para que se dê significado ao texto lido. A leitura pressupõe uma série de procedimentos complexos nos quais o leitor faz constantes interpretações, até chegar à compreensão global do texto. Como afirma Freire (1996, p.123): [...] Respeitar a leitura de mundo do educando significa tomá-la como ponto de partida para a compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da humana, de modo especial, como um dos impulsos fundantes da produção do conhecimento [...]
  • 10. Cabe à escola oferecer oportunidades de realizar e refletir sobre atividades e procedimentos adequados para ajudar os alunos a desenvolverem as habilidades enfocadas no contexto, visto que, um dos objetivos mais importantes da leitura é o ler para aprender, queremos também enfatizar a importância dos questionamentos/ desafios no processo da leitura que implica ascender a curiosidade pelo mundo. Pois segundo Lajolo (2001, p.7) “Ninguém nasce sabendo ler: aprende-se a ler à medida que se vive”. Com isso, desmistifica-se a ideia de que a leitura é uma prática escolarizada e que o papel da escola é de ensinar a ler. Sabemos que a leitura não é apenas uma prática escolar; ela se processa em outros ambientes fora da escola. Segundo Pietri (2009, p.11), “uma pessoa pode aprender a ler sem ter ido à escola, ou, mesmo quem tenha aprendido a ler na escola, pode desenvolver habilidades de leitura diferentes daquelas que a escola lhe apresentou [...]”. Portanto, ler é atribuir sentido ao texto, relacionando-o a outros textos significativos propondo outras leituras, inclusive as leituras de mundo que o indivíduo possui antes mesmo de chegar à escola. Ao ler, o sujeito entrelaça informações, dando margem à sua dedução e à sua imaginação. Com isso, a leitura vai depender do que estará diante do leitor, que será relacionado com a sua capacidade de imaginação integrante do contexto que está sendo lido. Sabendo que a leitura não é uma prática escolar e que esta se propaga também em outros ambientes, vejamos a seguir o que dizem alguns autores sobre algumas concepções de leitura na próxima seção. 1.1 CONCEPÇÕES DE LEITURA Ao ingressar na escola o individuo já leva consigo conhecimentos adquiridos ao longo de sua trajetória e a escola aprimora esses conhecimentos através do acesso às informações, leituras e pesquisas científicas, inclusive em encontro de experiências que envolvam o conhecimento intelecto. E é na escola que a prática da leitura, se faz necessária, pois através da leitura é possível ampliar a visão de mundo podendo o leitor interagir com o texto fazendo recortes das informações que lhe são pertinentes.
  • 11. Segundo Solé, confirmando o que foi dito “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto; neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os objetivos que guiam sua leitura”. (Solé, 1987 apud Solé, 1998). Ainda para a autora: Para ler necessitamos, simultaneamente, manejar com destreza as habilidades de decodificação e apontar ao texto nossos objetivos, ideias e experiências prévias; precisamos nos envolver em um processo de previsão e inferência contínua, que se apoia na informação proporcionada pelo texto e na nossa própria bagagem, [...] (SOLÉ, 1998, p.23). Sendo assim, a leitura é um processo do qual é necessário além de dominar a decodificação dos símbolos linguísticos o individuo precisa ter conhecimentos prévios necessários para a realização de novas aprendizagens. Segundo Alleinde & Condemarim, (2002 apud Koch & Elias, 2011, p.24) “Já é de nosso conhecimento que a compreensão de um texto varia segundo as circunstâncias de leituras e depende de vários fatores, complexos e inter- relacionados entre si”, fatores esses com aspectos materiais como: o tamanho, a clareza dos textos, a cor, textura do papel, constituição de parágrafos longos, o uso de letras maiúsculas ou minúsculas os excessos de observações e também os fatores linguísticos que podem dificultar a compreensão como: estrutura sintática, o uso de muitos elementos subordinados, orações supersimplificadas, ausências de sinais de pontuação ou inadequação no uso desses sinais. Não se deve, portanto esquecer que quando o leitor executa uma leitura com um determinado objetivo, se torna mais fácil a sua compreensão e o entendimento com o texto lido, pois existem leituras para se manter informado, realizar trabalho acadêmico, consultar (dicionário), e também tudo que caem em nossas mãos (panfletos) e o que são apresentado aos nossos olhos (placas, cartazes e outros). Segundo Koch & Elias (2011, p.19), [...] destacamos a concepção de leitura como uma atividade baseada na interação autor-texto-leitor. Se por um lado nesse processo, necessário se faz considerar a materialidade linguística do texto, elemento sobre o qual e a partir do qual se constitui a interação, por outro lado é preciso também levar em conta os conhecimentos do leitor, condição fundamental para o estabelecimento da interação, com maior ou menor intensidade, durabilidade, qualidade. Desse modo, no momento em que o leitor escolhe um texto e pratica a atividade de leitura com determinado objetivo, ele oferece um sentido para o texto
  • 12. ativando seu conhecimento de acordo com o meio social que vive. Sendo assim, é o objetivo dado à leitura que norteia o entendimento do texto. Segundo os PCN (1997, p. 53): A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc. Ler, assim, é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos e filosóficos. Tudo o que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para o avanço do conhecimento permitindo ao leitor tomar decisões diante das dificuldades de compreensão em busca de esclarecimentos do que está sendo lido. Percebemos, portanto que a leitura não é um ato isolado de um indivíduo diante do escrito de outro indivíduo, esta implica não só a decodificação de sinais, mas também a compreensão do signo linguístico enquanto fenômeno social. A leitura é uma atividade que se realiza individualmente, mas que se insere num contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o texto lido. Abrange, pois, desde capacidades desenvolvidas no processo de alfabetização até capacidades que habilitam o aluno à participação ativa nas práticas sociais letradas que contribuem para o seu letramento. No processo ensino aprendizagem, a leitura é um fator relevante e a formação de leitores competentes está associada ao contexto sociocultural do educando, pois é nesse contexto que ao longo da sua jornada, será adquirida uma gama de conhecimentos que contribuirá para o seu desenvolvimento em sala de aula e consequentemente para a sua formação leitora. Segundo Lerner (2002, p.73), Ler é entrar outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura escrita [...]. A educação deve incentivar a transformação do homem e do mundo. E, para que essa transformação se estabeleça é necessário que o homem se movimente de um lugar significativo para outro, isto é, pratique em sua vida o exercício dialético da liberação. No ato de liberar-se, de tomar consciência da sua necessidade, é que o ato de ler passa a ganhar a sua significação maior e primeira.
