saldeira_conradogame_tccaplicação das normas nr20 na engenharia
Civil 08
1. UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
CAMILE STEFANO
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
TRABALHO DE EDUCAÇÃO,
CONSCIENTIZAÇÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
SÃO PAULO
2008
2. ii
CAMILE STEFANO
.
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
TRABALHO DE EDUCAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO
E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Orientador: Prof. Antônio Calafiori Neto
SÃO PAULO
2008
3. iii
CAMILE STEFANO
SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
TRABALHO DE EDUCAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO
E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia civil com
ênfase Ambiental da Universidade
Anhembi Morumbi
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2008.
______________________________________________
Prof. Antônio Calafiori Neto
______________________________________________
Nome do professor(a) da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5. v
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Antonio Calafiori Neto, meus agradecimentos, por ter sido meu orientador,
que com muito interesse e paciência acompanhou-me e me fez concluir esta empreitada.
Aos professores e funcionários da Universidade Anhembi Morumbi, pelo incentivo e ajuda
na realização do trabalho.
6. vi
RESUMO
Para garantir uma execução de obra sem a ocorrência de acidentes se trabalho,
deve-se sempre aliar dois fatores: a conscientização dos funcionários nela
envolvidos, e o cumprimento das leis de trabalho, sendo focadas neste trabalho as
leis e medidas recomendadas para proteção coletiva em edifícios.
A conscientização dos funcionários é fator determinante no combate aos acidentes
pessoais, normalmente ocasionados pela falta de uso de equipamentos de
proteção individuais e coletivos. Esta conscientização deverá ser foco das atenções
da dirigência da obra, e a sua conquista poderá ser feita de diversas formas, como
palestras, treinamentos, cartazes, avisos, fiscalização rigorosa, advertências e
concursos de segurança.
Por fim, a obra deverá respeitar as medidas obrigatórias de proteção coletiva, que
previamente são planejadas nos PCMAT’s das obras (Programa de Condições e
Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil), PCMAT’s estes que
deverão respeitar as normas brasileiras NR18 (condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção) e NR 26 (Sinalização de Segurança).
Neste trabalho, serão analisadas as medidas obrigatórias ou recomendadas na
construção de um edifício, desde a fundação, até a sua conclusão, passando pela
execução de estrutura, execução de fachada, alvenaria e acabamentos. Serão
analisadas também medidas de proteção aos trabalhadores que estão submetidos
aos perigos de equipamentos de alto risco e perigos de doenças provocadas pelo
meio físico do canteiro de obras.
Como complementação a este trabalho, será feita uma entrevista com a Técnica de
segurança do Trabalho Cláudia Cavalcanti, da empresa Regra Sistema da
Construção Ltda, para comentar sobre as medidas impostas, sua eficácia e as
estatísticas mais freqüentes em obras.
Palavra-chave: Conscientização, Palestras, Sinalização, Medidas de Proteção
7. vii
ABSTRACT
To guarantee an execution of construction without the occurrence of work
accidents, it must always be united two factors: the awareness of the employees in
involved ones, and the fulfilment of the laws of work, being focos in this work the
laws and measures recommended for collective protection in buildings.
The awareness of the employees is determinative factor in the combat to the
casualties, normally caused for the lack of equipment use of the individual
protection (EPI’s). This awareness will have to be focus of attentions of the
engineers of the construction, and its conquest could be made through diverse
forms, as lectures, training, posters, acknowledgments, rigorous fiscalization,
warming and competitions of security.
Finally, the construction will have to respect the obligator measures of collective
protection, that previously are planned in the PCMAT’s of the constructions
(Program of Conditions and Environment of Work in the Industry Of the Civil
Construction), PCMAT´s these that will have to respect Brazilian’s norm NR18
(Condition and Environment of work in the Industry of the Construction) and NR26
(Signaling of Security).
In this work, the obligator or recommended measures in the construction of building
will be analyzed, since the foundation, until its conclusion, passing for the execution
of the structure, execution of façade, masonry and finishing. They will also be
analyzed measured of protection the workers who are submitted to the dangerous
of equipment of high risk and dangerous of illnesses provoked for the environment
of seedbed of constructions. As complementation to this work, an interview with a
Technician of Security of the Work Claudia Cavalcanti, of the company Regra
Sistema na Construção Ltda, to comment on the imposed measures, its
effectiveness and the statisticians most frequent in construction.
Key Words: Awareness, lectures, Signaling, measures protection
8. viii
LISTA DE FIGURAS
Ilustração 1 Demonstrativo de placas de sinalização de segurança................................ 20
Ilustração 2 Escoramento de solos instáveis................................................................... 26
Ilustração 3 Esquema de proteção de periferia de talude................................................ 27
Ilustração 4 Esquema de passarela de transposição...................................................... 27
Ilustração 5 Proteção de arranques................................................................................. 29
Ilustração 6 Empurrador de bancada de serra circular.................................................... 31
Ilustração 7 Coifa protetora de serra circular................................................................... 31
Ilustração 8 Protetor de motor.......................................................................................... 31
Ilustração 9 Placas de aviso de alta periculosidade........................................................ 32
Ilustração 10 Proteção periférica – varandas................................................................... 32
Ilustração 11 Proteção contra queda de pessoas – escadas........................................... 33
Ilustração 12 Proteção contra queda de pessoas – vãos de lajes.................................... 33
Ilustração 13 Proteção contra queda de pessoas – poço de elevadores......................... 34
Ilustração 14 Bandejas de proteção................................................................................. 34
Ilustração 15 Esquematização de utilização de bandejas primárias e secundaria.......... 35
Ilustração 16 Detalhe de fixação da mão-francesa na laje............................................... 35
Ilustração 17 Esquematização de utilização de bandejas primárias e secundária.......... 36
Ilustração 18 Esquema de proteção de periferia de laje para concretagem.................... 37
Ilustração 19 Esquema lateral e frontal do elevador cremalheira..................................... 38
Ilustração 20 Esquema vertical de uma grua................................................................... 38
Ilustração 21 Gruas Ascensionais..................................................................................... 39
Ilustração 22 Telas de fachada......................................................................................... 40
Ilustração 23 Peças estruturais metálicas presas na cobertura de edifícios.................... 40
9. ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Mapa de riscos por atividades.......................................................................25
10. x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APR – Análise Preliminar de Riscos
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho
DDS – Diálogo Diário de Segurança
DRT – Direção Responsável Técnica
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
NR – Norma Regulamentadora
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da
Construção Civil
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes
12. xii
SUMÁRIO
p.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 2
2.1 Objetivo Geral ................................................................................ 2
2.2 Objetivo Específico ......................................................................... 2
3. MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................... 3
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 4
5 DESCRIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS NA
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS ........................................................................... 6
5.1 RISCOS AMBIENTAIS...................................................................... 6
5.1.1 Riscos físicos............................................................................................. 7
5.1.2 Riscos Químicos........................................................................................ 8
5.1.3 Riscos Biológicos ...................................................................................... 8
5.1.4 Riscos ergonômicos .................................................................................. 8
5.1.5 Riscos de acidentes .................................................................................. 9
5.2 MAPA DE LEVANTAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS E ACIDENTES DE
TRABALHO........................................................................................... 10
6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 15
6.1 ENTREVISTA COM TÉCNICO DE SEGURANÇA ................................ 15
6.2 CONSCIENTIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS ...................................... 17
6.3 Medidas de Proteção coletiva em Edifícios ...................................... 24
13. xiii
6.4 Canteiro de obras ......................................................................... 25
6.5 Fundação e terraplanagem ............................................................ 26
6.5.1 Escoramento de solos instáveis .............................................................. 26
6.5.2 Periferia de talude ................................................................................... 27
6.5.3 Passarela de transposição ...................................................................... 28
6.5.4 Execução de tubulões ............................................................................. 28
6.5.5 Proteção de arranque (pontas de ferro) .................................................. 29
6.6 Estrutura e transporte de pessoas e cargas ..................................... 30
6.6.1 Atividades em centrais de forma e armação ........................................... 30
6.6.2 Atividades em altura (proteções contra quedas) ..................................... 33
6.6.3 Bandejas primárias e secundárias........................................................... 35
6.6.4 Concretagens .......................................................................................... 37
6.6.5 Elevadores cremalheiras e gruas ............................................................ 38
6.7 Fachada ...................................................................................... 40
6.7.1 Tela fachadeira ........................................................................................ 40
6.7.2 Balancins ................................................................................................. 41
7 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 43
8 CONCLUSÕES ................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45
14. 1. INTRODUÇÃO
Os estudos e leis trabalhistas vêm sofrendo um constante processo de evolução,
principalmente desde o início da revolução industrial, quando grupos sindicalistas
começaram a se fortalecer e se comunicar.
