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AROMATERAPIA
CHRISTINE WILDWOOD
AROMATERAPIA
EDITORIALEsTAmPA
1994
íNDICE
AGRADECIMENTOS ............................
....................................... 11
INTRODUÇÃO .....................................
....................................... 13
1. QUE É A
AROMATERAPIA? ........................
........................... 17
Os óleos
essenciais ........................................
........................... 19 Como são
obtidos .........................................
........................... 20 Acerca dos óleos de origem
natural ..................................
....... 22 Como adquirir óleos
essenciais .................................
............... 23 Uma palavra sobre os óleos extraídos de
madeiras ................. 24
As propriedades dos óleos
essenciais ...............................
........ 24 * aromaterapia na
prática .......................................
................ 27 * natural e o
sintético ........................................
..................... 27
2. HISTóRIA RESUMIDA DA AROMATERAPIA
....................... 31
Os pioneiros do século
XX ............................................
........... 38
3. EM QUE PODE A AROMATERAPIA SER-NOS úTIL?
............ 41
O tratamento aromaterápico profissional
................................ 42 Estudo de alguns casos
concretos ................................
............ 43
Sarna ..................................................
................................. 43 Pé-de-
atleta ................................................
.......................... 44 Tensão pré-menstrual
............................................................
46
Desgostos .............................................
................................ 48
Hiperactividade .....................................
................................ 50
SIDA ..................................................
................................. 54 E muito
mais ... .............................................
.......................... 56
4. COMO ACTUA A AROMATERAPIA?
............................. Absorção
cutânea ........................... . ........
....................... Absorção pelos pulmões
............. ....................................
O sentido do olfacto e a
mente ..................................
..... Preferências
olfactivas ................................. .
................... Aromas e vibrações .......
.................................................. A aura
............. .. ................... ........................
.................. A
empatia ............................................
...........................
5. FóRMULAS PARA USO TERAPÊUTICO E PARA
USO
ESTÉTICO. ....................................
.......................... Os principais óleos essenciais
(Tabela
1) ......................... A
escolha dos ó leos
essenciais .............................
........... Cuidados a ter com os óleos essenciais
........................... Sobre os óleos de base, ou
veiculares ........................
..... Como misturar os óleos para massagens
............ . ........... Sobre as combinações de óleos
essenciais .....................
.. Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 11)
........................... Efeitos dos óleos essenciais
(Tabela
111) .......................... As
tabelas
terapêuticas ..................................
..................
Preparação de remédios de
ervas .................................
Tabela terapêutica (Tabela
IV) ....................................
... Tabela de cuidados cutâneos (Tabela V)
........................ Preparados aromáticos
....................................................
Oleo para massagem
anticelulite ............................
...... Çontra os piolhos da
cabeca ...................................
..... qleo de pré-1avagem para cabelos secos ou estragados.
Oleo contra a
caspa ..........................................
........... Tónicos
capilares ......................................
......................
Tónico
anticaspa ........................................
.................. Tónico contra a queda do cabelo
.................................. Tónicos para a pele
........................................................
Base para tónico
cutâneo ....................................
.........
Bochechos ..........................................
............................. Máscaras
faciais .........................................
.....................
Para pele
seca ..............................................
...............
Para pele oleosa ou com
ame ....................................
..
Como preparar cremes e
unguentos ........................
........
Creme cutâneo de
base ....................... ...............
.......... Unguento de base
(pomada) .............. ...............
...........
guas de cheiro e
perfumes .......................................
.............. 100 Como preparar uma água de cheiro
...................................... 100 Perfumes para a
pele .............................................
...............101 Três perfumes para uso terapêutico mas
muito agradáveis ..... 101 Como
perfumar
salas ..........................................
....... .............. 102
6. AS TÉCNICAS DA AROMATERAPIA
..................................... 103
Cuidados a ter com a
pele .........................................
.............. 103 Escovamento da pele a seco
.................................................... 104 Como
proceder .........................................
............................... 105
O
rosto .................................................
................................... 107
Esfolia,pão ..............................................
............................... 108 Tratamentos cutâneos
ocasionais .................................
.......... 109 A sauna
facial ..............................................
........................ 109 Máscaras
faciais ............................................
....................... 110 Óleos
faciais ...............................................
.......................... 111 Massagem aromaterápica
......................................................... 112
Onde não
massajar .........................................
...................... 113 Os efeitos da massagem
........................................................ 114
Prepararão do
cenário .........................................
................. 116 A superfície a usar para a massagem
.................................... 116
O óleo de
massagem .......................................
...................... 117 Como aplicar a massagem
.................................................... 117 As
costas .................................................
............................. 118
* rosto e a
cabeca ............................................
.................... 125
*
rosto ...................................................
.............................. 126
*
pescofo ................................................
............................. 133
* couro
cabeludo ..........................................
........................ 135 Uma técnica de alívio das dores
.............................................. 136 A
automassagem ....................................
.................................. 137 Aromaterapia e
celulite ........................................
.................... 138
O regime
alimentar .........................................
...................... 140 Escovamento da
pele ...................... ......................
................. 140 óleos
essenciais ..........................................
.......................... 141 Massagem para a drenagem
linfática ................................
.... 141 Automassagem contra a
celulite ...................................
......... 141 Outros usos dos óleos essenciais
.............................................. 144
Banhos .................................................
................................ 145 Banhos de mãos e de pés
...................................................... 145
Inala,cões ..............................................
................................ 146
4. COMO ACTUA A AROMATERAPIA?
....................... . .... Absorção cutânea
..........................................................
Absorção pelos
pulmões ..................................
..............
O sentido do olfacto e a
mente ..................................
.... Preferências
olfactivas ....................................
................ Aromas e
vibrações ............. ......................
...................... A
aura .................. .............................
........................... .. A
empatia ............................................
...........................
5. FóRMULAS PARA USO TERAPÊUTICO E PARA
USO
ESTÉTICO ......................................
......................... Os principais óleos essenciais
(Tabela
1) ................. . ....... A
escolha dos óleos
essenciais .............................
........... Cuidados a ter com os óleos essenciais
........................... Sobre os óleos de base, ou
veiculares .........................
.... Como misturar os óleos para massagens
........................ Sobre as combinações de óleos
essenciais .....................
.. Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 11)
........................... Efeitos dos óleos essenciais
(Tabela
111) .......................... As
tabelas
terapêuticas .................................
...................
Preparafão de remédios de
ervas ................................
. Tabela terapêutica (Tabela
IV) ....................................
... Tabela de cuidados cutâneos (Tabela V)
........................ Preparados aromáticos
....................................................
Oleo para massagem
anticelulite ...........................
....... Contra os piolhos da
cabeca ..................................
...... óleo de pré-1avagem para cabelos secos ou estragados.
óleo contra a
caspa .........................................
............ Tónicos
capilares .......................................
.....................
Tónico
anticaspa ......................................
.................... Tónico contra a queda do cabelo
.................................. Tónicos para a pele
........................................................
Base para tónico
cutâneo ....................................
.........
Bochechos ..........................................
............................. Máscaras
faciais ........... . .............................
.....................
Para pele
seca ..............................................
............... Para pele oleosa ou com acne
...................................... Como preparar cremes e
unguentos ........................
........
Creme cutâneo de
base .......................................
......... Unguento de base
(pomada) .......................... . .
............
Águas de cheiro e
perfumes ....................................
................. 100 Como preparar uma água de cheiro
...................................... 100 Perfumes para a
pele ............................................
................ 101 Três perfumes para uso terapêutico mas
muito agradáveis ..... 101 Como
perfumar
salas .........................................
...................... 102
6. AS TÉCNICAS DA AROMATERAPIA
..................................... 103
Cuidados a ter com a
pele .........................................
.............. 103 Escovamento da pele a seco
.................................................... 104 Como
proceder .........................................
............................... 105
O
rosto .................................................
................................... 107
Esfoliaf
ão ......................................................
....................... 108 Tratamentos cutâneos ocasionais
........................................... 109 A sauna
facial ..............................................
........................ 109 Máscaras
faciais ............................................
....................... 110 óleos
faciais ...............................................
.......................... 111 Massagem aromaterápica
......................................................... 112
Onde não
massajar ........................................
....................... 113 Os efeitos da massagem
........................................................ 114
Preparafão do
cenário .........................................
................. 116 A superfície a usar para a massagem
.................................... 116
O óleo de
massagem ........................................
..................... 117 Como aplicar a massagem
.................................................... 117 As
costas .................................................
............................. 118
O rosto e a
cabefa .............................................
................... 125
O
rosto ...................................................
.............................. 126
O
pescopo ...............................................
.............................. 133
O couro
cabeludo ..........................................
........................ 135 Uma técnica de alívio das dores
.............................................. 136 A
automassagem ....................................
.................................. 137 Aromaterapia e
celulite ........................................
.................... 138
O regime
alimentar .........................................
...................... 140 Escovamento da
pele .............................................
................ 140 óleos
essenciais ..........................................
.......................... 141 Massagem para a drenagem
linfática ...............................
..... 141 Automassagem contra a
celulite ....................................
........ 141 Outros usos dos óleos essenciais
.............................................. 144
Banhos .................................................
................................ 145 Banhos de mãos e de pés
...................................................... 145
Inalaf
ões .....................................................
......................... 146
Compressas ..........................................
................................ 146 Aromatizapão de salas
..........................................................
147 Perfumes para a
pele .............................................
............... 148
7. COMO SER UM
TODO ....................................
........................ 149
A
mente ................................................
................................... 150
O
corpo ................................................
................................... 152
O
movimento ..........................................
................................. 154 A
luz .....................................................
................................... 155
O ar
livre ...................................................
.............................. 156
O
espírito ................................................
................................. 157 Mente-corpo-espírito
.............................................................
... 157 Para a
integração ........................................
............................. 159
A respirafão da
vida ..............................................
............... 159 A respiracão
completa ........................................
.................. 160
Voar ....................................................
................................. 161 Descontracfão profunda
........................................................ 163
A regulação da aura, ou «protecção psíquica»
........................ 165 Os remédios florais de Bach
.................................................... 168
Sintonizar com a
natureza .....................................
.................. 168 Primeiros passos na meditação
................................................ 169
A
pomba .................................................
.............................. 170 Em
conclusão ...........................................
................................ 171
TOXICIDADE DOS óLEOS ESSENCIAIS
..................................... 173
Uma palavra sobre as
alergias ...................................
.............. 174
GLOSSÁRIO ..........................................
....................................... 175
OUTRAS
LEITURAS ...................................
................................. 177
10
AGRADECIMENTOS
Estou muito reconhecida a várias pessoas pela forma tão
expedita e tão generosa como responderam aos meus pedidos de
esclarecimentos complementares sobre os óleos essenciais. Em
primeiro lugar, a Nick Webley, da «Kittywake Oils» (amigo e
associado), a Bernie Hephrun, da «Butterbur and Sage», e ao
Dr. Steve Van Toller, da Universidade de Warwick.
Muito agradeço também a Robert Tisserand o ter-me autorizado
a utilizar uma versão abreviada da história de John, extraída
do International Journal of Aromatherapy, e a Ellen AsJes
pela sua amável carta de apoio. Devo igualmente agradecer à
minha família o auxílio doméstico que me prestou e graças ao
qual arranjei tempo para escrever este livro. E agradeço
também, por fim, a Karin Cutter e a John, portador do facho
que alumia o futuro da aromaterapia holística.
11
INTRODUÇÃO
Se bem que a palavra «aromaterapia» seja moderna, as raizes
desta magnífica terapêutica mergulham nas profundezas da
antiguidade. Este livrinho vem tentar provar que os antigos
princípios em que a aromaterapia se baseia não são, hoje em
dia, menos válidos. Destina-se também a servir de guia a
todas as pessoas que desejem usar plantas aromáticas quer
para seu
prazer quer para melhorar a sua saúde e vitalidade e as
daqueles a quem mais estimam.
A fim de retirar do capítulo sobre massagens o máximo
proveito, o ideal será que o leitor tenha uma pessoa amiga ou
conhecida com a qual possa permutar massagens aromaterápicas.
No entanto, conforme veremos, as essências aromáticas podem
ser utilizadas de muitos outros modos para criar uma
sensação de bem estar e para dar à vida uma nova componente
estética.
Embora a arte da massagem aromaterápica não possa, com
certeza, ser completamente descrita num livrinho tão resumido
como este, a sequência básica de massagem delineada no
capítulo
6 poderá dar ao leitor os fundamentos suficientes para que
depois comece a criar intuitivamente o seu próprio estilo.
Apresento, no fim, uma lista de livros sobre aromaterapia e
outros assuntos com ela relacionados e cuja leitura
recomendo.
Tal como todas as demais terapêuticas holísticas, a
aromaterapia tem como objectivo reforçar as capacidades
autocurativas
13
inatas do nosso organismo. Muito embora certas pessoas sejam
de nascença mais saudáveis que outras, a maioria pode tornar-
se mais saudável e pode prevenir o aparecimento de males
graves como a diabetes e as doenças do coração. O segredo da
boa saúde e da sensação de bem estar reside em compreender
que não devemos tornar-nos vítimas irremediáveis da tensão
nervosa nem da angústia - que tem a responsabilidade por
grande parte dos nossos males. é bem claro que a nossa saúde
depende, em grande medida, da qualidade dos alimentos que
comemos, da água que bebemos e do ar que respiramos. Mas
talvez seja mais importante ainda a necessidade de se dar
alimento ao lado espiritual da pessoa, pois nós somos algo
mais que um corpo dotado de cérebro. E dificil definir este
aspecto espiritual, mas podemos considerá-lo intimamente
ligado às relações que mantemos connosco próprios e com as
outras pessoas e à noção que temos dos propósitos e dos
sentidos da nossa vida - e também, como é evidente, à saúde
do nosso planeta. O terapeuta holístico procura, portanto,
dirigir-se em globo aos aspectos mutuamente relacionados da
nossa existência, ou seja: ao conjunto constituído pelo
corpo, pela mente e pelo espírito. Qualquer factor que atinja
um desses aspectos - o corpo, a mente ou o espírito - atinge
também o TODO.
Pode-se dizer que a minha atitude pessoal perante a arte da
aromaterapia é holística/intuitiva. Não será este, talvez, o
estilo de todos os aromaterapeutas; mas esta orientação é
aquela que eu descobri que se adaptava ao meu temperamento.
Na sua maioria, os aromaterapeutas intuitivos têm consciência
desse tenuíssimo campo energético, ou aura, que rodeia e
penetra o nosso corpo fisico. A aura, quando saudável, é como
um filtro protector que só deixa que nos atinja aquilo que
nos é benéfico. Mas esse campo energético pode ser
enfraquecido pelas fadigas da vida e pode então deixar passar
influxos desarmónicos que provocam doenças. É por este motivo
que, no capítulo 7 (em que explico melhor a concepção
holística), incluo algumas técnicas de cura espiritual que o
leitor poderá aceitar ou desprezar conforme a sua perspectiva
pessoal. O leitor de pés mais assentes na terra
14
encontrará também nestas páginas uma grande dose de senso
comum.
IMPORTANTE. Os informes e sugestões contidos neste livro
devem ser entendidos como simples orientação genérica. Se o
leitor estiver em tratamento, ou se tiver problemas de saúde
a
longo prazo, aconselho-o vivamente a procurar o auxílio de um
terapeuta ou médico devidamente habilitado.
Christine Wildwood
3 de Novembro de 1990
15
1
QUE É A AROMATERAPIA?
A aromaterapia não é apenas uma nova terapêutica alternativa
a juntar às outras. Ao contrário do que certas pessoas
pretendem fazer crer, ela é, de facto, muito mais que um
dispendioso tratamento de beleza: é na realidade uma arte,
uma arte de cura estética que utiliza óleos essenciais
extraídos de diversas partes de plantas e árvores aromáticas
a fim de estimular a saúde do corpo e a serenidade do
espírito.
A aromaterapia é a única arte curativa que se pode chamar
criadora em sentido artístico, pois a perícia do
aromaterapeuta reside, em grande parte, na habilidade com que
cria maravilhosas fragrâncias combinando e misturando óleos
vegetais com essências olorosas.
Contrariamente ao que se passa com terapêuticas de carácter
mais clínico, como a homeopatia e a acupuntura, o potencial
curativo da aromaterapia resulta da sua capacidade de
estimular a descontracção e de, ao mesmo tempo, criar uma
sensação de prazer ou de tranquilidade em quem a ela se
submete. Na verdade, quanto mais maravilhosa for a sensação
experimentada maior será o seu efeito curativo. Talvez seja
por este motivo -
mais que por qualquer outro - que a aromaterapia tem sido,
por vezes, olhada com desprezo por alguns tradicionalistas
empedernidos, em cujo entender só nos pode fazer bem aquilo
que nos causa uma certa dose de desconforto!
17
Apesar do comentário de um médico - «não conheço nenhuma
prova específica de a aromaterapia possuir qualquer
verdadeiro valor clínico»’ -, a aromaterapia pode de facto
ser praticada no nível clínico, científico. O artigo do Dr.
Kurt Sclinaubelt Ods for Viral Diseases 2, por exemplo,
apresenta provas da existência de bases científicas para a
aromaterapia clínica - já vai aumentando, na Alemanha, o uso
dos óleos essenciais no tratamento de infecções por vírus,
designadamente do óleo de melissa (erva cidreira) no caso dos
resfriamentos. Mas
- o que é ainda mais digno de nota - certos óleos essenciais,
como os de Melaleuca, de alho e de tomilho, já ajudaram um
homem a vencer a SIDA! (v. cap. 3).
Antes de passar adiante, é importante notar desde já que
seria demasiado ambicioso (e potencialmente arriscado) uma
pessoa leiga - e mesmo um aromaterapeuta vulgar - tentar
tratar doenças graves com óleos essenciais. Tal como é mais
frequentemente praticada, a aromaterapia destina-se à
prevenção das grandes doenças e ao tratamento sintomático das
enfermidades de menor importância. O acento tónico é posto na
massagem aromaterápica, uma das técnicas mais apuradas de que
se dispõe para o alívio das depressivas consequências da
fadiga fisica e nervosa. Sob os seus inúmeros disfarces, a
fadiga é responsável pela esmagadora maioria das doenças de
que sofremos neste mundo de velocidade, «alta tecnologia» e
inquietude emocional.
Se bem que a massagem aromaterápíca seja o esteio principal
desta arte, os óleos essenciais são utilizados de muitos
outros modos, tanto para fins curativos como para fins
estéticos - em banhos, em inalações de vapores e em perfumes
para criar boa disposição, por exemplo. Mas, para poder dar
uma resposta completa a quem pretenda saber o que é a
aromaterapia, necessitamos de examinar mais de perto os tais
admiráveis óleos aromáticos.
1 Coleman, Dr. V., A Guide to Alternative Medicine.
2 Schnaubelt, Dr. K, Ods for Viral Diseases («International
Journal of Aromatherapy»).
18
Os óleos essenciais
Os óleos essenciais - ou essências, como muitas vezes se lhes
chama - são os elementos líquidos, odoríferos e voláteis
(evaporam-se facilmente) que existem nas plantas aromáticas.
Acumulam-se em células especializadas ou em órgãos
específicos da planta: podemos encontrá-los nas pétalas
(rosa), nas folhas (eucalipto), no tecido lenhoso (sândalo),
no fruto (limão), nas
sementes (alcaravia), na raiz (sassafrás), no rizoma
(gengibre), na resina (pinheiro), na goma (incenso) e, por
vezes, em mais de uma parte da planta. O óleo essencial da
alfazema, por exemplo, é retirado das flores e das folhas. A
laranjeira tem um interesse muito especial, visto que nos
fornece três essências diferentes -- cada uma delas com o seu
aroma e as suas propriedades terapêuticas: o neroli (no botão
da flor), o petit-grain (nas folhas) e a essência de laranja
(na casca do fruto).
A planta produz os óleos essenciais para sobreviver: para
agir no seu próprio processo de crescimento e reprodução,
para atrair os insectos polinizantes, para repelir os
predadores e para se defender das moléstias.
A qualidade de um óleo essencial depende de um certo número
de factores que interagem uns com os outros: as condições do
solo, o clima, a altitude e a época da colheita, que é de uma
importância capital. A concentração de óleo essencial nos
tecidos da planta é máxima durante a época quente do ano - e
esta é, assim, a melhor ocasião para a colheita. O jasmim,
cujo aroma se faz sentir durante a noite, deve ser colhido ao
anoitecer. De uma maneira geral, a colheita das plantas
produtoras de óleos essenciais deve realizar-se em poucos
dias; se houver algum atraso, os
óleos essenciais perder-se-ão. E além disso, tal como
acontece com os vinhos, a qualidade e o bouquet de um óleo
essencial variam de um ano para o seguinte.
Quanto mais glândulas ou ductos de óleo houver na planta,
mais barato será o óleo - e vice-versa. Por exemplo, 100
quilos de alfazema dão cerca de 3 litros de óleo essencial -
ao passo que
100 quilos de pétalas de rosa dão apenas meio litro de óleo.
19
Embora possam ser caros, os óleos essenciais são substâncias
muitíssimo concentradas e, na prática, uma pequena quantidade
dá para muito tempo.
Estas essências, se bem que tecnicamente sejam classificadas
como óleos, são na realidade muito diferentes dos «óleos
fixos» vulgares como o de milho ou o de girassol. Como são
muito voláteis, não deixam nódoa permanente no papel de
filtro e, ao contrário dos óleos gordos vegetais, têm a
consistência da água ou do álcool e não são gordurosos. São
solúveis no álcool, na cera (por exemplo, em cera derretida
de abelha ou de jojoba) e
nos óleos vegetais e, como são parcialmente solúveis na água,
podem ser utilizados no banho (seis gotas costumam bastar)
sem deixar resíduos gordurosos.
Como são obtidos
Para muitas pessoas, estes conhecimentos serão de interesse
passageiro. Mas, para quem se preocupa com o meio ambiente, a
origem e o método de extracção de uma essência podem ser de
importância vital. Estão infelizmente à venda no mercado da
aromaterapia muitos óleos essenciais que não são tão puros ou
tão naturais como em geral se julga. Uns contêm substâncias
adulterantes para lhes realçar o aroma ou para o diluir de
tal forma que se espalhe mais; outros podem conter resíduos
de pesticidas ou vestígios de solventes químicos usados no
processo de extracção. É possível obter óleos de qualidade
própria para o uso aromaterápico; mas, antes de discutir este
ponto, vejamos quais são os principais métodos de extracção
actualmente praticados.