  • 13. Saber ler textos escritos e escrever ainda é privilégio de poucos. Historicamente o aprendizado sempre se baseou em disciplina rígida, por meio de método analítico caracterizado pelo processo passo a passo. Primeiro, decorava-se, depois se soletrava e por fim, decodificavam-se palavras isoladas, frases, até chegar a textos contínuos. Segundo Martins (2007, p. 23), Apesar de séculos de civilização, as coisas hoje não são muito diferentes. Muitos educadores não conseguiram superar a prática formalista e mecânica, enquanto para a maioria dos educandos aprender a ler se resume à descoberta de signos linguísticos, ainda prevalece a pedagogia do sacrifício, do aprender por aprender sem se colocar o porquê, como e para que, impossibilitando, portanto, compreender verdadeiramente a função da leitura, o seu papel na vida do indivíduo e da sociedade. A autora diz ser fundamental que, conhecendo os limites de sua ação, os educadores repensem sua prática profissional e passem a agir objetiva e corretamente em face dos desequilíbrios e desafios que a realidade apresenta. Segundo Silva (2000), é por meio da leitura que se tem acesso à cidadania, a melhores posições no mercado de trabalho, assim, uma mensagem escrita deixa de ser o mero conteúdo informativo para se transformar no pretexto (condição) para formação da consciência crítica. Mais especificamente aponta o autor, o documento escrito deixa de ser simples instrumento para transformar-se num veículo de comunicação da tradição histórica e cultural passada e presente. Quanto a isso, Paulo Freire diz que o ato de ler não se esgota na decodificação pura e simplesmente da palavra escrita, mas pelo contrário, se alonga na inteligência do mundo: “[...] A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquela” (FREIRE, 1981, p. 4). Para Freire, a leitura do mundo está com o sujeito bem antes de ele ingressar na escola, defendendo, assim, uma compreensão crítica do ato de ler que não é visto apenas na decodificação pura pela palavra ou linguagem escrita, mas que implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Segundo ele, para haver leitura é necessário a compreensão e esta não se dá apenas através da decifração das letras. O leitor ao experimentar o ato da leitura, segundo Silva (2000), executa um ato de compreender o mundo. Dentro dessa visão, o propósito básico de qualquer leitura é a compreensão dos significados mediatizados ou fixados pelo discurso
  • 14. escrito, ou seja, a compreensão dos horizontes inscritos por um determinado autor numa determinada obra. O “compreender”, para o autor, deve ser visto como uma forma de ser, emergindo através das atitudes do leitor diante do texto como uma percepção ou panorama dentro do qual os significados são ativos. Nesse sentido, não basta decodificar representações indicadas por sinais ou signos. O leitor (que assume o modo de compreensão) porta-se diante do texto, transformando-o e transformando- se. Com o autor ausente no momento da comunicação, a atenção do leitor volta- se aos horizontes expressos através da mensagem escrita. Assim, o encontro proporcionado pela leitura deve ser entendido como a comunicação entre o leitor e os signos linguísticos que formam a trama-tecido do texto. Ao tratar da prática de leitura Penteado (2001) faz referência às ideias de Fauget, que concebe o ato de ler como a arte de colher ideias. Ler, para esse pensador, é interpretar símbolos gráficos de maneira a compreendê-los, portanto, a leitura constitui uma das cinco atividades fisiológicas básicas: pensar, falar, ouvir, escrever e ler. Ainda observa que as atividades linguísticas são relacionadas entre si; o pensamento é expresso pela fala, transmitido pela audição, gravado pela escrita e interpretado pela leitura. E diz que ler é uma das principais habilidades que são aprendidas na escola. Contudo, existe uma diferença entre a capacidade de ler (decodificar) e ler compreensivamente e aponta que a compreensão do texto está ligada à personalidade e à cultura do indivíduo, assim, há a necessidade do autor e leitor falarem a mesma língua para chegar juntos a uma ampla área de compreensão, Silva (2000, p. 45) afirma: [...] Compreender a mensagem, compreender-se na mensagem – eis aí os três propósitos fundamentais da leitura que em muito ultrapassaram quaisquer aspectos, utilitários, ou meramente “livrescos” da comunicação leitor-texto. Num processo de interlocução com texto, Penteado (2001) afirma haver uma verdadeira associação entre as ideias do autor e do leitor, porque quando há compreensão parcial não há compreensão, e, assim, não chegamos a compreender o que o autor pretende transmitir. O conhecimento adquirido pelo indivíduo nas suas relações com o mundo, através de suas percepções e vivências específicas, torna-se o instrumento
  • 15. necessário à compreensão do material escrito, que deve ser considerado como fonte de conhecimentos. E se a experiência cultural for tomada como um comprometimento do indivíduo com sua existência verifica-se a importância que a leitura exerce na vida do mesmo. Na sessão seguinte abordaremos estratégias de leitura segundo alguns teóricos. 1.2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA Atividades de leitura são sempre consideradas uma interação entre leitor/texto, neste processo o leitor busca recursos com objetivo de guiar sua leitura. De modo que o leve a examiná-lo e conseguir uma boa compreensão e entendimento alcançando a finalidade do que está sendo lido. Para o leitor extrair informações do texto é necessário que faça uma leitura com objetivo e depende do seu conhecimento prévio para dar-lhe significação. A respeito do que Solé (1998, p.22) afirma: Ainda que o conteúdo de um texto permaneça invariável, é possível que dois leitores com finalidades diferentes extariam informações distintas do mesmo. Assim, os objetivos da leitura são elementos que devem ser levados em conta quando se trata de ensinar as crianças a ler e a compreender. Quando se fala de formar leitores capazes de compreender o que leem, isso não é proposta só da escola, ou seja, não são só as práticas de leitura utilizadas pelo professor que são responsáveis pelo desenvolvimento da leitura, pois as pessoas que convivem com materiais escritos podem desenvolver a leitura muito antes do período de escolarização. Nem o objetivo da leitura e nem o conhecimento prévio do leitor irá conseguir formar cidadãos leitores. Mas para o leitor alcançar o objetivo desejado da leitura é preciso desenvolver estratégias individuais de compreensão de texto. Segundo Solé (1998 p. 23) os pesquisadores afirmam que o processo de leitura acontece pelo agrupamento dos modelos hierárquicos ascendentes e descendentes. Sendo que o ascendente considera que o leitor, perante o texto processa seus elementos começando pelas letras, as palavras e frases e atribui