Desde a sua implantação, no Governo do ex. Ministro Marcondes Filho até hoje, as
leis referentes à segurança do trabalho estão cada vez mais rigorosas e a ocorrência
de acidentes e doenças ocupacionais é cada vez menor. Mas para haver uma
eficácia maior no combate a esses males, é necessária uma política de educação ao
trabalhador, de modo que este passe a compreender, obedecer e cooperar com as
normas pré-estabelecidas.
De tal modo, a conscientização, através de treinamentos, palestras, concursos de
segurança cartazes e afins são um dos fatores determinantes para um decorrer dos
serviços da obra sem a ocorrência de prejuízos físicos ao trabalhador.
Para haver uma política de segurança bem implantada, cabe à dirigência da obra
garantir um contínuo planejamento e desenvolvimento de ações, desde a elaboração
do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho Na Indústria da
Construção Civil) e cumprimento de suas medidas previstas, até a garantia de
obediências de seus trabalhadores, principalmente na utilização dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI’s), bem como a realização de todas as medidas coletivas
na lei. Entende-se como medidas de proteção coletiva toda e qualquer medida
prevencionista que faça parte do corpo do prédio em construção, ou medida tomada
que visa a proteção de um conjunto de trabalhadores, que foge ao “kit” de proteção
individual do mesmo (botas, capacetes e cintos, entre outros). Somente a união
entre leis, dirigentes e trabalhadores é que irá minimizar os riscos humanos,
garantindo a qualidade da segurança do trabalho na obra, que para além dos
benefícios pessoais e sociais, influi em uma maior produtividade nos serviços.
Neste trabalho serão desenvolvidos dois dos principais fatores na prevenção de
acidentes, já mencionados anteriormente: as medidas capazes de conscientizar o
funcionário e as medidas de proteção coletiva em edifícios.
15. 2
2. OBJETIVOS
O principal objetivo desta pesquisa é demonstrar as medidas obrigatórias de
proteção coletiva na construção de edifícios
2.1 Objetivo Geral
Informar e ilustrar a importância da segurança do trabalho na construção de
edifícios, da prevenção de acidentes, e redução de doenças ocupacionais.
2.2 Objetivo Específico
Demonstrar métodos capazes de conscientizar os trabalhadores envolvidos na obra
sobre a questão da segurança, tanto a individual quanto a coletiva.
16. 3
3. MÉTODO DE TRABALHO
Este trabalho será desenvolvido por meio de referências bibliográficas, consulta a
leis em vigor e do levantamento de dados e fotos específicas das proteções em
obras atualmente em fase de construção. Será feita uma entrevista com um técnico
de segurança para avaliar as medidas impostas, sua eficácia e as estatísticas de
acidentes em obras.
17. 4
4 JUSTIFICATIVA
“... A vida humana tem certamente um valor econômico. E um capital que produz e
os atuários e matemáticos podem avaliá-lo. Mas a vida do homem possui também
um imenso valor afetivo e um valor espiritual inestimável, que não se pode pagar
com todo dinheiro do mundo. Nisto consiste, sobretudo, o valor da prevenção, em
que se evita o valor da perda irreparável de um pai, de um marido, de um filho,
enfim, daquele que sustenta o lar proletário e preside os destinos de uma família. A
prevenção é como a saúde. Um bem no qual só reparamos quando o acidente e a
moléstia chegam.” ( Marcondes Filho, 1943).
O trecho acima é retirado de um depoimento do ex-ministro Marcondes Filho, no
governo de Getúlio Vargas, em cuja gestão foram elaboradas as leis trabalhistas
brasileiras, e estas palavras são a síntese da motivação que gerou o trabalho a
seguir.
Em tempos onde se discute a desigualdade social como nos dias de hoje, é
inadmissível que o capital prevaleça sobre o bem-estar do trabalhador, no que se
refere à sua segurança pessoal. Discutir segurança do trabalho é discutir sobre
justiça social, e aplicá-la é garantir um futuro ao trabalhador e sua família, sem
imprevistos de danos físicos ou mesmo mortes.
Por outro lado, Cesarino Jr (Apud Pacheco Junior, 1995) salienta:
“...As medidas de higiene e segurança do trabalho, sob certo ponto de vista pode
considerar-se que barateiam a produção, embora aparentemente trazendo maior
ônus ao empregador, pois é geralmente conhecido quanto aos acidentes de trabalho
e as moléstias profissionais representam de perdas em horas de trabalho e
indenizações.”
Em síntese, a aplicação das leis de prevenção de acidentes, para além dos
benefícios sociais, influi em uma maior produtividade dos serviços e previne maiores
custos com indenizações, caso venha a ocorrer um acidente.
19. 6
5 DESCRIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS NA
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
O programa de prevenção de riscos ambientais (P.P.R.A) tem como principais
objetivos a identificação e antecipação dos riscos ambientais do empreendimento,
atuando de acordo com a norma brasileira NR18, procurando minimizar a incidência
de acidentes, garantindo assim a preservação da saúde integridade física dos
trabalhadores. Em função dos riscos ambientais levantados, serão implantadas
medidas de controle nas diversas áreas atingidas, conforme mapa de riscos
ambientais. O planejamento e riscos das ações devem consistir em um treinamento
específico para cada função a ser executada pelo trabalhador ( cursos exigidos para
trabalhos de alto risco, como operação em gruas, elevadores cremalheiras, trabalhos
relacionados à elétrica, etc), eleição da CIPA, com registro no DRT ( departamento
responsável técnico), registros de acidentes, e por fim, investigação de acidentes,
causas apuradas e medidas propostas. Com a estrutura montada acima, o P.P.R.A
está pronto para atuar na profilaxia dos acidentes de trabalho, sendo avaliado e
constantemente revisado pela CIPA, que deverá acompanhara sua execução, e
avaliar a obra em questão, podendo ou não efetuar concursos internos de
segurança. Estes concursos internos têm por finalidade estimular a prática de
prevenção de acidentes de trabalho, redução das taxas de freqüência dos mesmos,
fornecer parâmetros para a avaliação das administrações das obras, evitar a
maculação da imagem da empresa em questão e penalidades do Ministério do
trabalho.
5.1 RISCOS AMBIENTAIS
Previstos no P.P.R.A, podemos dividir os riscos ambientais em 5 principais
categorias: riscos físicos, riscos químicos, riscos biológicos, ergonômicos e riscos de
acidentes. De acordo com o médico do trabalho Dr. Juan Canet Font, da empresa
Gafisa S/A, em revista interna da empresa, serão mostradas as principais
conseqüências destes riscos ambientais para a saúde do trabalhador.
20. 7
5.1.1 Riscos físicos
Podem-se dividir os riscos físicos na construção em sete principais categorias:
ruídos, vibrações, calor, radiações não ionizantes, radiações ionizantes e umidade.
São encontrados na maior parte do canteiro, sendo os ruídos e vibrações mais
presentes nas proximidades de maquinário pesado, fundações cravadas, e locais de
concretagem. As radiações estão presentes na armação, com o uso de máquinas de
solda e insolação por exposição excessiva ao sol. Calor pode tanto ter a ver com
exposição excessiva ao sol, como presença em ambientes não ventilados, como é o
caso de fundações estilo tubulões, onde existem também problemas ligados à
umidade. Esta última está relacionada a ambientes expostos constantemente à ação
da água, como vestiários, e lavatórios e locais de contato direto com o solo.
Segundo Font, as principais conseqüências possíveis de cada risco físico,
causadoras de problemas físicos as trabalhadores são:
• Ruídos
Os ruídos podem ter como conseqüências físicas, o cansaço,
irritações nos ouvidos, dores de cabeça, diminuição da audição,
aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo,
taquicardia e perigo de infarto.
• Vibrações
As vibrações podem ter como conseqüências físicas, o cansaço,l
irritações, dores nos membros, na coluna, doença do movimento,
artrite, problemas no aparelho digestivo, lesões ósseas, circulatórias e
dos tecidos moles.
• Calor
O calor pode ter como conseqüências físicas, o aumento da pulsação,
irritações, internação, prostração térmica, choque térmico, fadiga
térmica, perturbações das funções digestivas, hipertensão.
• Radiações não ionizantes
21. 8
As radiações não ionizantes podem ter como conseqüências físicas,
queimaduras, lesões nos olhos, lesões na pele, e em outros órgãos.
Como exemplo podemos citar a exposição excessiva ao sol
• Radiações ionizantes
As radiações ionizantes podem ter como conseqüências físicas,
alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais e acidentes do
trabalho.
Não afeta diretamente a construção civil, como exemplo podemos citar
as partículas alfa, beta, raios-X, entre outros.
• Umidade
A umidade como conseqüências físicas, doenças no aparelho
respiratório, quedas, doenças de pele e doenças circulatórias.
