Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
A evolução do leitor através dos diferentes suportes de leitura
1. O leitor virtual
Profa. Me. Ana Brambilla
Prof. Me. Marcelo Träsel
Jornalismo Online I - Famecos/PUCRS
2. O pergaminho
• Os primeiros livros foram escritos em
rolos de pergaminho.
• O leitor precisava usar as duas mãos para
ler. A leitura era feita em voz alta.
• A biblioteca de Alexandria tinha 500 mil
rolos, mas cada livro podia ocupar até 30
rolos. O catálogo da biblioteca tinha 120
rolos.
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4. O códex
• No século IV D. C., • Leitores ficam com as
surge um livro mãos livres, podendo
composto de folhas escrever enquanto lêem.
dobradas e
encadernadas. • Muitos escrevem no
próprio livro as
• O códex introduz a marginalias.
numeração de páginas e
os índices. • Leitura segue sendo em
voz alta (ruminatio, em
• Pode-se folhear a obra e latim, é o som produzido
buscar por um trecho pelo murmúrio das
específico, bem como bibliotecas).
marcar páginas.
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6.
7. Códex moderno
• O livro atual segue • Também surgiram
usando a estrutura do gêneros de livros
códex. voltados a diversos
públicos diferentes.
• A partir do século XVI, a
impressão permitiu o • Aparecem as
barateamento e a enciclopédias e outros
disseminação dos livros. tipos de obras de
referência.
• Surgiram formatos
diferentes, menores, • Passa-se a ler usando a
portáteis. voz interior.
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9. Computador
• O computador rompe • O leitor passa a definir a
com a estrutura do livro composição,
conhecida até então. diagramação e a
aparência do texto, não
• Os textos se tornam o autor.
móveis, maleáveis,
abertos. • Volta-se ao scrolling dos
pergaminhos, mas
• O elo imediatamente mantendo a liberdade de
movimentos do leitor e
visível entre texto e
objeto se desfaz. os instrumentos de
navegação.
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11. E-book
• Os leitores de livros eletrônicos unem a
portabilidade do formato códex com a
possibilidade de interferência direta na
aparência e organização do texto.
• Pode-se carregar uma biblioteca inteira em
um pequeno aparelho.
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13. Na cultura impressa, uma percepção imediata associa
um tipo de objeto, uma classe de textos e usos
particulares. A ordem dos discursos é assim
estabelecida a partir da materialidade própria de
seus suportes: a carta, o jornal, a revista, o livro, o
arquivo etc. Isso não acontece mais no mundo
digital, onde todos os textos, sejam eles quais forem,
são entregues à leitura num mesmo suporte (...) e
nas mesmas formas (...). É assim criada uma
continuidade que não mais distingue os diferentes
gêneros ou repertórios textuais que se tornaram
semelhantes em sua aparência e equivalentes em
suas autoridades.
CHARTIER, 2002, p. 109
14.
15.
16. Escrever ou ler essa nova espécie de livro supõe
desligar-se dos hábitos adquiridos e transformar
as técnicas de validação do discurso erudito (...)
o autor pode desenvolver sua argumentação
segundo uma lógica que não é mais
necessariamente linear e dedutiva, mas sim
aberta, expandida e relacional, pois o próprio
leitor pode consultar os documentos (arquivos,
imagens, palavras, música) que são os objetos ou
os instrumentos da pesquisa. Nesse sentido, a
revolução das modalidades de produção e de
transmissão dos textos é também uma mutação
epistemológica fundamental.
CHARTIER, 2002, p. 107-8
17. Tipos de leitores
• Contemplativo: o leitor do livro, solitário,
isolado dos estímulos externos, que observa e
medita sobre os signos imóveis.
• Fragmentado: o leitor da mídia de massa,
dos signos em movimento, das cidades e seus
sinais gráficos, que muda de signos imóveis para
móveis todo o tempo.
• Imersivo: o leitor do hipertexto, ativo,
interpelado pelos nós e léxias a cada instante,
obrigado a mobilizar o corpo para navegar.
18. Leitor imersivo
• Errante (abdução): deriva sem rumo pré-
determinado pelo hipertexto, sem o apoio da
memória, descobrindo rotas desconhecidas.
• Detetive (indução): orientado por inferências
indutivas, segue com disciplina as trilhas dos
índices nos ambientes hipermidiáticos.
• Previdente (dedução): experiente,
movimenta-se pela lógica da previsibilidade nos
ambientes informacionais, antecipa as
consequências.
19. Referências
• CHARTIER, Roger. Os desafios da
escrita. São Paulo: UNESP, 2002.
• SANTAELLA, Lucia. Navegar no
ciberespaço. São Paulo: Paulus, 2004.