  • 16. grande importância às habilidades de decodificação considerando que o leitor pode compreender o texto. Já o modelo descendente não procede letra por letra, mas faz uso do conhecimento prévio e recursos cognitivos do leitor para fixá-lo. Contudo, quanto maior for o conhecimento prévio do leitor maior a possibilidade de compreensão. No momento que o leitor tem contato com qualquer material escrito ele começa a fazer análise, junto, ele inicia suas estratégias para realizar sua atividade de leitura. Segundo Solé (1998 p. 25) “isto pode ser difícil de explicar, pois se trata de um processo interno, inconsciente, do qual temos prova...”, desse modo, o leitor ao ter contato com o mundo da escrita irá desenvolver sua leitura por meio de estratégia de maneira inata, porém faz uso de seu conhecimento adquirido ao longo de sua vivência. No momento de produção de sentido das leituras que são realizadas pelo individuo é colocadas em pratica várias estratégias sociocognitivas. Ativando assim alguns conhecimentos que já estão armazenados na memória de cada um com a finalidade de desenvolver o processamento textual. Segundo Koch (2011, p.40) o processamento textual é estratégico, isso significa que o leitor, diante de um texto, realiza simultaneamente vários passos interpretativos, efetivos, eficientes, flexíveis e extremamente rápidos para que o leitor elabore hipótese de interpretação significativa sobre o texto. Dessa forma é necessário que o leitor ao escolher o material para praticar a leitura tenha conhecimento de qual informação pretenda extrair do texto. Pois é nesse primeiro momento que o leitor começa a adquirir estratégias para almejar seu objetivo. Lembramos que o professor também pode e deve, em suas aulas de leitura, fazer uso de práticas que leve o aluno a observar os gêneros textuais e através de cada um criar estratégias para construir uma interpretação. Para compreender melhor o processamento textual Koch (2002) diz que esse processo acontece por meio de três grandes sistemas de conhecimentos como: conhecimento linguístico que abrange conhecimento gramatical e lexical, podendo assim, compreender a organização do material; o conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo refere-se ao conhecimento de mundo sobre suas vivências pessoais permitindo a produção de sentido da leitura e conhecimento interacional se refere às formas de interação por meio da linguagem que engloba outros conhecimentos como: elocucional que permite reconhecer os objetivos pretendidos
  • 17. pelo texto, comunicacional que abrange a seleção de variantes linguísticas, adequação do gênero e a quantidade de informação necessária para que o leitor seja capaz de reconstruir o objetivo da produção do texto, metacomunicativa que permite o locutor assegurar a compreensão do texto e a superestrutural que permite a identificação do texto com exemplares adequados a diversos eventos da vida social. Veremos a seguir algumas práticas que irão contribuir para o desenvolvimento da leitura na sala de aula
  • 18. 2 AS PRÁTICAS LEITORAS NA ESCOLA As práticas leitoras são instrumentos utilizados pelo professor para que o aluno possa ler e compreender um texto. É a partir desses recursos que o aluno interage com o mundo apropriando-se dos materiais envolvidos nas práticas oferecidas pelo professor, e de acordo com o conhecimento prévio constrói e amplia seus saberes no mundo da leitura. Segundo Pietri (2009, p. 33) a escola é a principal instituição responsável pelas práticas de leitura, porém podem se desenvolver independentemente fora dela. Os textos que entram na escola não são produzidos especificamente para a escola, mas passam por um processo de apropriação didática. Os materiais escritos que circulam na escola são utilizados de acordo os objetivos propostos pela instituição, porém o professor, sendo o mediador na prática da leitura, deve selecionar os materiais adequados ao nível de conhecimento do aluno. Segundo os PCN (1997, p. 55): A escola deve oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores proficientes e práticas de leitura eficazes. Essa pode ser a única oportunidade de esses alunos interagirem significativamente com textos cuja finalidade não seja apenas a resolução de pequenos problemas do cotidiano. É preciso, portanto, oferecer-lhes os textos de mundo: não se forma bons leitores solicitando aos alunos que leiam apenas durante as atividades na sala de aula, apenas livro didático, apenas porque o professor pede. Desse modo o professor ao utilizar só os materiais didáticos como práticas de leituras não estarão formando um leitor que saiba produzir e ler textos com proficiência. É necessário, portanto, observar as práticas leitoras utilizadas na escola para que os alunos possam se apropriar também do que a sociedade lhe oferece, ou seja, dos diversos gêneros que circulam na sociedade letrada. Sendo o livro didático o único material que o professor dispõe em sala de aula e para que as atividades de leitura não fiquem submissas a ele, Pietri (2009, p.84) afirma que o professor não deve considerar o manual do professor como responsável definitivo sobre o texto a ser lido, pois o livro didático pode se tornar mais interessante por oferecer uma coletânea fragmentada com base em estratégia de facilitação e podem também funcionar como discussões a serem desenvolvidas. Assim, lembramos que a leitura é de suma importância para a vida do indivíduo, cabendo à escola indicar diretrizes que estimulem e valorizem a leitura.