5.1.2 Riscos Químicos
Pode-se dividir os riscos químicos em quatro principais categorias: poeiras
incômodas, fumos metálicos, poeiras alcalinas e névoas, gases e vapores. Os riscos
químicos se encontram por todo o canteiro de obra, e são resultado de agentes
nocivos presentes na atmosfera da obra, principalmente em locais onde se
manuseiam substâncias de pequena granulometria, como cimento, cal, areias,
substâncias estas que podem ser inaladas ou mesmo ser absorvidas por via
cutânea.
5.1.3 Riscos Biológicos
Em obras é comum encontrar bacilos, bactérias, fungos, parasitas, vírus,
protozoários, insetos, aranhas, escorpiões, raros e cobras. Estes seres vivos podem
trazer como conseqüências físicas ao trabalhador, doenças como tuberculose,
brucelose, malária, febre amarela, entre outras. As ações dos agentes penetram nas
vias cutâneas e respiratórias.
5.1.4 Riscos ergonômicos
Pode-se dividir os riscos ergonômicos em dois sub-itens.
22. 9
• Trabalho físico pesado, postura incorreta, posição incomoda,
transporte e levantamento manual de material de peso: tem como
conseqüências o cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão
arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, alterações no sono,
problemas de coluna, acidentes;
• Riscos excessivos, jornada prolongada e outras situações
causadoras de stress físico e/ou psíquico: tem como conseqüências o
cansaço, dores musculares, hipertensão arterial, diabetes, úlcera,
doenças nervosas, alterações no sono, asma, tensão, ansiedade,
medo, comportamento estereotipado.
5.1.5 Riscos de acidentes
Podem-se dividir os riscos referentes a este item em 5 principais sub itens: arranjo
físico deficiente, máquinas sem proteção, ligações elétricas deficientes, ferramentas
defeituosas, EPI e EPC inadequados.
• Arranjo físico deficiente:
Os arranjos físicos deficientes podem ter como conseqüências os
acidentes e desgaste físico excessivo;
• Máquinas sem proteção:
As máquinas de corte como serra circular e serra policorte, sem
proteção, podem ser responsáveis por acidentes graves,
principalmente mutilações e cegueira, uma vez que podem projetar
objetos contra os olhos do trabalhador;
• Ligações elétricas deficientes:
As ligações elétricas deficientes podem ter como conseqüências,
curtos-circuitos, choques elétricos, incêndio, queimaduras, acidentes
fatais;
• Ferramentas defeituosas:
23. 10
Ferramentas defeituosas podem ser responsáveis por acidentes e
mutilações, principalmente nos membros superiores;
• EPI’s e EPC’s inadequados ou inexistentes:
A falta ou usos inadequados dos equipamentos de segurança, tanto
individuais como coletivos podem trazer como conseqüências
acidentes e doenças ocupacionais, como infecções, cegueira,
problemas auditivos, quedas de níveis de materiais, entre outros.
5.2 MAPA DE LEVANTAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS E ACIDENTES
DE TRABALHO
Será mostrado a seguir um resumo dos principais serviços em obras de construção
de edifícios, e os principais agentes/riscos causadores de acidentes/doenças
ocupacionais, mapa este que é um guia para execução das medidas de proteção
coletiva (EPC) e equipamentos pra proteção individual (EPI). O levantamento dos
dados referentes a este mapa foram colhidos em 3 diferentes PCMAT’s de diferentes
empreendimentos e construtoras, da obra Portal de são Francisco (Cconstrutora
Gafisa S/A), obra Spazzio dell’Aqua (construtora Gafisa S/A) e condomínio Praça
Villa-Lobos (construtora Hochtief do Brasil).
EQUIPAMENTOS E PROTEÇÃO
AGENTES/ RISCOS RECOMENDAÇÕES
SERVIÇOS INDIV. COLET.
Uso de botas de borracha
ESCAVAÇÃO MANUAL Umidade X
com cano alto
ESCAVAÇÃO MANUAL Soterramento Proteçãoes laterais X
Utilização de EPI's (botas,
ESCAVAÇÃO MANUAL Doenças infecciosas luvas, capacete, óculos e X
vestiáario impermeável)
Proteger as bordas das
ESCAVAÇÃO MANUAL queda de nível alto escavações, utilização de X
escadas
24. 11
Locação de escavação com
taludes devidamente
dimensionados; proteger
Deslizamento ou
redes de abastecimento,
soterramento de terra
SOTERRAMENTO tubulações e vias públicas; X X
sobre a vala de
dispor de saída rápida para
escavação
funcionários; utilização de
cinto de segurança com
cabo guia
Verificar a existência de
Cabos elétricos aéreos
CHOQUE ELÉTRICO cabos no local a ser X
e subterrâneos
escavado
Guarda corpo nas periferias
das lajes; proteger vãos e
espaços vazios; utilização
Acidentes de queda de
EXECUÇÃO DE FORMAS dos EPI's; facilitar os X X
nível
acessos (rampas, escadas);
bandejas primárias e
secundárias
Uso correto dos EPI's;
carpinteiro treinado e
SERRA CIRCULAR Acidentes diversos exclusivo; não permitir a X X
retirada de protetores da
serra
Utilização de botas e
Acidentes com
EXECUÇÃO DE FORMAS capacete; uso de cinto X
ferramentas pessoais
portas‐ferramentas
ARRANQUES DE Proteger as pontas de
Acidentes X
ARMADURAS EXPOSTAS ferragens verticais
Utilização de cinto de
ARMAÇÃO Queda de nível alto segurança atado a um cabo X
guia
Utilizar luvas protetoras,
TRANSPORTE E ombreiras e óculos de
MANUSEIO DE acidentes segurança; observar fiação X X
FERRAGENS elétrica, aéreo ou pelo piso
(risco de choque elétrico)
CONCRETAGEM Utilização de EPI's ( botas,
(LANÇAMENTO DE Riscos químicos luvas, capacete, vestiário X
CONCRETO) adequado)
25. 12
Além dos acima
CONCRETAGEM
Riscos físicos mencionados, utilização de X X
(VIBRAÇÃO)
protetores auriculares
Utilização de cinto de
segurança, protetores de
CONCRETAGEM Queda de nível alto X
borda de laje; bandejas
primárias e secundárias
Uso de cinto de segurança
Riscos de acidentes;
ALVENARIA (MARCAÇÃO) na borda da laje; uso de X
riscos químicos
luvas de látex
Uso de cinto de segurança
Riscos de acidentes; na borda da laje; uso de
ALVENARIA (ELEVAÇÃO) X X
riscos químicos luvas de látex; travamento
provisório da alvenaria
Manter ventilação natural
OPERAÇÃO DE
Poeira ou artificial; utilização de X
BETONEIRA
máscara
Utilização de EPI's ( máscara
SOLVENTES E ÁCIDO contra poeira e máscara
Gases e vapores X X
MURIÁTICO contra gases); ventilação
natural ou artificial
Utilização de EPI's (luva de
látex); proibição do uso de
solventes para lavagem das
CIMENTO Produtos químicos X X
mãos após a jornada de
trabalho, limpeza rigorosa
corporal e troca de vestiário
CARPINTARIA,
MÁQUINAS E Utilização de protetor
Ruídos. iluminação
EQUIPAMNTOS EM auricular; instalação elétrica X X
deficiente
GERAL, CANTEIRO DE adequada
OBRAS
SERVIÇOS SOBRE
Instalação de guarda corpo
ANDAIMES, POÇOS DE
Queda de nível alto rígido; uso de cinto de X X
ELEVADORES E
segurança atado a cabo guia
BALANCINS
Área embaixo dos serviços
COLOCAÇÃO DE VIDROS
deverá ser isolada e
E SERVIÇOS DE Queda de material X
interditada; uso de tela
FACHADAS
fachadeira
26. 13
Organização e distribuição
ARMAZENAMENTO de equipamentos e
Arranjo físico
INADEQUADO DE máquinas a fim de evitar X
inadequado
MATERIAIS E ENTULHOS acidentes e liberar o tráfego
de pessoas
IMPROVISAÇÃO DE Proibição de retirada de
Máquinas e equip.