O método clássico é o da destilação directa - que é, por sua
vez, uma versão aperfeiçoada do antíquíssimo método egípcio
do pote de barro. O material colhido na planta é colocado no
alambique em contacto directo com a água, esta é aquecida e o
vapor arrasta consigo os óleos essenciais para o condensador,
do qual passam ao separador. Um método muito mais eficiente,
que
20
evita que o destilado se queime, é o da destilação a vapor.
Neste método, bastante semelhante ao primeiro, o material
vegetal não fica em contacto com a água: só o vapor é que
passa por ele.
Uma inovação mais recente é a destilação pelo vácuo:
reduzindo a pressão no interior de um aparelho estanque,
cria-se um vácuo tal que a destilação se realiza a uma
temperatura muito inferior - conservando, assim, muito melhor
as delicadas fragrâncias das flores.
O método menos complicado é o da expressão. O óleo essencial
dos frutos citrinos está na casca, de modo que se recorre a
uma simples espremedura para se lho extrair. Antigamente, as
cascas dos frutos eram espremidas à mão; hoje em dia, são
espremidas em máquinas centrífugas.
Um método praticamente obsoleto é o de enfleurage, no qual
se usa uma gordura animal (e, por vezes, o azeite) para
absorver os óleos essenciais; estes são seguidamente
separados por meio do álcool - o qual, ao contrário da
gordura, os dissolve com facilidade. O álcool é depois
evaporado deixando ficar a essência. Este método é utilizado
para captar aromas de flores como o jasmim, a tuberosa e o
neroli (flor de laranjeira), cujas delicadas fragrâncias se
poderiam alterar com o intenso calor da destilação. O líquido
resultante deste processo é conhecido pelo nome
de «extracto absoluto» e não de «óleo essencial».
Infelizmente, o elevado custo deste método, que ocupa muita
mão-de-obra e demora bastante tempo, tem levado ao amplo uso
de solventes voláteis como o éter de petróleo, o hexano e o
benzeno a fim de captar as essências de certas flores -
embora o método de enfleurage dê melhor rendimento. Diga-se,
a propósito, que é ainda possível obter extractos absolutos -
por enfleurage - de tuberosa e de jasmim, produzidos por
vários destiladores franceses. No entanto, o emprego de banha
de porco no método de enfleurage poderá afastar o vegetariano
- que ou se verá forçado a privar-se dos prazeres do jasmim e
da tuberosa ou terá de procurar um fornecedor de extractos
absolutos a óleo vegetal, muitíssimo mais raros.
21
A extracção com solventes voláteis é muito empregada na
indústria de perfumaria, pois produz aromas soberbos, mais
próximos dos que se evolam da planta viva. Mas as substâncias
potencialmente cancerígenas, como o benzeno, deverão
desempenhar algum papel na arte curativa da aromaterapia? Não
será melhor recorrer a um produto ligeiramente menos
requintado a fim de poupar o nosso planeta e a nossa saúde?
Completamente à parte destas preocupações com os vestígios de
solventes, tão frequentes nos extractos absolutos, não
podemos ignorar os efeitos ambientais das fugas de solventes
para a atmosfera nem os dos vapores que os trabalhadores das
destilarias estão sujeitos a respirar.
Um processo relativamente novo, mas actualmente muito caro, é
o da extracção pelo dióxido de carbono, que apresenta um
grande interesse para a aromaterapia pois não apresenta o
risco de deixar resíduos no produto final. Mas ainda falta
saber se este processo é inteiramente inofensivo para o
ambiente.
Acerca dos óleos de origem natural
Até há muito pouco tempo, o comércio de óleos essenciais
estava praticamente circunscrito às indústrias de perfumaria
e aromatizantes alimentares - que utilizavam substâncias
sintéticas ou idênticas às naturais sem grandes preocupações.
Mas, com o despertar do interesse pela aromaterapia, que
coincidiu com a emergência dos movimentos «verdes», criou-se
uma forte procura de óleos essenciais puros, não adulterados
- e, se possível, de origem inteiramente natural.
É realmente possível obter óleos de produção natural, ainda
hoje vendidos por um punhado de fornecedores, mas esses óleos
são bastante mais caros que os provenientes de plantas
criadas com fertilizantes químicos e pulverizadas com
pesticidas industriais. Além disso, o leque dos óleos
essenciais naturais actualmente disponíveis está limitado,
principalmente, a essências provenientes de plantas herbáceas
como a alfazema, a camomi-
22
la, o tomilho e a manjerona. Mas estão a operar-se
modificações nesta situação: organizações como a EOTA
(«Essential Oil Trade Association», do Reino Unido) actuam no
sentido de criar fontes fidedignas de abastecimento de óleos
essenciais, puros e sem adulteração, para uso aromaterápico.
Esses óleos deverão ser sujeitos a verificações de pureza por
instituições como, no Reino Unido, a «Soil Association» e,
noutras paragens, a IFOAM («International Federation of
Organic Agricultural Movements»), que já existe na Europa e
nos Estados Unidos. Espera-se que a
aromaterapia ganhe bastante com isso de duas maneiras: a
pureza dos óleos poderá ser assegurada e haverá um maior
leque de óleos de origem natural mais amplamente acessíveis.
Como adquirir óleos essenciais
É de importância decisiva que só sejam usados para efeitos
terapêuticos óleos essenciais puros, não adulterados. A
maioria dos aromaterapeutas obtem os óleos que utiliza
encomendando-os pelo correio a certos conceituados
fornecedores especializados no ramo e não em estabelecimentos
de produtos de beleza e de perfumaria. As vantagens dos
fornecedores por via postal em relação aos estabelecimentos
retalhistas são várias: esses fornecedores apresentam um
leque de essências mais amplo e praticam preços mais
favoráveis em caso de encomendas mais volumosas. No entanto,
o principiante poderá ter vantagem em comprar os óleos
essenciais numa boa casa de produtos naturistas ou numa
ervanária digna de confiança. Assim, poderá cheirá-los
primeiro a fim de comprar apenas aqueles que mais lhe
agradarem.
A armazenagem dos óleos é de grande importância (v. cap. 5).
Os óleos essenciais devem ser fornecidos em frascos de vidro
escuro bem rolhados e devem ser conservados ao abrigo da luz,
do calor e da humidade. São de evitar os óleos vendidos em
frascos com tampa conta-gotas de borracha. A minha
experiência indica que certos óleos essenciais, em particular
o de cedro, atacam a borracha transformando-a numa massa
pegajo-
23
sa. Apesar deste facto assustador, os óleos essenciais são
inofensivos para a pele desde que usados correctamente
conforme neste livro indico.
Uma palavra sobre os óleos extraídos de madeiras
A excitação provocada em todo o mundo pelas maravilhosas
propriedades medicinais da essência de Melaleuca alternifolia
(Tea-tree) levou o governo brasileiro a considerar muito a
sério a hipótese de pôr em prática um programa de plantação
em massa desta espécie, originária da Austrália, em vastas
zonas de terras incultas que noutros tempos estiveram
ocupadas por florestas tropicais.
Já quanto à produção da essência de pau-rosa (por vezes
designada por Bois de Rose) há motivos de preocupação.
Presentemente, os principais fornecimentos provêm de árvores
do Brasil. A essência é obtida por destilação do material
lenhoso que sobra das serrações brasileiras (a maior parte
das pranchas segue para os fabricantes de mobiliário dos
Estados Unidos). É trágico que essas árvores estejam a ser
abatidas em grande quantidade, pois este facto provoca uma
rápida diminuição das florestas. Enquanto o governo
brasileiro não der início a um programa de replantação desta
espécie (e, realmente, de todas elas) eu, por minha parte,
sinto-me obrigada a dispensar este óleo - incluindo os
fornecimentos de outras regiões da América do Sul e também de
África.
Mas nem tudo são notícias tristes a respeito das árvores: a
situação é muito melhor no tocante à essência de sândalo
(oriunda de Karnataka, ex-Mysore). O governo indiano decretou
que, por cada árvore abatida, sejam plantadas duas - e é isso
que está de facto a acontecer.
As propriedades dos óleos essenciais
Todas as essências são anti-sépticas; e algumas delaspossuem
também propriedades antivirais ou anti-inflamatórias. E
convic-
24
ção generalizada que as essências de alho e de Melaleuca são
os óleos essenciais antivirais mais poderosos. Por motivos
óbvios, a essência de alho não é correntemente utilizada em
massagens aromaterápicas (embora já se tenha sabido de alguns
casos!). Por outro lado, é tomada em cápsulas, como
medicamento. Ao contrário dos anti-sépticos químicos, os
óleos essenciais são inofensivos para os tecidos do nosso
organismo mas atacam fortemente os germes nocivos. O Dr. Jean
Valnet (um dos pioneiros franceses da aromaterapia) usou
óleos essenciais para tratar os horríveis ferimentos dos
militares da Segunda Guerra Mundial. As essências não só
encobriram com os seus odores os pútridos cheiros das feridas
gangrenadas como, retardando o
processo de putrefacção, as fizeram desaparecer. Estimulando
e reforçando os processos próprios do organismo, os óleos
essenciais favorecem a cura natural. As essências de camomila
e de tomilho, por exemplo, possuem a propriedade de estimular
a produção de glóbulos brancos do sangue, que são importantes
meios da nossa luta contra a doença. A alfazema,
especialmente, tem uma notável capacidade de estimular a
regeneração das células da pele - uma maravilha na cura de
queimaduras, escoriações, ferimentos, úlceras, etc.
Os óleos essenciais actuam também no sistema nervoso central:
uns são calmantes (camomila, alfazema) e outros estimulantes
(alecrim, manjerico). Alguns deles têm a propriedade de
normalizar situações anómalas. O alho, por exemplo, pode
fazer baixar uma pressão arterial alta e subir uma pressão
arterial baixa. Do mesmo modo, as essências de bergamota e de
gerânio podem ter efeitos sedativos ou estimulantes em
conformidade com as necessidades da pessoa - fenómeno este
totalmente ausente nas essências sintéticas, obtidas por via
químico-industrial.
A química dos óleos essenciais é bastante complicada: podem
ser constituídos por centenas de componentes - terpenos,
álcoois e aldeídos diversos, ésteres e, sem dúvida, muitas
outras substâncias que ainda se não pôde identificar. Isto
explica por que é que um único óleo essencial pode ser útil
numa tão ampla variedade
25
de situações. Como os óleos essenciais são produtos da
natureza, e não do laboratório, os seus efeitos colaterais
são virtualmente inexistentes.
Uma substância sintética é constituída por um único princípio
activo, muito poderoso mas não equilibrado por outros. Tais
produtos não possuem a acção sinérgica (isto é, harmoniosa)
de um óleo essencial, de um remédio homeopático ou de um
medicamento herbáceo. Por conseguinte, a sua acção é como
aquela de que fala o provérbio: partir nozes com um malho de
ferreiro. E é claro que semelhante brutalidade tem os seus
inevitáveis efeitos secundários.
Evidentemente, nem todas as substâncias existentes na
natureza são benéficas. Pensemos apenas nas folhas do
loureiro (das quais se pode extrair cianeto) e na dedaleira,
que pode matar se não for administrada com as necessárias
cautelas. E, contudo, nenhuma destas plantas - quando tomada
em doses homeopáticas - apresenta o mínimo problema de
toxicidade.
Facto interessante: o Dr. Jean Valnet e outros médicos da
área da aromaterapia clínica descobriram que as misturas de
certos óleos essenciais não só são mais poderosas que esses
mesmos óleos tomados isoladamente como põem em acção um
misterioso factor, a sinergia: o todo é maior que a soma das
suas partes. Isto é especialmente notado no tocante à acção
antibacteriana das essências. Por exemplo: uma mistura de
óleos de cravo da índia, tomilho, alfazema e hortelã-pimenta
é de longe muito mais potente que aquilo que o químico
poderia esperar (atendendo à acção conjugada dos respectivos
constituintes químicos). E, curiosamente, tal como acontece
com uma nota musical discordante, a mistura de mais de cinco
essências tem um efeito contraproducente: a acção
antibacteriana diminui.
A aromaterapia tem por objectivo, tal como outras
terapêuticas naturistas, o reforço do nosso sistema
imunitário. A medicina alopática (ortodoxa) provoca a
diminuição das defesas orgânicas, pois suprime estados sem
lhes eliminar as causas. Ao mesmo tempo, os produtos químicos
originam efeitos colaterais e o nosso organismo terá de lidar
depois não só com a
26
doença como também com eles. Isso dará possivelmente lugar a
uma doença iatrogénica - isto é, provocada pelos remédios -,
problema que deve estar muito mais espalhado que o que em
geral se pensa.
A nossa tendência é, porém, para uma posição equilibrada,
aceitando a impossibilidade de se poder dispensar por
completo o uso das substâncias sintéticas: tudo tem o seu
lugar numa concepção holística das coisas. Se, por exemplo,
uma pessoa estiver bastante mal por não reagir ao tratamento
naturista ou se se encontrar em situação de vida ou de morte
(acidentes de viação, deficiências funcionais orgânicas
congénitas, etc.), a intervenção dos remédios químicos pode
ser decisiva.
A aromaterapia na prática
O aspecto mais fascinante da aromaterapia é a influência dos
aromas na mente e nas emoções - e nisso reside o misterioso
poder desta arte. Na verdade, esta influência dos aromas na
psiché humana já levou alguns aromaterapeutas a pôr em
prática aquilo a que actualmente se dá o nome de «psico-
aromaterapia», em que o uso dos óleos se destina unicamente a
modificar a disposição das pessoas. Outros aromaterapeutas
adoptam uma posição intuitiva preferindo não escolher os
óleos mais adequados a cada pessoa e deixar que cada um opte
por aqueles que as suas preferências olfactivas lhe indicam.
O mais frequente é verificar-se depois que os óleos assim
escolhidos se mostram os mais adequados à situação concreta
do paciente; e, à medida que o seu estado fisico e emocional
se vai modificando, assim também as suas preferências
olfactivas se vão, por vezes, alterando.
O corpo e o espírito estão intimamente ligados: o que fere ou
favorece um, fere ou favorece também o outro.
O natural e o sintético
Se bem que os químicos tenham já tentado reproduzir em
laboratório os óleos essenciais, o resultado obtido nunca é o
27
mesmo. Um produto químico sintético é, em teoria, idêntico
àquele que se encontra na natureza; na prática, contudo, como
todos os químicos sabem, é impossível produzir uma substância
cem por cento pura. Qualquer produto obtido por via sintética
traz consigo uma pequena percentagem de substâncias
indesejáveis que se não encontram no óleo essencial da
natureza. Além disso, faltam-lhe os enzimas vitais e,
provavelmente, uma multidão de outras substâncias existentes
nas plantas e ainda não descobertas. Acima de tudo, porém, o
produto químico sintético carece da força vital da natureza.
Nenhum composto sintético pode reproduzir as vibrações, o
princípio estrutural da «matéria da vida».
Afastando-nos por momentos da aromaterapia, vejamos o caso da
insulina, um excelente exemplo de como o natural ganha
nitidamente ao sintético. Na ocasião em que escrevo, a
insulina sintética - que, para o químico, é idêntica àquela
que é segregada pelo pâncreas - não pode ser administrada aos
diabéticos porque, pura e simplesmente, não actua; e, no
entanto, a insulina do porco, injectada numa pessoa, actua!
-No mundo ocidental, o sistema educativo está centrado no
sobredesenvolvimento da actividade do hemisfério cerebral
esquerdo (lógica) em detrimento do hemisfério direito, mais
místico. Isto significa que tendemos a descrer da intuição,
da filosofia e dos conceitos abstractos (daquilo a que os
Chineses chamam yin, ou princípio feminino) e a favorecer a
tecnologia, a matemática e tudo quanto for mensurável (ou,
como dizem os Chineses, o yang, ou princípio masculino). E o
resultado é uma sociedade materialista que venera as
mercadorias de consumo e em que os académicos mandam mais que
os artistas e que os filósofos. A situação ideal seria um
casamento destes dois princípios aparentemente opostos, no
qual os praticantes alternativos e os praticantes ortodoxos
reinassem lado a lado em boa harmonia. Assim como o dia não
pode existir sem a noite nem o Sol sem a Lua, também a lógica
fica desumanizada quando não é equilibrada pela intuição e
pelo sentimento.
28
A nossa intuição diz-nos que o uso de óleos sintéticos -
mesmo que alguns deles contenham «princípios activos»
derivados das plantas - é antitético em relação à filosofia
da aromaterapia. Nas palavras do grande filósofo Rudolph
Steiner (1861-
- 1925), «a matéria é o mais espiritual do perfume da
planta». E é este flozinho espiritual que percorre e une, num
único nível, todas as filosofias de cura natural. Na
acupuntura chama-se chi, na
medicina ayurvédica (indiana) chama-se prana e na
psicoterapia reichiana tem o nome de orgone. Em muitas outras
escolas de pensamento, chama-se simplesmente «energia» ou
«espírito».
Ao materialista, toda esta conversa de «força vital»,
«espírito» e «energia» poderá parecer mistificatória,
obscurantista, completamente desligada da realidade; mas a
realidade é mais que tridimensional. Tal como uma fragrância
inebriante, a realidade espiritual tem de ser experimentada
para poder ser apreciada: é impossível traduzir isto em
palavras. A realidade espiritual é um saber intuitivo e não
um saber intelectual. Não pode ser medida com instrumentos
científicos - e aqui a temos de deixar!
29
2
HISTóRIA RESUMIDA DA AROMATERAPIA
As verdadeiras origens da aromaterapia evolaram-se nas brumas
do tempo. Desde o dealbar da história humana que as pessoas
se sentem fascinadas, intoxicadas ou mistificadas pelos
poderes das plantas aromáticas. Embora a palavra
«aromaterapia» tenha sido forjada na década de 1920 pelo
químico francês Renê Gattefôssé , precisamos de apontar o
nosso telescópio histórico para muito mais longe: para os
princípios da humanidade.
Os nossos primeiros antepassados viveram num mundo carregado
de perigos mas estavam muito mais avançados na arte da
sobrevivência que aquilo que muitos de nós, neste mundo
moderno, poderemos imaginar. Ao contrário da crença vulgar,
não era por mero acaso - ou, em termos mais rudes, por uma
espécie de «roleta russa» - que os nossos antepassados
distinguiam as plantas comestíveis e as plantas medicinais
daquelas que são venenosas. É quase certo que possuíam
capacidades sensoriais e intuitivas muitíssimo desenvolvidas
que hoje só se encontram nas poucas tribos «primitivas» ainda
existentes.
O leitor deve ter conhecimento, por exemplo, de certas
histórias sobre caçadores índios norte-americanos capazes de
seguir as suas presas ao longo de extensas pistas servindo-se
apenas dos seus sentidos e, em especial, do olfacto - capazes
mesmo de
31
reconhecer o cheiro de outros seres humanos farejando o solo
que eles pisaram. Do mesmo modo, os nossos antepassados devem
ter identificado as plantas úteis servindo-se do olfacto, da
vista e da intuição. Por outras palavras: por instinto.
E, para afastar de nós outro mito, digamos também que ainda
não perdemos por completo essa capacidade animal de utilizar
os
dados dos sentidos para sobreviver. A questão é simplesmente
de condicionamentos e de adaptabilidade. Actualmente, já não
é de uma importância vital para a existência o ter-se um
sentido do olfacto supereficiente. Contudo, quando as
circunstâncias a isso nos forçam, as coisas tomam um aspecto
diferente. No seu livro Body Power, o Dr. Vernon Coleman
menciona o caso de um preso norte-americano que criou
consideráveis aptidões de caçador. Era capaz de identificar
os guardas da prisão pelo cheiro, pelo ritmo respiratório e
pelos sons das suas articulações quando caminhavam. Podia
mesmo adivinhar a presença de um maço de cigarros dentro de
um bolso de casaco a vários metros de distância!
Tal como descobriram as plantas comestíveis e medicinais, os
nossos antepassados descobriram algo ainda mais interessante:
certas plantas aromáticas, quando queimadas numa fogueira,
provocavam alterações nos seus estados de consciência. Assim
se descobriu que certos aromas faziam com que as pessoas se
sentissem sonolentas e outros as faziam sentir-se despertas e
mesmo eufóricas. Os mais preciosos de todos eles originavam
experiências místicas ou psíquicas. Eram extremamente
apreciados e só eram queimados pelos sacerdotes e
sacerdotisas durante a prática dos ritos mágicos ou da
adoração dos deuses ou então com fins curativos. Como a
religião e as actividades curativas estavam intimamente
relacionadas, a defumação das pessoas doentes (destinada a
exorcizar os espíritos malignos) foi uma das primeiras formas
da medicina. O zimbro, por exemplo, era uma planta especial,
relacionada com a purificação - em especial no solstício de
Inverno, por ocasião da morte e renascimento simbólicos do
Sol. Mesmo depois do desaparecimento dos sacerdotes
druídicos, os povos ceitas continuaram a usar o zimbro em
fumigações rituais a fim de afastar as doenças.
32
Diga-se de passagem que a fumigação com substâncias
aromáticas no intuito de evitar a propagação das doenç as
infecciosas ainda hoje é usada em certas partes do mundo; e,
até uma
data relativamente recente, os hospitais franceses queimavam
nas
suas enfermarias zimbro, tomilho e alecrim como
desinfectantes.
Noutro plano, o incenso, que é a substância mais
frequentemente queimada nas igrejas, tem a propriedade de nos
fazer respirar mais profundamente. Ora, a respiração profunda
acalma a mente e descontrai o corpo, criando assim nos fiéis
um estado que induz à oração e à meditação.
Os antigos Egípcios são geralmente considerados os
verdadeiros fundadores da aromaterapia. As substâncias
aromáticas eram
por eles usadas nas práticas de magia e de cura (que incluíam
diversas formas de massagem), na preparação de cosméticos e
no
embalsamamento. Na verdade, as múmias tão excelentemente
conservadas de animais, de faraós e de rainhas que hoje se
encontram expostas em muitos museus dão testemunho da
habilidade dos antigos embalsamadores egípcios e das notáveis
propriedades conservantes das essências vegetais.
Como apontamento de certo interesse, direi que encontrei uma
vez um cientista forense que teve a sorte de estar presente
numa experiência em que se desembrulhou uma múmia. Tanto ele
como os seus colegas se admiraram com os aromas de cedro e
mirra ainda perceptíveis, ao cabo de cerca de três mil anos,
nas ligaduras mais profundas!
Os jardins botânicos do antigo Egipto eram dignos de ver-se.
Neles se reuniam muitas plantas raras e belas, oriundas de
terras tão distantes como a índia e até a China. Essas
plantas eram
transformadas em medicamentos, perfumes e unguentos pelos
sacerdotes e sacerdotisas egípcios, que se tornaram tão
famosos pelas suas aptidões que de todo o mundo antigo se
deslocavam ao Egipto sábios e médicos para com eles aprender
a medicina e os Mistérios.
