O documento discute o Transtorno Global do Desenvolvimento, incluindo o autismo. Apresenta sinais e características como desvios na comunicação, sociabilização e imaginação. Também discute outras condições como a Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância. Não há consenso sobre as causas do autismo, mas acredita-se que envolvem fatores genéticos e neurológicos.
2. O autismo é uma disfunção global do
desenvolvimento. É uma alteração que
afeta a capacidade de comunicação do
indivíduo, de socialização
(estabelecer relacionamentos) e de
comportamento (responder
apropriadamente ao ambiente —
segundo as normas que regulam essas
respostas)
3. • Esta desordem faz parte de um grupo
de síndromes chamado transtorno
global do desenvolvimento (TGD),
também conhecido como transtorno
invasivo do desenvolvimento (TID)
4. Mais recentemente cunhou-se o
termo Transtorno do Espectro
Autista (TEA) para englobar o Autismo,
a Síndrome de Asperger e o Transtorno
Global do Desenvolvimento Sem Outra
Especificação.
5. • Segundo informações encontradas no site
da ASA – Autism Society os América
(http://www.autism-
society.org/site/PageServer, 1999), a
incidência seria de 1:500, ou 2 casos a cada
1000 nascimentos. De acordo com o órgão
norte-americano Center of Disease Control
and Prevention (CDC, www.cdc.gov) , o
autismo afetaria de 2 até 6 pessoas em
cada 1000, isto é, poderia afetar até 1
pessoa em cada 166. O autismo seria 4
vezes mais freqüente em pessoas do sexo
masculino.
O autismo incide igualmente em famílias
de diferentes raças, credos ou classes
sociais.
7. Desvios qualitativos da
comunicação
• Caracterizada pela dificuldade em utilizar
com sentido todos os aspectos da
comunicação verbal e não verbal. Isto inclui
gestos, expressões faciais, linguagem
corporal, ritmo e modulação na linguagem
verbal.
8. • Portanto, dentro da grande variação possível
na severidade do autismo, poderemos
encontrar uma criança sem linguagem verbal
e com dificuldades na comunicação por
qualquer outra via - isto inclui ausência de
uso de gestos ou um uso muito precário dos
mesmos; ausência de expressão facial ou
expressão facial incompreensível para os
outros e assim por diante - como podemos,
igualmente encontrar crianças que
apresentam linguagem verbal, porém esta é
repetitiva e não comunicativa.
9. ...
• Muitas das crianças que apresentam
linguagem verbal repetem
simplesmente o que lhes foi dito. Este
fenômeno é conhecido com ecolalia
imediata. Outras crianças repetem
frases ouvidas há horas, ou até
mesmo dias antes (ecolalia tardia).
10. • É comum que crianças com autismo e
inteligência normal repitam frases
ouvidas anteriormente e de forma
perfeitamente adequada ao contexto,
embora, geralmente nestes casos, o
tom de voz soe estranho e pedante.
11. Desvios qualitativos na
sociabilização
• Este é o ponto crucial no autismo e o mais
fácil de gerar falsas interpretações.
Significa a dificuldade em relacionar-se
com os outros, a incapacidade de
compartilhar sentimentos, gostos e
emoções e a dificuldade na discriminação
entre diferentes pessoas.
12. ...
• A dificuldade de sociabilização, que faz
com que a pessoa que tem autismo tenha
uma pobre consciência da outra pessoa, é
responsável, em muitos casos, pela falta ou
diminuição da capacidade de imitar, que é
uns dos pré-requisitos cruciais para o
aprendizado, e também pela dificuldade de
se colocar no lugar de outro e de
compreender os fatos a partir da
perspectiva do outro.
13. ...
• Pesquisas mostraram que mesmo nos primeiros
dias de vida um bebê típico prefere olhar para
rostos do que para objetos. Através das
informações obtidas pela observação do rosto dos
pais, o bebê aprende e encontra motivação para
aprender. Já o bebê com autismo dirige sua
atenção indistintamente para pessoas e para
objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com
que perca oportunidades de aprendizado,
refletindo em um atraso do desenvolvimento.
14. Desvios qualitativos na
imaginação
• Se caracteriza por rigidez e inflexibilidade
e se estende às várias áreas do
pensamento, linguagem e comportamento
da pessoa. Isto pode ser exemplificado por
comportamentos obsessivos e ritualísticos,
compreensão literal da linguagem, falta de
aceitação das mudanças e dificuldades em
processos criativos.
15. ...
• Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de
brincar desprovida de criatividade e pela exploração
peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem
autismo pode passar horas a fio explorando a textura
de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm
inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em
determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns
em crianças da mesma idade , como calendários ou
animais pré-históricos, o que é confundido às vezes com
nível de inteligência superior.
16. ...
• As mudanças de rotina, como de casa,
dos móveis, ou até mesmo de
percurso, costumam perturbar
bastante algumas dessas crianças.