  • 19. O professor é peça fundamental na mediação entre o leitor e o texto e este deve ser um praticante ativo da leitura. É necessário que o seus alunos os vejam envolvido com a leitura, pois cabe a ele desenvolver o gosto pela mesma, mas para isso é preciso leituras estimulantes, reflexivas e diversificadas. Como já mencionado, o professor não deve se ater só ao livro didático, mas buscar outros materiais que ensinem seus alunos a compreenderem melhor o mundo que os cercam. É imprescindível que o professor proporcione oportunidades a seus alunos para que compreenda a importância da leitura e que esta proporciona lazer e conhecimento. Para isso é preciso que articule praticas de leitura e textos adequados para atingirem os objetivos de cada momento tornando-as significativas na vida de cada um e devem ser motivados a frequentarem espaços de leitura. O aluno deve perceber que essas atividades têm significação para eles e objetivos a que se quer chegar. E para que estas sejam interessantes é preciso, também, que sejam desafiadoras de forma que ajude o aluno a desfrutar lendo, utilizando a leitura como instrumento privilegiado na construção de seu conhecimento. Os PCN então, nos afirmam que “é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam”. Portanto, os PCN afirmam que para tornar os alunos bons leitores desenvolvendo a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura a escola deve mobilizá-los internamente através de praticas pedagógicas eficientes (aprender a ler e também ler para aprender), fazê-los também a achar que a leitura é algo interessante, desafiador oportunizando a uma conquista plena em sua autonomia e independência, porém requer esforço, confiança e condição para poderem se desafiar a “aprender fazendo”. Veremos a seguir algumas atividades de leituras propostas pelos PCN. 2.1 ATIVIDADES DE LEITURA: ORIENTAÇÕES DOS PCN Segundo os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (1997), a finalidade do trabalho com leitura nas escolas é a formação de leitores competentes, ou seja, a pessoa que lê deve ser capaz de, por iniciativa própria, selecionar dentre
  • 20. os vários trechos que circulam socialmente, aqueles que atendam a sua necessidade. Além de compreender o que lê, o leitor deve ainda ser capaz de identificar no texto, elementos implícitos, estabelecer relações entre o texto que lê e outros já lidos; deve ainda, estar atento para as diversas interpretações que um texto pode ter e isso acontece dependendo da visão e conhecimento que cada um tem, principalmente, o conhecimento de mundo. Sabemos que o objetivo do trabalho com a leitura vai além da ideia de apenas formar leitores competentes, mas contempla também, a formação de escritores competentes, ou seja, que tenham condições de produzir textos com eficácia. A formação de escritores é uma consequência do trabalho feito com leitura. Para tornar-se um leitor competente, os PCN sugerem que haja uma prática constante de leitura de textos, sendo organizado um trabalho que envolva uma diversidade de textos, principalmente os que circulam socialmente. O interessante é que este trabalho não deve envolver somente os alunos que já leem, mas a todos, inclusive, aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente. Nessa formação de leitores é imprescindível que a escola e/ou educadores oportunize ao aluno, condições favoráveis para a prática de leitura, não devendo se restringir apenas aos recursos materiais. Os recursos materiais, como os livros e demais materiais impressos são têm sido determinantes para o desenvolvimento do gosto pela leitura, mas deve-se levar em consideração a maneira como esses recursos são utilizados. Para este desenvolvimento os PCN (1997, p.58-59) prescrevem algumas condições consideradas favoráveis para a prática pedagógica de leitura: E essas condições de forma resumida são: • dispor de uma boa biblioteca na escola; • dispor de um acervo de livros de classe e outros materiais de leitura; • organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia [...]; • planejar as atividades diárias de leitura [...]; • oportunizar aos alunos a escolha de suas leituras [...]; • possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola [...]; • construir na escola uma política de formação de leitores nos quais todos possam contribuir com sugestões [...] Além dessas condições destacam-se também algumas propostas didáticas para que a formação de leitores aconteça de fato. Para o enriquecimento do trabalho com leitura, propõe-se a realização de leitura diária, leitura colaborativa, projetos de leitura, atividades sequenciadas de leitura, atividades permanentes de leitura, leitura
  • 21. feita pelo professor. Contudo, “uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever” (BRASIL, 1997, p.65). Segue então a descrição das sugestões de leitura propostas pelos PCN para trabalhar com os alunos. As leituras diárias podem ser realizadas de forma silenciosa, individualmente, em voz alta (grupo ou individual), e pela escuta de alguém que ler. Para melhor entendimento o aluno deve ler o texto diversas vezes silenciosamente com antecedência, havendo diferentes interpretações deve ser negociada o significado das interpretações e o professor deve se posicionar apenas quando necessário. A leitura colaborativa é uma atividade em que o professor ler com a classe, durante a leitura os alunos são questionados sobre pistas linguísticas que possibilitam a atribuição de determinado sentido. Essa é uma excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores onde os alunos envolvidos possam explicar para seus parceiros as estratégias utilizadas para atribuir sentido ao texto. Projeto de leitura, esta atividade tem como característica básica ser compartilhada por todos os envolvidos, que se expressam no produto final. Além disso, os projetos permitem dispor de tempo flexível, pois esse tempo é necessário para conquistar seus objetivos. Essa atividade é uma situação em que linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de texto se inter-relacionam de forma contextualizada. Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar a necessidade de ler, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções. Atividades sequenciadas de leitura são situações didáticas adequadas para promover o gosto de ler e privilegiada para desenvolver o comportamento do leitor, ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da pratica de leitura: formação de critério para selecionar o material a ser lidas, constituição de padrões de gosto pessoal, rastreamento da obra, etc. e funciona de forma parecida com projeto, porém não tem um produto final predeterminado, nesse caso o objetivo explicito é a leitura em si. Atividades permanentes de leitura são situações didáticas propostas com regularidade e voltada para a formação de atitude favorável à leitura. Exemplos dessa atividade: os alunos escolhem o que desejam ler, levam para casa por um tempo e se revezam para fazer leitura em voz alta na classe. Estas podem ser realizadas semanalmente ou quinzenalmente por um ou mais alunos de cada vez.
  • 22. Outro exemplo é a roda de leitores, os alunos tomam emprestados um livro do acervo da classe ou da biblioteca da escola para ler em casa no dia combinado uma parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, sugere títulos ou contam uma pequena parte da história. Além das atividades de leitura realizadas pelos alunos e coordenadas pelo professor há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. É o caso da leitura compartilhada de livros em capítulos, que possibilitam aos alunos o acesso a textos bastante longos (e às vezes difíceis) que, por sua qualidade e beleza, podem vir a encantá-los, ainda que nem sempre sejam capazes de lê-los sozinhos. A leitura em voz alta pelo professor não é uma prática muito comum na escola. E, quanto mais avançam as séries, mais em comum se tronam, o que não deveriam acontecer, pois, muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos de leitura com objetivo de: ampliar a visão de mundo, estimular o desejo de outras leituras, possibilitar a vivencia de emoções e de imaginações, permitir a compreensão de funcionamento comunicativo, possibilitar ao leitor compreender a relação entre fala e a escrita, favorecer a aquisição de velocidade na leitura e outros. Veremos a seguir como foi desenvolvida a pesquisa sobre “As práticas de leitura aplicadas em sala de aula” da escola referida tendo como base as propostas de práticas de leitura dos PCN.
