O documento descreve as principais escolas literárias do fim do século XIX - Decadentismo, Simbolismo e Neogarretismo. O Decadentismo surgiu na França e caracterizava-se pela busca de novas sensações intensas e pelo pessimismo. O Simbolismo também surgiu na França e abandonou a precisão descritiva em favor da sugestão. Em Portugal, essas correntes não foram tão radicais e muitos autores acabaram por ter carreiras convencionais, com exceção de alguns como António Nobre.
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Escolas Finisseculares
1. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
2. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo Simbolismo Neogarretismo (típico do caso português) O fim de século (XIX) foi marcado pela coexistência de diversas escolas literárias, cujas características se confundiam, na medida em que, na maior parte dos casos afunilavam num mesmo sentido: a da busca de um ideal estético capaz de suplantar o vazio existencial, deixado pelas correntes Realista e Naturalista, cuja preocupação se virava para o cientifismo e progresso social. Surgem assim … Como reacção contra: • a hegemonia racionalista; • industrialização desenfreada; • o realismo e o naturalismo escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
3. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo Nascido em França, refere-se a um conjunto de manifestações, oriundas principalmente das composições de poetas denominados malditos , tais como Baudelaire, Mallarmé, Rimbaud ou Verlaine. Marcaram também este período filósofos pessimistas como Shoppenhauer e Kierkegaard . escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
4. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo Principais características: • Busca de sensações novas, mais intensas, fruídas no extravagante, no mórbido, no pessimismo, no gosto e exaltação do patológico ( na loucura); • Exaltação da individualidade; • Melancolia; tédio; evasão; • Satanismo, etc. Ó tu, o Anjo mais belo e o mais sábio Senhor, Deus que a sorte traiu e privou de louvor, Tem piedade, Satã, desta longa miséria! Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
5. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Simbolismo Nascido em França , teve como os seus mais autênticos representantes Mallarmé e Verlaine. Estes poetas abandonam os princípios da escola realista e parnasiana e dedicam-se ao “culto do etéreo, do subjectivo, do obscuro, do vago, do sugestivo”; rejeitam o mito da precisão descritiva; para eles, a palavra poética deve antes sugerir que nomear. No campo filosófico, Henry Bergson propõe a busca do eu-profundo, ou seja, das realidades interiores, da verdadeira essência do ser humano. Este eu-profundo, porém, não pode ser “traduzido” em palavras, nem explicado, apenas evocado ou sugerido. Arthur Schoppenhauer afirma que é impossível atingir a percepção profunda da realidade, extremamente pessimista, Schoppenhauer acredita estar a salvação do homem na fuga para o Nada e na renúncia ao mundo exterior. escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
6. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Na pintura, encontramos nomes como : Simbolismo Gustav Klimt Gustave Moreau. escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
7. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Simbolismo Aparição , Gustave Moreau escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
8. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Simbolismo O Beijo, Klimt escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
9. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Simbolismo Vida e Morte, Klimt escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
10. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Simbolismo a) A poesia como mistério: ideias vagas e obscuras, imprecisão. b) A poesia como evocação: distanciamento do real, culto do etéreo, espiritualismo, misticismo, ânsia de superação. c) A poesia como fruto do inconsciente: evocação do mundo íntimo, incompreensível através de confissões indirectas (opostas ao lirismo romântico). d) A poesia como fruto do conflito eu versus mundo: tédio, desilusão, pessimismo, melancolia, consciência da efemeridade da vida. e) A poesia como símbolo: uso de alegorias, metáforas, comparações, sinestesias . Principais características: escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
11. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo/Simbolismo em Portugal O simbolismo e o Decadentismo em Portugal, ao contrário do que aconteceu em França, não passaram em grande parte de uma atitude de pose: enquanto os verdadeiros decadentes como Paul Verlaine (1844-1896) ou Arthur Rimbaud (1854-1891) eram vagabundos, pobres, boémios, viciosos, doentes fisicamente, e por vezes mentalmente, genuinamente anti-burgueses e anti-sistema, os decadentistas portugueses eram filhos de boas famílias, saudáveis, burgueses e pouco criativos, limitando-se, em grande parte dos casos, a imitar as fórmulas dos seus ídolos franceses como forma de dar largas a uma leve irreverência própria da idade. De facto, grande parte destes autores tinha formação universitária e acabou por enveredar por carreiras na diplomacia, na política, na medicina, etc., tendo tido uma longa e perfeitamente normal vida burguesa, o que acabou por os afastar de vez das suas atitudes mais inconformistas, genuínas ou não. . escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
12. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo/Simbolismo em Portugal António Nobre (1867-1900), Camilo Pessanha (1867-1926), Ângelo de Lima (1872-1921) e Gomes Leal, são exemplos de verdadeiros decadentes em Portugal: o sentimento de angústia que procuram transmitir é tremendamente real (o primeiro morreu muito novo, vítima de tuberculose; Pessanha, apesar de diplomata, levou, nos últimos anos, uma vida de marginal, isolado em Macau e viciado em ópio; o desconcertante Lima viveu grande parte da sua vida internado no Hospital de Rilhafoles, actualmente Hospital Miguel Bombarda; Gomes Leal, viveu os últimos vinte anos da sua vida mergulhado no álcool e na miséria). Houve, no entanto, excepções: escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
13. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo/Simbolismo em Portugal A formação que esses autores, uns mais genuínos que outros como já vimos, tiveram na cultura decadentista não iria desaparecer, mas transformar-se. Esta geração, chamada de 90, inicialmente cosmopolita, ávida da novidade que vinha do estrangeiro, parece assim adoecer com o excesso de civilização e encontra no seu país a solução: a ruralidade, a calma, a tradição são os remédios. Dá-se, assim, o regresso à ruralidade; à apologia da vida simples e do nacionalismo; ao anti-intelectualismo; à exaltação do folclorismo e do misticismo das antigas tradições populares . A esta viragem deu-se o nome de Neogarretismo . escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
14. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES Decadentismo/Simbolismo em Portugal Porquê Neogarretismo? De Almeida Garrett, este que foi um dos escritores que cultivou a paixão e a admiração à Pátria. Defendia que toda e qualquer literatura devia ter algo de nacional e que é no folclore, nas tradições, que se encontram os grandes temas literários e a pureza do ser português, do orgulho da nacionalidade. Importa-nos, agora, conhecer António Nobre . escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
15. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES António Nobre António Nobre nasceu na cidade do Porto a 16 de Agosto de 1867, numa família abastada. Decadentismo, Simbolismo e Neogarretismo Passou a sua infância em Trás-os-Montes e na Póvoa de Varzim. Em 1888 matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra, mas não se inseriu na vida estudantil coimbrã, reprovando por duas vezes. Optou então por partir, em 1890, para Paris onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Políticas no ano de 1895. escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
16. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES António Nobre Decadentismo, Simbolismo e Neogarretismo Durante a sua permanência em França familiarizou-se com as novas tendências da poesia do seu tempo, aderindo ao simbolismo. Foi também em Paris que contactou com Eça de Queirós, na altura cônsul de Portugal naquela cidade, e escreveu a maior parte dos poemas que viriam a constituir a colectânea Só , que publicaria naquela cidade em 1892. Vítima da tuberculose pulmonar, faleceu na Foz do Douro, a 18 de Março de 1900, com apenas 33 anos de idade, em casa de seu irmão Augusto Nobre. escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009
17. ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES A poesia de António Nobre Nostalgia da Infância e da Pátria mitificadas Vida/Morte Sagrado/Profano Povo e Tradições (olhar saudoso) Spleen (estado de alma ligado ao tédio, à nostalgia e à tristeza) Temática e Forma Ligadas ao Neogarretismo (gosto do nacional e popular , primazia do sentimento) Decadentismo (gosto do fúnebre e do macabro, pessimismo, fatalismo, tédio, desengano, morte redentora, etc.) Simbolismo (maior liberdade rítmica e estrófica, imagens) Estilo coloquial e poético escola secundária com 3º ceb gil eanes . professora antónia mancha . literatura portuguesa II . 2000/2009