O documento descreve a Região Vinhateira do Alto Douro, classificada como Património Mundial pela UNESCO. A região é a primeira demarcada no mundo para a produção do Vinho do Porto e cobre 26 mil hectares ao longo do Rio Douro. O documento detalha a história da demarcação da região, suas sub-regiões, quintas importantes, castas de uva e tipos de Vinho do Porto produzidos.
1. Região Vinhateira do Alto Douro
Classificado pela UNESCO como
Património da Humanidade
Disciplina de TURISMO
Trabalho realizado por Albertina Lima
– N.º 1 – Turma TAV
2. Introdução
Este trabalho tem como finalidade referenciar a
região vinhateira do Alto Douro, a qual foi
classificada como Património da Humanidade,
pela Organização das Nações Unidas para a
Cultura, Ciência e Educação – UNESCO, tendo esta
organização como objetivo identificar e preservar
locais de importância cultural ou natural de
excelência, classificando-os como património
comum da humanidade.
Nele serão descritas as diversas regiões
demarcadas, onde é produzido o Vinho do Porto,
sendo ainda aludido os diversos tipos de vinho e as
suas classificações.
3. Património Mundial da Unesco
• Região Vinhateira do Alto Douro
• Património da Humanidade
• Classificado em 14 de dezembro de 2001, pela
UNESCO
4. Património Mundial da Unesco
• Região com mais de 26 mil hectares;
• Também conhecida como Alto
Douro Vinhateiro;
• Situada a nordeste de Portugal;
• Banhada pelo Rio Douro;
• Produz vinho há mais de 2.000 anos;
• Primeira região vitícola demarcada
do mundo, em 1756, por Marquês
de Pombal, para promover e
preservar a produção do já então
célebre Vinho do Porto, tendo sido
criada a Companhia Geral da
Agricultura das Vinhas do Alto
Douro ou Real Companhia Velha.
5. Património Mundial da Unesco
• A Região do Douro foi demarcada
inicialmente por 201 marcos de granito e
cinco anos depois, em 1761, com mais 134
marcos, perfazendo o total de 335.
• Em 10 de maio de 1907 (146 anos depois), a
região demarcada estende-se para o Douro
Superior, ao abrigo do decreto assinado
por João Franco.
• Contudo, ao longo do século XX, a Região
Demarcada do Douro tem sido objeto de
vários modelos de regulação (em 1995 é
criada a Comissão Interprofissional da Região
Demarcada do Douro - CIRDD), com o objetivo
de regulamentar o sistema de distribuição
do Benefício (quantidade de mosto autorizado
para fazer o vinho do Porto, de acordo com as
características e qualidade das videiras).
6. Património Mundial da Unesco
• Paisagem de rara beleza;
• Caracterizada por atividades associadas à produção do vinho;
• Representa um magnífico exemplo de uma tradicional região produtora de vinho
da europa, onde socalco a socalco é referenciada uma escultura inédita, criando-se
um ecossistema de valor único, preservado da erosão, devido às características de
aproveitamento do terreno;
• Milhares de hectares de vinha, sendo ainda hoje a viticultura, realizada quase
totalmente à mão, devido à natureza do solo que dificulta a utilização de máquinas
7. Concelhos abrangidos pela Unesco
• Desta zona distinguida pela UNESCO, fazem parte treze concelhos, os quais se
estendem ao longo das encostas do Rio Douro e dos seus afluentes, Varosa,
Corgo, Távora, Torto e Pinhão:
• Alijó
• Armamar
• Carrazeda de Ansiães
• Lamego
• Mesão Frio
• Peso da Régua
• Sabrosa
• Santa Marta de Penaguião
• São João da Pesqueira
• Tabuaço
• Torre de Moncorvo
• Vila Nova de Foz Côa
• Vila Real
8. Divisão Geográfica
A Região Demarcada do Douro divide-se em 3 zonas:
• Baixo-Corgo – Representando 51% da área ocupada por vinha, inserida na
margem direita do Rio Douro, desde Barqueiros ao Rio Corgo (Régua) e na
margem esquerda, desde a freguesia de Barrô até ao Rio Temi-Lobos, nas
proximidades da Vila de Armamar;
• Cima-Corgo – Com 36 % da área ocupada por vinha da região
demarcada, estende-se desde as fronteiras da região Baixo-Corgo e vai até ao
meridiano que passa no Cachão da Valeira;
• Douro Superior – Representado a área mais pequena, com aproximadamente
13%, desde as fronteiras da região Cima-Corgo, prolongando-se até à fronteira
espanhola.