  • 23. 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi a descritiva da qual registramos, analisamos e interpretamos os fatos através da pesquisa de campo utilizando um questionário, pois acreditamos que este método epistemológico nos permite analisar a totalidade dos dados, direcionando o olhar para os detalhes significativos das práticas de leitura aplicadas na sala de aula. 3.1 OBJETIVOS 3.1.1 Objetivo geral  Analisar as práticas pedagógicas de ensino de leitura no 9º ano de uma Escola Municipal de Ipirá - BA. 3.1.2 Objetivos específicos  Identificar quais são as práticas pedagógicas de leitura desenvolvidas no 9º ano;  Verificar se essas práticas pedagógicas estão de acordo com as orientações dos PCN. 3.2 SUJEITOS Escolhemos como sujeito desta pesquisa, duas professoras de Língua Portuguesa, que atuam no Ensino Fundamental II, em turmas do 9º ano, de uma Escola Municipal de Ipirá. Elas trabalham em turnos opostos e aceitaram de forma voluntária participar desta pesquisa contribuindo para o alcance do nosso objetivo. Seus nomes não serão explicitados por uma questão ética e para evitar quaisquer formas de constrangimento; uma vez que, as informações obtidas serão usadas
  • 24. apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa. Vale salientar que elas assinaram um termo de consentimento (ver APÊNDICE B) autorizando a publicação das informações na pesquisa. As professoras serão identificadas como: Professora 01 e Professora 02. A escola em estudo atende às classes do Ensino Fundamental II, nos turnos matutino e vespertino. Abriga alunos não só da comunidade local, mas também de povoados vizinhos. Vale salientar que a comunidade na qual a escola está inserida, possui poucos recursos sócios econômicos e culturais, baixa renda e a defasagem idade/série é muito grande. Segundo o PPP (Projeto Politico Pedagógico), a referida escola tem como missão: “Oferecer ensino de qualidade oportunizando ao educando a construção de conhecimentos sistematizados necessários à vida e ao desenvolvimento do cidadão crítico-transformador, capaz de interagir no contexto em que está inserido, valorizando o respeito e a igualdade entre todos”. Dentre seus principais objetivos destaca-se a melhoria da qualidade do processo ensino- aprendizagem e o estabelecimento de ações integradas entre a escola e toda a rede de ensino com o objetivo de favorecer a aprendizagem da leitura e da escrita. 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Foi entregue para as professoras participantes da pesquisa, um questionário contendo 15 questões, tanto objetivas quanto subjetivas, com perguntas voltadas para a prática pedagógica de leitura realizada pelas docentes entrevistadas. As informações coletadas permitiu-nos como investigadoras, analisar e verificar se as práticas de ensino utilizadas por elas, na escola em que trabalham, estão pautadas nas orientações dos PCN de Língua Portuguesa no que se refere à formação de leitores. O questionário foi estruturado da seguinte forma: 1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca? Sim ( ) Não ( )
  • 25. Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não, há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como funciona? 2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura? Onde ficam? Como são usados? Sim ( ) Não ( ) 3. A escola possibilita o empréstimo de livros? Sim ( ) Não ( ) 4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a classe? Sim ( ) Não ( ) 5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor, obra, gênero? Sim ( ) Não ( ) Explique como se dá a dinâmica desta escolha. 6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você: ( ) Sugere um só para que toda a classe leia; ( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler. Explique como se dá esta dinâmica de escolha. 7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais? Quais? Por que a escolha destes? Sim ( ) Não ( ) 8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como funciona? Sim ( ) Não ( ) 9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula? 10. Que estratégias de leitura você desenvolve? 11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura tornando-o um bom leitor? 12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje? 13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência?
  • 26. 14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo informações que situem a leitura? Sim ( ) Não ( ) 15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim, cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula.
  • 27. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Neste capítulo, apresentamos o questionário com a análise das respostas dadas pelas professoras participantes da pesquisa, verificando assim se as práticas utilizadas por elas em sala de aula são condizentes com as propostas dos PCN. Notificamos que as respostas foram transcritas na integra como as professoras escreveram. 1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca? Sim ( ) Não ( ) Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não, há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como funciona? RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – O espaço destinado à Biblioteca é frequentado por alunos no contra turno, geralmente para leituras. No entanto, esse mesmo espaço é às vezes usado como sala de reforço para alunos do Programa MAIS EDUCAÇÃO. A Professora 02 (NÃO) – Na escola tem uma sala que funciona como sala de leitura. Não tem uma pessoa para orientar o aluno, não é uma sala prazerosa. Portanto, não atrai o aluno à leitura. A primeira pergunta teve como objetivo, saber se na escola onde as professoras que participaram da pesquisa trabalham, tinha biblioteca ou não e como era utilizada. A professora 01 responde (SIM), mas usa a expressão “O espaço destinado à Biblioteca” enquanto, a professora 02, responde (NÃO) e diz que existe uma sala que funciona como sala de leitura. O que nos faz entender que biblioteca não tem, mas que existe um espaço destinado à prática leitora. As duas tem o mesmo discurso quanto a inadequação desse ambiente, uma vez que não há um profissional para mediar o trabalho entre o aluno e o acesso ao acervo literário; o referido espaço é ocupado com turmas de reforço o que torna inviável a visitação e o trabalho de pesquisa e de leitura; o ambiente também é visto como desmotivador, pois não atrai o aluno à leitura.