MÁQUINAS E proteção de equipamentos; X X
sem proteção
EQUIPAMENTOS não improvisar ferramentas
SOL, CALDEIRAS E Uso de vestimenta especial,
AMBIENTES Temperatura excessiva ventilação forçada, turnos X X
CONFINADOS curtos de trabalho
Instalar a caldeira em local
Caldeira para
RISCO DE INCÊNDIO E isolado e devidamente
derretimento de piche X X
EXPLOSÃO sinalizado; extintores de pó
(impermeabilização)
químicos próximos
Utilização de óculos de
proteção com lentes
SERVIÇOS DE SOLDA E
Radiações ionizantes escuras; proteção com X X
CORTE A OXI‐ACETILENO
anteparos em locais de
trânsito de pessoas
Drenagem periódica;
ÁGUA EMPOÇADA, limpeza constante; uso de
Bactérias, fungos e
SANITÁRIOS, VESTIÁRIOS botas de borracha; uso de X X
vírus, insetos
E REFEITÓRIOS piso plurigoma (vestiários);
lavagem de caixa de água
Manter bancada estável,
apoiada sobre piso nivelado
BANCADAS DE CORTE E Arranjo físico
e não escorregadio, X
DOBRA DE VERGALHÕES inadequado
afastada de trânsito de
pessoas
Utilização dos EPI's; locais
de riscos de quedas
MÁQUINAS.
devidamente sinalizados e
EQUIPAMENTOS, Operações de corte,
isolados; madeiras para X X
FERRAMENTAS E desforma
corte ou desforma com os
MATERIAIS
pregos retirados, assim
como arames e fitas
LIXAMENTO E Ventilação natural ou
TRATAMENTO DO Poeira forçada; utilização de X X
CONCRETO máscara contra poeira
27. 14
Ventilação natural ou
UTILIZAÇÃO DE GESSO E
Poeira forçada; utilização de X X
FORRO DE PAREDES
máscara contra poeira
Ventilação natural ou
COLAS E TINTAS Gases e vapores forçada; utilização de X X
máscara contra gases
REVESTIMENTO COM
CHAPISCO, REBOCO, Corpos estranhos nos Utilização de óculos de
X
JATEAMENTO E LIMPEZA olhos segurança
DE PASTILHAS
Ventilação natural ou
EXECUÇÃO DE
forçada; sinalizar o local de
PINTURAS, APLICAÇÃO Incêndio, explosão e
risco de incêndio; extintores
DE VERNIZES E COLAS, inalação de produtos X X
espalhados pelo canteiro;
SOLVENTES químicos
verificação de instalações
INFLAMÁVEIS
elétricas
Tabela I - Mapa de riscos por atividades (Gafisa, 2004)
A tabela mostra os principais serviços em execução de edifícios que acarretam
grandes riscos à saúde e integridade física dos funcionários. Os itens com X
assinalado no campo destinado às proteções coletivas são o foco desta pesquisa e
terão tratamento mais detalhado no decorrer da mesma, onde as medidas de
proteção coletivas serão assinaladas individualmente de acordo com as etapas da
obra.
28. 15
6 ESTUDO DE CASO
Como complementação a este trabalho, será mostrada a seguir uma entrevista feita
com um técnico de segurança do trabalho Cláudia Silveira Calvacante, credencial nº
SP/ 010799.9, da empresa MPD Engenharia Ltda, trabalhou na empresa REGRA
Sistema da Construção Ltda, empresa subcontratada da HOCHTIEF do Brasil para
executar a obra Condomínio Parque Villa-Lobos (Marginal Pinheiros). Cláudia
Cavalcante tem como experiência profissional não só a empresa atual, como
também as empresas ADOLPHO LINDERBERG E ODEBRECHT.
Como estudo de caso, será mostrado as principais atividades realizadas em
edifícios, e as medidas de proteção que devem ser adotadas para cada atividade,
segundo a NR18. Foram utilizadas fotos de uma obra atualmente em construção
(obra Office Tamboré – MPD Engenharia), e artigos e fotos do PCMAT da empresa
Gafisa.
6.1 ENTREVISTA COM TÉCNICO DE SEGURANÇA
1) Quais os benefícios para a sua empresa e que importância esta
dá para as medidas de proteção coletiva?
“ Temos como benefícios a melhoria contínua dos serviços, qualidade de vida
dos colaboradores, maior produtividade em obra, em função da falta de ausência
dos trabalhadores por afastamento médico causado por indenização.
Principalmente, temos um pensamento focado no bem estar do trabalhador, que
através das medidas adotadas poderá trabalhar mais tranqüilo e ter uma vida útil
de trabalho mais duradoura.”
2) Quais os tipos de acidentes que estas previnem? E quais são
os mais usuais segundo a sua experiência?
“ Os acidentes que estas previnem são principalmente os relacionados às
quedas de níveis superiores a 2,0 metros (de trabalhadores ou materiais),
prevenção de mutilações por parte de máquinas pesadas ou de corte, combate á
infecções bacteriológicas e prevenção de danos físicos aos colaboradores por
29. 16
agentes nocivos de obra. Os mais usuais são sem dúvida a queda de materiais
de alto nível, que podem ser fatais, se caírem sobre algum trabalhador e
mutilações derivadas de uso incorreto de máquinas de corte. Os acidentes fatais
ocorrem geralmente da queda de pessoas de alto nível e queda de materiais.”
3) Como é feito o planejamento das medidas de segurança em
sua empresa, e quando é elaborado?
“ Antes da execução da obra foi elaborado uma espécie de manual de
segurança, PCMAT, que continha o resumo de todas as medidas necessárias
para a futura obra. Um capítulo deste é destinado ao PPRA, onde é feito um
levantamento de todos os riscos relacionados à obra, para futuro planejamento
de ações. São eleitos os membros da CIPA, para estes serem os responsáveis
pela fiscalização e ação nas medidas, e efetuarem reuniões mensais para
discussão das mesmas e sua eficácia. No decorrer da obra, o PCMAT poderá
sofrer modificações, e são efetuados os APR’s (análise preliminar de riscos), que
são levantamentos de riscos por responsabilidades.”
4) Quais as mediadas mais adotadas pela empresa para
conscientização dos colaboradores da obra?
“Na empresa temos placas de sinalização, treinamentos, DD’s (diálogos diários
de segurança) com os encarregados, que serão responsáveis por transmitir o
conteúdo para seus funcionários. Temos ainda treinamentos específicos por
função e integração dos funcionários novos, onde muitas vezes convidamos
alguns colaboradores de obra para serem palestrantes e falarem sobre suas
experiências pessoais específicas. Por fim, existe, existe uma eleição dos
membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), são
efetuados os APR’s (Análise Preliminar de Risco), é feito um planejamento para
prevenção e sugeridas futuras soluções, e fiscalização rigorosa dos técnicos de
segurança.”
5) Que assuntos são abordados no treinamento, quanto tempo
demora?
“Cada treinamento deve ter uma carga horária Mínima de 2 horas. Reuniões
ordinárias de CIPA são mensais. São abordados como temas o uso correto e
30. 17
obrigatório dos EPI’s temas como higiene e saúde, organização e limpeza,
equipamentos de proteção coletiva (EPC ), sinalização e fiscalização. São
chamados também profissionais da área para fazerem um curso específico de
brigada de incêndio, onde são dadas informações e procedimentos a serem
tomados em caso de incêndio.”
6) Quem executa as medidas de proteção?
“A empresa possui dois carpinteiros gerais para executar proteções de pequeno
porte, como fechamento de pequenos vãos, pequenas passarelas e corrimãos.
Medidas de segurança de grande porte são responsabilidades das empresas
contratadas, com cláusula específica no contrato, que as obriga a respeitar as
normas de segurança, e executar as proteções coletivas referentes ao seu
serviço, com a ameaça de corte nos pagamentos e suspensão nos serviços.
Temos ainda na obra, médico de meio período e enfermeira período integral,
para pequenos acidentes e más-disposições, sendo os feridos mais graves
encaminhados para hospitais mais próximos.”
7) Em sua opinião a norma brasileira é bem estruturada para
garantir a segurança dos trabalhadores? È exigente demais ou
deficiente? Em que itens poderiam melhorar?
“ A norma brasileira é exigente e bem estruturada, tendo ainda por qualidades
ser bem auto-explicativa e dar uma boa orientação para o curso das obras. No
entanto, ela não possui uma flexibilidade que muitas vezes é necessária para a
obra, principalmente no que se refere a prazos. Ela diz que é preciso fazer, mas
não dá um prazo flexível, para a obra poder, por exemplo, estudar uma forma
econômica de executar as proteções. Mas no geral, ela é uma boa aliada do
bem estar do trabalhador, e embora seja severa com o empregador, acaba por
também ser aliada.”
6.2 CONSCIENTIZAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS
Um dos maiores inimigos da segurança do trabalho nas obras é a falta de interesse
e colaboração dos trabalhadores. Segundo Dias Campos (Apud Zocchio, 2000, pág
25). É desnecessário ressaltar a importância da educação na prevenção de
31. 18
acidentes de trabalho, muito embora não se possa atribuir-lhe a responsabilidade
integral na solução do problema.”
Falta de uso do cinto de segurança, capacete, retirada de utensílios de proteção em
equipamentos de alto risco (como serras circulares) em prol de uma maior rapidez
de serviço, são alguns dos erros mais freqüentes em obras, que podem resultar em
acidentes.
Várias são as formas de sensibilizar os funcionários para o problema, dentre elas as
mais usadas são; palestras, treinamentos, integrações de trabalhadores novos,
cartazes espalhados pelo canteiro, quadros de avisos, jornais periódicos, Semana
Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), concursos internos nas
empresas sobre segurança e principalmente fiscalização rigorosa.
