1. CASA DE PORTUGAL
SÃO PAULO
O SOM DE PORTUGAL
Curso breve de
História da Música
Por
José Maria Pedrosa Cardoso
2. Precisando uma definição
Música ou músicas? Âmbito: universal ou
étnico-cultural?
Nível: popular, tradicional,
ligeira, erudita…
M. aculturada
Há uma identidade
Música Portuguesa portuguesa?
(Música de Portugal) M. ocidental, europeia,
ou mas… portuguesa
M. com texto português,
Música em Portugal?
M. por portugueses,
M. em Portugal…
3. Visão de conjunto - 1
Canto moçárabe Restos em Espanha e
Portugal
Canto Gregoriano + Lorvão, Alcobaça, Santa
Polifonia. Cruz de Coimbra, Braga
Trovadores Cantigas de Amigo
Martin Codax,
Cantigas de Amor
D. Dinis
Cantigas de
Santa Maria
4. Visão de conjunto - 2
Coimbra: Sé e Santa
Cruz (D. Pedro de
Polifonia clássica Cristo…)
sacra, séc. XVI e Évora, Sé (Pero do
Porto, Duarte Lobo,
XVII
Manuel Cardoso…)
Vila Viçosa (J. Lourenço
Rebelo, D. João IV )
Polifonia profana Cancioneiro de Elvas…
5. Visão de conjunto - 3
O espectáculo barroco + Vilancico barroco
Italianismo musical Ópera portuguesa (F. A.
(séc. XVIII, 1ª metade) De Almeida, A. Teixeira)
Grande música sacra (J.
Rodrigues Esteves)
Clássico (séc. XVIII, 2ª Sousa Carvalho, Marcos
metade) Portugal,
Romântico (séc. XIX, 1ª J. Domingos Bomtempo
metade)
6. Visão de conjunto - 4
Contemporâneo: A. Keil
Nacionalismo Viana da Mota
L. de Freitas Branco
F. Lopes-Graça
J. Braga Santos
Vanguarda e pós- Filipe Pires
modernismo Jorge Peixinho
Emanuel Nunes
J. Pedro Oliveira
7. 1º DIA
SOM ANTIGO, SOM ETERNO
Porque ainda simples e natural
… a servir uma visão sacralizada da
História
… a depender essencialmente da Igreja
… a perpetuar uma definição de música
no horizonte das músicas do mundo
… também desde Portugal
10. Epitáfio de Mértola, 525.
Lisboa, MNA:
ANDREAS FAMULUS | DEI PRINCEPS
CAN|TORUM SACROSAN|CTE
A[E]CLISIE MER|TILLIANE VIXIT |
ANNOS XXXVI | REQUIEUIT IN PA|CE
SUB D[IE] TERTEO | KAL[ENDAS]
APRILES | AERA LX TRI|SIS.
ANDRÉ SERVO DE DEUS
CANTOR MOR DA
SACROSSANTA IGREJA
DE MÉRTOLA, VIVEU 36
ANOS, DESCANSOU EM
PAZ NO TERCEIRO DIA
DAS CALENDAS DE
ABRIL DA ERA DE 560 E
TRÊS.
11. MÚSICA DE IGREJA
Canto chão, pela simplicidade, pela
unicidade melódica, pela transparência
do texto cantado.
O canto cristão, diversificado no tempo e
no espaço: bizantino, sírio,
beneventano, romano, milanês,
galicano, gregoriano, visigótico-
moçárabe
12. CANTO CRISTÃO
Braga, porventura a primeira igreja, fora de
Roma, a implantar a liturgia e o canto romano:
um canto pré-galicano, pré-visigótico e pré-
gregoriano.
Bispo Profuturo, Papa Vigílio…
Concílios de Braga:
no I (561), presidido pelo Bispo Lutécio e em que
intervém S. Martinho Bispo de Dume;
no II, (572) presidido por S. Martinho já Bispo de Braga:
em questões de liturgia e música, comunhão perfeita
com Roma.
13. CANTO VISIGÓTICO-
HISPÂNICO-MOÇÁRABE
S. Martinho + 579
Visigodos, com Leovigildo, em Braga desde
585
Com a conversão de Recaredo, tendência
para a unificação da Hispânia.
IV Concílio de Toledo, em 633, sob a
presidência de S. Isidoro de Sevilha: Liturgia
hispânica com uma única ordo orandi atque
psallendi
Braga adere à unidade hispânica.
14. CANTO GREGORIANO
Cantochão obrigatório em toda a Igreja
Romana a partir da Reforma Gregoriana
(séc. XI), com excepções
Obrigatório mas decadente até ao séc.
XIX
Obrigatório, restaurado e unificado no
início do séc. XX (Pio X)
Dispensado (?) no Vaticano II
22. MONODIA PROFANA
A chegada do Trovadorismo à Península
Em Portugal, a moda do trovar, as formas e
os cancioneiros, entre os quais A, B e V.
Os documentos musicais existentes:
. Fragmento Vindel (M. Codax)
. Fragmento Sharrer (D. Dinis)
. Cantigas de Santa Maria
27. Polifonia medieval
Até hoje, praticamente indocumentada
Troca de músicos estrangeiros e
portugueses com conhecimentos
actualizados: tempo de D. Fernando
Notícias do tempo de D. João I
Notícias da Capela Real ao tempo de D.
Duarte.
28. Hordenança que el rey dom eduarte fez pera os
seus Capellães (datável de 1433-1438)
Estas são as cousas pera a capella ser bem regida.
Primeiramente se proueJa bem ante que o senhor uenha a capella o que hão
de dizer sendo auisados todos em geral e cada hú em espeçial do que so ou.
com outro ouuer de dizer asy no ler como em cantar.
Jtem que aquilo que cantarem seja cousa que to-dolos os que a ouuerem de
cantar bem saybão….
Jtem Tenhão silençio na estante e na JgreJa toda.
Que non tomem os cantos mais altos do que os folgadamente poderem leuar
e aquesto asy / / No que todos ouuerem de Cantar como al-gus [sic]. em
espeçial.
Que se non consenta nenhü desacordatyuo aa estante porque hüa corda
destemperada he abas-tante pera destemperar hü estormento.
Que se conheção as uozes dos capellães qual he pera cantar alto e qual
pera contra e qual pera tenor e asy cantem continuadaIliente pêra cada hü
ser mais çerto no que cantar,
Que se conheça quães antre sy nas uozes som melhor acordados e aqueles
cantem algüas cousas que se ajam estremadamente cantar por- que ha hy
algüas uozes que aJnda que sejam boas antre sy non se acordão bem e