Os arqueólogos crêem, na sua maioria, que os Egípcios não
utilizavam os óleos essenciais em si (isto é, extraídos por
destilação) mas sim que as plantas e as gomas davam origem a
óleos e
33
unguentos Por infusão. Ou seja: o material vegetal era
colocado numa base de óleo ou gordura e deixado ao sol
durante alguns dias. Passado esse tempo, a base ficava
impregnada com o seu aroma.
No entanto, segundo o Dr. Jean Valnet, os Egípcios usavam uma
forma primitiva de destilação a fim de extrair das plantas os
óleos essenciais. Despejavam água por cima do material
vegetal (normalmente, madeira de cedro), colocado no interior
de grandes potes de barro, e em seguida tapavam a abertura
dos potes com fibras de lã. Os potes eram aquecidos e os
óleos essenciais, transportados pelo vapor, ficavam embebidos
na lã , que depois era espremida para largar a essência. O
óleo de cedro era altamente apreciado pela sua utilidade no
embalsamamento, na medicina e na perfumaria. Era também o
perfume mais caro e mais procurado em todo o mundo antigo.
A propósito: foram já encontrados potes como esses em Tepe
Gawra, perto da antiga Nínive. Pensa-se que datam de há 5500
anos, e isso sugere que as realizações tecnológicas dos
Mesopotâmios têm sido grosseiramente subavaliadas, já que a
invenção da destilação tem sido atribuída aos Árabes do
século XI.
Outro método egípcio de extracção dos óleos essenciais das
flores era o da expressão. Um baixo relevo que hoje se
encontra no Museu do Louvre, em Paris, representa mulheres
que reúnem lírios num grande saco de pano e dois homens a
segurar paus presos aos lados do saco. Esses paus seriam
depois torcidos para apertar o saco a fim de, espremendo as
pétalas, fazer com que o óleo essencial se libertasse delas.
Durante as festividades mais importantes eram queimadas nas
praças das cidades pilhas de substâncias aromáticas como
incenso, mirra, zimbro e cipreste a fim de purificar a
atmosfera e de dar ao povo a oportunidade de apreciar o odor
dos fumos aromatizados. Uma substância muito apreciada,
queimada apenas nos templos e nas cerimónias do Estado, era o
Kyphi: uma mistura de luxo, fortíssima, de uns dezasseis
ingredientes entre os quais se contavam o açafrão, a cássia,
o nardo indiano, o cinamorno e o zimbro. O molho de ramadas
era atado e completado
34
com mel e passas de uva. Dioscórides diz que era um perfume
agradável aos deuses. O Kyphi era sempre queimado depois do
sol-posto, pois possuía efeitos soporíficos e embriagantes.
Na China antiga, a medicina de ervas era utilizada em
conjunção com a acupuntura e as massagens no tratamento de
uma miríade de enfermidades. Mas os Chineses estavam também
interessados na busca da imortalidade mediante a prática da
alquimia.
Antes de dar início às suas experiências, o alquimista
queimava incenso e banhava-se com perfumes especialmente
preparados. Acreditava que os perfumes das plantas continham
forças mágicas e espíritos vegetais que o auxiliariam a
compor o elixir da vida.
As casas ricas da antiga China tinham uma sala especial para
o nascimento das crianças, chamada quarto da artemísia, onde
esta planta era queimada a fim de atrair espíritos concordes
e criar um clima de tranquilidade à mãe e ao filho.
Uma das plantas mais apreciadas na antiga China era a mo-lu-
hwa, uma espécie de jasmim: um só botão tem perfume bastante
para aromatizar uma sala.
Os Gregos deviam grande parte da sua sabedoria médica e
anatómica aos Egípcios. Tal como no Egipto, as substâncias
aromáticas estavam na base de todo um modo de vida. Queimava-
se incenso adocicado nos templos, nas praças das cidades e
nas cerimónias oficiais. Muitas casas tinham um altar
denominado thyterion, no qual se queimava incenso para
apaziguar os deuses.
Parece que os Gregos não se satisfaziam perfumando apenas as
vestes e o corpo: a comida e o vinho tinham também de ser
perfumados. Os vinhos aromatizados com rosas, violetas e
mesmo mirra eram tidos em tanto apreço como o néctar das
celebrações religiosas. Mas havia ainda outro motivo para
esses hábitos: acreditava-se que o perfume - em especial o da
rosa -
tinha o poder de cortar os efeitos inebriantes do álcool, de
modo que se podia assim beber mais vinho! E sabe-se, na
verdade, que o óleo de rosa tem um efeito benéfico específico
sobre o fígado.
35
Hipócrates enalteceu as virtudes de um banho aromático e de
uma massagem com perfumes, ambos diários, para o
prolongamento da vida. Na verdade, a massagem com óleos
aromáticos era considerada de tal eficácia que Platão
repreendeu (ao que se diz) Herodicus, um dos mestres de
Hipócrates, por com ela prolongar a mísera existência dos
idosos!
Os Romanos gastavam enormes quantias na compra de substâncias
aromáticas e nos seus requintados balneários públicos -
ideia que recolheram dos Egípcios. As famílias ricas passavam
os dias no balneário a receber massagens com óleos
aromáticos, ministradas por uns infelizes escravos eumicos
cuja única função na vida consistia em amassar e zurzir o
corpo dos seus senhores.
Os Árabes foram exploradores famosos. Viajavam por mar e
por terra a fim de em paragens distantes obter substâncias
aromáticas e artefactos. Têm sido achadas moedas á rabes em
regiões tão longínquas como a Rússia, a Alemanha e a Suécia.
das viagens que faziam ao Extremo Oriente, trouxeram os
Árabes muitos aromas fortes: sândalo, cássia, cânfora, noz
moscada, mirra, cravinho... Estas substâncias eram por eles
usadas tanto em perfumaria como em medicina.
Os médicos árabes punham em acção as poderosas propriedades
germicidas dos óleos essenciais desinfectando os seus corpos
e roupas com uma agradável mistura de sândalo, cânfora e água
de rosas. Não só se protegiam das infecções como criavam uma
figura bem cheirosa que desse ânimo aos doentes. Esta prática
fora também preconizada, vários séculos antes, por
Hipócrates, o «pai da medicina».
No século xi, o famoso médico, filósofo, matemático e
astrónomo árabe Abu Ibn-Sina (conhecido no Ocidente por
Avicena) tinha já aperfeiçoado a arte da destilação para
captar as essências voláteis das plantas. O seu método era
tão avançado que, passados novecentos anos, o alambique
moderno não apresenta grandes inovações em relação ao seu.
Avicena usava também as massagens, a tracção (no caso de
membros fracturados) e uma
dieta desintoxicante, só de frutos, como parte do seu regime
curativo.
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No século xii, os perfumes da Arábia eram já famosos em toda
a Europa. Os cavaleiros das cruzadas trouxeram consigo para a
Europa não só os exóticos e caros perfumes arábicos como
também a ciência da sua destilação.
Os herbários medievais contêm referências à água de alfazema
e a muitas maneiras de usar os óleos essenciais, isto embora
alguns moralistas e chefes religiosos tivessem tais práticas
na conta de frivolidades e as considerassem, mesmo, imorais.
Nos lares britânicos, as mulheres eram exímias na preparação
de remédios herbáceos e bolas de cheiro para dar aroma aos
linhos e manter afastadas as moscas e as traças. Em certas
casas mais ricas havia mesmo alambiques para extracção das
essências mais utilizadas na medicina e na confecção de
perfumes. Refira-se de passagem um facto que está hoje bem
documentado: os perfumistas, cujos corpos andavam,
evidentemente, bem impregnados de líquidos aromáticos,
mostravam-se frequentemente imunes à peste.
A conquista normanda da Grã-Bretanha trouxe consigo, entre
muitas outras coisas, o hábito de espalhar no chão plantas
aromáticas cujos odores se evolavam quando eram pisadas. As
propriedades insecticidas e bactericidas dessas plantas
ajudavam a afastar as doenças matando as bactérias arrastadas
no ar e afugentando pulgas e piolhos. As pessoas não tomavam
banho mas encharcavam o corpo e as roupas com perfumes e
traziam consigo raminhos de ervas aromáticas (tussie mussies)
para evitar doenças infecciosas e ocultar o fedor das ruas
emporcalhadas.
No século xvii, o uso medicinal de ervas e óleos essenciais
entrou numa fase de declínio por causa do favor concedido às
primeiras substâncias fornecidas pela química, algumas das
quais, e em particular o mercúrio, se mostraram depois
horrívelmente perigosas. Barbara Griggs descreve no seu livro
Green Pharmacy alguns dos horríveis efeitos colaterais do
mercúrio administrado aos sifilíticos. Vendo as coisas em
retrospectiva, morrer da doença poderia parecer muitíssimo
preferível às agonias do envenenamento mercurial.
37
No século xix, como hoje, os químicos quiseram joeirar as
chamadas «impurezas» das plantas para isolar os seus
«princípios activos». Mas essas «impurezas» fazem
necessariamente parte do todo, pois actuam de harmonia com o
princípio activo e evitam, assim, os efeitos colaterais.
Os pioneiros do século xx
O fundador da aromaterapia tal como hoje a conhecemos foi
Renê Gattefôssé, químico francês que na década de 1920
trabalhava nos negócios de perfumaria de sua família. A
princípio, limitou as suas pesquisas aos usos cosméticos dos
óleos essenciais; mas depressa descobriu que muitos desses
óleos possuíam também fortes propriedades anti-sépticas.
Depois de uma violenta explosão no seu laboratório,
Gattefossé ficou com graves queimaduras numa das mãos mas,
tendo-a mergulhado num tanque de essência de alfazema, notou
a rapidez com que a queimadura sarou. Não se notavam sinais
de infecção e nem sequer uma cicatriz ficou a recordar o
acidente.
Este facto levou Gattefôssé a investigar o uso dos óleos
essenciais nos problemas de pele e a proceder a muitos
estudos sobre as suas aplicações em medicina. Publicou em
1928 um livro intitulado Aromathérapie cunhando deste modo a
palavra que desde então tem sido utilizada neste âmbito.
Como consequência do livro de Gattefôssé, gerou-se em França
e em Itália um grande interesse pela aromaterapia. O
Professor Paolo Rovesti, director do «Istituto dei Derivati
Vegetali» de Milão, mostrou que cheirar os óleos de certas
plantas pode dar alívio a estados de ansiedade e depressão.
Utilizou para isso óleos produzidos a partir dos frutos
criados na região milanesa - bergamota, laranja e limão.
Molhava pedacinhos de algodão em rama nos óleos essenciais e
passava-os sob os narizes dos pacientes. Isso ajudava,
segundo dizia, a evocar e libertar recordações e emoções
reprimidas que pudessem estar a exercer efeitos nocivos na
saú de dessas pessoas.
38
O maior contributo para que a classe médica se dispusesse a
apreciar e aceitar o tratamento aromaterápico foi o do Dr.
Jean Valnet, médico e antigo cirurgião militar francês.
Valnet usou óleos essenciais para tratar ferimentos e
queimaduras de soldados da Segunda Guerra Mundial. Mais
tarde, descreveu no seu livro Aromathérapie a forma como
tratara doentes psiquiátricos crónicos com óleos essenciais.
Esses doentes apresentavam sintomas físicos atribuíveis aos
efeitos colaterais dos remédios químicos que lhes eram dados
contra depressões e alucinações. Depois de suprimido por
fases o uso desses medicamentos, Valnet administrou-lhes
óleos essenciais por via oral e os sintomas, quer físicos
quer mentais, diminuíram de intensidade - em certos casos,
poucos dias depois da supressão do anterior tratamento. A
versão inglesa deste livro, The Practice of Aromatherapy,
tornou-se uma obra clássica para os aromaterapeutas. Valnet é
também presidente da «Société Française de Phytothérapie et
d'Aromathérapie».
A bioquímica de origem austríaca Marguerite Maury poderia ser
venerada como mãe da aromaterapia holística. Embora inspirada
em Gattefôssé, não aceitava bem a ideia de administrar as
essências por via oral e criou uma técnica especial de
massagem para aplicação de óleos essenciais no rosto e ao
longo da linha de centros nervosos da coluna vertebral do
paciente. Introduziu também o conceito de prescrição
individual, em que os óleos são escolhidos em função das
necessidades pessoais de cada paciente. Os seus clientes (na
sua maioria, mulheres saudáveis em busca de rejuvenescimento)
revelaram melhorias espectaculares no estado da pele. Para
seu espanto, mostravam também alguns efeitos colaterais:
muitos deles sentiram alívio de dores reumáticas, passaram a
dormir melhor e o seu estado psíquico geral melhorou
bastante. Estes efeitos duravam semanas - ou, em certos
casos, meses - depois de terminado o tratamento.
Marguerite Maury, que se dedicou inteiramente a este
trabalho, recebeu dois prêmios internacionais (em 1962 e
1967) pelas suas investigações sobre os óleos essenciais e a
cosmetologia.
39
Daniè1e Ryman - ex-discípula de Marguerite Maury que durante
mais de vinte anos deu continuidade ao seu trabalho - escreve
no seu livro (The Secret of Life and Youth, na versão
inglesa): «Marguen»te Maury tinha algumas das excentricidades
dos gênios... era um verdadeiro furacão de energia e
entusiasmo e trabalhou incessantemente até morrer,
literalmente de excesso de trabalho, com um ataque cardíaco
que lhe sobreveio na noite de
25 de Setembro de 1968.»
Marguerite Maury tinha 73 anos de idade quando faleceu. Seu
marido e colega, o Dr. E.A. Maury, escreve: «Continua a
mostrar o caminho aos que têm tido vontade de reconhecer o
seu valor e durante muito tempo continuará a mostrá-lo aos
que desejarem uma nova orientação para o seu bem estar moral
e fisico.»
Robert Tisserand, aromaterapeuta clínico, autor de livros e
investigador britânico, publicou um dos primeiros livros
escritos em inglês sobre esta terapêutica até hoje tão mal
conhecida (excepto em França). Na sua primeira obra,
intitulada The Art of Aromatherapy, discute a história e as
propriedades e aplicações terapêuticas de muitas essências. É
justo dizer-se que este livro despertou em todo o mundo,
talvez mais que qualquer outro, um enorme interesse pela arte
curativa da aromaterapia.
40
3
EM QUE PODE A AROMATERAPIA SER-NOS úTIL?
A aromaterapia pode fazer por nós muito ou muito pouco,
conforme a medida do esforço que nos dispusermos a aplicar
para salvaguarda da nossa saúde e aumento da nossa
vitalidade. Por exemplo: estará o leitor preparado para
deixar de fumar ou para reduzir a quantidade de cafeína,
álcool, açúcar e comidas sem valor nutritivo que costuma
consumir? Quantas vezes vai dar um passeio ao campo ou mesmo
ao parque da sua cidade? Poderá reservar um bocadinho do seu
dia, não mais de meia hora, para se descontrair ou para
entrar em comunhão com a natureza?
A aromaterapia pode ajudar a tratar de inúmeros males; mas,
para obter os melhores resultados, é preciso que ela faça
parte de um regime holístico de saúde. Quero dizer com isto
que devemos olhar para além dos sintomas e procurar ver as
causas, devendo esforçar-nos por prevenir as doenças. É
importante ter-se presente que a doença não cai do céu aos
trambolhões - embora, por vezes, assim pareça. Há muitas
causas possíveis para uma má saúde: é verdade que a
hereditariedade desempenha em tudo isto
o seu papel (o que é muito injusto), mas a causa dos nossos
males reside, sobretudo, no nosso estado mental, no nosso
estilo de vida e nos nossos hábitos alimentares.
41
A aromaterapia holística exige, tal como outras terapêuticas
holísticas, uma grande dose de empenhamento pessoal por parte
do paciente. Talvez não seja tão fácil como entregar o corpo
ao médico e limitar-se a tomar os remédios que ele receita; e
tão-pouco se pode esperar ficar curado da noite para o dia.
Mas os resultados obtidos a longo prazo valem bem o esforço
aplicado.
As sugestões de auto-ajuda delineadas neste livro serão úteis
para reforçar o nível de energia do leitor e para lhe
restabelecer uma sensação de harmonia na vida - por muito
frenética que esta seja. Em todas as formas de terapêutica
natural, que se orientam para a estimulação e não para a
supressão das defesas naturais do organismo, o axioma
fundamental é este: criando-se condições favoráveis no todo
da pessoa - corpo, mente e espírito -, o corpo curar-se-á a
si próprio. Esta formulação é também conhecida pelo nome de
«princípio holístico». Se este conceito for novo para o
leitor, veja então o capítulo 7, no qual poderá encontrar
muitas sugestões para criar harmonia em todos os níveis
interiores do seu ser.
O tratamento aromaterápico profissional
Se o leitor decidir consultar um aromaterapeuta profissional,
não espere que cada um deles lhe aplique exactamente o mesmo
tratamento. Cada aromaterapeuta entende a arte à sua maneira.
Grande parte das suas opções dependerá de onde recebeu
formação e das suas habilitações noutros ramos terapêuticos e
técnicos como a reflexologia (massagem nos pontos de pressão
dos pés), os Toques de Saúde (ensaios musculares, uma técnica
de diagnóstico), a ervanária médica, a cura espiritual e
mesmo as ciências da nutrição.
Um bom aromaterapeuta, quer basicamente intuitivo (afim do
curandeiro espiritual) quer clínico (partidário da
administração oral de óleos essenciais) quer polivalente,
segue sempre a via holística. Prepara um programa individual
de cura adequado ao
42
temperamento do paciente e às suas necessidades específicas.
E o mais importante é a existência de empatia entre o
paciente e o
aromaterapeuta. Porque, sem empatia, pouco se pode conseguir
avançar no caminho da verdadeira cura (a cura de corpo, mente
e espírito). Sobre a empatia, veja o final do capítulo 4.
Nos estudos de casos concretos que em seguida vou apresentar,
poderá o leitor dar um relance à aromaterapia em acção em
níveis diversos: o da atitude mais simples, como que
sintomática (que uma vez por outra tem também um papel a
desempenhar); o holístico-intuitivo (valioso para quem sofre
de problemas relacionados com a fadiga e a tensão nervosa);
e, por fim, o clínico-holístico - o máximo que se pode
alcançar na cura holística.
Estudo de alguns casos concretos
Sarna
A sarna é uma doença de pele provocada pela infecção de um
parasita, o «ácaro da sarna» (Sarcoptes scabei), que pode
ser-nos
transmitido por animais do campo (em especial pelos ovinos).
Elizabeth: Elizabeth, uma mulher nova que vive com a irmã
numa remota e primitiva casa de campo das montanhas galesas,
veio ter comigo por causa de uma infecção de sarna. O ácaro
tinha-se-lhe instalado na parte inferior das costas e no
abdómen. Como se coçava furiosamente, tinha a pele muito
inflamada e coberta de pequeninas bolhas cheias de líquido -
provocadas pela actividade de perfuração do parasita.
Elizabeth vinha preparada para depositar confiança nos óleos
essenciais e não se dispunha a recorrer a algum preparado
mais forte que o médico lhe receitasse. Na verdade, ele já
lhe tinha receitado um unguento que não dera resultado.
Comecei por aconselhá-la a tomar seis cápsulas de alho por
dia durante todo o tratamento, que esperávamos não ser muito
demorado. Apesar de todos os anúncios que dizem o contrário,
o
43
alho é sempre notado no hálito das pessoas - mesmo quando
tomado em cápsulas. Como grande parte do odor sulfuroso do
alho é eliminado também pela pele, pensei que ele poderia ser
bom para expulsar os assaltantes! Além disso, os tratamentos
ortodoxos da sarna utilizam unguentos preparados com base de
enxofre. Em seguida, dei-lhe um Pouco de essência de alfazema
para pôr no banho (ela tomava banho numa tina em frente do
fogão da cozinha). Depois, compus um unguento de cera de
abelha com essências de alfazema e de hortelã-pimenta e
recomendei-lhe que o aplicasse muito generosamente duas ou
três vezes por dia. O médico já a tinha aconselhado a ferver
as roupas da cama e a não partilhar roupas com a irmã (a
sarna é muito infecciosa).
Passada uma semana, Elizabeth comunicou-me, muito contente,
que o prurido cessara. A inflamação abrandou pouco a pouco e,
três semanas depois, a pele estava sã embora ainda muito
escamosa. Dei-lhe um boião de creme feito em casa com óleo de
amêndoas, manteiga de coco e água de rosas para lhe amaciar a
pele.
Pé-de-atleta
O pé-de-atleta (Tinea pedis) é uma infecção por fungos que
ataca a pele dos espaços interdigitais dos pés. É também
capaz de surgir noutras partes do corpo sob a forma de
inflamação pruriginosa. O excesso de transpiração causado
pelo uso de calçado insuficientemente ventilado favorece esta
infecção, que pode também ser contraída nos vestiários das
piscinas e ginásios. Os casos mais graves, em que são também
atacadas as unhas e outras zonas dos pés (são sintomáticas as
fissuras nos calcanhares), são usualmente sinal de um mau
estado geral de saúde e necessitam de tratamento holístico.
Pode ser necessário adoptar um regime alimentar especial e
tomar uma dose diária de complexo vitamínico B.
44
Howard. Howard é um grande caminhante que gasta a maior parte
do seu tempo livre a trepar encostas, a percorrer terrenos
lodosos e a atravessar ribeiros. Anda habitualmente com os
pés embrulhados em dois pares de grossas meias e enfiados
numas pesadas sapatorras - isto mesmo em tempo quente! Não
admira que transpire profusamente dos pés e seja atreito ao
pé-de-atleta.
Quando Howard me mostrou os pés pela primeira vez, trazia-os
num estado lastimoso. Além de fendas dolorosas em
praticamente todos os intervalos dos dedos e de espessas
calosidades, tinha os calcanhares cobertos de bolhas (acabara
de chegar de uma caminhada especialmente dura). Howard
experimentara já todos os remédios anunciados para os pés e
verificara que todos eles eram ineficazes: a infecção voltava
sempre, como que a vingar-se, poucos dias depois de ele
deixar de aplicar o unguento ou os pós.
A minha primeira recomendação foi que apanhasse sol e ar
fresco nos pés e mantivesse uma higiene escrupulosa,
conservando sempre os pés o mais secos possível. Howard
compreendeu a importância de não andar descalço em locais
como piscinas ou tapetes de casas alheias e decidiu, assim,
caminhar descalço na relva ou na praia para expor os pés aos
elementos.