Ainda Segundo Dias Campos ( Apud Zocchio, 2000, pag 26), “A educação visando a
prevenção de acidentes deve buscar a formação de consciência prevencionista,
reforçando a tônica, através de repetições e palestras, usando de recursos
audiovisuais e, particularmente, fazendo a fiscalização ambiental para garantir a
continuidade das práticas prevencionistas adotadas.”
6.2.1 Treinamento e Palestras
Presenciei um treinamento sobre segurança do trabalho, obrigatório por lei, efetuado
antes do início dos serviços do funcionário, deve conter os seguintes itens:
• Equipamentos de Proteção Individual(EPI)
O técnico de segurança faz a demonstração do uso correto dos EPI’s
(bota de couro ou borracha (de cano alto ou baixo, dependendo da
situação), cinto de segurança para trabalhos em altura, luva de
borracha ou PVC, capacete, óculos de segurança, protetor auricular,
máscara contra poeira, protetor facial, ombreira e capa de chuva).
• Equipamentos de proteção Coletiva (EPC)
Demonstração da forma correta de construção e manutenção das
proteções individuais e coletivas nos edifícios (Como bandejas
primárias e secundárias, proteções em poços de elevadores, em
aberturas de piso, proteções de periferia, corrimãos de escadas,
escadas provisórias e rampas de acesso, instalações elétricas,
32. 19
funcionamento e restrições de máquinas e equipamentos), previamente
planejadas no PCMAt da obra.
• Riscos Ambientais
Conscientização dos funcionários sobre os riscos existentes na
construção civil (riscos químicos, físicos, riscos biológicos e riscos
ergonômicos)
• Acidentes de trabalho
Alertar aos funcionários sobre conseqüência dos acidentes de trabalho,
apresentando-lhes dados estatísticos, bem como formas de evitá-los.
• Primeiros socorros
Orientação sobre as primeiras medidas a serem tomadas perante a
ocorrência de um acidente como técnicas de salvamentos e transporte
de vítimas.
• Combate á incêndio
Orientação sobre riscos de incêndio , importância da prevenção,
agentes extintores treinamentos de retirada coletiva e práticas de
combate ao fogo.
Treinamentos específicos são exigidos por lei para execução de determinados
serviços, dentre eles:
a) Serviços elétricos: Curso SENAI para capacitar o funcionário a lidar
com energia elétrica;
b) Guincho: Curso para guincheiros para sinalização de operação,
movimentação de cargas suspensas, proteção das cargas ao serem içadas,
cabos de aço e demais medidas de segurança.
c) Elevadores cremalheiras: Curso de sinalização de operação,
movimentação de cargas, cabos de aço e demais medidas de segurança.
Para uma maior eficiência no combate aos acidentes de trabalho, o treinamento
deverá ocorrer antes da execução dos serviços, bem como deverá haver palestras
periódicas.
33. 20
6.2.2 Cartazes e quadros de aviso
Com o intuito de fazer permanecer o tema da segurança do trabalho no cotidiano do
trabalhador da obra, os cartazes, quadros de aviso e jornais periódicos são
importantes ferramentas de persuasão.
Fig. 1) - Demonstrativo de placas de alerta ao uso de equipamentos de
proteção individual.
Fonte: PCMAT da obra Portal São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa
S/A
As figuras acima mostram modelos das principais placas de campanha de
segurança, no que se refere ao uso de proteção individual. Devem ser colocadas
em locais estratégicos, conforme descrito abaixo:
• Uso obrigatório de máscara de respiração:
As placas de aviso de uso obrigatório de máscaras de respiração
devem ser colocadas próximo ás betoneiras, às queimas de cal,
recintos fechados de pintura e aplicação de gesso, à locais de
aplicação de carpete ou outros materiais que necessitam de aplicação
de cola, bem como locais onde são efetuados corte de tijolos e
cerâmicas.
34. 21
• Uso obrigatório de capacetes
As placas de aviso de uso obrigatório de capacetes devem ser
colocadas principalmente na entrada da obra, sendo reforçada a idéia
por todo o empreendimento. Não deverá ser permitida a entrada do
trabalhador que não trouxer consigo este equipamento.
• Uso obrigatório de protetor auricular
As placas de aviso de uso obrigatório de protetor auricular devem ser
colocadas próximo às serras circulares, policortes, em obras com
fundações em estacas cravadas, em todos os procedimentos
repetitivos ruidosos em obras e colocar avisos nas caixas de máquinas
muito ruidosas (como por exemplo, pistolas pregadeiras, marteletes,
pistola finca pinos, materiais elétricos, etc)
• Uso obrigatório de luvas
As placas de aviso de uso obrigatório de luvas devem ser colocadas
próximas a locais de fechamentos de alvenarias, concretagens, cargas
e descargas de materiais, locais de preparação de ferramentas, locais
de lavagem de pastilhas e locais que passarão por processo de
impermeabilização.
• Uso obrigatório de botas
As placas de aviso de uso obrigatório de botas de borracha devem ser
colocadas próximas a locais onde há excesso de umidade e pelo
canteiro, principalmente durante a fundação, locais a serem
concretados. As placas de aviso de uso obrigatório de botas de couro
deverão ser colocadas em todo o empreendimento, sendo vetada a
entrada de trabalhador que não use.
• Uso obrigatório de óculos de segurança e/ou protetor facial
As placas de aviso de uso obrigatório de óculos de segurança e/ou
protetor facial devem ser colocadas em pedestais próximos aos
serviços com entalhadoras, serviços de chapisco, emboço, reboco de
35. 22
paredes e tetos, serviços relacionados a gesso, concretagens,
vibradores, lavagem de pastilhas. Devem também conter avisos
equipamentos de alto risco de manuseio, como serras circulares,
policortes e máquinas elétricas.
• Uso obrigatório de cinto de segurança
As placas de aviso de uso obrigatório de cinto de segurança deverão
ser colocadas em pedestais próximo das beiradas das lajes em
execução, afixar nos balancins, divulgar para serviços de montagem de
elevadores, gruas, elevadores cremalheiras e outros que implicam
trabalhos em alturas elevadas e que tem o risco de quedas em altura.
6.2.3 Padronização das placas de sinalização
As placas de sinalização, cartazes e quadros de aviso devem respeitar a norma
NR26, específica para o tema, que determinas as cores a serem empregadas em
cada tipo. Segundo a norma NR26, as cores empregadas para cartazes de
segurança na construção civil são: vermelho, amarelo, branco, preto, verde e devem
ser usadas da seguinte maneira:
• Vermelho é empregado para identificar:
- caixa de alarme de incêndio, hidrantes, bombas e todos os demais
itens referentes a combate a incêndio;
- portas de saídas de emergência;
- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções
e quaisquer outras obstruções temporárias;
- em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de
emergência.
• Amarelo: Significa “Cuidado” ou “Alerta”. É empregado para
identificar:
- corrimãos, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que
apresentem risco;
36. 23
- bordas desguarnecidas de aberturas no solo, e de plataformas que
não possam ter corrimãos;
- meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;
- vigas colocadas a baixas alturas;
- cabines, caçambas, guindastes, escavadeiras, cremalheiras, bomba
para lançamento de concreto, etc;
- fundos de letreiros e avisos de advertência;
- uso obrigatório de equipamentos de segurança
• Branco: O branco será empregado em:
- passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas
(localização e largura);
- localização e coletores de resíduos
- localização e bebedouros
• Preto: É empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e
combustíveis de alta viscosidade ( ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo
combustível, alcatrão, piche, etc.).
• Verde: é a cor que caracteriza “segurança”. É empregado para
identificar:
- caixas de equipamento de socorro de urgência;
- caixas contendo máscaras contra gases;
- macas;
- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança
- localização de EPI; caixas contendo EPI;
Para melhor eficácia no uso coletivo dos equipamentos de segurança e na execução
de todos os elementos de proteção coletiva, é necessária a existência de um
encarregado de segurança de presença constante na obra, que zelará em campo
pela eficiência das medidas adotadas.
37. 24
6.3 Medidas de Proteção coletiva em Edifícios
Entende-se por proteção coletiva toda e qualquer medida protecionista que faça
parte do corpo do prédio em construção, ou a medida tomada que visa a proteção
de um conjunto de trabalhadores, que foge aos equipamentos de proteção individual
(EPI’s) dos mesmos. São exemplos de proteção coletiva (EPC’s) em edifícios os
seguintes utensílios: bandejas primárias e bandejas secundárias, proteções de poço
de elevador e proteções de abertura de piso, proteções de periferia (como gradil e
tela), corrimãos e guarda-corpo provisório de escadaria, instalações provisórias de
obra e proteções de máquinas de alto risco (como gruas e máquinas de corte).