  • 28. 2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura? Onde ficam? Como são usados? Sim ( ) Não ( ) RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – O material destinado à leitura como livros e revistas ficam no espaço da Biblioteca escolar, e são usados por alunos da mesma unidade escolar. A Professora 02 (SIM) – A escola dispõe de uma sala com livros. Eles ficam numa estante e são usados pelo professor. O professor leva os livros para a sala quando vai usar. Também são guardados dicionários. A resposta da professora 02 nos chama a atenção ao dizer que os livros ficam expostos na estante e o professor os leva para a sala de aula, confirmando que o aluno não tem acesso a esse espaço que a Professora 01 nomeia como “biblioteca escolar”. Esse acesso a que nos referimos se dá ao fato do aluno poder ir e utilizar o acervo de forma espontânea ou mesmo orientado pelo professor, pois o espaço é destinado à outra atividade – reforço escolar, impossibilitando a presença dos demais alunos que não participam do Programa Mais Educação. Certamente, o trabalho da professora de levar os livros para a sala advenha dessa circunstância. Diante desses entraves, lembramos que a ampliação do acervo da biblioteca deve ser uma tarefa contínua e planejada pela escola de forma que o aluno seja atraído para esse espaço. 3. A escola possibilita o empréstimo de livros? Sim ( ) Não ( ) RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) A Professora 02 (SIM)
  • 29. Quanto ao empréstimo de livros, os PCN (1997, p.59) trazem à tona a seguinte reflexão: “Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura junto com outras pessoas de casa [...]”. 4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a classe? Sim ( ) Não ( ) Caso sim, como é a dinâmica desta atividade? RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – Eu como professora do 7º ao 9º ano, costumo ler determinados textos dos mais variados gêneros para a turma, e a seguir, promovo uma discussão a respeito do mesmo. A Professora 02 (SIM) – Sempre que possível, inicio a aula com textos para reflexão. Em ambas as respostas, as professoras 01 e 02 deixam transparecer a necessidade de utilizar textos em suas aulas promovendo a discussão e reflexão dos mesmos. Para os PCN (1997, p.58), é de suma importância a organização de momentos de leitura em que o professor também seja leitor e envolva-se com esse momento para que o aluno possa ver nele o gosto pela leitura e assim desejar fazê-la. Nesta mesma linha de pensamento, LENER (2002, P.95) afirma: Realmente, para comunicar às crianças os comportamentos que são típicos do leitor, é necessário que o professor os encarne na sala de aula, que proporcione a oportunidade a seus alunos de participar em atos de leitura que ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação “de leitor para leitor”. 5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor, obra, gênero? Sim ( ) Não ( ) Explique como se dá a dinâmica desta escolha. RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – Apresento vários autores e gêneros diferentes, peço que cada aluno escolha um livro observando os
  • 30. detalhes que mais lhe chamou a atenção como capa, diagramação, etc. A Professora 02 (SIM) – Sempre que possível, alguns livros são sugeridos pelo professor, pois nosso aluno ainda não convive com livros (casa). Por isso, sugiro alguns livros da biblioteca (sala de leitura) e trago muitos de casa. Além de ler e compreender o que lê, é interessante também que o leitor tenha a oportunidade de escolher suas leituras. Ele precisa ter conta com a diversidade textual, explorar o que lhe é apresentado e ter liberdade para decidir o que quer ler. Isso deve acontecer não só fora da escola, mas dentro dela também, e, observa-se que ambas as professoras tem oportunizado a seus alunos essa liberdade de escolha. A professora 02, nos chama a atenção para o fato de seus alunos não terem contato com livros em casa, bastando-lhe o espaço escolar para esse trabalho de leitura. 6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você: ( ) Sugere um só para que toda a classe leia; ( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler. Explique como se dá esta dinâmica de escolha. RESPOSTAS A Professora 01 (Sugere títulos diferentes para a classe ler.) – A partir da observação de cada título, peço para escolher aquele que mais chamou atenção, quer seja pela capa, autor, imagens, diagramação, etc. A Professora 02 (Sugere títulos diferentes para a classe ler.) – Fazendo empréstimos de livros para leitura em casa. Esses livros estão no espaço de leitura (sala) e também são levados por mim (minha casa). Os PCN (1997, p. 59) traz uma indicação muito interessante quanto à apresentação de títulos para os alunos: o professor deve colocar diante do leitor uma variedade de
  • 31. livros para que ele tenha esse contado com diversos títulos, e consequentemente, a oportunidade de escolha. O educador precisa garantir ao educando o acesso à diversidade textual, pois esse contato vai permitir que ele perceba a leitura como prática social remetendo-o a outras leituras, a outros textos, a outros autores e a outras obras. Quanto ao empréstimo de livros proporcionado pelo professor é também muito válido, uma vez que levando o livro para casa, o aluno vai decidir o momento e o lugar onde realizará a leitura sentindo se livre para essa prática. 7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais? Quais? Por que a escolha destes? Sim ( ) Não ( ) RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – Além do que o livro didático oferece, costumo complementar com reportagens, propagandas, panfletos entre outros. A escolha desses gêneros se deve ao fato de serem textos que circulam nos diferentes meios sociais. A Professora 02 (SIM) – Textos literários, textos jornalísticos, textos não verbais, gênero da tradição oral, etc. A escolha destes gêneros é para que o aluno entre em contato com textos variados, desenvolvendo, assim, capacidades de leitura. Percebe-se o cuidado das professoras quanto à utilização de diferentes gêneros textuais em suas aulas, pois como está explicito no discurso de ambas, eles vão despertar nos educandos o interesse e a percepção da função social que eles desempenham. 8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como funciona? Sim ( ) Não ( ) RESPOSTAS A Professora 01 (NÃO) – Esse ano ainda não trabalhamos com projetos de
  • 32. leitura envolvendo professores das demais áreas. A Professora 02 (NÃO) De acordo às respostas, na escola, atualmente, não há uma politica de formação de leitores com base em projetos de leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar. A respeito de projetos literários, os PCN indicam que: Os projetos são excelentes situações para que os alunos produzam textos de forma contextualizada – além de que, dependendo de como se organizam, exigem leitura, escuta de leituras, produção de textos orais, pesquisa ou outras atividades. Podem ser de curta ou média duração, envolver ou não outras áreas do conhecimento e resultar em diferentes produtos: uma coletânea de textos de um mesmo gênero (poemas, contos de assombração ou de fadas, lendas, etc.), um livro sobre um tema pesquisado, uma revista sobre vários temas estudados, um mural, uma cartilha sobre cuidados com a saúde, um jornal mensal, um folheto informativo, um panfleto, os cartazes de divulgação de uma festa na escola ou um único cartaz (Brasil 1997, p. 71). 9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula? RESPOSTAS A Professora 01 Leitura oral, compartilhada, leitura silenciosa, leitura pelo professor, com ênfase na entonação. A Professora 02 Usando diferentes gêneros textuais (livro), familiarizar os alunos aos textos, ouvi-los. No tocante à formação de leitores, os PCN (1997) apontam para a necessidade de se oferecer ao aluno condições favoráveis para o desenvolvimento das práticas de leitura, tanto no que se refere aos recursos materiais (o acervo da escola, a biblioteca ou sala de leitura, os momentos de leitura em sala de aula, etc.) quanto ao uso deles na prática de leitura. Sabemos que o trabalho de leitura deve ser diário e que há várias maneiras dela ser processada como expressa a Professora 01: leitura oral, compartilhada, leitura silenciosa, leitura pelo professor, com ênfase na entonação tais práticas são necessárias para a formação de leitores: a leitura autônoma que envolve a oportunidade de o aluno ler silenciosamente; a leitura colaborativa a que o professor lê com a classe; a leitura compartilhada feita pelo professor, que não é uma prática comum nas escolas, mas necessária, porém não especifica qual suporte utiliza para realização das leituras. A Professora 02 destaca
  • 33. ainda a necessidade de o leitor familiarizar-se com o texto e aponta também a premência de ouvi-lo e destaca a utilização do livro didático como prática de leitura. 10. Que estratégias de leitura você desenvolve? RESPOSTAS A Professora 01 Para uma apresentação oral de leitura, primeiramente lemos e discutimos sobre o título, subtítulo, ilustrações, para a partir daí se ter uma ideia do que se trata realmente o texto. A Professora 02  Estimular o desejo de leituras.  Aproximar o aluno dos textos, principalmente do livro didático. No que diz respeito às estratégias os PCN (1997) enfatiza que o leitor competente estabelece estratégias adequadas para selecionar dentre os textos que circulam os que lhes são necessários. A professora 01 ao desenvolver suas atividades de leitura dá pistas para que o aluno utilize-se “de estratégias tais como: seleção, antecipação, inferências e verificação”. (KOCH, 2011) A professora 02 não descreve o que será utilizado para que o aluno desenvolva a construção de sentido dos textos lidos citando apenas objetivos a serem alcançados pela leitura. 11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura tornando-o um bom leitor? RESPOSTAS A Professora 01 Colocando a disposição dos alunos materiais que possam despertar neles o prazer de ler como: revistas, livros de textos curtos, anedotas, notícias do momento, etc. A Professora 02 Tento apresentar textos de interesse do aluno, faço leitura em voz alta (facilita a compreensão do aluno), jogo de incorporação à leitura. Escolhemos textos: um aluno inicia a leitura em voz alta, seguindo uma ordem: um novo aluno começa a ler.