Dei-lhe essência de alfazema para que a aplicasse três vezes
ao dia, sem diluição (uma ou duas gotas), nas fendas dos
dedos. Para sua grande surpresa, o óleo não ardia. O óleo de
alfazema tem em comum com muitos outros óleos essenciais a
particularidade de agir com suavidade nos locais dolorosos,
esfolados ou infectados da pele. Dias depois, Howard tinha a
pele curada. Passou a lavar cuidadosamente as meias em água
muito quente com sabão (não pode lavá-las em água a escaldar
porque prefere meias de lã, embora o algodão fosse melhor) e
a arejar bem o calçado. Como medida preventiva, passou também
a por nas pontas das meias uma ou duas gotas de essência de
alfazema.
Um ano depois disto, no Verão de 1990, que foi invulgarmente
quente, Howard teve uma leve recaída, mas a alfazema curou-
lha em um ou dois dias. O único efeito secundário de que me
falou foi o facto de ter o calçado mais bem cheiroso que se
pode imaginar!
45
Tensão pré-menstrual
Esta situação deve chamar-se mais propriamente «Síndroma Pré-
Menstrual» (SPM), visto que a tensão é apenas uma das
diversas perturbações emocionais e fisicas que as mulheres
sentem alguns dias (ou duas semanas) antes do aparecimento da
menstruação. Antes de apresentar o caso de Anna, vou expor as
minhas ideias acerca do SPM.
Os antropólogos têm comentado um facto conhecido: as mulheres
das comunidades primitivas só raramente têm problemas com a
menstruação. Não porque reajam de uma forma mais positiva à
menstruação e à sua vida sexual (como certos psicólogos
adiantaram já) mas provavelmente, acho eu, porque no caso
delas a menstruação é um acontecimento mais raro. Nos seus
anos de fertilidade, ou estão grávidas ou a amamentar filhos.
A amamentação pode retardar por três anos o reaparecimento da
menstruação. Será que um certo grau de SPM (não falo de
tendências suicidas ou assassinas) é a resposta perfeitamente
lógica de um sistema reprodutor saudável à situação nada
natural de não estar grávida? Não estou, evidentemente, a
dizer que as mulheres devam reduzir-se às funções biológicas
(longe de mim tal ideia) mas sim que o SPM não é bem o estado
patológico que alguns especialistas de saúde parecem querer
sugerir.
É indubitável que o SPM é exacerbado pela fadiga e pelos maus
regimes alimentares (e é por isso que em grande parte pode
ser remediado), mas a causa principal está na retenção de
líquidos - provocada pelas modificações químicas naturais do
organismo da mulher.
Anna: Anna telefonou-me um dia, de manhã cedo, num estado de
grande desespero, pedindo-me encarecidamente que fosse vê-la
nesse mesmo dia. Apareci-lhe algumas horas depois e, nessa
altura, já ela estava um pouco mais calma; mas ainda ia
fumando cigarros atrás de cigarros.
Anna tinha nessa época 38 anos e vivia sozinha com uma filha
de onze anos. Aguentava-se mais ou menos no seu emprego de
46
jornalista num jornal regional mas era-lhe cada vez mais
dificil trabalhar com um mínimo de qualidade nos períodos em
que padecia do SPM, que por vezes a debilitava muito. Os
sintomas de que Anna se queixava variavam de mês para mês,
mais ou menos graves em conformidade com as circunstâncias de
momento da sua vida.
Naquela ocasião, Anna queixava-se de ansiedade, insônias,
manchas na pele, inchaço (tinha uma barriga enorme) e um
forte desejo de doces - principalmente de chocolates.
Estivemos sentadas a conversar durante perto de uma hora e
ela contou-me, lavada em lágrimas, que o amante, um rapaz de
23 anos, a trocara por uma rapariga de 18. Dessa vez, tinha
um bom motivo para estar deprimida.
Do leque de possibilidades que lhe apresentei, Anna escolheu
essências de ylang-flang (a sua essência favorita), bergamota
e gerânio. Embora o ylang-ylang seja geralmente considerado
em aromaterapia um óleo afrodisíaco, pouco recomendável para
aquelas circunstâncias, Anna não se mostrava interessada por
outras essências. Desagradava-lhe muito especialmente a
manjerona, usada para situações de amargura e tida por anti-
afrodisíaca. Mas eu deixo sempre que as pessoas se guiem,
nestes assuntos, pelo seu instinto. De resto, o gerânio era
uma boa escolha, dadas as suas propriedades diuréticas, e a
bergamota igualmente, pelo seu aroma estimulante e indutor de
alegria. Ambas estas essências se misturam bem com o ylang-
ylang e têm um efeito equilibrador do sistema nervoso
central.
O tratamento foi constituído por uma massagem geral,
prestando especial atenção às costas (as zonas que ladeiam a
coluna vertebral são a porta de entrada para todo o sistema
nervoso da pessoa). E procurei também equilibrar as energias
interiores da aura (v. cap. 4).
No fim do tratamento, Anna estava quase a dormir e eu deixei-
a só para que gozasse tranquilamente a paz reencontrada.
Telefonou-me depois a dizer que se sentia muito mais leve,
como se lhe tivessem tirado um peso de cima dos ombros.
47
Durante cerca de um ano a partir de então, Anna submeteu-se a
uma massagem aromaterápica sempre que sentiu necessidade: uma
ou duas vezes por mês. Trabalhámos juntas no melhoramento do
seu regime alimentar. Sempre que se lembrava, pedia-me também
um suplemento de óleo de enotera especialmente composto para
o SPM. Ganhara o hábito de tomar cinco ou seis púcaros de
café por dia (grande brutalidade para o sistema nervoso).
Acabou por ser capaz de pôr o café de lado alguns dias antes
do período, mas continuou a beber uma ou duas chicaras
pequenas durante o resto do tempo. Quanto ao tabaco,
procurámos uma solução de compromisso. Ela sentia que não era
capaz de dispensá-lo por completo, mas estabilizou o consumo
em três ou quatro cigarritos por dia em vez de dez ou quinze.
Anna usa no banho óleos essenciais - quer para cuidar da pele
e para se perfumar quer para ganhar ânimo. Tem uma verdadeira
paixão pela mistura de ylang-ylang com patchulli.
Embora ainda tenha ligeiros inchaços e se sinta um pouco
chorosa antes do período, os seus níveis de energia geral são
agora muito melhores. Dorme muito melhor e consegue pensar
mais facilmente.
Há vários meses atrás, Anna mudou-se com a filha para o
sueste de Inglaterra. Da última vez que me deu notícias,
estava a preparar-se para casar com o seu novo companheiro e
sócio, com quem abriu um pequeno café onde vendem também
alimentos naturais!
Desgostos
O caso que apresento a seguir é invulgar, pois Charlotte
(este nome não é o verdadeiro) não me havia revelado o
autêntico motivo da sua tão grande necessidade de
aromaterapia. Pelo contrário: foi por via intuitiva que
descobri grande parte da verdade - que mais tarde vim a
confirmar, por um puro acaso, graças a uma amiga de
Charlotte.
48
Este caso serve também para exemplificar a muito real
necessidade daquilo a que nos círculos de curadores
naturistas se dá o nome de «protecção psíquica». Os
sentimentos desconfortáveis que nós absorvemos das pessoas
que procuram a nossa ajuda (e nisto se inclui o simples facto
de ouvir com simpatia o que vêm dizer-nos) podem perdurar em
nós durante horas e até dias, a menos que saibamos dissipá-
los. Isso pode ser conseguido por meio de técnicas como a
«regulação da aura» e a «sintonização com a natureza» ou,
pura e simplesmente, tomando um banho de chuveiro e uma dose
do Remédio de Socorro do Dr. Bach (v. cap. 7).
Charlotte: Charlotte é uma mulher de boa saúde, com pouco
mais de quarenta anos, que encara a aromaterapia como um mero
tratamento de beleza de luxo. Inscreveu-se para o «serviço»,
como disse - uma massagem ao rosto e a todo o corpo pois
precisava de «regalar-se» um pouco.
Isto é tudo quanto contarei acerca de Charlotte, a fim de
proteger-lhe o anonimato. Bastará dizer que resolvi brincar
com a ideia dela sobre a aromaterapia - uma pura e simples
maneira de uma pessoa se descontrair. Bem, na realidade não é
preciso estar-se doente para gozar os bons efeitos da
massagem aromaterápica.
A primeira impressão que Charlotte me causou foi a de ser uma
pessoa simpática, mas também senti que a fachada era pura
representação e que por detrás dela se ocultava uma
personalidade muito fechada consigo pró pria. Escolheu para a
massagem uma combinação de incenso, rosa e cedro e começou a
descontrair-se logo de imediato. A atmosfera da sala era
realçada com
uma música de flautas muito suave, e essa música, conjugada
com
os aromas dos óleos, começou também a criar em mim (quanto a
Charlotte, não estou segura!) um estado meditativo. Embora eu
não tencionasse trabalhar-lhe a aura, as minhas mãos
começaram a percorrer o campo de energia que lhe rodeava o
corpo. Quando me aproximei do « centro do coração», senti um
peso no peito. Charlotte tossiu e eu senti que estava a
retrair-se, a recusar libertar uma dor qualquer que lhe
pesava fortemente no coração.
49
No final do tratamento, Charlotte não dava sinais de
angústia. Na realidade, disse mesmo que se sentia
maravilhosamente e inscreveu-se para nova massagem na semana
seguinte.
Não consegui dormir nessa noite e, na outra, o meu sono foi
invadido por uma série de sonhos perturbantes. Eu tinha
cometido a loucura de não aplicar nenhuma das técnicas de
protecção psíquica que no curso de estudos esotéricos, como
aprendiza de curadora, me haviam ensinado. Estava convencida
de que a massagem fora apenas superficial.
Enfim, para encurtar razões, ao longo de várias outras
sessões de aromaterapia com Charlotte fui sentindo algo que
acabei por identificar com o desgosto. Claro, porém, que
depois daquele primeiro choque tinha já tomado precauções
para afastar de mim com a maior facilidade quaisquer
reminiscências de mal estar.
Charlotte continuou a submeter-se aos tratamentos de
aromaterapia durante vários meses (uma vez de três em três ou
de quatro em quatro semanas). Usava óleos essenciais no banho
e para perfumar a casa. As essências que escolhia eram quase
todas de madeiras ou resinas - sândalo, cedro, incenso e
mirra -, alegradas com rosa ou ylang-ylang e, de vez em
quando, com salva mansa.
Depois do quarto ou quinto mês de tratamentos, comecei a
sentir que a dor ia diminuindo; mas nem uma única vez ela
entrou em confidências. Foi também mais ou menos por essa
altura que encontrei numa festa uma amiga de Charlotte que
comentou o facto de ela andar agora muito melhor «apesar das
circunstâncias...».
E acrescentou: «Evidentemente que ela vai ter de carregar com
a tragédia do suicídio da filha durante o resto da vida.»
Hiperactividade
Uma criança caprichosa, sempre pronta para as suas
travessuras e correrias, não é necessariamente uma criança
hiperactiva.
50
A verdadeira criança hiperactiva dorme muito pouco (talvez
mesmo só quatro ou cinco horas por noite), mostra um grau de
atenção muito mais restrito que o das demais crianças e
comporta-se de uma maneira que é mais caótica que
simplesmente enérgica. Os seus professores e os seus pais
ficam, evidentemente, muito aflitos.
Muitas dessas crianças são medicadas com produtos químicos a
fim de se lhes poder domar os ímpetos. É, em muitos casos,
uma opção excessivamente rude porque se pode reduzir a
hiperactividade por meios mais seguros e, em minha opinião,
mais humanos.
O primeiro passo a dar consiste em modificar o regime
alimentar da criança. Um dos pioneiros neste campo foi o Dr.
Ben Feingold, que nos anos 60 chefiava o Departamento de
Doenças Alérgicas do «Kaiser-Permanent Medical Center» de San
Francisco, na Califórnia. O Dr. Feingold descobriu que as
crianças hiperactivas melhoravam sensivelmente quando
passavam a um
regime alimentar em que fossem completamente postos de lado
todos os alimentos que contivessem aditivos aromatizantes ou
corantes artificiais. Observou-se que as crianças
hiperactivas (como também certos adultos) apresentavam
problemas de comportamento simultâneos com as alergias
cutâneas.
O estudo do caso de Owen, que a seguir apresento, pode ser
exemplificativo de um êxito apenas parcial. Como
frequentemente acontece na medicina holística, só muito
poucas pessoas se
encontram preparadas para respeitar de uma forma duradoura a
necessária disciplina alimentar. Este facto deve-se, em
grande parte, às pressões sociais. É extremamente dificil
conseguir que uma criança se abstenha de absorver alimentos
inúteis quando as
demais crianças do seu meio comem tudo e mais alguma coisa
sem que nada pareça fazer-lhes mal. A tensão nervosa causada
pelo sentimento de se ser um «proscrito da sociedade» pode
anular algumas das vantagens de um regime alimentar
totalmente puro, baseado apenas em alimentos naturais; e
assim, como no caso dos pais de Owen, é por vezes necessário
adoptar uma
solução de compromisso.
51
Owen: Quando conheci Owen, ele tinha sete anos de idade e
era um rapaz-furacão que punha a casa em alvoroço e berrava
como um possesso. Muitas crianças dessa idade são também
turbulentas, mas Owen era um pequeno desordeiro. Seus pais,
Bronwen e David, estavam desesperados. Haviam recebido mais
uma carta da escola a fazer-lhes queixa da falta de atenção
de Owen nas aulas e da violência que ele exercia sobre as
outras crianças.
Embora inteligente (por vezes, causava a admiração dos
professores), Owen era considerado uma «criança
problemática», necessitada de cuidados especiais. Tinha o
sono muito leve (acordava ao mínimo ruído) e nunca dormia
mais de seis horas (nas noites menos más). Ora, a maior parte
das crianças de sete anos dorme cerca de dez horas a fio.
Bronwen contou-me que o filho fora uma criança dificil logo a
partir do nascimento: passava os dias e as noites a chorar e
exigia atenções permanentes. Escusado será dizer que Bronwen
e David estavam extenuados. Na realidade, eu soube do caso de
Owen porque tratava a «fadiga» dos pais. Se bem que as
massagens aromaterápicas lhes estivessem a abafar parte da
tensão, tornou-se-nos evidente a todos que Owen necessitava
também de tratamento.
Combinámos que eu iria conhecer o pequeno no seu próprio meio
doméstico para bem avaliar o seu comportamento. Owen mostrou
grande empenho em mostrar-me o seu novo jogo de carros de
corrida eléctricos e levou-me ao seu quarto pela mão. O
cenário fez-me vacilar: em todas as paredes se viam gritantes
formas geométricas vermelhas, amarelas e verdes. Era,
obviamente, um péssimo conjunto de cores para o quarto de
cama de uma criança hiperactiva! Não tive coragem para falar
nisto aos pais de Owen - foi uma falha da minha parte.
O regime alimentar de Owen era uma coisa assustadora. Embora
capaz de comer saladas, frutos frescos e pão integral (coisa
que nem sempre acontece no caso das crianças hiperactivas),
davam-lhe liberdade para encher-se de doces e barras de
chocolate que regava com bebidas de cola, laranjadas e chá.
52
Bronwen tinha mesmo descoberto que o filho ficava «numa
fúria» sempre que comia uma lata de certa sopa fabricada com
glutamato de sódio ou uns filetes de peixe corados com
tartrazina (agente corante que actualmente está a ser posto
de lado).
Dei aos pais de Owen o endereço do «Hiperactive Children's
Support Group» (HACSG) e recomendei-lhes que escrevessem para
lá a pedir o folheto sobre regimes alimentares (baseado na
dieta de Feingold).
Preparei um óleo de massagem com alfazema e salva mansa e
pedi a Owen que me dissesse se gostava do cheiro. O pequeno
respondeu imediatamente que sim. Nós não estávamos certos de
Owen ser capaz de se deixar estar deitado durante o tempo
suficiente para eu lhe massajar as costas; mas ele causou a
nossa
admiração aguentando cerca de dez minutos. Na realidade,
depois de esbracejar e soltar risadinhas durante os primeiros
momentos, começou a dar mostras de agrado. Ele sabia que os
pais andavam a receber massagens aromaterápicas e creio que o
facto de também as receber lhe dava a sensação de ser uma
pessoa crescida e importante.
Bronwen contou-me, no dia seguinte, que Owen dormira
profundamente durante perto de seis horas e que pela primeira
vez na vida não acordara diversas vezes para ir à casa de
banho.
Owen recebeu massagens aromaterápicas semanais durante uns
três meses. À noite, tomava também um banho com alfazema,
salva mansa ou camomila - e, por vezes, uma mistura destas
três essências. Recomendei-lhe os Remédios Florais de Bach
(remédios «vibratórios» completamente inócuos) a fim de
ajudá-lo a transformar o seu comportamento, frequentemente
iracundo e violento, numa actividade enérgica mas de sinal
positivo.
Os pais tentaram, meio desanimados, pôr em prática o regime
alimentar do HACSG e, tal como esta associação recomendava,
fizeram-lhe aplicações cutâneas de óleo de enotera.
O certo é que as massagens e a técnica de equilíbrio de
energias (da aura) operaram maravilhas - o pequeno passou a
dormir muito melhor. Mas o efeito durava apenas uns dois dias
de cada vez, pois o regime alimentar de Owen continuava a
53
conter muito açúcar refinado e muitos aditivos químicos.
Ensinei Bronwen e David a praticar a sequência de movimentos
da massagem das costas a fim de que a pudessem utilizar como
forma de «primeiros socorros». O ritual do banho aromatizado
e da massagem passou a ser praticado todas as noites antes de
Owen se deitar.
Na realidade, o comportamento de Owen melhorou o bastante
para que na escola se desse por isso. Eu, porém, não fiquei
inteiramente feliz com esta nova situação porque a
aromaterapia estava a ser utilizada como mero paliativo.
Assim, sugeri a Bronwen e David que recorressem à homeopatia
pois pensava que esta iria atingir um nível mais profundo. O
homeopata aceitou com muito gosto a continuação dos banhos e
massagens aromaterápicos mas não deu igual importância ao
regime alimentar de Owen - há homeopatas que não concordam
com a reforma dietética.
Claro que esta solução agradou tanto a Owen como a seus pais.
Só o tempo poderá dizer-nos se o tratamento homeopático foi
bem sucedido.
SIDA
Karin Cutter é uma médica naturopata que exerce a sua
profissão na Nova Gales do Sul, na Austrália. Estou-lhe muito
grata por ter-me deixado utilizar este notável caso de John4.
Eis um trecho da sua carta:
«John sempre fez tudo quanto pôde para tentar convencer
outros doentes como ele de que talvez as terapêuticas
alternativas lhes possam dar alívio mas, infelizmente, poucos
se mostram interessados ou se dispõem a respeitar a
disciplina alimentar durante algum tempo. Nem John nem eu
vemos qualquer incon-
4 A história de John é um resumo do relato que foi publicado
no «International Journal of Aromatherapy».
54
veniente em que sejafeito uso da sua história, especialmente
se a sua divulgação for benéfica para outras pessoas.»
John: John teve de abandonar em 1985 a sua carreira de
engenheiro consultor por estar gravemente doente. Foi
transferido para um hospital de Sidney e aí lhe disseram que
tinha SIDA. Os médicos davam-lhe dois anos de vida.
John, porém, não estava disposto a morrer. Descobriu um
terapeuta holístico que lhe ensinou algumas coisas sobre
reforma dietética, meditação e visualização. Apesar do
cepticismo dos especialistas do hospital, John começou a dar
sinais de melhoria. O seu nível de energia subiu e as
tumefacções que apresentava no pescoço e nas virilhas, do
tamanho de uma noz, começaram a diminuir. Em Dezembro de
1985, todavia, John teve uma recaída e criou uma alergia ao
poderoso antibiótico de amplo espectro que haviam estado a
ministrar-lhe contra a bronquite que o atacara. Perdeu muito
peso e começaram a espalhar-se-lhe por toda a pele as lesões
purpúreas escuras características da SIDA. Passava também por
fases de depressão e
confusão mental. Os médicos eram de parecer que não tinha
hipóteses de salvação.
Embora mal podendo aguentar-se de pé, John aventurou-se a uma
última e desesperada tentativa de sobrevivência e entrou em
contacto com a clínica naturopática onde Karin Cutter
trabalhava (o seu primeiro naturopata tinha-se mudado para
Melbourne). John foi o primeiro doente de SIDA a ser tratado
por essa clínica.
O tratamento centrou-se na estimulação do sistema imunitário
de John - que estava a ser flagelado por diversos fungos e
parasitas intestinais -, começando-se por um regime alimentar
sem fermentos nem açúcar e um tratamento aromaterápico
baseado nos óleos de alho, Melaleuca e tomilho. Na prática, o
óleo de Melaleuca, de múltiplas aplicações, mostrou ser o
elemento mais útil, tendo sido empregado de diversos modos -
banhos, inalações de vapor e supositórios. Quando o uso
externo da Melaleuca deixou de dar resultado (ao cabo de
muitos
55
meses), o óleo passou a ser administrado por via oral -
provocando a eliminação de mais toxinas.
A recuperação de John foi objecto das atenções dos meios de
comunicação australianos. Já passaram cinco anos sobre a data
da sua sentença oficial de morte, mas continua vivo e de boa
saúde e dedica grande parte do seu tempo a dar estímulo e
coragem a outros padecentes de SIDA que lutam pela
sobrevivência.
Importante: Karin Cutter deseja salientar que quem sofrer de
SIDA ou de qualquer outra doença grave não deve meter-se em
aventuras por sua conta e risco mas sim procurar a orientação
de um clínico, holístico ou ortodoxo, devidamente habilitado
e autorizado. Sem uma verdadeira compreensão da natureza
profunda da doença, as consequências podem ser devastadoras.
E muito mais...
Os seis casos concretos que apresento neste livro são os que
o espaço disponível permitiu. Poderíamos escrever livros
inteiros sobre os homens, mulheres e crianças (e animais,
também ... ) que de um modo ou de outro foram já auxiliados
pelos óleos essenciais.
Os aromaterapeutas clínicos estão a empregar cada vez mais os
óleos essenciais no tratamento de doenças graves. Por
exemplo: Ellen Asjes, da Holanda, é uma conceituada
fisioterapeuta e
hielpraktiker (o mesmo que, nos Estados Unidos, um médico
naturopata) que já tratou com êxito o seu próprio marido, Ray
Smith, de um cancro do figado. Foi importante o papel dos
óleos essenciais na recuperação. E tratou também um homem a
quem fora diagnosticada a presença de anticorpos da SIDA
(prova de HIV positiva). Depois de um tratamento que incluía
óleos essenciais, as análises da urina e do sangue revelaram
a ausência do HIV.