Pode-se dividir as medidas de proteção coletiva em cinco principais sub-itens:
• anteiro de obra: serão algumas medidas que deverão ser tomadas para
minimizar os riscos de contaminação química e biológica dos trabalhadores, bem
como organização para evitar acidentes;
• Fundação e terraplanagem: serão analisados neste item os escoramentos
necessários, as proteções de periferias de taludes, os detalhamentos das passarelas
de transição e proteções dos arranques;
• Estrutura e transporte de pessoas e cargas: serão analisadas as proteções
coletivas nas montagens de formas, nas armações, nas proteções de periferia de
laje para concretagem, as proteções necessárias nos equipamentos de transporte
de pessoas e materiais , bem como elevador de obra, proteções coletivas contra
quedas de altura, como bandejas primárias e secundárias, telas e plataformas de
proteção. Serão vistos ainda proteções de escadaria, com corrimãos e guarda corpo,
iluminação de emergência e proteção contra incêndios;
• Fachada: Serão analisados os detalhamentos de andaimes suspensos
mecânicos pesados e andaimes suspensos leves, proteções e equipamentos para
trabalhos em altura;
Para descrição detalhada de cada tópico acima, foram analisadas não só as
medidas obrigatórias impostas por lei na norma NR18, mas também medidas
aconselháveis de proteção coletiva, medidas estas de uso comum em obras. Deste
modo, para os capítulos que se seguem, não só serão mostradas medidas da
norma, mas também medidas impostas por normas internas de construtoras de
grande porte como as empresas Gafisa e Hochtief.
38. 25
6.4 Canteiro de obras
Neste item foram analisados diversos cuidados a serem tomados na organização de
canteiros e no cuidado com o trabalhador, de modo a evitar a contaminação e
acidentes em obras. As principais medidas a serem tomadas em canteiros de obra
são:
- Limpeza constante do canteiro de obra, principalmente vestiários, banheiros,
refeitórios, a fim de evitar a proliferação de bactérias, fungos, insetos, ratos,
escorpiões, evitar doenças de pele nos banheiros e vestiários, e doenças
provocadas por contato com animais portadores;
- Contratar funcionários com a carteira de vacinação em dia, ou vaciná-los na
contratação, principalmente nas doenças nas quais eles são grupo de risco, como o
tétano ( pois estão em contato com a terra e metais enferrujados), gripe (pois irão
trabalhar expostos em dias de frio e chuva), dengue, entre outras;
- Controle constante de materiais armazenados, poças de água, afim de evitar o
surgimento do mosquito portador da dengue;
-Ventilação natural ou forçada em banheiros e vestiários, de acordo com a norma
NR18;
- Piso higiênico e lavável nos refeitórios e banheiros, de caimento perfeito para os
ralos (opcional o uso de plurigoma nos banheiros a fim de evitar o contato dos pés
com água suja);
- Fornecer e estocar materiais de limpeza e higiene do trabalhador;
- Chuveiros eletricamente aterrados, para evitar choques elétricos;
- Possuir água potável na proporção de 100 l/trabalhador (previsão diária),
proporção está presente na norma NR18;
- Limpeza periódica da caixa d água, evitando a ploriferação de insetos, baratas,
mosquitos da dengue, ou ainda ratos que através desta podem transmitir
Leptospirose;
- Organização de canteiro de obra, separando materiais e maquinários do tráfego
constante de trabalhadores (vestiários, refeitórios, grêmio, etc);
- Isolamento e demarcação de áreas de risco de quedas de material e da projeção
vertical do alcance da grua;
- Manter desobstruídas as passagens de trabalhadores pela obra;
- Iluminação adequada em locais de tráfego de trabalhadores;
39. 26
6.5 Fundação e terraplanagem
Neste item serão contemplados os seguintes sub-itens:
- Escoramento de solos instáveis;
- Periferia de taludes;
- Passarela de transposição;
- Execução de tubulões;
- Proteção de arranques (pontas de ferro);
- Cuidados referentes a choques elétricos
6.5.1 Escoramento de solos instáveis
De acordo com a norma brasileira NR18, taludes instáveis das escavações com
profundidade superior a 1,25m, devem ter a sua estabilidade garantida por
estruturas dimensionadas para este fim, tendo que respeitar ainda outro item que diz
que o material retirado não poderá ser depositado a distância inferior a metade da
profundidade.
Para saber ao certo o tipo de escoramento e dimensões deste, deverá ser
requisitado um consultor de solos, pois estes variam com o tipo e características de
cada solo, bem como características do tipo de corte feito.
Tal escoramento pode ser feito de diversas maneiras, dependendo principalmente
da forma como o solo está disposto, desde que no final esteja garantida a
impossibilidade de movimentação do solo. Um dos métodos usados para
escoramento de solo é o muro de arrimo, de custo mais elevado, mas de eficácia e
durabilidade maior, sendo usado normalmente para escoramentos de grandes
proporções, e de grande durabilidade. Patamares intermediários em forma de
degraus são utilizados para suavizar a altura e inclinação de taludes, não sendo a
forma mais segura de fazê-lo, mas é muito utilizada para apresentar um custo baixo.
Desta forma, um possível desmoronamento superior do solo iria encontrar
sucessivos obstáculos em forma de degraus, evitando a incidência direta no
trabalhador.
40. 27
Fig.2) –escoramentos de solos instáveis com risco de desmoronamento
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
A figura 2 apresenta um exemplo de escoramento de dois taludes próximos entre si.
Neste exemplo, tábuas ou pranchas são usados como paredes e temos um
escoramento feito por caibros ou mesmo pranchas, fixando as duas paredes na
vertical.
6.5.2 Periferia de talude
Fig.3) –esquema de proteção de periferia de talude
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
Assim como se sucede na periferia das lajes e varandas, é necessário proteger as
periferias de taludes contra quedas de objetos e pessoas. Conforme esquema acima
na figura 3, tal proteção deve ser construída da seguinte forma: pontaletes, guarda-
corpo, rodapé e entelamento. Para proteção de queda de objetos, é utilizado um
rodapé rente ao solo (normalmente é empregada tábua de 2ª de 1” por 8”), e
41. 28
entelamento entre os pontaletes (tela de nylon ou similar). De acordo com norma
NR18, pontaletes devem ter uma distância máxima de 1,5m, e neles presos 2 linhas
de guarda-corpos, uma à distância de 0,7m, outra à 1,2m de altura, altura esta
mínima de proteção.
6.5.3 Passarela de transposição
Fig. 4) –esquemade passarela de transposição
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
A passarela de transposição é composta por duas proteção contra quedas de altura
e um assoalho que permite a transposição do obstáculo. As proteções contra
quedas de altura tem constituição semelhante ao item anterior (proteção de taludes),
sendo assim formadas por um rodapé de altura igual a 20cm, tela normalmente de
nylon, ambos presos à pontaletes distanciados a 1,5m entre si. Em guarda-corpos,
temos 2 linhas de proteção, uma a altura de 0,7m, outra a altura 1,2m. Altura mínima
para proteção em questão.
6.5.4 Execução de tubulões
Um dos tipos de fundação mais usados no Brasil, os tubulões vêm na contramão de
toda a preocupação existente quanto à saúde e integridade física dos trabalhadores.
Feito de forma rudimentar, sem utilização de tecnologias, apenas mão de obra
barata, o tubulão é usado justamente por ter custo baixo e por na ter leis restritivas
severas por parte do ministério do trabalho. Será a forma de fundação estudada
neste trabalho, pois as fundações profundas não apresentam grandes riscos, uma
vez que o trabalho é feito por intermédio de maquinários (sendo o risco no manuseio
do maquinário, perigo de queda de algumas peças componentes, e riscos de
42. 29
edificações vizinhas, que poderão sofrer graves danos), as fundações de sapatas e
blocos só apresentam riscos no controle de taludes e manuseio de ferramentas.
Desta forma, os principais cuidados a serem tomados na execução de tubulões são:
- Estudo prévio do tipo de solo, de suas características como resistência, presença
de gases;
- Estudo prévio da existência de tubulações subterrâneas, tanto elétricas como
hidráulicas;
- A exigência do encamisamento do tubulão fica a critério do engenheiro
especializado em fundações (de acordo com a norma NR18);
- Possuir funcionário atento ao bem estar do parceiro quando este estiver em
profundidade, pois as temperaturas são elevadas e podem provocar desmaios,
problemas de pressão e ataques cardíacos, e poderá ainda ocorrer a presença de
gases, que em pouco tempo causam desmaios, coma e morte dos funcionários;
- Utilização de corda em perfeito estado e gancho com trava de segurança para
segurar o balde vindo do fundo do tubulão;
- Utilização de vestimenta adequada de botas para evitar contato contínuo do
trabalhador com ambientes hostis à saúde;
- Utilização de todos os equipamentos de proteção individual;
- Proteção temporária dos tubulões enquanto estes estiverem abertos e não
concretados.