10. Divisão Geográfica
Em cada zona da região demarcada, existem quintas que se distinguem pela sua
importância, a nível da produção de mostos de grande qualidade, pela sua história,
beleza e localização:
Baixo-Corgo
Quinta do Côtto
Quinta do Vale Abraão
Quinta da Pacheca
11. Divisão Geográfica
Cima-Corgo
Quinta do Panascal
Quinta do Bom Retiro Quinta das Carvalhas
Quinta da Boavista
Quinta do Infantado
Quinta do Porto
Quinta de La Rosa
Quinta da Foz
Quinta do Noval
Quinta da Roeda
Quinta dos Malvedos
Quinta do Infantado
13. Tipos de Vinho do Porto
• O Vinho do Porto é um vinho licoroso, produzido na Região
Demarcada do Douro.
• O processo de fabrico, baseado na tradição, inclui:
• A paragem da fermentação do mosto pela adição de aguardente
vínica – aguardentação (adição de aguardente ao mosto em
fermentação);
• A lotação de vinhos (elaboração de um lote através da mistura de
dois ou mais vinhos);
• O envelhecimento (o processo de envelhecimento de um Vinho do
Porto pode durar diversas dezenas de anos e é orientado de forma
diferente conforme o tipo de vinho que se pretende obter).
15. Tipos de Vinho do Porto
• Devido às suas características particulares, o Vinho do Porto
distingue-se dos vinhos comuns;
• Apresenta uma enorme diversidade de tipos, com uma riqueza e
intensidade de aromas e sabores incomparáveis;
• Possui uma vasta gama de doçuras e cores;
• Apresenta um teor alcoólico elevado (compreendido entre os 19 e
os 22% vol.).
16. Tipos de Vinho do Porto
• A identificação dos diferentes tipos de Vinho do Porto, rege-se por
um conjunto de qualificações:
• A cor que pode variar entre o retinto e o alourado-claro, sendo ainda
possíveis todas as tonalidades intermédias (tinto, tinto-alourado, alourado
e alourado-claro). Os Vinhos do Porto Branco apresentam tonalidades
diversas (branco pálido, branco palha e branco dourado), intimamente
relacionadas com a tecnologia de produção. Quando envelhecidos em
casco, durante muito anos, os vinhos brancos adquirem, por oxidação
natural, uma tonalidade alourada-claro semelhante à dos vinhos tintos
muito velhos;
• A doçura que pode ser muito doce, doce, meio-seco, ou extra seco. A
doçura do vinho constitui uma opção de fabrico, condicionada pelo
momento de interrupção da fermentação;
• O envelhecimento.
17. Tipos de Vinho do Porto
O envelhecimento, pode ainda ser dividido em duas categorias
consoante o tipo:
Estilo Ruby – Envelhecimento em garrafa. Procuram-se nestes vinhos, suster a
evolução da sua cor tinta, mais ou menos intensa, e manter o aroma frutado e vigor
dos vinhos jovens. Neste tipo de vinhos, por ordem crescente de qualidade, inserem-se
as categorias:
Ruby
Reserva
Late Bottled Vintage (LBV) - Vinho que resulta apenas de colheitas de boas
qualidades, passando entre 4 a 6 anos em cascos antes de ser engarrafado
Vintage - Nem todas as vindimas os podem gerar, uma vez que são resultado de
uma reunião de excecionais condições climáticas, permitindo maturações ideais
para a criação máxima das vinhas do Douro
Os vinhos das melhores categorias, principalmente o Vintage, e em menor grau o
LBV, poderão ser guardados, pois envelhecem bem em garrafa. São especialmente
aconselhados os LBV e os Vintage. Chegam ao mercado geralmente com a idade de três
anos.