56
A aromaterapia intuitiva é objecto da irrisão dos clínicos
ortodoxos (e até de alguns aromaterapeutas de mentalidade
científica), mas tem também um lugar no esquema holístico das
coisas. O aconselhamento, parte importante da aromaterapia
intuitiva, e a massagem curativa podem ser muito úteis para
liquidar à nascença um processo mórbido incipiente. Cada vez
mais se concorda (mesmo nos meios da medicina ortodoxa) em
que o sentimento de infelicidade e a fadiga geral são
factores que contribuem para a instalação das doenças
crónicas.
57
4
COMO ACTUA A AROMATERAPIA?
Em termos simplistas, a aromaterapia actua pela influência
que exerce, ao mesmo tempo, em dois níveis: o fisico e o
emocional. Podíamos ainda mencionar outro nível, o
espiritual. Se bem que possamos perceber estes níveis em
separado, eles estão, de facto, interligados e não nos é
lícito separar partes que constituem um todo.
Embora os efeitos das essências naturais na mente e no corpo
possam ser verificados pela ciência, a dimensão espiritual é,
evidentemente, mais inefável, tão etérea como a fragrância de
uma bela flor. Seja como for, procurarei expor esse aspecto
espiritual em termos que me são próprios. Exploremos
primeiro, porém, as vias - mais tangíveis - que o óleo
essencial pode percorrer na sua travessia pelo corpo e pela
mente de uma pessoa.
Absorção cutânea
Muitas pessoas pensam que a pele é uma cobertura impermeável
cuja única função consiste em manter o sangue e os vários
órgãos no interior do corpo e a água fora. Dizer-lhes que a
pele pode absorver os óleos essenciais, permitindo que se
infiltrem nos
59
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Aromaterapia guia prático

  • 2.
  • 3. íNDICE AGRADECIMENTOS ............................ ....................................... 11 INTRODUÇÃO ..................................... ....................................... 13 1. QUE É A AROMATERAPIA? ........................ ........................... 17 Os óleos essenciais ........................................ ........................... 19 Como são obtidos ......................................... ........................... 20 Acerca dos óleos de origem natural .................................. ....... 22 Como adquirir óleos essenciais ................................. ............... 23 Uma palavra sobre os óleos extraídos de madeiras ................. 24 As propriedades dos óleos essenciais ............................... ........ 24 * aromaterapia na prática ....................................... ................ 27 * natural e o sintético ........................................ ..................... 27 2. HISTóRIA RESUMIDA DA AROMATERAPIA ....................... 31 Os pioneiros do século XX ............................................ ........... 38 3. EM QUE PODE A AROMATERAPIA SER-NOS úTIL? ............ 41 O tratamento aromaterápico profissional ................................ 42 Estudo de alguns casos concretos ................................ ............ 43 Sarna .................................................. ................................. 43 Pé-de-
  • 4. atleta ................................................ .......................... 44 Tensão pré-menstrual ............................................................ 46 Desgostos ............................................. ................................ 48 Hiperactividade ..................................... ................................ 50 SIDA .................................................. ................................. 54 E muito mais ... ............................................. .......................... 56
  • 5. 4. COMO ACTUA A AROMATERAPIA? ............................. Absorção cutânea ........................... . ........ ....................... Absorção pelos pulmões ............. .................................... O sentido do olfacto e a mente .................................. ..... Preferências olfactivas ................................. . ................... Aromas e vibrações ....... .................................................. A aura ............. .. ................... ........................ .................. A empatia ............................................ ........................... 5. FóRMULAS PARA USO TERAPÊUTICO E PARA USO ESTÉTICO. .................................... .......................... Os principais óleos essenciais (Tabela 1) ......................... A escolha dos ó leos essenciais ............................. ........... Cuidados a ter com os óleos essenciais ........................... Sobre os óleos de base, ou veiculares ........................ ..... Como misturar os óleos para massagens ............ . ........... Sobre as combinações de óleos essenciais ..................... .. Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 11) ........................... Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 111) .......................... As tabelas terapêuticas .................................. .................. Preparação de remédios de ervas ................................. Tabela terapêutica (Tabela IV) .................................... ... Tabela de cuidados cutâneos (Tabela V) ........................ Preparados aromáticos ....................................................
  • 6. Oleo para massagem anticelulite ............................ ...... Çontra os piolhos da cabeca ................................... ..... qleo de pré-1avagem para cabelos secos ou estragados. Oleo contra a caspa .......................................... ........... Tónicos capilares ...................................... ...................... Tónico anticaspa ........................................ .................. Tónico contra a queda do cabelo .................................. Tónicos para a pele ........................................................ Base para tónico cutâneo .................................... ......... Bochechos .......................................... ............................. Máscaras faciais ......................................... ..................... Para pele seca .............................................. ............... Para pele oleosa ou com ame .................................... .. Como preparar cremes e unguentos ........................ ........ Creme cutâneo de base ....................... ............... .......... Unguento de base (pomada) .............. ............... ...........
  • 7. guas de cheiro e perfumes ....................................... .............. 100 Como preparar uma água de cheiro ...................................... 100 Perfumes para a pele ............................................. ...............101 Três perfumes para uso terapêutico mas muito agradáveis ..... 101 Como perfumar salas .......................................... ....... .............. 102 6. AS TÉCNICAS DA AROMATERAPIA ..................................... 103 Cuidados a ter com a pele ......................................... .............. 103 Escovamento da pele a seco .................................................... 104 Como proceder ......................................... ............................... 105 O rosto ................................................. ................................... 107 Esfolia,pão .............................................. ............................... 108 Tratamentos cutâneos ocasionais ................................. .......... 109 A sauna facial .............................................. ........................ 109 Máscaras faciais ............................................ ....................... 110 Óleos faciais ............................................... .......................... 111 Massagem aromaterápica ......................................................... 112 Onde não massajar ......................................... ...................... 113 Os efeitos da massagem ........................................................ 114 Prepararão do cenário ......................................... ................. 116 A superfície a usar para a massagem .................................... 116 O óleo de massagem ....................................... ...................... 117 Como aplicar a massagem
  • 8. .................................................... 117 As costas ................................................. ............................. 118 * rosto e a cabeca ............................................ .................... 125 * rosto ................................................... .............................. 126 * pescofo ................................................ ............................. 133 * couro cabeludo .......................................... ........................ 135 Uma técnica de alívio das dores .............................................. 136 A automassagem .................................... .................................. 137 Aromaterapia e celulite ........................................ .................... 138 O regime alimentar ......................................... ...................... 140 Escovamento da pele ...................... ...................... ................. 140 óleos essenciais .......................................... .......................... 141 Massagem para a drenagem linfática ................................ .... 141 Automassagem contra a celulite ................................... ......... 141 Outros usos dos óleos essenciais .............................................. 144 Banhos ................................................. ................................ 145 Banhos de mãos e de pés ...................................................... 145 Inala,cões .............................................. ................................ 146
  • 9. 4. COMO ACTUA A AROMATERAPIA? ....................... . .... Absorção cutânea .......................................................... Absorção pelos pulmões .................................. .............. O sentido do olfacto e a mente .................................. .... Preferências olfactivas .................................... ................ Aromas e vibrações ............. ...................... ...................... A aura .................. ............................. ........................... .. A empatia ............................................ ........................... 5. FóRMULAS PARA USO TERAPÊUTICO E PARA USO ESTÉTICO ...................................... ......................... Os principais óleos essenciais (Tabela 1) ................. . ....... A escolha dos óleos essenciais ............................. ........... Cuidados a ter com os óleos essenciais ........................... Sobre os óleos de base, ou veiculares ......................... .... Como misturar os óleos para massagens ........................ Sobre as combinações de óleos essenciais ..................... .. Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 11) ........................... Efeitos dos óleos essenciais (Tabela 111) .......................... As tabelas terapêuticas ................................. ................... Preparafão de remédios de ervas ................................ . Tabela terapêutica (Tabela IV) .................................... ... Tabela de cuidados cutâneos (Tabela V) ........................ Preparados aromáticos
  • 10. .................................................... Oleo para massagem anticelulite ........................... ....... Contra os piolhos da cabeca .................................. ...... óleo de pré-1avagem para cabelos secos ou estragados. óleo contra a caspa ......................................... ............ Tónicos capilares ....................................... ..................... Tónico anticaspa ...................................... .................... Tónico contra a queda do cabelo .................................. Tónicos para a pele ........................................................ Base para tónico cutâneo .................................... ......... Bochechos .......................................... ............................. Máscaras faciais ........... . ............................. ..................... Para pele seca .............................................. ............... Para pele oleosa ou com acne ...................................... Como preparar cremes e unguentos ........................ ........ Creme cutâneo de base ....................................... ......... Unguento de base (pomada) .......................... . . ............
  • 11. Águas de cheiro e perfumes .................................... ................. 100 Como preparar uma água de cheiro ...................................... 100 Perfumes para a pele ............................................ ................ 101 Três perfumes para uso terapêutico mas muito agradáveis ..... 101 Como perfumar salas ......................................... ...................... 102 6. AS TÉCNICAS DA AROMATERAPIA ..................................... 103 Cuidados a ter com a pele ......................................... .............. 103 Escovamento da pele a seco .................................................... 104 Como proceder ......................................... ............................... 105 O rosto ................................................. ................................... 107 Esfoliaf ão ...................................................... ....................... 108 Tratamentos cutâneos ocasionais ........................................... 109 A sauna facial .............................................. ........................ 109 Máscaras faciais ............................................ ....................... 110 óleos faciais ............................................... .......................... 111 Massagem aromaterápica ......................................................... 112 Onde não massajar ........................................ ....................... 113 Os efeitos da massagem ........................................................ 114 Preparafão do cenário ......................................... ................. 116 A superfície a usar para a massagem .................................... 116 O óleo de massagem ........................................ ..................... 117 Como aplicar a massagem
  • 12. .................................................... 117 As costas ................................................. ............................. 118 O rosto e a cabefa ............................................. ................... 125 O rosto ................................................... .............................. 126 O pescopo ............................................... .............................. 133 O couro cabeludo .......................................... ........................ 135 Uma técnica de alívio das dores .............................................. 136 A automassagem .................................... .................................. 137 Aromaterapia e celulite ........................................ .................... 138 O regime alimentar ......................................... ...................... 140 Escovamento da pele ............................................. ................ 140 óleos essenciais .......................................... .......................... 141 Massagem para a drenagem linfática ............................... ..... 141 Automassagem contra a celulite .................................... ........ 141 Outros usos dos óleos essenciais .............................................. 144 Banhos ................................................. ................................ 145 Banhos de mãos e de pés ...................................................... 145 Inalaf ões ..................................................... ......................... 146
  • 13. Compressas .......................................... ................................ 146 Aromatizapão de salas .......................................................... 147 Perfumes para a pele ............................................. ............... 148 7. COMO SER UM TODO .................................... ........................ 149 A mente ................................................ ................................... 150 O corpo ................................................ ................................... 152 O movimento .......................................... ................................. 154 A luz ..................................................... ................................... 155 O ar livre ................................................... .............................. 156 O espírito ................................................ ................................. 157 Mente-corpo-espírito ............................................................. ... 157 Para a integração ........................................ ............................. 159 A respirafão da vida .............................................. ............... 159 A respiracão completa ........................................ .................. 160 Voar .................................................... ................................. 161 Descontracfão profunda ........................................................ 163 A regulação da aura, ou «protecção psíquica» ........................ 165 Os remédios florais de Bach .................................................... 168 Sintonizar com a natureza ..................................... .................. 168 Primeiros passos na meditação
  • 14. ................................................ 169 A pomba ................................................. .............................. 170 Em conclusão ........................................... ................................ 171 TOXICIDADE DOS óLEOS ESSENCIAIS ..................................... 173 Uma palavra sobre as alergias ................................... .............. 174 GLOSSÁRIO .......................................... ....................................... 175 OUTRAS LEITURAS ................................... ................................. 177 10
  • 15. AGRADECIMENTOS Estou muito reconhecida a várias pessoas pela forma tão expedita e tão generosa como responderam aos meus pedidos de esclarecimentos complementares sobre os óleos essenciais. Em primeiro lugar, a Nick Webley, da «Kittywake Oils» (amigo e associado), a Bernie Hephrun, da «Butterbur and Sage», e ao Dr. Steve Van Toller, da Universidade de Warwick. Muito agradeço também a Robert Tisserand o ter-me autorizado a utilizar uma versão abreviada da história de John, extraída do International Journal of Aromatherapy, e a Ellen AsJes pela sua amável carta de apoio. Devo igualmente agradecer à minha família o auxílio doméstico que me prestou e graças ao qual arranjei tempo para escrever este livro. E agradeço também, por fim, a Karin Cutter e a John, portador do facho que alumia o futuro da aromaterapia holística. 11
  • 16. INTRODUÇÃO Se bem que a palavra «aromaterapia» seja moderna, as raizes desta magnífica terapêutica mergulham nas profundezas da antiguidade. Este livrinho vem tentar provar que os antigos princípios em que a aromaterapia se baseia não são, hoje em dia, menos válidos. Destina-se também a servir de guia a todas as pessoas que desejem usar plantas aromáticas quer para seu prazer quer para melhorar a sua saúde e vitalidade e as daqueles a quem mais estimam. A fim de retirar do capítulo sobre massagens o máximo proveito, o ideal será que o leitor tenha uma pessoa amiga ou conhecida com a qual possa permutar massagens aromaterápicas. No entanto, conforme veremos, as essências aromáticas podem ser utilizadas de muitos outros modos para criar uma sensação de bem estar e para dar à vida uma nova componente estética. Embora a arte da massagem aromaterápica não possa, com certeza, ser completamente descrita num livrinho tão resumido como este, a sequência básica de massagem delineada no capítulo 6 poderá dar ao leitor os fundamentos suficientes para que depois comece a criar intuitivamente o seu próprio estilo. Apresento, no fim, uma lista de livros sobre aromaterapia e outros assuntos com ela relacionados e cuja leitura recomendo. Tal como todas as demais terapêuticas holísticas, a aromaterapia tem como objectivo reforçar as capacidades autocurativas 13
  • 17. inatas do nosso organismo. Muito embora certas pessoas sejam de nascença mais saudáveis que outras, a maioria pode tornar- se mais saudável e pode prevenir o aparecimento de males graves como a diabetes e as doenças do coração. O segredo da boa saúde e da sensação de bem estar reside em compreender que não devemos tornar-nos vítimas irremediáveis da tensão nervosa nem da angústia - que tem a responsabilidade por grande parte dos nossos males. é bem claro que a nossa saúde depende, em grande medida, da qualidade dos alimentos que comemos, da água que bebemos e do ar que respiramos. Mas talvez seja mais importante ainda a necessidade de se dar alimento ao lado espiritual da pessoa, pois nós somos algo mais que um corpo dotado de cérebro. E dificil definir este aspecto espiritual, mas podemos considerá-lo intimamente ligado às relações que mantemos connosco próprios e com as outras pessoas e à noção que temos dos propósitos e dos sentidos da nossa vida - e também, como é evidente, à saúde do nosso planeta. O terapeuta holístico procura, portanto, dirigir-se em globo aos aspectos mutuamente relacionados da nossa existência, ou seja: ao conjunto constituído pelo corpo, pela mente e pelo espírito. Qualquer factor que atinja um desses aspectos - o corpo, a mente ou o espírito - atinge também o TODO. Pode-se dizer que a minha atitude pessoal perante a arte da aromaterapia é holística/intuitiva. Não será este, talvez, o estilo de todos os aromaterapeutas; mas esta orientação é aquela que eu descobri que se adaptava ao meu temperamento. Na sua maioria, os aromaterapeutas intuitivos têm consciência desse tenuíssimo campo energético, ou aura, que rodeia e penetra o nosso corpo fisico. A aura, quando saudável, é como um filtro protector que só deixa que nos atinja aquilo que nos é benéfico. Mas esse campo energético pode ser enfraquecido pelas fadigas da vida e pode então deixar passar influxos desarmónicos que provocam doenças. É por este motivo que, no capítulo 7 (em que explico melhor a concepção holística), incluo algumas técnicas de cura espiritual que o leitor poderá aceitar ou desprezar conforme a sua perspectiva pessoal. O leitor de pés mais assentes na terra 14
  • 18. encontrará também nestas páginas uma grande dose de senso comum. IMPORTANTE. Os informes e sugestões contidos neste livro devem ser entendidos como simples orientação genérica. Se o leitor estiver em tratamento, ou se tiver problemas de saúde a longo prazo, aconselho-o vivamente a procurar o auxílio de um terapeuta ou médico devidamente habilitado. Christine Wildwood 3 de Novembro de 1990 15
  • 19. 1 QUE É A AROMATERAPIA? A aromaterapia não é apenas uma nova terapêutica alternativa a juntar às outras. Ao contrário do que certas pessoas pretendem fazer crer, ela é, de facto, muito mais que um dispendioso tratamento de beleza: é na realidade uma arte, uma arte de cura estética que utiliza óleos essenciais extraídos de diversas partes de plantas e árvores aromáticas a fim de estimular a saúde do corpo e a serenidade do espírito. A aromaterapia é a única arte curativa que se pode chamar criadora em sentido artístico, pois a perícia do aromaterapeuta reside, em grande parte, na habilidade com que cria maravilhosas fragrâncias combinando e misturando óleos vegetais com essências olorosas. Contrariamente ao que se passa com terapêuticas de carácter mais clínico, como a homeopatia e a acupuntura, o potencial curativo da aromaterapia resulta da sua capacidade de estimular a descontracção e de, ao mesmo tempo, criar uma sensação de prazer ou de tranquilidade em quem a ela se submete. Na verdade, quanto mais maravilhosa for a sensação experimentada maior será o seu efeito curativo. Talvez seja por este motivo - mais que por qualquer outro - que a aromaterapia tem sido, por vezes, olhada com desprezo por alguns tradicionalistas empedernidos, em cujo entender só nos pode fazer bem aquilo que nos causa uma certa dose de desconforto! 17