6.5.5 Proteção de arranque (pontas de ferro)
Este item, proteção de arranques, não só estará presente na etapa das fundações,
após a concretagem das estacas, sapatas ou tubulões, com também em todas as
lajes, após a concretagem dos pilares. Como elemento de ligação de pilares de
andares inferiores ou superiores são deixadas normalmente entre 0,5 a 1,0m de
armadura exposta após a concretagem das lajes ou fundações. Esta armadura
exposta é de alto rido para o trabalhador, devido à sua extremidade irregular
(normalmente cortante, havendo entre outros riscos físicos a possibilidade de
contaminação por doenças como tétano) e de fina bitola (em caso de trabalhador, a
possibilidade de penetração dos arranques no corpo do mesmo é elevada).
43. 30
Fig.5) – esquema de proteção de arranques
Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia,2008
Para evitar tais problemas, existem protetores plásticos á venda ajustáveis a todas
as bitolas de armaduras, protetores estes que isolam as superfícies cortantes do
meio físico de trabalho e aumentam a área da seção transversal (não havendo assim
penetração da armadura no corpo do trabalhador em caso de queda), conforme
fig.5.
6.6 Estrutura e transporte de pessoas e cargas
Pode-se dividir os riscos relacionados à execução de estrutura em quatro principais
itens:
- Centrais de forma e armação;
- Atividades em alturas ( proteções contra quedas);
- Concretagens;
- Bandejas primárias e secundárias
- Elevadores cremalheiras e gruas
6.6.1 Atividades em centrais de forma e armação
Diversos são os riscos para os trabalhadores envolvidos neste item, dentre eles:
- riscos físicos: ruídos e vibrações sonoras (que tem como fonte geradora a cerra
circular e policorte para ferro), bem como risco de contato e ferimento com o disco o
disco da serra circular e policorte, choque elétrico e incêndio;
-riscos químicos como poeiras (que tem como fonte geradora a madeira em corte)
44. 31
- riscos ergonômicos decorrentes de uma postura incorreta no transporte manual de
cargas;
Dentre os itens acima citados, o único que envolve medidas de proteção coletiva são
os riscos físicos, uma vez que os outros apenas dependem do uso de equipamentos
de proteção individual.
6.6.1.1 Serra circular e policorte
Dois dos equipamentos de maior risco de mutilação de trabalhadores na obra, a
serra circular e policorte tem que ser rodeada de diversas precauções para atenuar
sua periculosidade, dentre elas:
- Somente trabalhador especializado pode operar a serra circular e policorte, sendo
que estas deverão dispor de uma chave de ignição, evitando assim o uso por parte
dos funcionários não habilitados e treinados;
- Utilização de empurrador na bancada de corte, minimizando assim a necessidade
das mão no corte da peças, tornando mais difícil o acidente físico;
Fig. 6)-empurrador na bancada de serra circular
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
- Ter a carcaça do motor aterrada eletricamente, evitando assim riscos de choques
elétricos;
- Utilização de coifa protetora na serra circular (que durante a utilização deverá estar
sempre apoiada na mesa), protegendo o trabalhador contra estilhaços de madeira, e
coletor de serragem, afim de evitar o acúmulo de serragem, diminuindo o risco de
incêndio.
45. 32
Fig.7) –coifa protetora de serra circular
Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)
- Dispor de biombo de proteção na serra policorte, para limitar a projeção de
estilhaços de ferro (que no caso tem maior risco que estilhaços da serra circular);
- Não deixar motor exposto, dispondo de protetor para evitar contato do motor com
as pernas do trabalhador;
Fig.8) –protetor de motor
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
- Manter sempre as serras em bom estado, substituindo os discos quando
necessário;
- Manter a limpeza da área de trabalho, a fim de evitar o ferimento nos pés;
- Manter instalado junto à serra circular e policorte, extintor de pó químico e de água
pressurizada, para combater incêndio;
- Dispor de condutor de cabos elétricos, para evitar contato acidental e incêndio;
- Manter na área de carpintaria, cartazes e avisos alusivos de equipamentos de
proteção individual, conforme figura abaixo.
46. 33
Fig. 9) –demondtrativo de placas de aviso em locais de alta periculosidade, como
serra circular e policortes, e os devidos equipamentos de segurança a serem
utilizados.
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
6.6.2 Atividades em altura (proteções contra quedas)
Fig.10) –proteções contra quedas de objetos e pessoas – varandas
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
47. 34
Fig.11) – proteções contra quedas de pessoas – escadas
Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia, 2008
Fig.12) – proteções contra queda de pessoas e objetos – vão de laje
Fonte: PCMAT da obra Portal de São Francisco – Jaguaré – Construtora Gafisa S/A
As três proteções acima mostradas, contra quedas em altura em periferia de laje e
varandas, guarda-corpo em escadas e proteção contra quedas em vãos de lajes,
todas tem a mesma constituição, pois todas estão englobadas no mesmo item da
norma. Desta forma, temos como proteção de queda de objetos um rodapé de 20cm
de altura (que normalmente é usada uma tábua de 2ª) e telas de nylon, ambos
presos à pontaletes distanciados 1,5m entre si.
Presos aos pontaletes estão duas linhas de guarda-corpo nas respectivas alturas de
0,7 e 1,2m, sendo esta última a altura mínima para as proteções em questão.
48. 35
Fig.13) –proeções contra quedas e pessoas e objetos – poço do elevador
Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)
A figura acima apresenta a proteção contra queda de objetos e pessoas em posso
de elevadores. Tal proteção poderá ser feita com madeiramento e tela, respeitando
as mesmas características e medidas dos três itens acima.
6.6.3 Bandejas primárias e secundárias
Fig.14) –bandejas de proteção
49. 36
Fonte: Catálogo do fabricante – Grupo Locguel
Na figura acima pode-se ver montagens das mãos francesas de suporte de
bandejas, montagem esta que no caso é feita através de chumbamento de ganchos
na estrutura, serão estes ganchos metálicos que suportarão o peso da bandeja.
Fig.15) –esquematização de utilização de bandejas primárias e secundárias
Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)
De acordo com a norma, deve ser instalado no primeiro andar uma bandeja primária,
de dimensões maiores que as demais. A bandeja é composta por mãos francesa,
uma plataforma de 2,5m e 1,4m, composta normalmente por tábuas de 2ª, apoiadas
sobre as mãos-francesas, e uma plataforma a 45° de 1,2m, que pela economia
normalmente é composta por madeirit.
Fig.16) –detalhamento da fixação da mão-francesa na laje
50. 37
Fonte: PCMAT da obra Spazzio Del’Aqua – Vila Leopoldina – Construtora Gafisa S/A
A figura acima mostra a fixação das mãos-francesas na laje, que podem ser feitas de
duas formas distintas: através de ganchos concretados nas lajes (conforme figura)
ou por parabouts, que são parafusos de alta resistência que pode ser fixados na laje
concretada.
Fig.17) – esquematização de utilização de bandejas primárias e secundárias
Fonte: Obra Office Tamboré (MPD Engenharia,2008)
Como pode-se ver, a bandeja é composta pela plataforma horizontal, com as
dimensões acima descritas, e uma plataforma diagonal a 45° do plano horizontal, de
1,2m para ambas as bandejas.
6.6.4 Concretagens
Já forma abordados nos itens anteriores diversos cuidados que devem ser tomados
inclusive durante as concretagens, como proteções contra quedas em altura,
guarda-corpos periféricos, fechamento de poços de elevadores, fechamento de vãos
nas lajes, proteções de arranques, e serão salientados mais pela frente, nos itens
referentes a equipamentos de alto risco como cremalheiras e gruas, cuidados como
isolamento de áreas embaixo de transporte vertical, e outros.
A maior parte dos cuidados a serem tomados durante as concretagem são de
característica pessoal, como uso de equipamentos EPI, como botas, luvas, protetor
auricular, e cinto. Resta então apenas salientar neste item três precauções a serem
tomadas para um decorrer de concretagem seguro:
- na medida do possível, dispor de tábuas para caminho de circulação de
trabalhadores sobre ferragens e concreto;
51. 38
- dispor de ampla isolação de vibradores, manter motores de vibradores sobre
suporte de apoio a fim de evitar choques elétricos, uma vez que os trabalhadores
estão sobre superfícies metálicas;
- em caso de risco de chuvas, parar imediatamente a concretagem, tendo em vista
que a área é de alto risco de incidência de relâmpagos, devido ao fato de ser uma
área predominantemente metálica na ocasião.