  • 34. Em suas respostas, percebemos que as professoras focalizam o trabalho pedagógico de leitura, dando ênfase à diversidade textual, buscando despertar no aluno, o gosto e o interesse pela leitura. Além desse acervo diversificado, nota-se também que existe uma programação de leitura que começa com a escolha do material a ser trabalhado, e termina com a execução da prática de leitura. De acordo os PCN (1997, p. 42), [...] é preciso, portanto, oferecer-lhes os textos do mundo. Eis a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes. Percebemos, portanto que as professoras trabalham de acordo os PCN na formação de um bom leitor. 12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje? RESPOSTAS A Professora 01 Na verdade, a maioria dos jovens não tem dado o verdadeiro valor à leitura. A maioria deles, não lê por prazer, e sim por obrigação, para ter uma nota. A Professora 02 Muito se discute a pouca atenção que os jovens dão aos livros e ao hábito de leitura. É preciso investir nos jovens porque eles estão sem senso crítico, mal informados e distantes dos problemas sociais. De acordo a professora 01, os jovens não dão muita importância à leitura, já professora 02 diz ser necessário investir nos jovens, e para os PCN (1997 p. 41). A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para que possa constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder do seu ponto de vista, a objetivos de realização imediata. 13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência? RESPOSTAS A Professora 01 Ler com competência é ler com fluência, compreender o que lê, identificar o que não está implícito, estabelecer relações com o que se lê com situações da vida real. A Professora 02 Ler para atribuir significados e refletir sobre as influencias
  • 35. que nos cercam. Nos conceitos expressos pelas professoras, percebemos que os mesmos estão em consonância com o que tanto os PCN quanto alguns autores afirmam sobre o significado de ler com competência. A professora 01 dialoga com LERNER (2002, p.27) quando ela fala do desafio de formar cidadãos críticos capazes de “ler as entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explícita ou implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem [...]”. 14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo informações que situem a leitura? Sim ( ) Não ( ) RESPOSTAS A Professora 01 (SIM) – Essa preparação é importante, pois tem a função de ativar os conhecimentos prévios dos alunos com relação a leitura que vai ser feita. A Professora 02 (SIM) Segundo as professoras explicitam os objetivos das leituras em sala de aula preparando seus alunos para a construção de sentidos significativos fazendo elo com o conhecimento prévio. Observando os PCN. 15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim, cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula. RESPOSTAS A Professora 01 As atividades de leitura normalmente são desenvolvidas com os textos que o livro didático oferece, no entanto, quando é possível é levado para a sala de aula outros materiais de leitura. Mas, no geral, a maioria dos textos trabalhados é oriundos do livro do aluno, pois a escola não oferece outros recursos com frequência.
  • 36. A leitura no livro didático, geralmente é iniciada pela professora, após instigar sobre o tema, título, imagens, fazendo sempre uma associação entre esses elementos. Os alunos costumam continuar oralmente a leitura, fazendo uma breve parada nos tópicos principais, para que haja melhor compreensão do que foi lido. Ao terminar a leitura, é proposta uma discussão livre sobre o enredo, aspectos pertinentes ao gênero, e a seguir são desenvolvidas atividades de compreensão, análise, mudança do foco narrativo, ilustrações entre outros; a depender do gênero trabalhado. A Professora 02 As atividades de leitura não são desenvolvidas a partir de projetos. Ainda o trabalho de leitura na minha escola é muito individual. Não tem um incentivo coletivo. Acredito que a partir do momento que toda a escola envolver num projeto de leitura e escrita, nosso aluno desenvolve o comportamento leitor e escritor e amplia a sua leitura com competência. Ambas as professoras afirmam não ter projetos de leitura na escola, os textos utilizados em sala de aula são desenvolvidos a partir do livro didático descrevendo apenas a prática de leitura utilizada diariamente e que o trabalho de leitura é individual. Segundo os PCN (1997, p. 47). A característica básica de um projeto é que ele tem um objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual todos trabalham. [...] são excelentes situações para contextualizar a necessidade de ler e, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções. Percebemos então que as professoras desenvolvem as atividades de leitura de forma eficiente, porém a escola não oferece condições que levem a integração da comunidade escolar no processo de leitura.