  • 20. Apesar do comentário de um médico - «não conheço nenhuma prova específica de a aromaterapia possuir qualquer verdadeiro valor clínico»’ -, a aromaterapia pode de facto ser praticada no nível clínico, científico. O artigo do Dr. Kurt Sclinaubelt Ods for Viral Diseases 2, por exemplo, apresenta provas da existência de bases científicas para a aromaterapia clínica - já vai aumentando, na Alemanha, o uso dos óleos essenciais no tratamento de infecções por vírus, designadamente do óleo de melissa (erva cidreira) no caso dos resfriamentos. Mas - o que é ainda mais digno de nota - certos óleos essenciais, como os de Melaleuca, de alho e de tomilho, já ajudaram um homem a vencer a SIDA! (v. cap. 3). Antes de passar adiante, é importante notar desde já que seria demasiado ambicioso (e potencialmente arriscado) uma pessoa leiga - e mesmo um aromaterapeuta vulgar - tentar tratar doenças graves com óleos essenciais. Tal como é mais frequentemente praticada, a aromaterapia destina-se à prevenção das grandes doenças e ao tratamento sintomático das enfermidades de menor importância. O acento tónico é posto na massagem aromaterápica, uma das técnicas mais apuradas de que se dispõe para o alívio das depressivas consequências da fadiga fisica e nervosa. Sob os seus inúmeros disfarces, a fadiga é responsável pela esmagadora maioria das doenças de que sofremos neste mundo de velocidade, «alta tecnologia» e inquietude emocional. Se bem que a massagem aromaterápíca seja o esteio principal desta arte, os óleos essenciais são utilizados de muitos outros modos, tanto para fins curativos como para fins estéticos - em banhos, em inalações de vapores e em perfumes para criar boa disposição, por exemplo. Mas, para poder dar uma resposta completa a quem pretenda saber o que é a aromaterapia, necessitamos de examinar mais de perto os tais admiráveis óleos aromáticos. 1 Coleman, Dr. V., A Guide to Alternative Medicine. 2 Schnaubelt, Dr. K, Ods for Viral Diseases («International Journal of Aromatherapy»). 18
  • 21. Os óleos essenciais Os óleos essenciais - ou essências, como muitas vezes se lhes chama - são os elementos líquidos, odoríferos e voláteis (evaporam-se facilmente) que existem nas plantas aromáticas. Acumulam-se em células especializadas ou em órgãos específicos da planta: podemos encontrá-los nas pétalas (rosa), nas folhas (eucalipto), no tecido lenhoso (sândalo), no fruto (limão), nas sementes (alcaravia), na raiz (sassafrás), no rizoma (gengibre), na resina (pinheiro), na goma (incenso) e, por vezes, em mais de uma parte da planta. O óleo essencial da alfazema, por exemplo, é retirado das flores e das folhas. A laranjeira tem um interesse muito especial, visto que nos fornece três essências diferentes -- cada uma delas com o seu aroma e as suas propriedades terapêuticas: o neroli (no botão da flor), o petit-grain (nas folhas) e a essência de laranja (na casca do fruto). A planta produz os óleos essenciais para sobreviver: para agir no seu próprio processo de crescimento e reprodução, para atrair os insectos polinizantes, para repelir os predadores e para se defender das moléstias. A qualidade de um óleo essencial depende de um certo número de factores que interagem uns com os outros: as condições do solo, o clima, a altitude e a época da colheita, que é de uma importância capital. A concentração de óleo essencial nos tecidos da planta é máxima durante a época quente do ano - e esta é, assim, a melhor ocasião para a colheita. O jasmim, cujo aroma se faz sentir durante a noite, deve ser colhido ao anoitecer. De uma maneira geral, a colheita das plantas produtoras de óleos essenciais deve realizar-se em poucos dias; se houver algum atraso, os óleos essenciais perder-se-ão. E além disso, tal como acontece com os vinhos, a qualidade e o bouquet de um óleo essencial variam de um ano para o seguinte. Quanto mais glândulas ou ductos de óleo houver na planta, mais barato será o óleo - e vice-versa. Por exemplo, 100 quilos de alfazema dão cerca de 3 litros de óleo essencial - ao passo que 100 quilos de pétalas de rosa dão apenas meio litro de óleo. 19
  • 22. Embora possam ser caros, os óleos essenciais são substâncias muitíssimo concentradas e, na prática, uma pequena quantidade dá para muito tempo. Estas essências, se bem que tecnicamente sejam classificadas como óleos, são na realidade muito diferentes dos «óleos fixos» vulgares como o de milho ou o de girassol. Como são muito voláteis, não deixam nódoa permanente no papel de filtro e, ao contrário dos óleos gordos vegetais, têm a consistência da água ou do álcool e não são gordurosos. São solúveis no álcool, na cera (por exemplo, em cera derretida de abelha ou de jojoba) e nos óleos vegetais e, como são parcialmente solúveis na água, podem ser utilizados no banho (seis gotas costumam bastar) sem deixar resíduos gordurosos. Como são obtidos Para muitas pessoas, estes conhecimentos serão de interesse passageiro. Mas, para quem se preocupa com o meio ambiente, a origem e o método de extracção de uma essência podem ser de importância vital. Estão infelizmente à venda no mercado da aromaterapia muitos óleos essenciais que não são tão puros ou tão naturais como em geral se julga. Uns contêm substâncias adulterantes para lhes realçar o aroma ou para o diluir de tal forma que se espalhe mais; outros podem conter resíduos de pesticidas ou vestígios de solventes químicos usados no processo de extracção. É possível obter óleos de qualidade própria para o uso aromaterápico; mas, antes de discutir este ponto, vejamos quais são os principais métodos de extracção actualmente praticados. O método clássico é o da destilação directa - que é, por sua vez, uma versão aperfeiçoada do antíquíssimo método egípcio do pote de barro. O material colhido na planta é colocado no alambique em contacto directo com a água, esta é aquecida e o vapor arrasta consigo os óleos essenciais para o condensador, do qual passam ao separador. Um método muito mais eficiente, que 20
  • 23. evita que o destilado se queime, é o da destilação a vapor. Neste método, bastante semelhante ao primeiro, o material vegetal não fica em contacto com a água: só o vapor é que passa por ele. Uma inovação mais recente é a destilação pelo vácuo: reduzindo a pressão no interior de um aparelho estanque, cria-se um vácuo tal que a destilação se realiza a uma temperatura muito inferior - conservando, assim, muito melhor as delicadas fragrâncias das flores. O método menos complicado é o da expressão. O óleo essencial dos frutos citrinos está na casca, de modo que se recorre a uma simples espremedura para se lho extrair. Antigamente, as cascas dos frutos eram espremidas à mão; hoje em dia, são espremidas em máquinas centrífugas. Um método praticamente obsoleto é o de enfleurage, no qual se usa uma gordura animal (e, por vezes, o azeite) para absorver os óleos essenciais; estes são seguidamente separados por meio do álcool - o qual, ao contrário da gordura, os dissolve com facilidade. O álcool é depois evaporado deixando ficar a essência. Este método é utilizado para captar aromas de flores como o jasmim, a tuberosa e o neroli (flor de laranjeira), cujas delicadas fragrâncias se poderiam alterar com o intenso calor da destilação. O líquido resultante deste processo é conhecido pelo nome de «extracto absoluto» e não de «óleo essencial». Infelizmente, o elevado custo deste método, que ocupa muita mão-de-obra e demora bastante tempo, tem levado ao amplo uso de solventes voláteis como o éter de petróleo, o hexano e o benzeno a fim de captar as essências de certas flores - embora o método de enfleurage dê melhor rendimento. Diga-se, a propósito, que é ainda possível obter extractos absolutos - por enfleurage - de tuberosa e de jasmim, produzidos por vários destiladores franceses. No entanto, o emprego de banha de porco no método de enfleurage poderá afastar o vegetariano - que ou se verá forçado a privar-se dos prazeres do jasmim e da tuberosa ou terá de procurar um fornecedor de extractos absolutos a óleo vegetal, muitíssimo mais raros. 21
  • 24. A extracção com solventes voláteis é muito empregada na indústria de perfumaria, pois produz aromas soberbos, mais próximos dos que se evolam da planta viva. Mas as substâncias potencialmente cancerígenas, como o benzeno, deverão desempenhar algum papel na arte curativa da aromaterapia? Não será melhor recorrer a um produto ligeiramente menos requintado a fim de poupar o nosso planeta e a nossa saúde? Completamente à parte destas preocupações com os vestígios de solventes, tão frequentes nos extractos absolutos, não podemos ignorar os efeitos ambientais das fugas de solventes para a atmosfera nem os dos vapores que os trabalhadores das destilarias estão sujeitos a respirar. Um processo relativamente novo, mas actualmente muito caro, é o da extracção pelo dióxido de carbono, que apresenta um grande interesse para a aromaterapia pois não apresenta o risco de deixar resíduos no produto final. Mas ainda falta saber se este processo é inteiramente inofensivo para o ambiente. Acerca dos óleos de origem natural Até há muito pouco tempo, o comércio de óleos essenciais estava praticamente circunscrito às indústrias de perfumaria e aromatizantes alimentares - que utilizavam substâncias sintéticas ou idênticas às naturais sem grandes preocupações. Mas, com o despertar do interesse pela aromaterapia, que coincidiu com a emergência dos movimentos «verdes», criou-se uma forte procura de óleos essenciais puros, não adulterados - e, se possível, de origem inteiramente natural. É realmente possível obter óleos de produção natural, ainda hoje vendidos por um punhado de fornecedores, mas esses óleos são bastante mais caros que os provenientes de plantas criadas com fertilizantes químicos e pulverizadas com pesticidas industriais. Além disso, o leque dos óleos essenciais naturais actualmente disponíveis está limitado, principalmente, a essências provenientes de plantas herbáceas como a alfazema, a camomi- 22
  • 25. la, o tomilho e a manjerona. Mas estão a operar-se modificações nesta situação: organizações como a EOTA («Essential Oil Trade Association», do Reino Unido) actuam no sentido de criar fontes fidedignas de abastecimento de óleos essenciais, puros e sem adulteração, para uso aromaterápico. Esses óleos deverão ser sujeitos a verificações de pureza por instituições como, no Reino Unido, a «Soil Association» e, noutras paragens, a IFOAM («International Federation of Organic Agricultural Movements»), que já existe na Europa e nos Estados Unidos. Espera-se que a aromaterapia ganhe bastante com isso de duas maneiras: a pureza dos óleos poderá ser assegurada e haverá um maior leque de óleos de origem natural mais amplamente acessíveis. Como adquirir óleos essenciais É de importância decisiva que só sejam usados para efeitos terapêuticos óleos essenciais puros, não adulterados. A maioria dos aromaterapeutas obtem os óleos que utiliza encomendando-os pelo correio a certos conceituados fornecedores especializados no ramo e não em estabelecimentos de produtos de beleza e de perfumaria. As vantagens dos fornecedores por via postal em relação aos estabelecimentos retalhistas são várias: esses fornecedores apresentam um leque de essências mais amplo e praticam preços mais favoráveis em caso de encomendas mais volumosas. No entanto, o principiante poderá ter vantagem em comprar os óleos essenciais numa boa casa de produtos naturistas ou numa ervanária digna de confiança. Assim, poderá cheirá-los primeiro a fim de comprar apenas aqueles que mais lhe agradarem. A armazenagem dos óleos é de grande importância (v. cap. 5). Os óleos essenciais devem ser fornecidos em frascos de vidro escuro bem rolhados e devem ser conservados ao abrigo da luz, do calor e da humidade. São de evitar os óleos vendidos em frascos com tampa conta-gotas de borracha. A minha experiência indica que certos óleos essenciais, em particular o de cedro, atacam a borracha transformando-a numa massa pegajo- 23
  • 26. sa. Apesar deste facto assustador, os óleos essenciais são inofensivos para a pele desde que usados correctamente conforme neste livro indico. Uma palavra sobre os óleos extraídos de madeiras A excitação provocada em todo o mundo pelas maravilhosas propriedades medicinais da essência de Melaleuca alternifolia (Tea-tree) levou o governo brasileiro a considerar muito a sério a hipótese de pôr em prática um programa de plantação em massa desta espécie, originária da Austrália, em vastas zonas de terras incultas que noutros tempos estiveram ocupadas por florestas tropicais. Já quanto à produção da essência de pau-rosa (por vezes designada por Bois de Rose) há motivos de preocupação. Presentemente, os principais fornecimentos provêm de árvores do Brasil. A essência é obtida por destilação do material lenhoso que sobra das serrações brasileiras (a maior parte das pranchas segue para os fabricantes de mobiliário dos Estados Unidos). É trágico que essas árvores estejam a ser abatidas em grande quantidade, pois este facto provoca uma rápida diminuição das florestas. Enquanto o governo brasileiro não der início a um programa de replantação desta espécie (e, realmente, de todas elas) eu, por minha parte, sinto-me obrigada a dispensar este óleo - incluindo os fornecimentos de outras regiões da América do Sul e também de África. Mas nem tudo são notícias tristes a respeito das árvores: a situação é muito melhor no tocante à essência de sândalo (oriunda de Karnataka, ex-Mysore). O governo indiano decretou que, por cada árvore abatida, sejam plantadas duas - e é isso que está de facto a acontecer. As propriedades dos óleos essenciais Todas as essências são anti-sépticas; e algumas delaspossuem também propriedades antivirais ou anti-inflamatórias. E convic- 24
  • 27. ção generalizada que as essências de alho e de Melaleuca são os óleos essenciais antivirais mais poderosos. Por motivos óbvios, a essência de alho não é correntemente utilizada em massagens aromaterápicas (embora já se tenha sabido de alguns casos!). Por outro lado, é tomada em cápsulas, como medicamento. Ao contrário dos anti-sépticos químicos, os óleos essenciais são inofensivos para os tecidos do nosso organismo mas atacam fortemente os germes nocivos. O Dr. Jean Valnet (um dos pioneiros franceses da aromaterapia) usou óleos essenciais para tratar os horríveis ferimentos dos militares da Segunda Guerra Mundial. As essências não só encobriram com os seus odores os pútridos cheiros das feridas gangrenadas como, retardando o processo de putrefacção, as fizeram desaparecer. Estimulando e reforçando os processos próprios do organismo, os óleos essenciais favorecem a cura natural. As essências de camomila e de tomilho, por exemplo, possuem a propriedade de estimular a produção de glóbulos brancos do sangue, que são importantes meios da nossa luta contra a doença. A alfazema, especialmente, tem uma notável capacidade de estimular a regeneração das células da pele - uma maravilha na cura de queimaduras, escoriações, ferimentos, úlceras, etc. Os óleos essenciais actuam também no sistema nervoso central: uns são calmantes (camomila, alfazema) e outros estimulantes (alecrim, manjerico). Alguns deles têm a propriedade de normalizar situações anómalas. O alho, por exemplo, pode fazer baixar uma pressão arterial alta e subir uma pressão arterial baixa. Do mesmo modo, as essências de bergamota e de gerânio podem ter efeitos sedativos ou estimulantes em conformidade com as necessidades da pessoa - fenómeno este totalmente ausente nas essências sintéticas, obtidas por via químico-industrial. A química dos óleos essenciais é bastante complicada: podem ser constituídos por centenas de componentes - terpenos, álcoois e aldeídos diversos, ésteres e, sem dúvida, muitas outras substâncias que ainda se não pôde identificar. Isto explica por que é que um único óleo essencial pode ser útil numa tão ampla variedade 25
  • 28. de situações. Como os óleos essenciais são produtos da natureza, e não do laboratório, os seus efeitos colaterais são virtualmente inexistentes. Uma substância sintética é constituída por um único princípio activo, muito poderoso mas não equilibrado por outros. Tais produtos não possuem a acção sinérgica (isto é, harmoniosa) de um óleo essencial, de um remédio homeopático ou de um medicamento herbáceo. Por conseguinte, a sua acção é como aquela de que fala o provérbio: partir nozes com um malho de ferreiro. E é claro que semelhante brutalidade tem os seus inevitáveis efeitos secundários. Evidentemente, nem todas as substâncias existentes na natureza são benéficas. Pensemos apenas nas folhas do loureiro (das quais se pode extrair cianeto) e na dedaleira, que pode matar se não for administrada com as necessárias cautelas. E, contudo, nenhuma destas plantas - quando tomada em doses homeopáticas - apresenta o mínimo problema de toxicidade. Facto interessante: o Dr. Jean Valnet e outros médicos da área da aromaterapia clínica descobriram que as misturas de certos óleos essenciais não só são mais poderosas que esses mesmos óleos tomados isoladamente como põem em acção um misterioso factor, a sinergia: o todo é maior que a soma das suas partes. Isto é especialmente notado no tocante à acção antibacteriana das essências. Por exemplo: uma mistura de óleos de cravo da índia, tomilho, alfazema e hortelã-pimenta é de longe muito mais potente que aquilo que o químico poderia esperar (atendendo à acção conjugada dos respectivos constituintes químicos). E, curiosamente, tal como acontece com uma nota musical discordante, a mistura de mais de cinco essências tem um efeito contraproducente: a acção antibacteriana diminui. A aromaterapia tem por objectivo, tal como outras terapêuticas naturistas, o reforço do nosso sistema imunitário. A medicina alopática (ortodoxa) provoca a diminuição das defesas orgânicas, pois suprime estados sem lhes eliminar as causas. Ao mesmo tempo, os produtos químicos originam efeitos colaterais e o nosso organismo terá de lidar depois não só com a 26
  • 29. doença como também com eles. Isso dará possivelmente lugar a uma doença iatrogénica - isto é, provocada pelos remédios -, problema que deve estar muito mais espalhado que o que em geral se pensa. A nossa tendência é, porém, para uma posição equilibrada, aceitando a impossibilidade de se poder dispensar por completo o uso das substâncias sintéticas: tudo tem o seu lugar numa concepção holística das coisas. Se, por exemplo, uma pessoa estiver bastante mal por não reagir ao tratamento naturista ou se se encontrar em situação de vida ou de morte (acidentes de viação, deficiências funcionais orgânicas congénitas, etc.), a intervenção dos remédios químicos pode ser decisiva. A aromaterapia na prática O aspecto mais fascinante da aromaterapia é a influência dos aromas na mente e nas emoções - e nisso reside o misterioso poder desta arte. Na verdade, esta influência dos aromas na psiché humana já levou alguns aromaterapeutas a pôr em prática aquilo a que actualmente se dá o nome de «psico- aromaterapia», em que o uso dos óleos se destina unicamente a modificar a disposição das pessoas. Outros aromaterapeutas adoptam uma posição intuitiva preferindo não escolher os óleos mais adequados a cada pessoa e deixar que cada um opte por aqueles que as suas preferências olfactivas lhe indicam. O mais frequente é verificar-se depois que os óleos assim escolhidos se mostram os mais adequados à situação concreta do paciente; e, à medida que o seu estado fisico e emocional se vai modificando, assim também as suas preferências olfactivas se vão, por vezes, alterando. O corpo e o espírito estão intimamente ligados: o que fere ou favorece um, fere ou favorece também o outro. O natural e o sintético Se bem que os químicos tenham já tentado reproduzir em laboratório os óleos essenciais, o resultado obtido nunca é o 27
  • 30. mesmo. Um produto químico sintético é, em teoria, idêntico àquele que se encontra na natureza; na prática, contudo, como todos os químicos sabem, é impossível produzir uma substância cem por cento pura. Qualquer produto obtido por via sintética traz consigo uma pequena percentagem de substâncias indesejáveis que se não encontram no óleo essencial da natureza. Além disso, faltam-lhe os enzimas vitais e, provavelmente, uma multidão de outras substâncias existentes nas plantas e ainda não descobertas. Acima de tudo, porém, o produto químico sintético carece da força vital da natureza. Nenhum composto sintético pode reproduzir as vibrações, o princípio estrutural da «matéria da vida». Afastando-nos por momentos da aromaterapia, vejamos o caso da insulina, um excelente exemplo de como o natural ganha nitidamente ao sintético. Na ocasião em que escrevo, a insulina sintética - que, para o químico, é idêntica àquela que é segregada pelo pâncreas - não pode ser administrada aos diabéticos porque, pura e simplesmente, não actua; e, no entanto, a insulina do porco, injectada numa pessoa, actua! -No mundo ocidental, o sistema educativo está centrado no sobredesenvolvimento da actividade do hemisfério cerebral esquerdo (lógica) em detrimento do hemisfério direito, mais místico. Isto significa que tendemos a descrer da intuição, da filosofia e dos conceitos abstractos (daquilo a que os Chineses chamam yin, ou princípio feminino) e a favorecer a tecnologia, a matemática e tudo quanto for mensurável (ou, como dizem os Chineses, o yang, ou princípio masculino). E o resultado é uma sociedade materialista que venera as mercadorias de consumo e em que os académicos mandam mais que os artistas e que os filósofos. A situação ideal seria um casamento destes dois princípios aparentemente opostos, no qual os praticantes alternativos e os praticantes ortodoxos reinassem lado a lado em boa harmonia. Assim como o dia não pode existir sem a noite nem o Sol sem a Lua, também a lógica fica desumanizada quando não é equilibrada pela intuição e pelo sentimento. 28
  • 31. A nossa intuição diz-nos que o uso de óleos sintéticos - mesmo que alguns deles contenham «princípios activos» derivados das plantas - é antitético em relação à filosofia da aromaterapia. Nas palavras do grande filósofo Rudolph Steiner (1861- - 1925), «a matéria é o mais espiritual do perfume da planta». E é este flozinho espiritual que percorre e une, num único nível, todas as filosofias de cura natural. Na acupuntura chama-se chi, na medicina ayurvédica (indiana) chama-se prana e na psicoterapia reichiana tem o nome de orgone. Em muitas outras escolas de pensamento, chama-se simplesmente «energia» ou «espírito». Ao materialista, toda esta conversa de «força vital», «espírito» e «energia» poderá parecer mistificatória, obscurantista, completamente desligada da realidade; mas a realidade é mais que tridimensional. Tal como uma fragrância inebriante, a realidade espiritual tem de ser experimentada para poder ser apreciada: é impossível traduzir isto em palavras. A realidade espiritual é um saber intuitivo e não um saber intelectual. Não pode ser medida com instrumentos científicos - e aqui a temos de deixar! 29
  • 32. 2 HISTóRIA RESUMIDA DA AROMATERAPIA As verdadeiras origens da aromaterapia evolaram-se nas brumas do tempo. Desde o dealbar da história humana que as pessoas se sentem fascinadas, intoxicadas ou mistificadas pelos poderes das plantas aromáticas. Embora a palavra «aromaterapia» tenha sido forjada na década de 1920 pelo químico francês Renê Gattefôssé , precisamos de apontar o nosso telescópio histórico para muito mais longe: para os princípios da humanidade. Os nossos primeiros antepassados viveram num mundo carregado de perigos mas estavam muito mais avançados na arte da sobrevivência que aquilo que muitos de nós, neste mundo moderno, poderemos imaginar. Ao contrário da crença vulgar, não era por mero acaso - ou, em termos mais rudes, por uma espécie de «roleta russa» - que os nossos antepassados distinguiam as plantas comestíveis e as plantas medicinais daquelas que são venenosas. É quase certo que possuíam capacidades sensoriais e intuitivas muitíssimo desenvolvidas que hoje só se encontram nas poucas tribos «primitivas» ainda existentes. O leitor deve ter conhecimento, por exemplo, de certas histórias sobre caçadores índios norte-americanos capazes de seguir as suas presas ao longo de extensas pistas servindo-se apenas dos seus sentidos e, em especial, do olfacto - capazes mesmo de 31
