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A inteligência sensório-motora e as teorias construtivistas
1. A INTELIGÊNCIA SENSÓRIO-MOTORA E AS TEORIAS DA INTELIGÊNCIA Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS Disciplina: Epistemologia Genética Obra: O nascimento da inteligência na criança Ana Carolina Fuchs & João Alberto da Silva
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3. Hipóteses sobre o desenvolvimento da inteligência Construtivismo Biologia Relacional Concebe a inteligência como o desenvolvimento de uma atividade assimiladora cujas leis funcionais são dadas a partir da vida orgânica e cujas sucessivas estruturas lhe servem de órgãos são elaboradas por interação dela própria com o meio. Teoria da Assimilação Pragmática Mutacionismo A inteligência é constituída numa série de tentativas e explorações empíricas Tentativas Gestalt Darwinismo Estruturas que se impõem de dentro para fora Apriorismo Inteligência orgânica Vitalismo A inteligência pela própria inteligência Intelectualismo associacionismo Lamarckismo Pressão do meio Empirismo
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5. Como interpretar a experiência? (p. 341-42) A importância da experiência aumenta durante as 6 fases ao invés de diminuir: Primeira fase: A acomodação às coisas confunde-se com os reflexos. Segunda fase: surgem novas associações, sem relações. Terceira fase: As associações adquiridas constituem ações entre elas próprias. Quarta fase: a experiência ainda se aproxima do “objeto” Quinta fase: a acomodação se liberta e dá lugar a uma verdadeira experiência Sexta fase: prolongamento da fase anterior Como a criança reage aos dados da experiência? “ O espírito evolui, portanto, do fenômeno puro, cujas representações se situam a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, a única que penetra no interior das coisas. Quer dizer, pois, senão que a criança não sofre, por parte do meio, uma simples pressão exterior, mas que, pelo contrário, procura adaptar-lhe? Portanto a experiência não é recepção, mas ação e construção progressiva. Eis o fato fundamental” (p. 342). “ se o indivíduo se adapta empiricamente às características do objetivo, trata-se unicamente de acomodar a este último os esquemas inatos ou adquiridos a que ele é desde logo assimilado”. (p. 342)
6. A experiência e a atividade Em conclusão, não só a experiência é tanto mais ativa e mais compreensiva quanto mais a inteligência amadurece, mas também as “coisas” sobre as quais ela se desenvolve nunca poderão ser concebidas independentemente da atividade do sujeito. [...] se a experiência é necessária ao desenvolvimento intelectual, não poderá ser interpretada, implicitamente, como as teorias empiristas querem, isto é, como auto-suficiente. [...] permite, assim, concluir que a experiência, longe de emancipar-se da atividade intelectual, só progride na medida em que é organizada e animada pela própria inteligência (p. 344 passim)
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8. Questões ao intelectualismo Se a inteligência é uma faculdade incondicional então a criança está destinada conquistar um dia a ciência? Dessa maneira, estaríamos falando de uma continuidade estrutural e de forças da inteligência ao longo de toda vida. No entanto. Piaget refuta esta hipótese e fala de uma ruptura estrutural a cada estádio e, sim, de uma continuidade funcional. “ A solução a que nos conduzem as nossas observações é que só as funções do intelecto (em contraste com as estruturas) são comuns às diferentes fases e, por conseqüência, servem de traço de união entre a vida do organismo e a da inteligência.. [...] Em resumo, existe um funcionamento comum a todas as fases do desenvolvimento sensório-motor e do qual o funcionamento da inteligência lógica parece ser o prolongamento” (p. 348-49) --- Tese construtivista Como o conhecimento é adaptação direta ao real? Para o vitalismo a adaptação “reduz-se, de fato, ao que no senso comum sempre considerou ser a essência do conhecer: uma simples cópias das coisas” (p. 350) Piaget propõe: “o objeto só existe para o conhecimento, nas suas relações com o sujeito e, se o espírito avança sempre e cada vez mais à conquista das coisas, é porque organiza a experiência de um modo cada vez mais ativo, em vez de imitar de fora uma realidade toda feita: o objeto não é um “dado”, mas o resultado de uma construção”(p 353)
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10. Divergências com a Gestalt “ uma Gestalt não tem história porque não leva em conta a experiência anterior, ao passo que um esquema resume em si o passado e consiste, sempre, portanto, numa organização ativa da experiência vivida [...] daí a hipótese segundo a qual essa estrutura resultaria de certo grau de maturação do sistema nervoso ou dos aparelhos de percepção, de tal ordem que nada de exterior, isto é, nenhuma experiência atual ou passada ser a causa de sua formação” (p. 356). Posição de Piaget: “ É lícito conceber, pois, que as invenções súbitas que caracterizam a sexta fase, sejam, na realidade, o produto de uma longa evolução dos esquemas e não apenas de uma maturação interna das estruturas perceptivas” (p. 357). “ os novos comportamentos cujo aparecimento define cada fase apresentam-se sempre com um desenvolvimento das fases precedentes” (p. 358) “ O esquema é uma Gestalt que tem história” (p. 359). A Gestalt não se generaliza. “trata-se sempre de uma necessidade imediata, que pode renovar-se a cada percepção, mas que dispensa a existência de um esquema generalizador” (p. 360). “ a própria atividade da inteligência encontra-se preterida, em benefício de um mecanismo mais ou menos automático. Com efeito, as Gestaltens não têm, intrinsecamente, atividade alguma. Surgem no mento em que se organiza o campo da percepção e impõem-se como tais, sem resultar de qualquer dinamismo anterior a elas” (p. 362). “ o ideal é explicar a inteligência pela percepção, ao passo que, para nós a própria percepção deve ser interpretada em termos de inteligência” (p. 364).