1. Prémde is o
o rn m
“ (...) o momento histórico
brasileiro interferiu na
produção literária,
marcando a transição dos
valores estéticos do século
XIX para uma nova
realidade que se
desenhava (...)
2. “Pré” Modernismo???
O termo pré-modernismo
parece haver sido criado
por Tristão de Athayde, Os modelos literários realistas-
naturalistas eram essencialmente
para designar os universalizantes. Aos escritores
"escritores pré-modernistas, ao contrário,
contemporâneos do neo- interessavam assuntos do dia-a-dia
dos brasileiros, originando-se,
parnasianismo, entre 1910 assim, obras de nítido caráter
e 1920" social.
3. Momento Histórico
O período foi marcado por uma série de conflitos como
as greves operárias em São Paulo
a Guerra do Contestado e a Guerra de Canudos
O cangaço
a política dirigida pela oligarquia rural
o nascimento da burguesia urbana
a industrialização
segregação dos negros pós-abolição
o surgimento do proletariado
a imigração européia.
4. Contemporâneos
Registre-se que ainda estão ativos
(neste período), autores parnasianos
como Olavo Bilac, Raimundo Correia
e Francisca Júlia, dominando o
cenário da Academia Brasileira de
Letras e que, portanto,convivem com
os escritores pré-modernistas.
5. Linguagem simples e coloquial
• Apesar de alguns conservadorismos, o caráter
inovador de algumas obras, que representa uma
ruptura com o passado, com o academiscismo;
• Lima Barreto ironiza tanto os escritores
"importantes" que utilizavam uma linguagem
pomposa quanto os leitores que se deixavam
impressionar: "Quanto mais incompreensível é ela
(a linguagem), mais admirado é o escritor que a
escreve, por todos que não lhe entenderam o
escrito" (Os bruzundangas).
6. Realidade Brasileira
• A denúncia da realidade brasileira,
negando o Brasil literário herdado do
Romantismo e do Parnasianismo;
• o Brasil não-oficial do sertão nordestino,
dos caboclos interioranos, dos subúrbios,
é o grande tema do Pré-Modernismo.
7. Regionalismo
• o Norte e o Nordeste com
Euclides da Cunha;
• o vale do Paraíba e o interior paulista com
Monteiro Lobato;
• o Espírito Santo com Graça Aranha;
• o subúrbio carioca com Lima Barreto.
8. Os tipos humanos
marginalizados:
• o sertanejo nordestino,
• o caipira,
• os funcionários públicos,
• os mulatos.
9. O Pré-Modernismo é uma fase de
transição e, por isso, registra :
• Um traço conservador
– A permanência de características
realistas/naturalistas, na prosa, e a permanência de
um poesia de caráter ainda parnasiano ou
simbolista.
• Um traço renovador
– Esse traço renovador — como ocorreu na música
— revela-se no interesse com que os novos
escritores analisaram a realidade brasileira de sua
época: a literatura incorpora as tensões sociais do
período.
10. Os principais autores
pré-modernistas
Embora vários autores sejam
classificados como pré-modernistas,
este não se constituiu num estilo ou
escola literária, dado a forte Lima Barreto
individualidade de suas obras ,que
essencialmente eram marcadas por
duas características comuns:
conservadorismo - traziam na sua
estética os valores parnasianos e Euclides Monteiro
naturalistas; da Cunha Lobato
renovação - demonstravam íntima Pré
relação com a realidade brasileira e as modernistas
tensões vividas pela sociedade do
período
Embora tenham rompido com a
temática dos períodos anteriores, esse Graça Augusto
autores não avançaram o bastante Aranha dos Anjos
para ser considerados modernos -
notando-se, até, em alguns casos,
resistência às novas estéticas.
11. Literatura e Realidade
Autores brasileiros como Lima Barreto, Euclides da
Cunha e Graça Aranha usaram a literatura para
traçar uma nova interpretação do Brasil e discutir
seu futuro.
12. no Rio
de Janeiro
Revolta da Chibata
(João Cândido)
Revolta da Vacina
(varíola-1904)
13. Lima Barreto Em meio ao caos gerado por esses conflitos,
as autoridades passaram a efetuar prisões de
forma generalizada. Testemunha ocular das
agitações que marcavam as ruas cariocas
naquele tempo, o escritor Lima Barreto
registrou em seu "Diário Íntimo" as inúmeras
violências e arbitrariedades de que foram
vítimas os populares revoltosos:
Lima Barreto detém-se na análise das
populações suburbanas do Rio de
Janeiro
14. Triste Fim de Policarpo Quaresma
Lima Barreto procurou
"escrever brasileiro",
com simplicidade.