  • 33. reconhecer o cheiro de outros seres humanos farejando o solo que eles pisaram. Do mesmo modo, os nossos antepassados devem ter identificado as plantas úteis servindo-se do olfacto, da vista e da intuição. Por outras palavras: por instinto. E, para afastar de nós outro mito, digamos também que ainda não perdemos por completo essa capacidade animal de utilizar os dados dos sentidos para sobreviver. A questão é simplesmente de condicionamentos e de adaptabilidade. Actualmente, já não é de uma importância vital para a existência o ter-se um sentido do olfacto supereficiente. Contudo, quando as circunstâncias a isso nos forçam, as coisas tomam um aspecto diferente. No seu livro Body Power, o Dr. Vernon Coleman menciona o caso de um preso norte-americano que criou consideráveis aptidões de caçador. Era capaz de identificar os guardas da prisão pelo cheiro, pelo ritmo respiratório e pelos sons das suas articulações quando caminhavam. Podia mesmo adivinhar a presença de um maço de cigarros dentro de um bolso de casaco a vários metros de distância! Tal como descobriram as plantas comestíveis e medicinais, os nossos antepassados descobriram algo ainda mais interessante: certas plantas aromáticas, quando queimadas numa fogueira, provocavam alterações nos seus estados de consciência. Assim se descobriu que certos aromas faziam com que as pessoas se sentissem sonolentas e outros as faziam sentir-se despertas e mesmo eufóricas. Os mais preciosos de todos eles originavam experiências místicas ou psíquicas. Eram extremamente apreciados e só eram queimados pelos sacerdotes e sacerdotisas durante a prática dos ritos mágicos ou da adoração dos deuses ou então com fins curativos. Como a religião e as actividades curativas estavam intimamente relacionadas, a defumação das pessoas doentes (destinada a exorcizar os espíritos malignos) foi uma das primeiras formas da medicina. O zimbro, por exemplo, era uma planta especial, relacionada com a purificação - em especial no solstício de Inverno, por ocasião da morte e renascimento simbólicos do Sol. Mesmo depois do desaparecimento dos sacerdotes druídicos, os povos ceitas continuaram a usar o zimbro em fumigações rituais a fim de afastar as doenças. 32
  • 34. Diga-se de passagem que a fumigação com substâncias aromáticas no intuito de evitar a propagação das doenç as infecciosas ainda hoje é usada em certas partes do mundo; e, até uma data relativamente recente, os hospitais franceses queimavam nas suas enfermarias zimbro, tomilho e alecrim como desinfectantes. Noutro plano, o incenso, que é a substância mais frequentemente queimada nas igrejas, tem a propriedade de nos fazer respirar mais profundamente. Ora, a respiração profunda acalma a mente e descontrai o corpo, criando assim nos fiéis um estado que induz à oração e à meditação. Os antigos Egípcios são geralmente considerados os verdadeiros fundadores da aromaterapia. As substâncias aromáticas eram por eles usadas nas práticas de magia e de cura (que incluíam diversas formas de massagem), na preparação de cosméticos e no embalsamamento. Na verdade, as múmias tão excelentemente conservadas de animais, de faraós e de rainhas que hoje se encontram expostas em muitos museus dão testemunho da habilidade dos antigos embalsamadores egípcios e das notáveis propriedades conservantes das essências vegetais. Como apontamento de certo interesse, direi que encontrei uma vez um cientista forense que teve a sorte de estar presente numa experiência em que se desembrulhou uma múmia. Tanto ele como os seus colegas se admiraram com os aromas de cedro e mirra ainda perceptíveis, ao cabo de cerca de três mil anos, nas ligaduras mais profundas! Os jardins botânicos do antigo Egipto eram dignos de ver-se. Neles se reuniam muitas plantas raras e belas, oriundas de terras tão distantes como a índia e até a China. Essas plantas eram transformadas em medicamentos, perfumes e unguentos pelos sacerdotes e sacerdotisas egípcios, que se tornaram tão famosos pelas suas aptidões que de todo o mundo antigo se deslocavam ao Egipto sábios e médicos para com eles aprender a medicina e os Mistérios. Os arqueólogos crêem, na sua maioria, que os Egípcios não utilizavam os óleos essenciais em si (isto é, extraídos por
  • 35. destilação) mas sim que as plantas e as gomas davam origem a óleos e 33
  • 36. unguentos Por infusão. Ou seja: o material vegetal era colocado numa base de óleo ou gordura e deixado ao sol durante alguns dias. Passado esse tempo, a base ficava impregnada com o seu aroma. No entanto, segundo o Dr. Jean Valnet, os Egípcios usavam uma forma primitiva de destilação a fim de extrair das plantas os óleos essenciais. Despejavam água por cima do material vegetal (normalmente, madeira de cedro), colocado no interior de grandes potes de barro, e em seguida tapavam a abertura dos potes com fibras de lã. Os potes eram aquecidos e os óleos essenciais, transportados pelo vapor, ficavam embebidos na lã , que depois era espremida para largar a essência. O óleo de cedro era altamente apreciado pela sua utilidade no embalsamamento, na medicina e na perfumaria. Era também o perfume mais caro e mais procurado em todo o mundo antigo. A propósito: foram já encontrados potes como esses em Tepe Gawra, perto da antiga Nínive. Pensa-se que datam de há 5500 anos, e isso sugere que as realizações tecnológicas dos Mesopotâmios têm sido grosseiramente subavaliadas, já que a invenção da destilação tem sido atribuída aos Árabes do século XI. Outro método egípcio de extracção dos óleos essenciais das flores era o da expressão. Um baixo relevo que hoje se encontra no Museu do Louvre, em Paris, representa mulheres que reúnem lírios num grande saco de pano e dois homens a segurar paus presos aos lados do saco. Esses paus seriam depois torcidos para apertar o saco a fim de, espremendo as pétalas, fazer com que o óleo essencial se libertasse delas. Durante as festividades mais importantes eram queimadas nas praças das cidades pilhas de substâncias aromáticas como incenso, mirra, zimbro e cipreste a fim de purificar a atmosfera e de dar ao povo a oportunidade de apreciar o odor dos fumos aromatizados. Uma substância muito apreciada, queimada apenas nos templos e nas cerimónias do Estado, era o Kyphi: uma mistura de luxo, fortíssima, de uns dezasseis ingredientes entre os quais se contavam o açafrão, a cássia, o nardo indiano, o cinamorno e o zimbro. O molho de ramadas era atado e completado 34
  • 37. com mel e passas de uva. Dioscórides diz que era um perfume agradável aos deuses. O Kyphi era sempre queimado depois do sol-posto, pois possuía efeitos soporíficos e embriagantes. Na China antiga, a medicina de ervas era utilizada em conjunção com a acupuntura e as massagens no tratamento de uma miríade de enfermidades. Mas os Chineses estavam também interessados na busca da imortalidade mediante a prática da alquimia. Antes de dar início às suas experiências, o alquimista queimava incenso e banhava-se com perfumes especialmente preparados. Acreditava que os perfumes das plantas continham forças mágicas e espíritos vegetais que o auxiliariam a compor o elixir da vida. As casas ricas da antiga China tinham uma sala especial para o nascimento das crianças, chamada quarto da artemísia, onde esta planta era queimada a fim de atrair espíritos concordes e criar um clima de tranquilidade à mãe e ao filho. Uma das plantas mais apreciadas na antiga China era a mo-lu- hwa, uma espécie de jasmim: um só botão tem perfume bastante para aromatizar uma sala. Os Gregos deviam grande parte da sua sabedoria médica e anatómica aos Egípcios. Tal como no Egipto, as substâncias aromáticas estavam na base de todo um modo de vida. Queimava- se incenso adocicado nos templos, nas praças das cidades e nas cerimónias oficiais. Muitas casas tinham um altar denominado thyterion, no qual se queimava incenso para apaziguar os deuses. Parece que os Gregos não se satisfaziam perfumando apenas as vestes e o corpo: a comida e o vinho tinham também de ser perfumados. Os vinhos aromatizados com rosas, violetas e mesmo mirra eram tidos em tanto apreço como o néctar das celebrações religiosas. Mas havia ainda outro motivo para esses hábitos: acreditava-se que o perfume - em especial o da rosa - tinha o poder de cortar os efeitos inebriantes do álcool, de modo que se podia assim beber mais vinho! E sabe-se, na verdade, que o óleo de rosa tem um efeito benéfico específico sobre o fígado. 35
  • 38. Hipócrates enalteceu as virtudes de um banho aromático e de uma massagem com perfumes, ambos diários, para o prolongamento da vida. Na verdade, a massagem com óleos aromáticos era considerada de tal eficácia que Platão repreendeu (ao que se diz) Herodicus, um dos mestres de Hipócrates, por com ela prolongar a mísera existência dos idosos! Os Romanos gastavam enormes quantias na compra de substâncias aromáticas e nos seus requintados balneários públicos - ideia que recolheram dos Egípcios. As famílias ricas passavam os dias no balneário a receber massagens com óleos aromáticos, ministradas por uns infelizes escravos eumicos cuja única função na vida consistia em amassar e zurzir o corpo dos seus senhores. Os Árabes foram exploradores famosos. Viajavam por mar e por terra a fim de em paragens distantes obter substâncias aromáticas e artefactos. Têm sido achadas moedas á rabes em regiões tão longínquas como a Rússia, a Alemanha e a Suécia. das viagens que faziam ao Extremo Oriente, trouxeram os Árabes muitos aromas fortes: sândalo, cássia, cânfora, noz moscada, mirra, cravinho... Estas substâncias eram por eles usadas tanto em perfumaria como em medicina. Os médicos árabes punham em acção as poderosas propriedades germicidas dos óleos essenciais desinfectando os seus corpos e roupas com uma agradável mistura de sândalo, cânfora e água de rosas. Não só se protegiam das infecções como criavam uma figura bem cheirosa que desse ânimo aos doentes. Esta prática fora também preconizada, vários séculos antes, por Hipócrates, o «pai da medicina». No século xi, o famoso médico, filósofo, matemático e astrónomo árabe Abu Ibn-Sina (conhecido no Ocidente por Avicena) tinha já aperfeiçoado a arte da destilação para captar as essências voláteis das plantas. O seu método era tão avançado que, passados novecentos anos, o alambique moderno não apresenta grandes inovações em relação ao seu. Avicena usava também as massagens, a tracção (no caso de membros fracturados) e uma dieta desintoxicante, só de frutos, como parte do seu regime curativo. 36
  • 39. No século xii, os perfumes da Arábia eram já famosos em toda a Europa. Os cavaleiros das cruzadas trouxeram consigo para a Europa não só os exóticos e caros perfumes arábicos como também a ciência da sua destilação. Os herbários medievais contêm referências à água de alfazema e a muitas maneiras de usar os óleos essenciais, isto embora alguns moralistas e chefes religiosos tivessem tais práticas na conta de frivolidades e as considerassem, mesmo, imorais. Nos lares britânicos, as mulheres eram exímias na preparação de remédios herbáceos e bolas de cheiro para dar aroma aos linhos e manter afastadas as moscas e as traças. Em certas casas mais ricas havia mesmo alambiques para extracção das essências mais utilizadas na medicina e na confecção de perfumes. Refira-se de passagem um facto que está hoje bem documentado: os perfumistas, cujos corpos andavam, evidentemente, bem impregnados de líquidos aromáticos, mostravam-se frequentemente imunes à peste. A conquista normanda da Grã-Bretanha trouxe consigo, entre muitas outras coisas, o hábito de espalhar no chão plantas aromáticas cujos odores se evolavam quando eram pisadas. As propriedades insecticidas e bactericidas dessas plantas ajudavam a afastar as doenças matando as bactérias arrastadas no ar e afugentando pulgas e piolhos. As pessoas não tomavam banho mas encharcavam o corpo e as roupas com perfumes e traziam consigo raminhos de ervas aromáticas (tussie mussies) para evitar doenças infecciosas e ocultar o fedor das ruas emporcalhadas. No século xvii, o uso medicinal de ervas e óleos essenciais entrou numa fase de declínio por causa do favor concedido às primeiras substâncias fornecidas pela química, algumas das quais, e em particular o mercúrio, se mostraram depois horrívelmente perigosas. Barbara Griggs descreve no seu livro Green Pharmacy alguns dos horríveis efeitos colaterais do mercúrio administrado aos sifilíticos. Vendo as coisas em retrospectiva, morrer da doença poderia parecer muitíssimo preferível às agonias do envenenamento mercurial. 37
  • 40. No século xix, como hoje, os químicos quiseram joeirar as chamadas «impurezas» das plantas para isolar os seus «princípios activos». Mas essas «impurezas» fazem necessariamente parte do todo, pois actuam de harmonia com o princípio activo e evitam, assim, os efeitos colaterais. Os pioneiros do século xx O fundador da aromaterapia tal como hoje a conhecemos foi Renê Gattefôssé, químico francês que na década de 1920 trabalhava nos negócios de perfumaria de sua família. A princípio, limitou as suas pesquisas aos usos cosméticos dos óleos essenciais; mas depressa descobriu que muitos desses óleos possuíam também fortes propriedades anti-sépticas. Depois de uma violenta explosão no seu laboratório, Gattefossé ficou com graves queimaduras numa das mãos mas, tendo-a mergulhado num tanque de essência de alfazema, notou a rapidez com que a queimadura sarou. Não se notavam sinais de infecção e nem sequer uma cicatriz ficou a recordar o acidente. Este facto levou Gattefôssé a investigar o uso dos óleos essenciais nos problemas de pele e a proceder a muitos estudos sobre as suas aplicações em medicina. Publicou em 1928 um livro intitulado Aromathérapie cunhando deste modo a palavra que desde então tem sido utilizada neste âmbito. Como consequência do livro de Gattefôssé, gerou-se em França e em Itália um grande interesse pela aromaterapia. O Professor Paolo Rovesti, director do «Istituto dei Derivati Vegetali» de Milão, mostrou que cheirar os óleos de certas plantas pode dar alívio a estados de ansiedade e depressão. Utilizou para isso óleos produzidos a partir dos frutos criados na região milanesa - bergamota, laranja e limão. Molhava pedacinhos de algodão em rama nos óleos essenciais e passava-os sob os narizes dos pacientes. Isso ajudava, segundo dizia, a evocar e libertar recordações e emoções reprimidas que pudessem estar a exercer efeitos nocivos na saú de dessas pessoas. 38
  • 41. O maior contributo para que a classe médica se dispusesse a apreciar e aceitar o tratamento aromaterápico foi o do Dr. Jean Valnet, médico e antigo cirurgião militar francês. Valnet usou óleos essenciais para tratar ferimentos e queimaduras de soldados da Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, descreveu no seu livro Aromathérapie a forma como tratara doentes psiquiátricos crónicos com óleos essenciais. Esses doentes apresentavam sintomas físicos atribuíveis aos efeitos colaterais dos remédios químicos que lhes eram dados contra depressões e alucinações. Depois de suprimido por fases o uso desses medicamentos, Valnet administrou-lhes óleos essenciais por via oral e os sintomas, quer físicos quer mentais, diminuíram de intensidade - em certos casos, poucos dias depois da supressão do anterior tratamento. A versão inglesa deste livro, The Practice of Aromatherapy, tornou-se uma obra clássica para os aromaterapeutas. Valnet é também presidente da «Société Française de Phytothérapie et d'Aromathérapie». A bioquímica de origem austríaca Marguerite Maury poderia ser venerada como mãe da aromaterapia holística. Embora inspirada em Gattefôssé, não aceitava bem a ideia de administrar as essências por via oral e criou uma técnica especial de massagem para aplicação de óleos essenciais no rosto e ao longo da linha de centros nervosos da coluna vertebral do paciente. Introduziu também o conceito de prescrição individual, em que os óleos são escolhidos em função das necessidades pessoais de cada paciente. Os seus clientes (na sua maioria, mulheres saudáveis em busca de rejuvenescimento) revelaram melhorias espectaculares no estado da pele. Para seu espanto, mostravam também alguns efeitos colaterais: muitos deles sentiram alívio de dores reumáticas, passaram a dormir melhor e o seu estado psíquico geral melhorou bastante. Estes efeitos duravam semanas - ou, em certos casos, meses - depois de terminado o tratamento. Marguerite Maury, que se dedicou inteiramente a este trabalho, recebeu dois prêmios internacionais (em 1962 e 1967) pelas suas investigações sobre os óleos essenciais e a cosmetologia. 39
  • 42. Daniè1e Ryman - ex-discípula de Marguerite Maury que durante mais de vinte anos deu continuidade ao seu trabalho - escreve no seu livro (The Secret of Life and Youth, na versão inglesa): «Marguen»te Maury tinha algumas das excentricidades dos gênios... era um verdadeiro furacão de energia e entusiasmo e trabalhou incessantemente até morrer, literalmente de excesso de trabalho, com um ataque cardíaco que lhe sobreveio na noite de 25 de Setembro de 1968.» Marguerite Maury tinha 73 anos de idade quando faleceu. Seu marido e colega, o Dr. E.A. Maury, escreve: «Continua a mostrar o caminho aos que têm tido vontade de reconhecer o seu valor e durante muito tempo continuará a mostrá-lo aos que desejarem uma nova orientação para o seu bem estar moral e fisico.» Robert Tisserand, aromaterapeuta clínico, autor de livros e investigador britânico, publicou um dos primeiros livros escritos em inglês sobre esta terapêutica até hoje tão mal conhecida (excepto em França). Na sua primeira obra, intitulada The Art of Aromatherapy, discute a história e as propriedades e aplicações terapêuticas de muitas essências. É justo dizer-se que este livro despertou em todo o mundo, talvez mais que qualquer outro, um enorme interesse pela arte curativa da aromaterapia. 40
  • 43. 3 EM QUE PODE A AROMATERAPIA SER-NOS úTIL? A aromaterapia pode fazer por nós muito ou muito pouco, conforme a medida do esforço que nos dispusermos a aplicar para salvaguarda da nossa saúde e aumento da nossa vitalidade. Por exemplo: estará o leitor preparado para deixar de fumar ou para reduzir a quantidade de cafeína, álcool, açúcar e comidas sem valor nutritivo que costuma consumir? Quantas vezes vai dar um passeio ao campo ou mesmo ao parque da sua cidade? Poderá reservar um bocadinho do seu dia, não mais de meia hora, para se descontrair ou para entrar em comunhão com a natureza? A aromaterapia pode ajudar a tratar de inúmeros males; mas, para obter os melhores resultados, é preciso que ela faça parte de um regime holístico de saúde. Quero dizer com isto que devemos olhar para além dos sintomas e procurar ver as causas, devendo esforçar-nos por prevenir as doenças. É importante ter-se presente que a doença não cai do céu aos trambolhões - embora, por vezes, assim pareça. Há muitas causas possíveis para uma má saúde: é verdade que a hereditariedade desempenha em tudo isto o seu papel (o que é muito injusto), mas a causa dos nossos males reside, sobretudo, no nosso estado mental, no nosso estilo de vida e nos nossos hábitos alimentares. 41
  • 44. A aromaterapia holística exige, tal como outras terapêuticas holísticas, uma grande dose de empenhamento pessoal por parte do paciente. Talvez não seja tão fácil como entregar o corpo ao médico e limitar-se a tomar os remédios que ele receita; e tão-pouco se pode esperar ficar curado da noite para o dia. Mas os resultados obtidos a longo prazo valem bem o esforço aplicado. As sugestões de auto-ajuda delineadas neste livro serão úteis para reforçar o nível de energia do leitor e para lhe restabelecer uma sensação de harmonia na vida - por muito frenética que esta seja. Em todas as formas de terapêutica natural, que se orientam para a estimulação e não para a supressão das defesas naturais do organismo, o axioma fundamental é este: criando-se condições favoráveis no todo da pessoa - corpo, mente e espírito -, o corpo curar-se-á a si próprio. Esta formulação é também conhecida pelo nome de «princípio holístico». Se este conceito for novo para o leitor, veja então o capítulo 7, no qual poderá encontrar muitas sugestões para criar harmonia em todos os níveis interiores do seu ser. O tratamento aromaterápico profissional Se o leitor decidir consultar um aromaterapeuta profissional, não espere que cada um deles lhe aplique exactamente o mesmo tratamento. Cada aromaterapeuta entende a arte à sua maneira. Grande parte das suas opções dependerá de onde recebeu formação e das suas habilitações noutros ramos terapêuticos e técnicos como a reflexologia (massagem nos pontos de pressão dos pés), os Toques de Saúde (ensaios musculares, uma técnica de diagnóstico), a ervanária médica, a cura espiritual e mesmo as ciências da nutrição. Um bom aromaterapeuta, quer basicamente intuitivo (afim do curandeiro espiritual) quer clínico (partidário da administração oral de óleos essenciais) quer polivalente, segue sempre a via holística. Prepara um programa individual de cura adequado ao 42
  • 45. temperamento do paciente e às suas necessidades específicas. E o mais importante é a existência de empatia entre o paciente e o aromaterapeuta. Porque, sem empatia, pouco se pode conseguir avançar no caminho da verdadeira cura (a cura de corpo, mente e espírito). Sobre a empatia, veja o final do capítulo 4. Nos estudos de casos concretos que em seguida vou apresentar, poderá o leitor dar um relance à aromaterapia em acção em níveis diversos: o da atitude mais simples, como que sintomática (que uma vez por outra tem também um papel a desempenhar); o holístico-intuitivo (valioso para quem sofre de problemas relacionados com a fadiga e a tensão nervosa); e, por fim, o clínico-holístico - o máximo que se pode alcançar na cura holística. Estudo de alguns casos concretos Sarna A sarna é uma doença de pele provocada pela infecção de um parasita, o «ácaro da sarna» (Sarcoptes scabei), que pode ser-nos transmitido por animais do campo (em especial pelos ovinos). Elizabeth: Elizabeth, uma mulher nova que vive com a irmã numa remota e primitiva casa de campo das montanhas galesas, veio ter comigo por causa de uma infecção de sarna. O ácaro tinha-se-lhe instalado na parte inferior das costas e no abdómen. Como se coçava furiosamente, tinha a pele muito inflamada e coberta de pequeninas bolhas cheias de líquido - provocadas pela actividade de perfuração do parasita. Elizabeth vinha preparada para depositar confiança nos óleos essenciais e não se dispunha a recorrer a algum preparado mais forte que o médico lhe receitasse. Na verdade, ele já lhe tinha receitado um unguento que não dera resultado. Comecei por aconselhá-la a tomar seis cápsulas de alho por dia durante todo o tratamento, que esperávamos não ser muito demorado. Apesar de todos os anúncios que dizem o contrário, o 43
  • 46. alho é sempre notado no hálito das pessoas - mesmo quando tomado em cápsulas. Como grande parte do odor sulfuroso do alho é eliminado também pela pele, pensei que ele poderia ser bom para expulsar os assaltantes! Além disso, os tratamentos ortodoxos da sarna utilizam unguentos preparados com base de enxofre. Em seguida, dei-lhe um Pouco de essência de alfazema para pôr no banho (ela tomava banho numa tina em frente do fogão da cozinha). Depois, compus um unguento de cera de abelha com essências de alfazema e de hortelã-pimenta e recomendei-lhe que o aplicasse muito generosamente duas ou três vezes por dia. O médico já a tinha aconselhado a ferver as roupas da cama e a não partilhar roupas com a irmã (a sarna é muito infecciosa). Passada uma semana, Elizabeth comunicou-me, muito contente, que o prurido cessara. A inflamação abrandou pouco a pouco e, três semanas depois, a pele estava sã embora ainda muito escamosa. Dei-lhe um boião de creme feito em casa com óleo de amêndoas, manteiga de coco e água de rosas para lhe amaciar a pele. Pé-de-atleta O pé-de-atleta (Tinea pedis) é uma infecção por fungos que ataca a pele dos espaços interdigitais dos pés. É também capaz de surgir noutras partes do corpo sob a forma de inflamação pruriginosa. O excesso de transpiração causado pelo uso de calçado insuficientemente ventilado favorece esta infecção, que pode também ser contraída nos vestiários das piscinas e ginásios. Os casos mais graves, em que são também atacadas as unhas e outras zonas dos pés (são sintomáticas as fissuras nos calcanhares), são usualmente sinal de um mau estado geral de saúde e necessitam de tratamento holístico. Pode ser necessário adoptar um regime alimentar especial e tomar uma dose diária de complexo vitamínico B. 44