18. Tipos de Vinho do Porto
Ou…
Estilo Tawny – Envelhecimento em madeira. Adquirido por lotação de vinhos de grau
de maturação variável, conduzido através do envelhecimento em cascos ou tonéis. São
vinhos em que a cor apresenta evolução, devendo integrar-se nas sub-classes de cor
tinto-alourado, alourado ou alourado-claro. Os aromas lembram os frutos secos e a
madeira; quanto mais velho é o vinho, mais estas características se acentuam. As
categorias existentes são:
Tawny
Tawny Reserva
Tawny com Indicação de Idade (10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos)
Colheita (data da colheita)
São vinhos de lotes de vários anos, exceto os Colheita, que se assemelham a um Tawny
com Indicação de Idade com o mesmo tempo de envelhecimento. Quando são
engarrafados estão prontos para serem consumidos. Aconselham-se os vinhos das
categorias Tawny com Indicação de Idade e Colheita. Envelhecem geralmente 5 anos
em cascos de carvalho antes de serem engarrafados.
19. Tipos de Vinho do Porto
• O Vinho do Porto Branco apresenta-se em variados estilos, associados a períodos de
envelhecimento, mais ou menos prolongados, e diferentes graus de doçura (seco, doce
ou muito doce), que resultam do modo como é conduzida a sua elaboração. Aos vinhos
tradicionais, juntaram-se os vinhos de aroma floral e complexo com um teor alcoólico
mínimo de 16,5% (Vinho do Porto Branco Leve Seco) capazes de responder à procura de
vinhos menos ricos em álcool. Este vinho chega ao mercado depois de três anos de
estágio.
• O Vinho do Porto Rosé, é um vinho de cor rosada, obtido por maceração (contacto
prolongado do mosto com as partes sólidas da uva com vista à extracção de compostos
responsáveis pela cor e aromas) pouco intensa de uvas tintas, não existindo fenómenos
de oxidação durante a sua conservação. São vinhos para serem consumidos novos, com
boa exuberância aromática, com notas de cereja, framboesa e morango. Na boca são
suaves e agradáveis. Devem ser apreciados frescos ou com gelo, podendo ainda ser
servidos em diversos cocktails.
20. A Vinha
A produção de uvas destinadas ao Vinho do Porto é controlada e
definida através de diversos parâmetros:
• Altitude
• Sub-região
• Exposição ao sol
• Tipo de terreno, entre outros.
Destes parâmetros, resulta uma pontuação e classificação das
vinhas por letras, sendo anualmente definida a quantidade de
Vinho do Porto a produzir, e quais as letras que são
permitidas, assim como o quantitativo máximo por hectare. A
esta licença chama-se «benefício» e é controlada pela Casa do
Douro.
21. A Vinha
• O clima é seco, continental, protegido da influência marítima pela Serra do Marão.
• A pluviosidade e a temperatura são muito irregulares, com amplitudes anuais
enormes, chegando a atingir 45º no verão e temperaturas negativas nos meses de
janeiro e fevereiro, concentrando-se as chuvas nos meses de inverno.
• Os solos xistosos são relativamente pobres e ácidos, com alguma retenção da água
para ceder às plantas no período quente.
• A cultura da vinha evoluiu ao longo dos tempos, passando-se de terraços estreitos
com muros de pedra do período pré-filoxérico, para terraços mais largos, em declive,
que permitem trabalhar a vinha com animais.
• Atualmente os terrenos são armados em patamares de quatro metros de largura,
com taludes em terra, permitindo a mecanização da vinha.
22. A Vinha
As castas mais importantes usadas no vinho do Porto tinto são:
• Touriga Nacional
• Touriga Francesa
• Tinta Roriz
• Tinta Barroca
• Tinto Cão
• Tinta Amarela
Nos brancos, utiliza-se:
• Malvasia Fina
• Codega
• Rabigato
23. Conclusão
Com a realização deste trabalho pude constatar a
importância, a nível mundial, da Região Demarcada do
Douro e a produção do Vinho de Porto, desde a
antiguidade e até aos nossos dias.
Pude ainda caracterizar a viticultura da região do Douro
e avaliar a importância do Vinho do Porto no comércio
externo.