Para isso, teve de
ignorar muitas vezes
as normas
gramaticais e de
estilo, provocando a
ira dos meios
acadêmicos
conservadores e
parnasianos.
15. “Lima Barreto, simbolicamente,
aponta as engrenagens da História: Pátria, ao
fim e ao cabo, é uma construção, não um
sonho; é um processo de enfrentamento da
realidade, não de idealismo. Amar a Pátria
significa participar da criação de todos, para
todos - Policarpo Quaresma está vivo dentro
dos que querem um país que abrigue todos
os brasileiros.”
(Flávia Suassuna)
16. O homem que sabia Javanês (1911)
O protagonista que estava
desempregado vê um anuncio que
oferece um emprego para professores
de javanês; tratava-se de um senhor
que tinha um livro antigo que segunda
crenças de família era detentor de
prosperidade, felicidade e poder. Para
que tais feitos realizassem-se era
necessário ler o tal livro: é exatamente
aí que nosso amigo Machado entra na
história, pega o cartaz do anúncio de
emprego e levando em consideração
que nunca nem ouviu falar do tal
javanês entra em uma biblioteca e vai
em busca de algumas informações.
17. Nova Califórnia
O livro conta a história de um químico
misterioso que aparece na pequena cidade de
Tubiacanga e realiza a incrível experiência
de transformar ossos humanos em ouro. Tem
início, assim, uma deliciosa paródia à
corrida do ouro do final do século XIX nos
Estados Unidos, já transformada em novela
de televisão.
Lima Barreto na TV
Novela da Rede Globo- Fera Ferida (1994)
O enredo foi inspirado no universo ficcional de Lima
Barreto, mais especificamente nos romances Clara dos
Anjos, Recordações do Escrivão Isaías Caminha,
Triste Fim de Policarpo Quaresma, Vida e Morte de
M. J. Gonzaga de Sá, e em personagens dos contos
Nova Califórnia e O Homem que Sabia Javanês.
18. No nordeste do Brasil
A Era do cangaço o fanatismo religioso do Antônio Conselheiro e a
(Lampião) Padre Cícero Guerra de Canudos
19. Euclides da
Cunha
Quando irrompeu o movimento de
Canudos, São Paulo colaborou com o
país na repressão do conflito, mandando
para o teatro da luta o Batalhão Paulista.
Euclides foi encarregado pelo jornal
Estado de S. Paulo para acompanhar
como observador de guerra o
movimento rebelde chefiado por
Antônio Conselheiro no arraial de
Canudos, em pleno sertão baiano.
20. “Aquela Campanha de Canudos lembra um refluxo para o passado.
E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo".
Euclides da Cunha
21. Os Sertões: denúncia da
violência
Euclides não ficou até a derrubada de
Canudos. Mas conseguiu reunir
material para, durante cinco anos,
elaborar Os Sertões (1902).
Euclides da Cunha percebeu que a
guerra tinha como razões profundas o
latifúndio, o coronelismo, a
servidão, o isolamento cultural e a
dureza do meio.
Ele foi o primeiro escritor brasileiro a
diagnosticar o subdesenvolvimento do
Brasil, referindo-se à existência de
dois países contraditórios: o do
litoral e o do sertão. Canudos
resultou do confronto entre esses dois
Brasis, distintos entre si no espaço e
no tempo, pelo atraso de séculos em
que vivia mergulhada a sociedade
rural. Euclides conseguiu ficar
internacionalmente famoso com a
publicação desta obra-prima.
22. O obra
Divide-se em
três partes:
A terra O homem A luta
24. Tragédia da vida real
• O escritor morreu em 1909. Ao saber que sua
esposa, mais conhecida como Ana de Assis, o
abandonara pelo jovem tenente Dilermando
de Assis, que aparentemente já tinha sido ou
era seu amante há tempos - e a quem
Euclides atribuía a paternidade de um dos
filhos de Ana, "a espiga de milho no meio do
cafezal" (querendo dizer que era o único louro
numa família de tez morena) -, saiu armado
na direção da casa do militar, disposto a matar
ou morrer. Dilermando era campeão de tiro e
matou-o. Tudo indica que o matou lealmente,
tanto que foi absolvido na Justiça Militar. Ana
casou-se com ele.
• O corpo de Euclides foi examinado pelo
médico e escritor Afrânio Peixoto, que
também assinou o laudo e viria mais tarde a
ocupar a sua cadeira na Academia Brasileira
de Letras.( minissérie DESEJO em 1990)
28. Monteiro Lobato
Num artigo publicado em 1917, Monteiro
Lobato reagiu assim à exposição de Anita
Malfatti, no jornal O Estado de São Paulo:
"Há duas espécies de artistas.