Fig.18) – esquema de proteção de periferia de laje para concretagem
Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia,2008
6.6.5 Elevadores cremalheiras e gruas
Obrigatório para obras de altura superior a oito andares, para movimentação vertical
dos trabalhadores da obra, o elevador cremalheira é um dos equipamentos de maior
risco de acidentes em obra, logo deve ser rodeado de uma série de precauções para
minimizá-los, sendo estas:
- Realizar manutenções periódicas no equipamento, sendo obrigatório o registro de
manutenção em livros de controle de operação e de manutenção;
- Verificar diariamente as condições de conservação do cabo de tração;
- Operação do elevador cremalheira só poderá ser feita por profissionais
especializados, devendo este ter chave de funcionamento, chave esta só de
operador especializado;
- Cancelas de proteção nos pavimentos, cancelas estas eletrônicas (uma vez aberta,
os elevadores para o funcionamento);
- Mecanismo de liberação de acesso à cabine ( a cancela só abre com o elevador
nivelado no respectivo pavimento);
- Painéis de proteção da cabine, com trava de pavimento;
52. 39
- Plataforma entre elevador cremalheira e pavimento (plataforma esta que evita vãos
entre os dois, diminuindo assim o risco de quedas ou tropeços dos trabalhadores);
- Isolamento no térreo da área equivalente à proteção vertical do elevador
cremalheira, evitando assim o choque eventual do trabalhador com o elevador em
movimento;
- Travamento horizontal do elevador cremalheira a cada três andares, evitando
assim a movimentação do mesmo que não sejam verticais.
Fig.19) –esquema lateral e frontal do elevador cremalheira
Fonte: Catálogo do fabricante – Grupo Tensor
- No caso de gruas, isolar no térreo a área de carga e descarga, bem como toda a
área da projeção vertical por onde a carga é transportada;
- Nas gruas, assim como o elevador cremalheira, só poderá operar o equipamento
trabalhadores especializados;
- Nunca exceder o carregamento máximo previsto com cordas e afins, a fim de
minimizar os riscos de quedas de materiais.
53. 40
Fig.20) esquema vertical de uma grua (esquema universal para todos os tipos de
gruas, tantos as ascencionais como as fixas)
Fonte: site do fabricante: Pingon
Vemos acima um esquema vertical de uma grua, tendo esta um contrapeso para
uma carga máxima calculada, não podendo a grua exceder esta carga, caso
contrário pode perder o equilíbrio e tombar.
Fig.21) –gruas ascensionais – apoiadas sobre lajes e gruas fixas – apoiadas sobre
blocos de fundação
Fonte: site do fabricante: Pingon
O esquema acima mostra as gruas ascensionais (apoiadas sobre as lajes,
normalmente situadas dentro dos poços dos elevadores), como as fixas (apoiadas
no chão, sobre uma base de concreto previamente calculada).
6.7 Fachada
Neste item serão analisados dois principais itens de proteção coletiva na fachada: a
tela conterá quedas de objetos e andaimes fachadeiros.
6.7.1 Tela fachadeira
A tela contra queda deve ser colocada na fachada quando for efetuado o serviço de
revestimento externo da mesma ou por precaução durante a execução da estrutura.
Como para o serviço de execução da fachada é necessária a retirada gradual da
bandejas secundárias e posteriormente primárias, a queda de objetos de andares
superiores pode ultrapassar o alcance as bandejas ainda presentes, sendo assim
necessário um anteparo para evitar a projeção dos objetos, evitando assim
acidentes físicos aos trabalhadores e possíveis pessoas alheias à obra.
54. 41
Fig.22) – Fotos de tela de fachada
6.7.2 Balancins
Outro item de extrema preocupação em obras, os balancins tem que ser rodeados
de uma série de preocupações, pois eles sustentam o peso de diversos
trabalhadores a alturas de onde as quais a queda é certamente mortal. As principais
precauções a serem tomadas são:
- Proteção contra quedas de altura, iguais aos dois itens anteriormente já vistos;
- Revisão periódica, vistoriando o estado de conservação dos andaimes;
- Respeitar as cargas mínimas previstas em norma NR18 (3 vezes o maior valor
solicitante)
- Prender os cabos dos andaimes em peças estruturais, como no exemplo a seguir,
dotados de contrapesos;
55. 42
Fig.23) –Peças estruturais metálicas presas na cobertura do edifício, peças estas
que irão suportar a força de tração imposta pelo peso do balncim
Fonte: Obra Office Tamboré – MPD Engenharia, 2008
- Permitir somente a manipulação do balancim por trabalhadores especializados;
- O andaime suspenso possui dois guinchos de segurança, ao parar eles travam o
balancim, o que impede danos acidentais;
- Ter contraventamentos que impeçam a movimentação horizontal;
- Ter fácil acesso e a proibição de qualquer acesso que não seja o determinado,
para evitar entradas por janelas e varandas, que podem com uma ligeira
movimentação vertical do balancim, ser fatais.
56. 43
7 ANÁLISE DOS RESULTADOS
O Técnico de Segurança do trabalho, em entrevista realizada dia 07/06/08, mostrou
que esta obra esteve muito comprometida a cumprir com as normas de segurança,
tendo ido mais além, procurando outros meios de conscientização de funcionários,
para melhorar as eficácias em seus objetivos. Ressaltou que as medidas de
proteção e conscientização de funcionários são medidas que interessam não
somente o funcionário e sua integridade física, com também a empresa, que lucra
com o bem estar deste, pois haverá maios produtividade nos serviços. Ressaltou
também que a empresa alia às medidas de proteção e conscientização de forma
rigorosa. Para isso ela possui uma boa estrutura, tanto nos meios de persuasão de
funcionários para o tema, como também uma boa estrutura legal, que deixa, nos
seus contratos com terceiros, especificadas as funções de cada um, no que se
refere à execução das medidas coletivas. Por fim, Cláudia Cavalcanti comentou suas
impressões sobre a norma brasileira de segurança no trabalho, baseada na sua
experiência, pois ela é responsável pela sua defesa e aplicação na obra.
Segundo Cláudia, a norma é bem elaborada, clara e rígida. Rigidez esta que poderia
ser mais flexível em alguns pontos, mas que tal rigidez foi concebida com o único
intuito de melhorar o bem estar do trabalhador e auxiliar e melhorar a gestão dos
canteiros de obra.
57. 44
8 CONCLUSÕES
Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais são calamidades que podem ser
combatidas, porém a garantia de segurança nunca é certa. A eficácia da segurança
em obra é feita através da prevenção e da conscientização dos funcionários nela
envolvidos. Com uma união perfeita destes dois fatores, minimiza-se a ocorrência de
acidentes e doenças ocupacionais.
A conscientização dos funcionários é algo que deve fazer parte do dia a dia na obra,
através de cartazes, quadros de avisos, jornais periódicos, profissionais
responsáveis pelo zelo da segurança, e também palestras periódicas reforçando o
tema e orientando os trabalhadores quanto às medidas a serem tomadas
coletivamente e individualmente.
À dirigência da obra, é entregue a função de gerenciar este contínuo processo de
aprendizado e conscientização, e cabe a ela também o planejamento das medidas
de segurança coletiva, medidas estas presentes em normas brasileiras, bem como
organização física dos canteiros.
Cláudia Cavalcanti, técnica de segurança da empresa REGRA Sistema de
Construção Ltda, veio a confirmar em entrevista a este trabalho, que todo conteúdo
deste é de aplicação constante em obra. Confirmou que a conscientização dos
colaboradores sempre foi um fator determinante para o combate às doenças e
acidentes ocupacionais, nas empresas nas quais trabalhou. Mostrou os meios
utilizados na empresa REGRA, que basicamente são os descritos neste trabalho e
confirmou a importância da utilização dos meios de proteção coletiva, meios estes
que foram o foco principal desta pesquisa.
58. 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, Edgar Abreu. Manual de Segurança e saúde no trabalho. São Paulo, LTR,
2000.
MANUAL DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do trabalho. São Paulo, Atlas,
2004, 55ª edição.
PACHECO JUNIOR, Waldemar. Qualidade na Segurança e higiene do trabalho. São Paulo,
Atlas 1995.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NR18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho
na Indústria da Construção.
Associação Brasileira de normas técnicas. NR26: Sinalização de segurança.
PCMAT Obra Portal de São Francisco, Construtora Gafisa S/A. São Paulo, 2004
PCMAT Obra Condomínio Villa Lobos, Construtora Hochtief do Brasil Ltda. São Paulo, 2005
PCMAT Obra Spazzio Dell’aqua, Construtora Gafisa. São Paulo, 2003
FONT, Juan Cannet. Revista interna Gafisa. Art. Pág 12 a 20. São Paulo, 2004
< http://www.pingon.com.br/>, acesso março 2008
<http://www.locguel.com.br/>, acesso março 2008
<http://www.grupotensor.com.br/>, acesso maio 2008
<http://www.mte,gov.br/empregador/segsau/comissoestri/ctpp/oquee/conteudo/nr18/>,
acesso em junho 2008
<http://www.mte.gov.br/empregador/segsau/legislacao/normas/conteudo/nr26/>, acesso em
junho 2008