  • 37. CONCLUSÃO Nesse trabalho, focalizamos especialmente, as práticas de leitura utilizadas por duas professoras de 9º ano que trabalham em uma escola pública do Município de Ipirá. O intuito foi verificar se essas práticas estão condizentes com as sugestões propostas pelos PCN. No processo de elaboração do projeto e de análise das respostas dadas pelas professoras ao questionário que elaboramos, constatamos e nos surpreendemos que diante das adversidades encontradas para a realização da ação pedagógica, no que se referem ao ato de ler, as professoras se preocupam com o trabalho de incentivo à leitura, fazem uso da diversidade textual buscando sempre atrair o interesse de seus alunos e despertar neles o gosto pela leitura. Foi detectado que na escola onde atuam, possui um espaço com acervo literário, porém, não está devidamente apropriado para o atendimento ao público leitor, não há um profissional para mediar o trabalho nesse espaço de leitura. Para que o aluno tenha acesso ao acervo literário, o professor leva os livros para a sala de aula, que funciona como ambiente de leitura e também, promove o empréstimo dos mesmos. Nota-se que assegurar ao aluno o acesso ao material leitor não é o suficiente para garantir a sua formação leitora e com isso, elas, leem para eles, concede-lhes oportunidade para que leiam, opinem e escolham suas leituras, além de utilizar diversos procedimentos para o desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, como a leitura em voz alta pelo professor, a leitura silenciosa, a leitura colaborativa, dentre outros procedimentos. Em relação a projetos de incentivo à leitura, a escola não possui e o trabalho é feito individualmente. Segundo os PCN (1997), para desenvolver no aluno o gosto e o compromisso com a leitura, a escola deve mobilizá-lo internamente e, entendemos que os projetos são situações em que a leitura será processada de forma contextualizada e possibilitará ao educando, a oportunidade de desenvolver um comportamento leitor. Pode-se dizer que o trabalho pedagógico de leitura desenvolvido por essas professoras que participaram da pesquisa, está em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), que enfatiza a necessidade de
  • 38. não se restringir apenas aos recursos materiais, mas oferecer condições favoráveis para o uso deles. Ao término dessa pesquisa, chegamos à conclusão de que a observância dos Parâmetros Curriculares Nacionais é de grande valia, uma vez que se trata de um documento de referência para auxiliar o professor na sua prática, possibilitando-o rever e refletir a sua atuação em sala de aula principalmente no que se refere ao uso dos recursos de leitura utilizados para desenvolver no aluno o interesse e o gosto pelo ato de ler, alcançando assim, o tão desejado objetivo de formar leitores competentes.
  • 39. REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. v. 2 Brasília: MEC/ SEF, 1997. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1998. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 35. ed. São Paulo: Cortez, 1981. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. KOCH, Ingedore Villaça & Vanda Maria Elias. Ler e compreender o sentido do texto, 3ª edição, São Paulo: Cortez, 2011. KOCH, Ingedore Villaça. Desenvolvendo os segredos do texto, São Paulo: Cortez, 2002. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição. Editora Ática. São Paulo, 2001. LERNER. Delia. Ler e escreve na escola: o real, o possível e o necessário. Tradução Ernani Rosa. Porto alegre. Artmed, 2002. MARTINS, M.H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2007. PENTEADO, S. R. Whilaker. A técnica da comunicação humana. São Paulo: Pioneira, 2001. PIETRI, Emerson. Prática de leitura e elementos para a atuação docente. 2ª edição . Rio de Janeiro:Ediouro,2009. Pisa:desempenhodoBrasilpioraemleiturae'empaca'emciências Em: educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em- leitura-e-empaca-em-ciencias.htm 03/12/201308h00 > Atualizada 01/04/201409h56, Acesso 24/05/2014,12:24. SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000. SOLÉ, Izabel. Estratégias de leitura. 6ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 1998.
  • 41. APÊNDICE A – Questionário aplicado às professoras UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA - PARFOR CAMPUS XIII - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 9º ANO 1. A escola onde você trabalha, dispõe de biblioteca? Sim ( ) Não ( ) Caso sim, explique como é a dinâmica de uso da biblioteca pelos alunos. Caso não, há algum lugar que tenha a função da biblioteca na escola? Como é e como funciona? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. A escola dispõe de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura? Onde ficam? Como são usados? Sim ( ) Não ( ) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. A escola possibilita o empréstimo de livros? Sim ( ) Não ( )
  • 42. 4. São organizados momentos de leitura livre em que o próprio professor lê para a classe? Sim ( ) Não ( ) Caso sim, como é a dinâmica desta atividade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Você possibilita ao aluno a escolha de suas leituras, como por exemplo: autor, obra, gênero? Sim ( ) Não ( ) Explique como se dá a dinâmica desta escolha. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Quanto à sugestão de variedades de títulos você: ( ) Sugere um só para que toda a classe leia; ( ) Sugere títulos diferentes para a classe ler. Explique como se dá esta dinâmica de escolha. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7. Você desenvolve atividade de leitura a partir de diversos gêneros textuais? Quais? Por que a escolha destes? Sim ( ) Não ( ) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 43. 8. Na escola há uma politica de formação de leitores com base em projetos de leitura que vise o envolvimento do conjunto da unidade escolar? Qual? Como funciona? Sim ( ) Não ( ) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. Que práticas de leitura você utiliza em sala de aula? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Que estratégias de leitura você desenvolve? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11. Como você tem trabalhado para desenvolver no aluno o gosto pela leitura tornando-o um bom leitor? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12. Em sua opinião qual a importância da leitura para os jovens nos dias de hoje? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13. De acordo com seus conhecimentos, o que significa ler com competência? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 44. 14. Ao propor as atividades de leitura, você explicita os objetivos e os prepara fazendo-os levantar hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecendo informações que situem a leitura? Sim ( ) Não ( ) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 15. As atividades de leitura são desenvolvidas a partir de projetos de leitura? Se sim, cite e explique como são desenvolvidos? Se não, dê sua opinião sobre a forma como o trabalho com leitura é desenvolvido na sua escola e sala de aula. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 45. APÊNDICE B – Termo de Consentimento Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A presente pesquisa tem como objetivo verificar se as Práticas de Leitura desenvolvidas em turmas de 9º ano estão condizentes com as propostas pelos PCN de Língua Portuguesa. Os dados serão coletados entre professores de nono ano do Ensino Fundamental, de uma Escola Municipal de Ipirá. Você está sendo convidado, como voluntário, a participar desta pesquisa. Para isso, você terá que responder a um questionário contendo 15 questões. Além disso, o estudo não envolve risco algum. Todos os resultados coletados durante sua participação serão codificados com um número de identificação, ou seja, seu nome não será divulgado. Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que autorizo a minha participação neste projeto de pesquisa, pois fui informado(a), de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos procedimentos que serei submetido, todos acima listados. Fui, igualmente, informado: a) Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa; b) Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu cuidado e tratamento; c) Da garantia de que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa; d) Do compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar a minha vontade em continuar participando; e) De que se existirem gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. As Pesquisadoras Responsáveis por esta pesquisa são Maria de Lourdes de Jesus Souza, Maria Izabel Almeida Silva Oliveira e Tânia Soares Santana Silva, (Fone: (75) 9127-8081). O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o voluntário da pesquisa e outra com as pesquisadoras responsáveis. Data __ / __ / ____ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Nomes e assinaturas dos responsáveis pela obtenção do presente consentimento ___________________________________________________________________ Nome e assinatura do voluntário