1. Na minha época, a alfabetização era tão diferente! Como o CIMAN trabalha a alfabetização? Quando meu(minha) filho(a) vai começar a ler e a escrever? Por que meu(minha) filho(a) traz tarefas para casa que envolvem a escrita se ele ainda não está totalmente alfabetizado? Eu vi, no mural da sala do meu filho, algumas produções de crianças com palavras escritas “errado”. Por que isso não é corrigido? Meu filho, quando vai escrever do “seu jeito”, deixa de colocar algumas letras na palavra. Por que isso acontece? Como devo orientar as tarefas de casa?
3. O trabalho pedagógico do CIMAN, inclusive do processo de alfabetização, tem o foco na APRENDIZAGEM DA CRIANÇA .
4. ALFABETIZAÇÃO (LÍNGUA ESCRITA) QUAIS APRENDIZAGENS? Desvendar o sistema alfabético de escrita, ou seja, descobrir como é possível, com um número limitado de letras (o alfabeto), representar um número infinito de palavras.
5. ALFABETIZAÇÃO (LÍNGUA ESCRITA) QUAIS APRENDIZAGENS ? Apoderar-se de um sistema de grafia que envolve reconhecer e estabelecer relações gráficas, sonoras e ortográficas.
6. A linguagem escrita possibilita à criança ampliar seu conhecimento do mundo. Portanto, a relação entre escrita e significado é essencial. Não há possibilidade de alfabetização sem relação escrita/mundo, escrita/contexto.
7. “ ...por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa" (Emília Ferreiro)
8. AS CRIANÇAS Têm muitos conhecimentos adquiridos ao longo da vida, desde o momento em que nascem; Têm histórias de vida ( e de aprendizagens) diferentes entre si. Pensam e, portanto, são capazes de pensar sobre o que precisa ser feito, sobre o que fazem ou sobre o que queriam fazer;
9. AS CRIANÇAS Aprendem quando são convidadas a pensar/repensar sobre suas ações /produções; Desenvolvem “ lógicas próprias ” para pensar sobre a escrita. São capazes de desenvolver, progressivamente e em momentos diferentes, habilidades para utilizar o sistema alfabético da escrita .
10. A língua escrita é um sistema de relações, com dois processos: ler e escrever .
11. Na aprendizagem desses processos, as crianças percorrem um longo caminho, passando por diferentes momentos de elaboração.
12. Nível pré-silábico Não há, ainda, a preocupação da correspondência com o som. As hipóteses das crianças são estabelecidas em torno do tipo e da quantidade de grafismo.
13. O que a criança tenta nesse nível Diferenciar desenho e escrita Utilizar no mínimo duas ou três letras para escrever palavras Reproduzir os traços da escrita, de acordo com seu contato com as formas gráficas, escolhendo a que lhe é mais familiar para usar nas suas hipóteses de escrita Ela já percebe que é preciso variar os caracteres para obter palavras diferentes.
16. Onde fazemos natação? Onde há brinquedos e podemos brincar na hora do recreio? Onde há muitos computadores? Onde podemos comprar suco, salgados e dindim? Onde podemos lavar as mãos? Onde há cadeiras e mesas e fazemos nossas atividades? O que é, o que é?
18. Silábico A criança supõe que a escrita representa a fala e que as diferenças na representação escrita estão relacionadas com o "som" das palavras. Entende que a menor unidade da língua é a sílaba e que deve escrever tantos sinais quantas forem as vezes que ela “mexe a boca”. Pode ou não ter adquirido a compreensão do valor sonoro convencional das letras. Pode utilizar os símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com o número de sílabas das palavras.
19. Uma letra para representar cada sílaba P I R U L I T O C H I C L E T E C H O C O L A T E
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22. Silábico-alfabético A criança começa a superar a hipótese silábica e avança para a hipótese alfabética, podendo “misturar” as duas hipóteses na mesma palavra. A criança pode escolher as letras de forma ortográfica ou fonética .
23. Oscilando entre uma letra para representar cada sílaba e a representação da sílaba completa...
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27. Nível alfabético A criança agora entende que a sílaba não pode sempre ser representada com um único sinal gráfico. Já identifica o valor sonoro de todas ou quase todas as letras e sabe que a escrita supõe a necessidade da análise fonética das palavras. Pode ainda não separar todas as palavras nas frases e comete diversos erros ortográficos. Começa a entender que a identificação do som não é garantia da identificação da letra (início de algumas percepções acerca da ortografia).
36. Podemos entender o processo de aquisição da escrita pelas crianças sob diferentes pontos de vista.
37. O ponto de vista mais comum é o da escrita imutável, que deve seguir o modelo "correto" do adulto.
38. O ponto de vista do trabalho da psicogênese da língua escrita (Emília Ferreiro) mostra a escrita como um objeto de conhecimento, levando em conta as tentativas individuais infantis . O “erro” é construtivo – demonstra um processo de construção.