17. *Transtorno Desintegrativo da Infância é
muito raro. A descrição do DSM-IV para este
transtorno é que as crianças se desenvolvem
como as demais até os 5 ou 6 anos, quando
inicia uma regressão no desenvolvimento. Em
particular, tais crianças perdem as habilidades
sociais e linguísticas já adquiridas. Por fim,
seus comportamentos tornam-se similares aos
modelos de comportamento das crianças
autistas; porém, suas consequências a longo
prazo são muito piores.
18. Síndrome de Asperger
Dr Hans Asperger foi o primeiro a descrever e
classificar a síndrome de Asperger como um grupo de
características do comportamento. A síndrome de
Asperger é caracterizada por problemas com as
habilidades sociais e comportamentos ou interesses
restritos e incomuns. As crianças com síndrome de
Asperger desenvolvem a fala e a linguagem junto com
aquelas sem deficiências, a maioria delas tem inteligência
normal. Entendem a linguagem muito literalmente,
tornando-se difícil para elas formar categorias
conceituais, entender piadas ou interpretar a linguagem
não-verbal (como os gestos). O uso social da linguagem
pode ser um desafio particular, da mesma forma para a
capacidade de compreender os sentimentos ou os estados
mentais de outras pessoas
19. * Síndrome de Rett
Às vezes chamada de distúrbio de Rett, esta é uma
condição genética descoberta há mais de 40 anos por
Andreas Rett, um médico austríaco. Os sinais da
síndrome de Rett aparecem muito cedo, no momento
em que o desenvolvimento parece normal e, então,
estaciona. É mais comum em meninas. Clinicamente é
caracterizada pela perda progressiva das funções
neurológicas e motoras após um período de
desenvolvimento aparentemente normal, que vai de 6 a
18 meses de idade. Após esta idade, as habilidades
adquiridas (como fala, capacidade de andar e uso
intencional das mãos) são perdidas gradativamente e
surgem as estereotipias manuais (movimentos
repetitivos e involuntários das mãos), que é
característica marcante da doença. Muitas destas
crianças têm deficiência intelectual e
comprometimentos cognitivos.
20. * Transtornos invasivos do desenvolvimento
sem outra especificação (TID-SOE)
TID-SOE é uma categoria diagnóstica de
exclusão e não possui regras especificadas
para sua aplicação. Alguém pode ser
classificado como portador de TID-SOE se
preencher critérios no domínio social e mais
um dos dois outros domínios (comunicação ou
comportamento). Além disso, é possível
considerar a condição mesmo se a pessoa
possuir menos do que seis sintomas no total (o
mínimo requerido para o diagnóstico do
autismo), ou idade de início maior do que 36
meses.
21. Causas do Autismo
Os especialistas estão tentando identificar as
causas do autismo: porém, até o momento, não
há respostas definitivas. Como não foi
identificada nenhuma causa específica, é
impossível se pensar em estratégias de
prevenção. Várias suposições de causas para o
autismo foram excluídas; por exemplo, o
autismo não é resultado de pais negligentes.
Muitos especialistas concordam que o autismo
é um distúrbio neurológico vitalício. Alguns
pesquisadores acreditam que algumas formas
de autismo são causadas por lesões na
formação do cérebro (Koegel et al, 1995).
22. Outros afirmam que o autismo é basicamente
uma falha do lobo frontal (Dawson et al.,
1998). De qualquer modo, parece que o autismo
talvez tenha uma causa genética (Piven, 2002).
Como há poucas causas conhecidas não há
tratamentos, de fato, eficazes (Seroussi,
2000). A internet e a imprensa popular são
invadidas com histórias de crianças sendo
“curadas”, mas elas frequentemente envolvem
o uso de vitaminas, dietas especiais ou
medicamentos. Os pais e os profissionais que
apóiam esses tratamentos alternativos podem
acreditar neles e que os tratamentos ajudam a
remediar os sintomas da criança, mas não há
evidência científica validando essas
declarações.
23. Autismo e Integração
Sensorial
• Podemos dizer que percebemos o mundo
através do sistema sensorial. Que todas as
informações que recebemos chegam até o
nosso cérebro após entrarem pelo
nossos órgãos sensoriais. Nosso mundo é
sensorial e e o fato de receber,
interpretar e responder aos estímulos
sensoriais é chamado de integração
sensorial.
24.
25. • Extremas questões sensoriais são muito comuns no
autismo. Algumas crianças autistas não conseguem
tolerar os sons ou abraços, enquanto a outra é
indiferente aos sons e abraços. Uma criança autista
pode ter uma reação explosiva e exagerada a barulhos
altos, enquanto a outra não reage a todos. As crianças
autistas com problemas sensoriais têm dificuldade em
filtrar a entrada sensorial. Seu sistema nervoso
apresenta dificuldade no processamento sensorial
(interpretar e organizar as informações sensórias
vindas do seu próprio corpo ou do ambiente)