Uma composta dos que veem
normalmente as coisas e em
consequência fazem arte pura.
(...) A outra espécie é formada
dos que veem anormalmente a
natureza e a interpretam à luz das
teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica de escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos
da cultura excessiva. São
produtos do cansaço e do
sadismo de todos os períodos da
decadência(...)“
“O Moderno antimodernista?” (in Paranóia ou mistificação? )
29. A Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti foi realizada em São Paulo, entre 12 de dezembro de
1917 e 11 de janeiro de 1918, e é considerada o "estopim" da Semana de Arte Moderna de 1922. O impacto
das telas de Anita tem a ver com seu aspecto expressionista, novo para os padrões da arte brasileira de então.
30. Autor de
prestígio
Moralista e doutrinador, aspirava
ao progresso material e mental do
povo brasileiro. Criou a primeira
editora nacional ( Monteiro Lobato
& Cia.), e mais tarde a Companhia
Editora Nacional e a Editora
Brasiliense.
Nacionalista, denunciava
escândalos relacionados com a
extração do petróleo e durante a
Ditadura Vargas (1941) foi preso
por ataques ao governo.
31. “Urupês” é uma série de 14 contos, tendo como ênfase
Urupês a vida do caboclo, através de seus costumes, crenças e
tradições.
A jóia do livro é a personificação da figura
do caboclo, criando o famoso personagem
“Jeca Tatu”, apelidado de urupê (uma
espécie de fungo parasita). Vive "e vegeta
de cócoras", à base da lei do menor esforço,
alimentando-se e curando-se daquilo que a
natureza lhe dá, alheio a tudo o que se
passa.
Com a personagem Jeca Tatu, um típico
caipira acomodado e miserável do interior
paulista, Lobato critica a face de um
Brasil agrário, atrasado e ignorante,
cheio de vícios e vermes. Seu ideal era um
país moderno estimulado pela ciência e pelo
progresso.
Capa original, 1918
32. Graça Aranha
Professor de direito, promotor
público, juiz e diplomata, o
maranhense Graça Aranha
teve uma vida movimentada
em 62 anos: acompanhou
Joaquim Nabuco como seu
secretário na Inglaterra, e mais
tarde seria ele próprio
diplomata na Noruega, na
Holanda e na França. Foi no
período de diplomacia que
Graça Aranha
lançou seu livro mais famoso, escreveu um romance
o romance Canaã(1902).
de tese...mas afinal,
que tese era essa?
33. “Uma tese simples porém equivocada, a da
superioridade de certas raças sobre outras, com base
em idéias filosóficas ou psicológicas duvidosas. A
palavra instinto, por exemplo, aparece dezenas de
vezes nas 285 páginas de Canaã, mas não associada
à psicanálise de Sigmund Freud (neste época Freud
já havia escrito, entre outras obras, A
Psicopatologia da Vida Cotidiana), mas a
conceitos como o de evolução, mencionado apenas
de passagem por Darwin em A Origem das
Espécies e desenvolvido de maneira equivocada
por Herbert Spencer: a evolução vista como um
confronto de seres inferiores versus superiores. Os
colonos alemães são vistos como símbolos de uma
realidade onde as pessoas são, pela própria
natureza, melhor talhadas para a realização de
grandes obras. Já o mulato é visto quase sempre
como representante de uma classe ou indolente ou
até trabalhadora, mas que não tem nenhuma
grandeza.” (por Fábio Fernandes, em O viajante
Imóvel)
34. Fontes
• http://wapedia.mobi/pt/Pr%C3%A9-Modernismo
• BOSI, Alfredo. A Literatura Brasileira: vol. V - O Pré-Modernismo, 4ª ed., São
Paulo: Cultrix, 1973.
• FARACO, Carlos e MOURA, Francisco. Língua e Literatura, volume 3, Ática, São
Paulo, 2ª ed., 1983115
• http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/historia-literatura-411313.shtml
• http://www.mundovestibular.com.br/articles/355/1/TRISTE-FIM-DE-POLICARPO-
QUARESMA---Lima-Barreto-Resumo/Paacutegina1.html
• TV CULTURA on line
• http://www.overmundo.com.br/blogs/valeu-a-pena-canaa-de-graca-aranha
• (UOL EDUC)
Pesquisa e Organização
Profª Cláudia Heloísa C. Andria
Licenciada em Letras - Unisantos