39. O ponto de vista da interação inclui o aspecto social da língua escrita, em que a alfabetização é um processo discursivo (letramento).
40. O que é interessante quando a criança “erra” Perceber e verbalizar o que ela “acertou” (ter em mente que ela está aprendendo). Desafiá-la, por meio de questionamentos, a refletir sobre o que fez e sobre o que pretendia fazer. Fornecer informações complementares. Desafiá-la a revisar sua produção e tentar novamente.
41. O que não é interessante quando a criança “erra” Criticá-la ou demonstrar aborrecimento por que ela errou (lembrar que ela está aprendendo). Compará-la com outras pessoas que “erram menos” (irmãos, colegas, primos, mãe ou pai quando crianças). “Desautorizar” a criança e toda sua produção por causa dos “erros”. Sua produção se baseia em uma hipótese sobre a escrita (nem tudo está “errado”).
42. Então, vamos deixar a criança fazer do seu jeito, escrever do seu jeito, não se preocupar com os erros, deixar que ela vá aprendendo sozinha, no seu ritmo?
43. NÃO! Não é porque a criança participa de forma direta da construção do seu conhecimento que não seja preciso ensiná-la.
44. Nessa perspectiva, ensinar é organizar atividades que favoreçam a reflexão da criança sobre a escrita, porque é pensando que ela aprende.
45. PARA NÍVEIS DIFERENTES – OBJETIVOS DIFERENTES PARA OBJETIVOS DIFERENTES – INTERVENÇÕES DIFERENTES E DIVERSIFICADAS.
46. PRODUÇÕES EM DUPLAS PRODUÇÕES EM GRUPO INTERVENÇÕES DA PROFESSORA ATIVIDADES DIVERSIFICADAS NÍVEIS DIFERENCIADOS DE EXIGÊNCIA
47. Exemplo de uma possibilidade de mediação pelo professor para intervir na hipótese da criança B_R__ _L_TA Escrita inicial da criança para a palavra BORBOLETA. Hipótese silábico-alfabética. Jogo proposto pela professora: cada tracinho que você está vendo é uma letra que você terá que descobrir (pensando) qual é, pois faz parte dessa palavra. Escrita final da criança. .
48. E NAS TAREFAS DE CASA, COMO AJUDAR? DEFINA E PREPARE UM LOCAL ADEQUADO. ORGANIZE ROTINA (CRITÉRIOS) E HORÁRIOS. SEJA CRITERIOSO. A TAREFA É DA CRIANÇA – ENSINE-A A RESPONSABILIZAR-SE POR ELA. A TAREFA É REFERENTE A ALGO QUE ELA JÁ VIVENCIOU/APRENDEU NA ESCOLA. DIFERENCIE “AJUDAR” DE “FAZER POR”. OUÇA COM ATENÇÃO E, SEMPRE QUE POSSÍVEL, “DEVOLVA” AS PERGUNTAS DA CRIANÇA SOBRE A TAREFA EM VEZ DE RESPONDÊ-LAS PRONTAMENTE. VALORIZE AS PRODUÇÕES DA CRIANÇA. SEJA CUIDADOSO AO FAZER COMENTÁRIOS.
49. Em que aspectos a criança precisa pensar quando é convidada a escrever?
50. O que quero escrever? Como se escreve? Quantas letras usar? Quais letras usar? Como fazer essas letras. Na segmentação dos espaços em branco. Na relação fonema-grafema. Para quê/ para quem estou escrevendo Quem ler o que escrevi vai entender?
51. DESAFIOS A SEREM VENCIDOS PELA CRIANÇA NO DECORRER DO 1o ANO Refletir sobre o código escrito, avançar em suas hipóteses. Reconhecer e empregar letras e fonemas adequados ao que quer escrever. Transformar a língua escrita “hipotética” em uma escrita “culta” – convencional. Ter habilidade para se comunicar por escrito. Ter habilidade para decodificar e interpretar textos escritos. Ler e atribuir sentido ao que foi lido.
52. Associar, progressivamente, algumas características ortográficas à escrita das palavras. Produzir textos de autoria, levando em consideração alguns elementos básicos de coerência e coesão textual. Conhecer e utilizar elementos básicos de organização textual e pontuação. Produzir diferentes tipos de textos. Desenvolver habilidades para revisar o que escreveu. Conhecer, identificar, traçar corretamente e utilizar a letra cursiva.
53. O sucesso na alfabetização exige a transformação da escola (e se possível, também, da casa) em um “ambiente alfabetizador”, rico em estímulos que provoquem atos de leitura e escrita , permitam compreender o funcionamento da língua escrita, possibilitem a apropriação de seu uso social e forneçam elementos que desafiem a criança a pensar sobre a escrita.