  • 47. Howard. Howard é um grande caminhante que gasta a maior parte do seu tempo livre a trepar encostas, a percorrer terrenos lodosos e a atravessar ribeiros. Anda habitualmente com os pés embrulhados em dois pares de grossas meias e enfiados numas pesadas sapatorras - isto mesmo em tempo quente! Não admira que transpire profusamente dos pés e seja atreito ao pé-de-atleta. Quando Howard me mostrou os pés pela primeira vez, trazia-os num estado lastimoso. Além de fendas dolorosas em praticamente todos os intervalos dos dedos e de espessas calosidades, tinha os calcanhares cobertos de bolhas (acabara de chegar de uma caminhada especialmente dura). Howard experimentara já todos os remédios anunciados para os pés e verificara que todos eles eram ineficazes: a infecção voltava sempre, como que a vingar-se, poucos dias depois de ele deixar de aplicar o unguento ou os pós. A minha primeira recomendação foi que apanhasse sol e ar fresco nos pés e mantivesse uma higiene escrupulosa, conservando sempre os pés o mais secos possível. Howard compreendeu a importância de não andar descalço em locais como piscinas ou tapetes de casas alheias e decidiu, assim, caminhar descalço na relva ou na praia para expor os pés aos elementos. Dei-lhe essência de alfazema para que a aplicasse três vezes ao dia, sem diluição (uma ou duas gotas), nas fendas dos dedos. Para sua grande surpresa, o óleo não ardia. O óleo de alfazema tem em comum com muitos outros óleos essenciais a particularidade de agir com suavidade nos locais dolorosos, esfolados ou infectados da pele. Dias depois, Howard tinha a pele curada. Passou a lavar cuidadosamente as meias em água muito quente com sabão (não pode lavá-las em água a escaldar porque prefere meias de lã, embora o algodão fosse melhor) e a arejar bem o calçado. Como medida preventiva, passou também a por nas pontas das meias uma ou duas gotas de essência de alfazema. Um ano depois disto, no Verão de 1990, que foi invulgarmente quente, Howard teve uma leve recaída, mas a alfazema curou- lha em um ou dois dias. O único efeito secundário de que me falou foi o facto de ter o calçado mais bem cheiroso que se pode imaginar! 45
  • 48. Tensão pré-menstrual Esta situação deve chamar-se mais propriamente «Síndroma Pré- Menstrual» (SPM), visto que a tensão é apenas uma das diversas perturbações emocionais e fisicas que as mulheres sentem alguns dias (ou duas semanas) antes do aparecimento da menstruação. Antes de apresentar o caso de Anna, vou expor as minhas ideias acerca do SPM. Os antropólogos têm comentado um facto conhecido: as mulheres das comunidades primitivas só raramente têm problemas com a menstruação. Não porque reajam de uma forma mais positiva à menstruação e à sua vida sexual (como certos psicólogos adiantaram já) mas provavelmente, acho eu, porque no caso delas a menstruação é um acontecimento mais raro. Nos seus anos de fertilidade, ou estão grávidas ou a amamentar filhos. A amamentação pode retardar por três anos o reaparecimento da menstruação. Será que um certo grau de SPM (não falo de tendências suicidas ou assassinas) é a resposta perfeitamente lógica de um sistema reprodutor saudável à situação nada natural de não estar grávida? Não estou, evidentemente, a dizer que as mulheres devam reduzir-se às funções biológicas (longe de mim tal ideia) mas sim que o SPM não é bem o estado patológico que alguns especialistas de saúde parecem querer sugerir. É indubitável que o SPM é exacerbado pela fadiga e pelos maus regimes alimentares (e é por isso que em grande parte pode ser remediado), mas a causa principal está na retenção de líquidos - provocada pelas modificações químicas naturais do organismo da mulher. Anna: Anna telefonou-me um dia, de manhã cedo, num estado de grande desespero, pedindo-me encarecidamente que fosse vê-la nesse mesmo dia. Apareci-lhe algumas horas depois e, nessa altura, já ela estava um pouco mais calma; mas ainda ia fumando cigarros atrás de cigarros. Anna tinha nessa época 38 anos e vivia sozinha com uma filha de onze anos. Aguentava-se mais ou menos no seu emprego de 46
  • 49. jornalista num jornal regional mas era-lhe cada vez mais dificil trabalhar com um mínimo de qualidade nos períodos em que padecia do SPM, que por vezes a debilitava muito. Os sintomas de que Anna se queixava variavam de mês para mês, mais ou menos graves em conformidade com as circunstâncias de momento da sua vida. Naquela ocasião, Anna queixava-se de ansiedade, insônias, manchas na pele, inchaço (tinha uma barriga enorme) e um forte desejo de doces - principalmente de chocolates. Estivemos sentadas a conversar durante perto de uma hora e ela contou-me, lavada em lágrimas, que o amante, um rapaz de 23 anos, a trocara por uma rapariga de 18. Dessa vez, tinha um bom motivo para estar deprimida. Do leque de possibilidades que lhe apresentei, Anna escolheu essências de ylang-flang (a sua essência favorita), bergamota e gerânio. Embora o ylang-ylang seja geralmente considerado em aromaterapia um óleo afrodisíaco, pouco recomendável para aquelas circunstâncias, Anna não se mostrava interessada por outras essências. Desagradava-lhe muito especialmente a manjerona, usada para situações de amargura e tida por anti- afrodisíaca. Mas eu deixo sempre que as pessoas se guiem, nestes assuntos, pelo seu instinto. De resto, o gerânio era uma boa escolha, dadas as suas propriedades diuréticas, e a bergamota igualmente, pelo seu aroma estimulante e indutor de alegria. Ambas estas essências se misturam bem com o ylang- ylang e têm um efeito equilibrador do sistema nervoso central. O tratamento foi constituído por uma massagem geral, prestando especial atenção às costas (as zonas que ladeiam a coluna vertebral são a porta de entrada para todo o sistema nervoso da pessoa). E procurei também equilibrar as energias interiores da aura (v. cap. 4). No fim do tratamento, Anna estava quase a dormir e eu deixei- a só para que gozasse tranquilamente a paz reencontrada. Telefonou-me depois a dizer que se sentia muito mais leve, como se lhe tivessem tirado um peso de cima dos ombros. 47
  • 50. Durante cerca de um ano a partir de então, Anna submeteu-se a uma massagem aromaterápica sempre que sentiu necessidade: uma ou duas vezes por mês. Trabalhámos juntas no melhoramento do seu regime alimentar. Sempre que se lembrava, pedia-me também um suplemento de óleo de enotera especialmente composto para o SPM. Ganhara o hábito de tomar cinco ou seis púcaros de café por dia (grande brutalidade para o sistema nervoso). Acabou por ser capaz de pôr o café de lado alguns dias antes do período, mas continuou a beber uma ou duas chicaras pequenas durante o resto do tempo. Quanto ao tabaco, procurámos uma solução de compromisso. Ela sentia que não era capaz de dispensá-lo por completo, mas estabilizou o consumo em três ou quatro cigarritos por dia em vez de dez ou quinze. Anna usa no banho óleos essenciais - quer para cuidar da pele e para se perfumar quer para ganhar ânimo. Tem uma verdadeira paixão pela mistura de ylang-ylang com patchulli. Embora ainda tenha ligeiros inchaços e se sinta um pouco chorosa antes do período, os seus níveis de energia geral são agora muito melhores. Dorme muito melhor e consegue pensar mais facilmente. Há vários meses atrás, Anna mudou-se com a filha para o sueste de Inglaterra. Da última vez que me deu notícias, estava a preparar-se para casar com o seu novo companheiro e sócio, com quem abriu um pequeno café onde vendem também alimentos naturais! Desgostos O caso que apresento a seguir é invulgar, pois Charlotte (este nome não é o verdadeiro) não me havia revelado o autêntico motivo da sua tão grande necessidade de aromaterapia. Pelo contrário: foi por via intuitiva que descobri grande parte da verdade - que mais tarde vim a confirmar, por um puro acaso, graças a uma amiga de Charlotte. 48
  • 51. Este caso serve também para exemplificar a muito real necessidade daquilo a que nos círculos de curadores naturistas se dá o nome de «protecção psíquica». Os sentimentos desconfortáveis que nós absorvemos das pessoas que procuram a nossa ajuda (e nisto se inclui o simples facto de ouvir com simpatia o que vêm dizer-nos) podem perdurar em nós durante horas e até dias, a menos que saibamos dissipá- los. Isso pode ser conseguido por meio de técnicas como a «regulação da aura» e a «sintonização com a natureza» ou, pura e simplesmente, tomando um banho de chuveiro e uma dose do Remédio de Socorro do Dr. Bach (v. cap. 7). Charlotte: Charlotte é uma mulher de boa saúde, com pouco mais de quarenta anos, que encara a aromaterapia como um mero tratamento de beleza de luxo. Inscreveu-se para o «serviço», como disse - uma massagem ao rosto e a todo o corpo pois precisava de «regalar-se» um pouco. Isto é tudo quanto contarei acerca de Charlotte, a fim de proteger-lhe o anonimato. Bastará dizer que resolvi brincar com a ideia dela sobre a aromaterapia - uma pura e simples maneira de uma pessoa se descontrair. Bem, na realidade não é preciso estar-se doente para gozar os bons efeitos da massagem aromaterápica. A primeira impressão que Charlotte me causou foi a de ser uma pessoa simpática, mas também senti que a fachada era pura representação e que por detrás dela se ocultava uma personalidade muito fechada consigo pró pria. Escolheu para a massagem uma combinação de incenso, rosa e cedro e começou a descontrair-se logo de imediato. A atmosfera da sala era realçada com uma música de flautas muito suave, e essa música, conjugada com os aromas dos óleos, começou também a criar em mim (quanto a Charlotte, não estou segura!) um estado meditativo. Embora eu não tencionasse trabalhar-lhe a aura, as minhas mãos começaram a percorrer o campo de energia que lhe rodeava o corpo. Quando me aproximei do « centro do coração», senti um peso no peito. Charlotte tossiu e eu senti que estava a retrair-se, a recusar libertar uma dor qualquer que lhe pesava fortemente no coração. 49
  • 52. No final do tratamento, Charlotte não dava sinais de angústia. Na realidade, disse mesmo que se sentia maravilhosamente e inscreveu-se para nova massagem na semana seguinte. Não consegui dormir nessa noite e, na outra, o meu sono foi invadido por uma série de sonhos perturbantes. Eu tinha cometido a loucura de não aplicar nenhuma das técnicas de protecção psíquica que no curso de estudos esotéricos, como aprendiza de curadora, me haviam ensinado. Estava convencida de que a massagem fora apenas superficial. Enfim, para encurtar razões, ao longo de várias outras sessões de aromaterapia com Charlotte fui sentindo algo que acabei por identificar com o desgosto. Claro, porém, que depois daquele primeiro choque tinha já tomado precauções para afastar de mim com a maior facilidade quaisquer reminiscências de mal estar. Charlotte continuou a submeter-se aos tratamentos de aromaterapia durante vários meses (uma vez de três em três ou de quatro em quatro semanas). Usava óleos essenciais no banho e para perfumar a casa. As essências que escolhia eram quase todas de madeiras ou resinas - sândalo, cedro, incenso e mirra -, alegradas com rosa ou ylang-ylang e, de vez em quando, com salva mansa. Depois do quarto ou quinto mês de tratamentos, comecei a sentir que a dor ia diminuindo; mas nem uma única vez ela entrou em confidências. Foi também mais ou menos por essa altura que encontrei numa festa uma amiga de Charlotte que comentou o facto de ela andar agora muito melhor «apesar das circunstâncias...». E acrescentou: «Evidentemente que ela vai ter de carregar com a tragédia do suicídio da filha durante o resto da vida.» Hiperactividade Uma criança caprichosa, sempre pronta para as suas travessuras e correrias, não é necessariamente uma criança hiperactiva. 50
  • 53. A verdadeira criança hiperactiva dorme muito pouco (talvez mesmo só quatro ou cinco horas por noite), mostra um grau de atenção muito mais restrito que o das demais crianças e comporta-se de uma maneira que é mais caótica que simplesmente enérgica. Os seus professores e os seus pais ficam, evidentemente, muito aflitos. Muitas dessas crianças são medicadas com produtos químicos a fim de se lhes poder domar os ímpetos. É, em muitos casos, uma opção excessivamente rude porque se pode reduzir a hiperactividade por meios mais seguros e, em minha opinião, mais humanos. O primeiro passo a dar consiste em modificar o regime alimentar da criança. Um dos pioneiros neste campo foi o Dr. Ben Feingold, que nos anos 60 chefiava o Departamento de Doenças Alérgicas do «Kaiser-Permanent Medical Center» de San Francisco, na Califórnia. O Dr. Feingold descobriu que as crianças hiperactivas melhoravam sensivelmente quando passavam a um regime alimentar em que fossem completamente postos de lado todos os alimentos que contivessem aditivos aromatizantes ou corantes artificiais. Observou-se que as crianças hiperactivas (como também certos adultos) apresentavam problemas de comportamento simultâneos com as alergias cutâneas. O estudo do caso de Owen, que a seguir apresento, pode ser exemplificativo de um êxito apenas parcial. Como frequentemente acontece na medicina holística, só muito poucas pessoas se encontram preparadas para respeitar de uma forma duradoura a necessária disciplina alimentar. Este facto deve-se, em grande parte, às pressões sociais. É extremamente dificil conseguir que uma criança se abstenha de absorver alimentos inúteis quando as demais crianças do seu meio comem tudo e mais alguma coisa sem que nada pareça fazer-lhes mal. A tensão nervosa causada pelo sentimento de se ser um «proscrito da sociedade» pode anular algumas das vantagens de um regime alimentar totalmente puro, baseado apenas em alimentos naturais; e assim, como no caso dos pais de Owen, é por vezes necessário adoptar uma solução de compromisso. 51
  • 54. Owen: Quando conheci Owen, ele tinha sete anos de idade e era um rapaz-furacão que punha a casa em alvoroço e berrava como um possesso. Muitas crianças dessa idade são também turbulentas, mas Owen era um pequeno desordeiro. Seus pais, Bronwen e David, estavam desesperados. Haviam recebido mais uma carta da escola a fazer-lhes queixa da falta de atenção de Owen nas aulas e da violência que ele exercia sobre as outras crianças. Embora inteligente (por vezes, causava a admiração dos professores), Owen era considerado uma «criança problemática», necessitada de cuidados especiais. Tinha o sono muito leve (acordava ao mínimo ruído) e nunca dormia mais de seis horas (nas noites menos más). Ora, a maior parte das crianças de sete anos dorme cerca de dez horas a fio. Bronwen contou-me que o filho fora uma criança dificil logo a partir do nascimento: passava os dias e as noites a chorar e exigia atenções permanentes. Escusado será dizer que Bronwen e David estavam extenuados. Na realidade, eu soube do caso de Owen porque tratava a «fadiga» dos pais. Se bem que as massagens aromaterápicas lhes estivessem a abafar parte da tensão, tornou-se-nos evidente a todos que Owen necessitava também de tratamento. Combinámos que eu iria conhecer o pequeno no seu próprio meio doméstico para bem avaliar o seu comportamento. Owen mostrou grande empenho em mostrar-me o seu novo jogo de carros de corrida eléctricos e levou-me ao seu quarto pela mão. O cenário fez-me vacilar: em todas as paredes se viam gritantes formas geométricas vermelhas, amarelas e verdes. Era, obviamente, um péssimo conjunto de cores para o quarto de cama de uma criança hiperactiva! Não tive coragem para falar nisto aos pais de Owen - foi uma falha da minha parte. O regime alimentar de Owen era uma coisa assustadora. Embora capaz de comer saladas, frutos frescos e pão integral (coisa que nem sempre acontece no caso das crianças hiperactivas), davam-lhe liberdade para encher-se de doces e barras de chocolate que regava com bebidas de cola, laranjadas e chá. 52
  • 55. Bronwen tinha mesmo descoberto que o filho ficava «numa fúria» sempre que comia uma lata de certa sopa fabricada com glutamato de sódio ou uns filetes de peixe corados com tartrazina (agente corante que actualmente está a ser posto de lado). Dei aos pais de Owen o endereço do «Hiperactive Children's Support Group» (HACSG) e recomendei-lhes que escrevessem para lá a pedir o folheto sobre regimes alimentares (baseado na dieta de Feingold). Preparei um óleo de massagem com alfazema e salva mansa e pedi a Owen que me dissesse se gostava do cheiro. O pequeno respondeu imediatamente que sim. Nós não estávamos certos de Owen ser capaz de se deixar estar deitado durante o tempo suficiente para eu lhe massajar as costas; mas ele causou a nossa admiração aguentando cerca de dez minutos. Na realidade, depois de esbracejar e soltar risadinhas durante os primeiros momentos, começou a dar mostras de agrado. Ele sabia que os pais andavam a receber massagens aromaterápicas e creio que o facto de também as receber lhe dava a sensação de ser uma pessoa crescida e importante. Bronwen contou-me, no dia seguinte, que Owen dormira profundamente durante perto de seis horas e que pela primeira vez na vida não acordara diversas vezes para ir à casa de banho. Owen recebeu massagens aromaterápicas semanais durante uns três meses. À noite, tomava também um banho com alfazema, salva mansa ou camomila - e, por vezes, uma mistura destas três essências. Recomendei-lhe os Remédios Florais de Bach (remédios «vibratórios» completamente inócuos) a fim de ajudá-lo a transformar o seu comportamento, frequentemente iracundo e violento, numa actividade enérgica mas de sinal positivo. Os pais tentaram, meio desanimados, pôr em prática o regime alimentar do HACSG e, tal como esta associação recomendava, fizeram-lhe aplicações cutâneas de óleo de enotera. O certo é que as massagens e a técnica de equilíbrio de energias (da aura) operaram maravilhas - o pequeno passou a dormir muito melhor. Mas o efeito durava apenas uns dois dias de cada vez, pois o regime alimentar de Owen continuava a 53
  • 56. conter muito açúcar refinado e muitos aditivos químicos. Ensinei Bronwen e David a praticar a sequência de movimentos da massagem das costas a fim de que a pudessem utilizar como forma de «primeiros socorros». O ritual do banho aromatizado e da massagem passou a ser praticado todas as noites antes de Owen se deitar. Na realidade, o comportamento de Owen melhorou o bastante para que na escola se desse por isso. Eu, porém, não fiquei inteiramente feliz com esta nova situação porque a aromaterapia estava a ser utilizada como mero paliativo. Assim, sugeri a Bronwen e David que recorressem à homeopatia pois pensava que esta iria atingir um nível mais profundo. O homeopata aceitou com muito gosto a continuação dos banhos e massagens aromaterápicos mas não deu igual importância ao regime alimentar de Owen - há homeopatas que não concordam com a reforma dietética. Claro que esta solução agradou tanto a Owen como a seus pais. Só o tempo poderá dizer-nos se o tratamento homeopático foi bem sucedido. SIDA Karin Cutter é uma médica naturopata que exerce a sua profissão na Nova Gales do Sul, na Austrália. Estou-lhe muito grata por ter-me deixado utilizar este notável caso de John4. Eis um trecho da sua carta: «John sempre fez tudo quanto pôde para tentar convencer outros doentes como ele de que talvez as terapêuticas alternativas lhes possam dar alívio mas, infelizmente, poucos se mostram interessados ou se dispõem a respeitar a disciplina alimentar durante algum tempo. Nem John nem eu vemos qualquer incon- 4 A história de John é um resumo do relato que foi publicado no «International Journal of Aromatherapy». 54
  • 57. veniente em que sejafeito uso da sua história, especialmente se a sua divulgação for benéfica para outras pessoas.» John: John teve de abandonar em 1985 a sua carreira de engenheiro consultor por estar gravemente doente. Foi transferido para um hospital de Sidney e aí lhe disseram que tinha SIDA. Os médicos davam-lhe dois anos de vida. John, porém, não estava disposto a morrer. Descobriu um terapeuta holístico que lhe ensinou algumas coisas sobre reforma dietética, meditação e visualização. Apesar do cepticismo dos especialistas do hospital, John começou a dar sinais de melhoria. O seu nível de energia subiu e as tumefacções que apresentava no pescoço e nas virilhas, do tamanho de uma noz, começaram a diminuir. Em Dezembro de 1985, todavia, John teve uma recaída e criou uma alergia ao poderoso antibiótico de amplo espectro que haviam estado a ministrar-lhe contra a bronquite que o atacara. Perdeu muito peso e começaram a espalhar-se-lhe por toda a pele as lesões purpúreas escuras características da SIDA. Passava também por fases de depressão e confusão mental. Os médicos eram de parecer que não tinha hipóteses de salvação. Embora mal podendo aguentar-se de pé, John aventurou-se a uma última e desesperada tentativa de sobrevivência e entrou em contacto com a clínica naturopática onde Karin Cutter trabalhava (o seu primeiro naturopata tinha-se mudado para Melbourne). John foi o primeiro doente de SIDA a ser tratado por essa clínica. O tratamento centrou-se na estimulação do sistema imunitário de John - que estava a ser flagelado por diversos fungos e parasitas intestinais -, começando-se por um regime alimentar sem fermentos nem açúcar e um tratamento aromaterápico baseado nos óleos de alho, Melaleuca e tomilho. Na prática, o óleo de Melaleuca, de múltiplas aplicações, mostrou ser o elemento mais útil, tendo sido empregado de diversos modos - banhos, inalações de vapor e supositórios. Quando o uso externo da Melaleuca deixou de dar resultado (ao cabo de muitos 55
  • 58. meses), o óleo passou a ser administrado por via oral - provocando a eliminação de mais toxinas. A recuperação de John foi objecto das atenções dos meios de comunicação australianos. Já passaram cinco anos sobre a data da sua sentença oficial de morte, mas continua vivo e de boa saúde e dedica grande parte do seu tempo a dar estímulo e coragem a outros padecentes de SIDA que lutam pela sobrevivência. Importante: Karin Cutter deseja salientar que quem sofrer de SIDA ou de qualquer outra doença grave não deve meter-se em aventuras por sua conta e risco mas sim procurar a orientação de um clínico, holístico ou ortodoxo, devidamente habilitado e autorizado. Sem uma verdadeira compreensão da natureza profunda da doença, as consequências podem ser devastadoras. E muito mais... Os seis casos concretos que apresento neste livro são os que o espaço disponível permitiu. Poderíamos escrever livros inteiros sobre os homens, mulheres e crianças (e animais, também ... ) que de um modo ou de outro foram já auxiliados pelos óleos essenciais. Os aromaterapeutas clínicos estão a empregar cada vez mais os óleos essenciais no tratamento de doenças graves. Por exemplo: Ellen Asjes, da Holanda, é uma conceituada fisioterapeuta e hielpraktiker (o mesmo que, nos Estados Unidos, um médico naturopata) que já tratou com êxito o seu próprio marido, Ray Smith, de um cancro do figado. Foi importante o papel dos óleos essenciais na recuperação. E tratou também um homem a quem fora diagnosticada a presença de anticorpos da SIDA (prova de HIV positiva). Depois de um tratamento que incluía óleos essenciais, as análises da urina e do sangue revelaram a ausência do HIV. 56
  • 59. A aromaterapia intuitiva é objecto da irrisão dos clínicos ortodoxos (e até de alguns aromaterapeutas de mentalidade científica), mas tem também um lugar no esquema holístico das coisas. O aconselhamento, parte importante da aromaterapia intuitiva, e a massagem curativa podem ser muito úteis para liquidar à nascença um processo mórbido incipiente. Cada vez mais se concorda (mesmo nos meios da medicina ortodoxa) em que o sentimento de infelicidade e a fadiga geral são factores que contribuem para a instalação das doenças crónicas. 57
  • 60. 4 COMO ACTUA A AROMATERAPIA? Em termos simplistas, a aromaterapia actua pela influência que exerce, ao mesmo tempo, em dois níveis: o fisico e o emocional. Podíamos ainda mencionar outro nível, o espiritual. Se bem que possamos perceber estes níveis em separado, eles estão, de facto, interligados e não nos é lícito separar partes que constituem um todo. Embora os efeitos das essências naturais na mente e no corpo possam ser verificados pela ciência, a dimensão espiritual é, evidentemente, mais inefável, tão etérea como a fragrância de uma bela flor. Seja como for, procurarei expor esse aspecto espiritual em termos que me são próprios. Exploremos primeiro, porém, as vias - mais tangíveis - que o óleo essencial pode percorrer na sua travessia pelo corpo e pela mente de uma pessoa. Absorção cutânea Muitas pessoas pensam que a pele é uma cobertura impermeável cuja única função consiste em manter o sangue e os vários órgãos no interior do corpo e a água fora. Dizer-lhes que a pele pode absorver os óleos essenciais, permitindo que se infiltrem nos 59